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1 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade Departamento de Economia Disciplina: Microeconomia I Professores: Décio Kadota, Elisabeth Farina, Ricardo Madeira Monitores: André Attilio, Bruno Komatsu, Otávio Sidone e Thiago Alexandrino LISTA 06 - GABARITO Questão 01 Um indivíduo possui uma função utilidade e uma riqueza inicial . Uma loteria tem como pagamento uma quantia com uma probabilidade e uma quantia com probabilidade . (a) Se o indivíduo possui essa loteria, qual é o preço mínimo pelo qual ele a venderia? (Defina indiretamente por uma equação) (b) Se o indivíduo não possui a loteria, qual é o preço máximo que ele estaria disposto a pagar para obtê-la? (defina indiretamente por uma equação) (c) Suponha que , , , e . Calcule os preços de compra e de venda. (a) O preço máximo pelo qual o indivíduo venderia a loteria é aquele que garante que ele seja indiferente a ter a loteria ou o dinheiro obtido pela sua venda, ou seja, é o preço que faz com que a utilidade esperada da loteria e aquela obtida com a venda sejam iguais. Se o preço for menor do que aquele que satisfaz essa condição, o indivíduo prefere a loteria. Seja o preço de venda; o indivíduo será indiferente entre manter ou vender a loteria se: Essa equação define implicitamente o preço . (b) O preço máximo o qual o indivíduo está disposto a pagar pela loteria, caso na a possua, é aquele que faz com que a utilidade esperada de possuir a loteria após a compra seja igual à utilidade do indivíduo antes da compra. Se o preço for maior do que esse, o indivíduo preferirá 2 manter a riqueza que possui inicialmente. Seja o preço de compra; a condição será satisfeita com a igualdade: Essa equação define implicitamente o preço . (c) Temos , , , e . Então, o preço de venda será: O preço de compra será: Questão 02 Kay está planejando uma viagem ao redor do mundo em que pretende gastar R$10.000. A utilidade extraída da viagem é uma função de quanto o consumidor acaba gastando nela ( ), sendo dada por: (a) Se existe uma probabilidade de 25% de Kay perder R$1.000 do seu dinheiro na viagem, qual a utilidade esperada da mesma? (Utilize uma calculadora científica para fazer as contas) (b) Suponha que Kay possa adquirir um seguro contra a perda de R$1.000 a um prêmio atuarialmente justo de R$250. Mostre que a utilidade esperada é maior se ela comprar esse seguro do que se não comprar (e correr o risco de perder os R$1.000). (c) Qual a quantia máxima que Kay estaria disposta a pagar pelo seguro descrito no item anterior? (a) A utilidade esperada para a viagem será: 3 (b) Se Kay comprar o seguro a sua utilidade esperada será: (c) A quantia máxima que Kay estaria disposta a pagar pelo seguro seria aquela que a torna indiferente entre obter o seguro e a loteria sem o seguro; ou seja, é o valor que faz com que a utilidade esperada da viagem com o seguro seja igual à utilidade esperada da viagem sem o seguro. Seja o preço máximo; ele será dado por: Questão 03 Um indivíduo possui uma quantidade de dinheiro no período 1 para investir em ativos, que são divisíveis e possibilitam retorno no período seguinte. Ele pode investir em um ativo seguro que paga $1 no período 2 para cada $1 investido, ou pode comprar um ativo de risco que paga $0,60 com uma probabilidade ou $1,50 com a mesma probabilidade. Se a utilidade do consumidor for dada por , quais serão as quantidade investidas em cada tipo de ativo? Sejam a quantidade do ativo seguro que o indivíduo irá comprar e , a quantidade do ativo de risco. Seja o retorno do ativo de risco, esse retorno será igual a $0,60 com uma probabilidade de 0,5 e a $1,50 com uma probabilidade de 0,5. Então a riqueza final do indivíduo será de . Em condições de incerteza o indivíduo irá maximizar a utilidade esperada, que nesse caso será: O indivíduo possui ainda uma restrição orçamentária, porque o máximo que pode comprar de ativos é a sua riqueza inicial: . Portanto, o problema do consumidor será: 4 Podemos resolver esse problema de maneira simples substituindo a restrição na função objetivo: Então a função objetivo fica: A função objetivo torna-se de somente uma variável ( ), de modo que podemos encontrar o ponto de máximo igualando a sua derivada a zero: Então, substituindo na restrição, temos: Questão 04 Um fazendeiro tem a opção de cultivar trigo e batatas. Se fizer sol, cada hectare de trigo gerará lucro de 200; e se plantado com batatas, o lucro será de 100. Se fizer chuva, o lucro de um hectare de trigo será de 120; e se plantado com batatas, de 200. A utilidade da renda do fazendeiro é dada por U(Y)=ln(Y), em que Y é o lucro. As probabilidades de sol e chuva são iguais. Defina “t” como a proporção da terra dedicada ao plantio de trigo e “1-t”a proporção dedicada a plantação de batatas. Encontre o “t” ótimo. Questão 05 Um indivíduo possui riqueza W= $100 e se depara com uma loteria que pode acrescentar $44 a sua riqueza, com probabilidade 0,25, ou subtrair $36, com probabilidade 0,75. Sua utilidade é do tipo Von Neumann- Morgenstern (VNM), é dada por U(X)= X^(1/2). a) Ache o coeficiente absoluta de aversão ao risco, o coeficiente relativa de aversão ao risco. Analise o comportamento dos coeficientes em relação a renda. b) Ele é avesso, neutro ou propenso ao risco? c) Qual é o máximo que o indivíduo está disposto a pagar para se livrar do risco? 