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SLIDES 1 MODELO PRIMÁRIO EXPORTADOR - Desenvolvimento voltado para fora (auge e ruptura durante a Republica Velha) Foi a forma de inserção da economia brasileira na economia mundial desde a época da colonial passando pelo período imperial Cada período foi marcado por um produto que dava dinâmica ao Balanço de Pagamentos: ciclo do açúcar, do ouro, do café, etc Vulnerabilidade das economias agroexportadoras: Alto peso do setor externo na economia Renda nacional e dinamismo da economia dependiam das exportações Mas as exportações ficavam fora de controle do governo que dependiam de: Condições mercado internacional Concorrência de outros países Comércio dominado por empresas estrangeiras Diferenças nas estruturas de produção e consumo Agro-exportadores Exportações: variável chave na determinação da renda Pauta de exportações concentrada (produtos primários) Consumo interno dependente importados Base produtiva e de consumo diferentes X Países Centrais Exportações importam tanto quanto o investimento interno Pauta de exportações e consumo similares Consumo interno atendido parcialmente por importados Base produtiva e de consumo similares Flutuações de preços Condições de demanda mundial (ciclos da economia mundial) Condições da oferta no Brasil (geadas, pragas, ...) Defasagem entre o plantio e a colheita Essas oscilações de preços repercutiam na economia interna , gerando instabilidade Deterioração termos de troca - Relação entre os preços de exportação e importação (1) Segundo alguns economistas existiria uma tendência dos preços de produtos agrícolas caírem frente aos manufaturados:Deterioração dos termos de troca Perspectivas de crescimento relativamente inferior das economias agroexportadoras frente às economias industrializadas Deterioração termos de troca (2) Outros fatores influenciam nessa piora: (não há consenso sobre o tema) a) características da demanda – elasticidade demanda renda: produtos primários < 1 produtos manufaturados > 1 b) estrutura do mercado – oligopólios no mercado produtos manufaturados - concorrência perfeita no mercado de produtos primários Ciclos e impactos sobre a economia Fases de ascensão (queda) do preço internacional do café > Impacto positivo (negativo) no resto da economia > Cresce (diminui) lucratividade setor cafeeiro > Boa parte dos lucros (não) são reinvestidos no próprio setor > Aumenta (diminui) o volume do emprego Crise da economia agroexportadora e intervenção estatal O que podia fazer o Estado para minimizar impacto dos períodos de queda de preços? A ) Desvalorização cambial B ) Política de valorização do café Mas ao longo do tempo viriam os efeitos: Estes instrumentos eram eficientes no curto prazo para proteger o setor mas tinham efeitos negativos no longo prazo Efeitos da desvalorização cambial (+) Mantinha a rentabilidade da cafeicultura e portanto, do nível de emprego da economia (-) Mas gerava outros problemas: • “Camuflava”os sinais do mercado (tendência de superprodução de café) • Encarecia produtos importados (socialização das perdas) Política de valorização do café Retenção de parte da oferta na forma de estoques Política seria similar a praticas atuais de regulação de mercado agrícolas via: Política de preços mínimos Estoques reguladores Problemas da políticas de valorização do café Expectativas de que o próprio processo fosse revertido (diminuição da oferta) mas era mais difícil a medida que a estocagem ocorresse -> acomodação A política acentuava a tendência de superprodução e outros países, atraídos pelos altos preços, entravam no mercado Economia brasileira e Grande Depressão A rentabilidade da cafeicultura atraia recursos para o setor acentuando o problema da superprodução Em 1930, dois fatores repercutiram negativamente na economia: Economia mundial entrou numa das maiores crises de sua história Supersafra de café Resultados: Preços café despencaram e governo precisou queimar parte