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ESTABELECIMENTO DE PASTAGENS SEMEADAS 
 
Carlos Nabinger 
 
«Todos reconhecem a importância da produção 
forrageira para a conservação dos solos e para a 
alimentação dos animais. No entanto, nenhum 
animal poderá ser alimentado e erosão alguma 
poderá ser contida se as semeaduras fracassarem ». 
(Decker et al., 1973) 
 
1. Introdução. 
 
A afirmação de Decker et al. (1973) acentua bem a necessidade do conhecimento e domínio dos 
fatores que podem afetar o estabelecimento de uma pastagem. Além dos aspectos acima involucrados, cabe 
também lembrar a repercussão econômica do insucesso no estabelecimento, devido ao elevado custo do 
preparo do solo, adubos e mão de obra, bem como o transtorno e os reflexos que pode ocasionar num 
programa de forrageamento, o fato de não se poder contar com uma determinada produção de forragem em 
períodos críticos. 
Este trabalho tem a finalidade de revisar os fatores que podem afetar o estabelecimento de pastagens 
semeadas e algumas técnicas que possibilitam contornar ou evitar estes fatores negativos. 
 
2. Fases que caracterizam o estabelecimento e fatores influentes. 
 
Para efeitos didáticos, pois na prática, muitas vezes é difícil separar adequadamente cada uma 
delas, o estabelecimento de uma planta forrageira à partir de sementes pode ser dividida em três fases 
distintas: a) germinação; b) emergência e penetração da radícula no solo e c) crescimento inicial. Cada uma 
destas fases está sujeita a riscos que podem comprometer a sobrevivência da planta e determinar o sucesso ou 
o fracasso de uma pastagem. 
 
a) Germinação. 
 
A germinação compreende, nas gramíneas, o crescimento do endosperma, a ruptura das coberturas 
seminais e o surgimento da radícula e do coleóptilo, enquanto nas leguminosas aparece apenas a radícula, 
devido ao modo epígeo de germinação (figura 1), que caracteriza a maior parte das leguminosas forrageiras. 
O fator ambiental mais determinante é a umidade disponível no solo, sem a qual o processo não se 
inicia. A temperatura, disponibilidade de oxigênio e luminosidade também são importantes e, freqüentemente 
o começo do processo é determinado pela interação destes fatores (Hartmann e Kester, 1971). Também 
devem ser considerados fatores intrínsecos da semente, como a permeabilidade da casca, maturidade 
fisiológica, a idade e condições de armazenamento. 
A absorção de água pelas sementes é o primeiro passo no processo de germinação. Os dois fatores 
mais importantes que afetam a absorção são: a) a natureza das sementes e de suas coberturas e b) a 
quantidade de água disponível no meio circundante. 
As sementes de muitas espécies, notadamente das leguminosas, apresentam tegumento impermeável 
ou resistente ao desenvolvimento do embrião. Um exemplo clássico desta última possibilidade, em 
gramíneas, é a grama forquilha (Paspalum notatum Flügge), nativa do sul do país e que possui numerosos 
biótipos e uma espécie cultivada aparentada que é o capim Pensacola (Paspalum saurae (Parodi) Parodi). 
Das leguminosas podemos citar como espécies cuja impermeabilidade impede a penetração de água e, por 
conseqüência, a germinação: Siratro (Macroptilium atropurpureum Urb. cv. Siratro), soja perene 
(Neonotonia wightii Wild.), cornichão (Lotus corniculatus L.), trevo vesiculoso (Trifolium vesiculosum 
Savi.), e certas variedades de trevo subterrâneo (Trifolium subterraneum L.). Este inconveniente pode ser 
corrigido tratando-se as sementes com ácidos, água quente ou escarificação mecânica. Isto possibilita que as 
sementes germinem o mais rápido possível. Do contrário, nascerão tardiamente, em épocas desfavoráveis e 
quando a vegetação estabelecida poderá exercer um forte efeito competitivo. A existência de sementes duras 
é, no entanto, uma garantia, no caso da ocorrência de fatores adversos como seca e geada que possam 
comprometer as plântulas já germinadas, bem como no caso de espécies anuais de inverno e de ressemeadura 
natural. Nestas últimas, a ocorrência de verões úmidos poderá provocar a germinação das sementes que estão 
no solo caso estas não apresentem tegumentos impermeáveis ou algum mecanismo que assegure sua 
dormência e, posteriormente, as temperaturas elevadas determinarão a morte dessas plantas e poucas 
sementes restarão para germinar no outono e propiciar um estande adequado. 
 
 
 
 
 
2 
 
 
Figura 1. Diferentes modos de germinação de gramíneas e leguminosas. 
 
 
A umidade proporcionada à semente na semeadura, através da disponibilidade de água no solo, pode 
afetar tanto a porcentagem como a velocidade de germinação. Geralmente há uma diminuição na taxa de 
germinação quando a umidade baixa aquém da capacidade de campo do solo1 (Hanks e Thorp, 1956; 
Campbell e Swain, 1973b). A disponibilidade de água está relacionada diretamente com a época de 
semeadura, razão pela qual é um fator facilmente contornável em regiões de clima definido. 
A umidade disponível normalmente varia ao longo do ano. Na região sul do Brasil, a alta 
evapotranspiração entre meados e o fim do verão geralmente determina deficiência de umidade, 
desaconselhando plantios nessa época. Isto não acontece, por exemplo, na região dos Campos de Cima da 
Serra, onde já em fins de verão é possível estabelecer as espécies de inverno pois as temperaturas são 
amenas, a precipitação não é limitante e, com isto se consegue uma boa disponibilidade de pasto ainda antes 
da chegada do inverno. Já nas demais regiões ou as temperaturas ainda são demasiadamente elevadas ou 
normalmente ocorre deficiência de chuva, fatores cuja combinação determina uma elevada 
evapotranspiração, que determina déficit hídrico para a germinação adequada. Com o avanço do outono, 
ocorre um aumento no armazenamento de água no solo pelas chuvas de março e abril. Em pleno inverno o 
solo geralmente encontra-se saturado de água, ocasionando um decréscimo na atividade biológica devido à 
falta de oxigênio e baixas temperaturas. Durante a primavera, os solos permanecem com adequadas 
quantidades de água até a entrada do verão, quando se acentua progressivamente a deficiência de umidade. 
Por esta razão, as semeaduras de primavera devem ser antecipadas tanto quanto as temperaturas o 
permitirem, conforme veremos adiante. 
Segundo McWilliam et al. (1970), existem diferenças importantes entre as espécies com respeito à 
necessidade de água para a germinação. O conhecimento dessas particularidades é importante, uma vez que 
pode explicar diferenças na composição botânica de consorciações estabelecidas em diferentes condições de 
umidade do solo. Em geral, as leguminosas requerem níveis de umidade menores que as gramíneas para 
germinar, pois absorvem água com maior rapidez. Esta diferença entre famílias resulta basicamente de (a) 
presença de uma camada de células especializadas sob as coberturas seminais das leguminosas, que atua 
como uma esponja; (b) o tecido embrionário das leguminosas tem maior capacidade de absorver água que o 
endosperma das gramíneas e c) as leguminosas possuem, em geral, um embrião maior. Isto explica a maior 
capacidade germinativa das leguminosas em ambientes com baixos níveis de umidade. Por outro lado, a alta 
velocidade de absorção de água das leguminosas está relacionada com alta velocidade de desidratação, o que 
é um sério inconveniente se o nível de umidade diminui posteriormente. 
Também existem diferenças dentro das famílias, com relação a este aspecto. Deste modo, por 
exemplo, o capim dos pomares (Dactylis glomerata L.) requer maior umidade que a festuca (Festuca 
arundinacea Schreb.) e esta, por sua vez, mais do que o azevém anual (Lolium multiflorum Lam.) o qual 
germina mesmo com níveis muito baixos (Carâmbula, 1977). O mesmo se observa com leguminosas, 
notando-se, por exemplo, que os trevos geralmente requerem maior umidade do que a alfafa (Medicago 
sativa L.) e o cornichão 
Um excesso de
sais solúveis no meio também pode inibir a germinação, reduzindo a população 
(Ayers, 1952). Este excesso pode originar-se do próprio solo, da água de irrigação ou dos fertilizantes 
empregados. O efeito destes sais pode manifestar-se tanto na germinação como na emergência e no 
crescimento. São mais comuns quando se utilizam altas doses de fertilizante. A semeadura em linhas com 
aplicação simultânea de adubo junto à semente geralmente traz sérios prejuízos, dependendo das espécies 
semeadas (Tabela 1). Os danos podem ser causados tanto pela ação química (biureto na uréia, amoníaco no 
 
1
 A capacidade de campo pode ser definida como a máxima quantidade de água que um solo pode reter sem 
que haja percolação. 
 
 
 
3 
sulfato e fosfato de amônia, flúor solúvel no superfosfato ou cloreto no KCl) ou osmóticos (nitrogênio e, 
principalmente, K). O efeito depende no entanto da umidade do solo, acentuando-se em condições secas. Por 
esta razão os prejuízos são sempre maiores nos solos arenosos, com menor capacidade de retenção de água, 
do que nos argilosos. 
 
