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hidrocarbonetos e as influências na biota

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RIO GRANDE 
DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS 
LABORATÓRIO DE OCEANOGRAFIA GEOLÓGICA – SETOR DE GEOQUÍMICA 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM OCEANOGRAFIA FÍSICA, QUÍMICA E GEOLÓGICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO 
 
 
HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS 
AROMÁTICOS NOS SEDIMENTOS DO 
ESTUÁRIO DA LAGUNA DOS PATOS - RS 
 
 
 
Oc. Leandro Hartleben Cordeiro 
 
Orientador: Prof. Dr. Paulo Baisch 
Co-orientador: Prof. Dr. Nicolai Mirlean 
 
 
Rio Grande, julho de 2003
 
 
 
 
 
i
Agradecimentos 
 
À ANP (Agência Nacional do Petróleo) não só pelo financiamento deste 
trabalho, mas pela oportunidade de participar do Programa de Recursos Humanos PRH-
027, trazendo possibilidades únicas e um grande aprendizado na área de meio ambiente 
e petróleo. 
Ao Laboratório de Oceanografia Geológica, tendo como representante o Prof. 
Gilberto Griep coordenador do laboratório e do Programa PRH/ANP 27. 
Ao meu orientador Prof Dr. Paulo Baisch pelo apoio e empenho em ultrapassar 
todas as dificuldades para atingirmos os objetivos deste trabalho 
Ao meu co-orientador Prof. Dr. Nicolai Mirlean pelos importantes 
esclarecimentos e conselhos. 
À Profa. Dra. Isabel Machado pelo fundamental apoio nos aspectos laboratoriais 
e logísticos. 
À Profa. Dra. Elina Caramão pela sua participação decisiva na realização das 
análises dessa dissertação. 
Ao pessoal do laboratório e colegas pelo companheirismo e solicitude. 
À minha esposa, filho, sogros e pais pelo apoio doméstico e motivação. 
 
 
 
ii
Resumo 
 
Os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) tem grande importância 
ambiental, devido a sua elevada toxicidade aos organismos, incluindo efeitos adversos à 
saúde humana, pois alguns compostos são carcinogênicos e mutagênicos. 
O presente trabalho apresenta o estudo da distribuição e nível de contaminação 
dos 16 HPAs classificados como poluentes prioritários em estudos ambientais 
(Naftaleno, Acenafteno, Acenaftileno, Antraceno, Fenantreno, Fluoreno, Fluoranteno, 
Pireno, Benzo(a)antraceno, Benzo(a)pireno, Benzo(b)fluoranteno, Benzo(k)fluoranteno, 
Criseno, Benzo(ghi)perileno, Dibenzo(a,h)anthraceno, Indeno(1,2,3-cd)pireno), 
indicando suas prováveis fontes e classificando-os conforme os principais critérios de 
qualidade dos sedimentos. 
As análises de HPAs foram realizadas por cromatografia gasosa, acoplada a um 
detector de massa. Foram analisadas 18 amostras de sedimentos superficiais, coletados 
em diversos ambientes da porção sul do estuário da Laguna dos Patos. 
As áreas estuarinas consideradas mais poluídas foram as do Superporto, Yacht 
Club, Coroa do Boi e norte do saco da Mangueira; enquanto que as regiões do saco do 
Mendanha, saco do Arraial e o sul do saco da Mangueira foram classificadas como não 
contaminadas. 
No estuário da Laguna dos Patos foi encontrada predominância de espécies de 
HPAs de alto peso molecular, indicando uma maior contribuição relativa de origens 
pirogênicas em relação aos aportes petrogênicos. Os resultados mostraram que as 
principais origens desses compostos na região estuarina são atribuídas aos processos 
pirolíticos de alta temperatura, que inclui compostos de origens industriais e queimas de 
combustíveis fósseis. 
As concentrações de HPAs por peso seco dos sedimentos do estuário foram 
consideradas baixas em relação a estudos anteriores, e em sua maior parte, não 
excederam os critérios de qualidade de sedimentos (NOAA e EC). Os valores dos HPAs 
normalizados pelos teores de carbono orgânico total indicaram um quadro ambiental 
muito diferente. Observou-se que todas as amostras que tiveram níveis detectáveis 
ultrapassaram em até algumas centenas de vezes o valor controle a partir do qual são 
 
 
 
iii
verificados efeitos adversos para a biota. 
Esses resultados demonstraram que apesar dos baixos valores brutos dos 
HPAs, há indicativos que esses contaminantes dos sedimentos podem causar efeitos 
tóxicos a espécies de organismos estuarinos e marinhos, especialmente para aqueles de 
hábitos bentônicos. 
A redução geral dos teores dos HPAs dos sedimentos foi causada pela 
metodologia utilizada, uma vez que foram análisados sedimentos com granulometria 
inferior a 0,5 mm e por efeitos naturais de diluição, determinados pelo aporte de 
sedimentos argilosos pobres em compostos orgânicos provenientes da bacia 
hidrográfica lagunar, em função das condições de alta pluviosidade nos períodos 
anteriores às coletas desse estudo. 
O procedimento de normalização dos teores de HPAs pelo carbono orgânico 
total aparece como uma importante ferramenta para o diagnóstico ambiental da região 
estuarina em relação a esses poluentes. 
 
Palavras Chave: Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos; fontes pirogênicas e 
petrogênicas; sedimentos do estuário da Laguna dos Patos 
 
 
 
iv 
Abstract 
 
The Polyciclic Aromatic Hydrocarbons (PAHs) have great environmental 
importance, their high level of toxicity to the organisms, including adverse effect to the 
human health due to the fact that some compounds are classified as cancerous and 
mutagens. 
The present work presents the study of the distribution and contamination level 
of 16 PAHs classified as priority pollutants in environmental studies (naphthalene, 
acenaphthene, acenaphthylene, anthracene, phenanthrene, fluorene, fluoranthene, 
pyrene, benz(a)anthracene, benzo(a)pyrene, benzo(b)fluoranthene, 
benzo(k)fluoranthene, chrysene, benzo(ghi)perylene, dibenz(a,h)anthracene, 
indeno(1,2,3-cd)pyrene), indicating its probable sources and classifying them as the 
main criteria of sediment quality. 
The analyses of HPAs were carried out by gas chromatography with a mass 
detector. Eighteen samples of superficial sediments were analyzed, collected in many 
different environments in the south area of the estuary of the Patos Lagoon. The 
estuarine areas considered more contaminated are in the Superporto, Yacht Club, Coroa 
do Boi and north of the Saco da Mangueira; while that regions of the Saco do 
Mendanha, Saco do Arraial and the south of the Saco da Mangueira are classified as not 
contaminated. 
The Patos Lagoon estuary it has a predominance of PAHs species with higher 
molecular weight, indicating a higher relative contribution of pyrogenic sources in 
relation to the petrogenics origins. These results show that the main origins of these 
composites in the estuarine region are attributed to the high temperature pyrogenic 
processes, which include composites of industrial source, fossil fuel use, incinerations 
and burning of materials. 
The concentration of PAHs for dry weight of sediments from the estuary had 
been considered low in relation to the previous studies, and in its majority, the criteria 
for the quality of sediments do not exceed (NOAA and EC). The values of normalized 
PAHs by total organic carbon indicate a very different environmental picture. It was 
 
 
 
v 
observed that all samples within detectable levels had exceeded the level control 
hundred of times from which can be verified adverse effect for biota. 
These results demonstrated that despite the low rude values of the PAHs, it 
indicates that these contaminants of the sediments can cause toxic effect in the species 
of estuarine and marine organisms, to those of benthonic habits. 
The general reduction in the PAHs sediment level were caused by 
themethodology used, once sediments with granulometry lower than 0,5 mm, through 
natural dilution effects, determinated by the runnof of argillaceous sediments poor in 
organic composites from the lagunar
hydrographical basin, due to the conditions of high 
pluviometric levels in the periods of the time before the collection for the present study. 
The normalization procedure of PAHs texts by total organic carbon is an 
important tool for the environmental in the estuarine region in relation to these 
pollutants. 
 
 
Key Words: Polyciclic aromatic hydrocarbons; pyrogenic and petrogenic 
sources; sediments. 
 
 
 
 
vi 
ÍNDICE 
 
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 0 
1.1 OBJETIVOS......................................................................................................................................... 3 
1.2 JUSTIFICATIVAS.................................................................................................................................. 4 
1.3 CARACTERIZAÇÃO DOS HIDROCARBONETOS...................................................................................... 10 
1.4 HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS - HPAS .................................................................. 12 
Caracterização dos HPAs................................................................................................................... 12 
Produção e Usos dos HPAs ................................................................................................................ 13 
HPAs nos Sistemas Ambientais ........................................................................................................... 14 
Efeitos dos HPAS nos Organismos...................................................................................................... 17 
1.5 ÁREA DE ESTUDO ............................................................................................................................. 21 
Fontes Potenciais de HPAs no Estuário .............................................................................................. 22 
2 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................ 27 
2.1 PONTOS DE COLETA ......................................................................................................................... 27 
2.2 COLETAS E PREPARAÇÃO DOS SEDIMENTOS ...................................................................................... 31 
2.3 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA ............................................................................................................ 33 
2.4 ANÁLISE DE CARBONO ORGÂNICO TOTAL ......................................................................................... 34 
2.5 EXTRAÇÃO DE HPAS DOS SEDIMENTOS............................................................................................. 35 
2.6 NORMALIZAÇÃO POR CARBONO ORGÂNICO TOTAL ........................................................................... 36 
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 37 
3.1 RESULTADOS GERAIS ....................................................................................................................... 37 
3.2 ANÁLISES DE HPAS.......................................................................................................................... 39 
3.3 NORMALIZAÇÃO POR CARBONO ORGÂNICO TOTAL ........................................................................... 60 
3.4 EVOLUÇÃO DOS NÍVEIS DE HPAS NO ESTUÁRIO ................................................................................ 64 
3.5 COMPARAÇÕES COM CRITÉRIOS AMBIENTAIS.................................................................................... 72 
3.6 INDICAÇÕES DA ORIGEM DOS HPAS.................................................................................................. 77 
4 CONCLUSÕES................................................................................................... 85 
5 RECOMENDAÇÕES ......................................................................................... 89 
BIBLIOGRAFIA....................................................................................................... 91 
ANEXOS.......................................................................................................................I 
 
 
 
vii 
ÍNDICE DE TABELAS 
 
 
 
Tabela 1: Características toxicológicas por efeitos crônicos de HPAs (Varanasi, 1989)................... 20 
Tabela 2: Referência, local, profundidade e data das coletas das amostras que compõe o estudo ... 28 
Tabela 3: Resultados das análises de pH, Eh, COT, e Granulometria.............................................. 37 
Tabela 4: Resultados das concentrações dos HPAs alvos nas amostras com níveis detectados. ....... 40 
Tabela 5: Concentrações de HPAs normalizados pelo COT (ng/g de COT)..................................... 62 
Tabela 6: Comparação com dados de estudos anteriores por pontos amostrais similares (ng/g)..... 65 
Tabela 7: Comparação dos dados de carbono orgânico com os estudos anteriores (%)................... 66 
Tabela 8: Comparação dos resultados com os trabalhos anteriores ................................................. 67 
Tabela 9: Comparação dos dados mundiais de HPAs totais expressos em ng/g de peso seco........... 70 
Tabela 10: Comparação dos dados aos critérios de qualidade dos sedimento da NOAA (ng/g)....... 72 
Tabela 11: Comparação dos resultados com os critérios da Agência de Meio Ambiente do Canadá 
(EC) (ng/g)................................................................................................................................. 73 
Tabela 12: Comparação com os critérios WAC, (1995) (ng/g de COT) ............................................ 75 
Tabela 13: Somatórios dos HPAs de origem piro e petrogênicas (ng/g)............................................ 78 
Tabela 14: Somatórios dos HPAs de origem piro e petrogênicas exetuando-se criseno e pireno (ng/g)
................................................................................................................................................... 79 
Tabela 15: Resultados da razão naftaleno/ fenantreno nas amostras L7 e L20 ................................ 80 
Tabela 16: Resultados das razões fluorantenos /pirenos ................................................................... 81 
Tabela 17: Relações fenantreno/antraceno........................................................................................ 83 
Tabela 18: Aplicação dos parâmetros de interpretação .................................................................... 83 
 
 
 
 
viii
ÍNDICE DE FIGURAS 
 
 
Figura 1: Aporte marinho de hidrocarbonetos relativo às atividades humanas (NRC 1985)............. 5 
Figura 2: Localização da área de trabalho ........................................................................................ 21 
Figura 3: Localização dos pontos de amostragem no estuário .......................................................... 29 
Figura 4: Localização das amostras com níveis detectáveis da HPAs no estuário ............................ 44 
Figura 5: Concentrações de naftaleno (ng/g) ..................................................................................... 45 
Figura 6: Concentrações de fenantreno (ng/g)................................................................................... 46 
Figura 7: Concentrações de antraceno (ng/g).................................................................................... 47 
Figura 8: Concentrações de fluorantenos (ng/g)................................................................................ 48 
Figura 9: Concentrações de pireno (ng/g).......................................................................................... 49 
Figura 10: Concentrações de benzo(a)antraceno (ng/g) ....................................................................
50 
Figura 11: Concentrações de criseno (ng/g)....................................................................................... 51 
Figura 12: Concentrações de benzo(b)fluoranteno (ng/g) ................................................................. 52 
Figura 13: Concentrações de benzo(k)fluoranteno (ng/g) ................................................................. 53 
Figura 14: Concentrações de benzo(a)pireno (ng/g).......................................................................... 54 
Figura 15: Concentrações de dibenzo(a)antraceno (ng/g) ................................................................. 55 
Figura 16: Concentrações de indeno(1,2,3-cd)pireno (ng/g).............................................................. 56 
Figura 17: Concentrações de benzo(ghi)perileno (ng/g) .................................................................... 57 
Figura 18: Amostras com níveis detectáveis relacionadas as concentrações dos compostos............. 58 
Figura 19: Resultados após normalização por carbono (ng/g de COT) ............................................ 62 
Figura 20: Relação entre fluoranteno e pireno.................................................................................. 82 
 
 
 
 
ix
ÍNDICE DE ANEXOS 
 
 
 
Anexo 1: Cromatogramas dos extratos dos sedimentos com resultados positivos para HPAs .......... II 
Anexo 2: Dados meteorlogicos para o período das amostragens....................................................VIII 
 
 
1 Introdução 
 
 
Elos de ligação entre as águas da drenagem continental com os mares, os 
estuários apresentam complexas interações sócio-ambientais de grande importância para 
o desenvolvimento. 
 
As atividades humanas são diversas nestas áreas estuarinas, onde contrastam 
atividades que exploram as riquezas ambientais, sobretudo a pesca e o turismo, com o 
desenvolvimento portuário, urbano e industrial. 
 
As atividades pesqueiras em estuários são favorecidas pelas características 
ecológicas únicas destas áreas, que proporcionam, basicamente, abrigo e alimento às 
espécies aquáticas, sendo reconhecidas áreas de criadouro para diversas espécies, 
inclusive espécies de grande importância econômica. Os estuários são também 
importantes áreas de recreação, onde se desenvolvem atividades turísticas, esportes, 
atividades náuticas e lazer. 
 
Por outro lado, as características portuárias estimularam as colonizações 
humanas favorecendo as atividades comerciais e a industrialização. Por conseqüência da 
complexidade de processos e da importância econômica, social e ambiental, as regiões 
estuarinas são alvos da atenção de pesquisadores das diversas áreas do conhecimento. 
 
O estuário da Laguna dos Patos é de vital importância no desenvolvimento 
regional, onde se concentram atividades industriais, portuárias e pesqueiras. A área 
estudada é a desembocadura de um dos maiores complexos lagunares do mundo, o 
sistema Patos-Mirim, que recebe a drenagem de mais da metade da área do estado do 
Rio Grande do Sul e parte da superfície do Uruguai, concentrando assim quase a 
totalidade das indústrias e a maioria dos centros urbanos do estado em sua área de 
drenagem de cerca de 201 626 km² (Asmus, 1997). 
 
 
 
 
1 
A importância econômica do estuário da Laguna dos Patos tende a aumentar, 
em razão de sua localização estratégica, levando em consideração que num raio de 500 
milhas marítimas (de Buenos Aires à Paranaguá) o Porto de Rio Grande é o ponto 
geográfico central e que oferece o maior calado para os navios operarem. Esses fatores 
credenciam o Porto de Rio Grande a se tornar o Porto do Mercosul, aumentando ainda 
mais sua importância regional e o volume de atividades ao redor do estuário. 
 
Estas possibilidades economicamente positivas podem se tornar aspectos 
ambientalmente, e até socialmente, negativos. O desenvolvimento econômico causa 
impactos ambientais, que por sua vez repercutem negativamente na sociedade, 
sobretudo nas populações mais carentes. 
 
Para o eficaz gerenciamento dos conflitos econômicos e ambientais é 
necessário, sobretudo, conhecer o ambiente, os processos naturais e antrópicos que 
interagem, tanto em esfera local, regional e até global. 
 
O preço social a ser pago pelas agressões ao meio ambiente vai muito além da 
poluição, da falta de pescado ou da degradação cênica, o principal aspecto negativo é a 
saúde pública que além do sofrimento, gera enormes gastos públicos com problemas 
que poderiam ser evitados com efetivas políticas ambientais e de saneamento. 
 
O conhecimento científico deve ser prático e acessível, direcionado para 
embasar os governos, empresários e comunidade em geral, alertando e concientizando 
para a importância da sustentabilidade ambiental como necessidade humana. 
 
Este importante trabalho de conscientização vem sendo desenvolvido através 
da adoção de normas de qualidade cada vez mais envolvidas nas questões de saúde e 
meio ambiente, seja pelos diversos protocolos e cartas de intenção assinadas pelos 
governos do planeta, pelo trabalho de ONGs, através da massificação de argumentos 
como o compromisso com as futuras gerações, entre outros. 
 
 
 
 
2 
Dentro deste propósito de conhecer mais para gerenciar melhor, este trabalho 
procura gerar informações básicas sobre a ocorrência de hidrocarbonetos nos 
sedimentos do estuário da laguna dos Patos, ao redor da cidade de Rio Grande. Poucos 
trabalhos anteriores analisaram as concentrações de hidrocarbonetos nos sedimentos 
deste estuário como parte de estudos mais abrangentes, por isto o conhecimento da 
ocorrência destes compostos na região ainda é incipiente. 
 
Com o apoio do Programa de Recursos Humanos ANP – FURG (PRH/ANP 
27) estão sendo desenvolvidos, em conjunto com este, outros trabalhos direcionados ao 
estudo ambiental das atividades relacionadas ao petróleo na Laguna dos Patos. 
 
Frente ao desafio de ampliar a atuação da FURG, a presente dissertação é um 
dos primeiros passos para monitorar e futuramente compreender os processos de 
contaminação por hidrocarbonetos e suas conseqüências sócio-ambientais na região. 
 
O presente estudo será realizado com os 16 HPAs que são classificados como 
poluentes prioritários em estudos de processos de contaminação pela Agência de 
Proteção Ambiental dos Estados Unidos (USEPA, 1989; USEPA, 1995), são eles: 
 
Naftaleno, Acenafteno, Acenaftileno, Antraceno, Fenantreno, Fluoreno, 
Fluoranteno, Pireno, Benzo(a)antraceno, Benzo(a)pireno, Benzo(b)fluoranteno, 
Benzo(k)fluoranteno, Criseno, Benzo(ghi)perileno, Dibenzo(a,h)anthraceno, 
Indeno(1,2,3-cd)pireno. 
 
 
 
3 
1.1 Objetivos 
 
 
1- Identificar e caracterizar a distribuição dos principais hidrocarbonetos 
policíclicos aromáticos presentes nos sedimentos da região estuaria da Laguna 
dos Patos. 
 
2- Estimar os níveis de poluição causados pelos hidrocarbonetos policíclicos 
aromáticos nos sedimentos estuarinos. 
 
3- Caracterizar as principais fontes dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos 
para os sedimentos da região estuarina da Laguna dos Patos. 
 
 
 
 
4 
1.2 Justificativas 
 
 
Inaugurando uma área da pesquisa científica ambiental de grande 
complexidade e elevados custos o presente foi trabalho foi um grande desafio para a 
equipe do Setor de Geoquímica do Laboratório de Oceanografia Geológica da FURG. 
Este grande passo rumo às pesquisas em Geoquímica Orgânica na área costeira só foi 
possível graças ao apoio da ANP. 
 
Fazendo parte da primeira turma do programa da FURG “Estudos Ambientais 
nas Áreas de Atuação da Indústria do Petróleo”, que por sua vez é vinculado no 
“Programa
de Recursos Humanos para o Setor de Petróleo e Gás” da Agência Nacional 
do Petróleo (PRH - ANP/MME/MCT) este estudo teve um caráter pioneiro na área 
estuarina da Laguna dos Patos, por estudar as concentrações de Hidrocarbonetos Poli-
Aromáticos nos sedimentos da região. 
 
Estuários são locais onde a água doce proveniente dos rios mistura-se com a 
água marinha dos oceanos, e estão entre os ambientes naturais mais produtivos da terra. 
Conforme a Agência de Proteção Ambiental Norte Americana (USEPA, 2001), os 
estuários são o único habitat para mais de 75% das espécies comerciais de peixes e 85% 
das esportivas nos EUA, além de serem locais preferidos para moradia, trabalho e 
turismo. 
 
Muitas, senão a maioria das investigações ambientais nos Estados Unidos são 
relacionados a contaminação por hidrocarbonetos de petróleo. Isto é devido em parte ao 
penetrante uso dos derivados de petróleo em toda a sociedade (Wait, 2000). 
 
A entrada dos hidrocarbonetos no ambiente marinho se dá de várias formas e 
apesar do enorme efeito pontual dos derrames de petróleo, as principais fontes, e que 
mais afetam a saúde humana e a biota, são os aportes difusos e crônicos. 
 
 
 
 
5 
 
A figura abaixo ilustra a contaminação marinha por hidrocarbonetos relativa às 
atividades humanas, conforme NRC (1985). 
 
Figura 1: Aporte marinho de hidrocarbonetos relativo às atividades humanas (NRC 1985) 
 
Estimando o aporte das atividades petrolíferas como um todo, a indústria do 
petróleo e as operações de transporte seriam somadas resultando um aporte de 14% do 
total. Parece pouco dada a dimensão de um grande derrame de óleo, porém estes 
sinistros são eventuais enquanto que os aportes urbano-industriais são difusos e 
crônicos, resultando em grande impacto destes contaminantes em áreas costeiras. 
 
