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PARTE III PRAGAS DAS FRUTÍFERAS E MANEJO MIP DO ABACAXIZEIRO I. PRAGAS CHAVE - I.1. Broca-do-fruto: Strymon megarus (=Thecla basilides) (Lepidoptera: Lycaenidae) Características: Ovos - depositados sobre as escamas da inflorescência, antes ou após a sua abertura ou no pedúnculo floral; Lagartas - após a eclosão, penetram nos frutos no ponto de formação, provocando exsudação. São amareladas com manchas vermelho escura, podendo alimentar das folhas do abacaxi; Pupas - de coloração marrom, ocorrendo na planta preso por um fio de seda; Adultos - borboleta de asas anteriores cinza-brilhante e bordos escuros com franja esbranquiçada. As asas posteriores possuem manchas claras, além de um par de apêndices. Injúrias - as lagartas abrem galerias no interior do fruto, provocando deformações, além de cheiro e sabor desagradável e presença de resina (exsudação), os quais perdem o valor comercial. A exsudação causada pela fusariose se dá no “olho do frutinho”, não confundir com a exsudação produzida devido ao ataque da lagarta. Lyle Buss Dysmicoccus brevipes Castnia icarus Lagarta Strymon megarus Embrapa Embrapa Embrapa Lyle Buss Dysmicoccus brevipes Castnia icarus Lagarta Strymon megarus Embrapa Embrapa Embrapa Strymon megarusStrymon megarus 121 I.2. Cochonilha-do-abacaxi: Dysmicoccus brevipes (Homoptera: Pseudococcidae) Características: Adulto recoberto por pulverulência. Sem a pulverulência é de coloração rosada e mede cerca de 1 mm de comprimento. Localizam-se nos frutos, axilas das folhas e raízes. Vivem em mutualismo com formigas lava-pé (Solenopsis) por protocooperação, onde as formigas protegem a colônia da cochonilha, cobrindo-as com terra, dificultando o controle e molestando o agricultor. Quando o ataque ocorre na parte mais aérea da planta como nos frutos, as formigas protegem as cochonilhas do ataque de joaninhas e outros inimigos naturais. Injúrias - sucção de seiva e injeção de toxina. Transmite a “murcha do abacaxi”, que causa sérias perdas à cultivar “Smooth Cayene”. II. PRAGAS SECUNDÁRIAS II.1. Ácaro alaranjado, Dolichotetranychus floridanus (Acari: Tenuipalpidae) Características: São ácaros planos com o corpo achatado e alongado, coloração alaranjada, de ± 0,3 mm de comprimento. Vivem na base das folhas, que a olho nú apresentam como pequenas manchas alaranjadas; Injúrias - quando a infestação é grande as plantas podem apresentar sinais de murcha e nessas condições afetam a produção de abacaxi. Causam lesões necróticas e, em alta infestações podem causar murcha. II.2. Broca-do-talo, Castnia icarus (Lepidoptera: Castniidae) Características: Ovos - de forma oval alongado e coloração amarelo a arroxeado próximo a eclosão. São depositados isoladamente entre e no interior das bainhas foliares (incubação 12 a 15 dias); Lagartas - coloração rosa escura após eclosão e, quando, desenvolvidas tornam-se branco leitosa e com manchas pardas no dorso. Quando desenvolvida podem medir até 70 mm (62 a 106 dias); Pupas - próximo à pupação, a lagarta tece um casulo com fibras do própio talo, ficando aderida a este (23 a 46 dias); Adultos - borboleta de hábito diurno. Possui asas anteriores cinza-parda, com manchas transversais branca sombreadas de cinza escuro. Asa posterior com mancha alaranjada de bordos escuros tomando quase toda a asa, sendo que próximo a borda externa apresenta manchas menores e 122 irregulares de mesma coloração. Apresenta dimorfismo sexual com os machos sendo menores, mais claros e com manchas na asa posterior menores posicionadas na margem externa; Injúrias - as lagartas danificam as folhas centrais da roseta, posteriormente, aloja-se no talo, onde permanece alimentando-se deste, que dependendo da idade da planta, pode destruí-lo completamente. Quando não ocorre a morte da planta, esta emite uma brotação lateral. Também, pode atacar os frutos a partir da base do mesmo. II.3. Outros insetos associados ao abacaxizeiro: Pragas Ordem: Família Característica Injúrias Broca-do-colo (Paradiophorus crenatus) Coleoptera: Curculionidae Besouro preto brilhante de até 25 mm de comprimento e com profundos sulcos nos élitros; Galerias na região do coleto da planta, podendo seccionar a planta; Percevejo (Lybindus dichorus) Heteroptera: Coreidae Cabeça vermelha escura. Pronoto preto, com margens avermelhadas e asas pretas e pernas vermelhas; Sucção de seiva no talo, afetando a inflorescência pelo murchamento; Lagarta-das- folhas (Monodes agrotina) Lepidoptera: Noctuidae Mariposas com asas anteriores marron-escura e uma faixa clara nos bordos. Lagartas pretas. Recortam as folhas pelos bordos, deixando-as com limbo irregular. III. ESTRATÉGIAS E TÁTICAS DE MANEJO E CONTROLE III.1. Controle cultural a. Coleta e destruição de lagartas ou plantas atacadas (broca); b. Destruição dos restos culturais logo após a colheita (todas as pragas); c. Plantio de mudas sadia e uniforme (florescimento homogêneo) e de variedade menos suscetível à doenças; d. Limpeza da base da planta e destruição de ninhos de formigas lava-pé (favorece o controle biológico da cochonilha); e. Controle de plantas daninhas; f. Poderá optar-se por plantio em fileira simples para facilitar os tratos culturais - limpeza da base da planta e coleta de lagartas da broca gigante. III.2. Controle biológico a. Uso de Bacillus thuringiensis para controle de broca do fruto, com pulverizações desde o florescimento; b. C.B. Natural da cochonilha por formigas, joaninhas (Scymnus sp.) e outros predadores, além de parasitóides como Anagyrus coccidivorus, Anastatus ananastis. Moscas Tachinidae parasitóides da broca-do-fruto e broca gigante. 123 III.3. Resistência de plantas a. Optar pelo plantio da variedade Pérola, em áreas com ataque de cochonilha (mais tolerante a murcha), que a variedade “Smooth Cayenne”. III.4. Controle químico a. Deve ser direcionado para o local de ataque da praga alvo; b. Uso de produtos sistêmicos para a cochonilha na época das chuvas (aldicarb - recomendado pela pesquisa, mas não registrado no Ministério da Agricultura); c. Os produtos Diazinon, Dimetoato, também, são recomendados para a cochonilha, porém não são registrados; Alguns produtos recomendados para o controle de pragas do abacaxizeiro. Nome Técnico Nome Comercial Carência (dias) Classe Toxicológica Grupo Químico Pragas carbaryl Agrivin 850 PM Carbaryl 480 SC Sevin 480 SC 7 II CB broca-do-fruto e broca-do-colo parathion methyl Bravik 600 CE 15 I F broca-do-fruto B. thuringiensis Dipel PM - IV IB broca-do-fruto triclorfon Dipterex 500 7 II F broca-do-fruto e broca-do-colo ethion Ethion 500 15 I F broca-do-fruto e ácaro (TM) paration metil Folidol 600 15 I F broca-do-fruto e do colo, formiga e cochonilha fenitrothion Sumithion 400 14 II F percevejo e broca- do-fruto CB = carbamato; F = fosforado; IB = biológico; TM = tratamento de mudas; Literatura recomendada: Cunha, G.A.P., et al. A cultura do abacaxi: práticas de cultivo. Cruz das Almas: EMBRAPA-CNPMF, 1989. 22p. (Circular Técnica, 1). Gallo, D. et al. Manual de entomologia agrícola. 3a ed., Piracicaba: Fealq, 2002. 920p. Sanches, N.F. Entomofauna do abacaxizeiro no Brasil. Cruz das Almas: EMBRPA-CNPMF, 1981. 73p. (Documentos, 10). Silva, R. B.Q. Aspéctos biológicos, danos e controle através de fungos entomógenos da broca do talo do abacaxizeiro Castnia icarus (Cramer, 1775) (Lepiodoptera: Castniidae) em Pernambuco. Recife: UFRPE, 1995. 88p. (Tese de Mestrado). 124 MIP DA ACEROLEIRA I. PRAGAS CHAVE - I.1. Pulgões, Aphis citricidus (Homoptera: Aphididae) Toxoptera citricidus Homoptera: Aphididae) Aphis spiraecola (Homoptera: Aphididae) Características: Os pulgões podem ser encontrados nas folhas, brotos e pedúnculo dos frutos. As colônias são formadas por ninfas (forma áptera) que desenvolvem em três ínstares e por adultos (alados), com principal função de dispersão, quando em alta população. A coloração desses insetos podem variar de amarelo-claro, verde-escuro e até preto (Toxoptera) Injúrias - decorrente a sucção de seiva das partes tenras das plantas, principalmente, ponteiros, estas tornam-se encarquilhadas. Indiretamente pela seiva liberada nas partes infestadas, propiciará o desenvolvimento de fumagina. I.2. Cochonilhas: Orthezia praelonga (Homoptera: Orthezidae) Coccus viridis (Homoptera: Coccidae) Coccus hesperidium (Homoptera: Coccidae) O. praelonga - são providas de placas céreas, simetricamente dispostas sobre o corpo, constituindo na parte posterior um saco céreo, semelhante a uma cauda (“ovissaco”), contendo ovos e ninfas de 1o ínstar, as vezes voltado para cima. Tanto as fêmeas como as ninfas podem mover-se sobre a planta; C. viridis - são de formato oval e achatado. Coloração esverdeada. Alojam ao longo da nervura principal da folha e ponteiros. Normalmente atraem formigas devido a presença de seiva liberada; C. hesperidium - também de formato oval e predomina a colaração de marrom-claro, quando jovem e tornando-se marrom-escuro. Injúrias - diretamente pela sucção de seiva das partes infestadas, estas tornam-se encarquilhadas e, indiretamente, pela seiva liberada propicia o desenvolvimento de fumagina. As plantas infestadas e sem controle, podem definhar e até morrer. Frutos atacadas perdem o valor comercial. II. PRAGAS SECUNDÁRIAS II.1. Moscas-das-frutas, Ceratitis capitata (Diptera: Tephritidae) 125 Características (Ver MIP citros): Ovos - oviposição dentro do fruto (mesocarpo), em número de 1 a 10 ovos; alongado, fusiforme e de coloração branca; Larvas - ápodas, branco-amarelada, desenvolvem-se internamente ao fruto, atingindo até 8 mm de comprimento; Pupas - preste a empupar, as larvas deixam-se cair ao solo, onde forma a pupa; Adultos - 4-5 mm de comprimento, coloração predominante amarela. Tórax na face superior preto, com desenhos simétricos branco. O abdome é amarelo com listras transversais acinzentadas. As asas são de uma transparência rosada com listras amareladas sombreadas; Injúrias - as larvas destroem a polpa dos frutos, tornando-os impróprio para consumo “in natura” ou industrialização e que de frutos. Infestam frutos maduros e verdes. II.2. Percevejos: Crinocerus sanctus (Heteroptera: Coreidae) Leptoglossus stigma (Heteroptera: Coreidae) Características (Ver figuras MIP Feijoeiro e Citros): C. sanctus - adulto de coloração amarelo-alaranjada, ± 15 mm de comprimento. Pernas posteriores com fêmur volumoso, possuindo espinhos pretos. A fêmea deposita grupo de ovos de coloração marrom- dourado, nas folhas e brotações; L. stigma - adulto de coloração marrom-escuro, ± 20 mm de comprimento. Hemiélitro com uma linha amarela transversal em zigue-zague. Tíbias posteriores com uma expansão laminar, semelhante à folha e com uma mancha na parte interna. Ovos esverdeados e ninfas gregárias nos primeiros ínstares. Injúrias - deformações dos frutos com pontuações salientes decorrente das picadas. II.3. Formigas cortadeiras: Atta spp. e Acromyrmex spp. (Hymenoptera: Formicidae) Características: Ver Pragas Gerais Injúrias - desfolha de mudas e plantas adultas, apresentando maior problema na fase de implantação de áreas recém cultivadas. 