 
Tabela 1. Efeito do fertilizante (300 kg/ha) aplicado em sulcos juntamente com a semente 
sobre a porcentagem de germinação de diferentes espécies (adaptado de Carter, 
1969) 
 
 Espécies - porcentagem de estabelecimento 
Fertilizantes Azevém Falaris Trevo 
subterrâneo 
Crucíferas 
Testemunha 75 69 95 84 
KCl 25 30 29 84 
Sulfato amônio 50 29 16 2 
Superfosfato 74 48 92 45 
Uréia 1 0 0 0 
15-20-0 62 41 33 0 
 
O uso de maquinaria adequada (como o “band-seeding”, em que o adubo é colocado abaixo e ao 
lado da semente) ou a semeadura e fertilização em operações distintas soluciona o problema em casos de 
necessidade de aplicação de altas doses de fertilizantes. Cabe notar que o problema é bastante minorado 
quando a semeadura e fertilização são feitas a lanço, mesmo que numa única operação. 
O segundo requisito para a germinação é uma temperatura favorável. Embora o maioria das espécies 
germine numa ampla faixa de temperaturas, o ponto ótimo em que ocorre a maior velocidade de germinação 
flutua entre 26 e 35 oC (Hartmann e Kester, 1971). Este é um fator facilmente controlável pela escolha da 
época adequada de semeadura. Algumas forrageiras como o milho, sorgo e milheto são bastante exigentes 
quanto à temperatura mínima para germinar. Com temperatura do solo inferior a 18 oC para milho e sorgo e 
20 oC para milheto a germinação destas espécies se processa muito lentamente e, mesmo que a semente tenha 
sido tratada com fungicidas, as enfermidades se multiplicam rapidamente, reduzindo a viabilidade. Com 
temperaturas inferiores a 15 oC a semente destas espécies não só não germina como, muito provavelmente, 
absorve água e apodrece. 
A temperatura e a umidade não atuam independentemente. Em geral se observa uma interação entre 
época de semeadura e espécies, devido às diferentes exigências destas últimas (Blazer et al., 1956). Por esta 
razão, espécies como alfafa e cornichão são beneficiadas por semeaduras no início do outono quando as 
temperaturas ainda são altas e a umidade é baixa. Por outro lado, festuca, falaris, trevo vermelho e trevo 
branco encontram condições mais adequadas de germinação em meados de outono quando as temperaturas 
são mais baixas e a umidade maior. Por outro lado, azevém anual pode suportar semeaduras desde o início ao 
fim do outono, o que não significa que semeaduras muito tardias sejam recomendáveis. Semeaduras no 
inverno são prejudiciais à germinação e desenvolvimento da plântula de todas as espécies, devido ao excesso 
de umidade e baixas temperaturas. 
Estas razões podem explicar por que pastagens estabelecidas nas mesmas condições de preparo do 
solo, fertilidade do solo, densidade de semeadura, etc., podem apresentar diferentes composições botânicas se 
implantadas em diferentes épocas. 
A germinação ainda pode ser inibida por redução na aeração, causada por excesso de umidade ou 
demasiada compactação do solo. Em geral, solos argilosos soltos ou demasiadamente trabalhados, tornam-se 
compactados limitando a difusão do oxigênio e prejudicando a germinação (Hanks e Thorp, 1956). 
 
b) Emergência e penetração da radícula no solo. 
 
A emergência consiste no surgimento da plântula acima da superfície e o concomitante 
desenvolvimento e penetração da radícula no solo. 
A velocidade de emergência é um fator muito importante, uma vez que nesta etapa, não 
fotossintética, o crescimento da plântula depende exclusivamente das reservas da semente. Sob condições 
normais, as reservas superam a demanda para a completa emergência. Em geral, as gramíneas ou 
leguminosas já podem absorver nutrientes aos 5 a 6 dias após a germinação e, se a emergência não foi 
dificultada, também já realizam fotossíntese. Estas reservas são, no entanto, importantes no caso de 
semeaduras profundas ou em condições adversas que retardem a emergência. McWilliam et al. (1970) 
verificaram que plântulas de falaris (Phalaris aquatica L.) têm condições de se manterem às expensas das 
reservas por até 10 dias, enquanto o azevém somente esgota estas reservas aos 14 dias (Anslow, 1962). Nas 
 
 
 
4 
leguminosas é difícil determinar o período de duração das reservas por causa dos cotilédones, mas em geral 
duram mais que nas gramíneas. 
O fato de que sementes que germinaram não dêem origem a plântulas viáveis pode ser ocasionado 
por uma infinidade de fatores a seguir discutidos. 
 
1. Dessecação. 
 
A maior parte das sementes das plantas forrageiras são pequenas e devem ser enterradas a pequena 
profundidade. A capacidade das camadas superficiais do solo manterem um nível adequado de umidade é 
baixa. Por esta razão, uma chuva leve, depois de uma semeadura superficial em solo solto, pode fazer com 
que as sementes germinem, mas a subsequente falta de umidade, pode determinar a morte da plântula antes 
de que haja tempo de se enraizarem o suficiente para alcançarem camadas mais profundas. 
A dessecação é um fator de maior importância no caso da sobre-semeadura, notadamente em 
leguminosas, quando a radícula não consegue penetrar imediatamente no solo. Os problemas de perdas de 
plântulas, que pode ser atribuído a esta causa, é mais pronunciado em leguminosas devido à tendência de 
apresentarem radículas mais grossas, o que dificulta a penetração através dos poros do solo, e também ao 
modo epígeo de germinação. Dowling et al. (1971) verificaram que em semeaduras superficiais, o trevo 
subterrâneo (Trifolium subterraneum L.) apresentava problemas de penetração da radícula. Esta tendia a 
penetrar no solo mas, devido ao modo epígeo de germinação, a força de elongação da radícula que conduz a 
ponta para baixo e a elevação do hipocótilo, que força os cotilédones para cima, combinam-se, arrastando a 
semente para longe do ponto de entrada da radícula (Figuras 2a e 2b). Com isto a radícula fica exposta ao sol 
e ao vento, facilitando a dessecação. 
Quando a semente se encontra em contato direto com o solo ou existem barreiras físicas como restos 
vegetais, terra ou irregularidades no terreno, que restrinjam o movimento da mesma ao germinar, a radícula 
penetra rapidamente e o subseqüente crescimento do hipocótilo permite à plântula seguir elevando seus 
cotilédones (Figura 2c). 
O enraizamento das gramíneas se produz sem problemas, porque a radícula emerge através da 
coleorriza coberta de pelos gelatinosos que facilitam a aderência da semente ao solo. Além disso, a radícula é 
mais fina e o ângulo de entrada é menor, proporcionando melhor ancoragem (Campbell e Swain, 1973a). 
 
 
Figura 2. Germinação do trevo subterrâneo sobre a superfície do solo e sem que haja restrição à 
movimentação da semente pelo alongamento do hipocótilo (a e b) ou com uma restrição 
mecânica como, por exemplo, a rugosidade
do solo (c), e germinação de azevém (d), no 
qual a ancoragem da semente é providenciada pelo desenvolvimento da própria radícula 
(Dowling et al., 1971) 
 
 
Pelo exposto, é fundamental favorecer um íntimo contato da semente com o solo, para impedir este 
tipo de perdas durante esta fase do estabelecimento. O enterramento e uma certa compactação superficial 
através de equipamentos como as semeadeiras tipo “brillion” (Figura 3) ou a utilização de rolos 
compactadores após a semeadura constituem uma maneira eficaz de evitar o problema. O contato da semente 
com o solo também pode ser obtido através do uso de animais, notadamente no caso de melhoramento de 
pastagens através de sobre-semeadura, quando o “piso” em geral é firme, não ocasionando problemas de 
excesso de enterramento. 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
Figura 3. Semeadeira modelo “Brillion”. a) vista geral da semeadeira. b) vista em corte transversal do solo e 
localização das sementes após a semeadura. c) esquema de funcionamento dos rolos: o primeiro 
destorroa e compacta levemente o solo e o segundo enterra a semente e firma o solo ao seu redor. 
d) corte transversal do solo mostrando a profundidade máxima atingida e o aspecto do solo após a 
semeadura. e) efeito da profundidade de semeadura (em polegadas) no crescimento inicial das 
plantas. 
 
 
 
 
6 
2. Geadas. 
 
Embora haja algum comportamento diferencial entre espécies com relação à resistência a baixas 
temperaturas na fase do estabelecimento, a ocorrência de geadas sempre ocasiona perdas graves. No período 
de emergência da radícula todas as espécies são extremamente sensíveis, e temperaturas abaixo de 3 oC são 
letais (Decker et al., 1973). Uma adequada cobertura das sementes reduz a probabilidade de perdas e, uma 
vez que a plântula consegue enraizar e nesta condição já pode suportar temperaturas mais baixas (Laude, 
1956). 
Semeadura em época adequada (evitar plantios tardios), apropriada profundidade ou o uso de 
cobertura vegetal morta (mulching) (ver tabela 2), ou ainda a utilização de culturas protetoras, como cereais, 
evitará o problema. É importante notar que semeaduras em cobertura (sobre-semeadura) só serão viáveis em 
condições em que não haja risco de geadas ou temperaturas elevadas e vento (dessecação). 
 