dos estoques -> atitude prékeynesiana Industrialização e agroexportação Vulnerabilidade do modelo agroexportador traz à tona a necessidade da industrialização A indústria brasileira teve início no final do S. XIX mas foi a partir dos anos 30s que passou a ser meta da política econômica Antes dos anos 30s as indústrias existentes surgiram à margem da economia cafeeira para atender necessidades incipientes dos consumidores Origens da indústria no Brasil(1) Duas correntes explicam a origem da indústria no período agroexportador Teoria dos choques adversos: indústria surge como uma resposta às dificuldades de importação em certos períodos (1aGM e Grande Depressão). Industrialização induzida por exportações: a indústria crescia durante a expansão da cafeicultura que elevavam renda e portanto, base de consumo Origens da indústria no Brasil(2) De onde vinha os investimentos industriais? Seria um vazamento do capital da cafeicultura com o intuito de atender necessidades do próprio setor Um parêntese: economia brasileira antes e hoje.... Grande Depressão (1929) Câmbio fixo Não existia BC (Sumoc) Política monetária sujeita a ingerência política Crescimento econômico em função do mercado externo Não existiam fontes financiamento à produção Crise financeira 2008 Cambio flutuante BC com autonomia Política monetária independente Crescimento econômico depende do mercado interno Mercado de capitais mais desenvolvido SLIDES 2 INDUSTRIALIZAÇÃO POR SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES – 1930-1990 Crise de 1930 Foi um momento de ruptura do modelo econômico. A Industrialização passa a substituir o modelo agroexportador O processo de industrialização seguido no período (1930-90) foi chamado de Processo de substituição de importações (PSI) Como se manifestou a crise de 1930 no país? Forte queda na demanda de café no mercado mundial e consequentemente, queda de preço Reversão dos fluxos de capitais externos Resultado: Redução da entrada de moeda estrangeira cria problemas no Balanço de Pagamentos (BP) Deslocamento da demanda > Problemas do Balanço de Pagamentos (exportações de café) é enfrentado via controle das divisas e ou/desvalorização > O que provocou uma alteração dos preços relativos: desvalorização torna bens importados mais caros e reduz o preço dos bens nacionais -> aumenta a competitividade da produção nacional A desvalorização foi uma forma de proteção à indústria A resposta a crise de 30 provocou um deslocamento do centro dinâmico: a demanda externa deixa de ser o principal determinante do nível de renda do país e o mercado interno ganha espaço. Desta forma, a indústria ganha espaço para crescer Sobre esse processo o Furtado (1989) afirmou que “a economia havia encontrado estímulo dentro dela mesma para anular os efeitos depressivos vindos de fora e continuar crescendo, mas também havia conseguido fabricar parte dos materiais necessários à manutenção da expansão de sua capacidade produtiva”. Proteção ao PSI Como as crises externas afetavam o BP, quais seriam as respostas? Alguma forma de proteção à indústria nacional principalmenteatravés do câmbio ou restrição às importações a) Desvalorização – Crise cambial de 1930 b) Licenças de importação c) Taxas múltiplas de câmbio d) Tarifas Hoje em dia muitas dessas práticas seriam condenadas pela OMC Características do PSI Industrializaçãofechada: o objetivo é atender demanda do mercado doméstico Realizada por etapas: problemas no Balanço de Pagamentos estimulava a produção interna. O estopim de uma nova etapa sempre seria o estrangulamento externo (teoria dos choques adversos) Qual a lógica da teoria dos choques adversos? (1) Problemas no BP gera escassez de divisas > Controle de importações ou sobre o câmbio > Problemas para importar bens industriais estimula produção interna > O próprio crescimento da demanda provocaria outros estrangulamento externo Qual a lógica da teoria dos choques adversos? (2) Que estimularia produção de outros