126 II.4. Abelha cachorro ou Irapuá: Trigona spinips (Hymenoptera: Apidae) Características: Adultos preto e asas transparentes, sem ferrão e enrola-se no cabelo quando em contato com o homem. Contrói ninhos em árvores nas áreas adjacentes. Injúrias - Cortam os bordos das folhas dos ponteiros, destrói flores e frutos novos, além das brotações novas. II.5. Cigarrinha: Aethalion reticulatum (Homoptera: Aethalionidae) Características (Ver MIP mangueira): Coloração marrom-ferrugínea, com as nervuras das asas verdes e salientes com 8 a 10 mm. Deposita massa de ovos em ramos e pedúnculos dos frutos, cobertos por secreção. Injúrias - Decorrente a sucção de seiva, pode provocar redução do desenvolvimento do ramo e frutos e, até ocasionar a sua queda, além favorecer o desenvolvimento e disseminação da fumagina. III. ESTRATÉGIAS E TÁTICAS DE MANEJO E CONTROLE Talvez pela sua recente exploração econômica, pouco se sabe sobre as perdas e táticas para o manejo de pragas na cultura da acerola bem como, a inexistência de agrotóxicos registrado para uso na cultura. Por ser cultivo perene, isto “facilitará” à adoção de medidas integradas para à redução populacional das pragas. Assim, será relacionado algumas medidas já estudas e em estudos passível de utilização. III.1. Amostragem Vistorias periódicas no pomar, demarcando plantas ou áreas com infestação de pulgões e cochonilhas e formigueiros. Uso de armadilhas caça-moscas, contendo isca atrativa como melaço (7%) ou outro atraente alimentar. E realizada durante o período de safra, adotando-se o controle quando constatar os primeiros adultos. III.2. Controle cultural a. Plantio de mudas sadias e de procedência; b. Uso de quebra ventos; c. Plantio inicial consorciado com mamão, banana, maracujá, etc. para minimizar os custos e favorecer a diversidade local; 127 d. Poda e destruição de ramos com alta incidência de cochonilhas e fumagina; e. Uso de cobertura verde na rua; manejo de plantas invasoras com roçadeiras; adubação química equilibrada; f. Catação e destruição de frutos caidos; g. Destruição de ninhos da abelha “cachorro”; h. Evitar plantas cultivadas ou invasoras que sejam hospedeiras das pragas da acerola. III.3. Controle biológico O controle biológico natural realizado por joaninhas, bicho lixeiro e outros predadores constituem-se importante fator de mortalidade de pulgões e cochonilhas, o que deve ser preservado. III.4. Controle químico a. Pulverização seletiva para moscas-das-frutas por benzedura, empregando atrativo alimentar; b. Dar preferência para pulverização após a poda, com óleos minerais emulsionáveis a 1% a tarde; c. Inseticidas fosforado como o Diazinon tem mostrado eficiência no controle de pulgões e cochonilhas da acerola, embora não seja registrado; d. A utilização de produtos sistêmicos na modalidade de aplicação via tronco, mostra boas perspectivas para o controle das pragas chaves da acerola; Alternativo para cochonilhas e pulgões Calda de fumo (100 L de H2O; 100 a 200 g de soda cáustica; 1 a 2 L de nicotina a 10%; 200 a 300 g de sabão branco), recomendado para pulgões, ou o preparado de fumo (200 g de fumo-de-rolo em 1,0 L de álcool por 24 h), 200 g de sabão de coco e 200 ml de querosene em 20 L de água. Dissolva o sabão em ”banho-maria”, adicione o querosene e, posteriormente, no pulverizador, adicione 500 mL do extrato de fumo. Literatura recomendada: Araújo, P.S.R. & K. Minami. Acerola. Campinas: Fundação Cargil, 1994. 81p. Gonzaga Neto, L. & J.M. Soares. Acerola para exportação: aspéctos técnicos para produção. Brasília: EMBRAPA, 1994. 43p (Série FRUPEX). Braga Sobrinho, R. et al. Pragas da aceroleira, p.33-40. In: Braga Sobrinho, R.; J.E. Cardoso & F.C.O. Freire. Pragas de fruteiras tropicais de importância agroindustrial. Brasília: EMBRAPA, 1998. 209p. 128 MIP DA BANANEIRA I. PRAGAS CHAVE - I.1. Moleque-da-bananeira: Cosmopolites sordidus (Coleoptera: Curculionidae) Características: Ovos - brancos e de forma elíptica. São depositados em orifícios feitos pelas fêmeas no ponto de inserção da baínha das folhas e rizoma (incubação, 4 a 14 dias); Larvas - brancas e ápodas com cápsula cefálica e peças bucais marrom. Vivem nas galerias confeccionadas nos rizomas (desenvolvimento, 12 a 29 dias); Pupas - amareladas e livres. A pupação ocorre em galerias no rizoma, próximo à superfície externa (5 a 10 dias); Adultos - coloração preta, élitros estriados longitudinalmente, rostro semelhante a um “bico”; JB Torres sanduiche Telha JB Torres sanduiche Telha Embrapa Metamasius Cosmopolites JB Torres Larva JB Torres sanduiche Telha JB Torres sanduiche Telha Embrapa Metamasius Cosmopolites JB Torres Larva Injúrias - galerias abertas pelas larvas no rizoma e partes inferiores do pseudocaule. Esta abertura funciona como entrada para o agente causal do “mal do Panamá”. Devido à abertura de galerias, ocorre o amarelecimento das folhas, queda na produção (cerca de 30% no Brasil) e, tombamento das plantas devido a ação do vento e peso dos cachos. II. PRAGAS SECUNDÁRIAS II.1. Falso moleque: Metamasius spp. (Coleoptera: Curculionidae) Características: Ovos - são depositados no pseudocaule ou, sob tecidos em fase de decomposição, em um orifício feito pela fêmea; Larva - branca e ápoda. Ataca a base do pseudocaule, onde abrem galerias; Pupas - branco amarelado, protegida numa câmara formada de fibras do vegetal, onde foram abertas as galerias; Adulto - marron-escuro a preto com manchas marron-alaranjadas no protórax e élitros; 129 Injúrias - abertura de galerias na base do pseudocaule, seu ataque ocorre mais no final do ciclo. II.2. Tripes: Caliothrips bicinctus (Thysanoptera: Thripidae) Características: Ovos - são depositados sobre frutos jovens e cobertos por uma secreção que adquire cor escura; Ninfas - coloração amarelada; Adultos - escuros , vivem nas inflorescências, entre as brácteas do “coração” e frutos; Injúrias - sucção de seiva, provocando depreciação dos frutos que tornam- se manchados (“ferrugem dos frutos”). II.3. Traça-da-bananeira: Opogona sacchari (Lepidoptera: Oinophilidae) Características: Ovos - brancos, depositados na banana e, em outras partes da planta; Lagartas - coloração branco sujo a amarelado, com aspecto do trato digestivo verde devido sua alimentação; Pupas - ocorre na própria planta, junto as galerias construídas pelas lagartas; Adultos - pequena mariposa de ± 25 mm de envergadura, de coloração castanho amarelado para a asa anterior, sendo mais clara na posterior. Ciclo 49 a 55 dias; Injúrias - as lagartas atacam bananas verdes, principalmente pelas extremidades, onde abrem galerias e penetram na polpa, causando seu apodrecimento, quando em alta infestação. Em baixa infestação, são encontradas, normalmente, no pseudocaule. II.4. Lagartas desfolhadoras: Caligo illioneus (Lepidoptera: Brassolidae) Opsiphanes invirae (Lepidoptera: Brassolidae) C. illioneus - borboleta grande de 120 a 140 mm de envergadura (fêmeas) e de coloração azul. Na face inferior das asas posteriores, apresentam dois olhos pretos com halos brancos. Apresenta hábito diurno e deposita seus ovos nas folhas das bananeiras. As lagartas são de coloração parda, possui oito apêndices na cápsula cefálica e dois na extremidade do 130 abdome e, quatro espinhos no dorso do abdome. A crisálida ocorre na própria planta. Ciclo de ± 120 dias; O. invirae - adultos de coloração marrom de 70 a 80 mm de envergadura. Possui uma faixa amarela transversal no terço apical das asas anteriores e duas manchas brancas no ápice. Lagartas verdes e, também, com oito apêndices na cápsula cefálica, porém sendo quatro maiores e quatro menores e, não apresenta espinho no dorso do abdome. Ciclo ± 80 dias; Injúrias - destruição do limbo foliar, a partir dos bordos, deixando apenas a nervura central. II.5. Abelha cachorro ou irapuá: Trigona spinepes (Hymenoptera: Apidae) Características: Adulto preto e asas transparentes, sem ferrão e enrrola-se no cabelo. Constrói o ninho em árvores e arbustos nas áreas adjacentes; JB Torres Injúrias - ataca as inflorescências e cachos, à procura de resina, quando causa lesões irregulares, depreciando o valor do fruto. III. ESTRATÉGIAS E TÁTICAS DE MANEJO E CONTROLE III.1. Amostragem Moleque-da-bananeira: uso de iscas confeccionadas com pedaços do pseudocaule, as quais podem ser do tipo sanduíche, 5 cm de espessura (colocada sobre a base do pseudocaule) e, do tipo telha, 50 cm de comprimento (colocado entre as mudas) ou tipo queijo (dois círculos de pseudocaule). Usa-se 20 iscas/ha, renovadas a cada 15 e 20 dias NC = 2 adultos/isca/semana NC = 5 adultos/iscas/mês Em relação aos desfolhadores, a planta de banana suporta até 20% de desfolha, sem redução de peso dos frutos. Calligo illioneus → NC = 1,5 lagartas/planta Opsiphanes invirae → NC = 3 lagartas/planta III.2. Controle cultural 131 a. Seleção de mudas isentas do ataque do moleque e falso moleque; b. Limpeza das mudas (raízes, bainhas), eliminando os ovos; c. Desbaste, deixando três plantas/cova (moleque e falso moleque); d. Eliminação do “coração”, após a formação do cacho (tripes); e. Evitar deixar mudas por longo período no bananal, pois poderão ser reinfestadas; f. Quebra vento, evitando fendilhamento das folhas e tombamento de plantas. III.3. Controle comportamental, químico ou biológico a. Pedaços do pseudocaule da bananeira de 50 cm, partido ao meio, pulverizado com calda inseticida ou Beauveria bassiana, na parte cortada e virada para baixo; b. Uso de isca tipo queijo, sanduíche ou telha (150 iscas/ha), contendo inseticida químico ou biológico. III.4. Resistência de plantas a. Variedades mais suscetíveis ao moleque: maçã, terra, São Domingos e ouro; b. Variedades mais resistentes ao moleque: nanica e nanicão. III.5. Controle biológico a. C.B. aplicado com uso de fungos entomopatogênicos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae nas iscas para controle do moleque e falso moleque; b. C.B. natural realizado por besouros Histeridae. Percevejo predador, Alcaeorrhynchus grandis predam lagartas de Calligo e moscas Tachinidae e Sarcophagidae, parasitam suas pupas. III.6. Controle químico a. Tratamento de mudas com calda inseticida (água + inseticida sistêmico durante cinco minutos); b. Aplicação de inseticida granulado sistêmico na cova aos 30 dias e 6 meses após plantio; c. Aplicação de inseticida granulado sistêmico no orifício aberto pela “lurdinha” na ocasião do desbaste ou, em cobertura (20-30 cm da planta) quando o solo estiver úmido; d. Pulverizações nos frutos para o tripes. 132 Alguns inseticidas recomendados para o controle de pragas da bananeira: Produto Dosagens Carência (dias) Grupo Químico OBS. I.Moleque Aldicarb: Temik 150 G Carbofuran: Diafuran 50 G Furadan 350 SC Counter 50 G 15-20 g/cova 2 g/isca 3-5 g/isca 400 ml/100L água 40-60 g/cova 21 90 90 03 Carbamato Carbamato Fosforado .Isca tipo telha com 500 m2/isca; .Isca tipo queijo; .Imersão de mudas tipo chifrinho por 15 seg. II. Tripes carbaryl: Sevin 75 P 10-15 Kg/ha 14 Carbamato III. Traça triclorfon: Dipterex 500 SC carbaryl: Carbaryl F SC 0,3 L/100 L água 800-1000 L calda/ha 7 Organofosforado Literatura recomendada: Gallo, D. et al. Manual de entomologia agrícola. 