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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RIO GRANDE DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS LABORATÓRIO DE OCEANOGRAFIA GEOLÓGICA – SETOR DE GEOQUÍMICA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM OCEANOGRAFIA FÍSICA, QUÍMICA E GEOLÓGICA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS NOS SEDIMENTOS DO ESTUÁRIO DA LAGUNA DOS PATOS - RS Oc. Leandro Hartleben Cordeiro Orientador: Prof. Dr. Paulo Baisch Co-orientador: Prof. Dr. Nicolai Mirlean Rio Grande, julho de 2003 i Agradecimentos À ANP (Agência Nacional do Petróleo) não só pelo financiamento deste trabalho, mas pela oportunidade de participar do Programa de Recursos Humanos PRH- 027, trazendo possibilidades únicas e um grande aprendizado na área de meio ambiente e petróleo. Ao Laboratório de Oceanografia Geológica, tendo como representante o Prof. Gilberto Griep coordenador do laboratório e do Programa PRH/ANP 27. Ao meu orientador Prof Dr. Paulo Baisch pelo apoio e empenho em ultrapassar todas as dificuldades para atingirmos os objetivos deste trabalho Ao meu co-orientador Prof. Dr. Nicolai Mirlean pelos importantes esclarecimentos e conselhos. À Profa. Dra. Isabel Machado pelo fundamental apoio nos aspectos laboratoriais e logísticos. À Profa. Dra. Elina Caramão pela sua participação decisiva na realização das análises dessa dissertação. Ao pessoal do laboratório e colegas pelo companheirismo e solicitude. À minha esposa, filho, sogros e pais pelo apoio doméstico e motivação. ii Resumo Os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) tem grande importância ambiental, devido a sua elevada toxicidade aos organismos, incluindo efeitos adversos à saúde humana, pois alguns compostos são carcinogênicos e mutagênicos. O presente trabalho apresenta o estudo da distribuição e nível de contaminação dos 16 HPAs classificados como poluentes prioritários em estudos ambientais (Naftaleno, Acenafteno, Acenaftileno, Antraceno, Fenantreno, Fluoreno, Fluoranteno, Pireno, Benzo(a)antraceno, Benzo(a)pireno, Benzo(b)fluoranteno, Benzo(k)fluoranteno, Criseno, Benzo(ghi)perileno, Dibenzo(a,h)anthraceno, Indeno(1,2,3-cd)pireno), indicando suas prováveis fontes e classificando-os conforme os principais critérios de qualidade dos sedimentos. As análises de HPAs foram realizadas por cromatografia gasosa, acoplada a um detector de massa. Foram analisadas 18 amostras de sedimentos superficiais, coletados em diversos ambientes da porção sul do estuário da Laguna dos Patos. As áreas estuarinas consideradas mais poluídas foram as do Superporto, Yacht Club, Coroa do Boi e norte do saco da Mangueira; enquanto que as regiões do saco do Mendanha, saco do Arraial e o sul do saco da Mangueira foram classificadas como não contaminadas. No estuário da Laguna dos Patos foi encontrada predominância de espécies de HPAs de alto peso molecular, indicando uma maior contribuição relativa de origens pirogênicas em relação aos aportes petrogênicos. Os resultados mostraram que as principais origens desses compostos na região estuarina são atribuídas aos processos pirolíticos de alta temperatura, que inclui compostos de origens industriais e queimas de combustíveis fósseis. As concentrações de HPAs por peso seco dos sedimentos do estuário foram consideradas baixas em relação a estudos anteriores, e em sua maior parte, não excederam os critérios de qualidade de sedimentos (NOAA e EC). Os valores dos HPAs normalizados pelos teores de carbono orgânico total indicaram um quadro ambiental muito diferente. Observou-se que todas as amostras que tiveram níveis detectáveis ultrapassaram em até algumas centenas de vezes o valor controle a partir do qual são iii verificados efeitos adversos para a biota. Esses resultados demonstraram que apesar dos baixos valores brutos dos HPAs, há indicativos que esses contaminantes dos sedimentos podem causar efeitos tóxicos a espécies de organismos estuarinos e marinhos, especialmente para aqueles de hábitos bentônicos. A redução geral dos teores dos HPAs dos sedimentos foi causada pela metodologia utilizada, uma vez que foram análisados sedimentos com granulometria inferior a 0,5 mm e por efeitos naturais de diluição, determinados pelo aporte de sedimentos argilosos pobres em compostos orgânicos provenientes da bacia hidrográfica lagunar, em função das condições de alta pluviosidade nos períodos anteriores às coletas desse estudo. O procedimento de normalização dos teores de HPAs pelo carbono orgânico total aparece como uma importante ferramenta para o diagnóstico ambiental da região estuarina em relação a esses poluentes. Palavras Chave: Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos; fontes pirogênicas e petrogênicas; sedimentos do estuário da Laguna dos Patos iv Abstract The Polyciclic Aromatic Hydrocarbons (PAHs) have great environmental importance, their high level of toxicity to the organisms, including adverse effect to the human health due to the fact that some compounds are classified as cancerous and mutagens. The present work presents the study of the distribution and contamination level of 16 PAHs classified as priority pollutants in environmental studies (naphthalene, acenaphthene, acenaphthylene, anthracene, phenanthrene, fluorene, fluoranthene, pyrene, benz(a)anthracene, benzo(a)pyrene, benzo(b)fluoranthene, benzo(k)fluoranthene, chrysene, benzo(ghi)perylene, dibenz(a,h)anthracene, indeno(1,2,3-cd)pyrene), indicating its probable sources and classifying them as the main criteria of sediment quality. The analyses of HPAs were carried out by gas chromatography with a mass detector. Eighteen samples of superficial sediments were analyzed, collected in many different environments in the south area of the estuary of the Patos Lagoon. The estuarine areas considered more contaminated are in the Superporto, Yacht Club, Coroa do Boi and north of the Saco da Mangueira; while that regions of the Saco do Mendanha, Saco do Arraial and the south of the Saco da Mangueira are classified as not contaminated. The Patos Lagoon estuary it has a predominance of PAHs species with higher molecular weight, indicating a higher relative contribution of pyrogenic sources in relation to the petrogenics origins. These results show that the main origins of these composites in the estuarine region are attributed to the high temperature pyrogenic processes, which include composites of industrial source, fossil fuel use, incinerations and burning of materials. The concentration of PAHs for dry weight of sediments from the estuary had been considered low in relation to the previous studies, and in its majority, the criteria for the quality of sediments do not exceed (NOAA and EC). The values of normalized PAHs by total organic carbon indicate a very different environmental picture. It was v observed that all samples within detectable levels had exceeded the level control hundred of times from which can be verified adverse effect for biota. These results demonstrated that despite the low rude values of the PAHs, it indicates that these contaminants of the sediments can cause toxic effect in the species of estuarine and marine organisms, to those of benthonic habits. The general reduction in the PAHs sediment level were caused by themethodology used, once sediments with granulometry lower than 0,5 mm, through natural dilution effects, determinated by the runnof of argillaceous sediments poor in organic composites from the lagunar hydrographical basin, due to the conditions of high pluviometric levels in the periods of the time before the collection for the present study. The normalization procedure of PAHs texts by total organic carbon is an important tool for the environmental in the estuarine region in relation to these pollutants. Key Words: Polyciclic aromatic hydrocarbons; pyrogenic and petrogenic sources; sediments. vi ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 0 1.1 OBJETIVOS......................................................................................................................................... 3 1.2 JUSTIFICATIVAS.................................................................................................................................. 4 1.3 CARACTERIZAÇÃO DOS HIDROCARBONETOS...................................................................................... 10 1.4 HIDROCARBONETOS POLICÍCLICOS AROMÁTICOS - HPAS .................................................................. 12 Caracterização dos HPAs................................................................................................................... 12 Produção e Usos dos HPAs ................................................................................................................ 13 HPAs nos Sistemas Ambientais ........................................................................................................... 14 Efeitos dos HPAS nos Organismos...................................................................................................... 17 1.5 ÁREA DE ESTUDO ............................................................................................................................. 21 Fontes Potenciais de HPAs no Estuário .............................................................................................. 22 2 MATERIAL E MÉTODOS................................................................................ 27 2.1 PONTOS DE COLETA ......................................................................................................................... 27 2.2 COLETAS E PREPARAÇÃO DOS SEDIMENTOS ...................................................................................... 31 2.3 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA ............................................................................................................ 33 2.4 ANÁLISE DE CARBONO ORGÂNICO TOTAL ......................................................................................... 34 2.5 EXTRAÇÃO DE HPAS DOS SEDIMENTOS............................................................................................. 35 2.6 NORMALIZAÇÃO POR CARBONO ORGÂNICO TOTAL ........................................................................... 36 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 37 3.1 RESULTADOS GERAIS ....................................................................................................................... 37 3.2 ANÁLISES DE HPAS.......................................................................................................................... 39 3.3 NORMALIZAÇÃO POR CARBONO ORGÂNICO TOTAL ........................................................................... 60 3.4 EVOLUÇÃO DOS NÍVEIS DE HPAS NO ESTUÁRIO ................................................................................ 64 3.5 COMPARAÇÕES COM CRITÉRIOS AMBIENTAIS.................................................................................... 72 3.6 INDICAÇÕES DA ORIGEM DOS HPAS.................................................................................................. 77 4 CONCLUSÕES................................................................................................... 85 5 RECOMENDAÇÕES ......................................................................................... 89 BIBLIOGRAFIA....................................................................................................... 91 ANEXOS.......................................................................................................................I vii ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1: Características toxicológicas por efeitos crônicos de HPAs (Varanasi, 1989)................... 20 Tabela 2: Referência, local, profundidade e data das coletas das amostras que compõe o estudo ... 28 Tabela 3: Resultados das análises de pH, Eh, COT, e Granulometria.............................................. 37 Tabela 4: Resultados das concentrações dos HPAs alvos nas amostras com níveis detectados. ....... 40 Tabela 5: Concentrações de HPAs normalizados pelo COT (ng/g de COT)..................................... 62 Tabela 6: Comparação com dados de estudos anteriores por pontos amostrais similares (ng/g)..... 65 Tabela 7: Comparação dos dados de carbono orgânico com os estudos anteriores (%)................... 66 Tabela 8: Comparação dos resultados com os trabalhos anteriores ................................................. 67 Tabela 9: Comparação dos dados mundiais de HPAs totais expressos em ng/g de peso seco........... 70 Tabela 10: Comparação dos dados aos critérios de qualidade dos sedimento da NOAA (ng/g)....... 72 Tabela 11: Comparação dos resultados com os critérios da Agência de Meio Ambiente do Canadá (EC) (ng/g)................................................................................................................................. 73 Tabela 12: Comparação com os critérios WAC, (1995) (ng/g de COT) ............................................ 75 Tabela 13: Somatórios dos HPAs de origem piro e petrogênicas (ng/g)............................................ 78 Tabela 14: Somatórios dos HPAs de origem piro e petrogênicas exetuando-se criseno e pireno (ng/g) ................................................................................................................................................... 79 Tabela 15: Resultados da razão naftaleno/ fenantreno nas amostras L7 e L20 ................................ 80 Tabela 16: Resultados das razões fluorantenos /pirenos ................................................................... 81 Tabela 17: Relações fenantreno/antraceno........................................................................................ 83 Tabela 18: Aplicação dos parâmetros de interpretação .................................................................... 83 viii ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1: Aporte marinho de hidrocarbonetos relativo às atividades humanas (NRC 1985)............. 5 Figura 2: Localização da área de trabalho ........................................................................................ 21 Figura 3: Localização dos pontos de amostragem no estuário .......................................................... 29 Figura 4: Localização das amostras com níveis detectáveis da HPAs no estuário ............................ 44 Figura 5: Concentrações de naftaleno (ng/g) ..................................................................................... 45 Figura 6: Concentrações de fenantreno (ng/g)................................................................................... 46 Figura 7: Concentrações de antraceno (ng/g).................................................................................... 47 Figura 8: Concentrações de fluorantenos (ng/g)................................................................................ 48 Figura 9: Concentrações de pireno (ng/g).......................................................................................... 49 Figura 10: Concentrações de benzo(a)antraceno (ng/g) .................................................................... 50 Figura 11: Concentrações de criseno (ng/g)....................................................................................... 51 Figura 12: Concentrações de benzo(b)fluoranteno (ng/g) ................................................................. 52 Figura 13: Concentrações de benzo(k)fluoranteno (ng/g) ................................................................. 53 Figura 14: Concentrações de benzo(a)pireno (ng/g).......................................................................... 54 Figura 15: Concentrações de dibenzo(a)antraceno (ng/g) ................................................................. 55 Figura 16: Concentrações de indeno(1,2,3-cd)pireno (ng/g).............................................................. 56 Figura 17: Concentrações de benzo(ghi)perileno (ng/g) .................................................................... 57 Figura 18: Amostras com níveis detectáveis relacionadas as concentrações dos compostos............. 58 Figura 19: Resultados após normalização por carbono (ng/g de COT) ............................................ 62 Figura 20: Relação entre fluoranteno e pireno.................................................................................. 82 ix ÍNDICE DE ANEXOS Anexo 1: Cromatogramas dos extratos dos sedimentos com resultados positivos para HPAs .......... II Anexo 2: Dados meteorlogicos para o período das amostragens....................................................VIII 1 Introdução Elos de ligação entre as águas da drenagem continental com os mares, os estuários apresentam complexas interações sócio-ambientais de grande importância para o desenvolvimento. As atividades humanas são diversas nestas áreas estuarinas, onde contrastam atividades que exploram as riquezas ambientais, sobretudo a pesca e o turismo, com o desenvolvimento portuário, urbano e industrial. As atividades pesqueiras em estuários são favorecidas pelas características ecológicas únicas destas áreas, que proporcionam, basicamente, abrigo e alimento às espécies aquáticas, sendo reconhecidas áreas de criadouro para diversas espécies, inclusive espécies de grande importância econômica. Os estuários são também importantes áreas de recreação, onde se desenvolvem atividades turísticas, esportes, atividades náuticas e lazer. Por outro lado, as características portuárias estimularam as colonizações humanas favorecendo as atividades comerciais e a industrialização. Por conseqüência da complexidade de processos e da importância econômica, social e ambiental, as regiões estuarinas são alvos da atenção de pesquisadores das diversas áreas do conhecimento. O estuário da Laguna dos Patos é de vital importância no desenvolvimento regional, onde se concentram atividades industriais, portuárias e pesqueiras. A área estudada é a desembocadura de um dos maiores complexos lagunares do mundo, o sistema Patos-Mirim, que recebe a drenagem de mais da metade da área do estado do Rio Grande do Sul e parte da superfície do Uruguai, concentrando assim quase a totalidade das indústrias e a maioria dos centros urbanos do estado em sua área de drenagem de cerca de 201 626 km² (Asmus, 1997). 