bens. Observação: Para entender esse efeito “multiplicador” é bom fazer referência a classificação dos bens industriais (bens intermediários, de capital e consumo) > A cada novo estrangulamento externo (às vezes por causa do próprio crescimento da demanda) se repete de novo este processo Devemos salientar 2 pontos: a) Política considerada heterodoxa.O país não seguiu uma política ortodoxa no sentido de depender do impulso externo para se recuperar que era a lógica do modelo agroexportador. a) Revolução de 30: fortalecimento do Estado Nacional e a ascensão de novos grupos ao poder o que permitiu colocar a industrialização como meta prioritária e um projeto nacional de desenvolvimento Problemas deste modelo 1 - Tendência ao desequilíbrio externo em função de: • Política cambial favorecia transferência de renda entre setores (confisco cambial) • Indústria pouco competitiva (ineficiente) • Elevada demanda por importados Resultado: Menor geração de divisas acentuavam o desequilíbrio externo. O PSI precisaria do capital externo (dívida externa e/ou investimento direto) 2 – Aumenta a participação do Estado • Arcabouço institucional conveniente á indústria: legais, institucionais, burocráticos • Infraestrutura básica (transporte e energia). No início, em caráter emergencial, para eliminar pontos de estrangulamento. No pós-guerra visão de longo prazo. • Intermediário financeiro • Fornecimento de insumos básicos. Estado entrava em áreas de alto riscos/capital: CSN, CVRD, Petrobrás, Hidrelétricas Aumento da participação do Estado na economia gerava tendência ao déficit público com impacto sobre inflação 3 – Concentração da renda • Desestímulos à agricultura e estrutura fundaria gerava êxodo rural • Investimento industrial capital intensivo, economias de escalas, oligopolios permitiam altos lucros 4 – Escassez de fontes de financiamento • Lei de usura desestimulava poupança e inibia a formação de um mercado de capitais. • Sem mercado de capitais desenvolvido, Estado assume papel de intermediário financeiro (BB e BNDE) Agricultura a serviço da indústria? • Liberação de mão de obra reduzindo custos • Fornecimento de alimentos e matéria prima • Transferência de capital • Geração de divisas Porém não há consenso sobre o papel da agricultura no PSI Contra: Agricultura atrasada contribuía às pressões inflacionárias (visão estruturalista da inflação CEPAL) X A favor: Agricultura ajudou a industrialização pois gerou matéria prima, divisas e alimentos Em geral,os problemas criados pelo PSI perduraram na economia até década 90, quando se inicia um novo modelo, com abertura da economia e redução do Estado: Dívida externa Indústria pouco competitiva Problemas de BP Inflação alta Estado grande demais. Hoje, de uma forma ou outra, estes problemas tem diminuído mas alguns continuam na pauta de discussão: Excessivo gasto público com impacto na dívida pública e carga tributária Competitividade da indústria brasileira SLIDES 3 O processo de substituição de importações (PSI) Modernização autoritária (1930-45)- Governo Vargas Pósguerra: Superação crise - Governo Provisório Dutra - 2o Governo Vargas Plano de Metas (1956-60)- Visão de longo prazo de JK 1930/45 – Mudanças econômicas e políticas Resquícios do modelo agroexportador e seus problemas (vulnerabilidade) e início da substituição de importações 1930-34 Economia se ajusta ao impacto da Grande Depressão que trouxe desequilíbrio ao Balanço de Pagamentos (BP) e atritos com creedores da dívida externa Revolução de 30 – revolta com base na população urbana, burocracia militar e civil assim como industriais reação ao poder dos Barões do Café 1930/45 – Respostas a essas mudanças Ajustes: Sustentação da demanda interna (compra governamentais de café), desvalorização e controle de importações, propiciando mudanças nos preços relativos, favorecendo indústria nacional, segundo Furtado. Governo Federal centraliza compras do café relegando o poder de São Paulo, o que reflete uma