3a ed., Piracicaba: Fealq, 2002. 920p. Mesquita, A.L.M. Pragas da bananeira, importância e meio de controle. Cruz das Almas: EMBRAPA-CNPMF, 1984. 11p. Ostmark, H.E. Banano, p. 445-456. In: Andrews, K.L. & J.R. Quezada. Manejo integrado de plagas insectiles en la agricultura, El Zamorano: Escuela Agrícola Panamericana, 1989. 623p. Reis, P.R. & J.C. Souza. Principais pragas da bananeira. Informe Agropecuário, 12: 45-50. 1986. 133 MIP DOS CÍTROS I. PRAGAS CHAVE - I.1. Ácaro-da-leprose: Brevipalpus phoenices (Acari: Tenuipalpidae) Características: São ácaros avermelhados com manchas escuras e corpo achatado (plano). Ocorrem com maior freqüência no período de baixa precipitação. Os ovos são vermelhos e oval. As larvas apresentam 3 pares de pernas e adultos 4 pares. Preferem frutos com verrugose, pois as lesões conferem abrigo e proteção ao ácaro. Ciclo ± 18 dias; UFRGS ORSTJB Torres Leprose Sintoma inicial Sintoma avançado Leprose Sintoma folha UFRGS ORSTJB Torres Leprose Sintoma inicial Sintoma avançado Leprose Sintoma folha Injúrias - causam injúrias em folhas, ramos e frutos, acarretando manchas escuras com halo amarelado, sintoma conhecido como leprose dos citros, devido a inoculação de vírus. As folhas e frutos atacados caem e os ramos apresentam rachaduras e morrem; I.2. Ácaro-da-falsa-ferrugem: Phyllocoptruta oleivora (Acari: Eriophyidae) Características: São ácaros alongados de coloração amarelo-escura, aspecto vermiforme, com 2 pares de pernas (exceção a maioria dos ácaros), de 0,15 mm de comprimento. Invisíveis a olho nú. São encontrados com facilidade nas faces superior e inferior das folhas, ramos e frutos. Apresentam especificidade hospedeira, porém atacam todas as variedades cítricas e, encontra-se distribuído em todas as regiões citrícolas do mundo. Ciclo de 7 a 10 dias (verão) e de 14 a 15 dias (inverno); Texas A&M Univ U.F. FFTCTexas A&M Univ U.F. FFTC 134 Injúrias - podem causar injúrias em folhas, ramos e frutos novos. Nas folhas provocam a “mancha de graxa” (manchas na epiderme foliar, semelhante à mancha de graxa sobre papel). Os frutos tornam-se de coloração “ferruginosa” devido à morte de células da epiderme e extravasamento do suco celular. Os frutos de lima, limão, etc., ficam com coloração prateada. Os prejuízos (qualitativos) são consideráveis quando os frutos destinam-se a consumo “in natura”. I.3. Moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae): Mosca-do-mediterrâneo:Ceratitis capitata Mosca-sul-americana: Anastrepha spp. Características: Ovos - oviposição dentro do fruto (mesocarpo), em número de 1 a 10 ovos; alongado, fusiforme e de coloração branca; Larvas - ápodas, branco-amarelada, desenvolvem-se internamente ao fruto, atingindo até 8 mm de comprimento; Pupas - preste a empupar, as larvas deixam-se cair ao solo, onde forma a pupa; Adultos - C. capitata: 4-5 mm de comprimento, coloração predominante amarela. Tórax na face superior preto, com desenhos simétricos branco. O abdome é amarelo com listras transversais acinzentadas. As asas são de uma transparência rosada com listras amareladas sombreadas; Anastrepha: 6,5 mm de comprimento, coloração geral amarela, com uma mancha amarela, em forma de “S” que vai da base a extremidade da asa anterior. No bordo posterior há outra mancha da mesma cor e em forma de “V” invertido, sendo as duas manchas sombreadas de preto; J. Lotz J. Lotz Ceratitis USDA Anastrepha FundecitrusJ. Lotz J. Lotz Ceratitis USDA Anastrepha Fundecitrus Injúrias - as larvas danificam a polpa dos frutos, os quais apresentam um orifício no centro de uma mancha em apodrecimento de consistência mole. Posteriormente, ocorre a queda do fruto. As moscas Ceratitis, apresentam o ovipositor mais curto, ovipositando em frutos de estágio de maturação mais avançado, sendo que Anastrepha ataca frutos verdolengos e maduros; 135 Observações: após à cópula, as fêmeas possuem um período de pré- oviposição, quando são ávidas a produtos energéticos. Época ideal para fazer uso de iscas tóxicas e “benzedura” com melaço e inseticidas, para o controle. II. PRAGAS SECUNDÁRIAS II.1. Cochonilhas: Ortézia, Orthezia praelonga (Homoptera: Orthezidae) Pardinha, Selenaspidus articulatus (Homoptera: Diaspididae) Parlatoria, Parlatoria cinerea (Homoptera: Diaspididae) Cochonilha-escama-farinha, Unaspis citri (Homoptera: Diaspididae) Características: O. praelonga (desprovida de carapaça) - são providas de placas céreas, simetricamente dispostas sobre o corpo, constituindo na parte posterior um saco céreo, semelhante a uma cauda (“ovissaco”), contendo ovos e ninfas de 1o ínstar, as vezes voltado para cima. Tanto as fêmeas como as ninfas podem mover-se sobre a planta; OrtheziaFarinhentas JB Torres Fumagina em folha e fruto JB Torres JB Torres JB Torres JB Torres OrtheziaFarinhentas Fumagina em folha e fruto ♀ ♂Orthezia Cycloneda predando Orthezia Fotos: JB Torres OrtheziaFarinhentas JB Torres Fumagina em folha e fruto JB Torres JB Torres JB Torres JB Torres OrtheziaFarinhentas Fumagina em folha e fruto ♀ ♂Orthezia Cycloneda predando Orthezia Fotos: JB Torres S. articulatus (provida de carapaça) - após a eclosão, as ninfas locomovem- se sobre as plantas, ramos e frutos. A cada ecdise as pernas atrofiam, tornando-se fixa sobre a planta, sugando seiva. Após a ecdise o tegumento permanece sobre o corpo, sendo fixo ao novo tegumento, formando um escudo (carapaça). Abaixo da carapaça as fêmeas depositam seus ovos, de onde eclodem as ninfas móveis; P. cinerea (provida de carapaça) - localiza-se nas hastes mais grossas, no tronco e nas raízes. A carapaça da fêmea é ovalada e de coloração 136 violeta (quando viva). A ninfa no 1o ínstar, é móvel. O macho adulto é alado; P. aspidistrae (provida de carapaça) - tem preferência por troncos, hastes e folhas. Os machos formam aglomerações, nas partes atacadas, como se as plantas tivessem sido pulverizadas de branco; Injúrias - Sucção de seiva, frutos de aspécto deformado, presença de fumagina, definhamento das plantas, etc. II.2. Coleobrocas: Diploschema rotundicolle (Coleoptera: Cerambycidae) Macrocophora accentifer (Coleoptera: Cerambycidae) Trachyderes thoracicus (Coleoptera: Cerambycidae) Cratosomus reidii (Coleoptera: Curculionidae) Características: D. rotundicolle - larva ápoda (± 60 mm de comprimento quando desenvolvida), branco amarelada, presença de “espinhos” no último segmento abdominal. Besouro de coloração marrom escura. Deposita os ovos nas junções dos ramos finos, após a eclosão, as larvas abrem galerias longitudinais em direção ao tronco. Serragem na forma de pó; T. thoracicus - larvas semelhante a anterior, porém um pouco menor. Adulto de coloração verde. Localização das galerias e serragem semelhante a anterior; M. accentifer - larva ápoda (± 40 mm de comprimento quando desenvolvida), branco-amarelada, com cápsula cefálica marrom. Adulto de coloração cinza, tendo em cada élitro duas manchas escuras. Ataca a base do tronco, abrindo galerias sub-cortical. Serragem em forma de gravetos; C. reidii - adultos de coloração preta com faixas amareladas no tórax e nos élitros. Ataca a base do tronco com serragem em forma de pelotas; Injúrias - fazem galerias nos ramos e troncos, podendo destruir parcialmente ou totalmente a planta. Os ramos atacados, inicialmente murcham com queda dos frutos, secando posteriormente. 137 II.3. Cigarrinhas: Dilobopterus costalimai, Acrogonia terminalis e Oncometobia facialis (Homoptera: Cicadellidae) Características: D. costalimai - é a mais abundante do grupo, mede ± 8 mm de comprimento. Possui corpo e pernas amarelo-alaranjada, com linhas escuras na cabeça. Asas escuras com nervuras claras e parte terminal castanha. Postura ao longo da nervura central de folhas novas e tenras, sem camada de cera. Ninfas amareladas e, no último ínstar com contornos escuros, desenvolvem-se em ± 65 dias, passando por cinco ínstares; Oncometobia Acrogonia Dilobopterus Fotos: Fundecitrus Oncometobia Acrogonia Dilobopterus Fotos: Fundecitrus A. terminalis - mede ± 9 mm, cabeça alongada e voltada para cima, preta com pontos branco na face superior. Parte ventral e pernas amarelas e asas marrom com nervuras de tom verde-claro. Postura depositadas sobre folhas maduras, sendo os ovos alongados, depositados em mais de uma camada e cobertos por cera. As ninfas, após eclosão, são brancas com faixas escuras, tonando-se posteriormente, esverdeadas. Fêmeas em oviposição, apresentam uma bolsa de cera branca sobre a asa anterior, que é utilizada para cobrir os ovos com o auxílio do último par de pernas; O. facialis - mede ± 11 mm, sendo a maior das três e menos comum. Coloração das asas marrom com manchas douradas e parte terminal transparente. Apresenta corpo e pernas arroxeada a violeta. Mancha escura na parte inferior da cabeça (fronte). Preferem ramos, porém não lenhosos. Semelhante a A. terminalis, apresentam bolsa de cera, que servirá para cobrir os ovos, que são depositados na face inferior das folhas em única camada. A fase de ninfa se dá ± 76 dias; Injúrias - sucção de seiva a uma taxa de 2 mL/h. Atacam folhas e ramos novos, entretanto, a injúria maior se dá por transmitir a bactéria Xylella 138 fastidiosa que causa a clorose variegada dos citros (CVC) ou “amarelinho” dos citros. II.4. Bicho-minador: Phyllocnistis citrella (Lepidoptera: Gracillariidae) Características: Ovos - são depositados, preferencialmente, na face inferior das folhas novas; Lagartas - após a eclosão, as lagartas penetram rapidamente no tecido foliar, construindo as minas, onde permanecerão por todo o ciclo, ocorrendo em ambas faces das folhas, em alta infestação, porém preferem a face superior da folha. Desenvolve-se em três ínstares; Bayer Bayer Bayer JB Torres Phyllocnistis Bayer Bayer Bayer JB Torres Phyllocnistis Pupas - ocorre dentro da mina, na margem da folha em uma porção enrolada desta. Apresenta coloração marrom clara; Adultos - microlepidóptero com envergadura da asa de ± 4 mm. Coloração branca e prata-brilhante, com inúmeras manchas pretas e marrom nas asas e uma mancha preta bem definida na região apical da asa anterior. Ciclo ovo adulto de 11 a 33 dias. Injúrias - redução da área foliar causado pela confecção de minas, em consequência do ataque, as folhas enrolam-se. Como o ataque concentra-se nas folhas novas, reduz o desenvolvimento das mudas e brotações, além de facilitar o estabelecimento e disseminação da bactéria do cancro cítrico. II.4. Outros insetos associados aos citros Pragas Ordem: Família Característica Injúria Abelha cachorro ou irapuá (Trigona spinips) Hymenoptera: Apidae Adulto preto e asas transparentes, sem ferrão e enrola-se no cabelo. Constrói o ninho em áreas adjacentes; Os adultos destroem folhas, brotos novos e flores; Bicho furão (Ecdytolopha aurantiana) Lepidoptera: Tortricidae Adulto marrom-acinzentado com uma mancha mais clara na asa anterior; As lagartas broqueiam