Tabela 2. Efeito do uso de cobertura morta (mulch) sobre o número de plantas 
estabelecidas por metro quadrado e sobre a produção de matéria seca de 
Panicum maximum Jacq. e invasoras. (Rickert, 1970). 
 
Cobertura morta Densidade de Produção de matéria seca - kg/ha 
t/ha plantas/m2 Panicum invasoras 
0 13 150 990 
2,5 32 280 790 
5,0 43 420 770 
10,0 79 640 310 
20,0 26 540 330 
 
 
3. Profundidade de semeadura. 
 
É provável que se percam mais plântulas por efeito de semeaduras muito profundas do que por 
qualquer outra causa. (Beveridge e Wilsie, 1959). Nestas condições, embora possa ocorrer germinação, 
muitas plântulas não conseguirão atingir a superfície, morrendo por esgotamento das reservas das sementes. 
A maioria das espécies forrageiras possui sementes muito pequenas, requerendo semeaduras 
bastante superficiais, o que exige cuidados e maquinaria adequada. 
Em geral, quanto maior o tamanho da semente, maior a profundidade em que poderá ser enterrada 
(Tabela 3). A semeadura profunda de sementes pequenas ocasiona grandes perdas, já que muitas plantas não 
conseguirão emergir, enquanto que aquelas que o conseguem, desenvolvem-se débeis e suscetíveis a 
enfermidades ou apresentam baixa taxa de crescimento, sendo dominadas pelas espécies de sementes maiores 
e de maior vigor inicial, como pode ser visualizado na figura 4, que representa plantas de trigo oriundas de 
diferentes profundidades de semeadura. 
 
Tabela 3. Efeito de diferentes profundidades de semeadura sobre a porcentagem de 
estabelecimento de forrageiras (Cullen, 1969, adaptado por Carâmbula, 1977). 
 
Profundidade de 
semeadura - cm 
Azevém perene Capim dos 
pomares 
Trevo branco Trevo subterrâneo 
0,6 81 33 94 79 
1,3 81 25 91 96 
2,5 76 19 83 96 
3,8 65 7 72 96 
 
A cada espécie corresponde uma profundidade ótima, conforme se pode observar na tabela 3. Em 
geral isto está relacionado com o tamanho da semente. Assim as espécies de sementes pequenas como 
azevém perene (Lolium perenne L.), capim dos pomares (Dactylis glomerata L) e trevo branco são 
beneficiadas por semeaduras rasas (menos de 2 cm) enquanto o trevo subterrâneo que apresenta sementes 
maiores não só é favorecido por semeaduras mais profundas como pode ser até prejudicado por semeaduras 
superficiais devido à maior necessidade de água para germinar. 
 
 
 
 
7 
nível do solo
semente
coleoptilo
raízes seminais
 
 
Figura 4. Efeito da profundidade de semeadura sobre o desenvolvimento inicial de trigo (Barloy e 
Bouglé, 1964). 
 
De um modo geral, a profundidade média recomendada para sementes de forrageiras médias a 
miúdas é de cerca de 2 cm. O problema para se conseguir uma adequada profundidade se acentua quando se 
deseja estabelecer uma consorciação de espécies com sementes de tamanhos diferentes numa única operação. 
No entanto, conseguindo-se uniformizar uma profundidade ao redor 1,5 a 2 cm é provável que se consiga 
compensar as diferentes exigências. 
A relação entre o tamanho da semente e a profundidade de semeadura explica-se, de uma parte, pela 
quantidade de reservas do endosperma ou dos cotilédones. Mas, nas gramíneas, outro fator importante é o 
comprimento do coleóptilo. A função deste órgão é a de proteger a primeira folha ou plúmula enquanto abre 
caminho até a superfície. Como as folhas não estão adaptadas a romper o solo, a profundidade de semeadura 
não deve ser maior do que o comprimento do coleóptilo. 
As leguminosas, pelo seu modo epígeo de germinação, elevam os cotilédones através do solo. 
Nestas, a capacidade de emergir está relacionada com o comprimento do hipocótilo e a capacidade dos 
cotilédones. 
As semeadeiras comuns de cereais propiciam uma adequada profundidade de semeadura para 
espécies de sementes grandes como aveia, centeio, sorgos, etc... Mas, sua utilização para a semeadura de 
espécies de sementes pequenas requer algumas adaptações para se conseguir uma adequada densidade. Além 
disso, se o trabalho for realizado num solo muito solto, sempre ocorrerá uma semeadura excessivamente 
profunda, mesmo que se trabalhe sem pressão nas molas dos discos. Uma solução que tem apresentado 
resultados razoáveis, consiste em soltar as traquéias das sementes, deixando-as cair livremente. A semeadura 
a lanço, com posterior enterrio das sementes através da gradagem, também é aplicável apenas a espécies de 
sementes grandes. No caso de sementes pequenas, a utilização apenas do rolo compactador propicia um bom 
contato da semente com o solo e, se o rolo for corrugado, um adequado enterramento. Quando não se 
dispõem do rolo compactador, a utilização da tradicional “galhada” será a solução, embora muitas vezes 
possa mais varrer do que propriamente tapar a semente. 
Uma distribuição uniforme da semente a uma profundidade adequada, além das vantagens do 
destorroamento e uma certa compactação é conseguido pelas semeadeiras tipo “Brillion” anteriormente 
citadas, que se constituem no equipamento ideal para a semeadura de espécies de sementes pequenas. 
 
4. Encrostamento do solo 
 
No caso de preparo convencional, solos de textura fina e demasiadamente trabalhados podem 
formar, pós uma chuva pesada, uma crosta resistente que impede a emergência das plântulas, notadamente de 
leguminosas. O pequeno tamanho das sementes recomenda um preparo esmerado e bom destorroamento, o 
 
 
 
8 
que leva muitos produtores a incorrem em excesso de preparo do solo. O uso do rolo compactador antes da 
semeadura deixará um leito firme, minorando
este inconveniente. 
 
c) CRESCIMENTO 
 
Também chamada de estabelecimento propriamente dito, esta fase está limitada ao desenvolvimento 
inicial após a emergência. Em geral dura entre 10 e 12 semanas após a semeadura, em espécies perenes de 
crescimento hibernal (CARÂMBULA, 1977), embora haja grandes diferenças entre espécies e seja 
influenciada pelas condições de clima. Como se vê, o estabelecimento de uma pastagem não se limita apenas 
a umas poucas semanas após a semeadura, mas freqüentemente se prolonga muito além de sua primeira 
utilização. 
A percentagem de estabelecimento é, em geral, muito baixa. Normalmente é semeado um 
número muito maior de sementes, do que o número de plantas que se estabelecem, como é 
exemplificado na figura 5 com alfafa. Isto acontece porque, durante as fases do estabelecimento, sempre 
ocorrerão perdas impossíveis de evitar. Uma vez que a porcentagem de estabelecimento representa o 
somatório das porcentagens de germinação a mortalidade, resume a habilidade de cada espécie ou 
cultivar para contribuir na composição da pastagem. 
 
 
 
 
Figura 5. Número de plantas de alfafa por m2 em função de diferentes densidades de 
semeadura (*população inicial de sementes por m2) (Paim et al., 1973). 
 
Durante o crescimento inicial muitas causas ainda podem determinar a mortalidade de plântulas 
após a germinação e emergência. A falta de inoculação em leguminosas é um fator que pode ocorrer para um 
mau estabelecimento. Mesmo que as sementes tenham sido previamente inoculadas, muitas condições podem 
afetar a eficiência da simbiose, determinando deficiência de nitrogênio. A falta de especificidade do 
rhizobium e o uso de cepas pouco especializadas, a demora na germinação, seca, temperaturas elevadas do 
solo, exposição do rhizobium aos raios solares, acidez do solo e a presença de elementos tóxicos com Al e 
Mn são os mais importantes condicionadores da eficiência da simbiose. 
O revestimento da semente (peletização) protege a bactéria inoculada da ação dos raios solares 
(importante em semeadura superficiais) e da ação cáustica dos adubos. Protege-a também no caso de demora 
na germinação e ainda pode servir como elemento absorvente de umidade, promovendo a germinação. 
A temperatura elevada do solo é um aspecto importante em leguminosas de crescimento estival, 
devido à sua influência na nodulação. Ferrari et al. (1967) verificaram que a nodulação e fixação do N em 
soja perene foi prejudicada por temperaturas elevadas, indicando que o mecanismo da simbiose é seriamente 
afetado, ocorrendo, possivelmente, não apenas uma paralisação, mas também uma destruição de certas 
enzimas chaves, pelas temperaturas acima de 30oC. Efeitos comparáveis também foram observados em 
Centrosema pubescens Benth. (Dobereiner e Aranovich, 1956). Isto pode explicar a deficiência de nodulação 
em leguminosas estivais mesmo com uma correta inoculação e em solo corrigido. 
 