1 A importância econômica do estuário da Laguna dos Patos tende a aumentar, em razão de sua localização estratégica, levando em consideração que num raio de 500 milhas marítimas (de Buenos Aires à Paranaguá) o Porto de Rio Grande é o ponto geográfico central e que oferece o maior calado para os navios operarem. Esses fatores credenciam o Porto de Rio Grande a se tornar o Porto do Mercosul, aumentando ainda mais sua importância regional e o volume de atividades ao redor do estuário. Estas possibilidades economicamente positivas podem se tornar aspectos ambientalmente, e até socialmente, negativos. O desenvolvimento econômico causa impactos ambientais, que por sua vez repercutem negativamente na sociedade, sobretudo nas populações mais carentes. Para o eficaz gerenciamento dos conflitos econômicos e ambientais é necessário, sobretudo, conhecer o ambiente, os processos naturais e antrópicos que interagem, tanto em esfera local, regional e até global. O preço social a ser pago pelas agressões ao meio ambiente vai muito além da poluição, da falta de pescado ou da degradação cênica, o principal aspecto negativo é a saúde pública que além do sofrimento, gera enormes gastos públicos com problemas que poderiam ser evitados com efetivas políticas ambientais e de saneamento. O conhecimento científico deve ser prático e acessível, direcionado para embasar os governos, empresários e comunidade em geral, alertando e concientizando para a importância da sustentabilidade ambiental como necessidade humana. Este importante trabalho de conscientização vem sendo desenvolvido através da adoção de normas de qualidade cada vez mais envolvidas nas questões de saúde e meio ambiente, seja pelos diversos protocolos e cartas de intenção assinadas pelos governos do planeta, pelo trabalho de ONGs, através da massificação de argumentos como o compromisso com as futuras gerações, entre outros. 2 Dentro deste propósito de conhecer mais para gerenciar melhor, este trabalho procura gerar informações básicas sobre a ocorrência de hidrocarbonetos nos sedimentos do estuário da laguna dos Patos, ao redor da cidade de Rio Grande. Poucos trabalhos anteriores analisaram as concentrações de hidrocarbonetos nos sedimentos deste estuário como parte de estudos mais abrangentes, por isto o conhecimento da ocorrência destes compostos na região ainda é incipiente. Com o apoio do Programa de Recursos Humanos ANP – FURG (PRH/ANP 27) estão sendo desenvolvidos, em conjunto com este, outros trabalhos direcionados ao estudo ambiental das atividades relacionadas ao petróleo na Laguna dos Patos. Frente ao desafio de ampliar a atuação da FURG, a presente dissertação é um dos primeiros passos para monitorar e futuramente compreender os processos de contaminação por hidrocarbonetos e suas conseqüências sócio-ambientais na região. O presente estudo será realizado com os 16 HPAs que são classificados como poluentes prioritários em estudos de processos de contaminação pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (USEPA, 1989; USEPA, 1995), são eles: Naftaleno, Acenafteno, Acenaftileno, Antraceno, Fenantreno, Fluoreno, Fluoranteno, Pireno, Benzo(a)antraceno, Benzo(a)pireno, Benzo(b)fluoranteno, Benzo(k)fluoranteno, Criseno, Benzo(ghi)perileno, Dibenzo(a,h)anthraceno, Indeno(1,2,3-cd)pireno. 3 1.1 Objetivos 1- Identificar e caracterizar a distribuição dos principais hidrocarbonetos policíclicos aromáticos presentes nos sedimentos da região estuaria da Laguna dos Patos. 2- Estimar os níveis de poluição causados pelos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos nos sedimentos estuarinos. 3- Caracterizar as principais fontes dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos para os sedimentos da região estuarina da Laguna dos Patos. 4 1.2 Justificativas Inaugurando uma área da pesquisa científica ambiental de grande complexidade e elevados custos o presente foi trabalho foi um grande desafio para a equipe do Setor de Geoquímica do Laboratório de Oceanografia Geológica da FURG. Este grande passo rumo às pesquisas em Geoquímica Orgânica na área costeira só foi possível graças ao apoio da ANP. Fazendo parte da primeira turma do programa da FURG “Estudos Ambientais nas Áreas de Atuação da Indústria do Petróleo”, que por sua vez é vinculado no “Programa de Recursos Humanos para o Setor de Petróleo e Gás” da Agência Nacional do Petróleo (PRH - ANP/MME/MCT) este estudo teve um caráter pioneiro na área estuarina da Laguna dos Patos, por estudar as concentrações de Hidrocarbonetos Poli- Aromáticos nos sedimentos da região. Estuários são locais onde a água doce proveniente dos rios mistura-se com a água marinha dos oceanos, e estão entre os ambientes naturais mais produtivos da terra. Conforme a Agência de Proteção Ambiental Norte Americana (USEPA, 2001), os estuários são o único habitat para mais de 75% das espécies comerciais de peixes e 85% das esportivas nos EUA, além de serem locais preferidos para moradia, trabalho e turismo. Muitas, senão a maioria das investigações ambientais nos Estados Unidos são relacionados a contaminação por hidrocarbonetos de petróleo. Isto é devido em parte ao penetrante uso dos derivados de petróleo em toda a sociedade (Wait, 2000). A entrada dos hidrocarbonetos no ambiente marinho se dá de várias formas e apesar do enorme efeito pontual dos derrames de petróleo, as principais fontes, e que mais afetam a saúde humana e a biota, são os aportes difusos e crônicos. 5 A figura abaixo ilustra a contaminação marinha por hidrocarbonetos relativa às atividades humanas, conforme NRC (1985). Figura 1: Aporte marinho de hidrocarbonetos relativo às atividades humanas (NRC 1985) Estimando o aporte das atividades petrolíferas como um todo, a indústria do petróleo e as operações de transporte seriam somadas resultando um aporte de 14% do total. Parece pouco dada a dimensão de um grande derrame de óleo, porém estes sinistros são eventuais enquanto que os aportes urbano-industriais são difusos e crônicos, resultando em grande impacto destes contaminantes em áreas costeiras. Atualmente o volume de petróleo extraído é 30% maior que em 1985, nas águas norte americanas apenas 1% das descargas de óleo está relacionada a extração de petróleo, entretanto a quantidade de compostos voláteis é muito grande NRC (2003). De maneira indireta estes aportes crônicos tem íntima relação com a indústria petrolífera, afinal dentro de todas as formas de contaminação citadas existe importante contribuição pelo uso e manipulação de combustíveis fósseis e derivados petroquímicos. Esgotos e Drenagem Urbana 37% Operações com Navios 33% Acidentes com Petroleiros 12% Trocas Atmosféricas 9% Fontes Naturais 7% Indústria do Petróleo 2% 6 Os HPAs podem ser provenientes de fontes naturais e antrópicas, e são encontrados em quase todos os segmentos ambientais, na atmosfera, nos solos e sedimentos e nas águas. Os HPAs podem ser liberados para ao meio ambiente por fenômenos naturais como os incêndios de florestas e campos, nas erupções vulcânicas, na diagênese, na biosíntese de bactérias, algas e vegetais superiores, além de serem integrantes naturais do petróleo e no carvão (CNRC, 1983, Blumer and Youngblood, 1975; Blumer et al, 1977). Contudo, essas fontes não ultrapassam 10 % das emissões totais (Bertrand- Krajewski, 1998). As atividades antrópicas são as fontes mais importantes de produção de HPAs aos sistemas ambientais (Neff, 1979; NRC, 1983; CNRC, 1983; Bjørseth e Ramdhal, 1985; Slooff et al., 1989). As fontes mundiais mais importantes dos HPAs estão ligadas essencialmente ao emprego de combustíveis fósseis (Potelon, 1993), com destaque ao diesel, e secundariamente à queima de carvão (Ramade, 1992). Eles são formados principalmente sob condições de queima incompleta de combustíveis e materiais. O tipo e a quantidade de combustíveis, a temperatura e a duração da combustão e a disponibilidade do oxigênio são fatores que determinam a natureza e a importância dos HPAs formados (NRC, 1983). A liberação de partículas das substâncias betuminosas, da degradação dos pneus, a abrasão das vias asfaltadas; ou do setor de indústias petroquímicas, refinarias de petróleo e de oficinas mecânicas constituem outras fontes muito importantes para os aportes dos HPAs ao ambiente. Como a queima de combustíveis é dominantemente de origem automotiva, as fontes de HPAs estão associadas ao conjunto de zonas urbanas e peri-urbanas. Ainda que a distribuição e a importância de certas emissões de HPAs estejam ligadas à densidade da população humana (aquecimento doméstico, transporte, etc.), 7 outras emissões dependem da disponibilidade da energia (atividade industrial) ou a presença de recursos naturais (queimadas, usinas termoelétricas, etc.). As fontes de HPAs para os sistemas aquáticos e para os solos são muito diversificadas e compreendem os processos de dispersão de matérias betuminosas (Wan, 1991,.1993), os derrames de hidrocarbonetos acidentais, as precipitações atmosféricas, as atividades industriais (AMAI, 1986a, b; RDRC, 1987; Tecsult, 1989; Vandermeulen, 1989), os esgotos cloacais e os depósitos de lixo urbano (Jackson et al., 1985; Van Coillie et al., 1990). Tendo em vista que os HPAs são componentes naturais do petróleo, o aumento da exploração e consumo do petróleo, induziu a um aumento dos aportes desses compostos ao ambiente, seja através dos derrames e acidentes com navios, ou pela manipulação e uso final dos subprodutos. Apenas no Canadá, os derrames de hidrocarbonetos provocam um aporte de HPAs de 76 t/a em diversos ambientes (CEPA, 1996), dos quais 88% do número de casos ocorreram sobre a terra, e 12% na água (LGL, 1993). Os HPAs podem igualmente atingir as águas subterrâneas bem como as águas superficiais doces e marinhas por lixiviação através do solo, bem como por escoamento em superfície (Wakeham et al., 1980; Slooff et al., 1989; Wan, 1991; LGL, 1993). A importância do estudo da matéria orgânica policíclica está relacionada principalmente ao potencial danoso destes produtos para a saúde humana e ambiental. Os hidrocarbonetos aromáticos polinucleados estão entre os mais carcinogênicos, mutagênicos e tóxicos componentes encontrados em ambientes estuarinos (Kennish, 1992), além disto são bons indicadores para caracterização da contaminação por petróleo porque são relativamente resistentes a degradação e são micropoluentes muito comuns. 8 Antes da década de 80 não tinham sido encontrados hidrocarbonetos aromáticos policíclicos como produtos de biossíntese (Neff, 1979), em 1985 o mesmo autor relatou que muitas moléculas orgânicas com anéis fundidos podem ser sintetizadas por organismos, mas que não eram HPAs devido a presença de outros substituintes, porém muitos compostos podem transformar-se facilmente nos HPAs correspondentes. Enquanto os compostos de baixo peso molecular, contendo 2 ou 3 anéis, tem significante toxicidade aguda e outros efeitos adversos, entre estes estão incluídos antracenos, fluorenos, naftalenos e fenantrenos, os compostos de alto peso molecular, com 4 a 7 anéis são demonstradamente carcinogênicos, mutagênicos ou teratogênicos para uma ampla variedade de organismos, que incluem invertebrados, peixes, anfíbios, aves e mamíferos (Onuska, 1989, Eisler, 1987 e USEPA, 1993). Entre os HPAs de alto peso molecular estão o benzo(a)fenantreno, 3-metilcolantreno, benzo(a)pireno e dibenzo(a,i)pireno. Apesar da bioacumulação não ser observada em humanos, vários HPAs são capazes de reagir diretamente ou após sofrerem transformações metabólicas, com o DNA, por isso se tornam potenciais carcinógenos e eficientes mutágenos, podendo ser absorvidos por inalação, por ingestão ou absorvidos pela pele (Annibal et al., 2000). Estes compostos são considerados pelos autores uma ameaça potencial para a saúde humana. A investigação dos hidrocarbonetos nos sedimentos se justifica pelo fato de que o material de fundo apresenta maior estabilidade físico-química do que a água circundante, indicando um registro histórico devido aos processos de sedimentação e fornecendo índices de referência mais estáveis para monitoramento de aporte de hidrocarbonetos, que geralmente indicam a qualidade média das águas (Baisch, 1998). Em estudo de degradação do petróleo realizado por Bícego (1988) ficou claro que a persistência do óleo é bem maior em sedimentos do que em água, sendo que a 9 granulometria dos sedimentos é um fator muito importante para a acumulação e persistência dos hidrocarbonetos. O presente estudo se concentrou na área estuarina do município de Rio Grande, já que esta zona apresenta atividades diretamente ligadas à indústria do petróleo, a refinaria da Ipiranga e o terminal da Petrobrás, além das operações portuárias que também são atividades potencialmente poluidoras, sobretudo quando se trata de hidrocarbonetos. Alguns pontos foram eleitos em São José do Norte de modo que se obtivessem amostras de locais pouco alterados pelas atividades humanas. A cidade de Rio Grande apresenta a maior taxa de urbanização (96,1 %) da zona sul do Rio Grande do Sul (UCPel-ITEPA, 2001), assim, além das atividades da indústria petrolífera, a região sul do estuário possui grande concentração urbana e diversificado parque industrial, com indústrias de fertilizantes, pesqueiras, e de óleo vegetal, além do maior complexo Graneleiro da América Latina, que também são fontes de aportes de hidrocarbonetos. Como importantes fontes de contaminação devem ser ressaltados os emissários de esgotos urbanos, e demais atividades tais como marinas, estaleiros, postos de lavagem e abastecimento. 10 1.3 Caracterização dos Hidrocarbonetos Os hidrocarbonetos são produzidos bioquimicamente por diversos organismos e também são os principais compostos originados nos processos de formação do petróleo, somando mais que 75% do peso total (Neff, 1979). O petróleo é uma mistura complexa de hidrocarbonetos, são milhares de compostos orgânicos gasosos, líquidos e sólidos, constituídos de carbono e hidrogênio arranjados em linha, em ramificações e em anéis. A composição restante, no máximo 25%, apresenta oxigênio, enxofre e nitrogênio e metais como o vanádio, níquel, ferro, alumínio, sódio, cálcio, cobre e urânio. Em razão da predominância dos hidrocarbonetos na composição do petróleo, estes compostos orgânicos têm aplicação como indicadores de contaminação do petróleo cru e de seus subprodutos. Porém animais e vegetais também produzem hidrocarbonetos por biossíntese sendo que os HPAs podem ser gerados por causas naturais como incêndio de florestas ou outros processos físico-químicos sofridos pela matéria orgânica como a própia formação e combustão do petróleo, sendo também biossintetizados e/ou absorvidos do meio por animais e vegetais. Sendo assim os hidrocarbonetos do petróleo devem ser diferenciados dos denominados hidrocarbonetos biogênicos. Os hidrocarbonetos do petróleo compreendem os n-alcanos, isoalcanos, cicloalcanos e aromáticos e entre esses, os predominantes são os alcanos normais saturados e os alcanos com cadeia ramificada (Bícego, 1988). A composição relativa entre os compostos orgânicos é muito variável, sendo que esta combinação é uma característica individual de cada bacia petrolífera. Os alcanos, também chamados de parafinas, são principalmente cadeias retas (n- alcanos), apresentando também cadeias ramificadas (isoalcanos), apenas com ligações simples. Tanto organismos marinhos como terrestres, sintetizam n-alcanos que são os 11 compostos predominantes nos hidrocarbonetos biogênicos, sobretudo formando cadeias com números ímpares de carbono (Bícego, 1988). Os cicloalcanos, conhecidos também por cicloparafinas e naftenos são formados por anéis de carbono e hidrogênio, e assim como os alcanos possuem apenas ligações simples entre átomos de carbono do anel. Os processos de refinamento, craqueamento, separam frações dos compostos citados acima com pontos de ebulição mais restritos e formam outros hidrocarbonetos, que passam a ter importância na composição de produtos refinados, como o GLP, o óleo diesel a gasolina e os lubrificantes. O craqueamento dá origem a alcenos e cicloalcenos, muito abundantes na gasolina (Bícego, 1988). Os alcenos, ou olefinas, são cadeias abertas que possuem pelo menos uma ligação dupla entre carbonos, são representantes comuns dos hidrocarbonetos biogênicos. Os alcinos tem as mesmas particularidades dos alcenos, apenas diferindo por que possuem pelo menos uma ligação tripla entre carbonos. Os alcanos, alcenos e alcinos são chamados coletivamente de hidrocarbonetos alifáticos, o primeiro é dito saturado por só conter ligações simples entre carbonos e os dois últimos são insaturados, por conterem pelo menos 1 ligação dupla e tripla, respectivamente. Os Aromáticos apresentam uma cadeia de seis átomos de carbono arranjados de forma hexagonal formando o anel benzênico, neste grupo estão o benzeno, os alquilbenzenos e os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs), que são alvo do presente trabalho. 