Atualmente o volume de petróleo extraído é 30% maior que em 1985, nas 
águas norte americanas apenas 1% das descargas de óleo está relacionada a extração de 
petróleo, entretanto a quantidade de compostos voláteis é muito grande NRC (2003). 
 
De maneira indireta estes aportes crônicos tem íntima relação com a indústria 
petrolífera, afinal dentro de todas as formas de contaminação citadas existe importante 
contribuição pelo uso e manipulação de combustíveis fósseis e derivados petroquímicos. 
 
Esgotos e Drenagem Urbana
37%
Operações com Navios 33%
Acidentes com Petroleiros 12%
Trocas Atmosféricas 9%
Fontes Naturais 7%
Indústria do Petróleo 2%
 
 
 
 
6 
Os HPAs podem ser provenientes de fontes naturais e antrópicas, e são 
encontrados em quase todos os segmentos ambientais, na atmosfera, nos solos e 
sedimentos e nas águas. 
 
Os HPAs podem ser liberados para ao meio ambiente por fenômenos naturais 
como os incêndios de florestas e campos, nas erupções vulcânicas, na diagênese, na 
biosíntese de bactérias, algas e vegetais superiores, além de serem integrantes naturais 
do petróleo e no carvão (CNRC, 1983, Blumer and Youngblood, 1975; Blumer et al, 
1977). Contudo, essas fontes não ultrapassam 10 % das emissões totais (Bertrand-
Krajewski, 1998). As atividades antrópicas são as fontes mais importantes de produção 
de HPAs aos sistemas ambientais (Neff, 1979; NRC, 1983; CNRC, 1983; Bjørseth e 
Ramdhal, 1985; Slooff et al., 1989). 
 
As fontes mundiais mais importantes dos HPAs estão ligadas essencialmente 
ao emprego de combustíveis fósseis (Potelon, 1993), com destaque ao diesel, e 
secundariamente à queima de carvão (Ramade, 1992). Eles são formados 
principalmente sob condições de queima incompleta de combustíveis e materiais. O tipo 
e a quantidade de combustíveis, a temperatura e a duração da combustão e a 
disponibilidade do oxigênio são fatores que determinam a natureza e a importância dos 
HPAs formados (NRC, 1983). 
 
A liberação de partículas das substâncias betuminosas, da degradação dos 
pneus, a abrasão das vias asfaltadas; ou do setor de indústias petroquímicas, refinarias 
de petróleo e de oficinas mecânicas constituem outras fontes muito importantes para os 
aportes dos HPAs ao ambiente. Como a queima de combustíveis é dominantemente de 
origem automotiva, as fontes de HPAs estão associadas ao conjunto de zonas urbanas e 
peri-urbanas. 
 
Ainda que a distribuição e a importância de certas emissões de HPAs estejam 
ligadas à densidade da população humana (aquecimento doméstico, transporte, etc.), 
 
 
 
7 
outras emissões dependem da disponibilidade da energia (atividade industrial) ou a 
presença de recursos naturais (queimadas, usinas termoelétricas, etc.). 
 
As fontes de HPAs para os sistemas aquáticos e para os solos são muito 
diversificadas e compreendem os processos de dispersão de matérias betuminosas 
(Wan, 1991,.1993), os derrames de hidrocarbonetos acidentais, as precipitações 
atmosféricas, as atividades industriais (AMAI, 1986a, b; RDRC, 1987; Tecsult, 1989; 
Vandermeulen, 1989), os esgotos cloacais e os depósitos de lixo urbano (Jackson et al., 
1985; Van Coillie et al., 1990). 
 
Tendo em vista que os HPAs são componentes naturais do petróleo, o aumento 
da exploração e consumo do petróleo, induziu a um aumento dos aportes desses 
compostos ao ambiente, seja através dos derrames e acidentes com navios, ou pela 
manipulação e uso final dos subprodutos. Apenas no Canadá, os derrames de 
hidrocarbonetos provocam um aporte de HPAs de 76 t/a em diversos ambientes (CEPA, 
1996), dos quais 88% do número de casos ocorreram sobre a terra, e 12% na água 
(LGL, 1993). 
 
Os HPAs podem igualmente atingir as águas subterrâneas bem como as águas 
superficiais doces e marinhas por lixiviação através do solo, bem como por escoamento 
em superfície (Wakeham et al., 1980; Slooff et al., 1989; Wan, 1991; LGL, 1993). 
 
A importância do estudo da matéria orgânica policíclica está relacionada 
principalmente ao potencial danoso destes produtos para a saúde humana e ambiental. 
Os hidrocarbonetos aromáticos polinucleados estão entre os mais carcinogênicos, 
mutagênicos e tóxicos componentes encontrados em ambientes estuarinos (Kennish, 
1992), além disto são bons indicadores para caracterização da contaminação por 
petróleo porque são relativamente resistentes a degradação e são micropoluentes muito 
comuns. 
 
 
 
 
8 
Antes da década de 80 não tinham sido encontrados hidrocarbonetos aromáticos 
policíclicos como produtos de biossíntese (Neff, 1979), em 1985 o mesmo autor relatou 
que muitas moléculas orgânicas com anéis fundidos podem ser sintetizadas por 
organismos, mas que não eram HPAs devido a presença de outros substituintes, porém 
muitos compostos podem transformar-se facilmente nos HPAs correspondentes. 
 
Enquanto os compostos de baixo peso molecular, contendo 2 ou 3 anéis, tem 
significante toxicidade aguda e outros efeitos adversos, entre estes estão incluídos 
antracenos, fluorenos, naftalenos e fenantrenos, os compostos de alto peso molecular, 
com 4 a 7 anéis são demonstradamente carcinogênicos, mutagênicos ou teratogênicos 
para uma ampla variedade de organismos, que incluem invertebrados, peixes, anfíbios, 
aves e mamíferos (Onuska, 1989, Eisler, 1987 e USEPA, 1993). Entre os HPAs de alto 
peso molecular estão o benzo(a)fenantreno, 3-metilcolantreno, benzo(a)pireno e 
dibenzo(a,i)pireno. 
 
Apesar da bioacumulação não ser observada em humanos, vários HPAs são 
capazes de reagir diretamente ou após sofrerem transformações metabólicas, com o 
DNA, por isso se tornam potenciais carcinógenos e eficientes mutágenos, podendo ser 
absorvidos por inalação, por ingestão ou absorvidos pela pele (Annibal et al., 2000). 
Estes compostos são considerados pelos autores
uma ameaça potencial para a saúde 
humana. 
 
A investigação dos hidrocarbonetos nos sedimentos se justifica pelo fato de 
que o material de fundo apresenta maior estabilidade físico-química do que a água 
circundante, indicando um registro histórico devido aos processos de sedimentação e 
fornecendo índices de referência mais estáveis para monitoramento de aporte de 
hidrocarbonetos, que geralmente indicam a qualidade média das águas (Baisch, 1998). 
 
Em estudo de degradação do petróleo realizado por Bícego (1988) ficou claro 
que a persistência do óleo é bem maior em sedimentos do que em água, sendo que a 
 
 
 
9 
granulometria dos sedimentos é um fator muito importante para a acumulação e 
persistência dos hidrocarbonetos. 
 
O presente estudo se concentrou na área estuarina do município de Rio Grande, 
já que esta zona apresenta atividades diretamente ligadas à indústria do petróleo, a 
refinaria da Ipiranga e o terminal da Petrobrás, além das operações portuárias que 
também são atividades potencialmente poluidoras, sobretudo quando se trata de 
hidrocarbonetos. Alguns pontos foram eleitos em São José do Norte de modo que se 
obtivessem amostras de locais pouco alterados pelas atividades humanas. 
 
A cidade de Rio Grande apresenta a maior taxa de urbanização (96,1 %) da 
zona sul do Rio Grande do Sul (UCPel-ITEPA, 2001), assim, além das atividades da 
indústria petrolífera, a região sul do estuário possui grande concentração urbana e 
diversificado parque industrial, com indústrias de fertilizantes, pesqueiras, e de óleo 
vegetal, além do maior complexo Graneleiro da América Latina, que também são fontes 
de aportes de hidrocarbonetos. 
 
Como importantes fontes de contaminação devem ser ressaltados os emissários 
de esgotos urbanos, e demais atividades tais como marinas, estaleiros, postos de 
lavagem e abastecimento. 
 
 
 
 
 
10 
1.3 Caracterização dos Hidrocarbonetos 
 
 
Os hidrocarbonetos são produzidos bioquimicamente por diversos organismos e 
também são os principais compostos originados nos processos de formação do petróleo, 
somando mais que 75% do peso total (Neff, 1979). O petróleo é uma mistura complexa 
de hidrocarbonetos, são milhares de compostos orgânicos gasosos, líquidos e sólidos, 
constituídos de carbono e hidrogênio arranjados em linha, em ramificações e em anéis. 
A composição restante, no máximo 25%, apresenta oxigênio, enxofre e nitrogênio e 
metais como o vanádio, níquel, ferro, alumínio, sódio, cálcio, cobre e urânio. 
 
Em razão da predominância dos hidrocarbonetos na composição do petróleo, 
estes compostos orgânicos têm aplicação como indicadores de contaminação do 
petróleo cru e de seus subprodutos. Porém animais e vegetais também produzem 
hidrocarbonetos por biossíntese sendo que os HPAs podem ser gerados por causas 
naturais como incêndio de florestas ou outros processos físico-químicos sofridos pela 
matéria orgânica como a própia formação e combustão do petróleo, sendo também 
biossintetizados e/ou absorvidos do meio por animais e vegetais. Sendo assim os 
hidrocarbonetos do petróleo devem ser diferenciados dos denominados hidrocarbonetos 
biogênicos. 
 
Os hidrocarbonetos do petróleo compreendem os n-alcanos, isoalcanos, 
cicloalcanos e aromáticos e entre esses, os predominantes são os alcanos normais 
saturados e os alcanos com cadeia ramificada (Bícego, 1988). A composição relativa 
entre os compostos orgânicos é muito variável, sendo que esta combinação é uma 
característica individual de cada bacia petrolífera. 
 
Os alcanos, também chamados de parafinas, são principalmente cadeias retas (n-
alcanos), apresentando também cadeias ramificadas (isoalcanos), apenas com ligações 
simples. Tanto organismos marinhos como terrestres, sintetizam n-alcanos que são os 
 
 
 
11 
compostos predominantes nos hidrocarbonetos biogênicos, sobretudo formando cadeias 
com números ímpares de carbono (Bícego, 1988). 
 
Os cicloalcanos, conhecidos também por cicloparafinas e naftenos são 
formados por anéis de carbono e hidrogênio, e assim como os alcanos possuem apenas 
ligações simples entre átomos de carbono do anel. 
 
Os processos de refinamento, craqueamento, separam frações dos compostos 
citados acima com pontos de ebulição mais restritos e formam outros hidrocarbonetos, 
que passam a ter importância na composição de produtos refinados, como o GLP, o óleo 
diesel a gasolina e os lubrificantes. O craqueamento dá origem a alcenos e cicloalcenos, 
muito abundantes na gasolina (Bícego, 1988). 
 
Os alcenos, ou olefinas, são cadeias abertas que possuem pelo menos uma 
ligação dupla entre carbonos, são representantes comuns dos hidrocarbonetos 
biogênicos. Os alcinos tem as mesmas particularidades dos alcenos, apenas diferindo 
por que possuem pelo menos uma ligação tripla entre carbonos. 
 
Os alcanos, alcenos e alcinos são chamados coletivamente de hidrocarbonetos 
alifáticos, o primeiro é dito saturado por só conter ligações simples entre carbonos e os 
dois últimos são insaturados, por conterem pelo menos 1 ligação dupla e tripla, 
respectivamente. 
 
Os Aromáticos apresentam uma cadeia de seis átomos de carbono arranjados 
de forma hexagonal formando o anel benzênico, neste grupo estão o benzeno, os 
alquilbenzenos e os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs), que são alvo do 
presente trabalho. 
 
 
 
12 
1.4 Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos - HPAs 
 
Caracterização dos HPAs 
 
Os HPAs raramente excedem 40% da composição do petróleo, são também 
conhecidos como hidrocarbonetos aromáticos polinucleados ou ainda matéria orgânica 
policíclica, têm seus átomos de hidrogênio e carbono arranjados em forma de dois ou 
mais anéis benzênicos fundidos em arranjos lineares, angulares ou agrupados, que 
podem apresentar substituições em um ou mais anéis por uma larga gama de funções 
químicas. 
 
Os HPAs constituem uma categoria de produtos químicos que compreende 
mais de uma centena de compostos distintos. Os compostos heterocíclicos contidos no 
óleo cru contém a maioria do oxigênio, nitrogênio e o enxofre encontrados no petróleo. 
Concentrações de até 2% de oxigênio, e 5% de enxofre e entre 0,05 a 0,8% de 
nitrogênio. 
 
Eles são divididos em duas categorias: os compostos de pequena massa 
molecular formada com menos de quatro anéis como o naftaleno e o antraceno; e os 
compostos de massa molecular elevada, constituidos por quatro ou mais anéis como o 
benzo(a)pireno e o indeno(1,2,3-cd)perileno. Os compostos conhecidos como derivados 
de HPAs, compreendem o grupo que têm um radical alquil ou outro ligado a um anel 
aromático. 
 
Os anéis aromáticos podem unir-se com outros tipos de anéis, como os 
constituídos por 5 átomos de carbono ou anéis que contém átomos de oxigênio, 
nitrogênio ou enxofre no lugar do carbono. Esses últimos compostos são conhecidos 
compostos aromáticos heterocíclicos ou heteroaromáticos. 
 
Em termos químicos, os HPAs integram o grupo dos hidrocarbonetos 
aromáticos, contudo eles constituem um grupo à parte em relação a elevada toxicidade 
 
 
 
13 
para organismos e ao homem, mesmo em doses muito reduzidas. Ademais, os HPAs 
também se distinguem em relação aos demais hidrocarbonetos por suas razões C/H 
muito elevadas. 
 
As propriedades físicas dos HPAs variam de acordo com a sua massa 
molecular e a sua estrutura. Exceto no caso do naftaleno e seus compostos alquilados 
que são relativamente solúveis em água, os demais HPAs têm suas solubilidades muito 
baixas e as suas tensões de vapor, de fracas a moderadamente elevadas. 
 
Em geral a solubilidade decresce com o aumento
do peso molecular, 
determinando que os HPAs tenham uma forte ligação com o material particulado, e uma 
tendência de acúmulo nos sedimentos dos sistemas aquáticos. A solubilidade depende 
não apenas da natureza do composto, mas também de fatores como a temperatura, força 
iônica, pH, concentração de material em suspensão e da matéria orgânica dissolvida. 
 
Os seus coeficientes de divisão octanol/água (Kow) são relativamente 
elevados, o que denota um importante potencial de adsorsão sobre as matérias 
particuladas em suspensão no ar e a água, bem como um forte potencial de 
bioconcentração nos organismos (CNRC, 1983; Slooff et al., 1989). 
 
Produção e Usos dos HPAs 
 
A maior parte dos HPAs puros não têm aplicações técnicas muito importantes, 
salvo o naftaleno e o antraceno (CEPA, 1996). Não obstante, são muito utilizados 
indiretamente, uma vez que estão presentes nas substâncias asfálticas e betuminosas 
empregadas na impermeabilização e proteção de superfícies de estruturas, na 
conservação da madeira, em produtos pecuários, entre outras. 
 
Poucos HPAs são produzidos para uso comercial; estes incluem naftaleno, 
fluoreno, antraceno, fenantreno, fluoranteno e pireno (Franck & Stadelhofer, 1987). Os 
HPAs são utilizados principalmente na fabricação de corantes, explosivos, nas sínteses 
 
 
 
14 
químicas e na produção de fibras sintéticas e plásticos. O antraceno é empregado na 
produção de antraquinona, uma importante matéria prima para a fabricação de corantes 
rápidos. O naftaleno é muito empregado na produção de naftalina, sendo usado como 
repelente de traças. Nos EUA, Japão e Canadá cerca de 70% desse HPA é destinado a 
esse fim industrial. (SRI, 1985; CEPA, 1996). 
 
HPAs nos Sistemas Ambientais 
 
A atmosfera é o principal meio de transporte dos HPAs (Suess, 1976; Bjørseth et 
al., 1979), pois associam-se principalmente ao material particulado atmosférico, bem 
que estejam também presentes na fase vapor (Pupp et al., 1974; Pierce & Katz, 1975; 
Miguel & Friedlander, 1978; van Vaeck & van Cauwenberghe, 1978; Neff, 1979; 
CNRC, 1983; Bjørseth & Ramdhal, 1985; Slooff et al., 1989). 
 
Os HPAs associados as partículas atmosféricas podem ser transportadas por 
grandes distâncias (Lunde & Bjørseth, 1977; Neff, 1979; CNRC, 1983) antes de ser 
eliminados da atmosfera pela precipitação seca ou úmida, passando assim as águas ou 
ao solo, ou por transformações químicas e fotoquímicas (Neff, 1979; CNRC, 1983; Van 
Noort e Wondergem, 1985; Ligocki et al., 1985). 
 
Além dos depósitos diretos ao solo, os HPAs podem ser depositados ou 
absorvidos pela vegetação, que ao se decomporem incorporam aos solos os 
hidrocarbonetos fixados (Eisler, 1987). 
 
As reações de oxidação e de hidroxilação produzidas pela participação do ozônio 
e ativadas pela luz solar são os dois mecanismos mais importantes para a transformação 
dos HPAs na atmosfera (Lyman et al., 1982; CNRC, 1983; Slooff et al., 1989). 
 
Os HPAs na coluna de água são associados geralmente ao material particulado 
em suspensão (Harrison et al., 1975; Wakeham et al., 1980; Germain e Langlois, 1988). 
Os principais os processos que governam a evolução dos HPAs nas águas são a 
 
 
 
15 
volatilização, a fotólise, a hidrólise, a biodegradação, a adsorção sobre o material em 
suspensão e, por último, a sedimentação (CNRC, 1983; Eisler, 1987, Slooff et al., 
1989). A taxa de volatilização depende das condições atmosféricas, os movimentos da 
água e a massa molecular dos compostos (CNRC, 1983; Slooff et al. 1989). 
 
Os HPAs de pequena massa molecular podem ser volatilizados a partir da água 
dos sistemas naturais, como indicam as meias-vidas de volatilização da naftaleno de 0,4 
a 3,2 h (Slooff et al., 1989; Southworth, 1979) e a antraceno de 17 h, (Southworth, 
1979). No entanto, os HPAs de massa molecular elevada, tal como o pireno, chegam a 
ter meias-vidas de volatilização de 3,2 anos (Southworth, 1979; Lyman et al., 1982). 
 
Em relação a outros compostos orgânicos, a biodegradação dos HPAs é 
particularmente difícil, ocorrendo sucessivamente de um anel benzênico a outro, e se 
processa principalmente em condições aeróbias, podendo ocorrer em condições 
anaeróbias através de sulfato-redução (Coates et al.,1997). Esse fato limita a utilização 
de processos biológicos para a degradação dos HPAs (Lallemand-Barres, 1995), 
contudo alguns fungos tem apresentado boa capacidade de degradação desses 
compostos (Mougin, 1999). 
 
Em relação a persistência na água, em condições aeróbias as meias-vidas variam 
de 0,5 para 20 dias para os HPAs de pequena massa, como a naftaleno, e de 0,6 para 5,2 
anos para os de grande massa molecular, como o pireno, (USEPA, 1990; CEPA, 1996). 
Observa-se também reações de foto-oxidação na água, com meias-vidas de 8,6 dias à 
1,2 ano para o Benzo(a)pireno (Smith et al., 1978) e de 0,1 para 4,4 anos para o 
antraceno (Radding et al., 1976). 
 
Para a maior parte dos HPAs contidos na coluna de água, a sedimentação 
constitui-se no principal mecanismo de eliminação (CNRC, 1983). Os sedimentos são 
os depositários ambientais finais para a maior parte dos HPAs, onde se processam 
modificações químicas e bioquímicas muito lentas (Payne et al., 1988; Vandermeulen, 
1989). 
 
 
 
16 
 
Os valores da meia-vida resultantes da biodegradação dos HPAs ligados a 
sedimentos dependem das condições de oxi-redução, mas estão compreendidos entre 0,3 
e 129 dias para a naftaleno e entre 0,3 e 58 anos para o Benzo(a)pireno (Herbes e 
Schwall, 1978; Bulman et al., 1985; IPCS, 1998; Delfino & Miles, 1985; Nielsen & 
Christensen, 1994). 
 
Estudos mostram que a velocidade de degradação nos sedimentos é mais elevada 
em condições aeróbias e denitrificantes, em especial quando micro-organismos 
adaptados são utilizados (Delfino & Miles, 1985; Nielsen & Christensen, 1994). 
 
Os HPAs reconhecidos como muito tóxicos e cancerígenos, tal como o 
benzo(a)pireno, são muito pouco solúveis em água, portanto se fixam muito facilmente 
nas partículas em suspensão dos sistemas aquáticos, e por sua sedimentação vão se 
concentrar nos sedimentos de fundo (Potelon, 1993). Desta forma, os HPAs tem forte 
afinidade com a carga em suspensão dos rios, lagunas, lagos e mares, especialmente 
pela matéria orgânica de composição húmica e fúlvica (Chorover et al., 1998; Kogel-
Knabner & Totsche, 1998). 
 
Devido a grande persistência boa parte dos HPAs é considerada estável nos 
sedimentos. No entanto, os sedimentos podem ser colocados parcialmente em suspensão 
e os HPAs podem ser seguidamente transferidos para outros sítios através de processos 
de transporte hidrosedimentar (Windsor e Hites, 1979; Larsen et al., 1986). 
 
A granulometria dos sedimentos é um fator muito importante para a acumulação 
e persistência dos hidrocarbonetos, os sedimentos mais ricos em frações finas 
(silte+argila) são geralmente os mais ricos em HPAs. Quando a granulometria excede 
80% de areia, não propicia ligações com hidrocarbonetos, mesmo em áreas de entrada 
contínua de contaminantes (Zanardi, 1996). 
 