os frutos, destruindo a polpa. Deixa serragem no orifício. Ataca frutos verdes e maduros e a parte lesionada é dura e, apresenta uma lagarta por fruto; Pulgão preto (Toxoptera Homoptera: Aphididae De coloração preta, localiza-se preferencialmente nas partes Sucção de seiva e ocorrência de fumagina, 139 citricidus) novas e tenras da planta; retardando o crescimento da planta; Ácaro da gema (Eriophyes sheldoni) Provoca deformação nas brotações, havendo superbrotamento, encurtamento dos internódios, enrolamento das folhas e mumificação dos frutos; Percevejo-dos-frutos (Leptoglossus stigma) e (Leptoglossus gonagra) L. stigma - adulto marron-escuro, com hemiélitro apresentando uma linha amarela transversal em “zig-zag”. Tíbia posterior com expansão e uma mancha na parte interna. L. gonagra - expansão da tíbia estreita e uma linha amarela transversal no pronoto. Sugam os frutos, ainda verdes, deixando pontuações pretas e, posterior, apodrecimento e, consequentemente, sua queda; Cigarrinha-das-frutíferas Aethalion reticulatum Ver MIP Acerola Atta spp. e Acromyrmex Ver Pragas Gerais Fundecitrus Bicho furão LSU Bayer Fundecitrus Fundecitrus Pulgão Irapuá Leptoglossus Fundecitrus Bicho furão LSU Bayer Fundecitrus Fundecitrus Pulgão á Leptoglossus JB Torres Fundecitrus Bicho furão LSU Bayer Fundecitrus Fundecitrus Pulgão Irapuá Leptoglossus Fundecitrus Bicho furão LSU Bayer Fundecitrus Fundecitrus Pulgão á Leptoglossus JB Torres III. ESTRATÉGIAS E TÁTICAS DE MANEJO E CONTROLE III.1. Planejamento a. Dividir o pomar em quadras de 1.000 a 2.000 plantas, em função do espaçamento, topografia, etc. e, identificá-los por nome ou número; b. Inspecionar as pragas-chave, doenças e plantas invasoras; c. Inspeção de pelo menos 1% das plantas do talhão por uma pessoa treinada; d. Recomendações de controle por Engenheiro Agrônomo; e. Compra de mudas certificadas, sem ataque de cigarrinhas (CVC) e bicho-minador; f. Uso de barreira como armadilha de cor amarela, contendo cola adesiva nas bordas do pomar e viveiros; g. Produção de mudas em estufas plásticas; h. “Isolamento” do pomar e galpão de recepção com tratamento das caixas e caminhões, bem como uniformes apropriados para os trabalhadores; 140 i. Executar as adubações, controle de ervas daninhas e pragas e, demais atividades dentro do manejo integrado; III.2. Amostragem Amostragem das pragas e inimigos naturais (IN) das pragas dos citros e determinação do NC (Talhão ou gleba de 2.000 plantas) Pragas-chave a. Ácaro-da-leprose - amostrar com lente de 10X de aumento 3 frutos ou folhas por planta, em 2% das plantas do talhão; NC = 15% com 1 ou mais ácaros ou, 5% em talhões que houve infestação na safra anterior; NÑA = 1 ácaro predador (Phystoseiidae e Stigmaeidae) em mais de 50% das amostras; b. Ácaro-da-falsa-ferrugem - também, usar lente de 10X com a contagem de ácaros em 1cm2 de fruto. Amostrar 3 frutos/planta em 2% das plantas do talhão; NC = 10% dos frutos com 20 ácaros/cm2, para consumo “in natura”, e 30 ácaros/cm2 para frutos destinados à indústria; NÑA = 1 predador em mais de 50% das amostras ou 3 ácaros parasitados por fungos (Hirsutella); c. Moscas-das-frutas - uso de frasco caça-mosca com 1 frasco a cada 50 m na perifería do pomar; NC = 1 adulto, em média, por frasco; Pragas secundárias a. Parlatória - amostrar 10 plantas (raíz, troncos, ramos e frutos) e raspagem com canivete; NC = 2 cochonilhas/cm2; NÑA = 50 joaninhas ou 20 bichos lixeiro por tronco; b. Pardinha - amostrar 10 folhas por planta, nos focos; NC = 20 cochonilhas vivas por folha; NÑA = 20 predadores por planta ou 50% das cochonilhas parasitadas por fungo (Archersonia); c. Cigarrinhas - amostrar 1 a 2% das plantas do talhão com rede entomológica, cobrindo todo o ramo; NC = 1 cigarrinha, independente da espécie, em 10% das plantas (plantas com até cinco anos); d. Bicho minador - amostrar lagartas nas brotações; 0,74 lagarta por folha, já afeta o desenvolvimento das brotações. Ficha de amostragem sequêncial para ácaro-da-falsa-ferrugem e ácaro-da- leprose em citros com 90% e 80% de frutos não infestados. Amostrar no mínimo 40 plantas, dando preferência para frutos entre 1,5 cm de diâmetro e início da maturação (amarelecimento). Não existindo frutos, deve-se amostrar folhas. A amostra consititui de 3 frutos ou 6 folhas, localizados na periferia da copa, fazendo uma visada (lupa 10X) em cada face da folha ou na parte mediana do fruto. O caminhamento deve ser em espiral, iniciando na borda do pomar e caminhando 40 a 50 passos 141 entre os pontos de amostragem. Tomar decisão de controle quando o somatório cair abaixo do limite inferior (LI), não controlar quando cair acima do limite superior (LS). Se o valor for intermediário, continuar amostrando até o final da ficha. AMOSTRAGEM SEQÜÊNCIAL % de não-infestação Amos- Ácaro-da-falsa-ferrugem Ácaro-da-leprose tras 90% 80% 90% 80% No LI LS LI LS LI LS LI LS 01 T T 02 A A 03 B B 04 E E 05 L L 06 A A 07 ↓ ↓ 08 - - 09 - - 10 9 12 7 11 9 12 8 12 11 10 12 7 12 10 12 9 13 12 11 13 8 13 11 13 9 14 13 12 14 9 14 12 14 10 15 14 12 15 10 15 12 15 11 16 ≠ ≠ ≠ ≠ ≠ ≠ ≠ ≠ ≠ 30 28 30 23 28 27 30 26 30 31 29 31 24 29 28 31 26 31 32 29 32 25 30 29 32 27 32 33 30 33 26 31 30 33 28 32 34 31 34 27 31 31 34 20 33 35 28 32 30 34 36 29 33 31 35 37 29 34 32 36 38 30 35 33 37 39 31 36 34 38 40 35 39 41 35 40 42 36 41 43 37 41 44 38 42 45 39 43 OBS.: 0 = presença de ácaros; 1 = ausência de ácaros III.3. Controle cultural a. Uso de quebra-vento (controle de ácaros, cochonilhas, cigarrinhas, etc.), efetivo em campos e, especialmente, em viveiros; b. Catação e destruição de frutos ou colheita profilática (controle dos ácaros, mosca-das-frutas, bicho-furão); c. Catação e destruição de ramos com ataque de coleobrocas; 142 d. Planta-isca: plantio de “maria-preta” (Cordia verbenaceae) para atração de Cratosomus; e. Deixar plantas de mentrasto (Ageratum conizoides) no pomar. O pólen desta planta é alimento para ácaros predadores; f. Uso de cobertura verde na rua; herbicida na linha; manejo de plantas invasoras com roçadeiras; adubação química equilibrada; g. Poda de ramos com sintomas da CVC, na forquilha das plantas com mais de seis anos e, aquelas com menos de dois anos, recomenda-se a erradicação; h. Destruição da planta daninha “Cambará” (Lantana camara), hospedeira da cigarrinha O. facialis. III.4. Controle biológico a. Uso do fungo Metarhizium anisopliae injetado nos orifícios de coleobrocas, com bomba “formicidas”; b. Coleta de laranjas caídas e, deixá-las em uma caixa ou vala telada, o que permite a emergência e saída dos IN e não das pragas (moscas, bicho- furão, etc.); c. Controle biológico natural: joaninhas, parasitóides Aphytis ..., bicho lixeiro, vespas predadoras, etc.; III.5. Controle químico a. Para ácaros: • uso de acaricidas específicos; • rotação do grupo químico (repetir após 1 ano); • aplicação seletiva, apenas nas reboleiras e talhões com NC; b. Para mosca-das-frutas: • aplicação seletiva (misturar inseticida com melaço a 10% ou proteina hidrolizada de milho a 2%, ou ainda, açúcar a 5%. Aplicar 150 a 200 ml da mistura por planta, em “benzedura”, na periferia do pomar (primeiras 15 ruas), na face voltada para o nascente; c. Para cochonilha parlatória: • aplicação seletiva de aldicarb ou dissulfoton (granulados) no solo, ou calda sulfocálcica no tronco; • Pulverizações direcionadas aos ramos atacados; d. Para cochonilha pardinha: • aplicação de óleo mineral ou vegetal mais metade da dosagem de um inseticida fosforado; 143 • aplicação seletiva de aldicarb no solo, no verão; e. Para cochonilha orthezia: • aplicação de vomidothion; • aplicação de aldicarb no solo ou diazinon, piretróides ou dimetoato em subdosagens; f. Para coleobrocas: • aplicação de fosfina, em pasta a base de 1,0 cm/orifício e fechá-lo; g. Para cigarrinhas: • na produção dos cavalinhos; • na formação de mudas; • no pomar: efetuar pulverizações ou pincelamento do tronco com sistêmico quando no NC. Pomares com mais de cinco anos e com ataque de cigarrinhas, pulverizar uma faixa de 30 metros da borda nos talhões vizinhos, para evitar a migração. Evitar pulverizações em cobertura total para não afetar a população de inimigos naturais. ¾ Alguns produtos recomendados no MIP citros Praga Nome Técnico Nome Comercial Carência (dias) Classe Toxicológica Ácaro-da-leprose cyhexatin propargite dicofol hexythiazox enxofre Sipcatin Omite Kelthane Savey Thiovit Sandoz 30 7 14 30 1 III II II III IV Ácaro-da-falsa- ferrugem bromopropilato enxofre abamectin propargite lufenuron Neoron Kumulus ou Thiovit Vertimec 18 CE Omite Match CE 21 - - 7 21 III IV IV II IV Moscas-das-frutas diazinon triclorfon ethion fention Diazinon Dipterex Ethion Lebaycid 14 7 15 21 II II I II Parlatória Pardinha Orthezia Pulgão óleo mineral aldicarb vamidothion diazinon methidathion Triona Temik Dimetoato Diazinon 600 CE Supracid 400 CE - - 3 - 28 IV I I II II Bicho minador abamectin* imidacloprid* aldicarb* diflubenzuron* dimethoate* Vertimec Confidor Temik Alsystin Dimetoato GR - ? - - ? IV IV I IV I Coleobrocas fosfina Gastoxin pasta 4 I Cigarrinhas triazofós methidathion vamidothion fenpropathrin Hostathion 500 BR Supracid 400 CE Dimetoato CE Meothrin 300 CE 60 28 3 28 I II I I 144 acephate imidacloprid* Orthene 750 BR Confidor 100 AL ? ? III IV *Produtos não registrados para a cultura dos citros, mas alguns deles estão em fase de registro. Literatura recomendada: Consoli, F., R.A. Zucchi & J.R.S. Lopes. A lagarta minadora dos citros. Piracicaba: FEALQ, 1996. 39p. Franco, J.F. Uso de granulados sistêmicos no MIP citros, p.215-234. In: Fernandes, O.A., A.C.B. Correia & S.A. Bortoli. (Eds.). Manejo integrado de pragas e nematóides. v.2., Jaboticabal: FUNEP, 1992. 352p. Fundecitrus. Manual de convivência com a CVC. Araraquara: Fundecitrus, 1997. 15p. Fundecitrus. Manual técnico de identificação de cigarrinhas dos citros. Araraquara: Fundecitrus, 1997. 11p. Gallo, D. et al. Manual de entomologia agrícola. 3a ed., Piracicaba: Fealq, 2002. 920p. Gravena, S. Manejo integrado de pragas de citros a atualidade, p.107-126. In: Fernandes, O.A., A.C.B. Correia & S.A. Bortoli. (Eds.). Manejo integrado de pragas e nematóides. v.1., Jaboticabal: FUNEP, 1990. 352p. Nascimento, A.S. & J.S. Morgante. Táticas de manejo integrado de moscas-das-frutas em citros, p. 127-136. In: Fernandes, O.A., A.C.B. Correia & S.A. Bortoli. (Eds.). Manejo integrado de pragas e nematóides. v.1., Jaboticabal: FUNEP, 1992. 352p. Oliveria, C.A.L. Ácaros da ferrugem, branco e púrpureo dos citros, p. 185- 203. In: Fernandes, O.A., A.C.B. Correia & S.A. Bortoli. (Eds.). Manejo integrado de pragas e nematóides. v.2., Jaboticabal: FUNEP, 1992. 352p. Zucchi, R.A., Silveira Neto, S. & O. Nakano. Guia de identificação de pragas agrícolas. Piracicaba: FEALQ, 1993. 