reorganização das forças internas Resultado: recessão relativamente curta - As medidas do governo brasileiro contra a crise de 1929 estimularam a indústria que apresentou altas taxas de crescimento mais rapidamente (contrário ao resto das economias). Estado Novo (1937-45) Cenário político pouco democrático marcado pelo Golpe de Estado (1937), fechamento do Congresso e extinção partidos políticos Mas cenário econômico foi bem sucedido. Grandes empreendimentos como a Usina de Volta Redonda, Lloyd Brasileiro, Hidrelétrica Paulo Afonso, CVRD Fortalecimento o setor público: aumenta grau de intervenção na economia. Grandes mudanças no mercado de trabalho (CLT, justiça do trabalho e salário mínimo) e na rede proteção social. 1945 - Várias revoltas, volta partidos políticos e fim de censura impressa encerram este período Pósguerra- mudanças no cenário externo Consolidação do domínio dos Estados Unidos (EU), único país em condições de sustentar mercados mundiais. Bretton Woods (1944) dita normas sobre sistema monetário mundial e aumenta domínio dos EU sobre economia mundial. Nascem o FMI e Bird Doutrina Truman -Guerra Fria - Divergências políticas, econômicos e ideológicas entre EU e antiga URSS. Medidas para conter expansão comunismo Governo Dutra 1946-51 – Ilusão de divisas Dois momentos: • Início com idéias liberais e ortodoxas, grande preocupação com a inflação que na prática não foram bem sucedidas • Seguidas com uma política mais expansionista (fiscal e monetária) Ilusão de divisas -> problemas no BP obrigaram a adotar controle seletivo sobre importações mas que beneficiou a indústria. Plano Salte (Saúde, alimentação, transporte e energia) – sem sucesso Final do Governo: Crescimento, pressões inflacionárias e recorrência do desequilíbrio financeiro do setor publico 2o Governo Vargas Do governo anterior, herda a retomada do processo inflacionário e déficit fiscal. No cenário externo, prevalecem expectativas positivas do mercado do café e mudança de atitude dos EU em relação ao Brasil que dá origem a CMBEU- Comissão Mista Brasil-Estados Unidos Projeto do Governo dividido em 2 partes: • Saneamento das finanças públicas o que reforçaria ação de política monetária restritivaatacaria inflação • Empreendimentos e realizações A CMBEU era fundamental para sucesso da 2a fase do projeto do Governo,pois: • Financiamento externo asseguraria superação dos gargalos da infra-estrutura • Diminuição pontos de estrangulamentos incentivaria a entrada de capitais externos Apesar da retórica nacionalista GV favorecia fluxo de capitais externo Mas.... Evolução situação cambial (1951-52) e, posteriormente, a modificação nas relações Brasil-EU abortariam planos do Governo Apesar de alguns avanços no campo econômico (Estado produtor: Petrobrás, Eletrobrás,..) não teve sucesso para reduzir inflação. Aumento de movimentos sociaisleva a uma reforma ministerial. • Fazenda -> Osvaldo Aranha • Trabalho -> João Goulart Aranha privilegia ajuste cambial. São introduzidos leilões cambiais. No início, a política bem sucedida para equilibrar setor externo e melhorar contas Estado. Mas seca no Nordeste, eleições e ameaça de bancarrota do Governo SP, terminaram elevando os gastos públicos Getúlio Vargas: 1951: Petróleo é nosso; 1953: Monopólio estatal do petróleo – Nasce Petrobras Lula: 2008: Pré Sal Para piorar: Aumento de 100% do salário mínimo iria contra objetivo deflacionário das medidas de Aranga. Proposta Goulart causou forte polêmica mas foi promulgada por Vargas Ao longo do tempo, política valorização preço café tinha criado ressentimentos entre países consumidores. Condições mercado café (geada, queda de safra em outros países) propiciaram aumento de preços que foram o estopim para um boicote nos EU ao consumo do café brasileiro reduzindo as exportações do País E para arrematar.... Vargas assumiu Governo sob um clima de grandes expectativas que não foram cumpridas. Sem apoio da população (desde os mais abastados até os menos