 
 
 
17 
Os HPAs são eliminados dos solos sobretudo por volatilização e pela atividade 
microbiana; a importância dessas etapas depende de vários fatores como a temperatura, 
o tipo de solo, a presença de outros poluentes e o nível de contaminação (Beak, 1981; 
Bulman et al., 1985; APCE, 1988; ASTDR, 1990b; Cooper, 1991; Wild et al., 1991). 
 
Os compostos policíclicos de pequena massa molecular volatilizam mais 
rapidamente que HPAs de massa molecular elevada (Slooff et al., 1989; Wild & Jones, 
1993). As meias-vidas de biodegradação no solo são muito variáveis,
como para o 
antraceno de 170 dias (Herbes & Schwall, 1978) à 8 anos (Wild et al., 1991); o 
fenantreno de 2,5 dias (Sims & Overcash, 1983) à 5,7 anos (Wild et al., 1991), e o 
Benzo(a)pireno de 0,3 até 58 anos (Herbes e Schwall, 1978; Wild et al., 1991). 
 
A contaminação das águas subterrâneas por HPAs ocorre na seqüência da 
lixiviação dos solos e sedimentos contaminados, sobretudo quando os HPAs são 
acompanhados de solventes orgânicos móveis (Bedient et al., 1984; Slooff et al., 1989). 
 
Efeitos dos HPAS nos Organismos 
 
Os HPAs de elevado peso molecular incluem alguns dos compostos mais 
carcinogênicos conhecidos pelo homem (ECE, 1997). Muitos HPAs, e seus produtos de 
degradação tem sido indicados por terem capacidade de gerarem diferentes tipos de 
tumores (Eisler, 1987). A presença de substituições alquiladas nas moléculas dos HPAs 
aumenta a capacidade tóxica (CEPA, 1996). 
 
Em geral os HPAs de baixo peso molecular, com 2 ou 3 anéis benzênicos, tal 
como o antraceno, fluoreno, naftaleno e fenantreno, não são classificados como 
carcinogênicos ao homem, mas apresentam significante toxicidade e outros efeitos 
adversos aos organismos. Os compostos de alto peso molecular, com mais do que 4 
anéis, como o benzo(a)fenantreno, benzo(a)pireno e dibenzo(a,i)pireno, são na maior 
parte considerados carcinogênicos (Upshall et al., 1992; Heath et al., 1993), por vezes 
são mutagênicos ou teratogênicos, para uma ampla variedade de organismos, que 
 
 
 
18 
incluem invertebrados, peixes, anfíbios, aves, mamíferos e o homem (Eisler, 1987, 
USEPA, 1993). 
 
O caráter lipofílico dos HPAs lhes conferem uma grande facilidade de passar 
pelas membranas celulares, permitindo o acúmulo em diferentes tecidos. Os HPAs são 
metabolizados em compostos mais hidrosolúveis o que facilita a eliminação. A 
semelhança estrutural entre as diferentes espécies de HPAs é a causa da similaridade 
dos processos metabólicos. A maior parte dos HPAs são excretados pelo sistema 
digestivo e pelos rins (ECE, 1997). 
 
Parte da elevada toxidade dos HPAs refere-se à capacidade de se acumularem 
em uma variedade muito grande de espécies de organismos. Os Fatores de 
bioconcentração (FBc) são compreendidos entre 4 e 7.800 foram assinalados para 
diversos HPA em algas unicelulares (Lu et al., 1977; Dobrowsky & Epifanio, 1980; 
Casserly et al., 1983; Mailhot, 1987). Contudo esse processo é lento e por vezes 
imcompleto, pois 10 à 37 % do Benzo(a)pireno pode ser oxidado por algas verdes 
(Warshawsky et al., 1983). 
 
No caso dos invertebrados aquáticos, como os cladóceros (Daphnia pulex) os 
FBc são compreendidos entre 131 para a naftaleno e 10.109 para o benzo(a)antraceno 
(Southworth et al., 1978). Vários invertebrados bioconcentram HPAs que provêm dos 
sedimentos, sobretudo quando os teores forem elevados (Eadie et al., 1983; Pruell et al., 
1986). 
 
A velocidade de eliminação dos HPAs nos invertebrados aquáticos é muito 
menor do que as taxas de adsorção (CNRC, 1983), o que explica a longa meia-vida dos 
HPAs nos invertebrados (CEPA, 1996). Por exemplo, em pelecípodes as meias-vidas de 
purificação para o Benzo(a)pireno, o benzo(a)antraceno e o fluoranteno eram 15, 18 e 
30 dias, respectivamente (Pruell et al., 1986). Trabalhos mostram que o FBc para 
algumas espécies de peixes são compreendidos entre 23 para o Naftaleno e 675 para o 
Antraceno (Spacie et al., 1983; Linder e Bergman, 1984; Solbakken et al., 1984). 
 
 
 
19 
 
Além da bioconcentração direta da água, pode haver absorção a partir dos 
alimentos (Malins et al., 1984). No entanto, a biomagnificação dos HPAs nas cadeias 
alimentares aquáticas não é complexa, já que a eliminação de HPAs e os seus 
metabólitos é relativamente rápida nos peixes (EAG, 1990). 
 
As plantas absorvem mais HPAs da atmosfera que do solo, por conseguinte, as 
plantas de folhas largas contêm geralmente mais HPAs que as de folhas estreitas 
(Edwards, 1983). A superfície externa das plantas, como o invólucro dos frutos, contém 
mais HPAs que as estruturas internas. Após a absorção, há pouca transferência ou 
deslocamento de HPAs ao interior da planta (Edwards, 1986). 
 
Numerosos estudos com mamíferos em laboratório revelam que diversos HPAs 
tem atividade carcinogênica, principalmente pela exposição dérmica e por via 
respiratória (ATSDR, 1990a, ATSDR, 1990b; CIRC, 1983; Santodonato et al., 1981). 
 
Além da atividade carcinogênica são verificados outros efeitos não neoplásicos 
destes compostos sobre animais de laboratório, especialmente ligados a modificações da 
proliferação de tecidos, como da medula óssea, dos órgãos linfáticos, das gônadas e do 
epitélio intestinal (Santodonato et al., 1981; ATSDR, 1990a; ATSDR, b). 
 
Os efeitos cancerígenos dos HPAs no homem, especialmente em relação ao 
benzo(a)pireno, estão bem estabelecidos. A presença desses compostos como 
contaminantes atmosféricos está relacionada com o incremento do risco de desenvolver 
cancer de pulmão (Bruske-Hohlfeld et al., 2000). Por outro lado, está comprovada a 
relação entre câncer de pulmão e a proximidade de indústrias emissoras de HPAs 
(Henderson, 1975). 
 
A tabela abaixo ilustra os efeitos biológicos crônicos conhecidos de alguns 
HPAs. 
 
 
 
 
20 
Tabela 1: Características toxicológicas por efeitos crônicos de HPAs (Varanasi, 1989) 
Composto Carcinogênese Genotoxicidade Outros efeitos 
Naftaleno - - - 
Fenantreno -/? - - 
Acenaftileno -/? + - 
Antraceno - - - 
Fluoreno - - - 
Benz(a)antraceno + + - 
Criseno + + - 
Fluoranteno +/? + - 
Pireno -/? + - 
Benzo(a)pireno + + 
Embriotóxico, 
Teratogênico 
Dibenz(a,h)antraceno + + - 
Perileno -/? + - 
Indeno(1,2,3-c,d)pirene + + - 
 
A simbologia utilizada indica para os hífens (-) que não foi encontrado o efeito 
listado, o ponto de exclamação (?) indica que ainda não há consenso sobre o efeito e o 
símbolo de mais (+) indica que já foi encontrada, para o composto o efeito listado. 
 
Os HPAs podem produzir alteração no DNA dos fetos. Isso é demonstrado en 
filhos de mães expostas a poluição atmosférica industrial e doméstica com HPAs 
(Whyatt et al., 2000). Além disso, os recém nascidos mostraram uma significativa 
diminuição do tamanho, do peso e do perímetro do crânio (Perera et al., 1998) 
 
 
 
 
21 
1.5 Área de Estudo 
 
 
A área de estudo é o estuário da Laguna dos Patos, no sul do estado do Rio 
Grande do Sul, mais precisamente na região estuarina que margeia a cidade de Rio 
Grande. A laguna dos Patos tem uma área de 10.360 Km², com extensão média de 250 
Km, largura de 38 Km e 4,2 m de profundidade (Mata & Möller, 1993). 
 
Figura 2: Localização da área de trabalho 
 
 
 
 
22 
Esta laguna é responsável pela maior parte da vazão hídrica do estado do Rio 
Grande do Sul para o Oceano Atlântico drenando uma área de cerca de 200 000 Km², 
recebendo águas de todas as bacias afluentes da Laguna dos Patos e das bacias da Lagoa 
Mirim através do Canal São Gonçalo, incluindo parte do Uruguai. Esta ampla drenagem 
abrange toda a região metropolina de Porto Alegre onde se concentram os maiores 
complexos industriais do estado e a maior concentração populacional. 
 
A região estuarina da Laguna dos Patos se estende desde a desembocadura da 
laguna até a ilha da Feitoria, embora a mistura de águas marinhas e continentais, que 
caracteriza os estuários, conforme o regime hídrico pode ocorrer até na plataforma 
adjacente, fora da laguna. 
 
Fontes Potenciais de HPAs no Estuário 
 
Apesar de não existirem estudos aprofundados e específicos, pode-se constatar 
que na região estuarina existem algumas
fontes antrópicas potenciais de hidrocarbonetos 
policíclicos aromáticos. 
 
No estuário processam-se atividades muito diversas relacionadas ao transporte 
e estocagem do petróleo, e como os HPAs estão naturalmente presentes no petróleo e 
seus derivados, essas atividades constituem-se em uma das importantes fontes 
potenciais de HPAS para essa região. Referentes a esse aspecto podem ser citadas as 
atividades de transporte do petróleo e derivados pelos navios, as atividades de carga e 
descarga através do terminal de petróleo da Petrobras, os derrames acidentais dentro da 
região estuarina e o descarte de resíduos oleosos dos navios e das atividades ligadas ao 
setor portuário. 
 
Por outro lado, destacam-se no estuário fontes clássicas de HPAs, tendo em 
vista que, atualmente é conhecido que esses compostos são, em sua maior parte, 
derivados da queima de produtos e combustíveis. Na região estuarina encontram-se uma 
série de assentamentos industriais que fazem uso da queima de diversos materiais 
 
 
 
23 
(madeira, casca de arroz, etc.) e de combustíveis fósseis para as suas necessidades 
energéticas. 
 
Além disso, somam-se as fontes móveis e variáveis da queima de combustível 
pelos veículos, e principalmente de caminhões e navios ligados às atividades portuárias, 
uma vez que utilizam óleo diesel e óleo pesado, que se destacam entre os combustíveis 
derivados do petróleo, por apresentarem uma maior concentração de HPAs. 
 
As fontes industriais também são classificadas como importantes na medida 
que opera na região estuarina uma Refinaria de Petróleo. O procedimento de refino, 
craqueamento do petróleo, e a queima de gases efluentes são fontes de HPAs desse setor 
industrial reconhecidas no mundo inteiro. Outro setor que poderá representar uma fonte 
potencial adicional de HPAs, porém de menor intensidade, é o integrado pelo parque 
industrial do setor de Fertilizantes da cidade de Rio Grande. 
 
As fontes já citadas devem ser incluídas as fontes de natureza difusa e 
irregular, mas que podem ter grande importância para os aportes de HPAs locais. Cita-
se a queima de vegetação, queima de lixo, resíduos de postos de abastecimento e de 
oficinas, entre outros. Essas fontes tendem a atingir as águas e os sedimentos do estuário 
principalmente através dos esgotos pluviais e cloacais. 
 
Somam-se a essas fontes locais, os aportes alóctones provenientes dos centros 
urbanos e industriais do Estado do Rio Grande do Sul, que se encontram instalados na 
bacia hidrográfica da Laguna dos Patos. Entre esses se destacam os centros industriais e 
urbanos da grande Porto Alegre, o Polo Petroquímico de Triunfo, a Refinaria de 
Petróleo Alberto Pasqualini, a mineração do Carvão, entre muitos outros. 
 
Visto que se associam ao material em suspensão dos sistemas aquáticos, os 
HPAs podem atingir a região estuarina através do transporte sedimentar, acumulando-se 
nos sedimentos de fundo em razão dos processos de sedimentação que se processam 
nessa região. No entanto, essa fonte deve ser pouco significativa para a região estuarina, 
 
 
 
24 
pois a rede hidrográfica da Laguna dos Patos drena grandes áreas desprovidas de 
assentamentos industriais e de muito baixa densidade urbana. 
 
Apesar de não existirem estudos completos sobre a distribuição e origem dos 
hidrocarbonetos nos sedimentos do estuário do Rio Grande, existem indicativos 
indiretos da existência de grandes concentrações. Alguns trabalhos mostram que os 
sedimentos de determinados setores estuarinos apresentam teores elevados em óleos e 
graxas, notadamente na região do Porto Novo, Canal de Acesso e Superporto (Baisch, 
2000c; Baisch, 2000d; Baisch, 2000e; Baisch e Mirlean, 2002). 
 
Esse mesmo quadro é verificado para as águas, pois se verifica que as águas do 
estuário em especial da região portuária apresentam elevados teores em óleos e graxas. 
A poluição orgânica das águas é apontada por muitos trabalhos (Kantin, 1983; Almeida 
et al,. 1984; Niencheski e Baumgarten, 1997; entre outros). 
 
Contudo, em outro estudo realizado em conseqüência de um pequeno derrame 
de óleo (Baisch, 2000d) não foram encontrados teores considerados elevados em 
Hidrocarbonetos Totais de Petróleo (HTP) nos sedimentos e nas águas da região afetada 
do Superporto, especialmente porque se trata de uma zona portuária, industrial e urbana, 
onde inúmeras outras atividades podem produzir efluentes contendo hidrocarbonetos. 
 
É muito provável que a intensa dinâmica hidrofísica e hidrosedimentar 
resultante da descarga hídrica da bacia hidrográfica e do intenso regime de ventos, seja 
um fator decisivo para a dispersão desses contaminates. 
 
No que se refere ao estudo dos HPAs nos sedimentos do estuário da Laguna 
dos Patos, pode-se referir apenas os trabalhos de Zamboni (2000); Baisch (2000a); 
Baisch et al., (2000). 
 
 
 
 
25 
O estudo de Baisch (2000d) com 23 espécies de HPAs nos sedimentos dos 
canais de navegação do Porto de Rio Grande, mostrou que esses compostos 
apresentaram teores muito variáveis. 
 
O perileno foi o composto de maior concentração média (65,02 ng/g), seguido 
pelo antraceno com 18,92 ng/g e dos metilfenantrenos com 16,50 ng/g, enquanto que as 
demais espécies de HPAs apresentaram valores significativamente mais reduzidos. As 
espécies que apresentam os teores mais reduzidos foram o naftaleno, acenaftileno, 
acenafteno, e o dibenzo(ah)antraceno. 
 
Constatou-se a existência de uma tendência geral de diminuição da 
concentração para a maior parte dos HPAs do Porto Novo até o canal dos Molhes. 
Contudo o Acenaftleno, Fluoreno, Bifenil, Acenafteno, apresentaram comportamento 
diferenciado, mostrando teores mais elevados na zona intermediária e final do 
Superporto. 
 
Esse trabalho concluiu que nenhuma das espécies dos HPAs investigados pode, 
individualmente, representar um elevado nível de contaminação dos sedimentos, pois 
são muito inferiores aos valores de controle considerados. 
 
Destaca-se também que o Perileno não é admitido no grupo dos contaminantes 
prioritários (USEPA, 1993) por ser o principal HPA de origem natural, e assim não foi 
examinado pelo presente trabalho de dissertação. 
 
Contudo o estudo de Zamboni (2000) mostrou que os sedimentos das zonas 
marginais lagunares considerados impactados, apresentam, para algumas espécies de 
HPAs, teores dezenas de vezes maiores do que os sedimentos dos canais de navegação 
(Baisch, 2000d) 
 
 
 
 
26 
As diferenças mais intensas foram encontradas para o benzo(a)antraceno, 
benzo(k)fluorantreno, acenaftileno, 2,3,5 trimetilnaftaleno; acenafteno; fluorantreno e 
pireno. 
 
Baisch et al., (2000) destacam as diferenças muito significativas entre os 
sedimentos dos fundo dos canais em relação as zonas marginais rasas próximas da 
cidade de Rio Grande. As espécies mais concentradas nos sedimentos marginais foram 
o fluoranteno e o benzo(k)fluoranteno. 
 
Os pontos considerados mais contaminados foram encontrados no Porto Velho, 
e dois pontos dentro do Saco da Mangueira, o primeiro do lado direito de sua 
desembocadura, e o segundo perto da distribuidora de combustíveis nas imediações da 
desembocadura do canal de escoamento pluvial. 
 
No Porto Velho os teores de naftaleno, acenaftileno, antraceno ultrapassam os 
teores de referência, enquanto que nos dois pontos dentro do saco da mangueira os 
teores de referência utilizados foram ultrapassados pelo benzo(a)antraceno, criseno e 
benzo(a)pireno 
 
 
 
 
27 
2 Material e Métodos 
 
2.1 Pontos de Coleta 
 
Os pontos de coleta foram distribuídos entre locais tidos como pristinos, ou 
seja,
distantes de prováveis aportes antropogênicos, outros são pontos localizados em 
áreas estuarinas sujeitas a interferência humana. Alguns locais indicados como 
provavelmente contaminados por estudos anteriores (Almeida et al., 1993) e/ou que 
tiveram os sedimentos analisados para HPAs totais por Zamboni (2000) e Baisch 
(2000a). 
 
Entre as amostras enviadas para análise, 13 foram coletadas em áreas rasas, 
com profundidades variando de 0,4 a 1,7 m. Outras seis em locais mais profundos, 3 no 
canal de navegação entre 10 e 12 m, e 3 próximas dos terminais portuários entre 4 e 6 
m. As campanhas de campo foram feitas em três épocas distintas começando em julho 
de 2001 depois em maio de 2002 e por fim em julho de 2002. A tabela 2 e a figura 3, 
apresentadas adiante listam e ilustram estas informações. 
 
 
 
 
28 
Tabela 2: Referência, local, profundidade e data das coletas das amostras que compõe o estudo 
Amostra Local Profundidade (m) Data de coleta 
L1 Ilha dos Marinheiros- Marismas 0,5 07/2001 
L3 Ilha dos Ovos - Marismas 0,4 07/2001 
L4 Ilha dos Ovos - Ruppia 1,0 07/2001 
L5 Yacth Club 1,5 07/2001 
L7 Emissário/01 1,2 07/2001 
L10 Canal defronte Coroa do Boi 12,0 05/2002 
L11 Canal defronte Cocuruto 11,0 05/2002 
L12 Pier do Terminal de Petroleiros 4,0 05/2002 
L13 Canal defronte TECON 10,0 05/2002 
L14 Pier do Terminal de Trigo e Soja 6,0 05/2002 
L16 Pier do Terminal Petroquímico 4,0 05/2002 
L17 Emissário/02 1,3 07/2002 
L19 Refinaria Ipiranga 1,0 07/2002 
L20 Vila dos Navegantes 1,5 07/2002 
L21 Maxi Atacado 1,0 07/2002 
L22 Condomínio Maria Carmen 1,2 07/2002 
L24 Sul do Saco da Mangueira 0,9 07/2002 
L25 Fertilizantes Manah 0,7 07/2002 
 
 
As amostras L1, L3 e L4 foram coletadas em locais relativamente distantes das 
atividades antropogênicas, sobretudo as amostras L3 e L4 obtidas próximas a Ilha dos 
Ovos a NE da cidade de Rio Grande, são tidas como pontos pristinos, sendo 
perfeitamente explicável a não detecção de concentrações de qualquer HPA nos extratos 
obtidos a partir dos sedimentos destes locais. 
 
Embora, na data da coleta, uma grande mancha de óleo se aproximava da ilha, 
provavelmente originária do descarte da água de lastro de um navio que passava pelo 
local. 
 
A amostra L1 foi obtida na margem noroeste da ilha dos marinheiros em área 
de marismas, a amostra L3 em marisma ao sul da ilha dos ovos e a amostra L4 a leste da 
mesma porém em área com predominância de Ruppia maritima. 
 
 
 
 
29 
 
Figura 3: Localização dos pontos de amostragem no estuário 
 
Os pontos de coleta L5, L7, L17, L19, L20, L21, L22, L24 e L25 foram em 
locais com provável contaminação, representados por sedimentos de águas rasas, 
próximos as margens que delimitam a cidade de Rio Grande. As amostras nomeadas de 
L19 a L25 foram obtidas no saco da Mangueira. 
 
O ponto L5 foi o Yacht Club de Rio Grande, o sedimento foi obtido do último 
trapiche à direita, o da Lancha Larus. Os pontos L7 e L17 foram obtidos a cerca de 10 m 
 
 
 
30 
do despejo do emissário de esgotos de Rio Grande na Coroa do Boi, a L7 foi obtida em 
julho de 2001 e a L17 um ano depois. Nas águas do saco da Mangueira, o local defronte 
a Refinaria Ipiranga recebeu a referência L19, e se localiza cerca de 50 m sul da 
margem. 
 
O ponto L20 foi a cerca de 200m da margem à frente da Vila dos Navegantes, 
ainda no saco da Mangueira o ponto L21 foi próximo aos fundos do Maxi atacado, o 
L22 nos fundos do Condomínio Maria Carmem ambas a cerca de 100m da margem. A 
amostra L23 foi coletada na área sul do saco da mangueira na altura da desembocadura 
do arroio Vieira. Por fim a amostra L25 foi obtida nos fundos da Fábrica de Fertilizantes 
Manah, a cerca de 50m da margem. 
 
As amostras nomeadas com as siglas de L10 até L16 foram coletadas em locais 
mais profundos, mas também próximos de prováveis fontes antropogênicas. Os pontos 
de coleta L10, L11 e L13 foram nos canais de navegação, o primeiro (L10) na área sul 
do Porto Novo próximo a Coroa do Boi, a L11 mais próxima de São José do Norte, 
defronte ao Cocuruto, e a L13 defronte ao Terminal de Trigo e Soja. 
 