 
 
 
9 
Deficiência de correção do solo é outro aspecto fundamental que pode afetar esta fase do 
estabelecimento. A sobrevivência de leguminosas é seriamente afetada não só pela acidez como, 
principalmente, pela baixa disponibilidade de fósforo, importante no processo da simbiose. Além disso, a 
baixa disponibilidade de elementos afeta também a nutrição da planta, promovendo um crescimento inicial 
muito lento e mesmo a morte da planta por falta de elementos essenciais ou por toxidez (Al e Mn) ou ainda, 
pela concorrência exercida pelas invasoras ou vegetação natural, adaptada àquelas condições. 
A correção de solos ácidos é extremamente importante na sobrevivência e no rendimento de 
espécies temperadas, conforme se pode exemplificar nas figuras 8 e 9, principalmente em leguminosas 
temperadas onde além do efeito direto sobre a planta também ocorrem efeitos sobre o rizóbio. Na falta de 
correção da acidez, mesmo a adição de doses de fósforo elevadas determinam uma baixa nodulação. O efeito 
da interação cálcio/fósforo sobre a nodulação em alfalfa pode ser bem exemplificado pelo trabalho de Silva e 
Stammel (1974) (figura 6). 
 
 
Figura 6. Efeito do pH na produção relativa de trevo vermelho em alguns solos ácidos do Rio Grande 
do Sul (Stammel e Murdock, 1974) 
 
A correção de solos ácidos é extremamente importante na sobrevivência e no rendimento de 
espécies temperadas, conforme se pode exemplificar nas figuras 6 e 7, principalmente em leguminosas 
temperadas onde além do efeito direto sobre a planta também ocorrem efeitos sobre o rizobium. Na falta de 
correção da acidez, mesma a adição de elevadas doses de fósforo determinam uma baixa nodulação. O efeito 
da interação cálcio x fósforo sobre a nodulação de alfafa pode ser bem exemplificado pelo trabalho de Silva 
& Stammel (1974) (figura 7). 
 
 
Figura 7. Efeito da interação calcário × 
fósforo peso de nódulos de 
alfafa em solo Alto das Canas, 
RS. (Silva e Stammel, 1974). 
 
 
 
10 
 A imediata disponibilidade de nutrientes e as quantidades relativas destes pode afetar 
profundamente a composição botânica de uma pastagem em estabelecimento, pois a absorção já se inicia aos 
5 - 6 dias após a germinação. Por esta razão, mesmo em consorciações gramíneas x leguminosa, é importante 
a aplicação de baixas doses de N (+/- 20 kg N/ha) que favorece a gramínea e não prejudica a leguminosa, a 
qual nos estágios iniciais de crescimento ainda não recebe N da simbiose. A disponibilidade de fósforo e 
potássio é importante em tais consorciações pois as gramíneas, devido ao seu sistema radicular mais 
desenvolvido e sua maior taxa de absorção, competirão por estes elementos. Neste particular é interessante 
anotar a observação de CARÂMBULA (1977): “Ainda que os solos possuam níveis tais de fósforo que sejam 
suficientes para o crescimento de plantas estabelecidas, é muito provável que estes não cubram as 
exigências das plântulas das leguminosas. Isto explicaria a importância de refertilizar no outono com 
fósforo rapidamente solúvel, quando se desenvolvem as leguminosas de ressemeadura natural”. 
 Com referência à necessidade da utilização de ao menos uma parte da adubação fosfatada ser 
originada de adubos de alta solubilidade, o exemplo da tabela 4 enfatiza suficientemente o assunto. Naquele 
estudo comparou-se o superfostato triplo com os fosfatos naturais de Gafsa e Patos de Minas, em diferentes 
níveis de P2O5, no rendimento de matéria seca de diferentes gramíneas e leguminosas forrageiras, na fase de 
estabelecimento. 
 
Tabela 4. Rendimento de matéria seca da parte aérea de algumas espécies forrageiras cultivadas, aos 84 
dias após a semeadura, sob o efeito de diferentes fontes e níveis de fósforo. (VOLKWEISS et 
al., s.d.) 
 
Espécies/Fontes P Testem. Superfosfato Triplo Gafsa Patos de Minas 
doses 0 100 200 400 200 400 200 400 
 ..............................................g MS/vaso............................................. 
Gramíneas 
- centeio 0,47 5,03 4,49 6,73 2,19 3,66 0,47 0,54 
- aveia 0,99 7,73 8,30 9,02 4,47 6,42 1,10 1,28 
- azevém 0,48 5,18 6,19 5,81 3,08 5,17 0,60 0,55 
- festuca 0,15 4,26 5,34 5,42 1,40 2,16 0,19 0,20 
 
Leguminosas 
- cornichão 0,07 1,87 3,52 4,10 0,22 0,22 0,10 0,05 
-T. subterrâneo 0,47 3,91 4,81 4,48 1,47 2,00 0,68 1,07 
-T. branco 0,03 0,87 2,20 3,43 0,12 0,14 0,03 0,01 
 
Uma vez que outros aspectos que favorecem o estabelecimento tenham sido controlados, a 
ocorrência de secas ainda é o fator mais comumente apontado como responsável pelo fracasso das 
semeaduras. No entanto, este fracasso, em geral está mais relacionado à escolha incorreta da época de 
semeadura e à concorrência oferecida pelas plantas invasoras, pelas próprias componentes da consorciação 
utilizada, ou ainda pela concorrência de culturas companheiras no caso de se utilizá-las. 
Quando não há limitação de umidade, não há concorrência
por este fator e, se os níveis de nutrientes e 
luminosidade não são restritivos, não ocorre verdadeiramente uma concorrência e as espécies em comunidade 
têm igual chance. Quando o nível de qualquer fator, como no caso a umidade, ficam aquém da demanda, 
vence aquela planta com maior habilidade competitiva, ou seja, com maior sistema radicular e que retenha 
maior quantidade de água, seja por sua capacidade intrínseca, seja por apresentar maior desenvolvimento na 
ocasião em relação à competidora. Por esta razão, a ocorrência de secas é mais prejudicial em áreas inçadas, 
onde as espécies invasoras são concorrentes mais capacitadas a esta condição de estresse. Da mesma forma, o 
uso de culturas companheiras, que por um lado trazem uma série de vantagens, por outro podem 
desempenhar o papel de invasoras quando em condições adversas. O mesmo ocorre em consorciações 
quando as espécies envolvidas têm velocidade e hábito de crescimento diferentes. Nesta situação a espécie 
que apresenta maior crescimento inicial e hábito mais ereto poderá vencer a concorrência por água e, 
consequentemente, por luz e nutrientes, em detrimento da outra. 
 É, no entanto, a presença de invasoras o fator mais importante, mesmo em boas condições de 
umidade e nutrientes, notadamente nas espécies forrageiras perenes que, via de regra, apresentam lento 
crescimento inicial. Em condições de baixa fertilidade do solo a situação ainda é mais agravada. 
 O preparo antecipado do solo ainda é a ferramenta mais útil para destruir invasoras anuais e esgotar 
reservas das perenes. O uso de herbicidas, aplicados corretamente, também constitui um precioso auxiliar, 
embora se deva ter cuidado quando se pretende estabelecer consorciações. 
 Outro fator que seguramente determinará o sucesso ou não do estabelecimento é o manejo inicial a 
que estará submetida a pastagem. Os primeiros pastejos devem objetivar unicamente o benefício da 
 
 
 
11 
pastagem, o que, infelizmente, não é o que o produtor geralmente tem em vista. Enquanto alguns permitem 
um excessivo acúmulo de massa, outros, na ânsia de dispor de forragem verde no inverno, sobrepastoreiam 
precocemente a pastagem. Ambas as modalidades de utilização serão nefastas. No primeiro caso, as espécies 
forrageiras de crescimento mais rápido como azevém, trevo vermelho, aveia, assim como as invasoras, 
dominarão a pastagem, dando origem a misturas mal balanceadas. O excesso de vegetação sombreará os 
potenciais novos pontos de crescimento, produzindo plantas estioladas e pouco ramificadas. Além disso, os 
sistemas radiculares forma-se-ão superficialmente, sendo posteriormente prejudicados pelo pisoteio, 
insolação excessiva e as condições secas que serão expostas após os primeiros pastejos. No segundo caso, o 
pastoreio prematuro poderá determinar arrancamento de plantas e o esgotamento de outras que ainda não 
tiveram tempo suficiente para armazenar reservas. 
Um fator importante para espécies anuais de inverno que pode afetar o crescimento e a 
produtividade destas pastagens é a época de semeadura. Neste grupo de espécies, cuja indução ao 
florescimento é determinada pelo fotoperíodo, torna-se fácil entender que quanto mais tarde forem semeadas 
menor será o período de aproveitamento da pastagem pois a vida útil do perfilho como produtor de folhas 
(que é o que interessa como forragem) termina no momento em que este é induzido a florescer. Além do 
mais, plantios tardios também retardam a germinação e o desenvolvimento inicial devido às baixas 
temperaturas de outono-inverno. Isto faz com que a fase de estabelecimento seja mais prolongada, retardando 
a entrada dos animais na pastagem. Assim, para a maioria das gramíneas anuais de inverno, pode-se afirmar 
que há um aumento no período entre a semeadura e o primeiro pastejo e uma diminuição no período de 
utilização com os animais, à medida que se atrasa a semeadura. Um exemplo disto pode ser observado nas 
tabelas 5 e 6 através de resultados obtidos no Uruguai. 
 