favorecidos) nem dos militares entrou no isolamento político agravado pelo atentado na Rua Toneleros. Houve pressões para que renunciasse ao governo Efêmero Governo do Café Filho (1954-55) Há certo vazio entre as analises históricas que vão desde suicídio de Vargas até a posse de JK. Apesar do período tão curto repercute a atuação de Eugene Gudin (Fazenda). Crítico das propostas desenvolvimentistas, partidário da ortodoxia e com grande prestígio na comunidade internacional Suas medidas ortodoxas criaram sérios problemas: • Crise liquidez: liquidação de bancos e aumento de falências e concordatas de empresas • Confisco cambial: pagava-se um câmbio inferior para o café o que não acontecia com outros produtos de exportação SLIDES 4 DOS ANOS DOURADOS PARA ESTAGNAÇÃO – 1955-1964 Plano de Metas (1956-60) – Democracia com desenvolvimento Considerado o mais completo e coerente conjunto de investimentos implementado em um ambiente político aberto e democrático Vai além do processo de substituição de importações já que não era apenas “uma resposta tópica a um estrangulamento externo, mas a busca de promover a montagem de uma estrutura industrial integrada”. Visão de longo prazo Plano de Metas: Objetivos Estabelecer bases de uma indústria madura, em especial no segmento de duráveis. Atacar pontos de estrangulamento na infraestrutura e bens intermediários. Outros setores seriam pontos de germinação (investimentos geravam demanda para outros investimentos) Fundamentado nos estudos BNDE-Cepal (FURTADO) e do extinto CMBEU, identificava uma demanda reprimida por duráveis. Este segmento teria um grande potencial interindustrial Plano de Metas: Viabilidade Infraestrutura (investimentos em estatais Eliminar pontos de estrangulamentos Financiamento e transferência de tecnologia Instrumentos Políticas de Desenvolvimento Política Cambial e atração capital externo Plano de Metas: Balanço Uso de técnicas de planejamento (matriz insumo-produto) garantiram a coerência do Plano. Metas atingidas de forma satisfatória levando a mudanças estruturais da base produtiva e maior integração entre setores econômicos • Mudanças estrutura produtiva • Diversificação investimentos • Economia mais integrada Brasília (BSB) – meta mudancista Início: de forma gradual (15 anos) e autofinanciável Final: virou meta do JK Quanto custou BSB? Maior símbolo de JK – projeto revolucionário em todos os sentidos: desenvolvimento econômico, urbano Plano de Metas: Problemas Pressões inflacionárias devido à: a) Falta de definição de mecanismos de financiamento aumentou emissões de moeda. Na ausência de um BC, suas funções foram fragmentadas entre várias instituições (em especial BB) b) Ampliação da participação do Setor Público aumentava gastos. Problema agravado com a construção de Brasília Políticas fiscal e monetárias foram passivas e a serviço do processo de industrialização c) Câmbio subsidiado – preços não cumpriam papel orientar decisões d) Pouca atenção à agricultura Rápido crescimento acentuavam limites do modelo de substituição de importações. • Deterioração balanço de pagamentos • Aumento da dívida externa • Concentração de renda: manutenção estrutura agrária (latifúndios) e estímulo à indústria capital intensivo Consciência problemas inflacionários mas tentativas de reduzir crédito/emissão de moeda: sem sucesso. MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA Pósguerra – crescimento e piora do processo inflacionário PIB e IGP- Var % anual (média governos) Inflação: teoria econômica Em geral, processos inflacionários são associados a uma economia aquecida. Em Particular, um excesso de gasto público contribui para isso Teoria Quantitativa da Moeda -Estabelece uma relação direta entre a moeda e o lado real da economia. Afirma que a quantidade disponível de moeda determina o nível de preços. Inflação de demanda-Ocorre quando há excesso de demanda agregada (DA) em relação a produção disponível de bens e serviços. Diz-se “dinheiro demais