Os outros pontos de amostragem foram próximos dos terminais portuários, a 
amostra L12 foi obtida próximo ao Terminal de Petroleiros, a L14 ao lado do Terminal 
de Trigo e Soja e a L16 no Terminal Petroquímico. 
 
 
 
 
31 
2.2 Coletas e Preparação dos Sedimentos 
 
A vidraria utilizada foi previamente lavada com detergente especial (n-extran 
alcalino da Merck), água e álcool destilados e imediatamente antes do uso, com n-
hexano. Os reagentes inorgânicos, tais como sulfato de sódio (Na2SO4), sílica e alumina, 
foram previamente calcinados em mufla a 400°C, por 6 horas, para a eliminação de 
resíduos orgânicos que pudessem interferir na realização dos testes. O cobre foi limpo e 
ativado com uma solução de ácido clorídrico 0,5 N. 
 
A eficiência desses tratamentos também foi verificada por Knap et al. (1986). 
Foram realizados brancos de amostras para se verificar a pureza dos solventes orgânicos 
(diclorometano e n-hexano) e reagentes inorgânicos (Na2SO4, cobre ativado, sílica e 
alumina), bem como a limpeza da vidraria. 
 
Um amostrador de sedimentos para áreas rasas foi montado, de modo a 
preencher os requisitos necessários à qualidade das amostragens. O equipamento em 
alumínio não é interferente com as análises que foram realizadas, não permitindo que a 
amostra sofresse lavagem na coluna d’água pelo movimento até a superfície e ainda 
garantindo que o material coletado pertence realmente a camada superficial do 
sedimento. 
 
Para coletar amostras nas profundidades de 4 a 12 m, referenciadas com os 
números de L10 a L16 foi utilizada uma draga tipo van veen. 
 
As amostras de sedimentos de áreas rasas foram coletadas com auxílio de um 
barco de alumínio da FURG e o amostrador de alumínio. Nos locais onde as 
profundidades excediam os 4 m, a coleta foi feita a bordo da lancha Larus utilizando 
uma draga do tipo van-Veen livre de contaminação por hidrocarbonetos. Os sedimentos 
foram coletados em 3 campanhas de amostragens entre julho de 2001 e julho de 2002. 
 
 
 
 
32 
As coletas foram realizadas na parte superior da estrutura sedimentar (até 5 
cm), tanto nas amostragens com o amostrador de áreas rasas, tanto quanto na 
subamostragem feita a partir do sedimento embarcado pela draga van-veen, as quais 
foram imediatamente acondicionadas e conservadas a frio. 
 
Foram coletadas 18 amostras na região sul do estuário da Laguna dos Patos, 
levando-se em conta as principais características e segmentos ambientais. Esse 
procedimento teve por objetivo incluir, no presente estudo, a maior parte dos sub 
ambientes no sentido de melhor caracterizar a qualidade média ambiental em relação 
aos HPAs presentes no estuário. 
 
Desta forma, foram coletadas amostras nas partes reconhecidamente mais 
contaminadas que correspondem às margens rasas lagunares, mais próximas da cidade 
de Rio Grande, e nas regiões consideradas menos impactadas que correspondem as 
regiões mais distantes dos centros urbanos e industriais além de áreas mais profundas 
dos canais de navegação. 
 
As alíquotas de sedimento coletadas foram acondicionadas em frascos de vidro 
previamente lavados com detergente neutro n-extran, enxaguados com água destilada, 
novamente lavados com n-hexano e fechados para só serem abertos no momento do uso. 
Em laboratório os sedimentos foram congelados para tratamento posterior. 
 
Após o descongelamento os sedimentos foram peneirados em peneiras inox de 
0,5 mm (500 micra), previamente lavadas com detergente neutro n-extran e enxaguadas
com acetona. Depois, os sedimentos foram secos em estufa a temperaturas entre 30 e 
50° C, e homogeneizados para posterior extração. 
 
 
 
 
33 
2.3 Análise Granulométrica 
 
 
 
A avaliação da constituição granulométrica dos sedimentos seguiu o método 
de peneiramento descrito por SUGUIO (1973). As amostras foram inicialmente 
lavadas para retirada dos sais, secas em estufa a 60ºC e quarteadas. As frações 
grosseira e fina foram separadas por peneiramento em malha de 0,062 mm. 
 
Os grãos menores que 16 mm e maiores que 0,062 mm foram analisados 
através do método da “Escala de Wentworth”, isto é: peneirados em um jogo de 
peneiras seguindo intervalos de 0,5 mm de abertura de malha. A partir dos 
resultados obtidos nessas análises, as frações granulométricas foram classificadas 
em cascalho, areia, silte + argila (finos) através do software SISGRAN. 
 
 
 
 
34 
2.4 Análise de Carbono Orgânico Total 
 
 
 
O carbono orgânico nos sedimentos foi analisado de acordo com o método 
de STRICKLAND & PARSONS (1972) e os resultados confirmados por 
GAUDETTE et al. (1974). O sedimento foi inicialmente seco, triturado e peneirado 
e uma porção da amostra foi aquecida à 100°C. 
 
A matéria orgânica é oxidada por mistura sulfocrômica, usando um 
indicador redox apropriado, e o oxidante em excesso (dicromato de potássio) é 
dosado por uma solução de sulfato ferroso 0,1N. A padronização da solução 
titulante é feita com glicose e o carbono orgânico é dosado como carbono de glicose 
(C6H12O6). 
 
 
 
 
35 
2.5 Extração de HPAs dos Sedimentos 
 
Os procedimentos de análise seguiram as recomendações de UNEP (1991). 
 
A vidraria utilizada foi previamente lavada com detergente especial (n-extran 
alcalino da Merck), água e acetona e imediatamente antes do uso, com n-hexano. Os 
sedimentos foram mantidos à -18ºC em frascos de vidro. Depois de descongelados 
foram secos em estufa à 50ºC, macerados e peneirados em malha de 500 mesh (0,5 
mm), para posterior análise. 
 
Foram pesados cerca de 25g do sedimento e a extração foi feita em Soxhlet com 
100 ml de uma mistura 50% diclorometano/n-hexano, durante 8 horas. Os extratos 
foram concentrados em evaporador rotativo a vácuo, em banho de 30ºC, e levados à 
secura com fluxo de nitrogênio, grau analítico. 
 
Os extratos foram diluídos a 500 mL e a identificação dos hidrocarbonetos 
aromáticos foi feita utilizando-se padrões externos de massa conhecida, contendo 16 
compostos aromáticos e com padrão interno a 10 mg/mL (Bifenila). 
 
Alíquotas de 1 mL foram injetadas em cromatógrafo a gás GC/MS Varian Saturn 
2100T, equipado com detector de ionização de chama, com coluna capilar HP-5 de 60m 
x 0,25mm x 0,25mm; no modo de split. 
 
Foi utilizado um split 1:50 e a análise foi realizada no modo SIM (monitorando 
os íons 128, 152, 154, 166, 178, 202, 228, 252, 276 e 278). A temperatura inicial foi 
mantida a 120ºC, por 2 min, seguida de uma rampa de 5ºC/min até 220 ºC, 10ºC/min até 
280ºC e isotérmica por 10 min. 
 
Os resultados estão expressos em ng do composto por g de sedimento (mg/kg ou 
ppb). O limite de detecção do método é de 0,50 ng/g. 
 
 
 
36 
2.6 Normalização por Carbono Orgânico Total 
 
Os dados foram normalizados pelo carbono orgânico total conforme as Normas 
de Gerenciamento de Sedimentos WAC (1995) Marine sediments quality standards. 
 
Para executar esta normalização pelo carbônico orgânico total o peso seco de 
cada parâmetro é dividido pelo percentual total de carbono expresso em decimais, 
conforme a fórmula abaixo: 
 
 ng/g tCorg = ng/g peso seco 
 g Corg / g peso seco 
 
onde: ng/g tCorg = nanogramas do HPA por grama de Carbono orgânico 
 ng/g peso seco = nanogramas do HPA por grama de peso seco de amostra 
 g Corg / g peso seco = porcentagem total de carbono orgânico em peso 
seco de amostra, expresso em decimais. 
 
 
 
 
 
37 
3 Resultados e Discussão 
 
3.1 Resultados Gerais 
 
Como ilustra a tabela 3, vários dados complementares foram obtidos. O pH e o 
Eh dos sedimentos foram medidos, a distribuição granulométrica das amostras foi 
quantificada separando-se as frações maiores que areia e os sedimentos finos, 
apresentados na tabela subseqüente em porcentagem total de grânulos, areias, finos 
(argila e silte) e a fração de granulometria igual ou inferior a 0,5 mm. O Carbono 
Orgânico Total (COT) foi quantificado sendo apresentado igualmente em porcentagem 
de peso seco. 
 
Tabela 3: Resultados das análises de pH, Eh, COT, e Granulometria 
 Sedimentos 
Amostra pH Eh % COT % Grânulos % Areia % Finos % < 0,5 
L1 6,65 150 0,13 0 93,22 6,78 99,51 
L3 7,15 185 0,26 0 86,47 13,53 98,28 
L4 7,11 220 0,05 0,67 96,96 2,36 98,58 
L5 7,63 -110 0,78 0 46,95 53,05 97,40 
L7 7.44 -325 0,58 0 72,59 27,41 99,37 
L10 7,2 -112 0,59 0 46,18 53,82 99,23 
L11 7,2 -130 0,38 0 43,96 56,04 99,26 
L12 7,7 220 0,24 1,27 67,96 30,77 93,92 
L13 7,7 -80 0,67 0 9,43 90,57 99,56 
L14 6,9 -115 0,30 0 6,56 93,44 99,91 
L16 7,82 -134 0,29 0 88,81 11,19 98,00 
L17 7.23 -65 0,26 4,65 92,76 2,58 84,86 
L19 7.59 224 0,25 0 73,07 26,93 99,21 
L20 7.13 224 1,03 0 76,50 23,50 99,08 
L21 7.63 243 0,07 0 98,04 1,96 99,31 
L22 7.73 67 0,21 0 97,03 2,97 99,75 
L24 7.45 14 0,23 0,30 98,49 1,22 99,37 
L25 7.27 123 0,01 6,67 91,89 1,44 89,89 
 
Os resultados das análises de pH confirmaram as tendências já apontadas por 
Baisch (1998), variando de valores fracamente ácidos até valores fracamente básicos 
(6,65 a 7,82), sendo assim o pH não representa um fator de interpretação determinante 
 
 
 
38 
porque a grande maioria das amostras apresentou valores localizados na faixa de 
neutralidade. 
 
O potencial de oxi-redução (Eh) apresentou valores entre 243 e -325, os pontos 
redutores foram encontrados em locais com sedimentos lamosos e com aporte de 
matéria orgânica, enquanto que os sedimentos oxidantes são de pontos mais arenososos. 
É importante citar que as medições de Eh não podem ser feitas exatamente na superfície 
do sedimento, visto que o aparelho deve ser inserido no sedimento para efetuar a leitura, 
aumentando a possibilidade de resultados redutores. 
 
Os valores de carbono orgânico variaram entre 0,01% e 1,32%, foram valores 
excessivamente baixos, quando comparados a estudos anteriores, porém a granulometria 
analisada neste trabalho contribui para baixos valores, quando comparados com estudos 
que analizaram apenas a fração de sedimentos finos. 
 
A granulometria demonstrou que estes sedimentos apresentam uma 
predominância arenosa, variando entre 6,56 e 98,49% do peso total, e o teor de finos 
ficou entre 1,22 e 93,44%, apenas quatro amostras continham grânulos variando de 0,3 
a 6,67% do total da amostra. 
 
Os compostos químicos não iônicos usualmente são analizados no sedimento 
inteiro e próximos de fontes antropogênicas (USEPA, 2002, ICES, 2000), excetuando-
se partículas mais grosseiras. Devido às características locais, a granulometria escolhida 
para as análises de HPAs foi a fração fina abaixo de 0,5mm, o que corresponde 
praticamente a totalidade das amostras. 
 
Nos sedimentos analizados foram registrados valores entre 84,86% e 99,91% 
da fração abaixo de 0,5mm em relação ao peso total das amostras. Em onze das dezoito 
amostras este valor ficou acima de 99%, sendo que em outros três sedimentos foi maior 
ou igual a 98%, apenas duas tiveram valores inferiores a 90%. 
 
 
 
 
39 
3.2 Análises de HPAs 
 
Os 16 HPAs listados pela agência ambiental Norte Americana (USEPA, 1989; 
USEPA, 1995) como prioritários para serem monitorados no ambiente foram
alvo das 
análises no presente trabalho. A lista dos 16 HPAs inclui Nataleno, Acenaftileno, 
Acenafteno, Fluoreno, Fenantreno, Antraceno, Fluoranteno, Pireno, Benzo(a)antraceno, 
Criseno, Benzo(b)fluoranteno, Benzo(a) pireno, Dibenzo(a,h)antraceno, 
Benzo(ghi)perileno, Benzo(k)fluoranteno, e Indeno(1,2,3-cd)pireno. 
 
Treze dos dezesseis compostos alvo foram detectados com o método utilizado, 
os quais estão destacados na tabela abaixo, o naftaleno, o fenantreno, fluoranteno e o 
benzo(a)pireno tiveram sua ocorrência detectável em 4 amostras cada composto, o 
pireno, o benzo(a)antraceno e o criseno ocorreram em três amostras, o antraceno, o 
benzo(b)fluoranteno, o dibenzo(a,h)antraceno e o indeno(1,2,3-cd)pireno foram 
detectados em 2 amostras enquanto que o benzo(k)fluoranteno e o benzo(ghi)perileno 
estão presentes em níveis detectáveis pelo método em apenas 1 amostra cada. 
 
De um total de 18 amostras encaminhadas para análise apenas em oito, foram 
detectados HPAs, são nos pontos do Yacht Club de Rio Grande (L5), defronte o 
principal emissário de esgotos municipal localizado na Coroa do Boi (L7 e 17), no canal 
defronte o Terminal de Trigo e Soja (L13), próximo ao Terminal de Trigo e Soja (L14), 
defronte o Terminal Petroquímico (L16), defronte a Refinaria da Ipiranga (L19) e 
defronte a Vila dos Navegantes (L20). Estes pontos serão tratados daqui para adiante 
pelo nome do local de referência. 
 
Na tabela 4 estão as siglas das amostras e os valores de concentração 
encontrados para cada HPA em ng/g, onde ND significa composto não detectado, ou 
seja, com valor abaixo de 0,5 ng/g ou inexistente. 
 
 
 
 
40 
Tabela 4: Resultados das concentrações dos HPAs alvos nas amostras com níveis detectados. 
 concentração em ng/g 
 Yacht Emis/01 TECON TTS TPQ Emis/02 Ipiranga Naveg. 
naftaleno ND 8,70 ND ND 1,55 ND 2,16 4,80 
acenaftileno ND ND ND ND ND ND ND ND 
acenafteno ND ND ND ND ND ND ND ND 
fluoreno ND ND ND ND ND ND ND ND 
fenantreno 15,28 6,20 ND 68,22 ND 3,17 ND 2,23 
antraceno 12,21 ND 1,98 ND ND ND ND ND 
fluoranteno 31,55 36,36 ND 113,89 ND 12,64 ND ND 
pireno 35,36 24,44 ND ND ND 11,50 ND ND 
benzo(a)antraceno 24,34 25,56 ND 113,64 ND ND ND ND 
criseno 27,72 16,02 ND 148,20 ND ND ND ND 
benzo(b)fluoranteno 22,94 ND ND 71,07 ND ND ND ND 
benzo(k)fluoranteno ND ND ND 64,45 ND ND ND ND 
benzo(a)pireno 39,97 29,95 ND 32,39 ND ND ND 22,45 
dibenzo(a,h)antraceno 75,08 ND ND 11,04 ND ND ND ND 
benzo(ghi)perileno ND ND ND 7,07 ND ND ND ND 
indeno(1,2,3-cd)pireno 50,60 ND ND 1,57 ND ND ND ND 
 
Do grupo de amostras analisadas, em apenas oito foram detectados níveis de 
HPAs, apresentadas na tabela acima, três destas amostras chamam especialmente a 
atenção pelas elevadas concentrações relativas, são as amostras L14 do pier do Terminal 
de Trigo e Soja, a L5 do Yacht Club de Rio Grande e a L7 do emissário municipal, 
coletada em 2001. 
 
Na amostra do píer do Terminal de Trigo e Soja (L14) foi quantificada a 
presença de 10 compostos predominantemente de médio e alto peso molecular em 
níveis detectáveis, apresentando as maiores concentrações relativas de 7 dos 16 HPAs 
analisados. Coletado a 6 m de profundidade este sedimento apresentou o maior teor de 
finos (93,44 %), porém um baixo teor de carbono (0,30 %) bem próximo dos 
sedimentos que tiveram as menores concentrações de HPAs detectadas. 
 
Conforme diversos autores (Onuska, 1989, Kowalewska, 1999, DiToro et al., 
1991; Lyman, et al.,1982; Roy & Griffin, 1985, ICES, 2000, USEPA, 1995c) a 
bioacumulação e toxicidade dos contaminantes não polares nos sedimentos tem relação 
direta com o teor de carbono orgânico total, em função hidrofobicidade e da afinidade 
destes compostos com a matéria orgânica, a absorção pelos organismos será maior para 
 
 
 
41 
sedimentos com menor teor de carbono. Assim este é o ponto com maior toxicidade 
encontrado neste estudo e é muito provável que a biodisponibilidade destes poluentes 
fosse bem elevada. 
 
No ponto L5 dez HPAs se fizeram presentes, fazendo os sedimentos do Yacht 
Club de Rio Grande representarem as mais altas concentrações relativas em cinco destes 
compostos. Os sedimentos locais tiveram 0,78 % de COT e um teor de finos de 53,05 
%, ambos valores acima das respectivas médias. 
 
Já na amostra L7 - emissário/01 ocorreram 7 compostos, este ponto respondeu 
pela maior concentração relativa de naftaleno, não detectado nas amostras L5 e L14. 
Nestes sedimentos o teor de carbono encontrado (0,58 %) ficou próximo a média dos 
sedimentos com HPAs detectados, e o teor de finos (27,41 %) abaixo da média. 
 
Outros resultados que chamam atenção, agora pelas modestas respostas 
apresentadas, são os pontos do emissário/02, da refinaria Ipiranga, do píer do Terminal 
dos Petroleiros e do píer do Terminal Petroquímico. 
 
Comparando os sedimentos do emissário/02 com os do ano anterior no mesmo 
ponto, temos valores 2 ou três vezes menores em 2002, e apenas 3 compostos de baixo 
peso molecular, frente a 7 compostos detectados em 2001. Analisando a granulometria e 
o teor de carbono da amostra L17 (emissário/02) vemos que foi o sedimento que 
apresentou menor teor de finos (2,58 %) e a segunda menor porcentagem de COT (0,26 
%) entre as amostras com resposta. 
 
O resultado da amostragem, uma vez coletada em local de intenso aporte, 
indica a importância destes, ou de um destes parâmetros para a concentração dos HPAs 
nos sedimentos. 
 
Nos sedimentos da refinaria Ipiranga foi encontrado somente 2,16 ng/g de 
naftaleno, um teor de finos (26,93 %) abaixo da média (41,08 %) e o menor teor de 
 
 
 
42 
carbono (0,25 %) entre os sedimentos com níveis detectáveis, por se tratar também de 
um local com provável aporte, reforça a tendencia de valores baixos de HPAs em 
sedimentos com reduzido teor de carbono. 
 
No terminal Petroquímico foi detectado 1,55 ng/g de naftaleno, com apenas 
0,29 % de COT e 11,19 % de silte e argila. Enquanto no terminal dos Petroleiros 
nenhum composto foi detectado, com 0,25 % de carbono orgânico total e 30,77 % de 
finos torna mais provável a tendência de concentração dos HPAs no COT. 
 
Os sedimentos coletados para este trabalho foram obtidos em período muito 
chuvoso, especialmente os de maio de 2002 listados na tabela adiante. Volumes 
excessivos de precipitações tendem a lixiviar os contaminantes, sendo muito provável 
que as intensas chuvas ocorridas no período anterior às coletas tenham contribuído para 
a dispersão destes contaminantes já que implicam em transporte de sedimentos finos e 
partículas orgânicas. 
 
No ano de 2001 o material foi coletado entre o fim de junho e início de julho, 
no ano seguinte entre maio e julho. Como pode ser visto na tabela abaixo e nos dados 
meteorológicos apresentados em anexo, em ambos os anos o início do inverno foi muito 
chuvoso. 
 
Tabela 5: Precipitações nos anos das coletas comparadas as normais climatológicas provisórias 
(mm). 
 2001 2002 Normais 
Jan 175,3 368 85,31 
Fev 118,3 132,3 112,73 
Mar 227 261,2 93,79 
Abr 198,3 263,6 123,49 
Mai 108,5 125 102,95 
jun 186,6 137,1 117,78 
1° Sem 1014 1287,2 636,05 
2° Sem 639 964,9 663,96 
Anual 1653 2252,1 1300,01 
 
 
 
 
43 
As normais climatológicas provisórias da estação metereológica de Rio Grande 
de 1991 a 2000 (Reboita, 2001), indicam valores bem abaixo dos registrados nos 
últimos anos, em 2001 choveu 1653 mm e em 2002 foi 2252,1mm enquanto que a 
normal anual é de 1300 mm. 
 
É importante destacar que a maior concentração deste grande volume de 
chuvas foi no primeiro semestre, em 2001 a precipitação acumulada até junho foi de 
1014
e de 1287,2 mm em 2002, valores próximos das normais anuais. Isto pode ter tido 
um significativo efeito de dispersão e remobilização dos contaminantes. 
 
É evidente que para estimarmos a diluição de contaminantes imposta pelas 
variações meteorológicas, seriam necessários estudos específicos. Porém é pertinente 
inferir que a variação imposta na composição geoquímica dos sedimentos pelo regime 
de pluviométrico, tende a ser mais atuante em áreas rasas do que nos canais estuarinos, 
que apresentam condições dinâmicas bem mais complexas. 
 
Diversos fatores biológicos e físico-quimicos influem na distribuição destes 
contaminantes juntamente com as condições meteorológicas e hidrodinâmicas, 
Kowalewska, (1999) afirma que os principais responsáveis pela sedimentação de HPAs 
no sul do Báltico é o fitoplâncton. Ocorre alta correlação dos HPAs com carbono 
orgânico, e também com pigmentos, e estes organismos são a principal fonte de matéria 
orgânica naquele local. 
 