Tabela 5. Efeito da época de semeadura sobre o número de dias desde a semeadura até o primeiro pastejo de 
espécies anuais de inverno. Média de quatro anos (adaptado de Josifovich et al., 1968) 
 
Época de semeadura Espécies 01/03 15/03 01/04 15/04 01/05 
Aveia 65 84 98 110 111 
Cevada 53 77 88 98 107 
Centeio 70 102 103 108 109 
Trigo 70 102 103 108 109 
Azevém 125 125 125 122 122 
Cevadilha 93 105 150 140 125 
 
Tabela 6. Efeito da época de semeadura sobre a duração do período de aproveitamento de espécies anuais de 
inverno. Média de quatro anos (adaptado de Josifovich et al., 1968) 
 
Época de semeadura Espécies 01/03 15/03 01/04 15/04 01/05 
Aveia 163 150 126 102 82 
Cevada 158 147 120 95 80 
Centeio 138 132 120 92 78 
Trigo 150 136 110 96 90 
Azevém 105 120 100 82 75 
Cevadilha 166 120 100 90 85 
 
Do exposto, pode concluir-se que a maioria dos fatores que afetam o estabelecimento de pastagens 
podem ser controlados pelo produtor. Neste sentido, merecem consideração inicial o preparo prévio da área 
(solo e/ou vegetação), as sementes, os nutrientes e inoculantes, assim como as épocas, densidades, métodos e 
profundidade de semeadura, atendendo às particularidades de cada espécie. 
 
3. MÉTODOS DE ESTABELECIMENTO 
 
 3.1. O método convencional - lavração, gradagem e plantio – foi durante muito tempo a maneira 
mais conhecida e tradicional de estabelecimento, e de maior garantia de sucesso, principalmente por permitir 
um contato íntimo da semente com o solo (de maior importância em plantas de sementes pequenas), propiciar 
uma perfeita incorporação dos corretivos e fertilizantes e evitar a competição por outras plantas, invasoras ou 
não, e aumentar a capacidade de armazenamento de água no solo. 
 
 
 
12 
 A intensidade deste preparo está grandemente condicionada à textura do solo, sua necessidade de 
correção e ao tipo de cobertura vegetal predominante. Deste modo, solos de textura leve e sem necessidade 
de grandes correções, de modo geral, não exigem um preparo muito intenso e uma lavra e gradeações podem 
ser suficientes. A cobertura vegetal existente pode muitas vezes determinar um maior número de lavras ou 
gradeações, como no caso de terrenos muito inçados. Por outro lado, nestas mesmas condições as lavras ou 
gradeações pesadas podem trazer para a superfície sementes de invasoras que muitas vezes permanecem no 
solo por um grande número de anos. É, no entanto, o tamanho da semente um dos fatores que mais irão 
condicionar este preparo. A maioria das plantas forrageiras tem sementes muito pequenas que exigem um 
preparo esmerado, bom destorroamento e uma certa compactação superficial. É conveniente alertar que por 
preparo esmerado não se entenda um excesso que possa desestruturar o solo, provocando problemas por falta 
de piso, compactação excessiva, demasiado enterramento de semente, etc..., que pode ser mais prejudicial 
que a falta de preparo. 
 O plantio pode ser feito então por qualquer dos métodos conhecidos: manual a lanço, mecânico a 
lanço, em linhas com semeadeira de cereais ou com semeadeiras especiais para sementes menores, do tipo 
Brillion. 
 O estabelecimento de espécies de propagação vegetativa - como Pangola, quicuio, missioneira, 
bermuda e outras - é facilitado pelo preparo convencional uma vez que permite o enterramento adequado das 
partes de propagação e um alastramento e enraizamento mais rápido dos estolões ou rizomas em 
desenvolvimento. O plantio destas espécies pode ser feito manualmente em covas, através de máquinas 
apropriadas (pangoleira), ou qualquer outro sistema adaptado como, por exemplo, o espalhamento das mudas 
no solo e enterramento com grade de discos. 
 
 
3.2. Métodos de Plantio Direto ou Preparo Mínimo ou Reduzido 
 
Convém esclarecer que no caso de pastagens entendemos por plantio direto todo e qualquer método 
de estabelecimento que não envolva
o preparo convencional do solo. Isto quer dizer que, no caso de 
forrageiras, plantio direto não é sinônimo de utilização de semeadeiras especiais para plantio direto, muito 
embora esta também seja uma opção, como veremos adiante, assim como o é a semeadura sem qualquer 
preparo mecânico ou o uso apenas de grade niveladora. 
 
 Gradagem 
 
Consiste apenas do trabalho da grade de discos (grade niveladora). Pode ser utilizada quando a 
pastagem sucede uma cultura anual, ou seja, quando o solo já foi arroteado ou mesmo em campos com 
cobertura natural que nunca tenha sido trabalhada ou ainda em pastagens cultivadas já estabelecidas, sobre 
as quais se queira sobressemear outra espécie. É um método que tem apresentado bons resultados no 
melhoramento do campo nativo pela introdução de espécies melhoradoras. Nestes casos (melhoramento do 
campo nativo), a grande vantagem é a não destruição da cobertura existente muitas vezes constituída de boas 
espécies que se deseja preservar. Através deste método são preservadas as condições físicas do solo, a 
cobertura existente, e é possível alguma incorporação de adubos e corretivos, com tem sido comprovado em 
muitos trabalhos experimentais no Rio Grande do Sul. 
 Este método de preparo reduzido tem possibilitado a introdução de muitas espécies melhoradoras 
exóticas de crescimento tanto estival como hibernal, cujas produções serão somadas à produção do campo 
nativo. Deste modo, muitos trabalhos experimentais foram conduzidos exitosamente, demonstrando a 
viabilidade do método, o qual, além das vantagens apresentadas, salienta-se por seu baixo custo em relação 
ao preparo convencional. Lobato (1972) introduziu com bons resultados misturas de azevém, falaris ou 
festuca, respectivamente consorciados com trevo branco e cornichão e o efeito da incorporação de diferentes 
doses de calcário através de gradagem pode ser observado na tabela 7. Observa-se, nesta tabela, que mesmo 
no ano da aplicação já se consegue uma boa correção do pH na camada superficial do solo (0 a 10 cm) e um 
pequeno efeito na camada mais profunda, mesmo com metade ( 2 t/ha) da dose recomendada (4 t/ha). Um 
ano após também esta camada mais profunda mostrava uma modificação importante, elevando o pH para 5,6. 
Isto é o resultado da percolação do calcária por efeito das chuvas e do crescimento radical. Daí também se 
pode inferir que é possível, neste tipo de preparo, trabalhar com doses menores do que a recomendação do 
laboratório, uma vez que esta normalmente é feita pressupondo a correção total de uma camada de 20 cm de 
solo. Em Bagé, RS, Macedo et al. (1980) não observaram diferença no estabelecimento e produção de trevo 
branco e cornichão quando o calcário foi aplicado em cobertura ou incorporado, embora o efeito do calcário 
em cobertura tenha se manifestado sobre as características químicas do solo apenas nos cinco centímetros 
superficiais, o que poderá trazer problemas em épocas secas, pois as raízes estarão concentradas nesta 
camada superficial. 
 
 
 
13 
Tabela 7. Valores de pH a 0-10 e 10-20 cm de profundidade, resultados de análises 
de amostras colhidas em 09/12/71 e 16/05/72. Média de quatro repetições. 
Incorporação de calcário através de duas gradagens sobre campo nativo 
(Lobato, 1972). 
 