12 1.4 Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos - HPAs Caracterização dos HPAs Os HPAs raramente excedem 40% da composição do petróleo, são também conhecidos como hidrocarbonetos aromáticos polinucleados ou ainda matéria orgânica policíclica, têm seus átomos de hidrogênio e carbono arranjados em forma de dois ou mais anéis benzênicos fundidos em arranjos lineares, angulares ou agrupados, que podem apresentar substituições em um ou mais anéis por uma larga gama de funções químicas. Os HPAs constituem uma categoria de produtos químicos que compreende mais de uma centena de compostos distintos. Os compostos heterocíclicos contidos no óleo cru contém a maioria do oxigênio, nitrogênio e o enxofre encontrados no petróleo. Concentrações de até 2% de oxigênio, e 5% de enxofre e entre 0,05 a 0,8% de nitrogênio. Eles são divididos em duas categorias: os compostos de pequena massa molecular formada com menos de quatro anéis como o naftaleno e o antraceno; e os compostos de massa molecular elevada, constituidos por quatro ou mais anéis como o benzo(a)pireno e o indeno(1,2,3-cd)perileno. Os compostos conhecidos como derivados de HPAs, compreendem o grupo que têm um radical alquil ou outro ligado a um anel aromático. Os anéis aromáticos podem unir-se com outros tipos de anéis, como os constituídos por 5 átomos de carbono ou anéis que contém átomos de oxigênio, nitrogênio ou enxofre no lugar do carbono. Esses últimos compostos são conhecidos compostos aromáticos heterocíclicos ou heteroaromáticos. Em termos químicos, os HPAs integram o grupo dos hidrocarbonetos aromáticos, contudo eles constituem um grupo à parte em relação a elevada toxicidade 13 para organismos e ao homem, mesmo em doses muito reduzidas. Ademais, os HPAs também se distinguem em relação aos demais hidrocarbonetos por suas razões C/H muito elevadas. As propriedades físicas dos HPAs variam de acordo com a sua massa molecular e a sua estrutura. Exceto no caso do naftaleno e seus compostos alquilados que são relativamente solúveis em água, os demais HPAs têm suas solubilidades muito baixas e as suas tensões de vapor, de fracas a moderadamente elevadas. Em geral a solubilidade decresce com o aumento do peso molecular, determinando que os HPAs tenham uma forte ligação com o material particulado, e uma tendência de acúmulo nos sedimentos dos sistemas aquáticos. A solubilidade depende não apenas da natureza do composto, mas também de fatores como a temperatura, força iônica, pH, concentração de material em suspensão e da matéria orgânica dissolvida. Os seus coeficientes de divisão octanol/água (Kow) são relativamente elevados, o que denota um importante potencial de adsorsão sobre as matérias particuladas em suspensão no ar e a água, bem como um forte potencial de bioconcentração nos organismos (CNRC, 1983; Slooff et al., 1989). Produção e Usos dos HPAs A maior parte dos HPAs puros não têm aplicações técnicas muito importantes, salvo o naftaleno e o antraceno (CEPA, 1996). Não obstante, são muito utilizados indiretamente, uma vez que estão presentes nas substâncias asfálticas e betuminosas empregadas na impermeabilização e proteção de superfícies de estruturas, na conservação da madeira, em produtos pecuários, entre outras. Poucos HPAs são produzidos para uso comercial; estes incluem naftaleno, fluoreno, antraceno, fenantreno, fluoranteno e pireno (Franck & Stadelhofer, 1987). Os HPAs são utilizados principalmente na fabricação de corantes, explosivos, nas sínteses 14 químicas e na produção de fibras sintéticas e plásticos. O antraceno é empregado na produção de antraquinona, uma importante matéria prima para a fabricação de corantes rápidos. O naftaleno é muito empregado na produção de naftalina, sendo usado como repelente de traças. Nos EUA, Japão e Canadá cerca de 70% desse HPA é destinado a esse fim industrial. (SRI, 1985; CEPA, 1996). HPAs nos Sistemas Ambientais A atmosfera é o principal meio de transporte dos HPAs (Suess, 1976; Bjørseth et al., 1979), pois associam-se principalmente ao material particulado atmosférico, bem que estejam também presentes na fase vapor (Pupp et al., 1974; Pierce & Katz, 1975; Miguel & Friedlander, 1978; van Vaeck & van Cauwenberghe, 1978; Neff, 1979; CNRC, 1983; Bjørseth & Ramdhal, 1985; Slooff et al., 1989). Os HPAs associados as partículas atmosféricas podem ser transportadas por grandes distâncias (Lunde & Bjørseth, 1977; Neff, 1979; CNRC, 1983) antes de ser eliminados da atmosfera pela precipitação seca ou úmida, passando assim as águas ou ao solo, ou por transformações químicas e fotoquímicas (Neff, 1979; CNRC, 1983; Van Noort e Wondergem, 1985; Ligocki et al., 1985). Além dos depósitos diretos ao solo, os HPAs podem ser depositados ou absorvidos pela vegetação, que ao se decomporem incorporam aos solos os hidrocarbonetos fixados (Eisler, 1987). As reações de oxidação e de hidroxilação produzidas pela participação do ozônio e ativadas pela luz solar são os dois mecanismos mais importantes para a transformação dos HPAs na atmosfera (Lyman et al., 1982; CNRC, 1983; Slooff et al., 1989). Os HPAs na coluna de água são associados geralmente ao material particulado em suspensão (Harrison et al., 1975; Wakeham et al., 1980; Germain e Langlois, 1988). Os principais os processos que governam a evolução dos HPAs nas águas são a 15 volatilização, a fotólise, a hidrólise, a biodegradação, a adsorção sobre o material em suspensão e, por último, a sedimentação (CNRC, 1983; Eisler, 1987, Slooff et al., 1989). A taxa de volatilização depende das condições atmosféricas, os movimentos da água e a massa molecular dos compostos (CNRC, 1983; Slooff et al. 1989). Os HPAs de pequena massa molecular podem ser volatilizados a partir da água dos sistemas naturais, como indicam as meias-vidas de volatilização da naftaleno de 0,4 a 3,2 h (Slooff et al., 1989; Southworth, 1979) e a antraceno de 17 h, (Southworth, 1979). No entanto, os HPAs de massa molecular elevada, tal como o pireno, chegam a ter meias-vidas de volatilização de 3,2 anos (Southworth, 1979; Lyman et al., 1982). Em relação a outros compostos orgânicos, a biodegradação dos HPAs é particularmente difícil, ocorrendo sucessivamente de um anel benzênico a outro, e se processa principalmente em condições aeróbias, podendo ocorrer em condições anaeróbias através de sulfato-redução (Coates et al.,1997). Esse fato limita a utilização de processos biológicos para a degradação dos HPAs (Lallemand-Barres, 1995), contudo alguns fungos tem apresentado boa capacidade de degradação desses compostos (Mougin, 1999). Em relação a persistência na água, em condições aeróbias as meias-vidas variam de 0,5 para 20 dias para os HPAs de pequena massa, como a naftaleno, e de 0,6 para 5,2 anos para os de grande massa molecular, como o pireno, (USEPA, 1990; CEPA, 1996). Observa-se também reações de foto-oxidação na água, com meias-vidas de 8,6 dias à 1,2 ano para o Benzo(a)pireno (Smith et al., 1978) e de 0,1 para 4,4 anos para o antraceno (Radding et al., 1976). Para a maior parte dos HPAs contidos na coluna de água, a sedimentação constitui-se no principal mecanismo de eliminação (CNRC, 1983). Os sedimentos são os depositários ambientais finais para a maior parte dos HPAs, onde se processam modificações químicas e bioquímicas muito lentas (Payne et al., 1988; Vandermeulen, 1989). 16 Os valores da meia-vida resultantes da biodegradação dos HPAs ligados a sedimentos dependem das condições de oxi-redução, mas estão compreendidos entre 0,3 e 129 dias para a naftaleno e entre 0,3 e 58 anos para o Benzo(a)pireno (Herbes e Schwall, 1978; Bulman et al., 1985; IPCS, 1998; Delfino & Miles, 1985; Nielsen & Christensen, 1994). Estudos mostram que a velocidade de degradação nos sedimentos é mais elevada em condições aeróbias e denitrificantes, em especial quando micro-organismos adaptados são utilizados (Delfino & Miles, 1985; Nielsen & Christensen, 1994). Os HPAs reconhecidos como muito tóxicos e cancerígenos, tal como o benzo(a)pireno, são muito pouco solúveis em água, portanto se fixam muito facilmente nas partículas em suspensão dos sistemas aquáticos, e por sua sedimentação vão se concentrar nos sedimentos de fundo (Potelon, 1993). Desta forma, os HPAs tem forte afinidade com a carga em suspensão dos rios, lagunas, lagos e mares, especialmente pela matéria orgânica de composição húmica e fúlvica (Chorover et al., 1998; Kogel- Knabner & Totsche, 1998). Devido a grande persistência boa parte dos HPAs é considerada estável nos sedimentos. No entanto, os sedimentos podem ser colocados parcialmente em suspensão e os HPAs podem ser seguidamente transferidos para outros sítios através de processos de transporte hidrosedimentar (Windsor e Hites, 1979; Larsen et al., 1986). A granulometria dos sedimentos é um fator muito importante para a acumulação e persistência dos hidrocarbonetos, os sedimentos mais ricos em frações finas (silte+argila) são geralmente os mais ricos em HPAs. Quando a granulometria excede 80% de areia, não propicia ligações com hidrocarbonetos, mesmo em áreas de entrada contínua de contaminantes (Zanardi, 1996). 17 Os HPAs são eliminados dos solos sobretudo por volatilização e pela atividade microbiana; a importância dessas etapas depende de vários fatores como a temperatura, o tipo de solo, a presença de outros poluentes e o nível de contaminação (Beak, 1981; Bulman et al., 1985; APCE, 1988; ASTDR, 1990b; Cooper, 1991; Wild et al., 1991). Os compostos policíclicos de pequena massa molecular volatilizam mais rapidamente que HPAs de massa molecular elevada (Slooff et al., 1989; Wild & Jones, 1993). As meias-vidas de biodegradação no solo são muito variáveis, como para o antraceno de 170 dias (Herbes & Schwall, 1978) à 8 anos (Wild et al., 1991); o fenantreno de 2,5 dias (Sims & Overcash, 1983) à 5,7 anos (Wild et al., 1991), e o Benzo(a)pireno de 0,3 até 58 anos (Herbes e Schwall, 1978; Wild et al., 1991). A contaminação das águas subterrâneas por HPAs ocorre na seqüência da lixiviação dos solos e sedimentos contaminados, sobretudo quando os HPAs são acompanhados de solventes orgânicos móveis (Bedient et al., 1984; Slooff et al., 1989). Efeitos dos HPAS nos Organismos Os HPAs de elevado peso molecular incluem alguns dos compostos mais carcinogênicos conhecidos pelo homem (ECE, 1997). Muitos HPAs, e seus produtos de degradação tem sido indicados por terem capacidade de gerarem diferentes tipos de tumores (Eisler, 1987). A presença de substituições alquiladas nas moléculas dos HPAs aumenta a capacidade tóxica (CEPA, 1996). Em geral os HPAs de baixo peso molecular, com 2 ou 3 anéis benzênicos, tal como o antraceno, fluoreno, naftaleno e fenantreno, não são classificados como carcinogênicos ao homem, mas apresentam significante toxicidade e outros efeitos adversos aos organismos. Os compostos de alto peso molecular, com mais do que 4 anéis, como o benzo(a)fenantreno, benzo(a)pireno e dibenzo(a,i)pireno, são na maior parte considerados carcinogênicos (Upshall et al., 1992; Heath et al., 1993), por vezes são mutagênicos ou teratogênicos, para uma ampla variedade de organismos, que 18 incluem invertebrados, peixes, anfíbios, aves, mamíferos e o homem (Eisler, 1987, USEPA, 1993). O caráter lipofílico dos HPAs lhes conferem uma grande facilidade de passar pelas membranas celulares, permitindo o acúmulo em diferentes tecidos. Os HPAs são metabolizados em compostos mais hidrosolúveis o que facilita a eliminação. A semelhança estrutural entre as diferentes espécies de HPAs é a causa da similaridade dos processos metabólicos. A maior parte dos HPAs são excretados pelo sistema digestivo e pelos rins (ECE, 1997). Parte da elevada toxidade dos HPAs refere-se à capacidade de se acumularem em uma variedade muito grande de espécies de organismos. Os Fatores de bioconcentração (FBc) são compreendidos entre 4 e 7.800 foram assinalados para diversos HPA em algas unicelulares (Lu et al., 1977; Dobrowsky & Epifanio, 1980; Casserly et al., 1983; Mailhot, 1987). Contudo esse processo é lento e por vezes imcompleto, pois 10 à 37 % do Benzo(a)pireno pode ser oxidado por algas verdes (Warshawsky et al., 1983). No caso dos invertebrados aquáticos, como os cladóceros (Daphnia pulex) os FBc são compreendidos entre 131 para a naftaleno e 10.109 para o benzo(a)antraceno (Southworth et al., 1978). Vários invertebrados bioconcentram HPAs que provêm dos sedimentos, sobretudo quando os teores forem elevados (Eadie et al., 1983; Pruell et al., 1986). A velocidade de eliminação dos HPAs nos invertebrados aquáticos é muito menor do que as taxas de adsorção (CNRC, 1983), o que explica a longa meia-vida dos HPAs nos invertebrados (CEPA, 1996). Por exemplo, em pelecípodes as meias-vidas de purificação para o Benzo(a)pireno, o benzo(a)antraceno e o fluoranteno eram 15, 18 e 30 dias, respectivamente (Pruell et al., 1986). Trabalhos mostram que o FBc para algumas espécies de peixes são compreendidos entre 23 para o Naftaleno e 675 para o Antraceno (Spacie et al., 1983; Linder e Bergman, 1984; Solbakken et al., 1984). 19 Além da bioconcentração direta da água, pode haver absorção a partir dos alimentos (Malins et al., 1984). No entanto, a biomagnificação dos HPAs nas cadeias alimentares aquáticas não é complexa, já que a eliminação de HPAs e os seus metabólitos é relativamente rápida nos peixes (EAG, 1990). As plantas absorvem mais HPAs da atmosfera que do solo, por conseguinte, as plantas de folhas largas contêm geralmente mais HPAs que as de folhas estreitas (Edwards, 1983). A superfície externa das plantas, como o invólucro dos frutos, contém mais HPAs que as estruturas internas. Após a absorção, há pouca transferência ou deslocamento de HPAs ao interior da planta (Edwards, 1986). Numerosos estudos com mamíferos em laboratório revelam que diversos HPAs tem atividade carcinogênica, principalmente pela exposição dérmica e por via respiratória (ATSDR, 1990a, ATSDR, 1990b; CIRC, 1983; Santodonato et al., 1981). Além da atividade carcinogênica são verificados outros efeitos não neoplásicos destes compostos sobre animais de laboratório, especialmente ligados a modificações da proliferação de tecidos, como da medula óssea, dos órgãos linfáticos, das gônadas e do epitélio intestinal (Santodonato et al., 1981; ATSDR, 1990a; ATSDR, b). Os efeitos cancerígenos dos HPAs no homem, especialmente em relação ao benzo(a)pireno, estão bem estabelecidos. A presença desses compostos como contaminantes atmosféricos está relacionada com o incremento do risco de desenvolver cancer de pulmão (Bruske-Hohlfeld et al., 2000). Por outro lado, está comprovada a relação entre câncer de pulmão e a proximidade de indústrias emissoras de HPAs (Henderson, 1975). A tabela abaixo ilustra os efeitos biológicos crônicos conhecidos de alguns HPAs. 20 Tabela 1: Características toxicológicas por efeitos crônicos de HPAs (Varanasi, 1989) Composto Carcinogênese Genotoxicidade Outros efeitos Naftaleno - - - Fenantreno -/? - - Acenaftileno -/? + - Antraceno - - - Fluoreno - - - Benz(a)antraceno + + - Criseno + + - Fluoranteno +/? + - Pireno -/? + - Benzo(a)pireno + + Embriotóxico, Teratogênico Dibenz(a,h)antraceno + + - Perileno -/? + - Indeno(1,2,3-c,d)pirene + + - A simbologia utilizada indica para os hífens (-) que não foi encontrado o efeito listado, o ponto de exclamação (?) indica que ainda não há consenso sobre o efeito e o símbolo de mais (+) indica que já foi encontrada, para o composto o efeito listado. Os HPAs podem produzir alteração no DNA dos fetos. Isso é demonstrado en filhos de mães expostas a poluição atmosférica industrial e doméstica com HPAs (Whyatt et al., 2000). Além disso, os recém nascidos mostraram uma significativa diminuição do tamanho, do peso e do perímetro do crânio (Perera et al., 1998) 21 1.5 Área de Estudo A área de estudo é o estuário da Laguna dos Patos, no sul do estado do Rio Grande do Sul, mais precisamente na região estuarina que margeia a cidade de Rio Grande. A laguna dos Patos tem uma área de 10.360 Km², com extensão média de 250 Km, largura de 38 Km e 4,2 m de profundidade (Mata & Möller, 1993). Figura 2: Localização da área de trabalho 22 Esta laguna é responsável pela maior parte da vazão hídrica do estado do Rio Grande do Sul para o Oceano Atlântico drenando uma área de cerca de 200 000 Km², recebendo águas de todas as bacias afluentes da Laguna dos Patos e das bacias da Lagoa Mirim através do Canal São Gonçalo, incluindo parte do Uruguai. Esta ampla drenagem abrange toda a região metropolina de Porto Alegre onde se concentram os maiores complexos industriais do estado e a maior concentração populacional. A região estuarina da Laguna dos Patos se estende desde a desembocadura da laguna até a ilha da Feitoria, embora a mistura de águas marinhas e continentais, que caracteriza os estuários, conforme o regime hídrico pode ocorrer até na plataforma adjacente, fora da laguna. Fontes Potenciais de HPAs no Estuário Apesar de não existirem estudos aprofundados e específicos, pode-se constatar que na região estuarina existem algumas fontes antrópicas potenciais de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos. No estuário processam-se atividades muito diversas relacionadas ao transporte e estocagem do petróleo, e como os HPAs estão naturalmente presentes no petróleo e seus derivados, essas atividades constituem-se em uma das importantes fontes potenciais de HPAS para essa região. Referentes a esse aspecto podem ser citadas as atividades de transporte do petróleo e derivados pelos navios, as atividades de carga e descarga através do terminal de petróleo da Petrobras, os derrames acidentais dentro da região estuarina e o descarte de resíduos oleosos dos navios e das atividades ligadas ao setor portuário. Por outro lado, destacam-se no estuário fontes clássicas de HPAs, tendo em vista que, atualmente é conhecido que esses compostos são, em sua maior parte, derivados da queima de produtos e combustíveis. Na região estuarina encontram-se uma série de assentamentos industriais que fazem uso da queima de diversos materiais 23 (madeira, casca de arroz, etc.) e de combustíveis fósseis para as suas necessidades energéticas. Além disso, somam-se as fontes móveis e variáveis da queima de combustível pelos veículos, e principalmente de caminhões e navios ligados às atividades portuárias, uma vez que utilizam óleo diesel e óleo pesado, que se destacam entre os combustíveis derivados do petróleo, por apresentarem uma maior concentração de HPAs. As fontes industriais também são classificadas como importantes na medida que opera na região estuarina uma Refinaria de Petróleo. O procedimento de refino, craqueamento do petróleo, e a queima de gases efluentes são fontes de HPAs desse setor industrial reconhecidas no mundo inteiro. Outro setor que poderá representar uma fonte potencial adicional de HPAs, porém de menor intensidade, é o integrado pelo parque industrial do setor de Fertilizantes da cidade de Rio Grande. As fontes já citadas devem ser incluídas as fontes de natureza difusa e irregular, mas que podem ter grande importância para os aportes de HPAs locais. Cita- se a queima de vegetação, queima de lixo, resíduos de postos de abastecimento e de oficinas, entre outros. Essas fontes tendem a atingir as águas e os sedimentos do estuário principalmente através dos esgotos pluviais e cloacais. Somam-se a essas fontes locais, os aportes alóctones provenientes dos centros urbanos e industriais do Estado do Rio Grande do Sul, que se encontram instalados na bacia hidrográfica da Laguna dos Patos. Entre esses se destacam os centros industriais e urbanos da grande Porto Alegre, o Polo Petroquímico de Triunfo, a Refinaria de Petróleo Alberto Pasqualini, a mineração do Carvão, entre muitos outros. Visto que se associam ao material em suspensão dos sistemas aquáticos, os HPAs podem atingir a região estuarina através do transporte sedimentar, acumulando-se nos sedimentos de fundo em razão dos processos de sedimentação que se processam nessa região. No entanto, essa fonte deve ser pouco significativa para a região estuarina, 24 pois a rede hidrográfica da Laguna dos Patos drena grandes áreas desprovidas de assentamentos industriais e de muito baixa densidade urbana. Apesar de não existirem estudos completos sobre a distribuição e origem dos hidrocarbonetos nos sedimentos do estuário do Rio Grande, existem indicativos indiretos da existência de grandes concentrações. Alguns trabalhos mostram que os sedimentos de determinados setores estuarinos apresentam teores elevados em óleos e graxas, notadamente na região do Porto Novo, Canal de Acesso e Superporto (Baisch, 2000c; Baisch, 2000d; Baisch, 2000e; Baisch e Mirlean, 2002). Esse mesmo quadro é verificado para as águas, pois se verifica que as águas do estuário em especial da região portuária apresentam elevados teores em óleos e graxas. A poluição orgânica das águas é apontada por muitos trabalhos (Kantin, 1983; Almeida et al,. 