O mapa abaixo localiza espacialmente os pontos que apresentaram níveis 
detectáveis de HPAs. 
 
 
 
 
44 
 
Figura 4: Localização das amostras com níveis detectáveis da HPAs no estuário 
 
Analisando os compostos encontrados nos resultados temos o naftaleno que é o 
HPA mais sujeito a degradação cuja meia vida em condições desfavoráveis a 
degradação é de cerca de 129 dias (Herbes e Schwall, 1978; Bulman et al., 1985; IPCS, 
1998; Delfino & Miles, 1985; Nielsen & Christensen, 1994), é associado a 
contaminação por petróleo não intemperizado e raramente detectável em sedimentos 
limpos (Boehm & Farrington, 1984). 
 
Este composto aromático policíclico de baixo peso molecular ocorreu em 
quatro amostras: emissário/02 (8,70 ng/g), vila dos Navegantes (4,80 ng/g), Ipiranga 
(2,16 ng/g), e terminal petroquímico (1,55 ng/g). Além do emissário as águas próximas 
 
 
 
45 
a vila dos Navegantes recebem aporte de esgotos, que tiveram as maiores 
concentrações, os outros dois pontos são próximos a locais que manipulam petróleo e 
derivados, como pode ser visto no mapa abaixo. 
 
 
Figura 5: Concentrações de naftaleno (ng/g) 
 
Os compostos de menor peso molecular entre os de três anéis analisados, não 
apresentaram níveis detectáveis, são eles e acenafteno, o acenaftileno e o fluoreno, 
indicando pouca ocorrência relativa dos HPAs de baixo peso molecular, nos sedimentos 
amostrados. Estes compostos foram os únicos HPAs não detectados em nenhuma 
amostra. 
 
 
 
 
46 
Os compostos com peso molecular 178 (fenantreno e antraceno) ocorreram em 
5 e 3 amostras, respectivamente, como ilustram os mapas abaixo. 
 
 
Figura 6: Concentrações de fenantreno (ng/g) 
 
A maior concentração de fenantreno encontrada foi nos sedimentos do TTS 
(68,22 ng/g), este composto ocorreu também nos sedimentos do Yacht Club (15,28 
ng/g), nas duas amostras do emissário (6,2 e 3,17 ng/g) e na da vila Navegantes (2,23 
ng/g), o fenantreno pode ter origem fóssil, pirolítica e diagenética (Bohem & 
Farrington, 1984). 
 
 
 
 
47 
 
Figura 7: Concentrações de antraceno (ng/g) 
 
O antraceno foi detectado nos sedimentos do Yacht Club (12,21 ng/g) e nos 
sedimentos do canal de navegação defronte o TTS (1,98 ng/g). 
 
Os HPAs de 4 a seis anéis são gerados predominantemente por combustão, 
sendo denominados pirolíticos. Entre os pirolíticos o fluoranteno ocorreu em 4 
amostras, conforme apresentado na figura abaixo, sua maior concentração foi 
encontrada no TTS (113,64 ng/g), aparecendo nos sedimentos do emissário (36,36 ng/g 
em 2001 e 12,64 ng/g em 2002) e no Yacht (31,55 ng/g). 
 
 
 
 
48 
 
Figura 8: Concentrações de fluorantenos (ng/g) 
 
 
 
 
49 
O pireno apesar de fazer parte do grupo dos HPAs pirolíticos tem sua origem 
tanto pirolítica quanto fóssil, foram detectadas concentrações nas duas amostras do 
emissário (36,36 e 11,50 ng/g) e nos sedimentos do Yacht (31,55 ng/g). 
 
A figura 9 mostra as concentrações de pireno detectadas nos sedimentos do 
estuário. 
 
 
Figura 9: Concentrações de pireno (ng/g) 
 
 
 
 
50 
O benzo(a)antraceno e o criseno foram detectados nos sedimentos amostrados 
no pier do TTS, no emissário/01, e no Yacht Club, são apresentados nas figuras 10 e 11 
apresentadas a seguir. 
 
 
 
Figura 10: Concentrações de benzo(a)antraceno (ng/g) 
 
 
 
 
51 
Os valores de ambos compostos foram mais elevados na amostra do pier do 
TTS com 113,64 ng/g de benzo(a)antraceno e 148,20 ng/g de criseno, no emissário/01 
foi quantificado 25,56 ng/g de benzo(a)antraceno e 16,02 ng/g de criseno, já no Yacht 
foi detectado 24,34 e 27,72 ng/g de benzo(a)antraceno e de criseno, respectivamente. 
 
 
Figura 11: Concentrações de criseno (ng/g) 
 
O criseno a exemplo do pireno também tem origem mista, ocorre tanto 
proveniente de contaminação por óleos crus quanto por combustão. 
 
 
 
 
52 
O benzo(b)fluoranteno ocorreu em maior concentração nos sedimentos do píer 
do TTS na concentração de 71,07 ng/g e também nos sedimentos do Yacht a 22,94 ng/g 
de peso seco. Já o benzo(k)fluoranteno foi detectado somente na amostra do píer do 
TTS com 64,45 ng/g. Os mapas representando a concentração destes compostos são 
apresentados abaixo, como figura 12 e 13 respectivamente. 
 
 
Figura 12: Concentrações de benzo(b)fluoranteno (ng/g) 
 
 
 
 
53 
 
Figura 13: Concentrações de benzo(k)fluoranteno (ng/g) 
 
O benzo(a)pireno é um dos HPAs do qual se tem melhor conhecimento, pelo 
estreito contato com o homem já que ocorre em alimentos, a meia vida nos sedimentos 
varia entre 0,3 e 58 anos (Herbes e Schwall, 1978; Bulman et al., 1985; IPCS, 1998; 
Delfino & Miles, 1985; Nielsen & Christensen, 1994), é cancerígeno, genotóxico, 
teratogênico e embriotóxico. 
 
 
 
 
 
54 
 
Figura 14: Concentrações de benzo(a)pireno (ng/g) 
 
O benzo(a)pireno, como ilustra a figura 14, teve sua concentração entre 22,45 e 
39,97 ng/g, sendo estas as amostras da vila dos Navegantes e a do Yacht Club, 
respectivamente. Como ilustra a figura a seguir o ponto do TTS teve 32,39 ng/g e nos 
sedimentos do emissário foi detectado 29,55 ng/g deste composto. 
 
 
 
 
55 
Os valores de dibenzo(a,h)antraceno variaram de 75,08 ng/g nos sedimentos do 
Yacht Club até 11,04 ng/g no pier do TTS, tendo ocorrido apenas nestes dois pontos, 
conforme figura 15. 
 
 
Figura 15: Concentrações de dibenzo(a)antraceno (ng/g) 
 
 
 
 
56 
Somente nestes dois pontos foi detectada a presença do composto de 6 anéis 
indeno(1,2,3-cd)pireno que teve 50,60 e 1,57 ng/g de concentração, no Yacht e no pier 
do TTS, respectivamente. 
 
 
Figura 16: Concentrações de indeno(1,2,3-cd)pireno (ng/g) 
 
 
 
 
57 
Por fim o benzo(ghi)perileno foi detectado unicamente na amostra do píer do 
TTS com 7,07 ng/g, como pode ser visto na figura 17. 
 
 
Figura 17: Concentrações de benzo(ghi)perileno (ng/g) 
 
A figura 18 apresentada abaixo ilustra as concentrações relativas dos compostos 
detectados nas respectivas amostras. 
 
 
 
58 
Concentrações de HPAs agrupadas por amostra
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
140,00
160,00
L5 L7 L13 L14 L16 L17 L19 L20
co
nc
en
tr
aç
ão
 (
ng
/g
 -
pe
so
 s
ec
o)
naftaleno fenantreno antraceno
fluoranteno pireno benzo(a)antraceno
criseno benzo(b)fluoranteno benzo(k)fluoranteno
benzo(a)pireno dibenzo(a,h)antraceno benzo(ghi)perileno
indeno(1,2,3-cd)pireno
 
Figura 18: Amostras com níveis
detectáveis relacionadas as concentrações dos compostos 
 
O método utilizado neste trabalho foi o de análise do sedimento inteiro, 
excluindo apenas partículas grosseiras, de modo a obtermos uma total 
representatividade dos sedimentos analisados. Conforme o Conselho Internacional para 
a Exploração do Mar (USEPA, 2002, ICES, 2000), esta abordagem reflete o modelo de 
distribuição das concentrações nos sedimentos e na matéria orgânica, detectando com 
melhores resultados algum eventual derrame recente de óleos. 
 
A utilização da fração inteira dos sedimentos para avaliação de contaminantes 
orgânicos é preferível em relação à fração fina, alguns estudos recentes têm 
demonstrado concentrações consideráveis nas frações grosseiras dos sedimentos. 
Estudos também apontam que a densidade do material é fator decisivo para a 
acumulação de contaminantes não polares nos sedimentos. 
 
É uma relação em cadeia entre contaminante, COT e granulometria. Os HPAs 
tem afinidade com o carbono orgânico por efeito de co-geração – e.g. cinzas de 
 
 
 
59 
combustão, poeira de rodovias – por hidrofobicidade, por afinidade eletroquímica, já o 
carbono orgânico normalmente apresenta correlação com a granulometria, uma vez que 
a matéria orgânica presente tende a se concentrar na fração fina. 
 
A principal vantagem de utilizar exclusivamente a fração fina dos sedimentos é 
melhorar as possibilidades de alcançar os níveis detectáveis dos microcontaminantes. 
Isto pode ser compensado, para as análises de sedimento inteiro ou que inclua frações 
grosseiras, com o uso de melhores técnicas de extração e utilização de maior quantidade 
de sedimento para as extrações. 
 
Para efeitos de interpretação e comparação a normalização pelo teor de 
carbono orgânico total foi aplicada. 
 
 
 
60 
3.3 Normalização por Carbono Orgânico Total 
 
No presente trabalho empregou-se a normalização dos teores dos HPAs pelo 
carbono pois é um critério que apresenta vantagens sobre outros métodos tradicionais 
(p. ex. normalização granulométrica), especialmente para baixos valores de carbono 
orgânico (DiToro e DeRosa, 2001) como é o caso verificado para este estudo nos 
sedimentos do estuário da Laguna dos Patos. 
 
Os teores das substâncias e contaminantes orgânicos, particularmente os não 
polares, e a toxicidade destes nos sedimentos, têm relação direta com o conteúdo de 
carbono orgânico total (COT) nos sedimentos (DiToro et al., 1991; Lyman, et al.,1982; 
Roy & Griffin, 1985, ICES, 2000, USEPA, 1995c). 
 
Os contaminantes não polares na água ou no sedimento se concentram na 
fração orgânica dos sedimentos devido à afinidade química destes, Gustafsson & 
Gschwend (1997) relatam que os contaminantes orgânicos o cobre e o mercúrio tendem 
preferencialmente a adsorverem ao carbono orgânico dos sedimentos. 
 
Os compostos orgânicos não polares, tal como os HPAs, associam-se e têm um 
comportamento semelhante à matéria orgânica sedimentar, pois são componentes de 
natureza química similar. Estudos recentes vêm pesquisando a alta correlação dos HPAs 
com o Carbono Preto (Black Carbon), devida a co-geração destes compostos orgânicos 
por pirólise. 
 
A partir dessa característica muitos trabalhos estabeleceram critérios e 
passaram a fazer uso da normalização dos teores de contaminantes orgânicos, entre eles 
os HPAs, pelos valores de carbono orgânicos dos sedimentos (Michelsen e Bragdon-
Cook, 1992; DiToro et al., 1991; DEC, 1993; USEPA SAB, 1992; USEPA, 1991; 
USEPA. 1993; WAC, 1995, Di Toro e De Rosa, 2001). 
 
 
 
 
61 
Para a comparação de resultados a normalização minimiza os erros devido a 
diferente composição dos sedimentos (Daskalakis & O’Connor, 1995). O uso da 
normalização dos contaminantes químicos orgânicos pelo COT é norma para 
comparações relativas no Estado de Washington (DiToro et al., 1991). 
 
Outros autores têm discutido que a toxicidade dos compostos químicos 
orgânicos nos sedimentos está correlacionada com os valores relativos de HPAs e de 
Carbono Orgânico, porém, outros métodos tais como testes biológicos ou Limites de 
Efeitos Aparentes (AETs) devem ser considerados conjuntamente (Michelsen & 
Bragdon-Cook, 1993). 
 
Os dados foram normalizados pelo carbono orgânico total conforme as Normas 
de Gerenciamento de Sedimentos (WAC, 1995) marine sediments quality standards. 
Para executar esta normalização pelo carbônico orgânico total o peso seco de cada 
parâmetro é dividido pelo percentual total de carbono expresso em decimais, conforme 
a fórmula explicada na seção que trata do material e métodos. 
 
Não são recomendadas normalizações por COT para sedimentos com menos 
que 0,2 % de carbono orgânico total ou para valores muito altos, próximos de 50% 
(Adams et al., 1992;WAC, 1995). 
 
Os dados obtidos apresentam baixa concentração de carbono orgânico total, 
apenas 4 sedimentos tiveram concentrações abaixo do nível mínimo recomendado de 
0,2 % de carbono orgânico total. Estas amostras (L1, L4, L21 e L25) não tiveram níveis 
detectáveis de HPAs não entrando nos cálculos de normalização. 
 
Nas amostras em que a normalização foi aplicada o teor mínimo de carbono 
orgânico total foi de 0,25 % para os sedimentos da refinaria Ipiranga e o máximo de 
1,03 % nos sedimentos da vila dos Navegantes. A tabela abaixo lista os valores de 
HPAs por peso seco de COT. 
 
 
 
62 
Tabela 5: Concentrações de HPAs normalizados pelo COT (ng/g de COT) 
Amostra Yacht Emis/01 TECON TTS TPQ Emis/02 Ipiranga Naveg. 
naftaleno ND 1512 ND ND 541 ND 873 467 
fenantreno 1953 1078 ND 22741 ND 1209 ND 217 
antraceno 1562 ND 298 ND ND ND ND ND 
fluoranteno 4034 6323 ND 37965 ND 4828 ND ND 
pireno 4522 4249 ND ND ND 4394 ND ND 
benzo(a)antraceno 3113 4445 ND 37882 ND ND ND ND 
criseno 3545 2785 ND 49401 ND ND ND ND 
benzo(b)fluoranteno 2933 ND ND 23691 ND ND ND ND 
benzo(k)fluoranteno ND ND ND 21483 ND ND ND ND 
benzo(a)pireno 5111 5207 ND 10797 ND ND ND ND 
dibenzo(a,h)antraceno 9600 ND ND 3678 ND ND ND ND 
benzo(ghi)perileno ND ND ND 2356 ND ND ND ND 
indeno(1,2,3-cd)pireno 6470 ND ND 524 ND ND ND ND 
16 - HPAs 42842 25599 298 210517 541 10431 873 685 
 
O maior aumento de concentração relativa ao COT é onde foi encontrado o 
menor teor de carbono, sendo de 404 vezes para o naftaleno nos sedimentos da refinaria 
Ipiranga. As figuras abaixo ilustram graficamente os valores normalizados, ordenados 
por ponto amostral. 
 
Concentrações de HPAs normalizadas ordenadas por amostras
0
100
200
300
400
500
600
L5 L7 L13 L14 L16 L17 L19 L20
C
on
ce
nt
ra
çõ
es
 (
ng
/g
 -
 C
or
g)
naftaleno fenantreno antraceno
fluoranteno pireno benzo(a)antraceno
criseno benzo(b)fluoranteno benzo(k)fluoranteno
benzo(a)pireno dibenzo(a,h)antraceno benzo(ghi)perileno
indeno(1,2,3-cd)pireno
 
Figura 19: Resultados após normalização por carbono (ng/g de COT) 
 
 
 
 
63 
Um grande aumento nos valores é notado em todos compostos devido à baixa 
quantidade de carbono orgânico nas amostras analisadas. Os dados normalizados são 
bons indicadores para a comparação entre diferentes amostras, sendo bons indicadores 
também da biodisponibilidade dos contaminantes. 
 
A alta hidrofobicidade dos HPAs é conjugada com alta afinidade pela matéria 
orgânica e também com alta lipofilicidade, ou seja, a tendência destes compostos é de 
adsorverem na matéria orgânica ou serem absorvidos nos organismos (Onuska, 1989, 
Kowalewska, 1999). Assim quando encontramos valores baixos de carbono orgânico e 
altas concentrações de HPAs a biodisponibilidade é elevada (DiToro, 1991). 
 
Localmente os sedimentos do Superporto, especialmente
a área próxima ao 
TTS, os sedimentos do Yacht Club, da Coroa do Boi e do norte do saco da Mangueira 
apresentam elevados valores de HPAs por peso seco de COT, indicando que estes 
poluentes orgânicos podem ter alta disponibilidade para outros compartimentos do 
sistema aquático estuarino, incluindo a biota e o próprio homem, seja através da cadeia 
alimentar e também por contaminação direta. 
 
 
 
64 
3.4 Evolução dos Níveis de HPAs no Estuário 
 
Conforme já foi citado apenas dois estudos anteriores foram executados no 
estuário para detecção e quantificação de HPAs nos sedimentos. Embora quando se trata 
de análises em sedimentos, mesmo entre pontos amostrais próximos podem ser 
esperadas variações consideráveis nas concentrações de contaminantes, contudo é 
interessante comparar os dados disponíveis em pontos amostrais aproximadamente 
coincidentes, registrando e normalizando estes resultados. 
 
Estes estudos anteriores tiveram 23 HPAs como alvo das análises, para uma 
comparação mais apropriada com os dados de Zamboni (2000) e Baisch (2000a) os 
dados foram retrabalhados de modo a isolar apenas os 16 HPAs que são alvo deste 
trabalho. 
 
O fenantreno foi analisado neste trabalho e não foi alvo das análises nos 
trabalhos anteriores, ficando assim o somatório de 15 HPAs, a saber: nataleno, 
acenaftileno, acenafteno, fluoreno, antraceno, fluoranteno, pireno, benzo(a)antraceno, 
criseno, benzo(b)fluoranteno, benzo(a)pireno, dibenzo(a,h)antraceno, 
benzo(ghi)perileno, benzo(k)fluoranteno, e indeno(1,2,3-cd)pireno. 
 
Os resultados das concentrações de HPAs expressas por peso seco de 
sedimento são baixos quando comparados a dados anteriores (Baisch, 2000a e Zamboni, 
2000) e até com dados de outros locais com características portuárias, industriais e 
urbanas. Fatores como a fração granulométrica analisada e a concentração de carbono 
orgânico nas amostras são determinantes para explicar os menores valores detectados 
pelo presente trabalho, quando expressos em peso seco. 
 
A tabela abaixo compara os resultados de concentrações de HPAs deste 
trabalho, representados pelas amostras L5, L7, L17, L19 e L13, com os resultados 
obtidos por Zamboni (2000) e Baisch (2000a) representados por seus caracteres 
originais precedidos pela letra Z e B, respectivamente. 
 
 
 
65 
Tabela 6: Comparação com dados de estudos anteriores por pontos amostrais similares (ng/g) 
 Yacht Club Emissário R. Ipiranga Canal TECON 
 L5 Z 2 L7 L17 Z 6 L19 Z8 L13 B f B g 
naftaleno ND ND 8,70 ND 3,55 2,16 5,67 ND 0,54 0,56 
acenaftileno ND ND ND ND 4,63 ND 10,28 ND 0,25 ND 
acenafteno ND ND ND ND 4,47 ND 14,94 ND 2,44 1,03 
fluoreno ND 20,2 ND ND 3,78 ND 27,32 ND 1,79 5,05 
antraceno 12,21 22,33 ND ND 16 ND 11,63 1,98 23,29 17,21 
fluoranteno 31,55 309,71 36,36 12,64 7,65 ND 181,65 ND 4,39 3,19 
pireno 35,36 310,08 24,44 11,50 7,7 ND 294,22 ND 3,73 2,63 
benzo(a)antraceno 24,34 77,88 25,56 ND 6,46 ND 210,99 ND 2,68 1,98 
criseno 27,72 86,94 16,02 ND 11,26 ND 568,59 ND 2,35 1,67 
benzo(b)fluoranteno 22,94 89,47 ND ND 12,38 ND 302,44 ND 8,59 5,34 
benzo(k)fluoranteno ND 55,45 ND ND 6,46 ND 854,23 ND 1,06 1,15 
benzo(a)pireno 39,97 51,45 29,95 ND 29,8 ND 216,42 ND 3,08 2,64 
dibenzo(a,h)antraceno 75,08 ND ND ND 4,75 ND 130,86 ND 0,23 0,17 
benzo(ghi)perileno ND ND ND ND 9,78 ND 68,47 ND 5,45 3,85 
indeno(1,2,3-cd)pireno 50,60 6,42 ND ND 8,97 ND 256,12 ND 4,73 2,34 
 
Total 15-HPAs 319,79 1029,93 141,02 24,14 137,64 2,16 3153,83 1,98 65 48,81 
 
É evidente que as concentrações de HPAs detectadas neste trabalho são bem 
menores quando comparados com análises anteriores. A metodologia utilizada foi, em 
grande parte, responsável por esta aparente redução nas concentrações dos HPAs dos 
sedimentos, sobretudo em função da granulometria utilizada. Os estudos anteriores de 
Baisch (2000a) e Zamboni (2000) utilizaram a fração fina (menor ou igual a 0,062 mm). 
 
Como os compostos orgânicos têm estreita afinidade com o carbono orgânico 
estes dados foram considerados na comparação. Os valores de carbono orgânico total 
nos sedimentos foram iguamente baixos quando comparados com os encontrados por 
Baisch (2000a) e Zamboni (2000), como pode ser visto na tabela abaixo. 
 
 
 
 
66 
Tabela 7: Comparação dos dados de carbono orgânico com os estudos anteriores (%) 
Amostras % COT 
L5 Yacth Club 0,78 
Zamboni (2000) - # 2 2,37 
L7 Emissário 0,58 
L17 0,26 
Zamboni (2000) - # 6 2,77 
L19 refinaria Ipiranga 0,25 
Zamboni (2000) - # 8 2,1 
L13 Canal TECON 0,67 
Baisch (2000) - # f 1,74 
Baisch (2000) - # g 1,71 
 
Esta grande diferença de 2,5 até 10 vezes nos valores de COT também é função 
da granulometria utilizada para as análises, que influiu nos baixos valores de HPAs 
relativos aos estudos anteriores. Os baixos valores de HPAs encontrados nos sedimentos 
da refinaria Ipiranga e do emissário/02, são também dependentes desta variável, os 
percentuais de carbono nestes sedimentos foram especialmente baixos ficando em cerca 
de 10% dos valores encontrados por Zamboni (2000). 
 