Data da Profundidade Doses de calcário aplicado (t/ha - PRNT 100%) 
amostragem no solo 0 1,0 2,0 4,0 
 cm pH 
09/12/71 0-10 4,8 5,8 6,1 6,4 
 10-20 4,8 5,0 5,0 5,0 
 
16/05/72 0-10 5,0 6,0 6,3 6,4 
 10-20 4,9 5,4 5,6 5,6 
 
 Apesar do método ser mais utilizado para introduzir espécies hibernais sobre campo nativo ou 
mesmo sobre pastagens cultivadas de verão, também tem se revelado eficiente na introdução de espécies 
estivais sobre campo nativo. Vincenzi (1974) estabeleceu Stylosanthes, Siratro, desmódio e soja perene 
sobre campo nativo com apenas duas gradagens cruzadas e com meia trava. Tanto no ano do estabelecimento 
como nos subsequentes conseguiu-se substanciais aumentos na produção de matéria seca que, nos melhores 
tratamentos, superou em três vezes a produção do campo nativo sem melhoramento. Mais importante que o 
aumento na disponibilidade de forragem foi a melhoria na qualidade desta, que em termos de proteína bruta 
produziu sete vezes mais. Nabinger e Barreto (1978) também demonstram a possibilidade do uso da grade 
sobre pastagem de capim Pangola para estabelecer as leguminosas tropicais siratro, desmódio e soja perene, 
no intuito de melhorar a oferta de forragem de melhor qualidade. A simples gradagem, como era de se 
esperar, proporcionou resultados melhores do que o uso da renovadora de pastagens, pois propiciou melhor 
controle da agressividade do Pangola uma vez que a introdução foi realizada na primavera. 
Além dos trabalhos em campo nativo, diversas pesquisas demonstram os bons resultados 
conseguidos com a introdução de novas espécies com gradagem sobre pastagens estivais cultivadas. Assim, é 
possível a introdução de gramíneas e leguminosas de inverno ou consorciações destas, permitindo aumentar o 
período de utilização das áreas ocupadas com estas gramíneas estivais que normalmente não são utilizadas ou 
são de baixa produção durante o inverno. Desta maneira se tem conseguido aumentar o período de produção 
de pastagens de Pangola, Pensacola, quicuio, bermuda, através da implantação de trevos (branco, 
subterrâneo, vesiculoso, etc.), cornichão, azevém, aveia, etc. 
 
Renovadora de pastagens 
 
A renovadora de pastagens é um implemento desenvolvido já há muitos anos na Nova Zelândia, 
Austrália, e EUA, com a finalidade de renovar pastagens permanentes de gramíneas, cujo “status” de N 
tornava-se demasiadamente baixo com o passar dos anos. A manutenção de um bom nível de produção 
somente era conseguido com a adição de adubos nitrogenados, cujo preço dia a dia limita mais o seu uso. 
Uma alternativa para incorporar nitrogênio a baixo custo no sistema seria através da introdução de 
leguminosas de alta eficiência de fixação do N atmosférico. Além da economia de N, soma-se a produção das 
espécies introduzidas, que normalmente produzem em períodos diferentes da pastagem existente, a par da 
melhor qualidade da forragem. 
 Diversos modelos foram desenvolvidos, mas basicamente todos utilizam o mesmo processo de 
preparo do solo e implantação da espécie desejada, ou seja, escarificam o solo, semeiam em linha e adubam 
na linha, beneficiando diretamente a espécie introduzida. 
 A grande vantagem deste implemento é permitir a introdução de novas espécies (gramíneas 
e/ou leguminosas) sem prejudicar a cobertura existente, possibilitando um perfeito contato da semente com o 
solo e a eliminação da competição na zona de desenvolvimento inicial das novas plantas. Além do mais este 
equipamento permite a colocação do adubo na linha, beneficiando de forma mais imediata as espécies 
introduzidas que assim serão beneficiadas na concorrência com as espécies existentes. 
 Os modelos de renovadora atualmente disponíveis, assim como as modernas semeadeiras de plantio 
direto, tem funcionado a contento, desde que observados certos requisitos básicos, adiante discutidos. 
Uma vez que a “renovadora de pastagens” ou as semeadeiras de plantio direto deixam a pastagem 
praticamente intacta, um dos maiores problemas no estabelecimento das novas plantas é a competição 
oferecida pela pastagem existente. Esta competição se traduz tanto em termos de luz, como por água e 
nutrientes e pode ser fator determinante do insucesso. Por esta razão a época de implantação é de extrema 
importância. De um modo geral as introduções são realizadas sobre pastagens de crescimento estival quando 
 
 
 
14 
estas estão com seu crescimento paralisado ou muito dimninuído (outono) e não competirão com as novas 
plantas no início do seu desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 Figura 8. Renovadora de pastagens com disco sulcador, modelo
“grassland drill”. 
 
 É importante salientar, no entanto, que somente são obtidos bons resultados com renovadora de 
pastagens observados os seguintes preceitos básicos: 
 a) As novas espécies introduzidas devem ser capazes de conviver com as existentes; 
 b) A época de semeadura e o manejo das pastagens devem ser tais que as plantas introduzidas 
encontrem o mínimo de competição em seu desenvolvimento inicial. É indispensável o máximo 
rebaixamento da pastagem antes da introdução, através de pastejo pesado com bovinos ou preferencialmente 
com bovinos+ovinos. Isto facilita o trabalho da máquina e retarda e diminui o vigor de possíveis rebrotas, 
minorando a competição. No entanto, especial atenção deve ser dada para que este rebaixamento através do 
pastejo seja feito durante um tempo relativamente longo (durante um a dois meses antes da semeadura, 
podendo, inclusive continuar até o início da germinação das espécies introduzidas) 
 c) Os sulcadores (relha) da renovadora devem acompanhar as irregularidades do terreno e produzir 
sulcos de razoável largura, com a finalidade de eliminar a competição inicial por parte das plantas da 
cobertura existente; 
d) As condições químicas do solo devem ser adequadas às espécies introduzidas. Em solos com altas 
necessidades de correção, principalmente onde a aplicação de calcário é um imperativo para o 
desenvolvimento de espécies exigentes, como leguminosas temperadas, não se recomenda a utilização da 
renovadora. Nestas condições a pesquisa já demonstrou a inviabilidade do método, a não ser que a área tenha 
sido previamente corrigida, o que pode ser realizado através do preparo convencional ou com o uso da grade 
de discos conforme já discutido. 
A possibilidade do uso da renovadora para introduzir espécies anuais de inverno sobre campo nativo 
foi demonstrado por Scholl et al. (1976) em Eldorado do Sul, RS. Os autores comparam o rendimento animal 
na pastagem nativa não melhorada com esta mesma pastagem sobre a qual se introduziu, no outono, apenas 
aveia amarela (Avena byzantina cv. Coronado) adubada com 90 kg N/ha, ou a aveia consorciada com trevo 
Yuchi (Trifolium vesiculosum cv. Yuchi). Na média de dois anos foi possível atingir ganhos de peso vivo 
por área cinco vezes superiores ao ganho na pastagem nativa sem melhoramento. Os ganhos estacionais e os 
totais anuais podem ser observados na tabela 8. 
Outra alternativa para o uso da renovadora de pastagens é a introdução de espécies anuais de inverno 
sobre pastagens cultivadas perenes de estação quente. Barreto & Scholl (1974) introduziram 
aveia com renovadora de pastagens sobre Pangola, Pensacola, Rhodes, bermuda Coastal e 
setaria, como forma de complementar a produção destas espécies no período frio do ano, 
quando o seu crescimento paralisa. Deste modo, obtiveram, como média de três anos, ganhos 
em torno de 190 kg/ha, durante o período inverno - primavera (115 dias), período em que os 
ganhos sobre aquelas pastagens de verão normalmente são muito baixos ou até negativos. 
Resultados do mesmo experimento podem ser observados na tabela 9. 
Estes e outros dados evidenciam o potencial de uso da renovadora de pastagens nas condições do 
RS, e a prática tem demonstrado resultados altamente positivos, resguardados os cuidados antes comentados. 
1 - Disco cortador 
2 - Sulcador - abre sulco e 
aduba 
3 - Facas para depositar solo 
sobre adubo 
4 - Saída sementes grandes 
5 - Facas para depositar solo 
sobre a semente 
6 - Saída sementes pequenas 
(superficial) 
 
 
 
15 
 
 
Tabela 8. Ganho de peso vivo de novilhos de corte pastejando campo nativo e campo nativo melhorado por 
introdução de aveia e trevo Yuchi com renovadora de pastagens. EEA - Guaíba, RS (adaptado de 
Scholl et al., 1976). 
Estação do ano Campo nativo Campo nativo + aveia* 
 (testemunha) com Yuchi com 90 kg 
N/ha/ano 
 ganho de peso vivo por ha 
 
Inverno 4,5 84,5 171,0 
Primavera 20,5 214,5 130,5 
Verão 56,5 130,5 168,5 
Outono 9,0 38,5 -1,5 
 
Total anual 90,5 467,0 468,5 
* 400 kg/ha/ano de 10-30-10 aplicado na semeadura da aveia como adubação de manutenção. O 
trevo foi semeado apenas no primeiro ano. No segundo ano voltou por ressemeadura natural. 
 
 
Tabela 9. Desempenho de novilhos em pastagens de aveia (inverno) introduzida sobre pastagens perenes 
de verão com renovadora de pastagens. EEA/UFRGS, Eldorado do Sul, RS. Médias de três 
anos. (Barreto e Scholl, 1974). 
 