1984; Niencheski e Baumgarten, 1997; entre outros). Contudo, em outro estudo realizado em conseqüência de um pequeno derrame de óleo (Baisch, 2000d) não foram encontrados teores considerados elevados em Hidrocarbonetos Totais de Petróleo (HTP) nos sedimentos e nas águas da região afetada do Superporto, especialmente porque se trata de uma zona portuária, industrial e urbana, onde inúmeras outras atividades podem produzir efluentes contendo hidrocarbonetos. É muito provável que a intensa dinâmica hidrofísica e hidrosedimentar resultante da descarga hídrica da bacia hidrográfica e do intenso regime de ventos, seja um fator decisivo para a dispersão desses contaminates. No que se refere ao estudo dos HPAs nos sedimentos do estuário da Laguna dos Patos, pode-se referir apenas os trabalhos de Zamboni (2000); Baisch (2000a); Baisch et al., (2000). 25 O estudo de Baisch (2000d) com 23 espécies de HPAs nos sedimentos dos canais de navegação do Porto de Rio Grande, mostrou que esses compostos apresentaram teores muito variáveis. O perileno foi o composto de maior concentração média (65,02 ng/g), seguido pelo antraceno com 18,92 ng/g e dos metilfenantrenos com 16,50 ng/g, enquanto que as demais espécies de HPAs apresentaram valores significativamente mais reduzidos. As espécies que apresentam os teores mais reduzidos foram o naftaleno, acenaftileno, acenafteno, e o dibenzo(ah)antraceno. Constatou-se a existência de uma tendência geral de diminuição da concentração para a maior parte dos HPAs do Porto Novo até o canal dos Molhes. Contudo o Acenaftleno, Fluoreno, Bifenil, Acenafteno, apresentaram comportamento diferenciado, mostrando teores mais elevados na zona intermediária e final do Superporto. Esse trabalho concluiu que nenhuma das espécies dos HPAs investigados pode, individualmente, representar um elevado nível de contaminação dos sedimentos, pois são muito inferiores aos valores de controle considerados. Destaca-se também que o Perileno não é admitido no grupo dos contaminantes prioritários (USEPA, 1993) por ser o principal HPA de origem natural, e assim não foi examinado pelo presente trabalho de dissertação. Contudo o estudo de Zamboni (2000) mostrou que os sedimentos das zonas marginais lagunares considerados impactados, apresentam, para algumas espécies de HPAs, teores dezenas de vezes maiores do que os sedimentos dos canais de navegação (Baisch, 2000d) 26 As diferenças mais intensas foram encontradas para o benzo(a)antraceno, benzo(k)fluorantreno, acenaftileno, 2,3,5 trimetilnaftaleno; acenafteno; fluorantreno e pireno. Baisch et al., (2000) destacam as diferenças muito significativas entre os sedimentos dos fundo dos canais em relação as zonas marginais rasas próximas da cidade de Rio Grande. As espécies mais concentradas nos sedimentos marginais foram o fluoranteno e o benzo(k)fluoranteno. Os pontos considerados mais contaminados foram encontrados no Porto Velho, e dois pontos dentro do Saco da Mangueira, o primeiro do lado direito de sua desembocadura, e o segundo perto da distribuidora de combustíveis nas imediações da desembocadura do canal de escoamento pluvial. No Porto Velho os teores de naftaleno, acenaftileno, antraceno ultrapassam os teores de referência, enquanto que nos dois pontos dentro do saco da mangueira os teores de referência utilizados foram ultrapassados pelo benzo(a)antraceno, criseno e benzo(a)pireno 27 2 Material e Métodos 2.1 Pontos de Coleta Os pontos de coleta foram distribuídos entre locais tidos como pristinos, ou seja, distantes de prováveis aportes antropogênicos, outros são pontos localizados em áreas estuarinas sujeitas a interferência humana. Alguns locais indicados como provavelmente contaminados por estudos anteriores (Almeida et al., 1993) e/ou que tiveram os sedimentos analisados para HPAs totais por Zamboni (2000) e Baisch (2000a). Entre as amostras enviadas para análise, 13 foram coletadas em áreas rasas, com profundidades variando de 0,4 a 1,7 m. Outras seis em locais mais profundos, 3 no canal de navegação entre 10 e 12 m, e 3 próximas dos terminais portuários entre 4 e 6 m. As campanhas de campo foram feitas em três épocas distintas começando em julho de 2001 depois em maio de 2002 e por fim em julho de 2002. A tabela 2 e a figura 3, apresentadas adiante listam e ilustram estas informações. 28 Tabela 2: Referência, local, profundidade e data das coletas das amostras que compõe o estudo Amostra Local Profundidade (m) Data de coleta L1 Ilha dos Marinheiros- Marismas 0,5 07/2001 L3 Ilha dos Ovos - Marismas 0,4 07/2001 L4 Ilha dos Ovos - Ruppia 1,0 07/2001 L5 Yacth Club 1,5 07/2001 L7 Emissário/01 1,2 07/2001 L10 Canal defronte Coroa do Boi 12,0 05/2002 L11 Canal defronte Cocuruto 11,0 05/2002 L12 Pier do Terminal de Petroleiros 4,0 05/2002 L13 Canal defronte TECON 10,0 05/2002 L14 Pier do Terminal de Trigo e Soja 6,0 05/2002 L16 Pier do Terminal Petroquímico 4,0 05/2002 L17 Emissário/02 1,3 07/2002 L19 Refinaria Ipiranga 1,0 07/2002 L20 Vila dos Navegantes 1,5 07/2002 L21 Maxi Atacado 1,0 07/2002 L22 Condomínio Maria Carmen 1,2 07/2002 L24 Sul do Saco da Mangueira 0,9 07/2002 L25 Fertilizantes Manah 0,7 07/2002 As amostras L1, L3 e L4 foram coletadas em locais relativamente distantes das atividades antropogênicas, sobretudo as amostras L3 e L4 obtidas próximas a Ilha dos Ovos a NE da cidade de Rio Grande, são tidas como pontos pristinos, sendo perfeitamente explicável a não detecção de concentrações de qualquer HPA nos extratos obtidos a partir dos sedimentos destes locais. Embora, na data da coleta, uma grande mancha de óleo se aproximava da ilha, provavelmente originária do descarte da água de lastro de um navio que passava pelo local. A amostra L1 foi obtida na margem noroeste da ilha dos marinheiros em área de marismas, a amostra L3 em marisma ao sul da ilha dos ovos e a amostra L4 a leste da mesma porém em área com predominância de Ruppia maritima. 29 Figura 3: Localização dos pontos de amostragem no estuário Os pontos de coleta L5, L7, L17, L19, L20, L21, L22, L24 e L25 foram em locais com provável contaminação, representados por sedimentos de águas rasas, próximos as margens que delimitam a cidade de Rio Grande. As amostras nomeadas de L19 a L25 foram obtidas no saco da Mangueira. O ponto L5 foi o Yacht Club de Rio Grande, o sedimento foi obtido do último trapiche à direita, o da Lancha Larus. Os pontos L7 e L17 foram obtidos a cerca de 10 m 30 do despejo do emissário de esgotos de Rio Grande na Coroa do Boi, a L7 foi obtida em julho de 2001 e a L17 um ano depois. Nas águas do saco da Mangueira, o local defronte a Refinaria Ipiranga recebeu a referência L19, e se localiza cerca de 50 m sul da margem. O ponto L20 foi a cerca de 200m da margem à frente da Vila dos Navegantes, ainda no saco da Mangueira o ponto L21 foi próximo aos fundos do Maxi atacado, o L22 nos fundos do Condomínio Maria Carmem ambas a cerca de 100m da margem. A amostra L23 foi coletada na área sul do saco da mangueira na altura da desembocadura do arroio Vieira. Por fim a amostra L25 foi obtida nos fundos da Fábrica de Fertilizantes Manah, a cerca de 50m da margem. As amostras nomeadas com as siglas de L10 até L16 foram coletadas em locais mais profundos, mas também próximos de prováveis fontes antropogênicas. Os pontos de coleta L10, L11 e L13 foram nos canais de navegação, o primeiro (L10) na área sul do Porto Novo próximo a Coroa do Boi, a L11 mais próxima de São José do Norte, defronte ao Cocuruto, e a L13 defronte ao Terminal de Trigo e Soja. Os outros pontos de amostragem foram próximos dos terminais portuários, a amostra L12 foi obtida próximo ao Terminal de Petroleiros, a L14 ao lado do Terminal de Trigo e Soja e a L16 no Terminal Petroquímico. 31 2.2 Coletas e Preparação dos Sedimentos A vidraria utilizada foi previamente lavada com detergente especial (n-extran alcalino da Merck), água e álcool destilados e imediatamente antes do uso, com n- hexano. Os reagentes inorgânicos, tais como sulfato de sódio (Na2SO4), sílica e alumina, foram previamente calcinados em mufla a 400°C, por 6 horas, para a eliminação de resíduos orgânicos que pudessem interferir na realização dos testes. O cobre foi limpo e ativado com uma solução de ácido clorídrico 0,5 N. A eficiência desses tratamentos também foi verificada por Knap et al. (1986). Foram realizados brancos de amostras para se verificar a pureza dos solventes orgânicos (diclorometano e n-hexano) e reagentes inorgânicos (Na2SO4, cobre ativado, sílica e alumina), bem como a limpeza da vidraria. Um amostrador de sedimentos para áreas rasas foi montado, de modo a preencher os requisitos necessários à qualidade das amostragens. O equipamento em alumínio não é interferente com as análises que foram realizadas, não permitindo que a amostra sofresse lavagem na coluna d’água pelo movimento até a superfície e ainda garantindo que o material coletado pertence realmente a camada superficial do sedimento. Para coletar amostras nas profundidades de 4 a 12 m, referenciadas com os números de L10 a L16 foi utilizada uma draga tipo van veen. As amostras de sedimentos de áreas rasas foram coletadas com auxílio de um barco de alumínio da FURG e o amostrador de alumínio. Nos locais onde as profundidades excediam os 4 m, a coleta foi feita a bordo da lancha Larus utilizando uma draga do tipo van-Veen livre de contaminação por hidrocarbonetos. Os sedimentos foram coletados em 3 campanhas de amostragens entre julho de 2001 e julho de 2002. 32 As coletas foram realizadas na parte superior da estrutura sedimentar (até 5 cm), tanto nas amostragens com o amostrador de áreas rasas, tanto quanto na subamostragem feita a partir do sedimento embarcado pela draga van-veen, as quais foram imediatamente acondicionadas e conservadas a frio. Foram coletadas 18 amostras na região sul do estuário da Laguna dos Patos, levando-se em conta as principais características e segmentos ambientais. Esse procedimento teve por objetivo incluir, no presente estudo, a maior parte dos sub ambientes no sentido de melhor caracterizar a qualidade média ambiental em relação aos HPAs presentes no estuário. Desta forma, foram coletadas amostras nas partes reconhecidamente mais contaminadas que correspondem às margens rasas lagunares, mais próximas da cidade de Rio Grande, e nas regiões consideradas menos impactadas que correspondem as regiões mais distantes dos centros urbanos e industriais além de áreas mais profundas dos canais de navegação. As alíquotas de sedimento coletadas foram acondicionadas em frascos de vidro previamente lavados com detergente neutro n-extran, enxaguados com água destilada, novamente lavados com n-hexano e fechados para só serem abertos no momento do uso. Em laboratório os sedimentos foram congelados para tratamento posterior. Após o descongelamento os sedimentos foram peneirados em peneiras inox de 0,5 mm (500 micra), previamente lavadas com detergente neutro n-extran e enxaguadas com acetona. Depois, os sedimentos foram secos em estufa a temperaturas entre 30 e 50° C, e homogeneizados para posterior extração. 33 2.3 Análise Granulométrica A avaliação da constituição granulométrica dos sedimentos seguiu o método de peneiramento descrito por SUGUIO (1973). As amostras foram inicialmente lavadas para retirada dos sais, secas em estufa a 60ºC e quarteadas. As frações grosseira e fina foram separadas por peneiramento em malha de 0,062 mm. Os grãos menores que 16 mm e maiores que 0,062 mm foram analisados através do método da “Escala de Wentworth”, isto é: peneirados em um jogo de peneiras seguindo intervalos de 0,5 mm de abertura de malha. A partir dos resultados obtidos nessas análises, as frações granulométricas foram classificadas em cascalho, areia, silte + argila (finos) através do software SISGRAN. 34 2.4 Análise de Carbono Orgânico Total O carbono orgânico nos sedimentos foi analisado de acordo com o método de STRICKLAND & PARSONS (1972) e os resultados confirmados por GAUDETTE et al. (1974). O sedimento foi inicialmente seco, triturado e peneirado e uma porção da amostra foi aquecida à 100°C. A matéria orgânica é oxidada por mistura sulfocrômica, usando um indicador redox apropriado, e o oxidante em excesso (dicromato de potássio) é dosado por uma solução de sulfato ferroso 0,1N. A padronização da solução titulante é feita com glicose e o carbono orgânico é dosado como carbono de glicose (C6H12O6). 35 2.5 Extração de HPAs dos Sedimentos Os procedimentos de análise seguiram as recomendações de UNEP (1991). A vidraria utilizada foi previamente lavada com detergente especial (n-extran alcalino da Merck), água e acetona e imediatamente antes do uso, com n-hexano. Os sedimentos foram mantidos à -18ºC em frascos de vidro. Depois de descongelados foram secos em estufa à 50ºC, macerados e peneirados em malha de 500 mesh (0,5 mm), para posterior análise. Foram pesados cerca de 25g do sedimento e a extração foi feita em Soxhlet com 100 ml de uma mistura 50% diclorometano/n-hexano, durante 8 horas. Os extratos foram concentrados em evaporador rotativo a vácuo, em banho de 30ºC, e levados à secura com fluxo de nitrogênio, grau analítico. Os extratos foram diluídos a 500 mL e a identificação dos hidrocarbonetos aromáticos foi feita utilizando-se padrões externos de massa conhecida, contendo 16 compostos aromáticos e com padrão interno a 10 mg/mL (Bifenila). Alíquotas de 1 mL foram injetadas em cromatógrafo a gás GC/MS Varian Saturn 2100T, equipado com detector de ionização de chama, com coluna capilar HP-5 de 60m x 0,25mm x 0,25mm; no modo de split. Foi utilizado um split 1:50 e a análise foi realizada no modo SIM (monitorando os íons 128, 152, 154, 166, 178, 202, 228, 252, 276 e 278). A temperatura inicial foi mantida a 120ºC, por 2 min, seguida de uma rampa de 5ºC/min até 220 ºC, 10ºC/min até 280ºC e isotérmica por 10 min. Os resultados estão expressos em ng do composto por g de sedimento (mg/kg ou ppb). O limite de detecção do método é de 0,50 ng/g. 36 2.6 Normalização por Carbono Orgânico Total Os dados foram normalizados pelo carbono orgânico total conforme as Normas de Gerenciamento de Sedimentos WAC (1995) Marine sediments quality standards. Para executar esta normalização pelo carbônico orgânico total o peso seco de cada parâmetro é dividido pelo percentual total de carbono expresso em decimais, conforme a fórmula abaixo: ng/g tCorg = ng/g peso seco g Corg / g peso seco onde: ng/g tCorg = nanogramas do HPA por grama de Carbono orgânico ng/g peso seco = nanogramas do HPA por grama de peso seco de amostra g Corg / g peso seco = porcentagem total de carbono orgânico em peso seco de amostra, expresso em decimais. 37 3 Resultados e Discussão 3.1 Resultados Gerais Como ilustra a tabela 3, vários dados complementares foram obtidos. O pH e o Eh dos sedimentos foram medidos, a distribuição granulométrica das amostras foi quantificada separando-se as frações maiores que areia e os sedimentos finos, apresentados na tabela subseqüente em porcentagem total de grânulos, areias, finos (argila e silte) e a fração de granulometria igual ou inferior a 0,5 mm. O Carbono Orgânico Total (COT) foi quantificado sendo apresentado igualmente em porcentagem de peso seco. Tabela 3: Resultados das análises de pH, Eh, COT, e Granulometria Sedimentos Amostra pH Eh % COT % Grânulos % Areia % Finos % < 0,5 L1 6,65 150 0,13 0 93,22 6,78 99,51 L3 7,15 185 0,26 0 86,47 13,53 98,28 L4 7,11 220 0,05 0,67 96,96 2,36 98,58 L5 7,63 -110 0,78 0 46,95 53,05 97,40 L7 7.44 -325 0,58 0 72,59 27,41 99,37 L10 7,2 -112 0,59 0 46,18 53,82 99,23 L11 7,2 -130 0,38 0 43,96 56,04 99,26 L12 7,7 220 0,24 1,27 67,96 30,77 93,92 L13 7,7 -80 0,67 0 9,43 90,57 99,56 L14 6,9 -115 0,30 0 6,56 93,44 99,91 L16 7,82 -134 0,29 0 88,81 11,19 98,00 L17 7.23 -65 0,26 4,65 92,76 2,58 84,86 L19 7.59 224 0,25 0 73,07 26,93 99,21 L20 7.13 224 1,03 0 76,50 23,50 99,08 L21 7.63 243 0,07 0 98,04 1,96 99,31 L22 7.73 67 0,21 0 97,03 2,97 99,75 L24 7.45 14 0,23 0,30 98,49 1,22 99,37 L25 7.27 123 0,01 6,67 91,89 1,44 89,89 Os resultados das análises de pH confirmaram as tendências já apontadas por Baisch (1998), variando de valores fracamente ácidos até valores fracamente básicos (6,65 a 7,82), sendo assim o pH não representa um fator de interpretação determinante 38 porque a grande maioria das amostras apresentou valores localizados na faixa de neutralidade. O potencial de oxi-redução (Eh) apresentou valores entre 243 e -325, os pontos redutores foram encontrados em locais com sedimentos lamosos e com aporte de matéria orgânica, enquanto que os sedimentos oxidantes são de pontos mais arenososos. É importante citar que as medições de Eh não podem ser feitas exatamente na superfície do sedimento, visto que o aparelho deve ser inserido no sedimento para efetuar a leitura, aumentando a possibilidade de resultados redutores. Os valores de carbono orgânico variaram entre 0,01% e 1,32%, foram valores excessivamente baixos, quando comparados a estudos anteriores, porém a granulometria analisada neste trabalho contribui para baixos valores, quando comparados com estudos que analizaram apenas a fração de sedimentos finos. A granulometria demonstrou que estes sedimentos apresentam uma predominância arenosa, variando entre 6,56 e 98,49% do peso total, e o teor de finos ficou entre 1,22 e 93,44%, apenas quatro amostras continham grânulos variando de 0,3 a 6,67% do total da amostra. Os compostos químicos não iônicos usualmente são analizados no sedimento inteiro e próximos de fontes antropogênicas (USEPA, 2002, ICES, 2000), excetuando- se partículas mais grosseiras. Devido às características locais, a granulometria escolhida para as análises de HPAs foi a fração fina abaixo de 0,5mm, o que corresponde praticamente a totalidade das amostras. Nos sedimentos analizados foram registrados valores entre 84,86% e 99,91% da fração abaixo de 0,5mm em relação ao peso total das amostras. Em onze das dezoito amostras este valor ficou acima de 99%, sendo que em outros três sedimentos foi maior ou igual a 98%, apenas duas tiveram valores inferiores a 90%. 