De forma a possibilitar a comparação entre ambos dados foi feita a 
normalização pelo carbono orgânico total para as amostras de Baisch (2000a) e 
Zamboni (2000), assim os resultados de HPAs totais, expressos em função do COT e 
em ng/g são apresentados abaixo, para efeitos comparativos. 
 
 
 
 
67 
Tabela 8: Comparação dos resultados com os trabalhos anteriores 
Amostras Total HPAs 
L5 Yacth Club 42842 319,79 
Zamboni (2000) - # 2 43457 1029,93 
L7 Emissário 25599 141,02 
L17 10431 24,14 
Zamboni (2000) - # 6 4969 137,64 
L19 refinaria Ipiranga 873 2,16 
Zamboni (2000) - # 8 150182 3153,83 
L13 Canal TECON 298 1,98 
Baisch (2000a) - # f 3713 64,60 
Baisch (2000a) - # g 2854 48,81 
 ng/g COT ng/g 
 
A comparação dos resultados de concentrações de HPAs totais em unidades 
por peso seco dos sedimentos com os resultados normalizados pelo carbono demonstra 
que as concentrações obtidas em alguns pontos por este trabalho são até maiores que as 
quantificadas anteriormente. 
 
Deve-se atentar para o fato de que os resultados atuais que ficaram 
substancialmente abaixo dos estudos anteriores são os pontos em que só um composto 
aromático ficou acima do valor de detecção, na L19 o naftaleno e na L13 o antraceno. 
 
É muito provável que em todos os sedimentos nos quais os teores de COT 
ficaram próximos de 0,2 % as respostas deste estudo foram prejudicadas, deixando os 
valores dos prováveis contaminantes abaixo da concentração mínima detectável. 
 
De modo a obter melhores parâmetros comparativos as variáveis 
meteorológicas foram observadas entre o período de 1997 a 2002, os valores de 
precipitação foram comparados com as épocas das amostragens dos estudos de Zamboni 
(2000) e Baisch (2000a) que deram os primeiros resultados de HPAs nos sedimentos do 
estuário. 
 
Como já foi citado, este estudo obteve suas amostras nos invernos de 2001 e de 
2002, sendo que o primeiro semestre destes anos foi de chuvas intensas, próximas das 
médias normais anuais. 
 
 
 
68 
 
Quanto aos estudos prévios, as precipitações registradas para os períodos 
anteriores às campanhas de coletas de amostras deste estudo foram pouco mais elevadas 
que nos meses que antecederam o verão de 1998, período amostral utilizado por 
Zamboni. Baisch obteve suas amostras em época bem mais seca, coletadas na primavera 
de 2000, em um ano em que as precipitações somaram menos que as normais 
climatológicas. Os totais de precipitações acumuladas nos anos de 1999 e 2000 
equivalem aos primeiros semestres de 2001 e 2002. 
 
As grandes intensidades
de chuvas verificadas no período anterior as coletas do 
presente estudo, podem ter atuado como um importante fator para a redução das 
concentrações dos HPAs dos sedimentos estuarinos. Esta redução dos teores pode ter 
tido vários fatores de influência em função das elevadas precipitações. 
 
Diluição e maior volume dos esgotos, maior aporte de sedimentos menos 
contaminados e a remobilização dos sedimentos contaminados figuram como principais 
fatores influenciados pela elevadas precipitações. 
 
As principais fontes de aporte de contaminantes orgânicos para o meio hídrico 
estuarino, representadas pelos esgotos cloacais e pluviais, recebem as águas 
contaminadas e oriundas da lavagem das superfícies urbanas. Nestas áreas urbanas, 
industriais e portuárias se assentam os contaminantes atmosféricos que são carreados 
pelas chuvas. A diluição e maior volume destas fontes implicam em menores 
concentrações dos poluentes aportados e ainda maior espalhamento dos contaminantes 
oriundos destas fontes em função dos maiores volumes. 
 
O aporte de sedimentos argilosos, mais pobres em HPAs e em maiores 
quantidades, provenientes da bacia de drenagem é apontado como outro efeito de 
diluição para os teores de HPAs nos sedimentos. 
 
 
 
 
69 
Conforme tenhamos maiores volumes hídricos a capacidade de transporte 
sedimentar destas águas é aumentada, conferindo maior poder de remobilização e 
transporte de sedimentos. Em sedimentos não compactados a capacidade de transporte 
que o meio impele às partículas é inversamente proporcional à densidade destas, por 
isso é reforçada a possibilidade que o aumento no poder de remobilização atinja com 
maior intensidade as partículas orgânicas dos sedimentos superficiais a partir das zonas 
rasas. Com isso estes contaminantes podem ser realocados para outros locais, distantes 
da origem do aporte, conforme já foi observado em outros estudos (Kowaleska,1997). 
 
A tabela abaixo apresenta dados de HPAs pesquisados nos sedimentos de 
vários locais do mundo (Mora & Sheikholeslami, 2002, Fillmann, 2001) indicando o 
local pesquisado, o ano da coleta dos sedimentos, a concentração mínima e máxima de 
HPAs totais com o número de HPAs utilizados no somatório entre parênteses e a fonte 
bibliográfica dos dados. 
 
 
 
70 
Tabela 9: Comparação dos dados mundiais de HPAs totais expressos em ng/g de peso seco 
Área Ano 
Concentrações 
(ng/g de peso seco) Referências 
França, Mar Mediterrâneo 1996 36...6900 (18 HPAs) Baumart et al., 1998 
Espanha, Mar Mediterrâneo 1996 1.2...8400 (18 HPAs) Baumart et al., 1998 
Majorca, Mar Mediterrâneo 1996 0.3...100 (18 HPAs) Baumart et al., 1998 
Baia de Guanabara, Rio de Janeiro 1995 1570...18440 (23 HPAs) Lima, 1997 
North-West Coast, Mar Mediterrâneo 1991 86.5 ... 48090 (14 HPAs) Benlahcen et al., 1997 
North Western, Golfo 1991-93 < 20...4740 (13 HPAs) Readman et al., 1996 
Baía San Quintin, México 1992 N.D.... < 50 (44 HPAs) Galindo et al., 1996 
Porto de Xiamen, China 1993 70...33000 (9 HPAs) Hong et al., 1995 
Victoria Harbour, Hong Kong 1992 350...3450 (9 HPAs) Hong et al., 1995 
Mar Báltico 1993 9.5...1871 (15 HPAs) Witt, 1995 
Baía Saratosa, Florida, USA - 17...26771 (11 HPAs) Sherblom et al., 1995 
Western Coast, Austrália 1991 1.0 ...3200 (11 HPAs) Burt and Ebell, 1995 
Costa da Itália, Mar Adriático 1990 27...527 (9 HPAs) Guzzella and DePaolis, 1994 
Rio Reno, France, Mar Mediterrâneo 1985-86 1070...6330 (15 HPAs) Bouloubassi and Saliot, 1993 
Lago Burley Griffin, Australia 1989 80...538 (8 HPAs) Leeming and Maher, 1992 
Plataforma Continental, Tabasco, Mexico 1989 454...3120 (15 HPAs) Botello et al., 1991 
Rio Danúbio 1992 < 10...3700 (4 HPAs) Equipe Cousteau, 1993 
Bosphorus, Mar Negro, Turquia 1995 13.8...168 (17 HPAs) Readman et al., 1999 
Sochi, Mar Negro, Russia 1995 57.7...360 (17 HPAs) Readman et al., 1999 
Odessa, Mar Negro, Ucrânia 1995 66.5...632 (17 HPAs) Readman et al., 1999 
Coastline, Mar Negro, Ucrânia 1995 7.2...126 (17 HPAs) Readman et al., 1999 
Danube Coastline, Mar Negro, Ucrânia 1995 30.3...604 (17 HPAs) Readman et al., 1999 
Golfo de Trieste, Italia 1996 30...600 (22 HPAs) Notar et al., 2001 
Mar Negro 1988 12...2400 (28 HPAs) Wakeham, 1996 
Mar Branco, Russia 1994 13...208 (27 HPAs) Savinov et al., 2000 
Mar Caspio, Azerbaijão 2000 320 ... 3109 (37 HPAs) Mora & Sheikholeslami 2002 
Mar Caspio, Russia 2000 1339 ... 7714 (37 HPAs) Mora & Sheikholeslami 2002 
Mar Caspio, Irã 2001 72 ... 954 (37 HPAs) Mora & Sheikholeslami 2002 
Mar Caspio, Kazakhstan 2001 35 ... 681 (37 HPAs) Mora & Sheikholeslami 2002 
Estuário da Laguna dos Patos, Brasil 1998-00 50...11720 (23 HPAs) Zamboni, 2000 
Estuário da Laguna dos Patos, Brasil 1999-00 49...72 (15 HPAs) Baisch, 2000 
Estuário da Laguna dos Patos, Brasil 2001-02 ND ... 631 (16 HPAs) Este estudo 
 
 
 
 
71 
Conforme apresenta a tabela, os resultados das concentrações mundiais para 
HPAs nos sedimentos marinhos são muito variáveis. Contudo, os resultados obtidos 
neste estudo são similares aos dados apresentados para locais onde foram calculados os 
HPAs totais, somando-se cerca de 16 compostos. 
 
No presente estudo a variação de valores foi desde não detectado (ND) menor 
que 0,5 ng/g, até 631 ng/g muito similar a Odessa no mar Negro, costa da Ucrânia, que 
teve variações de 66,5 até 632 ng/g por peso seco para o somatório de 17 HPAs, por 
outro lado determinados locais como a costa noroeste do mar Mediterrâneo 
apresentaram uma concentração de 48090 ng/g para 14 HPAs. 
 
 
 
 
72 
3.5 Comparações com Critérios Ambientais 
 
 
Os resultados deste estudo foram comparados com os critérios internacionais 
de qualidade dos Sedimentos do Canadá (Canadian Sediment Quality Guidelines for the 
Protection of Aquatic Life) e da NOAA (National Oceanic and Atmospheric 
Administration) dos Estados Unidos. Estes critérios são adotados Provisoriamente pelo 
CONAMA (2003), através da Versão 7 da Proposta de Resolução de Normas para 
Licenciamento Ambiental das Atividades de Dragagem em Águas Jurisdicionais 
Brasileiras e de Gestão do Material Dragado. 
 
Tabela 10: Comparação dos dados aos critérios de qualidade dos sedimento da NOAA (ng/g) 
 Resultados deste estudo Critério 
 L5 L7 L13 L14 L16 L17 L19 L20 ERL ERM 
naftaleno ND 8,70 ND ND 1,55 ND 2,16 4,80 16 210 
fenantreno 15,28 6,20 ND 68,22 ND 3,17 ND 2,23 240 1500 
antraceno 12,21 ND 1,98 ND ND ND ND ND 85 1100 
fluoranteno 31,55 36,36 ND 113,89 ND 12,64 ND ND 600 5100 
pireno 35,36 24,44 ND ND ND 11,50 ND ND 665 2600 
benzo(a)antraceno 24,34 25,56 ND 113,64 ND ND ND ND 261 1600 
criseno 27,72 16,02 ND 148,20 ND ND ND ND 384 2800 
benzo(a)pireno 39,97 29,95 ND 32,39 ND ND ND 22,45 430 1600 
dibenzo(a,h)antraceno 75,08 ND ND 11,04 ND ND ND ND 63 260 
 
A grande maioria dos resultados obtidos ficaram abaixo dos critérios propostos 
por Long et al., (1995), adotados pela NOAA. Apenas o valor de dibenzo(a,h)antraceno 
dos sedimentos do Yacht Club se mostrou pouco acima do valor ERL (Effects Range-
Low). Nenhum composto sequer aproxima-se do valor ERM (Effects Range-Median). 
Conforme NOAA (1999) estes resultados de ERL e ERM não são derivados de estudos 
de toxicidade, portanto não existe certeza de que não ocorra toxicidade abaixo de ERL e 
de que o sedimento apresente toxicidade acima do ERM. 
 
 
 
 
73 
Tabela 11: Comparação dos resultados com os critérios da Agência de Meio Ambiente do 
Canadá (EC) (ng/g) 
 Resultados deste estudo Critério Canadense 
 Yacht Emis/01 TECON TTS TPq Emis/02 Ipiranga V. Naveg Nível 1 Nível 2 
naftaleno ND 8,70 ND ND 1,55 ND 2,16 4,80 34,60 391,00 
fluoreno ND ND ND ND
ND ND ND ND 21,20 144,00 
fenantreno 15,28 6,20 ND 68,22 ND 3,17 ND 2,23 86,70 1500,00 
antraceno 12,21 ND 1,98 ND ND ND ND ND 8,30 1100,00 
fluoranteno 31,55 36,36 ND 113,89 ND 12,64 ND ND 113,00 1494,00 
pireno 35,36 24,44 ND ND ND 11,50 ND ND 153,00 1398,00 
benzo(a)antraceno 24,34 25,56 ND 113,64 ND ND ND ND 74,80 693,00 
criseno 27,72 16,02 ND 148,20 ND ND ND ND 108,00 846,00 
benzo(a)pireno 39,97 29,95 ND 32,39 ND ND ND 22,45 88,80 763,00 
dibenzo(a,h)antraceno 75,08 ND ND 11,04 ND ND ND ND 6,22 135,00 
 
Nível 1 – Valores recomendados de qualidade dos sedimentos 
Nível 2 – Limiares a partir dos quais se esperam efeitos adversos à biota 
 
Os critérios Canadenses baseados em MacDonald et al., (2000), são mais 
restritivos, sendo que nesta comparação os sedimentos do Yacht Club excedem em 
pouco o nível 1, para o antraceno e o dibenzo(a,h)antraceno. Na amostra do TTS quatro 
compostos excederam os limites de efeitos não esperados (nível 1), foram o fluoranteno, 
benzo(a)antraceno, criseno, e dibenzo(a,h)antraceno. Todos estes valores ficaram abaixo 
do limiar no qual se esperam afeitos adversos (nível 2). 
 
Conforme os critérios da proposta de Resolução do CONAMA (2003), este 
estudo indica que os sedimentos do TTS e do Yacht Club são classificados como 
moderadamente contaminados, sendo incluídos na classe 3. O procedimento a ser 
adotado para disposição de um material destes, caso este fosse um material a ser 
dragado, exigiria estudos ecotoxicológicos ou outros a critério do órgão ambiental 
competente. 
 
Todos os outros pontos de coleta registraram sedimentos classe 1, considerados 
não contaminados pela resolução ainda em discussão. 
 
 
 
 
74 
Os HPAs apresentam alta afinidade com a fase orgânica dos sedimentos e por 
sua vez, o COT tem uma distribuição variável nas diferentes frações granulométricas. 
Este comportamento dos contaminantes orgânicos pode induzir a interpretações e 
classificações errôneas do material sedimentar, quanto à sua toxicidade em comparações 
relativas. 
 
Alguns critérios são baseados em normalização por carbono e existe uma 
discussão no sentido de padronizar critérios de avaliações ambientais de sedimentos 
levando-se em conta o conteúdo orgânico do material, uma vez que estas estão 
relacionadas efetivamente com a toxicidade e biodisponibilidade dos contaminantes. 
 
No caso Brasileiro, o CONAMA elabora uma resolução destinada a 
licenciamentos de dragagens que não sinaliza contemplar estes aspectos em sua 7ª 
versão. Conforme esta proposta de resolução os sedimentos analisados neste trabalho 
são classificados como não contaminados, embora através da normalização por carbono 
estes valores foram bem mais elevados, excedendo em muito os valores guia, adotados 
provisoriamente pelo orgão deliberativo. 
 
O teor de carbono das amostras é fator determinante para a concentração e 
biodisponibilidade dos compostos orgânicos e alguns metais, portanto grandes 
diferenças são esperadas em resultados de análises geoquímicas destes contaminantes 
em cada fração granulométrica de um mesmo sedimento. 
 
Apesar dos critérios internacionais mais conhecidos não contemplarem este 
importante aspecto, existem discussões para a adoção de guias de qualidade dos 
sedimentos que considerem o teor de carbono orgânico. 
 
Assim, é muito importante que os critérios deixem claro qual metodologia tem 
que ser utilizada para proceder às análises nos sedimentos que serão comparadas com o 
valor guia apresentado, e/ou então apontar que normalização deve ser aplicada. 
 
 
 
 
75 
Conforme a Regulamentação do CONAMA que dispões sobre Normas para 
Licenciamento Ambiental das Atividades de Dragagem em Águas Jurisdicionais 
Brasileiras e de Gestão do Material Dragado ainda esteja em discussão, será enviada 
sugestão para todos os membros do Grupo de Trabalho que trata deste assunto para que 
estudem a possibilidade de adotar algum tipo de normalização, evitando que esta falta 
de normalização nos critérios Brasileiros se convertam em uma “brecha” na futura 
legislação. 
 
É importante atentar para o fato de que no que se refere à disposição de 
material dragado deve ser levado em consideração que este sedimento sofre lavagem 
durante o processo de dragagem, diluindo a concentração de contaminantes no material 
que é extraído. 
 
O critério utilizado localmente para Puget Sound (WAC, 1995), foi obtido a 
partir de extenso conhecimento da contaminação e toxicidade dos sedimentos nesta 
baía, e como já foi citado, é normalizado pelo teor de carbono orgânico total. Assim os 
dados dos sedimentos do estuário da laguna dos Patos em base de peso de COT foram 
comparados com os padrões de qualidade de sedimentos marinhos, na tabela 14, abaixo. 
 
Tabela 12: Comparação com os critérios WAC, (1995) (ng/g de COT) 
Amostra Yacht Emis/01 TECON TTS TPQ Emis/02 Ipiranga Naveg. WAC 
naftaleno ND 1512 ND ND 541 ND 873 467 99 
fenantreno 1953 1078 ND 22741 ND 1209 ND 217 100 
antraceno 1562 ND 298 ND ND ND ND ND 220 
fluoranteno 4034 6323 ND 37965 ND 4828 ND ND 160 
pireno 4522 4249 ND ND ND 4394 ND ND 1000 
benzo(a)antraceno 3113 4445 ND 37882 ND ND ND ND 110 
criseno 3545 2785 ND 49401 ND ND ND ND 110 
benzo(a)pireno 5111 5207 ND 10797 ND ND ND ND 99 
dibenzo(a,h)antraceno 9600 ND ND 3678 ND ND ND ND 12 
benzo(ghi)perileno ND ND ND 2356 ND ND ND ND 31 
indeno(1,2,3-cd)pireno 6470 ND ND 524 ND ND ND ND 34 
 
Conforme já havia sido citado, os valores locais normalizados por COT são 
muito altos quando comparados com os valores expressos em peso seco e também 
 
 
 
76 
excessivamente elevados na comparação com este critério igualmente expresso em base 
de peso de carbono orgânico. 
 
Todos os valores comparados excedem em muito os valores guia, chegando a 
ser 800 vezes maiores os valores de dibenzo(a,h)antraceno encontrados nos sedimentos 
do Yacht Club, e um mínimo de 4,2 vezes no caso do pireno encontrado nos sedimentos 
do emissário/02. Assim os dados que sem normalização pareciam baixos se tornam 
muito elevados quando comparados com critérios baseados em normalização. 
 
Isto indica que todos os sedimentos que apresentaram níveis detectáveis têm 
forte tendência a provocar efeitos adversos à biota, através da biodisponibilização, é 
provável que tenham também alta toxicidade e disponibilização para outros 
compartimentos ambientais, tais como o material orgânico dissolvido. 
 
Isto reforça a necessidade da legislação atentar para este importante aspecto 
que infere grande variação nos dados e buscar padronizar os critérios de qualidade de 
sedimentos no Brasil, adotando valores normalizados; assim como é recomendável que 
futuros estudos para avaliações ambientais no estuário incluam o cálculo da 
normalização por carbono para efeitos de interpretação e comparação dos dados 
relativos a contaminantes não polares. 
 
 
 
77 
3.6 Indicações da Origem dos HPAs 
 
 
Os HPAs podem ser classificados conforme sua origem em pirogênicos, 
petrogênicos (fósseis) e biogênicos, e para caracterizar suas principais origens, várias 
razões podem ser aplicadas como parâmetros de interpretação dos resultados de HPAs. 
Estas razões são indicativas das origens dos HPAs e são aplicadas complementarmente 
umas com as outras, de modo a aumentar o grau de precisão indicado. 
 
Os sedimentos analisados neste trabalho foram os obtidos da camada 
superficial, por isso enquadrados em material depositado recentemente, porém o 
reduzido número de resultados deste trabalho dificultou a obtenção de conclusões 
determinantes a respeito da origem dos HPAs nos sedimentos estuário da Laguna dos
Patos. Assim os resultados apresentados são classificados como indicativos das origens 
dos HPAs encontrados. 
 
De forma geral os HPAs que se originam por combustão são os de maior peso 
molecular (PM) e os fósseis são os de menor peso. Este parâmetro é o fator de 
intepretação mais representativo aplicado a estes resultados, em função de incluir um 
número maior de resultados. Em comparação com outros fatores foram identificados 
resultados contraditórios. 
 
Conforme Mora & Sheikholeslami, (2002) os pirolíticos apresentam peso 
molecular maior que 178 e são representados entre os 16 HPAs estudados por 
fluoranteno, pireno, benzo(a)antraceno, criseno, benzo(b)fluoranteno, benzo(a) pireno, 
dibenzo(a,h)antraceno, benzo(ghi)perileno benzo(k)fluoranteno, e indeno(1,2,3-
cd)pireno. Enquanto que os de peso molecular igual ou menor que 178, no presente 
estudo foram o naftaleno, o acenaftileno, o acenafteno, o fluoreno, o fenantreno e o 
antraceno. 
 
 
 
 
78 
A aplicação deste parâmetro nos resultados deste trabalho indica alta 
predominância de fontes pirogênicas sobre as petrogênicas, como ilustram as tabelas 15 
e 16 que diferenciam os compostos petrogênicos em cinza dos pirogênicos em amarelo, 
apresentando seus respectivos somatórios. 
 