 Inverno (115 dias) Verão (110 dias) Ganho por 
Tipo de 
pastagem 
de verão 
Ganho médio 
diário 
(g/cab./dia) 
 
Lotação 
(cab./ha) 
Ganho por 
área 
(kg/ha) 
Ganho 
médio diário 
(g/cab./dia) 
 
Lotação 
(cab./ha) 
Ganho 
por área 
(kg/ha) 
área no total 
do período 
(kg/ha) 
 
Pangola 612 2,6 187 642 5,6 397 584 
Setaria 672 2,3 171 580 4,5 290 461 
Bermuda 725 2,3 190 512 5,9 334 524 
Pensacola 740 2,3 193 655 4,4 321 514 
Rhodes 790 2,3 207 564 4,6 289 496 
 
 Uso de herbicidas 
 
Dentre as perspectivas que se abriram para a agricultura após o advento dos herbicidas, figura o seu 
emprego na destruição de coberturas competitivas para permitir o estabelecimento de novas culturas. O êxito 
dessa prática foi comprovado em muitas circunstâncias. O tratamento com herbicidas, em alguns casos, é 
suficiente para permitir a semeadura, em outros ele é usado em combinação com o cultivo mecânico (grade, 
renovadora, etc.). No entanto, a grande diversidade de plantas existentes em nossas pastagens naturais e a 
falta de dados experimentais locais dificultam a escolha do tratamento químico mais adequado para eliminar 
ou diminuir sua agressividade sem danificar as espécies existentes e as introduzidas. Além disso, a prática e a 
pesquisa tem demonstrado a viabilidade de outros métodos menos arriscados e sem as conseqüentes 
possibilidades de poluição advindas do uso indiscriminado de herbicidas. 
 De qualquer forma é uma alternativa particularmente interessante quando se pretende sobre-semear 
espécies de lento estabelecimento e, principalmente quando a espécie a introduzir é de mesmo ciclo que a 
pastagem existente e a introdução, consequentemente é feita no período de intenso crescimento desta última. 
 Pode-se citar como principais vantagens do uso de herbicidas: a) permite rápida eliminação da 
competição e b) os restos secos formam uma cobertura protetora contra a erosão, impedem a germinação de 
invasoras e diminuem a evaporação. Por outro lado, há um aumento na concentração de insetos sobre as 
plantas recém-estabelecidas (pois representam a única vegetação da área), além de uma provável deficiência 
de N pelo aumento da relação C/N. Isto pode determinar a necessidade do uso concomitante de inseticidas e 
um aumento das doses de adubo nitrogenado na base. 
 Uma forma de minorar o custo e os problemas acima citados é a aplicação do herbicida em faixas. 
Para isto pode-se equipar as renovadoras com kit para aplicação do herbicida na linha, o que determina 
menor gasto com o produto e dilui a população de insetos. 
 
 
 
16 
 O ponto crítico para a recomendação extensiva do uso de herbicidas reside na necessidade do 
profundo conhecimento da composição florística de pastagem e das espécies a introduzir e do modo de ação, 
doses e período de carência do produto utilizado. 
 
Tabela 10. Número de plântulas 62 dias após a semeadura e produção de matéria seca de 
leguminosas sobre-semeadas através de dois métodos em pastagem de Paspalum 
notatum tratada com diferentes herbicidas. (Kazbamcher et al., 1980). 
 
Tratamentos Plântulas/m2 Forragem 
 kg MS/ha 
Métodos de semeadura 
-grade 82 a 6 030 a 
-renovadora 53 b 5 500 a 
 média 68 5 760 
Leguminosas 
-alfafa 102 a 8 160 a 
- trevo vermelho 72 b 6 360 b 
- trevo branco
33 c 2 760 c 
 média 69 5 760 
Herbicida/queima 
0,28 l p.a. paraquat 3 dias antes + queima na semeadura 92 a 7 310 a 
0,14 l p.a. paraquat 3 dias antes + queima na semeadura 92 a 6 680 ab 
1,66 l p.a. dalapon 11 dias antes da semeadura 57 b 6 270 ab 
0,28 l p.a. paraquat na semeadura 55 b 4 770 bc 
Sem herbicida 49 b 3 790 c 
 média 70 7 369 
Médias nas colunas, seguidas das mesmas letras não diferem significativamente entre si (p<.05) 
Paraquat e dalapon são dois produtos que tem sido testados com relativo sucesso para controlar 
pastagens de gramíneas no estabelecimento de leguminosas principalmente. Sua eficiência, depende no 
entanto da dose e forma de aplicação, como pode ser observado no trabalho de Kazbamcher et al. (1980) na 
tabela 10. No referido trabalho, onde também se pode verificar que não houve diferença significativa entre o 
uso de grade ou de renovadora de pastagens na produção de matéria seca, embora a gradagem tenha 
possibilitado o estabelecimento de maior número de plantas. Lamentavelmente o trabalho não faz referência 
ao efeito sobre a pastagem de grama forquilha (Paspalum notatum), que constitui o substrato de base na 
maioria das pastagens naturais do sul do Brasil. 
O uso de herbicidas sistêmicos de ação total tem sido muito propalado nos últimos anos, mas 
especial atenção deve ser dada à sua utilização indiscriminada, especialmente tendo em vista a 
sobressemeadura, onde o objetivo principal é a manutenção das espécies existentes, juntamente com o 
estabelecimento da espécies “introduzidas”. Cavalheiro (1997) comparou o estabelecimento da mistura de 
aveia e azevém sobre a pastagem natural na Depressão Central do RS (Santa Maria) através do uso de 1.5 , 
3.0 ou 4.5 l/ha de glyphosathe (G1.5, G3.0, G4.5), 3.0 l/ha de Paraquat+Diuron (PQD) ou 3.0 l/ha de 
Paraquat (PQ) ou ainda sem herbicida (SH). Os efeitos sobre a produção das espécies introduzidas e sobre a 
pastagem natural podem ser observados nas tabelas 11 e 12. 
 
 
Tabela 11. Produção de matéria seca de aveia+azevém (kg/ha), por corte e total, em função 
dos herbicidas aplicados sobre a pastagem natural. (Cavalheiro, 1997) 
 
Cortes Tratamentos 1o (31/07) 2o (04/09) 3o (17/10) Total 
 
SH 257 1686 2829 4772b* 
G1.5 l 594 2723 2668 5986a 
G3.0 l 598 2698 2745 6042a 
G4.5 l 678 2804 2795 6278a 
PQD 510 2348 2827 5686a 
PQ 688 2307 2849 5843a 
*Médias nas colunas seguidas de letras distintas indicam diferença significativa pelo teste T de Student. 
 
 
 
 
17 
Tabela 12. Contribuição porcentual dos principais componentes da pastagem natural antes 
e após a aplicação dos tratamentos para estabelecimento da mistura de 
aveia+azevém. Cavalheiro (1997) 
 
Componentes 
Paspalum notatum Mantilho Vernonia nudiflora 
 
Tratamentos 
antes após antes após antes após 
 .......................................%...................................... 
SH 51.2 60.6 15.9 13.4 2.2 1.2 
G1.5 l 46.9 33.7 19.4 15.0 4.1 3.7 
G3.0 l 47.5 15.0 21.2 21.2 2.8 5.3 
G4.5 l 47.2 13.0 20.6 21.2 5.6 12.5 
PQD 45.0 65.9 16.6 10.6 3.1 1.1 
PQ 44.4 58.7 21.9 9.1 4.4 1.1 
 
Verifica-se que, no trabalho em questão, o uso de herbicidas favoreceu a produção de matéria seca 
das espécies introduzidas devido ao seu efeito supressor sobre a competição das gramíneas, o que evidencia-
se sobretudo nos dois primeiros cortes. Por outro lado os herbicidas modificaram a freqüência de alguns 
componentes da vegetação nativa, sendo que o aumento na dose de glifosato eleva a participação de alecrim 
(Vernonia nudiflora) e de gravatá (E. horridum) (figura 9), devido à redução no componente grama forquilha 
(P. notatum), que determinou aumento na proporção de solo descoberto e a possibilidade destas espécies se 
estabelecerem. Já o uso do Paraquat ou Paraquat+Diuron determinou aumento na freqüência de grama 
forquilha reduzindo mantilho e solo descoberto e mantendo as demais espécies. Portanto, verifica-se, como 
esperado, que a supressão da competição causada pelos herbicidas favorece a implantação das espécies 
introduzidas. No entanto, se o objetivo da introdução das espécies em questão é a oferta de forragem durante 
a estação desfavorável e a continuação da oferta de forragem por parte do campo nativo após este período, o 
uso de herbicidas sistêmicos que reduzem o principal responsável por esta oferta que é a grama forquilha, não 
se constitui numa ferramenta adequada. O problema ainda é mais agravado pelo fato da substituição da 
grama forquilha por espécies indesejáveis e de controle oneroso. Mais estudos são necessários quanto ao uso 
destes herbicidas quando a vegetação existente é o campo nativo ou mesmo espécies cultivadas perenes de 
ciclo estival, como por exemplo, pensacola, pangola, bermudas, etc... 
 
 
Figura 9. Contribuição porcentual do gravatá (Eryngium horridum) nos levantamentos botânicos 
realizados antes e depois da aplicação dos herbicidas para estabelecimento de aveia+azevém 
sobre o campo nativo em Santa Maria, RS. (Cavalheiro, 1997) 
0
1 0
2 0
3 0
4 0
5 0
6 0
%
 
Er
yn
gi
u
m
 
ho
rr
id
u
m
S H G 1 ,5 G 3 ,0 G 4 ,5 P Q D P Q D
tra tam e n to s
a n te s
a pó s
 
 
 
18 
 
De qualquer forma, cabe ressaltar que as leguminosas geralmente se estabelecem bem em qualquer 
método de preparo reduzido, sem o uso de herbicidas, desde que o nível de fósforo disponível no solo seja 
bom. 
 