39 3.2 Análises de HPAs Os 16 HPAs listados pela agência ambiental Norte Americana (USEPA, 1989; USEPA, 1995) como prioritários para serem monitorados no ambiente foram alvo das análises no presente trabalho. A lista dos 16 HPAs inclui Nataleno, Acenaftileno, Acenafteno, Fluoreno, Fenantreno, Antraceno, Fluoranteno, Pireno, Benzo(a)antraceno, Criseno, Benzo(b)fluoranteno, Benzo(a) pireno, Dibenzo(a,h)antraceno, Benzo(ghi)perileno, Benzo(k)fluoranteno, e Indeno(1,2,3-cd)pireno. Treze dos dezesseis compostos alvo foram detectados com o método utilizado, os quais estão destacados na tabela abaixo, o naftaleno, o fenantreno, fluoranteno e o benzo(a)pireno tiveram sua ocorrência detectável em 4 amostras cada composto, o pireno, o benzo(a)antraceno e o criseno ocorreram em três amostras, o antraceno, o benzo(b)fluoranteno, o dibenzo(a,h)antraceno e o indeno(1,2,3-cd)pireno foram detectados em 2 amostras enquanto que o benzo(k)fluoranteno e o benzo(ghi)perileno estão presentes em níveis detectáveis pelo método em apenas 1 amostra cada. De um total de 18 amostras encaminhadas para análise apenas em oito, foram detectados HPAs, são nos pontos do Yacht Club de Rio Grande (L5), defronte o principal emissário de esgotos municipal localizado na Coroa do Boi (L7 e 17), no canal defronte o Terminal de Trigo e Soja (L13), próximo ao Terminal de Trigo e Soja (L14), defronte o Terminal Petroquímico (L16), defronte a Refinaria da Ipiranga (L19) e defronte a Vila dos Navegantes (L20). Estes pontos serão tratados daqui para adiante pelo nome do local de referência. Na tabela 4 estão as siglas das amostras e os valores de concentração encontrados para cada HPA em ng/g, onde ND significa composto não detectado, ou seja, com valor abaixo de 0,5 ng/g ou inexistente. 40 Tabela 4: Resultados das concentrações dos HPAs alvos nas amostras com níveis detectados. concentração em ng/g Yacht Emis/01 TECON TTS TPQ Emis/02 Ipiranga Naveg. naftaleno ND 8,70 ND ND 1,55 ND 2,16 4,80 acenaftileno ND ND ND ND ND ND ND ND acenafteno ND ND ND ND ND ND ND ND fluoreno ND ND ND ND ND ND ND ND fenantreno 15,28 6,20 ND 68,22 ND 3,17 ND 2,23 antraceno 12,21 ND 1,98 ND ND ND ND ND fluoranteno 31,55 36,36 ND 113,89 ND 12,64 ND ND pireno 35,36 24,44 ND ND ND 11,50 ND ND benzo(a)antraceno 24,34 25,56 ND 113,64 ND ND ND ND criseno 27,72 16,02 ND 148,20 ND ND ND ND benzo(b)fluoranteno 22,94 ND ND 71,07 ND ND ND ND benzo(k)fluoranteno ND ND ND 64,45 ND ND ND ND benzo(a)pireno 39,97 29,95 ND 32,39 ND ND ND 22,45 dibenzo(a,h)antraceno 75,08 ND ND 11,04 ND ND ND ND benzo(ghi)perileno ND ND ND 7,07 ND ND ND ND indeno(1,2,3-cd)pireno 50,60 ND ND 1,57 ND ND ND ND Do grupo de amostras analisadas, em apenas oito foram detectados níveis de HPAs, apresentadas na tabela acima, três destas amostras chamam especialmente a atenção pelas elevadas concentrações relativas, são as amostras L14 do pier do Terminal de Trigo e Soja, a L5 do Yacht Club de Rio Grande e a L7 do emissário municipal, coletada em 2001. Na amostra do píer do Terminal de Trigo e Soja (L14) foi quantificada a presença de 10 compostos predominantemente de médio e alto peso molecular em níveis detectáveis, apresentando as maiores concentrações relativas de 7 dos 16 HPAs analisados. Coletado a 6 m de profundidade este sedimento apresentou o maior teor de finos (93,44 %), porém um baixo teor de carbono (0,30 %) bem próximo dos sedimentos que tiveram as menores concentrações de HPAs detectadas. Conforme diversos autores (Onuska, 1989, Kowalewska, 1999, DiToro et al., 1991; Lyman, et al.,1982; Roy & Griffin, 1985, ICES, 2000, USEPA, 1995c) a bioacumulação e toxicidade dos contaminantes não polares nos sedimentos tem relação direta com o teor de carbono orgânico total, em função hidrofobicidade e da afinidade destes compostos com a matéria orgânica, a absorção pelos organismos será maior para 41 sedimentos com menor teor de carbono. Assim este é o ponto com maior toxicidade encontrado neste estudo e é muito provável que a biodisponibilidade destes poluentes fosse bem elevada. No ponto L5 dez HPAs se fizeram presentes, fazendo os sedimentos do Yacht Club de Rio Grande representarem as mais altas concentrações relativas em cinco destes compostos. Os sedimentos locais tiveram 0,78 % de COT e um teor de finos de 53,05 %, ambos valores acima das respectivas médias. Já na amostra L7 - emissário/01 ocorreram 7 compostos, este ponto respondeu pela maior concentração relativa de naftaleno, não detectado nas amostras L5 e L14. Nestes sedimentos o teor de carbono encontrado (0,58 %) ficou próximo a média dos sedimentos com HPAs detectados, e o teor de finos (27,41 %) abaixo da média. Outros resultados que chamam atenção, agora pelas modestas respostas apresentadas, são os pontos do emissário/02, da refinaria Ipiranga, do píer do Terminal dos Petroleiros e do píer do Terminal Petroquímico. Comparando os sedimentos do emissário/02 com os do ano anterior no mesmo ponto, temos valores 2 ou três vezes menores em 2002, e apenas 3 compostos de baixo peso molecular, frente a 7 compostos detectados em 2001. Analisando a granulometria e o teor de carbono da amostra L17 (emissário/02) vemos que foi o sedimento que apresentou menor teor de finos (2,58 %) e a segunda menor porcentagem de COT (0,26 %) entre as amostras com resposta. O resultado da amostragem, uma vez coletada em local de intenso aporte, indica a importância destes, ou de um destes parâmetros para a concentração dos HPAs nos sedimentos. Nos sedimentos da refinaria Ipiranga foi encontrado somente 2,16 ng/g de naftaleno, um teor de finos (26,93 %) abaixo da média (41,08 %) e o menor teor de 42 carbono (0,25 %) entre os sedimentos com níveis detectáveis, por se tratar também de um local com provável aporte, reforça a tendencia de valores baixos de HPAs em sedimentos com reduzido teor de carbono. No terminal Petroquímico foi detectado 1,55 ng/g de naftaleno, com apenas 0,29 % de COT e 11,19 % de silte e argila. Enquanto no terminal dos Petroleiros nenhum composto foi detectado, com 0,25 % de carbono orgânico total e 30,77 % de finos torna mais provável a tendência de concentração dos HPAs no COT. Os sedimentos coletados para este trabalho foram obtidos em período muito chuvoso, especialmente os de maio de 2002 listados na tabela adiante. Volumes excessivos de precipitações tendem a lixiviar os contaminantes, sendo muito provável que as intensas chuvas ocorridas no período anterior às coletas tenham contribuído para a dispersão destes contaminantes já que implicam em transporte de sedimentos finos e partículas orgânicas. No ano de 2001 o material foi coletado entre o fim de junho e início de julho, no ano seguinte entre maio e julho. Como pode ser visto na tabela abaixo e nos dados meteorológicos apresentados em anexo, em ambos os anos o início do inverno foi muito chuvoso. Tabela 5: Precipitações nos anos das coletas comparadas as normais climatológicas provisórias (mm). 2001 2002 Normais Jan 175,3 368 85,31 Fev 118,3 132,3 112,73 Mar 227 261,2 93,79 Abr 198,3 263,6 123,49 Mai 108,5 125 102,95 jun 186,6 137,1 117,78 1° Sem 1014 1287,2 636,05 2° Sem 639 964,9 663,96 Anual 1653 2252,1 1300,01 43 As normais climatológicas provisórias da estação metereológica de Rio Grande de 1991 a 2000 (Reboita, 2001), indicam valores bem abaixo dos registrados nos últimos anos, em 2001 choveu 1653 mm e em 2002 foi 2252,1mm enquanto que a normal anual é de 1300 mm. É importante destacar que a maior concentração deste grande volume de chuvas foi no primeiro semestre, em 2001 a precipitação acumulada até junho foi de 1014 e de 1287,2 mm em 2002, valores próximos das normais anuais. Isto pode ter tido um significativo efeito de dispersão e remobilização dos contaminantes. É evidente que para estimarmos a diluição de contaminantes imposta pelas variações meteorológicas, seriam necessários estudos específicos. Porém é pertinente inferir que a variação imposta na composição geoquímica dos sedimentos pelo regime de pluviométrico, tende a ser mais atuante em áreas rasas do que nos canais estuarinos, que apresentam condições dinâmicas bem mais complexas. Diversos fatores biológicos e físico-quimicos influem na distribuição destes contaminantes juntamente com as condições meteorológicas e hidrodinâmicas, Kowalewska, (1999) afirma que os principais responsáveis pela sedimentação de HPAs no sul do Báltico é o fitoplâncton. Ocorre alta correlação dos HPAs com carbono orgânico, e também com pigmentos, e estes organismos são a principal fonte de matéria orgânica naquele local. O mapa abaixo localiza espacialmente os pontos que apresentaram níveis detectáveis de HPAs. 44 Figura 4: Localização das amostras com níveis detectáveis da HPAs no estuário Analisando os compostos encontrados nos resultados temos o naftaleno que é o HPA mais sujeito a degradação cuja meia vida em condições desfavoráveis a degradação é de cerca de 129 dias (Herbes e Schwall, 1978; Bulman et al., 1985; IPCS, 1998; Delfino & Miles, 1985; Nielsen & Christensen, 1994), é associado a contaminação por petróleo não intemperizado e raramente detectável em sedimentos limpos (Boehm & Farrington, 1984). Este composto aromático policíclico de baixo peso molecular ocorreu em quatro amostras: emissário/02 (8,70 ng/g), vila dos Navegantes (4,80 ng/g), Ipiranga (2,16 ng/g), e terminal petroquímico (1,55 ng/g). Além do emissário as águas próximas 45 a vila dos Navegantes recebem aporte de esgotos, que tiveram as maiores concentrações, os outros dois pontos são próximos a locais que manipulam petróleo e derivados, como pode ser visto no mapa abaixo. Figura 5: Concentrações de naftaleno (ng/g) Os compostos de menor peso molecular entre os de três anéis analisados, não apresentaram níveis detectáveis, são eles e acenafteno, o acenaftileno e o fluoreno, indicando pouca ocorrência relativa dos HPAs de baixo peso molecular, nos sedimentos amostrados. Estes compostos foram os únicos HPAs não detectados em nenhuma amostra. 46 Os compostos com peso molecular 178 (fenantreno e antraceno) ocorreram em 5 e 3 amostras, respectivamente, como ilustram os mapas abaixo. Figura 6: Concentrações de fenantreno (ng/g) A maior concentração de fenantreno encontrada foi nos sedimentos do TTS (68,22 ng/g), este composto ocorreu também nos sedimentos do Yacht Club (15,28 ng/g), nas duas amostras do emissário (6,2 e 3,17 ng/g) e na da vila Navegantes (2,23 ng/g), o fenantreno pode ter origem fóssil, pirolítica e diagenética (Bohem & Farrington, 1984). 47 Figura 7: Concentrações de antraceno (ng/g) O antraceno foi detectado nos sedimentos do Yacht Club (12,21 ng/g) e nos sedimentos do canal de navegação defronte o TTS (1,98 ng/g). Os HPAs de 4 a seis anéis são gerados predominantemente por combustão, sendo denominados pirolíticos. Entre os pirolíticos o fluoranteno ocorreu em 4 amostras, conforme apresentado na figura abaixo, sua maior concentração foi encontrada no TTS (113,64 ng/g), aparecendo nos sedimentos do emissário (36,36 ng/g em 2001 e 12,64 ng/g em 2002) e no Yacht (31,55 ng/g). 48 Figura 8: Concentrações de fluorantenos (ng/g) 49 O pireno apesar de fazer parte do grupo dos HPAs pirolíticos tem sua origem tanto pirolítica quanto fóssil, foram detectadas concentrações nas duas amostras do emissário (36,36 e 11,50 ng/g) e nos sedimentos do Yacht (31,55 ng/g). A figura 9 mostra as concentrações de pireno detectadas nos sedimentos do estuário. Figura 9: Concentrações de pireno (ng/g) 50 O benzo(a)antraceno e o criseno foram detectados nos sedimentos amostrados no pier do TTS, no emissário/01, e no Yacht Club, são apresentados nas figuras 10 e 11 apresentadas a seguir. Figura 10: Concentrações de benzo(a)antraceno (ng/g) 51 Os valores de ambos compostos foram mais elevados na amostra do pier do TTS com 113,64 ng/g de benzo(a)antraceno e 148,20 ng/g de criseno, no emissário/01 foi quantificado 25,56 ng/g de benzo(a)antraceno e 16,02 ng/g de criseno, já no Yacht foi detectado 24,34 e 27,72 ng/g de benzo(a)antraceno e de criseno, respectivamente. Figura 11: Concentrações de criseno (ng/g) O criseno a exemplo do pireno também tem origem mista, ocorre tanto proveniente de contaminação por óleos crus quanto por combustão. 52 O benzo(b)fluoranteno ocorreu em maior concentração nos sedimentos do píer do TTS na concentração de 71,07 ng/g e também nos sedimentos do Yacht a 22,94 ng/g de peso seco. Já o benzo(k)fluoranteno foi detectado somente na amostra do píer do TTS com 64,45 ng/g. Os mapas representando a concentração destes compostos são apresentados abaixo, como figura 12 e 13 respectivamente. Figura 12: Concentrações de benzo(b)fluoranteno (ng/g) 53 Figura 13: Concentrações de benzo(k)fluoranteno (ng/g) O benzo(a)pireno é um dos HPAs do qual se tem melhor conhecimento, pelo estreito contato com o homem já que ocorre em alimentos, a meia vida nos sedimentos varia entre 0,3 e 58 anos (Herbes e Schwall, 1978; Bulman et al., 1985; IPCS, 1998; Delfino & Miles, 1985; Nielsen & Christensen, 1994), é cancerígeno, genotóxico, teratogênico e embriotóxico. 54 Figura 14: Concentrações de benzo(a)pireno (ng/g) O benzo(a)pireno, como ilustra a figura 14, teve sua concentração entre 22,45 e 39,97 ng/g, sendo estas as amostras da vila dos Navegantes e a do Yacht Club, respectivamente. Como ilustra a figura a seguir o ponto do TTS teve 32,39 ng/g e nos sedimentos do emissário foi detectado 29,55 ng/g deste composto. 55 Os valores de dibenzo(a,h)antraceno variaram de 75,08 ng/g nos sedimentos do Yacht Club até 11,04 ng/g no pier do TTS, tendo ocorrido apenas nestes dois pontos, conforme figura 15. Figura 15: Concentrações de dibenzo(a)antraceno (ng/g) 56 Somente nestes dois pontos foi detectada a presença do composto de 6 anéis indeno(1,2,3-cd)pireno que teve 50,60 e 1,57 ng/g de concentração, no Yacht e no pier do TTS, respectivamente. Figura 16: Concentrações de indeno(1,2,3-cd)pireno (ng/g) 57 Por fim o benzo(ghi)perileno foi detectado unicamente na amostra do píer do TTS com 7,07 ng/g, como pode ser visto na figura 17. Figura 17: Concentrações de benzo(ghi)perileno (ng/g) A figura 18 apresentada abaixo ilustra as concentrações relativas dos compostos detectados nas respectivas amostras. 58 Concentrações de HPAs agrupadas por amostra 0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00 140,00 160,00 L5 L7 L13 L14 L16 L17 L19 L20 co nc en tr aç ão ( ng /g - pe so s ec o) naftaleno fenantreno antraceno fluoranteno pireno benzo(a)antraceno criseno benzo(b)fluoranteno benzo(k)fluoranteno benzo(a)pireno dibenzo(a,h)antraceno benzo(ghi)perileno indeno(1,2,3-cd)pireno Figura 18: Amostras com níveis detectáveis relacionadas as concentrações dos compostos O método utilizado neste trabalho foi o de análise do sedimento inteiro, excluindo apenas partículas grosseiras, de modo a obtermos uma total representatividade dos sedimentos analisados. Conforme o Conselho Internacional para a Exploração do Mar (USEPA, 2002, ICES, 2000), esta abordagem reflete o modelo de distribuição das concentrações nos sedimentos e na matéria orgânica, detectando com melhores resultados algum eventual derrame recente de óleos. A utilização da fração inteira dos sedimentos para avaliação de contaminantes orgânicos é preferível em relação à fração fina, alguns estudos recentes têm demonstrado concentrações consideráveis nas frações grosseiras dos sedimentos. Estudos também apontam que a densidade do material é fator decisivo para a acumulação de contaminantes não polares nos sedimentos. É uma relação em cadeia entre contaminante, COT e granulometria. Os HPAs tem afinidade com o carbono orgânico por efeito de co-geração – e.g. cinzas de 59 combustão, poeira de rodovias – por hidrofobicidade, por afinidade eletroquímica, já o carbono orgânico normalmente apresenta correlação com a granulometria, uma vez que a matéria orgânica presente tende a se concentrar na fração fina. A principal vantagem de utilizar exclusivamente a fração fina dos sedimentos é melhorar as possibilidades de alcançar os níveis detectáveis dos microcontaminantes. Isto pode ser compensado, para as análises de sedimento inteiro ou que inclua frações grosseiras, com o uso de melhores técnicas de extração e utilização de maior quantidade de sedimento para as extrações. Para efeitos de interpretação e comparação a normalização pelo teor de carbono orgânico total foi aplicada. 60 3.3 Normalização por Carbono Orgânico Total No presente trabalho empregou-se a normalização dos teores dos HPAs pelo carbono pois é um critério que apresenta vantagens sobre outros métodos tradicionais (p. ex. normalização granulométrica), especialmente para baixos valores de carbono orgânico (DiToro e DeRosa, 2001) como é o caso verificado para este estudo nos sedimentos do estuário da Laguna dos Patos. Os teores das substâncias e contaminantes orgânicos, particularmente os não polares, e a toxicidade destes nos sedimentos, têm relação direta com o conteúdo de carbono orgânico total (COT) nos sedimentos (DiToro et al., 1991; Lyman, et al.,1982; Roy & Griffin, 1985, ICES, 2000, USEPA, 1995c). Os contaminantes não polares na água ou no sedimento se concentram na fração orgânica dos sedimentos devido à afinidade química destes, Gustafsson & Gschwend (1997) relatam que os contaminantes orgânicos o cobre e o mercúrio tendem preferencialmente a adsorverem ao carbono orgânico dos sedimentos. Os compostos orgânicos não polares, tal como os HPAs, associam-se e têm um comportamento semelhante à matéria orgânica sedimentar, pois são componentes de natureza química similar. Estudos recentes vêm pesquisando a alta correlação dos HPAs com o Carbono Preto (Black Carbon), devida a co-geração destes compostos orgânicos por pirólise. A partir dessa característica muitos trabalhos estabeleceram critérios e passaram a fazer uso da normalização dos teores de contaminantes orgânicos, entre eles os HPAs, pelos valores de carbono orgânicos dos sedimentos (Michelsen e Bragdon- Cook, 1992; DiToro et al., 1991; DEC, 1993; USEPA SAB, 1992; USEPA, 1991; USEPA. 1993; WAC, 1995, Di Toro e De Rosa, 2001). 