à procura de poucos bens”. Associada ao “pleno emprego” Inflação de custos -É associada a uma inflação tipicamente de oferta. Neste caso a demanda permanece inalterada, mas os custos de certos Insumos considerados importantes aumentam: as altas dos custos são repassados aos preços dos produtos Depois, nos anos 80s, ganhou força de que inflação brasileira teria outra causa (tese da inflação inercial) Estagnação e ruptura - Quadros/Goulart Anos 60s: fortes mudanças na sociedade brasileira Em termos políticos- passagem da democracia para regime militar Em termos econômicos: início de crise que depois seria revertida a meados da década 1a Grande crise da fase industrial Como surge a crise?(Gremaud et ali) Causa Conjuntural Estrutural Política a) Instabilidade Política b) Crise Populismo Econômica c)Política recessiva anti-inflacionária d) Estagnação PSI; crise capitalista; instituições inadequadas a) Política - conjuntural Forte instabilidade política sintetiza dificuldade de manter equilíbrio entre setores radicais. Tentativas de melhorar cenário econômico (Plano Trienal) fadado ao fracasso. Quadros inaugura uma política externa independente – seguida por Goulart- que balançaram relações com os EU b) Crise populismo Dificuldades de conciliar apoio da bases populares sem afetar interesses do setor empresarial c) Econômico- conjuntural (1) Plano Metas provocou aceleração inflacionária, indisciplina fiscal e deterioração Balanço de Pagamentos Estas condições aliadas a uma política econômica anti-inflacionária e conjuntura climática adversa acentuam ainda mais cenário recessivo. c) Econômico –conjuntural (2) Plano Trienal- tentativa de estabilização Apesar de ser elaborado por Furtado, da escola da Cepal, tinha um diagnóstico bastante ortodoxo. Inflação seria causada por excesso de demanda via gasto público Medidas: Correção preços defasados (eliminação subsídios), redução déficit publico e crédito. Renegociação compromissos internacionais Agonia da 3a República. Sinais recessão reverte medidas anteriores: volta subsídios, aumento salários (mínimo e do funcionalismo público) Fracasso política estabilização. d) Econômico- Estrutural Estagnação i) Perda do dinamismo do PSI evidencia ainda mais problemas da industrialização (concentração de renda, tendência desequilíbrio externo, Estado grande demais,..) Esgota-se potencial do PSI pois cada vez mais há menos produtos a serem substituídos, aumentarigidez pauta de importação e há limites de demanda (dependência mercado interno) ii) Crise cíclica própria do sistema industrial iii) Quadro institucional travava crescimento e possibilidades de crescimento SLIDES 5 INICIO DOS GOVERNOS MILITARES E O PAEG – 1964-67 Solução autoritária à crise política e econômica Diagnóstico sobre inflação no início da década de 60 segundo o Paeg e política utilizada para enfrentá-las Principais dificuldades institucionais que afligiram a economia brasileira no inicio da década 60 e as reformas promovidas no inicio do governo militar Objetivos do PAEG - Programa de Ação Econômica do Governo “Conter” processo inflacionário Atenuar desequilíbrios setoriais e regionais. Aumentar investimento e nível de emprego Corrigir tendência ao desequilíbrio externo Estratégia Política econômica baseada em 2 linhas de atuação I Políticas anti-inflacionárias > Emergencial II Eliminar entraves ao crescimento > Estrutural Não muito diferentes dos objetivos de qualquer governo. A diferença é a visão pouco ortodoxa sobre a inflação: como controlar - lá sem “traumas”? I- Políticas anti-inflacionárias Diagnóstico da inflação: Excesso de demanda e de moeda em circulação > conter demanda. • Redução déficit público (diminuição despesas e aumento de receita). Inflação corretiva (aumento tarifas públicas) • Restrição do crédito + aperto monetário > quebradeira. • Política salarial. “Regras Salariais” com o objetivo de romper expectativas e conter reivindicações > arrocho salarial. • Segundo Simonsen: “Uma fórmula desse tipo tem a vantagem de substituir um infindável jogo de greves e pressões por um simples calculo aritmético” II- Reformas Institucionais: tributária, monetária e comércio exterior Preocupação pela ausência de mecanismos de financiamento adequados e para defesa contra inflação. Por que não existia um mercado de capitais? • Lei de usura • Lei de inquilinato • Desordem tributária A correção destes problemas reduziriam necessidades de emissão monetária e portanto, pressões inflacionárias Entre as reformas destaca-se uma solução “mágica” para inflação Independentemente do diagnostico da inflação, ressalta-se a forma peculiar de lidar com o problema no sentido de: • Seria possível conviver com a inflação => Mal inevitável do acelerado desenvolvimento brasileiro • Custos seriam reduzidos com política mais gradual. A- Reforma tributária Correção monetária para tributos (desestimula atrasos) > garantia de arrecadação. Redefinição do espaço tributário entre esferas do Governo Alteração sistema tributário (impostos cascata substituídos por VA) - Novos impostos (IPI, ICMS e ISS). Fundos de transferência intergovernamentais (Fundos participação dos Estados e Municípios) Centralização decisões legislação tributária (sem guerra fiscal) Fundos parafiscais (FGTS, PIS) – Poupança compulsória Inflação corretiva Correção monetária: Solução de curto prazo que depois seria um grande problema A correção monetária foi favorável ao saneamento das finanças públicas e facilitava o combate à inflação (dívida financiada pelo público e não com emissão de moeda). Foi iniciada uma efetiva política de dívida pública. A ORTN (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional) foi fundamental => dívida mais longo prazo. Entretanto, criou-se o caminho para o crescimento da dívida pública e para a generalização do processo de indexação. B-Reforma monetário-financeira (1) Como era regida a política monetária antes do Paeg Sumoc - Superintendência de Moeda e do Crédito - (1945): surge por ratificação dos Tratados de Bretton Woods (Banco Mundial e FMI) Conselho SUMOC > normativo Sumoc > Controle/ fiscalização BB > Executor Tesouro > Emitia moeda Funções BC fragmentadas- BB (mistura de banco comercial e autoridade monetária) seria empecilho para uma política monetária independente. B-Reforma monetário-financeira (2) Correção monetária e criação da ORNT Financiamento imobiliário: SFH e BNH Lei 4595 – Marco institucional para ter política monetária independente: CMN e Bacen Porém, a criação do BC foi “incompleta”. O BB continuou funcionando como autoridade monetária, pois era depositário das reservas voluntárias dos bancos privados, entre outros. B-Reforma monetário-financeira (3) Da multiplicidade de funções do BB, surge a conta movimento1 era uma fonte de financiamento às operações de natureza fiscal não captadas pelas estatísticas de contas públicas. A situação de aparente tranqüilidade fiscal de fato resultava do não registro de forma completa do comportamento das contas públicas. A conta movimento transformou-se em uma fonte de recursos para suprir a maioria dos movimentos dos empréstimos do governo que estivessem fora do orçamento tradicional. Pouca transparência das finanças públicas 1 Permitia a BB creditar-se no BC de qualquer quantia relacionada a atividades da União ou para fins de políticas públicas. Foi extinta em 1986 C-Reforma política externa Comércio exterior – estimular e diversificar exportações com incentivos fiscais Mercado cambio - unificação Atração de capitais Balanço do Paeg Positivo: redução inflação Conseguiu reduzir drasticamente taxa de inflação (100% para média 20% em 1969) e elevar PIB (0,6% em 1963 para 9,8% em 1968) Criou as bases para crescimento econômico posterior (Milagre econômico) Negativo: distorções permanentes Correção monetária que alimentaria inflação (tese de inflação inercial destacada nos anos 80) Finanças públicas pouco transparentes Aumento da dívida pública