 Estabelecimento sem preparo do solo 
 
No estabelecimento de pastagens, concorda-se que, em relação ao fator solo, tudo aquilo que 
habitualmente se necessita é de um leito firme que possa permitir cobertura uniforme e rasa das sementes. A 
lavração é desejável em alguns casos, mas, em geral, uma gradeação ou outro preparo adequado da superfície 
são preferíveis. 
 Resta uma alternativa: o solo intacto, de leito oferecido, sem cobrança de encargos, pela própria 
natureza. Em um terreno bem estruturado, sem acidez nociva, e onde a cobertura natural não constitua 
obstáculos, a semeadura sem preparo do solo pode ensejar perspectivas interessantes. 
 Muitas vezes nem mesmo um preparo mínimo é permitido, devido a condições extremamente 
adversas para este fim: solos demasiadamente rasos, com afloramento de rochas, solos sujeitos à erosão, 
excessivamente úmidos ou ainda devido às grandes extensões a serem semeadas. Nestes casos a semeadura 
sem qualquer preparo mecânico é a única solução. Considerando-se que desde que a cobertura existente no 
solo não prejudique o estabelecimento das novas plantas, diversas alternativas podem ser utilizadas para a 
implantação de pastagens sem preparo do solo. 
 O avião tem sido usado quando se faz necessária a implantação de grandes áreas ou quando estas 
além disso são inacessíveis ( encostas de montanhas ). Nos EUA (Utah), uma área de 8 mil ha foi queimada 
acidentalmente em 1948. A reposição das pastagens se fazia necessária em curto prazo, e sementes das 
espécies de Agropyron , Poa e Bromus foram distribuídas de avião sobre a área, possibilitando, em prazo 
relativamente curto, um razoável estabelecimento das pastagens e a um custo oito vezes menor do que se a 
semeadura fosse realizada com máquinas convencionais. 
 Na Nova Zelândia, estima-se que aproximadamente 2,5 milhões de hectares de pastagens 
permanentes foram melhoradas através da semeadura e fertilização aéreas. 
 No RS, o processo tem sido utilizado em diversas regiões, particularmente nas regiões da campanha 
e litoral, na semeadura de azevém e trevo branco principalmente. 
 A semeadura a lanço com posterior pisoteio é uma técnica recomendada como econômica e efetiva. 
Em Natal, África do Sul, misturas de Paspalum dilatatum (52,9 kg/ha), Trifolium repens (8,2 kg / ha) ou o
dobro destas quantidades foram semeadas com ou sem pisoteio pelos animais, em pastagem natural mal 
drenada. O pisoteio reduziu o rebrote e a competição das gramíneas nativas durante o estabelecimento inicial. 
No segundo ano após o estabelecimento as espécies semeadas produziram 25% da forragem total nos 
tratamentos não pisoteados, e 46, 62 e 66% nos tratamentos pisoteados com 174, 348 e 523 animais / ha. A 
produção de P. dilatatum e dos trevos aumentou com o aumento da lotação. As produções de trevo foram 
mais altas nas quantidades maiores de sementes (Edwards & Mapledoran, 1975). 
 Esta técnica tem possibilitado o melhoramento de extensas áreas de pastagem nativas do Uruguai e 
mesmo no RS pela introdução de trevo carretilha, subterrâneo ou branco, e outras espécies. 
 Na Estação Experimental de Criação de Cinco Cruzes, em Bagé, foram comparadas três 
formas de semeadura convencional. As espécies implantadas foram Lotus corniculatus L., Trifolium repens 
L., Trifolium pratense e Lolium multiflorum Lam. Os tratamentos foram : 1) Semeadura convencional com 
semeadeira tipo “Brillion”; 2) Semeadura em cobertura com “renovadora de pastagens”; 3) Semeadura em 
cobertura com “Brillion”; 4) Semeadura em cobertura com distribuição a lanço. Estes dois últimos 
tratamentos não utilizavam qualquer preparo do solo (Brasil et al., 1972). Os resultados obtidos podem ser 
observados nas tabelas 13 e 14. 
 
Tabela 13. Produção de total de matéria seca (kg / ha) do primeiro ao quarto ano do campo nativo 
mais as espécies introduzidas (azevém, cornichão, trevo branco e trevo vermelho) 
através de diferentes métodos de estabelecimento (adaptado de Brasil et al., 1972). 
 
Ano Tipo de estabelecimento 
 Convencional Renovadora Brillion lanço superficial 
1 5 609 1 827 2 014 2 687 
2 6 083 8 513 8 968 8 117 
3 3 559 6 246 6 830 6 873 
4 3 895 5 923 5 863 6 671 
Total 19 146 22 509 23 675 24 348 
Custo relativo 100,0 75,6 68,3 64,5 
 
 
 
19 
Tabela 14. Produções de matéria seca (kg / ha) por ano, no preparo convencional 
comparado à média das produções nos tratamentos com preparo reduzido 
(Brasil et al., 1972) 
 
 Ano 
Método 1o 2o 3o 4o Total 
Convencional 5 609 6 083 3 559 3 895 19 146 
Médias dos reduzidos 2 176 8 532 6 649 6 152 23 509 
 
 No primeiro ano, as forrageiras implantadas pelo método convencional proporcionaram maiores 
produções, por apresentarem crescimento inicial mais rápido. As semeaduras em cobertura, no segundo, 
terceiro e quarto anos, apresentaram produções superiores às do sistema convencional. Os métodos de 
semeadura em cobertura, em qualquer dos períodos considerados, não evidenciaram diferenças marcantes 
entre si. Dos sistemas comparados, o de custo mais elevado foi o convencional. A semeadura em cobertura 
com distribuição manual foi a que exigiu menor investimento. 
 
Considerações gerais sobre o estabelecimento de pastagens. 
 
Muitos trabalhos de pesquisa em todo o mundo reportam-se aos fatores que influenciam e 
condicionam o estabelecimento de plantas forrageiras, bem como enunciam e discutem os resultados dos 
diversos procedimentos de implantação, adubação e incorporação dos corretivos calcários. Alguns dos 
fatores que influem na germinação e subsequente estabelecimento de espécies semeadas superficialmente 
são: a disponibilidade de umidade ao redor das sementes é de fundamental importância, e existem diferenças 
entre espécies quanto à capacidade de absorção de água; a falta de penetração da radícula das leguminosas é 
um fator que limita o estabelecimento quando semeadas sobre a superfície do solo, especialmente em 
condições de baixa umidade. 
 Alguns trabalhos mostram que em relação à semeadura na superfície do solo, pode-se concluir: 
a) o estabelecimento e a sobrevivência das espécies semeadas a lanço em áreas não preparadas podem ser 
significativamente aumentados com um tratamento prévio para reduzir a competição da vegetação 
existente, que deve ser prioritariamente o pastejo pesado com diferentes espécies animais (preferências e 
hábitos de pastejo diferentes); 
b) a manutenção da cobertura morta cria condições de proteção às sementes, favorece a germinação e 
estabelecimento inicial, em virtude da redução da evaporação e conseqüente maior umidade ao redor da 
semente; 
c) o revestimento das sementes com carbonato de cálcio aumenta a absorção de água com conseqüente 
aumento na germinação, mas sua principal finalidade é a proteção do rizóbio aderido às sementes das 
leguminosas, as quais são os vetores para inocular o solo com estas bactérias responsáveis pela fixação 
do N atmosférico uma vez que o processo de simbiose com a planta se estabeleça; 
d) a forma epígea de germinação e o tipo de radículas grossas das leguminosas não favorecem a penetração 
da radícula no solo, sendo que leitos de semeadura com asperezas e o uso de rolos ou o pisoteio após a 
semeadura, favorecem a penetração da radícula por impedir o movimento das sementes; 
e) existindo diferenças entre espécies forrageiras na capacidade de estabelecimento em condições de 
preparo mínimo do solo, a escolha das mais adaptadas é imperativo. 
 
O melhoramento da pastagem por introdução de espécies através de semeadura superficial, em solos 
sem problemas de acidez e onde o cultivo torna-se difícil, tem sido exitoso nas mais diversas condições, 
observando-se as condições antes citadas. 
 Quando os terrenos são intemperizados e ácidos e a cobertura natural é indesejável e agressiva, o 
preparo convencional ainda se constitui numa alternativa para conseguir eliminar a competição e uma boa 
incorporação dos corretivos e fertilizantes. 
 De um modo geral, o trabalho com grade de discos ou lavração superficial é preferível a uma aração 
profunda. As raízes da maioria das forrageiras exploram uma profundidade de 10 a 15 cm, mas a escolha da 
forma de preparo é condicionada pela interação dos fatores, cobertura vegetal existente, condições químicas e 
físicas do solo e espécies a estabelecer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
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