61 Para a comparação de resultados a normalização minimiza os erros devido a diferente composição dos sedimentos (Daskalakis & O’Connor, 1995). O uso da normalização dos contaminantes químicos orgânicos pelo COT é norma para comparações relativas no Estado de Washington (DiToro et al., 1991). Outros autores têm discutido que a toxicidade dos compostos químicos orgânicos nos sedimentos está correlacionada com os valores relativos de HPAs e de Carbono Orgânico, porém, outros métodos tais como testes biológicos ou Limites de Efeitos Aparentes (AETs) devem ser considerados conjuntamente (Michelsen & Bragdon-Cook, 1993). Os dados foram normalizados pelo carbono orgânico total conforme as Normas de Gerenciamento de Sedimentos (WAC, 1995) marine sediments quality standards. Para executar esta normalização pelo carbônico orgânico total o peso seco de cada parâmetro é dividido pelo percentual total de carbono expresso em decimais, conforme a fórmula explicada na seção que trata do material e métodos. Não são recomendadas normalizações por COT para sedimentos com menos que 0,2 % de carbono orgânico total ou para valores muito altos, próximos de 50% (Adams et al., 1992;WAC, 1995). Os dados obtidos apresentam baixa concentração de carbono orgânico total, apenas 4 sedimentos tiveram concentrações abaixo do nível mínimo recomendado de 0,2 % de carbono orgânico total. Estas amostras (L1, L4, L21 e L25) não tiveram níveis detectáveis de HPAs não entrando nos cálculos de normalização. Nas amostras em que a normalização foi aplicada o teor mínimo de carbono orgânico total foi de 0,25 % para os sedimentos da refinaria Ipiranga e o máximo de 1,03 % nos sedimentos da vila dos Navegantes. A tabela abaixo lista os valores de HPAs por peso seco de COT. 62 Tabela 5: Concentrações de HPAs normalizados pelo COT (ng/g de COT) Amostra Yacht Emis/01 TECON TTS TPQ Emis/02 Ipiranga Naveg. naftaleno ND 1512 ND ND 541 ND 873 467 fenantreno 1953 1078 ND 22741 ND 1209 ND 217 antraceno 1562 ND 298 ND ND ND ND ND fluoranteno 4034 6323 ND 37965 ND 4828 ND ND pireno 4522 4249 ND ND ND 4394 ND ND benzo(a)antraceno 3113 4445 ND 37882 ND ND ND ND criseno 3545 2785 ND 49401 ND ND ND ND benzo(b)fluoranteno 2933 ND ND 23691 ND ND ND ND benzo(k)fluoranteno ND ND ND 21483 ND ND ND ND benzo(a)pireno 5111 5207 ND 10797 ND ND ND ND dibenzo(a,h)antraceno 9600 ND ND 3678 ND ND ND ND benzo(ghi)perileno ND ND ND 2356 ND ND ND ND indeno(1,2,3-cd)pireno 6470 ND ND 524 ND ND ND ND 16 - HPAs 42842 25599 298 210517 541 10431 873 685 O maior aumento de concentração relativa ao COT é onde foi encontrado o menor teor de carbono, sendo de 404 vezes para o naftaleno nos sedimentos da refinaria Ipiranga. As figuras abaixo ilustram graficamente os valores normalizados, ordenados por ponto amostral. Concentrações de HPAs normalizadas ordenadas por amostras 0 100 200 300 400 500 600 L5 L7 L13 L14 L16 L17 L19 L20 C on ce nt ra çõ es ( ng /g - C or g) naftaleno fenantreno antraceno fluoranteno pireno benzo(a)antraceno criseno benzo(b)fluoranteno benzo(k)fluoranteno benzo(a)pireno dibenzo(a,h)antraceno benzo(ghi)perileno indeno(1,2,3-cd)pireno Figura 19: Resultados após normalização por carbono (ng/g de COT) 63 Um grande aumento nos valores é notado em todos compostos devido à baixa quantidade de carbono orgânico nas amostras analisadas. Os dados normalizados são bons indicadores para a comparação entre diferentes amostras, sendo bons indicadores também da biodisponibilidade dos contaminantes. A alta hidrofobicidade dos HPAs é conjugada com alta afinidade pela matéria orgânica e também com alta lipofilicidade, ou seja, a tendência destes compostos é de adsorverem na matéria orgânica ou serem absorvidos nos organismos (Onuska, 1989, Kowalewska, 1999). Assim quando encontramos valores baixos de carbono orgânico e altas concentrações de HPAs a biodisponibilidade é elevada (DiToro, 1991). Localmente os sedimentos do Superporto, especialmente a área próxima ao TTS, os sedimentos do Yacht Club, da Coroa do Boi e do norte do saco da Mangueira apresentam elevados valores de HPAs por peso seco de COT, indicando que estes poluentes orgânicos podem ter alta disponibilidade para outros compartimentos do sistema aquático estuarino, incluindo a biota e o próprio homem, seja através da cadeia alimentar e também por contaminação direta. 64 3.4 Evolução dos Níveis de HPAs no Estuário Conforme já foi citado apenas dois estudos anteriores foram executados no estuário para detecção e quantificação de HPAs nos sedimentos. Embora quando se trata de análises em sedimentos, mesmo entre pontos amostrais próximos podem ser esperadas variações consideráveis nas concentrações de contaminantes, contudo é interessante comparar os dados disponíveis em pontos amostrais aproximadamente coincidentes, registrando e normalizando estes resultados. Estes estudos anteriores tiveram 23 HPAs como alvo das análises, para uma comparação mais apropriada com os dados de Zamboni (2000) e Baisch (2000a) os dados foram retrabalhados de modo a isolar apenas os 16 HPAs que são alvo deste trabalho. O fenantreno foi analisado neste trabalho e não foi alvo das análises nos trabalhos anteriores, ficando assim o somatório de 15 HPAs, a saber: nataleno, acenaftileno, acenafteno, fluoreno, antraceno, fluoranteno, pireno, benzo(a)antraceno, criseno, benzo(b)fluoranteno, benzo(a)pireno, dibenzo(a,h)antraceno, benzo(ghi)perileno, benzo(k)fluoranteno, e indeno(1,2,3-cd)pireno. Os resultados das concentrações de HPAs expressas por peso seco de sedimento são baixos quando comparados a dados anteriores (Baisch, 2000a e Zamboni, 2000) e até com dados de outros locais com características portuárias, industriais e urbanas. Fatores como a fração granulométrica analisada e a concentração de carbono orgânico nas amostras são determinantes para explicar os menores valores detectados pelo presente trabalho, quando expressos em peso seco. A tabela abaixo compara os resultados de concentrações de HPAs deste trabalho, representados pelas amostras L5, L7, L17, L19 e L13, com os resultados obtidos por Zamboni (2000) e Baisch (2000a) representados por seus caracteres originais precedidos pela letra Z e B, respectivamente. 65 Tabela 6: Comparação com dados de estudos anteriores por pontos amostrais similares (ng/g) Yacht Club Emissário R. Ipiranga Canal TECON L5 Z 2 L7 L17 Z 6 L19 Z8 L13 B f B g naftaleno ND ND 8,70 ND 3,55 2,16 5,67 ND 0,54 0,56 acenaftileno ND ND ND ND 4,63 ND 10,28 ND 0,25 ND acenafteno ND ND ND ND 4,47 ND 14,94 ND 2,44 1,03 fluoreno ND 20,2 ND ND 3,78 ND 27,32 ND 1,79 5,05 antraceno 12,21 22,33 ND ND 16 ND 11,63 1,98 23,29 17,21 fluoranteno 31,55 309,71 36,36 12,64 7,65 ND 181,65 ND 4,39 3,19 pireno 35,36 310,08 24,44 11,50 7,7 ND 294,22 ND 3,73 2,63 benzo(a)antraceno 24,34 77,88 25,56 ND 6,46 ND 210,99 ND 2,68 1,98 criseno 27,72 86,94 16,02 ND 11,26 ND 568,59 ND 2,35 1,67 benzo(b)fluoranteno 22,94 89,47 ND ND 12,38 ND 302,44 ND 8,59 5,34 benzo(k)fluoranteno ND 55,45 ND ND 6,46 ND 854,23 ND 1,06 1,15 benzo(a)pireno 39,97 51,45 29,95 ND 29,8 ND 216,42 ND 3,08 2,64 dibenzo(a,h)antraceno 75,08 ND ND ND 4,75 ND 130,86 ND 0,23 0,17 benzo(ghi)perileno ND ND ND ND 9,78 ND 68,47 ND 5,45 3,85 indeno(1,2,3-cd)pireno 50,60 6,42 ND ND 8,97 ND 256,12 ND 4,73 2,34 Total 15-HPAs 319,79 1029,93 141,02 24,14 137,64 2,16 3153,83 1,98 65 48,81 É evidente que as concentrações de HPAs detectadas neste trabalho são bem menores quando comparados com análises anteriores. A metodologia utilizada foi, em grande parte, responsável por esta aparente redução nas concentrações dos HPAs dos sedimentos, sobretudo em função da granulometria utilizada. Os estudos anteriores de Baisch (2000a) e Zamboni (2000) utilizaram a fração fina (menor ou igual a 0,062 mm). Como os compostos orgânicos têm estreita afinidade com o carbono orgânico estes dados foram considerados na comparação. Os valores de carbono orgânico total nos sedimentos foram iguamente baixos quando comparados com os encontrados por Baisch (2000a) e Zamboni (2000), como pode ser visto na tabela abaixo. 66 Tabela 7: Comparação dos dados de carbono orgânico com os estudos anteriores (%) Amostras % COT L5 Yacth Club 0,78 Zamboni (2000) - # 2 2,37 L7 Emissário 0,58 L17 0,26 Zamboni (2000) - # 6 2,77 L19 refinaria Ipiranga 0,25 Zamboni (2000) - # 8 2,1 L13 Canal TECON 0,67 Baisch (2000) - # f 1,74 Baisch (2000) - # g 1,71 Esta grande diferença de 2,5 até 10 vezes nos valores de COT também é função da granulometria utilizada para as análises, que influiu nos baixos valores de HPAs relativos aos estudos anteriores. Os baixos valores de HPAs encontrados nos sedimentos da refinaria Ipiranga e do emissário/02, são também dependentes desta variável, os percentuais de carbono nestes sedimentos foram especialmente baixos ficando em cerca de 10% dos valores encontrados por Zamboni (2000). De forma a possibilitar a comparação entre ambos dados foi feita a normalização pelo carbono orgânico total para as amostras de Baisch (2000a) e Zamboni (2000), assim os resultados de HPAs totais, expressos em função do COT e em ng/g são apresentados abaixo, para efeitos comparativos. 67 Tabela 8: Comparação dos resultados com os trabalhos anteriores Amostras Total HPAs L5 Yacth Club 42842 319,79 Zamboni (2000) - # 2 43457 1029,93 L7 Emissário 25599 141,02 L17 10431 24,14 Zamboni (2000) - # 6 4969 137,64 L19 refinaria Ipiranga 873 2,16 Zamboni (2000) - # 8 150182 3153,83 L13 Canal TECON 298 1,98 Baisch (2000a) - # f 3713 64,60 Baisch (2000a) - # g 2854 48,81 ng/g COT ng/g A comparação dos resultados de concentrações de HPAs totais em unidades por peso seco dos sedimentos com os resultados normalizados pelo carbono demonstra que as concentrações obtidas em alguns pontos por este trabalho são até maiores que as quantificadas anteriormente. Deve-se atentar para o fato de que os resultados atuais que ficaram substancialmente abaixo dos estudos anteriores são os pontos em que só um composto aromático ficou acima do valor de detecção, na L19 o naftaleno e na L13 o antraceno. É muito provável que em todos os sedimentos nos quais os teores de COT ficaram próximos de 0,2 % as respostas deste estudo foram prejudicadas, deixando os valores dos prováveis contaminantes abaixo da concentração mínima detectável. De modo a obter melhores parâmetros comparativos as variáveis meteorológicas foram observadas entre o período de 1997 a 2002, os valores de precipitação foram comparados com as épocas das amostragens dos estudos de Zamboni (2000) e Baisch (2000a) que deram os primeiros resultados de HPAs nos sedimentos do estuário. Como já foi citado, este estudo obteve suas amostras nos invernos de 2001 e de 2002, sendo que o primeiro semestre destes anos foi de chuvas intensas, próximas das médias normais anuais. 68 Quanto aos estudos prévios, as precipitações registradas para os períodos anteriores às campanhas de coletas de amostras deste estudo foram pouco mais elevadas que nos meses que antecederam o verão de 1998, período amostral utilizado por Zamboni. Baisch obteve suas amostras em época bem mais seca, coletadas na primavera de 2000, em um ano em que as precipitações somaram menos que as normais climatológicas. Os totais de precipitações acumuladas nos anos de 1999 e 2000 equivalem aos primeiros semestres de 2001 e 2002. As grandes intensidades de chuvas verificadas no período anterior as coletas do presente estudo, podem ter atuado como um importante fator para a redução das concentrações dos HPAs dos sedimentos estuarinos. Esta redução dos teores pode ter tido vários fatores de influência em função das elevadas precipitações. Diluição e maior volume dos esgotos, maior aporte de sedimentos menos contaminados e a remobilização dos sedimentos contaminados figuram como principais fatores influenciados pela elevadas precipitações. As principais fontes de aporte de contaminantes orgânicos para o meio hídrico estuarino, representadas pelos esgotos cloacais e pluviais, recebem as águas contaminadas e oriundas da lavagem das superfícies urbanas. Nestas áreas urbanas, industriais e portuárias se assentam os contaminantes atmosféricos que são carreados pelas chuvas. A diluição e maior volume destas fontes implicam em menores concentrações dos poluentes aportados e ainda maior espalhamento dos contaminantes oriundos destas fontes em função dos maiores volumes. O aporte de sedimentos argilosos, mais pobres em HPAs e em maiores quantidades, provenientes da bacia de drenagem é apontado como outro efeito de diluição para os teores de HPAs nos sedimentos. 69 Conforme tenhamos maiores volumes hídricos a capacidade de transporte sedimentar destas águas é aumentada, conferindo maior poder de remobilização e transporte de sedimentos. Em sedimentos não compactados a capacidade de transporte que o meio impele às partículas é inversamente proporcional à densidade destas, por isso é reforçada a possibilidade que o aumento no poder de remobilização atinja com maior intensidade as partículas orgânicas dos sedimentos superficiais a partir das zonas rasas. Com isso estes contaminantes podem ser realocados para outros locais, distantes da origem do aporte, conforme já foi observado em outros estudos (Kowaleska,1997). A tabela abaixo apresenta dados de HPAs pesquisados nos sedimentos de vários locais do mundo (Mora & Sheikholeslami, 2002, Fillmann, 2001) indicando o local pesquisado, o ano da coleta dos sedimentos, a concentração mínima e máxima de HPAs totais com o número de HPAs utilizados no somatório entre parênteses e a fonte bibliográfica dos dados. 70 Tabela 9: Comparação dos dados mundiais de HPAs totais expressos em ng/g de peso seco Área Ano Concentrações (ng/g de peso seco) Referências França, Mar Mediterrâneo 1996 36...6900 (18 HPAs) Baumart et al., 1998 Espanha, Mar Mediterrâneo 1996 1.2...8400 (18 HPAs) Baumart et al., 1998 Majorca, Mar Mediterrâneo 1996 0.3...100 (18 HPAs) Baumart et al., 1998 Baia de Guanabara, Rio de Janeiro 1995 1570...18440 (23 HPAs) Lima, 1997 North-West Coast, Mar Mediterrâneo 1991 86.5 ... 48090 (14 HPAs) Benlahcen et al., 1997 North Western, Golfo 1991-93 < 20...4740 (13 HPAs) Readman et al., 1996 Baía San Quintin, México 1992 N.D.... < 50 (44 HPAs) Galindo et al., 1996 Porto de Xiamen, China 1993 70...33000 (9 HPAs) Hong et al., 1995 Victoria Harbour, Hong Kong 1992 350...3450 (9 HPAs) Hong et al., 1995 Mar Báltico 1993 9.5...1871 (15 HPAs) Witt, 1995 Baía Saratosa, Florida, USA - 17...26771 (11 HPAs) Sherblom et al., 1995 Western Coast, Austrália 1991 1.0 ...3200 (11 HPAs) Burt and Ebell, 1995 Costa da Itália, Mar Adriático 1990 27...527 (9 HPAs) Guzzella and DePaolis, 1994 Rio Reno, France, Mar Mediterrâneo 1985-86 1070...6330 (15 HPAs) Bouloubassi and Saliot, 1993 Lago Burley Griffin, Australia 1989 80...538 (8 HPAs) Leeming and Maher, 1992 Plataforma Continental, Tabasco, Mexico 1989 454...3120 (15 HPAs) Botello et al., 1991 Rio Danúbio 1992 < 10...3700 (4 HPAs) Equipe Cousteau, 1993 Bosphorus, Mar Negro, Turquia 1995 13.8...168 (17 HPAs) Readman et al., 1999 Sochi, Mar Negro, Russia 1995 57.7...360 (17 HPAs) Readman et al., 1999 Odessa, Mar Negro, Ucrânia 1995 66.5...632 (17 HPAs) Readman et al., 1999 Coastline, Mar Negro, Ucrânia 1995 7.2...126 (17 HPAs) Readman et al., 1999 Danube Coastline, Mar Negro, Ucrânia 1995 30.3...604 (17 HPAs) Readman et al., 1999 Golfo de Trieste, Italia 1996 30...600 (22 HPAs) Notar et al., 2001 Mar Negro 1988 12...2400 (28 HPAs) Wakeham, 1996 Mar Branco, Russia 1994 13...208 (27 HPAs) Savinov et al., 2000 Mar Caspio, Azerbaijão 2000 320 ... 3109 (37 HPAs) Mora & Sheikholeslami 2002 Mar Caspio, Russia 2000 1339 ... 7714 (37 HPAs) Mora & Sheikholeslami 2002 Mar Caspio, Irã 2001 72 ... 954 (37 HPAs) Mora & Sheikholeslami 2002 Mar Caspio, Kazakhstan 2001 35 ... 681 (37 HPAs) Mora & Sheikholeslami 2002 Estuário da Laguna dos Patos, Brasil 1998-00 50...11720 (23 HPAs) Zamboni, 2000 Estuário da Laguna dos Patos, Brasil 1999-00 49...72 (15 HPAs) Baisch, 2000 Estuário da Laguna dos Patos, Brasil 2001-02 ND ... 631 (16 HPAs) Este estudo 71 Conforme apresenta a tabela, os resultados das concentrações mundiais para HPAs nos sedimentos marinhos são muito variáveis. Contudo, os resultados obtidos neste estudo são similares aos dados apresentados para locais onde foram calculados os HPAs totais, somando-se cerca de 16 compostos. No presente estudo a variação de valores foi desde não detectado (ND) menor que 0,5 ng/g, até 631 ng/g muito similar a Odessa no mar Negro, costa da Ucrânia, que teve variações de 66,5 até 632 ng/g por peso seco para o somatório de 17 HPAs, por outro lado determinados locais como a costa noroeste do mar Mediterrâneo apresentaram uma concentração de 48090 ng/g para 14 HPAs. 72 3.5 Comparações com Critérios Ambientais Os resultados deste estudo foram comparados com os critérios internacionais de qualidade dos Sedimentos do Canadá (Canadian Sediment Quality Guidelines for the Protection of Aquatic Life) e da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) dos Estados Unidos. Estes critérios são adotados Provisoriamente pelo CONAMA (2003), através da Versão 7 da Proposta de Resolução de Normas para Licenciamento Ambiental das Atividades de Dragagem em Águas Jurisdicionais Brasileiras e de Gestão do Material Dragado. Tabela 10: Comparação dos dados aos critérios de qualidade dos sedimento da NOAA (ng/g) Resultados deste estudo Critério L5 L7 L13 L14 L16 L17 L19 L20 ERL ERM naftaleno ND 8,70 ND ND 1,55 ND 2,16 4,80 16 210 fenantreno 15,28 6,20 ND 68,22 ND 3,17 ND 2,23 240 1500 antraceno 12,21 ND 1,98 ND ND ND ND ND 85 1100 fluoranteno 31,55 36,36 ND 113,89 ND 12,64 ND ND 600 5100 pireno 35,36 24,44 ND ND ND 11,50 ND ND 665 2600 benzo(a)antraceno 24,34 25,56 ND 113,64 ND ND ND ND 261 1600 criseno 27,72 16,02 ND 148,20 ND ND ND ND 384 2800 benzo(a)pireno 39,97 29,95 ND 32,39 ND ND ND 22,45 430 1600 dibenzo(a,h)antraceno 75,08 ND ND 11,04 ND ND ND ND 63 260 A grande maioria dos resultados obtidos ficaram abaixo dos critérios propostos por Long et al., (1995), adotados pela NOAA. Apenas o valor de dibenzo(a,h)antraceno dos sedimentos do Yacht Club se mostrou pouco acima do valor ERL (Effects Range- Low). Nenhum composto sequer aproxima-se do valor ERM (Effects Range-Median). Conforme NOAA (1999) estes resultados de ERL e ERM não são derivados de estudos de toxicidade, portanto não existe certeza de que não ocorra toxicidade abaixo de ERL e de que o sedimento apresente toxicidade acima do ERM. 73 Tabela 11: Comparação dos resultados com os critérios da Agência de Meio Ambiente do Canadá (EC) (ng/g) Resultados deste estudo Critério Canadense Yacht Emis/01 TECON TTS TPq Emis/02 Ipiranga V. Naveg Nível 1 Nível 2 naftaleno ND 8,70 ND ND 1,55 ND 2,16 4,80 34,60 391,00 fluoreno ND ND ND ND ND ND ND ND 21,20 144,00 fenantreno 15,28 6,20 ND 68,22 ND 3,17 ND 2,23 86,70 1500,00 antraceno 12,21 ND 1,98 ND ND ND ND ND 8,30 1100,00 fluoranteno 31,55 36,36 ND 113,89 ND 12,64 ND ND 113,00 1494,00 pireno 35,36 24,44 ND ND ND 11,50 ND ND 153,00 1398,00 benzo(a)antraceno 24,34 25,56 ND 113,64 ND ND ND ND 74,80 693,00 criseno 27,72 16,02 ND 148,20 ND ND ND ND 108,00 846,00 benzo(a)pireno 39,97 29,95 ND 32,39 ND ND ND 22,45 88,80 763,00 dibenzo(a,h)antraceno 75,08 ND ND 11,04 ND ND ND ND 6,22 135,00 Nível 1 – Valores recomendados de qualidade dos sedimentos Nível 2 – Limiares a partir dos quais se esperam efeitos adversos à biota Os critérios Canadenses baseados em MacDonald et al., (2000), são mais restritivos, sendo que nesta comparação os sedimentos do Yacht Club excedem em pouco o nível 1, para o antraceno e o dibenzo(a,h)antraceno. Na amostra do TTS quatro compostos excederam os limites de efeitos não esperados (nível 1), foram o fluoranteno, benzo(a)antraceno, criseno, e dibenzo(a,h)antraceno. Todos estes valores ficaram abaixo do limiar no qual se esperam afeitos adversos (nível 2). Conforme os critérios da proposta de Resolução do CONAMA (2003), este estudo indica que os sedimentos do TTS e do Yacht Club são classificados como moderadamente contaminados, sendo incluídos na classe 3. O procedimento a ser adotado para disposição de um material destes, caso este fosse um material a ser dragado, exigiria estudos ecotoxicológicos ou outros a critério do órgão ambiental competente. Todos os outros pontos de coleta registraram sedimentos classe 1, considerados não contaminados pela resolução ainda em discussão. 