139p. 145 MIP DO COQUEIRO I. PRAGAS CHAVE - I.1. Broca-do-olho: Rhynchophorus palmarum (Coleoptera: Curculionidae) Características: Ovos - forma alongada e cor branco-amarelada, com superfície lisa. A fêmea deposita o ovo em um pequeno furo feito no tecido tenro da ráquis; Larvas - coloração branca e cápsula cefálica escura. Possui duas placas escura no protórax. Localizam-se em galerias na gema apical, mas também, no pecíolo das folhas novas e estipe mole, atingindo até 7 cm quando desenvolvida. Período larval de 24 a 41 dias; Pupas - A pupação se dá em um casulo feito de fibras da planta; Adultos - é um besouro preto de 3,5 a 5,0 cm de comprimento e com 8 sulcos nos élitros. Rostro reto, com os machos apresentando pilosidade na parte superior do rostro. Os adultos são atraídos pelo odor da fermentação de feridas nas plantas ou, plantas em senescência. Possui como hospedeiros alternativos: babaçu, cana-de-açúcar, carnaúba, dendezeiro e outros; JB Torres Rhinostomus Coraliomela Rhynchophorus Homalinotus Fotos: JB Torres JB Torres Rhinostomus Coraliomela Rhynchophorus Homalinotus Fotos: JB Torres Planta atacada por larva de Rhynchophorus Planta atacada por larva de Rhynchophorus Planta atacada por larva de Rhynchophorus Planta atacada por larva de Rhynchophorus Injúrias - com o ataque as folhas recém abertas ficam amareladas e parcialmente destruidas, assim como broto terminal, atacado, fermenta causando a morte da planta. Tanto adultos quanto as larvas danificam a planta. São responsáveis pela transmissão do nematóide Bursaphelenchus cocophylus, causador do anel vermelho. I.2. Broca-do-pendúnculo floral: Homalinotus coriaceus (Coleoptera: Curculionidae) Características: 146 Ovos - brancos e lisos, depositados no pedúnculo floral, em plantas em frutificação ou na baínha foliar; Larvas - larvas oriundas de ovos da baínha da folha, descem em direção ao tronco fazendo galerias de 5 a 10 cm de comprimento. Àquelas provenientes de ovos depositados no pedúnculo floral, abrem galerias, em direção a base do cacho onde forma a pupa, em um casulo feito com material da própria planta; Pupas - interna na base do cacho, envolta por um casulo de fibras; Adultos - besouro de hábito noturno, preto com o corpo recoberto de pequeninas escamas pardas, medindo de 2,5 a 3,0 cm de comprimento. Ciclo de 6 a 8 meses; Injúrias - a galeria aberta pelas larvas no pedúnculo floral impede a circulação de seiva e, consequente, queda parcial ou total de frutos. A partir de duas larvas por pedúnculo floral ocasiona a queda total dos frutos novos. Calcula-se um prejuízo de cerca de 15 milhões de cocos, na Bahia e 120 milhões, no Brasil. A produção com o ataque cai mais de 50%. I.3. Lagarta-do-coqueiro: Brassolis sophorae (Lepidoptera: Brassolidae) Características: Ovos - a borboleta durante a noite deposita os ovos em grupos de 100 a 300, nas folhas, às vezes, nos frutos e no estipe. São cilíndricos, inicialmente amarelados e, posteriormente, acinzentados (incubação, 20 a 25 dias); JB TorresEmbrapa JB Torres JB TorresEmbrapa JB Torres JB Torres JB TorresEmbrapa JB Torres JB TorresEmbrapa JB Torres JB Torres Lagartas - recém-eclodidas, alimentam-se do cório do ovo e, posteriormente, localizam-se nas dobras das folhas. Possui cápsula cefálica marron-clara com uma faixa fina marron-avermelhada; coloração marron- escura com quatro listras longitudinais esbranquiçadas. Esta fase dura de 60 a 100 dias. São gregárias e de hábito noturno. Constroem ninhos, juntando os folíolos, onde permanecem durante o dia, sendo que as fezes caem por meio de um orifício na parte inferior do ninho; Pupas - quando desenvolvidas, as lagartas abandonam a planta e procuram local, como ramos secos, paredes, etc., para formar a crisálida (18 a 20 dias); 147 Adultos - borboleta com 5 a 10 cm de envergadura. Asas anteriores e posteriores marrons, atravessadas por uma faixa alaranjada, sendo nas fêmeas mais largas e bifurcadas para o bordo superior na asa anterior; Injúrias - o consumo médio é de 9,7 cm2 de área foliar por noite. As plantas desfolhadas reduz o crescimento e, a redução na produção de coco pode chegar a 47%. Ataques sucessivos podem ocasionar a morte da planta. II. PRAGAS SECUNDÁRIAS II.1. Ácaro-da-gema: Aceria guerreronis (Acari: Eriophyidae) Características: Ácaros de coloração esbranquiçada, alongado e cilíndrico com dois pares de pernas. Localizam-se nos frutos, protegidos pelas brácteas ou na gema apical das plantas, principalmente das mudas. Quando observados a olho nu, a colônia apresenta-se como uma fina camada de pó branco. A disseminação se dá pelo vento e pelo homem. O ataque concentra nas mudas no período de verão; Injúrias - atacam os brotos, provocando a “necrose do olho do coqueiro”, o que causa atraso no desenvolvimento, ou até a morte da muda. O ataque na época da frutificação, causa necrose e fendilhamento da casca dos frutos, reduzindo a produção. I.2. Broca-do-estipe: Rhinostomus barbirostris (Coleoptera: Curculionidae) Características: Ovos - são brancos de forma esférica, depositados na parte endurecida do estipe; Larvas - após eclosão, penetra na estipe e forma uma galeria que se alarga e estende para o interior da mesma. Pode atingir 5 cm, porém dependerá da alimentação. Tem formato cilíndrico, com os quatro últimos segmentos abdominais atrofiados. O período larval é de 4 a 5 meses; Adultos - besouros de 1,5 a 5,0 cm de comprimento e possui o rostro de 0,5 a 0,7 cm, sendo o do macho coberto por pêlos avermelhados. Durante o dia fica escondido nas axilas foliares e a noite sai e caminha pelo estipe; Injúrias - o ataque é constatado pela presença de serragem nos orifícios das larvas, e o aparecimento de manchas longitudinais enegrecidas, provocadas pelo escorrimento da seiva e, ou aparecimento de resina no local atacado. As injúrias (orifícios), determina amarelecimento das folhas e, posterior queda e morte da planta e, a fermentação, atrai a broca-do- 148 olho. O coqueiro atacado, também, fica sensível a quebra pelo vento e a redução da produção pode ser de 70% ou até 100%. II.3. Traça-das-flores e frutos novos Atheloca subrufella (Lepidoptera: Phycitidae) Características: Ovos - são brancos quando depositados e tornando-se avermelhados prestes a eclosão. São achatados e depositados em grupos. Incubação ± 3 dias; Lagartas - após eclosão, localizam-se nas flores ou abaixo da bráctea dos frutos abrindo galerias produzindo excremento e serragem na superfície do fruto. São de coloração escura (“roxa”) e quando desenvolvidas atingem até 10 mm de comprimento, abandonam os frutos para formar um casulo e empupar. O desenvolvimento ocorre em 4 instares e, em média, 14 dias; Pupas – São formadas dentro do casulo tecido pelas larvas, são de coloração marrom clara e desenvolve em aproximadamente 10 dias. Adultos – são pequenas mariposas de coloração cinza medindo aproximadamente 10mm de envergadura, de hábito noturno e que pode depositar até 200 em 15 dias de longevidade; Injúrias – a alimentação da lagarta nas flores e frutos ocasiona aborto destas estruturas reprodutivas acarretando prejuízos diretos na produção. Casulo Pupa Postura Lagarta Adultos Fotos: JB Torres Casulo Pupa Postura Lagarta Adultos Fotos: JB Torres II.3. Outros insetos associados ao coqueiro: Pragas Ordem: Família Característica Habitat Injúria Broca-da-ráquis (Amerrhinus ynca) Coleoptera: Curculionidae Besouro amarelo com matiz acinzentado; Ráquis; Galeria na ráquis feito pelas larvas; Barata-do-coqueiro (Coraliomela brunnea) Coleoptera: Chrysomelidae Besouro avermelhado; listra preta no pronoto, élitros rugosos, antenas pretas e pernas pretas e vermelhas; Adultos nas folhas e larvas nas flechas; Perfurações das folhas novas e, consequente, redução do desenvolvimento; Cochonilha Homoptera: Pequena arredondada; Face inferior Amarelecimento 149 (Aspidiotus destructor) Diaspididae amarelo-alaranjado e coberta com escama serosa ± transparente; dos folíolos; das folhas e secamento. Fumagina; Cupins Atacam no viveiro, desenvolvimento inicial e, Nasutitermes sp., na germinação e plantas adultas; Gorgulho (Parisoschoenus obesulus) Desenvolve-se no interior das flores e pequenos frutos, em inúmeras galerias, provocando queda prematura dos frutos; III. ESTRATÉGIAS E TÁTICAS DE MANEJO E CONTROLE III.1. Amostragem Ainda, não é possível indicar NC e ND, a partir dos quais o controle químico devería ser recomendado, o controle deve ser direcionado somente as plantas atacadas e, logo, que é detectado o problema. Daí a importância da vigilância de todo o coqueiral, a cada dois meses, o que possibilita identificar o problema. III.2. Controle cultural, físico e mecânico a. Retirada de material em decomposição do plantio (estipes, madeira, etc.); b. Coleta de adultos e larvas das estipes, ráquis (curculionídeos e barata- do-coqueiro); c. Destruição dos ninhos de Brassolis por esmagamento ou fogo; d. Retirada e queima das folhas com a ráquis atacada e queimá-las; e. Limpeza da copa por ocasião da colheita e, destruir larvas, pupas e adultos presentes; f. Evitar ferimentos nas plantas (fermentação, atração de pragas); g. Por ocasião da limpeza, pode optar por pincelamento ou pulverização com inseticidas no local; h. Destruição das plantas com indícios de ataque de insetos ou doentes (morrendo), para evitar a colonização de pragas na área. Quando por ataque de insetos, pode-se adotar a tática de retirada da área e amontoá-las, dispondo iscas ao redor para a captura dos adultos das pragas emergidos, e ainda possibilita que inimigos naturais, também, completem o ciclo; i. Destruição de plantas hospedeiras (palmáceas) nas proximidades do pomar de coqueiro. III.3. Controle por comportamento a. Atrativos para alimentação (iscas atrativas com pedaços de estipes partidos em 6 a 8 partes de ± 80 cm de comprimento e, imerso em calda inseticida. Cobrir as iscas com folhas seca, para manter a umidade. A distância depende da infestação, mas a mínima distância é de 60 m. 150 Pode-se usar iscas não tratadas com inseticidas, então, efetuar revisão diária, pela manhã, para coleta e esmagamento dos insetos. Também, pode-se utilizar baldes contendo iscas (cana-de-açúcar amassadas), misturando com melaço e água (1:4), as quais devem ser vistoriadas a cada 15 dias para coleta dos insetos e renovação do material; b. Distribuição de iscas ao redor do pomar para monitorar a população. c. Uso do feromônio de agregação; d. Uso de plantas armadilhas (iscas). III.4. Controle biológico a. C.B. Natural - Microhimenópteros parasitóides da barata-do-coqueiro (Tetrastichus e Closterocerus) pode atingir 56% de parasitismo. Joaninhas como controle natural da cochonilha. Vários parasitóides de ovos (4 Hymenoptera), de lagarta (5 Diptera) e da crisálida (8 Hymenoptera) de B. sophorae; b. C.B. Aplicado - Pulverizações com Bacillus thuringiensis e Beauveria bassiana para controle de lagartas de B. sophorae; c. Associar retirada do engaço, para área adjacente e, permitir a emergência de IN. III.5. Controle químico Três fatores a considerar: ¾ Identificação correta da praga (local); ¾ Escolha do inseticida ou acaricida; ¾ Aplicação correta. .Broca-da-estipe - limpeza dos orifícios e aplicação inseticida e, posterior, pincelamento do ferimento; .Lagarta-do-coqueiro - triclorfon (0,20%), carbaryl (0,28%), na proporção de 2 L de calda /planta; .