Tabela 13: Somatórios dos HPAs de origem piro e petrogênicas (ng/g) 
 L5 L7 L13 L14 L16 L17 L19 L20 
naftaleno ND 8,70 ND ND 1,55 ND 2,16 4,80 
acenaftileno ND ND ND ND ND ND ND ND 
acenafteno ND ND ND ND ND ND ND ND 
fluoreno ND ND ND ND ND ND ND ND 
fenantreno 15,28 6,20 ND 68,22 ND 3,17 ND 2,23 
antraceno 12,21 ND 1,98 ND ND ND ND ND 
fluoranteno 31,55 36,36 ND 113,89 ND 12,64 ND ND 
pireno 35,36 24,44 ND ND ND 11,50 ND ND 
benzo(a)antraceno 24,34 25,56 ND 113,64 ND ND ND ND 
criseno 27,72 16,02 ND 148,20 ND ND ND ND 
benzo(b)fluoranteno 22,94 ND ND 71,07 ND ND ND ND 
benzo(k)fluoranteno ND ND ND 64,45 ND ND ND ND 
benzo(a)pireno 39,97 29,95 ND 32,39 ND ND ND 22,45 
dibenzo(a,h)antraceno 75,08 ND ND 11,04 ND ND ND ND 
benzo(ghi)perileno ND ND ND 7,07 ND ND ND ND 
indeno(1,2,3-cd)pireno 50,60 ND ND 1,57 ND ND ND ND 
 
HPAs Petrogênicos 27,49 14,90 1,98 68,22 1,55 3,17 2,16 7,03 
HPAs Pirogênicos 307,58 132,33 0,00 563,31 0,00 24,14 0,00 22,45 
 
Mesmo excluindo do cálculo o pireno e criseno que podem derivar de fontes 
pirolíticas e fósseis, a predominância dos pirolíticos se mantém acentuada, confirmando 
a maior importância relativa de aportes de HPAs derivados de combustão, como pode 
ser visto na tabela 16, abaixo. 
 
 
 
79 
Tabela 14: Somatórios dos HPAs de origem piro e petrogênicas exetuando-se criseno e pireno 
(ng/g) 
 L5 L7 L13 L14 L16 L17 L19 L20 
naftaleno ND 8,70 ND ND 1,55 ND 2,16 4,80 
acenaftileno ND ND ND ND ND ND ND ND 
acenafteno ND ND ND ND ND ND ND ND 
fluoreno ND ND ND ND ND ND ND ND 
fenantreno 15,28 6,20 ND 68,22 ND 3,17 ND 2,23 
antraceno 12,21 ND 1,98 ND ND ND ND ND 
fluoranteno 31,55 36,36 ND 113,89 ND 12,64 ND ND 
benzo(a)antraceno 24,34 25,56 ND 113,64 ND ND ND ND 
benzo(b)fluoranteno 22,94 ND ND 71,07 ND ND ND ND 
benzo(k)fluoranteno ND ND ND 64,45 ND ND ND ND 
benzo(a)pireno 39,97 29,95 ND 32,39 ND ND ND 22,45 
dibenzo(a,h)antraceno 75,08 ND ND 11,04 ND ND ND ND 
benzo(ghi)perileno ND ND ND 7,07 ND ND ND ND 
indeno(1,2,3-cd)pireno 50,60 ND ND 1,57 ND ND ND ND 
 
HPAs Petrogênicos 27,49 14,90 1,98 68,22 1,55 3,17 2,16 7,03 
HPAs Pirogênicos 244,49 91,88 0,00 415,11 0,00 12,64 0,00 22,45 
 
Entre os HPAs de origem fóssil o acenaftileno, acenafteno e o fluoreno não 
ocorreram em quaisquer amostras já o naftaleno, o fenantreno e o antraceno ocorreram 
em poucas amostras e em reduzidas quantidades. 
 
Neste parâmetro foram três amostras que tiveram predominância de origens 
fósseis para os HPAs, os sedimentos do canal do TECON, do terminal Petroquímico e a 
da refinaria Ipiranga. Incluídas no grupo de locais com predominância de aportes 
pirolíticos estão os sedimentos do Yacht Club, do emissário/01, emissário/02, píer do 
TTS e da vila dos Navegantes. 
 
A predominância de HPAs petrogênicos foi observada apenas em sedimentos 
nos quais somente um composto foi detectado, como pode ser visto na tabela 16, 
apresentada anteriormente, para as amostras do canal defronte ao TTS (L13), do 
terminal Petroquímico (L16) e a da refinaria Ipiranga (L19). 
 
Cinco pontos amostrais tiveram forte predominância pirogênica, entre 76 % 
para os sedimentos da vila dos Navegantes até 95 % no Yacht Club. Os compostos de 
 
 
 
80 
origem pirogênica têm propagação predominantemente atmosférica, provém de fontes 
muito difusas, englobando desde contribuições naturais, como incêndios vegetais, 
passando por fontes urbanas como os motores à combustão, até contaminações de 
origem industrial, como o refino e a química do petróleo. 
 
Embora a aplicação desta razão indique as origens dos HPAs, ela é mais 
fielmente aplicadas para contaminações recentes, tendo em vista que mesmo em função 
de derrames de óleo cru, com o passar do tempo restam em maior concentração os 
HPAs de alto peso molecular, devido a maior volatilidade e mais rápida degradação dos 
compostos de menor peso molecular. 
 
Conforme Boehm & Farrington (1984) e Robertson (1998) a razão 
naftaleno/fenantreno é usada para diagnosticar aportes de petróleo fresco. Enquanto os 
compostos derivados de fenantreno podem ser pirogênicos, petrogênicos e diagenéticos, 
os naftalênicos são característicos de óleo cru e pouco degradado, sendo também 
indicadores de contaminação antrópica. 
 
Com os resultados obtidos nas 18 amostras foi possível calcular a razão 
naftaleno/fenantreno apenas em dois pontos amostrais, a amostra do emissário/01 (L7) e 
a da vila dos Navegantes (L20), apresentados na tabela 17, apresentada abaixo. 
 
Tabela 15: Resultados da razão naftaleno/ fenantreno nas amostras L7 e L20 
 Emissário/01 V. Navegantes 
Naftalenos/Fenantrenos 1,40 2,15 
 
Esta razão indica a predominância de naftaleno nos dois pontos amostrados, 
sugerindo assim a contaminação recente por petróleo fresco, sobretudo na amostra L20 
obtida defronte a Vila dos Navegantes, local com diversos pontos de lançamento de 
esgotos, onde foram contados 8 despejos de efluentes urbanos. Ou seja, nestes pontos 
com despejos de esgotos mistos a razão naftaleno/fenantreno indica contaminação 
antrópica recente por HPAs de origem petrogênica. 
 
 
 
 
81 
Embora não seja possível calcular a razão naftaleno/fenantreno os sedimentos 
obtidos defronte a refinaria Ipiranga (L19) e do terminal Petroquímico (L16) 
apresentaram larga predominância de naftaleno, uma vez que não foi detectado 
fenantreno nestes pontos, o que indica contaminação antrópica recente. 
 
O naftaleno e seus derivados são os principais compostos policíclicos 
aromáticos contidos nas emissões atmosféricas dos processos de refino de petróleo, 
contribuindo em média com 85% dos HPAs, sendo que os de dois e três anéis somam 
94% dos HPAs (IPCS, 1998). 
 
Por conseguinte, conforme não tenham ocorrido níveis detectáveis de naftaleno 
nos sedimentos do Yacht Club (L5), do TTS (L14) e do emissário/02 (L17), e tenha sido 
registrado a presença de fenantreno, estas amostras são incluídas no grupo das que tem 
valores menores que 1, sendo assim, de origem mista segundo Boehm & Farrington, 
(1984) e predominantemente pirolítica oriunda de incinerações e de operação de 
motores a combustão interna (Harrison et al., 1996). 
 
Outro parâmetro de diagnóstico de aportes de HPAs proposto por McCarthy et 
al., (2000) é a razão fluoranteno/pireno. Esta razão é influenciada pela temperatura na 
qual ocorre a combustão dos hidrocarbonetos, razões maiores que 1 indicam uma
combustão de alta temperatura, enquanto que uma razão com valores abaixo de 1 
indicam combustões a menores temperaturas. 
 
Nas amostras nas quais foram obtidos resultados de fluorantenos e pirenos a 
razão entre estes dois compostos foi aplicada, conforme pode ser visto abaixo na tabela 
18, e na figura 20, subseqüente. 
 
Tabela 16: Resultados das razões fluorantenos /pirenos 
 Yacht Emis/01 Emis/02 
Fluorantenos/Pirenos 0,89 1,49 1,10 
 
 
 
 
82 
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
L5 L7 L14 L17
pireno
fluoranteno
 
Figura 20: Relação entre fluoranteno e pireno 
 
Apenas o resultado da análise da amostra obtida junto ao Yacht Club (L5) foi 
inferior a 1, sugerindo fraca predominância de origem em combustões de baixa 
temperatura, enquanto que as amostras obtidas no emissário, tanto em 2001 quanto em 
2002 (L7 e L17, respectivamente) apresentaram a razão entre fluorantenos e pirenos 
acima de 1 sugerindo queimas em altas temperaturas. 
 
O mesmo pode ser dito da amostra do TTS (L14) que apresentou um resultado 
relativo muito alto de fluoranteno. Os HPAs gerados em processos de alta temperatura 
são oriundos, por exemplo, da operação de motores de combustão interna, de 
incineradores e processos de refinamento de petróleo. 
 
Uma razão complementar a relação fluoranteno/pireno é o cálculo 
fenantreno/antraceno, no qual os valores acima de 10 indicam fontes petrogênicas e 
abaixo deste patamar apontam fontes pirogênicas. 
 
O uso conjugado destes dois parâmetros interpretativos se traduz em mais 
segurança na indicação das origens dos HPAs, quando fenantreno/antraceno > 10 e 
 
 
 
83 
fluoranteno/pireno >1 a origem é petrogênica e quando fenantreno/antraceno < 10 e 
fluoranteno/pireno <1 indica predominância de fontes pirolíticas (Budzinsky et al., 
1997). 
 
Tabela 17: Relações fenantreno/antraceno 
 Yacht Emis/01 TECON TTS 
Fenantreno 15,28 6,20 < 0,50 68,22 
Antraceno 12,21 < 0,50 1,98 < 0,50 
Fenantrenos/Antracenos 1,25 > 12,40 < 0,25 >136,44 
 
Isoladamente esta razão indica dominância pirolítica para os sedimentos do 
Yacht Club, em alguns pontos onde somente um composto foi detectado, pode ser 
considerado que a concentração não detectável (ND) é de no máximo 0,5 (limite de 
detecção) obtemos a indicação desta razão aproximada para estes pontos. No 
emissário/01 e no TTS a origem apontada foi a petrogênica (fóssil), enquanto que no 
ponto do canal do TECON a predominância foi pirogênica. 
 
A tabela 20, apresentada abaixo resume os parâmetros interpretativos 
aplicados. 
 
Tabela 18: Aplicação dos parâmetros de interpretação 
 Predominância Naftaleno/Fenantreno Fluoranteno/Pireno Fenantreno/Antraceno 
 Pirogênico Fóssil Result. Indica Result. Indica Result. Indica 
Yacht 92% < 1 Origem mista 0,89 baixa T°C 1,25 pirogênica 
Emis/01 90% 1,4 cont. antrópica 1,49 alta T°C > 12,40 fóssil 
TECON 100% - - - - < 0,25 pirogênica 
TTS 89% < 1 Origem mista >1 alta T°C > 136,44 fóssil 
TPQ 100% > 1 cont. antrópica - - - 
Emis/02 88% < 1 Origem mista 1,1 alta T°C - 
Ipiranga 100% > 1 cont. antrópica - - - 
Naveg. 76% 2,15 cont. antrópica - - - 
 
Os sedimentos do Yacht Club de Rio Grande recebem contaminações locais 
predominantemente relacionadas a óleos, combustíveis, tintas e exaustão de motores. As 
razões aplicadas indicam predominância de aporte pirogênico, origem mista de 
combustão a baixas temperaturas. 
 
 
 
84 
 
Os sedimentos do emissário/01 provêm, sobretudo da lavagem urbana, esgotos 
domésticos e atividades industriais, face aos parâmetros de interpretação apresenta 
predominância de 90% de compostos de alto peso molecular (indicando origem 
pirogênica), contaminação antrópica recente, origem em queima de alta temperatura e 
contraditoriamente, as razões fenantreno/antraceno e fluoranteno/pireno conjugadas 
indicam predominância em origem fóssil. 
 
A amostra obtida no canal do TECON também teve resultado contraditório, o 
único composto detectado foi o antraceno apontando predominância de origem fóssil, 
porém na aplicação da razão fenantreno/antraceno (considerando a concentração de 
fenantreno de no máximo 0,5 ng/g) a origem indicada é pirogênica. 
 
Os sedimentos do TTS e do emissário/02 apresentaram resultados similares, 
respectivamente, 89 e 88 % de predominância pirolítica, origem mista de combustão de 
alta temperatura. Porém, contraditoriamente, na estação do TTS a razão 
fenantreno/antraceno indica ampla predominância de origem fóssil. 
 
Os sedimentos do terminal Petroquímico e da refinaria Ipiranga tiveram apenas 
naftaleno detectado, o que pode ser traduzido pela predominância de origem fóssil e 
contaminação antrópica recente. 
 
Por fim a amostra da vila dos Navegantes teve 76% de predominância 
pirogênica e forte indicativo de contaminação antrópica. 
 
É importante ressltar que estes parâmetros de interpretação são indicativos das 
prováveis origens, e somado ao reduzido número de dados deste estudo e ainda a 
obtenção de resultados contraditórios em alguns pontos, não é pertinente tratar estes 
resultados como constatações conclusivas a respeito da origem dos HPAs nos 
sedimentos do estuário da Laguna dos Patos. 
 
 
 
 
85 
4 Conclusões 
 
 
Em relação ao nível de impacto dos hidrocarbonetos poliaromáticos no estuário 
da Laguna dos Patos, verifica-se que as mais altas concentrações de HPAs foram 
encontradas na região do Superporto, nas proximidades do Terminal de Trigo e Soja. Os 
resultados mostram que essa região é a mais poluída, pois para fenantreno, fluoranteno, 
benzo(a)antraceno, criseno, dibenzo(a,h)antraceno apresentaram valores acima dos 
valores controle expressos em peso seco. Desta forma, essa região é uma das que 
apresenta o maior risco tóxico para as espécies de organismos estuarinos e marinhos, 
especialmente para aqueles de hábitos bentônicos. 
 
A segunda região considerada mais poluída do estuário da Laguna dos Patos 
está localizada próximo o Yacht Club de Rio Grande, com valores de concentração de 
antraceno e dibenzo(a,h)antraceno excedendo os critérios de qualidade de sedimentos 
Canadenses. 
 
Com níveis de contaminação menos intensos foram classificadas as regiões da 
Coroa do Boi próxima ao emissário de esgotos, seguida pela área próxima a vila dos 
Navegantes, e pelas regiões próximas a refinaria Ipiranga, ao terminal Petroquímico e 
no canal próximo ao TECON. 
 
Em diversas regiões não foi detectada contaminação por HPAs, são elas: a 
região próxima a ilha dos ovos no saco do Mendanha, no saco do Arraial a noroeste da 
ilha dos Marinheiros, no canal de navegação a leste da ilha do terrapleno (próximo ao 
Cocuruto), no canal ao sul do Porto Novo, nas imediações do terminal de Petroleiros e 
nas margens ao sul e sudoeste do saco da Mangueira. 
 
Em termos do nível de contaminação por HPAs o estuário da Laguna dos Patos 
pode em linhas gerais ser dividido em dois setores. O primeiro inclui as zonas mais 
contaminadas, que correspondem às margens lagunares de menores profundidades e 
 
 
 
86 
mais próximas das fontes de origem antrópica; e o segundo considerado como menos 
contaminado inclui as zonas mais profundas dos canais de navegação e mais distantes 
dos pontos de emissão de efluentes localizados no estuário da Laguna dos Patos. 
 
As concentrações brutas de HPAs encontrados neste trabalho foram 
significativamente menores quando comparadas a resultados de outros trabalhos 
realizados na região. Considera-se que a utilização de frações granulométricas de areia 
fina e média juntamente com os sedimentos finos (silte
e argila), analisados nos estudos 
anteriores, tenha tido um papel importante para gerar esta relativa redução geral dos 
teores dos HPAs dos sedimentos da região estuarina. 
 
As condições climáticas são indicadas como outro importante fator a ser 
considerado para explicar os baixos resultados encontrados. Esta redução dos teores 
teria sido causada pela grande diluição das principais fontes – e.g. esgotos e lavagem 
urbana-industrial - e pelo aporte de sedimentos argilosos, pobres em HPAs, 
provenientes da bacia hidrográfica da Laguna dos Patos. 
 
Durante os períodos de cheia haveria uma diminuição dos teores orgânicos 
devido ao aporte e sedimentação no estuário de partículas sedimentares empobrecidas 
em hidrocarbonetos e em matéria orgânica. Durante os períodos de estiagem ou de 
pouca precipitação atmosférica nas bacias hidrográficas, o aporte sedimentar é menor e 
assim destaca-se o efeito das fontes poluentes da região estuarina da Laguna dos Patos. 
 
Conforme os critérios da proposta de Resolução do CONAMA (2003), o 
presente estudo mostra que os sedimentos das regiões do Superporto nas imediações do 
Terminal de Trigo e Soja e da região estuarina adjacente ao Yacht Club podem ser 
classificados como moderadamente contaminados (classe 3). Todos as demais setores 
estuarinos investigados nesse estudo podem ser classificados como tendo sedimentos de 
classe 1, considerados não contaminados pela resolução ainda em discussão. 
 
 
 
 
87 
A utilização de valores de HPAs normalizados pela quantidade de COT 
aparece como uma importante ferramenta para o diagnóstico ambiental da região 
estuarina em relação a esses poluentes. Esse procedimento reduziu as distorções entre os 
resultados do presente estudo em relação a outros efetuados na área. Possibilitando a 
correção dos teores em função das metodologias utilizadas e dos fatores naturais que 
determinam a variação dos teores dos HPAs nos sedimentos da região estuarina, 
especialmente para os setores marginais e mais poluídos do estuário da Laguna dos 
Patos. 
 
Levando-se em consideração o critério de qualidade que utiliza a normalização 
dos teores de HPAs pelo teor de carbono orgânico total (WAC, 1995) a situação 
ambiental apresenta um quadro muito diferente. Observa-se que todas as amostras que 
tiveram níveis detectáveis ultrapassaram o limiar a partir do qual são verificados efeitos 
adversos para a biota, em até algumas centenas de vezes o valor controle. A 
normalização pelo COT permitiu verificar que pode existir uma considerável variação 
natural dos teores HPAs nos sedimentos do estuário da Laguna dos Patos. 
 
A partir dos resultados gerais é possível concluir que a região do Superporto, 
do Yacht Club, da Coroa do Boi e do norte do saco da Mangueira apresentam um 
elevado nível de impacto por HPAs, e podem atuar como fontes de poluentes orgânicos 
para outros compartimentos do sistema aquático estuarino, e assim podem causar efeitos 
tóxicos a biota e ao homem através da cadeia alimentar e/ou contaminação direta. 
 
Por outro lado, esses resultados mostram que as principais fontes poluentes de 
HPAs são provenientes essencialmente de atividades urbanas, portuárias e industriais 
realizadas na região estuarina da Laguna dos Patos. As fontes de HPAs de origem 
alóctone, ao menos em relação às 16 espécies estudadas, são muito mais reduzidas do 
que as fontes autóctones resultantes das bacias hidrográficas. 
 
De uma maneira geral observou-se que no estuário da Laguna dos Patos há 
uma predominância de compostos poliaromáticos de alto peso molecular, indicando 
 
 
 
88 
uma maior contribuição relativa de compostos de origens pirogênicas em relação aos 
aportes de origens petrogênicas. Em todas as amostras que registraram a presença de 
ambos os tipos de compostos a origem pirogenética sobrepujou largamente as fontes 
fósseis. Em termos gerais, o presente estudo permite estabelecer que cerca de 89 % das 
espécies de HPAs são de alto peso molecular, enquanto que os restantes 11 % são de 
baixo peso molecular.. 
 
Os HPAs pirogênicos são gerados predominantemente pelas emissões 
atmosféricas, que no local são representadas pelo parque Industrial, motores a 
combustão interna, incineração de lixo, incêndios e as mais variadas queimas. Os 
aportes de origem petrogênicas são gerados pelo derrame, vazamento e manipulação 
industrial, comercial e doméstica de petroquímicos e pela lixiviação de óleos, graxas e 
combustíveis. 
 
Na região do Yacht Club de Rio Grande as razões aplicadas indicam 
predominância de aportes de natureza pirogênica sobre a petrogênica e origem 
predominantemente em combustão a baixas temperaturas, ou seja, em queimas sob 
pressão atmosférica. 
 
A área da Coroa do Boi, próximo ao emissário de esgotos apresentou clara 
predominância de compostos de alto peso molecular (pirogênicos), contaminação 
antrópica recente, predominância de geração em queimas de alta temperatura cuja 
predominância se deve provavelmente as frotas viárias e navais que circulam e operam 
na região. 
 
Situação similar foi encontrada ao norte do saco da Mangueira próximo da vila 
dos Navegantes. Ainda ao norte do saco da mangueira, próximo da refinaria Ipiranga 
também foi indicada à presença de contaminação antrópica recente, porém de origem 
fóssil. 
 
 
 
89 
5 Recomendações 
 
 
Como foi observado neste estudo e comprovado em estatísticas mundiais a 
poluição proveniente dos esgotos é muito importante, tanto para hidrocarbonetos quanto 
para vários outros contaminantes. Somando-se o fato de que a falta de saneamento é 
responsável pela ocupação de cerca de 80% dos leitos hospitalares nos países ditos em 
desenvolvimento (OMS, 1995). Estudos locais poderiam gerar argumentos em base 
econômica para serem apresentados ao poder público, como instrumento de demanda 
para a necessidade de saneamento público. 
 
A partir de trabalhos de base como o presente estudo, o rumo que vemos como 
mais importante é buscar relacionar os microcontaminantes com os possíveis efeitos à 
biota e a biomagnificação na cadeia alimentar, além de pesquisas relacionadas a 
exposição destes contaminantes diretamente ao homem, e as conseqüências em termos 
de saúde pública. 
 