74 Os HPAs apresentam alta afinidade com a fase orgânica dos sedimentos e por sua vez, o COT tem uma distribuição variável nas diferentes frações granulométricas. Este comportamento dos contaminantes orgânicos pode induzir a interpretações e classificações errôneas do material sedimentar, quanto à sua toxicidade em comparações relativas. Alguns critérios são baseados em normalização por carbono e existe uma discussão no sentido de padronizar critérios de avaliações ambientais de sedimentos levando-se em conta o conteúdo orgânico do material, uma vez que estas estão relacionadas efetivamente com a toxicidade e biodisponibilidade dos contaminantes. No caso Brasileiro, o CONAMA elabora uma resolução destinada a licenciamentos de dragagens que não sinaliza contemplar estes aspectos em sua 7ª versão. Conforme esta proposta de resolução os sedimentos analisados neste trabalho são classificados como não contaminados, embora através da normalização por carbono estes valores foram bem mais elevados, excedendo em muito os valores guia, adotados provisoriamente pelo orgão deliberativo. O teor de carbono das amostras é fator determinante para a concentração e biodisponibilidade dos compostos orgânicos e alguns metais, portanto grandes diferenças são esperadas em resultados de análises geoquímicas destes contaminantes em cada fração granulométrica de um mesmo sedimento. Apesar dos critérios internacionais mais conhecidos não contemplarem este importante aspecto, existem discussões para a adoção de guias de qualidade dos sedimentos que considerem o teor de carbono orgânico. Assim, é muito importante que os critérios deixem claro qual metodologia tem que ser utilizada para proceder às análises nos sedimentos que serão comparadas com o valor guia apresentado, e/ou então apontar que normalização deve ser aplicada. 75 Conforme a Regulamentação do CONAMA que dispões sobre Normas para Licenciamento Ambiental das Atividades de Dragagem em Águas Jurisdicionais Brasileiras e de Gestão do Material Dragado ainda esteja em discussão, será enviada sugestão para todos os membros do Grupo de Trabalho que trata deste assunto para que estudem a possibilidade de adotar algum tipo de normalização, evitando que esta falta de normalização nos critérios Brasileiros se convertam em uma “brecha” na futura legislação. É importante atentar para o fato de que no que se refere à disposição de material dragado deve ser levado em consideração que este sedimento sofre lavagem durante o processo de dragagem, diluindo a concentração de contaminantes no material que é extraído. O critério utilizado localmente para Puget Sound (WAC, 1995), foi obtido a partir de extenso conhecimento da contaminação e toxicidade dos sedimentos nesta baía, e como já foi citado, é normalizado pelo teor de carbono orgânico total. Assim os dados dos sedimentos do estuário da laguna dos Patos em base de peso de COT foram comparados com os padrões de qualidade de sedimentos marinhos, na tabela 14, abaixo. Tabela 12: Comparação com os critérios WAC, (1995) (ng/g de COT) Amostra Yacht Emis/01 TECON TTS TPQ Emis/02 Ipiranga Naveg. WAC naftaleno ND 1512 ND ND 541 ND 873 467 99 fenantreno 1953 1078 ND 22741 ND 1209 ND 217 100 antraceno 1562 ND 298 ND ND ND ND ND 220 fluoranteno 4034 6323 ND 37965 ND 4828 ND ND 160 pireno 4522 4249 ND ND ND 4394 ND ND 1000 benzo(a)antraceno 3113 4445 ND 37882 ND ND ND ND 110 criseno 3545 2785 ND 49401 ND ND ND ND 110 benzo(a)pireno 5111 5207 ND 10797 ND ND ND ND 99 dibenzo(a,h)antraceno 9600 ND ND 3678 ND ND ND ND 12 benzo(ghi)perileno ND ND ND 2356 ND ND ND ND 31 indeno(1,2,3-cd)pireno 6470 ND ND 524 ND ND ND ND 34 Conforme já havia sido citado, os valores locais normalizados por COT são muito altos quando comparados com os valores expressos em peso seco e também 76 excessivamente elevados na comparação com este critério igualmente expresso em base de peso de carbono orgânico. Todos os valores comparados excedem em muito os valores guia, chegando a ser 800 vezes maiores os valores de dibenzo(a,h)antraceno encontrados nos sedimentos do Yacht Club, e um mínimo de 4,2 vezes no caso do pireno encontrado nos sedimentos do emissário/02. Assim os dados que sem normalização pareciam baixos se tornam muito elevados quando comparados com critérios baseados em normalização. Isto indica que todos os sedimentos que apresentaram níveis detectáveis têm forte tendência a provocar efeitos adversos à biota, através da biodisponibilização, é provável que tenham também alta toxicidade e disponibilização para outros compartimentos ambientais, tais como o material orgânico dissolvido. Isto reforça a necessidade da legislação atentar para este importante aspecto que infere grande variação nos dados e buscar padronizar os critérios de qualidade de sedimentos no Brasil, adotando valores normalizados; assim como é recomendável que futuros estudos para avaliações ambientais no estuário incluam o cálculo da normalização por carbono para efeitos de interpretação e comparação dos dados relativos a contaminantes não polares. 77 3.6 Indicações da Origem dos HPAs Os HPAs podem ser classificados conforme sua origem em pirogênicos, petrogênicos (fósseis) e biogênicos, e para caracterizar suas principais origens, várias razões podem ser aplicadas como parâmetros de interpretação dos resultados de HPAs. Estas razões são indicativas das origens dos HPAs e são aplicadas complementarmente umas com as outras, de modo a aumentar o grau de precisão indicado. Os sedimentos analisados neste trabalho foram os obtidos da camada superficial, por isso enquadrados em material depositado recentemente, porém o reduzido número de resultados deste trabalho dificultou a obtenção de conclusões determinantes a respeito da origem dos HPAs nos sedimentos estuário da Laguna dos Patos. Assim os resultados apresentados são classificados como indicativos das origens dos HPAs encontrados. De forma geral os HPAs que se originam por combustão são os de maior peso molecular (PM) e os fósseis são os de menor peso. Este parâmetro é o fator de intepretação mais representativo aplicado a estes resultados, em função de incluir um número maior de resultados. Em comparação com outros fatores foram identificados resultados contraditórios. Conforme Mora & Sheikholeslami, (2002) os pirolíticos apresentam peso molecular maior que 178 e são representados entre os 16 HPAs estudados por fluoranteno, pireno, benzo(a)antraceno, criseno, benzo(b)fluoranteno, benzo(a) pireno, dibenzo(a,h)antraceno, benzo(ghi)perileno benzo(k)fluoranteno, e indeno(1,2,3- cd)pireno. Enquanto que os de peso molecular igual ou menor que 178, no presente estudo foram o naftaleno, o acenaftileno, o acenafteno, o fluoreno, o fenantreno e o antraceno. 78 A aplicação deste parâmetro nos resultados deste trabalho indica alta predominância de fontes pirogênicas sobre as petrogênicas, como ilustram as tabelas 15 e 16 que diferenciam os compostos petrogênicos em cinza dos pirogênicos em amarelo, apresentando seus respectivos somatórios. Tabela 13: Somatórios dos HPAs de origem piro e petrogênicas (ng/g) L5 L7 L13 L14 L16 L17 L19 L20 naftaleno ND 8,70 ND ND 1,55 ND 2,16 4,80 acenaftileno ND ND ND ND ND ND ND ND acenafteno ND ND ND ND ND ND ND ND fluoreno ND ND ND ND ND ND ND ND fenantreno 15,28 6,20 ND 68,22 ND 3,17 ND 2,23 antraceno 12,21 ND 1,98 ND ND ND ND ND fluoranteno 31,55 36,36 ND 113,89 ND 12,64 ND ND pireno 35,36 24,44 ND ND ND 11,50 ND ND benzo(a)antraceno 24,34 25,56 ND 113,64 ND ND ND ND criseno 27,72 16,02 ND 148,20 ND ND ND ND benzo(b)fluoranteno 22,94 ND ND 71,07 ND ND ND ND benzo(k)fluoranteno ND ND ND 64,45 ND ND ND ND benzo(a)pireno 39,97 29,95 ND 32,39 ND ND ND 22,45 dibenzo(a,h)antraceno 75,08 ND ND 11,04 ND ND ND ND benzo(ghi)perileno ND ND ND 7,07 ND ND ND ND indeno(1,2,3-cd)pireno 50,60 ND ND 1,57 ND ND ND ND HPAs Petrogênicos 27,49 14,90 1,98 68,22 1,55 3,17 2,16 7,03 HPAs Pirogênicos 307,58 132,33 0,00 563,31 0,00 24,14 0,00 22,45 Mesmo excluindo do cálculo o pireno e criseno que podem derivar de fontes pirolíticas e fósseis, a predominância dos pirolíticos se mantém acentuada, confirmando a maior importância relativa de aportes de HPAs derivados de combustão, como pode ser visto na tabela 16, abaixo. 79 Tabela 14: Somatórios dos HPAs de origem piro e petrogênicas exetuando-se criseno e pireno (ng/g) L5 L7 L13 L14 L16 L17 L19 L20 naftaleno ND 8,70 ND ND 1,55 ND 2,16 4,80 acenaftileno ND ND ND ND ND ND ND ND acenafteno ND ND ND ND ND ND ND ND fluoreno ND ND ND ND ND ND ND ND fenantreno 15,28 6,20 ND 68,22 ND 3,17 ND 2,23 antraceno 12,21 ND 1,98 ND ND ND ND ND fluoranteno 31,55 36,36 ND 113,89 ND 12,64 ND ND benzo(a)antraceno 24,34 25,56 ND 113,64 ND ND ND ND benzo(b)fluoranteno 22,94 ND ND 71,07 ND ND ND ND benzo(k)fluoranteno ND ND ND 64,45 ND ND ND ND benzo(a)pireno 39,97 29,95 ND 32,39 ND ND ND 22,45 dibenzo(a,h)antraceno 75,08 ND ND 11,04 ND ND ND ND benzo(ghi)perileno ND ND ND 7,07 ND ND ND ND indeno(1,2,3-cd)pireno 50,60 ND ND 1,57 ND ND ND ND HPAs Petrogênicos 27,49 14,90 1,98 68,22 1,55 3,17 2,16 7,03 HPAs Pirogênicos 244,49 91,88 0,00 415,11 0,00 12,64 0,00 22,45 Entre os HPAs de origem fóssil o acenaftileno, acenafteno e o fluoreno não ocorreram em quaisquer amostras já o naftaleno, o fenantreno e o antraceno ocorreram em poucas amostras e em reduzidas quantidades. Neste parâmetro foram três amostras que tiveram predominância de origens fósseis para os HPAs, os sedimentos do canal do TECON, do terminal Petroquímico e a da refinaria Ipiranga. Incluídas no grupo de locais com predominância de aportes pirolíticos estão os sedimentos do Yacht Club, do emissário/01, emissário/02, píer do TTS e da vila dos Navegantes. A predominância de HPAs petrogênicos foi observada apenas em sedimentos nos quais somente um composto foi detectado, como pode ser visto na tabela 16, apresentada anteriormente, para as amostras do canal defronte ao TTS (L13), do terminal Petroquímico (L16) e a da refinaria Ipiranga (L19). Cinco pontos amostrais tiveram forte predominância pirogênica, entre 76 % para os sedimentos da vila dos Navegantes até 95 % no Yacht Club. Os compostos de 80 origem pirogênica têm propagação predominantemente atmosférica, provém de fontes muito difusas, englobando desde contribuições naturais, como incêndios vegetais, passando por fontes urbanas como os motores à combustão, até contaminações de origem industrial, como o refino e a química do petróleo. Embora a aplicação desta razão indique as origens dos HPAs, ela é mais fielmente aplicadas para contaminações recentes, tendo em vista que mesmo em função de derrames de óleo cru, com o passar do tempo restam em maior concentração os HPAs de alto peso molecular, devido a maior volatilidade e mais rápida degradação dos compostos de menor peso molecular. Conforme Boehm & Farrington (1984) e Robertson (1998) a razão naftaleno/fenantreno é usada para diagnosticar aportes de petróleo fresco. Enquanto os compostos derivados de fenantreno podem ser pirogênicos, petrogênicos e diagenéticos, os naftalênicos são característicos de óleo cru e pouco degradado, sendo também indicadores de contaminação antrópica. Com os resultados obtidos nas 18 amostras foi possível calcular a razão naftaleno/fenantreno apenas em dois pontos amostrais, a amostra do emissário/01 (L7) e a da vila dos Navegantes (L20), apresentados na tabela 17, apresentada abaixo. Tabela 15: Resultados da razão naftaleno/ fenantreno nas amostras L7 e L20 Emissário/01 V. Navegantes Naftalenos/Fenantrenos 1,40 2,15 Esta razão indica a predominância de naftaleno nos dois pontos amostrados, sugerindo assim a contaminação recente por petróleo fresco, sobretudo na amostra L20 obtida defronte a Vila dos Navegantes, local com diversos pontos de lançamento de esgotos, onde foram contados 8 despejos de efluentes urbanos. Ou seja, nestes pontos com despejos de esgotos mistos a razão naftaleno/fenantreno indica contaminação antrópica recente por HPAs de origem petrogênica. 81 Embora não seja possível calcular a razão naftaleno/fenantreno os sedimentos obtidos defronte a refinaria Ipiranga (L19) e do terminal Petroquímico (L16) apresentaram larga predominância de naftaleno, uma vez que não foi detectado fenantreno nestes pontos, o que indica contaminação antrópica recente. O naftaleno e seus derivados são os principais compostos policíclicos aromáticos contidos nas emissões atmosféricas dos processos de refino de petróleo, contribuindo em média com 85% dos HPAs, sendo que os de dois e três anéis somam 94% dos HPAs (IPCS, 1998). Por conseguinte, conforme não tenham ocorrido níveis detectáveis de naftaleno nos sedimentos do Yacht Club (L5), do TTS (L14) e do emissário/02 (L17), e tenha sido registrado a presença de fenantreno, estas amostras são incluídas no grupo das que tem valores menores que 1, sendo assim, de origem mista segundo Boehm & Farrington, (1984) e predominantemente pirolítica oriunda de incinerações e de operação de motores a combustão interna (Harrison et al., 1996). Outro parâmetro de diagnóstico de aportes de HPAs proposto por McCarthy et al., (2000) é a razão fluoranteno/pireno. Esta razão é influenciada pela temperatura na qual ocorre a combustão dos hidrocarbonetos, razões maiores que 1 indicam uma combustão de alta temperatura, enquanto que uma razão com valores abaixo de 1 indicam combustões a menores temperaturas. Nas amostras nas quais foram obtidos resultados de fluorantenos e pirenos a razão entre estes dois compostos foi aplicada, conforme pode ser visto abaixo na tabela 18, e na figura 20, subseqüente. Tabela 16: Resultados das razões fluorantenos /pirenos Yacht Emis/01 Emis/02 Fluorantenos/Pirenos 0,89 1,49 1,10 82 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% L5 L7 L14 L17 pireno fluoranteno Figura 20: Relação entre fluoranteno e pireno Apenas o resultado da análise da amostra obtida junto ao Yacht Club (L5) foi inferior a 1, sugerindo fraca predominância de origem em combustões de baixa temperatura, enquanto que as amostras obtidas no emissário, tanto em 2001 quanto em 2002 (L7 e L17, respectivamente) apresentaram a razão entre fluorantenos e pirenos acima de 1 sugerindo queimas em altas temperaturas. O mesmo pode ser dito da amostra do TTS (L14) que apresentou um resultado relativo muito alto de fluoranteno. Os HPAs gerados em processos de alta temperatura são oriundos, por exemplo, da operação de motores de combustão interna, de incineradores e processos de refinamento de petróleo. Uma razão complementar a relação fluoranteno/pireno é o cálculo fenantreno/antraceno, no qual os valores acima de 10 indicam fontes petrogênicas e abaixo deste patamar apontam fontes pirogênicas. O uso conjugado destes dois parâmetros interpretativos se traduz em mais segurança na indicação das origens dos HPAs, quando fenantreno/antraceno > 10 e 83 fluoranteno/pireno >1 a origem é petrogênica e quando fenantreno/antraceno < 10 e fluoranteno/pireno <1 indica predominância de fontes pirolíticas (Budzinsky et al., 1997). Tabela 17: Relações fenantreno/antraceno Yacht Emis/01 TECON TTS Fenantreno 15,28 6,20 < 0,50 68,22 Antraceno 12,21 < 0,50 1,98 < 0,50 Fenantrenos/Antracenos 1,25 > 12,40 < 0,25 >136,44 Isoladamente esta razão indica dominância pirolítica para os sedimentos do Yacht Club, em alguns pontos onde somente um composto foi detectado, pode ser considerado que a concentração não detectável (ND) é de no máximo 0,5 (limite de detecção) obtemos a indicação desta razão aproximada para estes pontos. No emissário/01 e no TTS a origem apontada foi a petrogênica (fóssil), enquanto que no ponto do canal do TECON a predominância foi pirogênica. A tabela 20, apresentada abaixo resume os parâmetros interpretativos aplicados. Tabela 18: Aplicação dos parâmetros de interpretação Predominância Naftaleno/Fenantreno Fluoranteno/Pireno Fenantreno/Antraceno Pirogênico Fóssil Result. Indica Result. Indica Result. Indica Yacht 92% < 1 Origem mista 0,89 baixa T°C 1,25 pirogênica Emis/01 90% 1,4 cont. antrópica 1,49 alta T°C > 12,40 fóssil TECON 100% - - - - < 0,25 pirogênica TTS 89% < 1 Origem mista >1 alta T°C > 136,44 fóssil TPQ 100% > 1 cont. antrópica - - - Emis/02 88% < 1 Origem mista 1,1 alta T°C - Ipiranga 100% > 1 cont. antrópica - - - Naveg. 76% 2,15 cont. antrópica - - - Os sedimentos do Yacht Club de Rio Grande recebem contaminações locais predominantemente relacionadas a óleos, combustíveis, tintas e exaustão de motores. As razões aplicadas indicam predominância de aporte pirogênico, origem mista de combustão a baixas temperaturas. 84 Os sedimentos do emissário/01 provêm, sobretudo da lavagem urbana, esgotos domésticos e atividades industriais, face aos parâmetros de interpretação apresenta predominância de 90% de compostos de alto peso molecular (indicando origem pirogênica), contaminação antrópica recente, origem em queima de alta temperatura e contraditoriamente, as razões fenantreno/antraceno e fluoranteno/pireno conjugadas indicam predominância em origem fóssil. A amostra obtida no canal do TECON também teve resultado contraditório, o único composto detectado foi o antraceno apontando predominância de origem fóssil, porém na aplicação da razão fenantreno/antraceno (considerando a concentração de fenantreno de no máximo 0,5 ng/g) a origem indicada é pirogênica. Os sedimentos do TTS e do emissário/02 apresentaram resultados similares, respectivamente, 89 e 88 % de predominância pirolítica, origem mista de combustão de alta temperatura. Porém, contraditoriamente, na estação do TTS a razão fenantreno/antraceno indica ampla predominância de origem fóssil. Os sedimentos do terminal Petroquímico e da refinaria Ipiranga tiveram apenas naftaleno detectado, o que pode ser traduzido pela predominância de origem fóssil e contaminação antrópica recente. Por fim a amostra da vila dos Navegantes teve 76% de predominância pirogênica e forte indicativo de contaminação antrópica. É importante ressltar que estes parâmetros de interpretação são indicativos das prováveis origens, e somado ao reduzido número de dados deste estudo e ainda a obtenção de resultados contraditórios em alguns pontos, não é pertinente tratar estes resultados como constatações conclusivas a respeito da origem dos HPAs nos sedimentos do estuário da Laguna dos Patos. 