Ácaro-da-gema - uso de acaricidas específicos mais espalhante adesivo e/ou produtos sistêmicos para mudas. A indicação de inseticidas sistêmicos tem mostrado resultados contraditórios. Mesmo quando indicado, em especial, para coqueiro anão, não aplicar no período de frutificação. Literatura recomendada: CPATC, Recomendações técnicas para o cultivo do coqueiro. Aracajú: EMBRAPA, 1993. 151 Ferreira, J.M.S. 1987. Proteção fitossanitária do coqueiro III. Controle de pragas no campo. Aracajú: EMBRAPA-CNPCo. Gallo, D. et al. Manual de entomologia agrícola. 3a ed., Piracicaba: Fealq, 2002. 920p. Veiga, A.F.S.L. O controle do ácaro da necrose do coqueiro. Correio Agrícola, 1: 234-235. 1980. 152 MIP DA GOIABEIRA I. PRAGAS CHAVE - I.1. Mosca-das-frutas: Anastrepha fraterculus (Diptera: Tephritidae) Anastrepha obliqua (Diptera: Tephritidae) Características: Ovos - oviposição dentro do fruto (mesocarpo), em número de 1 a 10 ovos; alongado, fusiforme e de coloração branca; Larvas - ápodas, branco-amarelada, desenvolvem-se internamente ao fruto, atingindo até 8 mm de comprimento; Pupas - preste a empupar, as larvas deixam-se cair ao solo, onde forma a pupa; dultos - medem cerca de 6,5 mm de comprimento, coloração geral njúrias - a larva ao desenvolver na polpa do fruto, provocando seu .2. Gorgulho-da-goiaba Bayer BayerJB Torres Anastrepha Ceratitis A amarela, com uma mancha amarela, em forma de “S” que vai da base a extremidade da asa anterior. No bordo posterior há outra mancha da mesma cor e em forma de “V” invertido, sendo as duas manchas sombreadas de preto; I apodrecimento, o que torna-o impróprio para consumo in natura. : Conotrachelus psidii (Coleoptera: Curuculionidae) aracterísticas: dos em orifícios confeccionados pelas fêmeas nos frutos culioniforme, de coloração esbranquiçada e cápsula cefálica nece por 3 a 4 meses; oração I C Ovos - deposita ainda verde; Larvas - cur escura, medindo até 10 mm de comprimento; Pupas - a pupação ocorre no solo, onde perma Adultos - mede aproximadamente 6 mm de comprimento, col pardo-escuro, com rostro cilíndrico e alongado; 153 JB TorresJB Torres UGA2109088JB TorresJB Torres UGA2109088 Injúrias - morte do tecido no local da oviposição, deixando pontuações scuras com o desenvolvimento do fruto. A larva alimenta-se da semente, UNDÁRIAS esenvolvimento do fruto. A larva alimenta-se da semente, UNDÁRIAS e o que provoca escurecimento da parte interna atacada e, posterior, deterioração. Além disso, decorrente do ataque o fruto pode tornar-se “mumificado”. II. PRAGAS SEC o que provoca escurecimento da parte interna atacada e, posterior, deterioração. Além disso, decorrente do ataque o fruto pode tornar-se “mumificado”. II. PRAGAS SEC II.1. Broca-das-mirtáceasII.1. Broca-das-mirtáceas: Timocratica albella (Lepidoptera: Stenomatidae) agartas - coloração violeta com manchas na base das cerdas. no interior de galerias, logo abaixo a casa. Seus gadura. Coloração branca e região ventral, galerias em ramos e troncos, ocasionando seca do amos mais finos. Em ataques intensos nos troncos, comum em pomares Características: L Desenvolvem-se excrementos e serragem ficam presos por fios de sedas, formando uma proteção na entrada da galeria; Pupas - ocorrem na entrada da galeria, de cabeça para baixo; Adultos - 40 a 45 mm de enver levemente, amarelada; Injúrias - confecção de r velho e mau conduzidos, provoca a morte da planta. II.2. Psilídeo: Trizoida sp. (Homoptera: Psyllidae) Características: Ovos - coloração branco-pérola, alongado e com uma das extermidades o de pendúnculo para sua fixação. São depositados ao dos olvidas (29 a 35 afiladas e servind ramos, ponteiros e folhas novas (7 a 9 dias de incubação); Ninfas - coloração rósea, e coberta por secreção de cera esbranquiçada. Formato achatado, antenas curtas e pernas pouco desenv dias); 154 Adultos - coloração verde-amarelada a verde medindo em torno de 2 a 2,4 mm de comprimento. Os machos possuem a face dorsal do abdome e tórax preto. Injúrias - sucção de seiva e injeção de toxinas nas folhas, provocando o enrolamento dos bordos, onde encontra a colônia do inseto protegida por cerosidade esbranquiçada. As folhas infestadas tornam-se amareladas, quebradiças e com necrose, provocando sua queda. II.3. Outras pragas da goiabeira: Praga Ordem: Família Características Injúrias Besouro amarelo Costalimaita ferruginea vulgata Lefevre, 1985 Coleoptera: Chrysomelidae Corpo elíptico, amarelo brilhante e região ventral alaranjada. Desfolha pelos adultos. Coleobroca Trachyderes thoracicus Oliv., 1790 Coleoptera: Cerambycidae Coloração verde-escura. Parte ventral castanha-escura e com pilosidade alaranjada. Confecção de galerias nos troncos. Ácaro branco Polyphagotarsonemus latus Banks, 1904 Acari: Tarsonemidae Coloração branca a amarelo- claro. Formato elíptico e pouco achatado. Infestam folhas novas, arqueando as folhas. Cochonilhas: Ceroplastes floridensis Comst., 1881 Homoptera: Coccidae Revestidas de grande cerosidade branca e, sem este revestimento são pardas. Colônias em ramos mais finos. Sucção de seiva e ocorrência de fumagina. Tripes (Selenothripes rubrocinctus) Percevejos (Leptoglossus gonagra, L. stigma e L. fasciatus Lagartas desfolhadoras Percevejo de renda III. ESTRATÉGIAS E TÁTICAS DE MANEJO E CONTROLE III.1. Amostragem Determinada apenas para moscas-das-frutas. É realizada usando frascos caça moscas instalados em “zigue-zague” no pomar, a 1,8 m de altura do solo, contendo atrativo alimentar (melaço a 7% ou suco de frutas). Recomenda-se 4 frascos em áreas até 2 ha, de 2 a 5 ha é recomendado 2 frascos/ha. Áreas de 5 a 20 ha, usa-se 10 frascos mais 0,5 por ha e, em áreas maiores realizar amostragem em pontos com 4 frasco/ponto. Embora possa usar este sistema de amostragem, ainda, não é determinado o NC. III.2. Controle cultural: a. Condução da cultura com podas, adubações e demais culturais dentro do MIP de acordo com a cultivar e finalidade da produção; b. Ensacamento de frutos; 155 c. Catação e enterrio de frutos caidos; d. Catação e destruição de frutos infestados pelo gorgulho; e. Eliminação de plantas hospedeiras das moscas-das-frutas; f. Coleta de frutos temporões (pode ser usado para confecção do suco para usar no frasco caça mosca); g. Uso dequebra ventos para evitar disseminação de ácaros, cochonilhas, etc; h. Poda e destruição de ramos infestados pela broca-das-mirtáceas; III.3. Controle comportamental: a. Utilizar suco de fruta (cozimento do fruto até demanchar, coá-lo e ferver por 10 a 15 min e adicionar açúcar até um Brix de 48 a 50o. Este suco pode ser armazenado e usado no monitoramento ou no controle com adição de um inseticida como o triclorfon (Dipterex 500): 2 mL/L de suco. III.4. Controle biológico: a. Controle biológico natural tem sido realizado por diversos predadores e parasitóides, dos quais destacam-se formigas, larva da mosca sírfide, ácaros predadores, vespas, joaninhas, e os parasitóides de pulgões e da mosca-da-fruta (Doryctobracon areolatus, Asobara anestrephae, etc.); b. Como controle biológico aplicado foi introduzido o parasitóide, Diachasmimorpha longicaudata (Hym.: Braconidae), já mostrando alguns resultados com recuperação de parasitismo em diversas espécies de moscas-das-frutas. III.4. Controle químico: a. Deve-se usar da seletiva ecológica com aplicações em benzedura, fileiras alternadas e uso do inseticida no frasco caça mosca, para moscas-das- frutas; b. Uso de Bacillus thuringiensis para a broca-das-mirtáceas e outras larvas; Produtos registrados para controle de pragas da cultura da goiaba. Praga Nome Técnico Nome Comercial Carência (dias) Classe Toxicológica Mosca-das-frutas, lagartas triclorfon fention Dipterex 500 Lebaycid 500 7 21 II II Gorgulho, besouro amarelo, cochonilhas, lagartas paration metílico Folidol 600 15 I Lagartas e besouro amarelo fenitrotion Sumithion 500 CE 14 II Lagartas B. thuringiensis Dipel PM - IV Psilídeo fention fenitrotion Lebaycid 500 Sumithion 500 CE 21 14 II II 156 triclorfon Dipterex 500 7 II Cochonilhas óleo mineral* - - IV * aplicação a tardezinha. Literatura recomendada: Pereira, F.M. & S.A. de Bortoli. Pragas da Goiabeira, p. 119-130. In: Braga Sobrinho, R.; J.E. Cardoso & F.C.O. Freire. Pragas de fruteiras tropicais de importância agroindustrial. Brasília: EMBRAPA, 1998. 209p. Pereira, F.M. & S.A. de Bortoli. Pragas da goiabeira - Psidium guajava L., p. 117-135. In: Simpósio Brasileiro sobre a Cultura da Goiaba. Jaboticabal: FUNEP-Goiabras, 1997. Piza Jr., C.T. & R. Kavati. A cultura de goiaba de mesa. Campinas: CATI, 1994. (Boletim Técnico, n. 219), 29p. Zambão, J.C. & A.M.B. Neto. A cultura da goiaba. Campinas: CATI, 1988. (Boletim Técnico, n.236), 23p. 157 MIP DA GRAVIOLA E PINHA I. PRAGAS CHAVE - I.1. Broca-do-fruto: Cerconota anonella (Lepidoptera: Stenomatidae) Características: Ovos - esverdeados, depositados sobre os frutos e, na ausência destes, em brotações e flores; Lagartas - coloração variando de rosa, marrom a verde-parda. Começam alimentar dos frutos, protegendo-se com fios de seda. Posteriormente, penetra no fruto, consumindo a polpa até próximo a pupação, quando abrem galerias até próximo a casca, juntando fragmentos do fruto para proteção da pupa; Pupas - coloração marrom, se dá no próprio fruto ou no solo; Adultos - coloração branco-acinzentada, com 25 mm de envergadura. Possui reflexos prateados nas asas e são de hábito noturno; JB T or re s JB T or re s JB T or re s Manual de E.A. JB T or re s JB T or re s JB T or re s Manual de E.A. Injúrias - depreciação do fruto; seu ataque dificulta a extração da polpa e, facilita a penetração de fungos como: Colletotrichum gloeosporoides (podridão-negra) e Lasiodiplodia theobromae (podridão-seca-do-fruto). I.2. Broca ou vespa-da-semente: Brephratelloides pomorum (Hymenoptera: Eurytomidae) Características: Ovos - depositados na semente, com introdução do ovipositor até esta, em frutos com até 10 mm de diâmetro e sementes de 0,8 mm de comprimento (8 a 15 dias); Larvas - coloração branco-transparente a amarelo-claro, desenvolvem-se no interior da semente, não afetando o desenvolvimento do fruto (27 a 45 dias); Pupas - amarelo-escuro a marrom-escuro, ocorrem no interior da semente (9 a 21 dias); 158 Adultos - ± 6 mm de comprimento, coloração escura e com pintas amarela nas laterais. Asas transparentes com uma listra preta transversal em cada asa. Ao emergir, o adulto, abre uma galeria até o exterior do fruto. Ciclo de 46 a 113 dias; Injúrias - depreciação do fruto devido aos furos na casca e queda de frutos novos, além de facilitar a penetração de microorganismos e umidade. II. PRAGAS SECUNDÁRIAS II.1. Broca-do-tronco: Cratossomus bombinus bombinus (Coleoptera: Curculionidae) Características: Ovos - depositados abaixo da epiderme da planta em orifícios naturais das inserções dos ramos; Larvas - desenvolvem-se no interior do caule, abrindo galerias, causando exsudação nas inserções dos ramos, onde se encontra o orifício feito pela praga. Quando desenvolvidas, expelem serragem por estes