Especificamente se tratando de HPAs, e principalmente por este estudo ter 
apontado predominância de compostos de origem pirogênica, tendem a ser muito 
reveladores estudos de dispersão atmosférica destes contaminantes, os quais apresentam 
seus piores efeitos a saúde quando absorvidos pelas vias respiratórias. 
 
Tratando-se de fontes tão difusas são necessários estudos específicos junto aos 
principais setores industriais e urbanos para avaliar a contribuição relativa dos diversos 
atores sociais, possibilitando estimar assim o impacto específico da indústria do petróleo 
na região estuarina da Laguna dos Patos. 
 
Conforme observações feitas no item 3.6 é recomendável que os valores 
controle de qualidade de sedimentos indiquem algum tipo de normalização e/ou a 
metodologia a ser empregada nos estudos que visam proceder à avaliação ambiental dos 
 
 
 
90 
sedimentos de modo a melhorar a relação comparativa entre os estudos e os valores 
guias. 
 
Como foi visto neste trabalho a normalização dos valores por carbono orgânico 
total vem sendo usada, com vantagens sobre a normalização granulométrica, porém 
novos estudos apontam outras correlações. Em função da regulamentação que dispõe 
sobre o licenciamento das atividades de dragagem estar sendo discutida, é recomendável 
que seja estudada a adoção de parâmetros de normalização, para efeitos comparativos 
com os valores guias que estão
sendo propostos. Será feita uma comunicação ao Grupo 
de Trabalho que prepara esta regulamentação CONAMA, sugerindo que levem em 
conta esta possibilidade. 
 
É recomendável que todas as atividades potencialmente poluidoras, e passíveis 
da ocorrência acidentes com produtos contaminantes, devem manter uma equipe 
treinada e equipada para atender qualquer emergência que possam ocorrer tanto 
envolvendo as atividades da indústria do petróleo quanto com outras substâncias. 
 
 
 
 
91 
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Anexos 
 
 
 
II 
CROMATOGRAMAS 
 
Anexo 1: Cromatogramas dos extratos dos sedimentos com resultados positivos para HPAs 
 
 
 
III
DADOS METEOROLÓGICOS 
Data: 
dd.mm.aaaa Intensidade da Velocidade do Vento (m/s) Direção Predominante do Vento Taxa de Precipitação (mm) 
02;03;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000000.00000; 
03;03;2001; +0000000002.33333; NW; +0000000006.10000; 
04;03;2001; +0000000001.66666; SP; +0000000006.60000; 
05;03;2001; +0000000001.33333; N ; +0000000000.00000; 
06;03;2001; +0000000002.33333; SP; +0000000000.00000; 
07;03;2001; +0000000002.00000; SP; +0000000000.50000; 
08;03;2001; +0000000001.66666; E ; +0000000000.00000; 
09;03;2001; +0000000001.66666; NE; +0000000000.00000; 
10;03;2001; +0000000000.66666; NE; +0000000000.00000; 
11;03;2001; +0000000001.00000; SE; +0000000000.00000; 
12;03;2001; +0000000001.66666; NE; +0000000000.00000; 
13;03;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000001.00000; 
14;03;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 
15;03;2001; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 
16;03;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000113.60000; 
17;03;2001; +0000000001.66666; E ; +0000000000.00000; 
18;03;2001; +0000000000.33333; C ; +0000000000.00000; 
19;03;2001; +0000000001.33333; S ; +0000000000.00000; 
20;03;2001; +0000000001.33333; E ; +0000000000.00000; 
21;03;2001; +0000000001.66666; NE; +0000000000.30000; 
22;03;2001; +0000000000.66666; SP; +0000000013.40000; 
23;03;2001; +0000000000.66666; SP; +0000000030.70000; 
24;03;2001; +0000000002.00000; E ; +0000000008.20000; 
25;03;2001; +0000000001.33333; NE; +0000000000.60000; 
26;03;2001; +0000000002.00000; SW; +0000000045.80000; 
27;03;2001; +0000000001.66666; NW; +0000000000.00000; 
28;03;2001; +0000000001.00000; NW; +0000000000.20000; 
29;03;2001; +0000000001.33333; W ; +0000000000.00000; 
30;03;2001; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 
31;03;2001; +0000000001.66666; SP; +0000000000.00000; 
01;04;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000000.00000; 
02;04;2001; +0000000001.66666; SE; +0000000000.00000; 
03;04;2001; +0000000001.66666; S ; +0000000000.00000; 
04;04;2001; +0000000001.33333; SE; +0000000000.00000; 
05;04;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000002.60000; 
06;04;2001; +0000000001.66666; SE; +0000000006.00000; 
07;04;2001; +0000000002.33333; E ; +0000000000.00000; 
08;04;2001; +0000000001.00000; SE; +0000000000.00000; 
09;04;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000036.00000; 
10;04;2001; +0000000004.33333; SW; +0000000008.40000; 
11;04;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000000.40000; 
12;04;2001; +0000000001.33333; NE; +0000000000.00000; 
13;04;2001; +0000000002.33333; NE; +0000000000.20000; 
14;04;2001; +0000000002.00000; NE; +0000000000.00000; 
15;04;2001; +0000000001.33333; SE; +0000000000.00000; 
16;04;2001; +0000000002.66666; NE; +0000000000.00000; 
17;04;2001; +0000000004.00000; NE; +0000000000.00000; 
18;04;2001; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 
19;04;2001; +0000000002.00000; W ; +0000000000.00000; 
20;04;2001; +0000000001.66666; W ; +0000000000.00000; 
 
 
 
IV 
21;04;2001; +0000000006.66666; SW; +0000000000.00000; 
22;04;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.20000; 
23;04;2001; +0000000001.33333; NW; +0000000002.40000; 
24;04;2001; +0000000005.66666; SW; +0000000045.80000; 
25;04;2001; +0000000002.66666;
NE; +0000000000.00000; 
26;04;2001; +0000000001.66666; SW; +0000000018.60000; 
27;04;2001; +0000000001.00000; SP; +0000000004.20000; 
28;04;2001; +0000000001.66666; SE; +0000000015.60000; 
29;04;2001; +0000000001.33333; SE; +0000000042.50000; 
30;04;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000015.40000; 
01;05;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000027.90000; 
02;05;2001; +0000000002.33333; NW; +0000000030.10000; 
03;05;2001; +0000000001.66666; SW; +0000000000.00000; 
04;05;2001; +0000000004.33333; SW; +0000000000.00000; 
05;05;2001; +0000000005.33333; SW; +0000000004.40000; 
06;05;2001; +0000000001.33333; S ; +0000000002.00000; 
07;05;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 
08;05;2001; +0000000001.33333; E ; +0000000000.20000; 
09;05;2001; +0000000002.66666; SW; +0000000016.40000; 
10;05;2001; +0000000004.00000; W ; +0000000000.00000; 
11;05;2001; +0000000003.00000; W ; +0000000000.00000; 
12;05;2001; +0000000002.00000; SW; +0000000000.00000; 
13;05;2001; +0000000003.33333; SW; +0000000000.00000; 
14;05;2001; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 
15;05;2001; +0000000001.00000; E ; +0000000000.00000; 
16;05;2001; +0000000001.66666; SP; +0000000004.30000; 
17;05;2001; +0000000005.66666; SW; +0000000011.10000; 
18;05;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000005.60000; 
19;05;2001; +0000000000.66666; SP; +0000000002.20000; 
20;05;2001; +0000000000.66666; SP; +0000000000.00000; 
21;05;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 
22;05;2001; +0000000001.00000; SW; +0000000003.00000; 
23;05;2001; +0000000000.66666; SP; +0000000001.00000; 
24;05;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.30000; 
25;05;2001; +0000000002.33333; NE; +0000000000.00000; 
26;05;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 
27;05;2001; +0000000000.66666; SP; +0000000000.00000; 
28;05;2001; +0000000000.66666; NE; +0000000000.00000; 
29;05;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 
30;05;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 
31;05;2001; +0000000002.00000; SP; +0000000000.00000; 
01;06;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000047.20000; 
02;06;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000023.70000; 
03;06;2001; +0000000000.66666; N ; +0000000000.00000; 
04;06;2001; +0000000001.33333; SE; +0000000000.80000; 
05;06;2001; +0000000001.66666; SP; +0000000000.00000; 
06;06;2001; +0000000001.66666; S ; +0000000028.60000; 
07;06;2001; +0000000001.00000; SP; +0000000000.40000; 
08;06;2001; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 
09;06;2001; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 
10;06;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 
11;06;2001; +0000000001.33333; NE; +0000000000.00000; 
12;06;2001; +0000000000.66666; NW; +0000000000.00000; 
13;06;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 
 
 
 
V 
14;06;2001; +0000000001.00000; NW; +0000000000.00000; 
15;06;2001; +0000000000.66666; SP; +0000000000.00000; 
16;06;2001; +0000000003.00000; SW; +0000000023.80000; 
17;06;2001; +0000000010.33333; W ; +0000000000.00000; 
18;06;2001; +0000000001.66666; S ; +0000000001.40000; 
19;06;2001; +0000000001.33333; NE; +0000000007.20000; 
20;06;2001; +0000000010.33333; SW; +0000000039.00000; 
21;06;2001; +0000000002.33333; W ; +0000000002.20000; 
22;06;2001; +0000000001.33333; NW; +0000000000.00000; 
23;06;2001; +0000000001.00000; W ; +0000000000.00000; 
24;06;2001; +0000000000.66666; SE; +0000000000.00000; 
25;06;2001; +0000000000.66666; SP; +0000000002.00000; 
26;06;2001; +0000000002.33333; SP; +0000000008.10000; 
27;06;2001; +0000000001.66666; SW; +0000000001.80000; 
28;06;2001; +0000000001.00000; E ; +0000000000.40000; 
29;06;2001; +0000000001.33333; NE; +0000000000.00000; 
30;06;2001; +0000000000.33333; C ; +0000000000.00000; 
01;07;2001; +0000000000.33333; C ; +0000000000.40000; 
02;07;2001; +0000000001.00000; SW; +0000000010.20000; 
03;07;2001; +0000000001.33333; N ; +0000000000.20000; 
04;07;2001; +0000000001.66666; SP; +0000000000.00000; 
05;07;2001; +0000000001.33333; S ; +0000000017.20000; 
06;07;2001; +0000000002.33333; E ; +0000000000.00000; 
07;07;2001; +0000000002.33333; NE; +0000000000.40000; 
08;07;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000010.40000; 
09;07;2001; +0000000000.66666; N ; +0000000000.00000; 
10;07;2001; +0000000002.00000; NE; +0000000012.20000; 
11;07;2001; +0000000007.33333; S ; +0000000039.00000; 
12;07;2001; +0000000003.00000; SW; +0000000000.60000; 
13;07;2001; +0000000000.33333; C ; +0000000000.00000; 
14;07;2001; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 
15;07;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.20000; 
16;07;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000000.00000; 
17;07;2001; +0000000001.66666; NE; +0000000003.40000; 
18;07;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000010.60000; 
19;07;2001; +0000000003.00000; NE; +0000000000.00000; 
20;07;2001; +0000000004.66666; SW; +0000000033.70000; 
21;07;2001; +0000000003.33333; SW; +0000000000.00000; 
22;07;2001; +0000000005.33333; SW; +0000000000.00000; 
23;07;2001; +0000000001.66666; SP; +0000000000.00000; 
24;07;2001; +0000000001.00000; SP; +0000000002.80000; 
25;07;2001; +0000000002.00000; NE; +0000000006.40000; 
26;07;2001; +0000000004.66666; SW; +0000000000.60000; 
27;07;2001; +0000000006.33333; SW; +0000000000.00000; 
28;07;2001; +0000000000.66666; SP; +0000000000.00000; 
29;07;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 
30;07;2001; +0000000002.66666; NE; +0000000000.00000; 
31;07;2001; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 
 
01;03;2002; +0000000002.00000; S ; +0000000042.00000; 
02;03;2002; +0000000001.66666; SP; +0000000000.60000; 
03;03;2002; +0000000002.33333; NE; +0000000000.00000; 
04;03;2002; +0000000001.66666; N ; +0000000000.00000; 
05;03;2002; +0000000001.00000; SP; +0000000025.40000; 
 
 
 
VI 
06;03;2002; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 
07;03;2002; +0000000001.00000; N ; +0000000000.00000; 
08;03;2002; +0000000001.33333; W ; +0000000000.00000; 
09;03;2002; +0000000001.33333; SP; +0000000009.00000; 
10;03;2002; +0000000001.33333; SP; +0000000000.00000; 
11;03;2002; +0000000001.33333; SP; +0000000008.60000; 
12;03;2002; +0000000000.66666; SP; +0000000006.90000; 
13;03;2002; +0000000001.33333; NE; +0000000003.90000; 
14;03;2002; +0000000000.66666; SP; +0000000015.60000; 
15;03;2002; +0000000000.66666; SP; +0000000000.00000; 
16;03;2002; +0000000001.00000; NE; +0000000005.40000; 
17;03;2002; +0000000001.66666; SP; +0000000011.00000; 
18;03;2002; +0000000001.00000; SE; +0000000014.80000; 
19;03;2002; +0000000002.00000; NE; +0000000003.20000; 
20;03;2002; +0000000001.33333; SW; +0000000011.80000; 
21;03;2002; +0000000003.66666; E ; +0000000008.00000; 
22;03;2002; +0000000004.00000; NE; +0000000000.60000; 
23;03;2002; +0000000000.66666; SP; +0000000000.00000; 
24;03;2002; +0000000001.33333; SW; +0000000000.00000; 
25;03;2002; +0000000001.33333; SP; +0000000029.90000; 
26;03;2002; +0000000001.66666; SE; +0000000000.40000; 
27;03;2002; +0000000002.33333; SE; +0000000019.20000; 
28;03;2002; +0000000003.66666; NE; +0000000003.70000; 
29;03;2002; +0000000002.33333; SP; +0000000002.20000; 
30;03;2002; +0000000003.66666; NW; +0000000000.00000; 
31;03;2002; +0000000002.66666; SW; +0000000039.00000; 
01;04;2002; +0000000003.00000; W ; +0000000006.60000; 
02;04;2002; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 
03;04;2002; +0000000000.66666; SP; +0000000000.00000; 
04;04;2002; +0000000003.33333; E ; +0000000000.00000; 
05;04;2002; +0000000003.33333; NE; +0000000000.00000; 
06;04;2002; +0000000005.00000; NE; +0000000000.00000; 
07;04;2002; +0000000006.00000; NE; +0000000000.00000; 
08;04;2002; +0000000004.00000; NE; +0000000000.00000; 
09;04;2002; +0000000001.33333; SP; +0000000000.00000; 
10;04;2002; +0000000001.33333; SE; +0000000000.00000; 
11;04;2002; +0000000001.33333; SW; +0000000000.40000; 
12;04;2002; +0000000002.66666; S ; +0000000001.00000; 
13;04;2002; +0000000001.00000; SE; +0000000000.20000; 
14;04;2002; +0000000001.00000; E ; +0000000001.00000; 
15;04;2002;
+0000000000.66666; NE; +0000000000.00000; 
16;04;2002; +0000000001.66666; NE; +0000000001.50000; 
17;04;2002; +0000000003.66666; SP; +0000000059.00000; 
18;04;2002; +0000000000.66666; SW; +0000000000.00000; 
19;04;2002; +0000000002.66666; NE; +0000000000.00000; 
20;04;2002; +0000000004.00000; SW; +0000000026.60000; 
21;04;2002; +0000000000.66666; SP; +0000000000.00000; 
22;04;2002; +0000000001.00000; NE; +0000000000.50000; 
23;04;2002; +0000000001.00000; SP; +0000000032.60000; 
24;04;2002; +0000000001.33333; N ; +0000000068.20000; 
25;04;2002; +0000000001.66666; SE; +0000000045.20000; 
26;04;2002; +0000000002.66666; SW; +0000000000.00000; 
27;04;2002; +0000000001.66666; SP; +0000000000.00000; 
28;04;2002; +0000000001.33333; NE; +0000000000.00000; 
 
 
 
VII 
29;04;2002; +0000000000.33333; C ; +0000000000.80000; 
30;04;2002; +0000000001.66666; SW; +0000000020.00000; 
01;05;2002; +0000000001.00000; SP; +0000000000.40000; 
02;05;2002; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 
03;05;2002; +0000000000.33333; C ; +0000000000.30000; 
04;05;2002; +0000000000.66666; SP; +0000000000.00000; 
05;05;2002; +0000000001.33333; S ; +0000000000.00000; 
06;05;2002; +0000000001.33333; SE; +0000000000.00000; 
07;05;2002; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 
08;05;2002; +0000000001.33333; SW; +0000000000.00000; 
09;05;2002; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 
10;05;2002; +0000000001.33333; NE; +0000000000.30000; 
11;05;2002; +0000000000.66666; SP; +0000000000.00000; 
12;05;2002; +0000000001.33333; N ; +0000000000.00000; 
13;05;2002; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 
14;05;2002; +0000000001.66666; NE; +0000000000.00000; 
15;05;2002; +0000000003.66666; SW; +0000000000.00000; 
16;05;2002; +0000000001.00000; SP; +0000000037.90000; 
17;05;2002; +0000000001.33333; SP; +0000000003.60000; 
18;05;2002; +0000000001.66666; NW; +0000000000.80000; 
19;05;2002; +0000000003.33333; SW; +0000000001.80000; 
20;05;2002; +0000000001.66666; S ; +0000000000.00000; 
21;05;2002; +0000000003.00000; SW; +0000000016.60000; 
22;05;2002; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 
23;05;2002; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 
24;05;2002; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 
25;05;2002; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 
26;05;2002; +0000000001.33333; NE; +0000000000.00000; 
27;05;2002; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 
28;05;2002; +0000000001.00000; SP; +0000000005.00000; 
29;05;2002; +0000000001.33333; SP; +0000000043.80000; 
30;05;2002; +0000000001.33333; S ; +0000000009.00000; 
31;05;2002; +0000000000.33333; C ; +0000000005.50000; 
01;06;2002; +0000000001.16666; NE; +0000000000.00000; 
02;06;2002; +0000000001.33333; N ; +0000000019.20000; 
03;06;2002; +0000000001.33333; N ; +0000000051.60000; 
04;06;2002; +0000000001.33333; N ; +0000000002.80000; 
05;06;2002; +0000000002.66666; SP; +0000000000.00000; 
06;06;2002; +0000000001.00000; SW; +0000000016.50000; 
07;06;2002; +0000000001.00000; E ; +0000000001.80000; 
08;06;2002; +0000000001.00000; SP; +0000000007.40000; 
09;06;2002; +0000000003.00000; SP; +0000000000.00000; 
10;06;2002; +0000000001.66666; SW; +0000000000.00000; 
11;06;2002; +0000000001.33333; SW; +0000000000.00000; 
12;06;2002; +0000000001.00000; SW; +0000000000.00000; 
13;06;2002; +0000000001.33333; SP; +0000000000.00000; 
14;06;2002; +0000000001.00000; SW; +0000000000.00000; 
15;06;2002; +0000000001.66666; SE; +0000000000.00000; 
16;06;2002; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 
17;06;2002; +0000000001.00000; NE; +0000000003.60000; 
18;06;2002; +0000000000.66666; SP; +0000000033.00000; 
19;06;2002; +0000000000.66666; NW; +0000000000.00000; 
20;06;2002; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 
21;06;2002; +0000000003.66666; SW; +0000000000.00000; 
 
 
 
VIII 
22;06;2002; +0000000001.66666; SW; +0000000000.00000; 
23;06;2002; +0000000001.66666; SW; +0000000000.00000; 
24;06;2002; +0000000002.00000; SW; +0000000000.00000; 
25;06;2002; +0000000001.66666; SW; +0000000000.00000; 
26;06;2002; +0000000000.66666; SP; +0000000000.40000; 
27;06;2002; +0000000001.33333; NE; +0000000000.20000; 
28;06;2002; +0000000001.00000; N ; +0000000000.00000; 
29;06;2002; +0000000000.66666; SP; +0000000000.00000; 
30;06;2002; +0000000004.00000; SW; +0000000000.60000; 
01;07;2002; +0000000001.00000; SE; +0000000000.00000; 
02;07;2002; +0000000001.66666; E ; +0000000000.00000; 
03;07;2002; +0000000000.66666; NE; +0000000000.90000; 
04;07;2002; +0000000000.66666; SW; +0000000000.00000; 
05;07;2002; +0000000001.00000; N ; +0000000000.20000; 
06;07;2002; +0000000000.66666; SP; +0000000031.10000; 
07;07;2002; +0000000003.33333; SW; +0000000008.40000; 
08;07;2002; +0000000001.66666; SW; +0000000000.00000; 
09;07;2002; +0000000000.66666; SW; +0000000000.00000; 
10;07;2002; +0000000001.00000; SW; +0000000000.00000; 
11;07;2002; +0000000000.66666; SP; +0000000000.00000; 
12;07;2002; +0000000001.33333; SP; +0000000000.00000; 
13;07;2002; +0000000001.00000; NW; +0000000000.00000; 
14;07;2002; +0000000002.00000; NW; +0000000000.00000; 
15;07;2002; +0000000000.33333; C ; +0000000000.00000; 
16;07;2002; +0000000002.33333; SW; +0000000000.00000; 
17;07;2002; +0000000001.00000; SE; +0000000000.00000; 
18;07;2002; +0000000001.33333; NE; +0000000000.00000; 
19;07;2002; +0000000002.00000; NE; +0000000000.00000; 
20;07;2002; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 
21;07;2002; +0000000003.00000; NE; +0000000000.60000; 
22;07;2002; +0000000005.33333; NE; +0000000013.20000; 
23;07;2002; +0000000001.00000; SP; +0000000012.60000; 
24;07;2002; +0000000003.00000; NE; +0000000001.60000; 
25;07;2002; +0000000001.33333; SW; +0000000030.20000; 
26;07;2002; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 
27;07;2002; +0000000002.33333; SW; +0000000017.50000; 
28;07;2002; +0000000001.33333; SW; +0000000000.00000; 
29;07;2002; +0000000001.33333; NE; +0000000000.20000; 
30;07;2002; +0000000001.33333; NE; +0000000000.00000; 
31;07;2002; +0000000002.33333; SW; +0000000010.00000; 
Anexo 2: Dados meteorlogicos para o período das amostragens

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