85 4 Conclusões Em relação ao nível de impacto dos hidrocarbonetos poliaromáticos no estuário da Laguna dos Patos, verifica-se que as mais altas concentrações de HPAs foram encontradas na região do Superporto, nas proximidades do Terminal de Trigo e Soja. Os resultados mostram que essa região é a mais poluída, pois para fenantreno, fluoranteno, benzo(a)antraceno, criseno, dibenzo(a,h)antraceno apresentaram valores acima dos valores controle expressos em peso seco. Desta forma, essa região é uma das que apresenta o maior risco tóxico para as espécies de organismos estuarinos e marinhos, especialmente para aqueles de hábitos bentônicos. A segunda região considerada mais poluída do estuário da Laguna dos Patos está localizada próximo o Yacht Club de Rio Grande, com valores de concentração de antraceno e dibenzo(a,h)antraceno excedendo os critérios de qualidade de sedimentos Canadenses. Com níveis de contaminação menos intensos foram classificadas as regiões da Coroa do Boi próxima ao emissário de esgotos, seguida pela área próxima a vila dos Navegantes, e pelas regiões próximas a refinaria Ipiranga, ao terminal Petroquímico e no canal próximo ao TECON. Em diversas regiões não foi detectada contaminação por HPAs, são elas: a região próxima a ilha dos ovos no saco do Mendanha, no saco do Arraial a noroeste da ilha dos Marinheiros, no canal de navegação a leste da ilha do terrapleno (próximo ao Cocuruto), no canal ao sul do Porto Novo, nas imediações do terminal de Petroleiros e nas margens ao sul e sudoeste do saco da Mangueira. Em termos do nível de contaminação por HPAs o estuário da Laguna dos Patos pode em linhas gerais ser dividido em dois setores. O primeiro inclui as zonas mais contaminadas, que correspondem às margens lagunares de menores profundidades e 86 mais próximas das fontes de origem antrópica; e o segundo considerado como menos contaminado inclui as zonas mais profundas dos canais de navegação e mais distantes dos pontos de emissão de efluentes localizados no estuário da Laguna dos Patos. As concentrações brutas de HPAs encontrados neste trabalho foram significativamente menores quando comparadas a resultados de outros trabalhos realizados na região. Considera-se que a utilização de frações granulométricas de areia fina e média juntamente com os sedimentos finos (silte e argila), analisados nos estudos anteriores, tenha tido um papel importante para gerar esta relativa redução geral dos teores dos HPAs dos sedimentos da região estuarina. As condições climáticas são indicadas como outro importante fator a ser considerado para explicar os baixos resultados encontrados. Esta redução dos teores teria sido causada pela grande diluição das principais fontes – e.g. esgotos e lavagem urbana-industrial - e pelo aporte de sedimentos argilosos, pobres em HPAs, provenientes da bacia hidrográfica da Laguna dos Patos. Durante os períodos de cheia haveria uma diminuição dos teores orgânicos devido ao aporte e sedimentação no estuário de partículas sedimentares empobrecidas em hidrocarbonetos e em matéria orgânica. Durante os períodos de estiagem ou de pouca precipitação atmosférica nas bacias hidrográficas, o aporte sedimentar é menor e assim destaca-se o efeito das fontes poluentes da região estuarina da Laguna dos Patos. Conforme os critérios da proposta de Resolução do CONAMA (2003), o presente estudo mostra que os sedimentos das regiões do Superporto nas imediações do Terminal de Trigo e Soja e da região estuarina adjacente ao Yacht Club podem ser classificados como moderadamente contaminados (classe 3). Todos as demais setores estuarinos investigados nesse estudo podem ser classificados como tendo sedimentos de classe 1, considerados não contaminados pela resolução ainda em discussão. 87 A utilização de valores de HPAs normalizados pela quantidade de COT aparece como uma importante ferramenta para o diagnóstico ambiental da região estuarina em relação a esses poluentes. Esse procedimento reduziu as distorções entre os resultados do presente estudo em relação a outros efetuados na área. Possibilitando a correção dos teores em função das metodologias utilizadas e dos fatores naturais que determinam a variação dos teores dos HPAs nos sedimentos da região estuarina, especialmente para os setores marginais e mais poluídos do estuário da Laguna dos Patos. Levando-se em consideração o critério de qualidade que utiliza a normalização dos teores de HPAs pelo teor de carbono orgânico total (WAC, 1995) a situação ambiental apresenta um quadro muito diferente. Observa-se que todas as amostras que tiveram níveis detectáveis ultrapassaram o limiar a partir do qual são verificados efeitos adversos para a biota, em até algumas centenas de vezes o valor controle. A normalização pelo COT permitiu verificar que pode existir uma considerável variação natural dos teores HPAs nos sedimentos do estuário da Laguna dos Patos. A partir dos resultados gerais é possível concluir que a região do Superporto, do Yacht Club, da Coroa do Boi e do norte do saco da Mangueira apresentam um elevado nível de impacto por HPAs, e podem atuar como fontes de poluentes orgânicos para outros compartimentos do sistema aquático estuarino, e assim podem causar efeitos tóxicos a biota e ao homem através da cadeia alimentar e/ou contaminação direta. Por outro lado, esses resultados mostram que as principais fontes poluentes de HPAs são provenientes essencialmente de atividades urbanas, portuárias e industriais realizadas na região estuarina da Laguna dos Patos. As fontes de HPAs de origem alóctone, ao menos em relação às 16 espécies estudadas, são muito mais reduzidas do que as fontes autóctones resultantes das bacias hidrográficas. De uma maneira geral observou-se que no estuário da Laguna dos Patos há uma predominância de compostos poliaromáticos de alto peso molecular, indicando 88 uma maior contribuição relativa de compostos de origens pirogênicas em relação aos aportes de origens petrogênicas. Em todas as amostras que registraram a presença de ambos os tipos de compostos a origem pirogenética sobrepujou largamente as fontes fósseis. Em termos gerais, o presente estudo permite estabelecer que cerca de 89 % das espécies de HPAs são de alto peso molecular, enquanto que os restantes 11 % são de baixo peso molecular.. Os HPAs pirogênicos são gerados predominantemente pelas emissões atmosféricas, que no local são representadas pelo parque Industrial, motores a combustão interna, incineração de lixo, incêndios e as mais variadas queimas. Os aportes de origem petrogênicas são gerados pelo derrame, vazamento e manipulação industrial, comercial e doméstica de petroquímicos e pela lixiviação de óleos, graxas e combustíveis. Na região do Yacht Club de Rio Grande as razões aplicadas indicam predominância de aportes de natureza pirogênica sobre a petrogênica e origem predominantemente em combustão a baixas temperaturas, ou seja, em queimas sob pressão atmosférica. A área da Coroa do Boi, próximo ao emissário de esgotos apresentou clara predominância de compostos de alto peso molecular (pirogênicos), contaminação antrópica recente, predominância de geração em queimas de alta temperatura cuja predominância se deve provavelmente as frotas viárias e navais que circulam e operam na região. Situação similar foi encontrada ao norte do saco da Mangueira próximo da vila dos Navegantes. Ainda ao norte do saco da mangueira, próximo da refinaria Ipiranga também foi indicada à presença de contaminação antrópica recente, porém de origem fóssil. 89 5 Recomendações Como foi observado neste estudo e comprovado em estatísticas mundiais a poluição proveniente dos esgotos é muito importante, tanto para hidrocarbonetos quanto para vários outros contaminantes. Somando-se o fato de que a falta de saneamento é responsável pela ocupação de cerca de 80% dos leitos hospitalares nos países ditos em desenvolvimento (OMS, 1995). Estudos locais poderiam gerar argumentos em base econômica para serem apresentados ao poder público, como instrumento de demanda para a necessidade de saneamento público. A partir de trabalhos de base como o presente estudo, o rumo que vemos como mais importante é buscar relacionar os microcontaminantes com os possíveis efeitos à biota e a biomagnificação na cadeia alimentar, além de pesquisas relacionadas a exposição destes contaminantes diretamente ao homem, e as conseqüências em termos de saúde pública. Especificamente se tratando de HPAs, e principalmente por este estudo ter apontado predominância de compostos de origem pirogênica, tendem a ser muito reveladores estudos de dispersão atmosférica destes contaminantes, os quais apresentam seus piores efeitos a saúde quando absorvidos pelas vias respiratórias. Tratando-se de fontes tão difusas são necessários estudos específicos junto aos principais setores industriais e urbanos para avaliar a contribuição relativa dos diversos atores sociais, possibilitando estimar assim o impacto específico da indústria do petróleo na região estuarina da Laguna dos Patos. Conforme observações feitas no item 3.6 é recomendável que os valores controle de qualidade de sedimentos indiquem algum tipo de normalização e/ou a metodologia a ser empregada nos estudos que visam proceder à avaliação ambiental dos 90 sedimentos de modo a melhorar a relação comparativa entre os estudos e os valores guias. Como foi visto neste trabalho a normalização dos valores por carbono orgânico total vem sendo usada, com vantagens sobre a normalização granulométrica, porém novos estudos apontam outras correlações. Em função da regulamentação que dispõe sobre o licenciamento das atividades de dragagem estar sendo discutida, é recomendável que seja estudada a adoção de parâmetros de normalização, para efeitos comparativos com os valores guias que estão sendo propostos. Será feita uma comunicação ao Grupo de Trabalho que prepara esta regulamentação CONAMA, sugerindo que levem em conta esta possibilidade. É recomendável que todas as atividades potencialmente poluidoras, e passíveis da ocorrência acidentes com produtos contaminantes, devem manter uma equipe treinada e equipada para atender qualquer emergência que possam ocorrer tanto envolvendo as atividades da indústria do petróleo quanto com outras substâncias. 91 Bibliografia ALMEIDA, M. T. A.; BAUMGARTEN, M. G. Z. & RODRIGUES, R. M. S., 1993. Identificação das possíveis fontes de contaminação das águas que margeiam a cidade do Rio Grande (RS). Série Documentos Técnicos - Oceanografia. Editora da FURG n.6, 34 p. AMAI, 1986a. André Marsan et Associés Inc. La Salle Coke : étude de caractérisation, préparée pour Environnement Canada. Direction de la protection de l’environnement, Montréal, QC. 115 p. AMAI, 1986b. André Marsan et Associés Inc. Monsanto : étude de caractérisation. Environnement Canada. Direction de la protection de l’environnement, Montréal, QC. 138 p. 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ZANARDI, E. 1996. Hidrocarbonetos no Canal de São Sebastião e na plataforma interna adjacente - influência do derrame de maio de 1994. São Paulo.112p. Dissertação de Mestrado. Anexos II CROMATOGRAMAS Anexo 1: Cromatogramas dos extratos dos sedimentos com resultados positivos para HPAs III DADOS METEOROLÓGICOS Data: dd.mm.aaaa Intensidade da Velocidade do Vento (m/s) Direção Predominante do Vento Taxa de Precipitação (mm) 02;03;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000000.00000; 03;03;2001; +0000000002.33333; NW; +0000000006.10000; 04;03;2001; +0000000001.66666; SP; +0000000006.60000; 05;03;2001; +0000000001.33333; N ; +0000000000.00000; 06;03;2001; +0000000002.33333; SP; +0000000000.00000; 07;03;2001; +0000000002.00000; SP; +0000000000.50000; 08;03;2001; +0000000001.66666; E ; +0000000000.00000; 09;03;2001; +0000000001.66666; NE; +0000000000.00000; 10;03;2001; +0000000000.66666; NE; +0000000000.00000; 11;03;2001; +0000000001.00000; SE; +0000000000.00000; 12;03;2001; +0000000001.66666; NE; +0000000000.00000; 13;03;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000001.00000; 14;03;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 15;03;2001; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 16;03;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000113.60000; 17;03;2001; +0000000001.66666; E ; +0000000000.00000; 18;03;2001; +0000000000.33333; C ; +0000000000.00000; 19;03;2001; +0000000001.33333; S ; +0000000000.00000; 20;03;2001; +0000000001.33333; E ; +0000000000.00000; 21;03;2001; +0000000001.66666; NE; +0000000000.30000; 22;03;2001; +0000000000.66666; SP; +0000000013.40000; 23;03;2001; +0000000000.66666; SP; +0000000030.70000; 24;03;2001; +0000000002.00000; E ; +0000000008.20000; 25;03;2001; +0000000001.33333; NE; +0000000000.60000; 26;03;2001; +0000000002.00000; SW; +0000000045.80000; 27;03;2001; +0000000001.66666; NW; +0000000000.00000; 28;03;2001; +0000000001.00000; NW; +0000000000.20000; 29;03;2001; +0000000001.33333; W ; +0000000000.00000; 30;03;2001; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 31;03;2001; +0000000001.66666; SP; +0000000000.00000; 01;04;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000000.00000; 02;04;2001; +0000000001.66666; SE; +0000000000.00000; 03;04;2001; +0000000001.66666; S ; +0000000000.00000; 04;04;2001; +0000000001.33333; SE; +0000000000.00000; 05;04;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000002.60000; 06;04;2001; +0000000001.66666; SE; +0000000006.00000; 07;04;2001; +0000000002.33333; E ; +0000000000.00000; 08;04;2001; +0000000001.00000; SE; +0000000000.00000; 09;04;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000036.00000; 10;04;2001; +0000000004.33333; SW; +0000000008.40000; 11;04;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000000.40000; 12;04;2001; +0000000001.33333; NE; +0000000000.00000; 13;04;2001; +0000000002.33333; NE; +0000000000.20000; 14;04;2001; +0000000002.00000; NE; +0000000000.00000; 15;04;2001; +0000000001.33333; SE; +0000000000.00000; 16;04;2001; +0000000002.66666; NE; +0000000000.00000; 17;04;2001; +0000000004.00000; NE; +0000000000.00000; 18;04;2001; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 19;04;2001; +0000000002.00000; W ; +0000000000.00000; 20;04;2001; +0000000001.66666; W ; +0000000000.00000; IV 21;04;2001; +0000000006.66666; SW; +0000000000.00000; 22;04;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.20000; 23;04;2001; +0000000001.33333; NW; +0000000002.40000; 24;04;2001; +0000000005.66666; SW; +0000000045.80000; 25;04;2001; +0000000002.66666; NE; +0000000000.00000; 26;04;2001; +0000000001.66666; SW; +0000000018.60000; 27;04;2001; +0000000001.00000; SP; +0000000004.20000; 28;04;2001; +0000000001.66666; SE; +0000000015.60000; 29;04;2001; +0000000001.33333; SE; +0000000042.50000; 30;04;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000015.40000; 01;05;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000027.90000; 02;05;2001; +0000000002.33333; NW; +0000000030.10000; 03;05;2001; +0000000001.66666; SW; +0000000000.00000; 04;05;2001; +0000000004.33333; SW; +0000000000.00000; 05;05;2001; +0000000005.33333; SW; +0000000004.40000; 06;05;2001; +0000000001.33333; S ; +0000000002.00000; 07;05;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 08;05;2001; +0000000001.33333; E ; +0000000000.20000; 09;05;2001; +0000000002.66666; SW; +0000000016.40000; 10;05;2001; +0000000004.00000; W ; +0000000000.00000; 11;05;2001; +0000000003.00000; W ; +0000000000.00000; 12;05;2001; +0000000002.00000; SW; +0000000000.00000; 13;05;2001; +0000000003.33333; SW; +0000000000.00000; 14;05;2001; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 15;05;2001; +0000000001.00000; E ; +0000000000.00000; 16;05;2001; +0000000001.66666; SP; +0000000004.30000; 17;05;2001; +0000000005.66666; SW; +0000000011.10000; 18;05;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000005.60000; 19;05;2001; +0000000000.66666; SP; +0000000002.20000; 20;05;2001; +0000000000.66666; SP; +0000000000.00000; 21;05;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 22;05;2001; +0000000001.00000; SW; +0000000003.00000; 23;05;2001; +0000000000.66666; SP; +0000000001.00000; 24;05;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.30000; 25;05;2001; +0000000002.33333; NE; +0000000000.00000; 26;05;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 27;05;2001; +0000000000.66666; SP; +0000000000.00000; 28;05;2001; +0000000000.66666; NE; +0000000000.00000; 29;05;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 30;05;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 31;05;2001; +0000000002.00000; SP; +0000000000.00000; 01;06;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000047.20000; 02;06;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000023.70000; 03;06;2001; +0000000000.66666; N ; +0000000000.00000; 04;06;2001; +0000000001.33333; SE; +0000000000.80000; 05;06;2001; +0000000001.66666; SP; +0000000000.00000; 06;06;2001; +0000000001.66666; S ; +0000000028.60000; 07;06;2001; +0000000001.00000; SP; +0000000000.40000; 08;06;2001; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 09;06;2001; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 10;06;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; 11;06;2001; +0000000001.33333; NE; +0000000000.00000; 12;06;2001; +0000000000.66666; NW; +0000000000.00000; 13;06;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.00000; V 14;06;2001; +0000000001.00000; NW; +0000000000.00000; 15;06;2001; +0000000000.66666; SP; +0000000000.00000; 16;06;2001; +0000000003.00000; SW; +0000000023.80000; 17;06;2001; 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06;07;2001; +0000000002.33333; E ; +0000000000.00000; 07;07;2001; +0000000002.33333; NE; +0000000000.40000; 08;07;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000010.40000; 09;07;2001; +0000000000.66666; N ; +0000000000.00000; 10;07;2001; +0000000002.00000; NE; +0000000012.20000; 11;07;2001; +0000000007.33333; S ; +0000000039.00000; 12;07;2001; +0000000003.00000; SW; +0000000000.60000; 13;07;2001; +0000000000.33333; C ; +0000000000.00000; 14;07;2001; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 15;07;2001; +0000000001.00000; NE; +0000000000.20000; 16;07;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000000.00000; 17;07;2001; +0000000001.66666; NE; +0000000003.40000; 18;07;2001; +0000000001.33333; SP; +0000000010.60000; 19;07;2001; +0000000003.00000; NE; +0000000000.00000; 20;07;2001; +0000000004.66666; SW; +0000000033.70000; 21;07;2001; +0000000003.33333; SW; +0000000000.00000; 22;07;2001; +0000000005.33333; SW; +0000000000.00000; 23;07;2001; +0000000001.66666; SP; +0000000000.00000; 24;07;2001; +0000000001.00000; 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NE; +0000000000.00000; 21;07;2002; +0000000003.00000; NE; +0000000000.60000; 22;07;2002; +0000000005.33333; NE; +0000000013.20000; 23;07;2002; +0000000001.00000; SP; +0000000012.60000; 24;07;2002; +0000000003.00000; NE; +0000000001.60000; 25;07;2002; +0000000001.33333; SW; +0000000030.20000; 26;07;2002; +0000000001.00000; SP; +0000000000.00000; 27;07;2002; +0000000002.33333; SW; +0000000017.50000; 28;07;2002; +0000000001.33333; SW; +0000000000.00000; 29;07;2002; +0000000001.33333; NE; +0000000000.20000; 30;07;2002; +0000000001.33333; NE; +0000000000.00000; 31;07;2002; +0000000002.33333; SW; +0000000010.00000; Anexo 2: Dados meteorlogicos para o período das amostragens