orifícios; Pupas - ± 50 dias no interior dos ramos; Adultos - coloração preta a cinza-escuro com faixas amarelas transversais pouco pronunciadas, no tórax e élitros; Injúrias - broqueamento dos ramos, com redução do desenvolvimento da planta, queda na produção e, quando em alta infestação pode matar a planta. II.2. Cochonilhas: Cochonilha-escama-farinha, Pinnaspis sp. (Homoptera: Diaspididae) Cochonilha-parda, Saissetia coffea (Homoptera: Coccidae) Cochonilha-de-cera, Ceroplastes sp. (Homoptera: Coccidae) Características: Pinnaspis (provida de carapaça) - ± 1,5 a 2,5 mm de comprimento e achatada, com a extremidade posterior mais larga e arredondada. Possui 159 coloração parda amarelada. Localizam-se na superfície dos frutos e, quando em alta infestação, causa a impressão que o fruto foi polvilhado com pó branco; S. coffea (sem carapaça) - coloração parda, clara a escura. Medem ± 2,0 a 3,5 mm de comprimento. Achatada, lisa e de superfície eridescente e rígida. Ocorrem em aglomerados nos ramos e frutos e, geralmente, estão em simbiose com formigas; Ceroplastes (sem carapaça) - revestidas de cera branca, medem ± 3 a 4 mm de comprimento. São de coloração parda ou branco-roseada, quando removida a cera. Atacam várias fruteiras e, em graviola, ataca os ramos novos, finos e folhas; Injúrias - sucção de seiva, reduzindo o desenvolvimento das plantas. Atacam os frutos, depreciando-os e provoca queda de frutos novos e promove a ocorrência de fumagina. II.3. Broca-do-coleto, Hellipus catagraphus (Coleoptera: Curculionidae) Características: Besouro preto com duas faixas brancas irregulares, em toda à extensão do corpo e cabeça. As larvas são brancas e ápodas e constroem galerias sob a casca onde, também, ocorre a pupação, podendo ser encontrado todas as fases dos insetos no tronco da planta; Injúrias - galerias na casca e câmbio, chegando a bloquear toda a circulação da seiva. Em consequência, a planta torna-se amarelecida e, posteriormente, tomba, seca e morre. As injúrias são confundidas com a broca-do-tronco, porém, esta espécie limita-se a região do coleto. II.4. Outros insetos associados à planta de graviola Praga Ordem : Família Caracterização Lagartas: Gonodonta nutrix Lepidoptera: Noctuidae Lagartas cinza-escura ou preta com pontuações contínuas vermelha ou amarela no dorso. Adulto é cinza-escuro, contendo manchas alaranjadas ou amarela Pseudodirphia sp. Lepidoptera: Saturniidae Lagartas cinza, com manchas claras ao longo do dorso. Possuem cerdas espessas e curtas e medem ± 10 cm de comprimento. As lagartas, durante o dia, ficam agrupadas na base do tronco e a noite sobem para a copa da planta. O adulto é marron-amarelado com abdome amarelo e com anéis escuros Cigarrinhas Aethalion sp. e Membracis foliata Homoptera: Aethalionidae Membracidae Ver MIP Acerola Äcaros Oligonychus annonae e Brevipalpus sp.) Atacam os botões florais, frutos e folhas. Nos botões florais podem causar sua queda. Nas folhas causam a perda de cor, deixando-as esbranquiçadas e, consequentemente, sua deiscência. Os frutos tornam-se com a casca marrom-bronzeada, porém não afeta a qualidade da polpa Saúvas Ver pragas gerais 160 Atta spp. e Acromyrmex spp. Níveis de importância do ataque dessas pragas para a graviola e pinha Postura Adultos Membracis Postura Adultos Membracis Praga Graviola Pinha Broca do fruto 3 3 Broca do tronco 3 1 Vespa da semente 3 - Cigarrinha ou soldadinhos 3 1 Lagartas das folhas - 2 Cochonilhas 2 2 1. ataques raros; 2. ataque em determinadas condições; 3. ataques sempre possível. III. ESTRATÉGIAS E TÁTICAS DE MANEJO E CONTROLE Embora o MIP tem como filosofia o uso em consonância de uma ou mais táticas de redução populacional da praga, quando essas não surtem o efeito desejado e, as pragas, atingem o NC, só nos resta, na maioria dos casos a aplicação de inseticidas. No entanto, para a cultura da graviola, ainda, não encontra-se nenhum inseticida registrado. Tal situação é desconfortável, pois torna ilegal a recomendação de inseticidas, exigindo bom senso quanto à esta questão. Também, como a cultura é, relativamente, recente em exploração comercial, pouca atenção tem sido dada para a obtenção de um manejo da cultura (fitotecnia, pragas e doenças). Entretanto, espera-se com a valorização da polpa, que mais pesquisas sejam desenvolvidas. III.1. Táticas preventivas a. Aquisição de mudas certificadas e inspecionadas; b. Propagação por enxertia (uniformidade no florescimento, porte, produção, etc.); c. Identificação das áreas (talhões) e acompanhamento do seu desenvolvimento; d. Optar por plantio de áreas menores, a qual poderemos conduzir cuidadosamente; e. Inspeções semanais após a floração; f. Plantio misto com outras frutíferas (diversificação-barreiras). III.2. Controle cultural, mecânico e físico 161 a. Poda (de formação, limpeza, condução, rejuvenescimento e desbaste de frutos), queima dos ramos broqueados e tratamento do local; b. Manutenção de vegetação nas ruas, usando capina com roçadeira (favorece a população de I.N., controle de erosão, umidade do solo, etc.); c. Incialmente, conduzir a cultura consorciada com maracujá, mamão, etc., o que facilitará os tratos culturais e inspeção fitossanitária; d. Coletar e eliminar frutos infestados; e. Ensacolamento dos frutos com sacola de papel parafinado ou encerado; f. Usar armadilha luminosa para constatação de mariposas; g. Uso de frasco plástico protegendo a base da muda contra formigas (garrafas de refrigerante descartáveis); h. Utilização de armadilha luminosa no início da floração; i. Catação manual de lagartas; j. Comercialização da polpa congelada, evitando disseminação de pragas e, perda qualitativa do fruto pela injúria da vespa. III.3. Controle por comportamento a. Uso de garrafa plástica de refrigerante, com três furos laterais, contendo creolina (20-30%) + água (repelente para brocas - dados empíricos, porém não comprovados cientificamente). III.5. Controle químico a. Injetar nos orifícios da broca-do-tronco, solução inseticida a base de monocrotophós** ou endosulfan** a 0,8% (800 ml / 100 L de água) e, tampar os orifícios; b. Granulados sistêmicos (aldicarb**) no solo, quando úmido e, em plantas com até dois anos de idade (período de carência de 90 dias); c. Ter cuidado com o uso de óleo mineral para as cochonilhas, para não causar queimaduras nas folhas e frutos; d. “Pulverizar os frutinhos, semanalmente, com triclorfon (Dipterex), após colonização da broca-do-fruto e da vespa-da-semente”**; e. Uso de pulverização seletiva (isca atrativa - melaço + inseticidas, em 1m2 da copa ou pincelado nos ramos da copa). ** produtos não registrado para a cultura. Literatura recomendada: EMATER, Proposta para um manejo integrado de pragas e doenças da anonicultura, Maceió: EMATER-EMBRATER, 41p. 1989. Junqueira, N.T.V. et al. Graviola para exportação: aspecto fitossanitários. Brasília: EMBRAPA, 1996. 67p. (Série FRUPEX). 162 Nuñez, V.R. & J. Dela Cruz. 1982. Reconocimiento y descripción de los principales insectos observados en cultivares de guanábano (Annona muricata L.) en el Departamiento del Valle. Acta Agronomica, 32: 45-61. Oliveira, M.A.S. et al. Pragas da graviola no cerrado. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1992. 11p. (Documento, 14). 163 MIP DA MANGUEIRA I. PRAGA CHAVE - I.1. Moscas-das-frutas, Anastrepha spp. (Diptera: Tephritidae) Características (Ver figuras MIP Citros e MIP Goiabeira): Ovos - oviposição dentro do fruto, debaixo da casca, em número de 1 a 10 ovos; alongado, fusiforme e de coloração branca; Larvas - ápodas, branco-amarelada, desenvolve internamente ao fruto, com mais de uma larva por fruto que atingem ± 8 mm de comprimento e desenvolve-se em três ínstares; Pupas - preste a empupar as larvas deixam-se cair ao solo, onde forma a pupa; MM CunhaL.A.B. Salles MM CunhaL.A.B. Salles Adultos - Coloração geral amarela, com uma mancha amarela, em forma de “S” que vai da base a extremidade da asa anterior. No bordo posterior há outra mancha da mesma cor e em forma de “v” invertido, sendo as duas manchas sombreadas de preto; Injúrias - no ponto de oviposição da mosca, pode ocorrer patógenos, resultando no apodrecimento do fruto. Com o desenvolvimento das larvas e, consequente, consumo da polpa, o fruto amolece tornando imprestável para o consumo. É praga quarentenária para países importadores como os EUA e Japão. II. PRAGAS SECUNDÁRIAS II.1. Tripes: Selenothrips rubrocinctus (Thysanoptera: Thripidae) Características: Ovos - depositados endofiticamente nas folhas (incubação, 10 a 12 dias); 164 Ninfas - coloração geral amarela com os dois primeiros segmentos abdominais vermelhos. Apresentam, geralmente, uma gota de excremento líquido; Cherre Sade MM Cunha MM Cunha Selenothrips Costalimaita Aethalion Cherre Sade MM Cunha MM Cunha Selenothrips Costalimaita Aethalion Adultos - coloração escura a preto, medindo cerca de 1,4 mm de comprimento; Injúrias - ataca a face inferior das folhas, tornando-as prateadas e atinge o secamento dos pontos atacados. Também, ataca os frutos, tornando-os imprestáveis para exportação. II.2. Broca-da-mangueira: Hypocryphalus mangiferae (Coleoptera: Scolytidae) Características: Ovos - depositados nas fendas e galerias anexas, onde encontra-se os adultos (incubação, 25 dias); Larvas - brancas, encurvadas e ápodas e vivem no interior das galerias na região cortical (desenvolvimento, 11 a 20 dias); Pupas - ocorre em câmaras próprias confeccinadas pelas larvas (5 a 10 dias); Adultos - besouros com ± 1 mm, coloração marrom. São monogâmicos, encontrando-se um casal na galeria aberta pela fêmea, sendo uma praga específica da cultura; Injúrias - os adultos, penetram nos galhos mais finos, abrindo galerias através das cicatrizes deixada pela queda das folhas, na parte superior das plantas. Posteriormente, atingem as partes mais grossa da planta. Pode haver queda de folhas decorrente ao ataque da praga, porém o maior problema é a transmissão do fungo causador da seca da mangueira Ceratocystis fimbriata. 165 II.3. Ácaro-da-mangueira: Eriophyes mangifera (Acari: Eriophyidae) Características: Alongado com 4 pares de pernas, mendindo ± 0,15 mm, vermiforme e de coloração branca-amarelada; Injúrias - vivem nas brotações novas, causando a morte das gemas e, consequente, superbrotamento. Também, existe a hipótese que seja vetor do fungo Fusarium mangiferae que causa a mal formação da inflorescência ou “embonecamento”. II.4. Outros insetos associados à mangueira Praga Ordem : Família Característica Injúrias Lagarta fogo (Megalopyge lanata) Lepidoptera: Megalopygidae) Lagartas branca com pêlos urticantes com segmentação característica Desfolha Cochonilhas: Homoptera: Aulacaspis tubercularis Diaspididae Coloração branca e com carapaça Sucção de seiva das folhas e frutos Pseudaonidia tribitiformis Diaspididae Carapaça oval e achatada, de coloração acinzentada. Localizam na nervura central na face superior das folhas Sucção de seiva das folhas Pseudococcus adonidum Pseudococcidae Colônia coberta por pulverulência branca Sucção de seiva de folhas, ramos e frutos Saissetia coffea Coccidae Coloração parda, forma arredondada e convexa. Sucção de seiva dos ramos Cigarriha-das-frutíferas Aethalion reticulatum Homoptera: Membracidae Ver MIP Acerola Sucção de seiva Besouro amarelo Costalimaita ferruginea Coleoptera: Chrysomelidae Coloração amarelo brilhante e região ventral alaranja. Medem ± 6 mm Desfolha, deixando as folhas rendilhadas Formigas cortadeiras Atta spp. e Acromyrmex spp. Hymenoptera: Formicidae Ver pragas gerais Desfolha Fotos: M.M. cunha Aulacaspis SaissetiaPseudaonidia Fotos: M.M. cunha Aulacaspis SaissetiaPseudaonidia 166 III. ESTRATÉGIAS E TÁTICAS DE MANEJO E CONTROLE III.1. Amostragem a. Moscas-das-frutas: Uso de armadilhas apropriadas (McPhail ou Jackson) ou frascos-caça- moscas, confeccionados de garrafas plástica. Utilizar atrativo alimentar (melaço, suco de frutas, etc.). Usar em proporção à área de plantio: 1 ha (4 armadilhas); 2 a 5 ha (2 armadilhas/ha); acima de 5 ha (1 armadilha/ha); Aplicar controle químico seletivo (ver controle químico) quando constatar a presença de adultos no plantio; b. Vistorias periódicas acompanhado de lupa de 15X de aumento, inspecionando brotações e inflorescências (ácaros). Troncos, ramos, folhas e frutos, para as cochonilhas (ataque em reboleiras, facilitando adoção de tática de manejo). Ramos e troncos, apresentando resinas e frutos caídos, devem ser inspecionados cuidadosamente, a procura do agente causador, bem como da presença de formigueiros. III.2. Controle cultural a. Eliminar hospedeiros alternativos (principalmente frutíferas nativas), próximo ao plantio; b. Coleta profilática dos frutos caídos e destruição ou, acondicioná-los em caixas teladas que permitem a emergência dos inimigos naturais; c. Poda e destruição (queima) dos ramos brocados ou secos; d. Manutenção da nutrição e irrigação, evitando plantas mal formadas; e. Utilizar mudas sem sintomas de ataque de pragas e doenças e de viveiros fiscalizados; f. Coleta de pupas e lagartas nos ramos e tronco das plantas; III.3. Controle biológico a. C.B. Natural: - Coleta de frutos caídos e acondicionamento em caixas cobertas por tela fina, permitindo a emergência e saída dos parasitóides naturais das moscas - Utetes anastrephae, Doryctobracon areolatus e D. brasiliensis (Hymenoptera: Braconidae), etc.; - Joaninhas predadoras de cochonilhas; - Evitar aplicações macissas de fungicidas, pois afetam os fungos entomógenos. 167 b. C. B. Aplicado: - Produção e liberações dos parasitóides exótico das moscas das frutas, Diachasmimorpha longicaudata (Hymenoptera: Braconidae). III.4. Variedade resistente a. As variedades Haden, Coquinho e Espada são, normalmente, menos atacadas que as Peito de moça, Dedo de dama e Coité. III.5. Controle físico a. Tratamento hidrotérmico: Aprovado para mangas destinadas à exportação para os EUA. Imerge os frutos no mínimo 12 cm em água à 46,1oC por 75 a 90 minutos, dependendo da variedade e peso dos frutos; b. Tratamento a vapor: Aprovado pelas autoridade japonesas e, também, empregado na Austrália, Nova Zelândia e Havaí. Consiste na exposição dos frutos em ambiente saturado com vapor de água à temperatura entre 44,4 e 47,2oC, durante 8 a 10 minutos; III.6. Controle químico a. Pulverização seletiva para moscas-das-frutas, adicionando melaço a 7% ou proteina hidrolizada a 1% misturados com inseticidas. Esta calda deve ser pulverizada em ruas alternadas, na face do sol nascente ou em benzeduras com brochas ou mesmo com pulverizador, aplicando em cerca de 2 m2 da copa da planta; b. Em áreas com focos de cochonilhas, utilizar óleo mineral misturado à inseticidas. No entanto, ter cuidado com a queima de folhas, associado às aplicações nos horários mais quentes do dia; c. Uso de iscas granuladas para o controle das formigas cortadeiras na estação seca; Alguns inseticidas e acaricidas recomendados para controle das pragas da mangueira. Nome Técnico Nome Comercial Pragas Classe Toxicológica e carência Grupo Químico fenthion Lebaycid 500 Moscas-das-frutas, lagartas e tripes II (21) F triclorfon Dipterex 500 Moscas-das-frutas e lagartas II (7) F fenitrothion Sumithion 500 CE Lagarta-de-fogo, tripes e cigarrinhas II (14) F 168 quimiothionate Morestan BR Ácaro III (14) HN enxofre Kumulus Ácaro IV (-) I F = fosforado; HN = heterocíclico nitrogenado; I = inorgânico. Literatura recomendada: Cunha, M.M. et al. Manga para exportação: aspéctos fitossanitários. Brasília: EMBRAPA-SPI/FRUPEX, 1993. 104p. Morgante, J.S. Moscas-das-frutas (Tephritidae): características biológicas, detecção e controle. Brasília: SENIR, 1991. (Boletim Técnico de Recomendações para os Perímetros Irrigados do Vale de São Francisco, 2). Oliveira, C.A.L. Ácaros da mangueiro. In: Simpósio Brasileiro sobre a Cultura da Mangueira, 1. Jaboticabal: UNESP, 1980. p. 141-147 (Anais). Rosseto, C.J. et al. Pragas da mangueira e seu controle. In: Simpósio sobre Manguicultura, 2. Jaboticabal: UNESP, 1989. p. 133-155 (Anais). 169 MIP DO MARACUJAZEIRO I. PRAGAS CHAVE - I.1. Lagartas desfolhadoras: Lagarta dione, Dione juno juno (Lepidoptera: Heliconidae) Lagarta agraules, Agraulis vanillae vanillae (Lepidoptera: Heliconidae) Características: D. juno juno: Ovos - amarelo-avermelhado e depositados em grupo nas folhas da planta (incubação, ± 7 dias); Lagartas - são pretas com pequenas manchas de tom amarelado, recobertas por espinhos, também, escuros. Hábito gregário e podem atingir 30 mm de comprimento; Pupas - em crisálidas presas no suporte da planta, folhas e ramos; Adultos - borboletas alaranjadas ± 60 mm de envergadura, margens externas das asas pretas. São de hábitos diurnos; Dione Agraulis JB Torres JB Torres BIOSCI Agraulis JB Torres Dione Jim Brock Dione Agraulis JB Torres JB Torres BIOSCI Agraulis JB Torres Dione Jim Brock A. vanillae vanillae: Ovos - são depositados isoladamente nas folhas das plantas (incubação, ± 3 dias); Lagartas - pretas, com pontuações e faixa lateral amarela, vivem isoladamente, atingindo até 30 mm de comprimento; Pupas - em crisálidas; Adultos - borboletas alaranjadas com ± 60 mm de envergadura. Possuem manchas pretas na asa anterior e tonalidade escura ao longo das nervuras. 170 Na asa posterior, apresenta uma faixa preta ao longo da margem externa com áreas circulares alaranjadas, nesta faixa; Injúrias - ocorrem, simultaneamente, porém com predominância na população de lagartas de Dione. As lagartas dessa espécie ocorre em grupos, comendo a folha pelas bordas, deixando apenas a nervura central, podendo desfolhar totalmente a planta. Por outro lado, lagartas de Agraulis com uma por folha, inicialmente, raspam as folhas na parte central, que posteriormente, rompem devido o secamento da epiderme superior, originando furos irregulares. II. PRAGAS SECUNDÁRIAS II.1. Percevejos: Percevejo do maracujá, Diactor bilineatus (Heteroptera: Coreidae) Percevejo dos frutos, Holymenia clavigera (Heteroptera: Coreidae) C D 2 l escutelo. Asas com a parte m p d a H. clavigera - apresenta ± 18 mm de comprimento, com o pronoto njúrias - as ninfas atacam os botões florais e frutos novos, enquanto os I.2. Mosca-das-frutas aracterísticas: JB Torres Diactor Holymenia JB Torres Diactor Holymenia . bilineatus - verde escuro com ± 0 mm de comprimento, com três istras alaranjadas da cabeça ao embranosa avermelhada. Pernas osteriores com expansão tíbial, e coloração escura e pontuações laranjadas; vermelho escuro com faixa amarela longitudinal e mediana da cabeça ao escutelo, e quatro manchas amarelas no pronoto. I adultos atacam, também, folhas, ramos e frutos de qualquer idade. O ataque aos botões florais e frutos novos, provoca a sua queda, enquanto, o ataque nos frutos mais desenvolvidos, tornam-os murchos e enrrugados, depreciando-os para o comércio. : Anastrepha pseudoparallela (Diptera: Tephritidae) aracterísticas: fusiforme com ± 0,1 mm de comprimento, depositados no es, alimentando-se dos frutos; I C Ovos - formato interior dos frutos; Larvas - vermiform Pupas - no solo; 171 Adultos - coloração amarela com ± 8 mm de comprimento. Mesonoto njúrias - os frutos infestados, murcham e caem. I.3. Outros insetos que podem infestar a planta de maracujá Pragas Ordem: Caracterização Injúria sem faixa escura lateral. Ocorre no Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. I I Família (Philon Curculionida ros ± 7 mm de c cabeça e protórax marrons e élitros esbranquiçados com 2 faixas marrons que se cruzam; causando seu secamento (Bahia); (Gargaphia lunulata) Tingidae rendilhadas; Sucção d toxinas nas folhas, deixando- as com manchas brancas, retardando o crescimento da planta. Broca is passiflorae) Coleoptera: e Besou omp., Broqueamento dos ramos, Percevejo-de-renda Heteroptera: Pequenos, asas hialinas e e seiva e injeção de II. E II.1. Amostragem STRATÉGIAS E TÁTICAS DE MANEJO E CONTROLE JB Torres JB Torres Percevejo de renda Sintoma face superior da folha JB Torres JB Torres Percevejo de renda Sintoma face superior da folha I osca-das-frutas: uso de 4 frascos-caça-mosca/ha, dispostos na altura das te a .C. = 0,5 moscas por armadilha II.2. Controle mecânico I M plantas. Coloca-se nos frascos, 20 ml da solução de suco dos frutos (25%) ou açúcar (5%), ou melaço (5%), ou proteína hidrolizada (1%) e água. A amostragem deve ser semanal e o período crítico é duran frutificação. N . Catação de ovos das borboletas, em pequenas plantações; II.3. Controle cultural I a I 172 a. Catação e enterrio dos frutos caídos e atacados por moscas-das-frutas, ou dispondo-os em caixas e cobrindo com tela fina, possibilitando a saída dos parasitóides emergidos; b. Poda dos ramos atacados por insetos broqueadores; III.4. Controle por comportamento a. Pulverização do inseticida com atrativo alimentar (melaço) em espaldeiras alternadas ou, apenas, em uma face da espaldeira, quando atingir o NC para as moscas; III.5. Controle biológico a. Uso de Bacillus thuringiensis var. kurstaki no controle de lagartas desfolhadoras, ainda, quando pequenas; b. Uso de Baculovirus (NPV), multiplicação da virose natural, macerando lagartas doentes coletadas no campo (macerado de 80 lagartas/ha); III.6. Controle químico a. Uso de inseticidas pouco tóxicos às abelhas (principalmente carbamatos); b. Aplicação durante a manhã, antes da abertura das flores, para as variedades que abrem a flor no período da tarde (maracujá amarelo). No roxo, aplicar à tarde (abertura das flores pela manhã); Praga Nome Técnico Nome Comercial Carência (dias) Classe Toxicológica Grupo Químico Lagartas cartap fenthion Bacillus thuringiensis Cartap BR 500 Lebaycid 500 Thuricide 14 21 - II II IV NT F IB Moscas e percevejo fenthion triclorfon Lebaycid 500 Dipterex 500* 21 07 II II F F NT = nereistoxina; F = fosforado; IB = inseticida biológico. * inseticidas não registrado para a cultura. Literatura recomendada: Gallo, D. et al. Manual de entomologia agrícola. 3a ed., Piracicaba: Fealq, 2002. 920p. Manica, I. Fruticultura tropical: maracujá. São Paulo: Ceres, 1981. 160p. Pallini Filho, A. et al. Manejo integrado de pragas: notas de aula. Viçosa, 1994. 202p. 173