5 Questão 06 Julgue as afirmativas abaixo, classificando-as em verdadeiras (V) ou falsas (F): a) Pela hipótese de independência, as escolhas do consumidor em um estado da natureza devem independer das escolhas em outro estado da natureza. b) Uma função de utilidade côncava significa que o indivíduo é propenso ao risco. c) Se a função de utilidade for linear nas probabilidades, a utilidade atribuída a um jogo de azar será apenas o produto das utilidades dos diversos resultados possíveis, com cada utilidade elevada a sua probabilidade. ( ). d) Se submetermos uma função de utilidade VNM a uma transformação afim positiva, ela não preservará a propriedade de utilidade esperada. Mas, se a transformação for monotônica, preservará. 6 7 8 9 10 Questão 07 Um indivíduo possui a seguinte função de utilidade: Onde: C é a despesa em consumo, M é a despesa com seguro médico e se o indivíduo estiver doente e caso contrário. Assim, segundo essa função, quanto maior for o seguro melhor o tratamento médico e menos desagradável a doença. Se a probabilidade de adoecer for de 0,5 e se este indivíduo possuir rendimento igual a 10, calcule qual o montante de seguro que ele deverá fazer. A escolha ótima do indivíduo resulta da maximização da utilidade esperada: CPO: Questão 08 Um indivíduo possui função de utilidade Von Neumann-Morgenstern do tipo Onde m é a riqueza do indivíduo. Suponha que este indivíduo possua um carro avaliado em R$20.000,00 e deseja adquirir um seguro que lhe proteja de um possível sinistro que lhe custará R$10.00,000. A probabilidade do sinistro ocorrer é de 0,2. 11 a) Calcule a quantidade que o indivíduo adquire de seguro como uma função do preço do seguro. A escolha ótima do indivíduo resulta da maximização da utilidade esperada, onde S=P.Q é o valor pago pelo seguro, e P e Q o preço e quantidade do seguro. CPO: b) Admita que o preço do seguro seja atuarialmente justo. Nesse caso, quanto o indivíduo compra do seguro? Para que o preço cobrado seja atuarialmente justo, temos que o lucro esperado da seguradora deve ser igual a zero. Assim, o preço cobrado deverá ser igual a 0,2 por unidade de seguro: P=0,2. Substituindo P na expressão de Q calculada no item a, temos: Questão 09 Carlos decidiu gastar sua riqueza na compra de um automóvel que tem probabilidade 0,2 de se incendiar. Caso ocorra o incêndio, Carlos terá que se contentar com uma riqueza (R-k), e se não ocorrer incêndio, sua riqueza será de R, onde k é o valor do automóvel. a) Escreva o prêmio esperado (ou valor esperado) dessa loteria. O valor esperado dessa loteria será: Imagine que uma empresa seguradora ofereça segurar o valor total do automóvel. O valor cobrado pela empresa é de γ por unidade de seguro. 12 b) Qual é o valor do seguro atuarialmente justo? Qual é o lucro da seguradora quando o valor do seguro é atuarialmente justo? Para que o preço cobrado seja atuarialmente justo, temos que o valor pago pelo indivíduo deverá ser exatamente igual ao valor esperado da perda: 0,2.k No caso em que o seguro é atuarialmente justo, o lucro esperado da seguradora será nulo. Questão 10 Um indivíduo economizou 10.000 u.m. e planeja viajar. A utilidade da viagem é uma função de seus gastos na viagem e é dada por: Nesta viagem existe uma probabilidade de 25% de que ele venha a perder 1.000 u.m.. Para evitar esse risco de perda, ele pode fazer um seguro pagando um prêmio de 250 u.m.. a) O prêmio cobrado é atuarialmente justo? b) Compare a utilidade esperada da viagem com e sem o seguro. c) Qual é o prêmio máximo que o indivíduo deveria pagar? a) Para a seguradora, temos que o lucro esperado será: Portanto, o prêmio é atuarialmente justo. Ou seja, o valor pago pelo indivíduo é exatamente igual ao valor esperado da perda: 0,25.1000=250. b) A utilidade esperada sem o seguro (ss) e com o seguro (cs) são: Portanto, vemos que: . c) O prêmio máximo que o indivíduo deveria pagar é um valor que o deixa indiferente entre fazer o seguro ou não fazer. Assim, tal valor deverá satisfazer: . Portanto, o valor máximo que o indivíduo estaria disposto a pagar pelo seguro é 260, já que: 13 Questão 11 Um indivíduo possui escolha entre 3 situações alternativas: (I) ganhar $7,5 mi com probabilidade de 4/5 e $15 mi com probabilidade de 1/5 (II) ganhar $10 mi com probabilidade de 4/5 e $5 mi com probabilidade de 1/5 (III) ganhar $9 mi com certeza a) O indivíduo deve ser indiferente entre (I) e (II)? b) Se o indivíduo prefere a situação (II) à (III), então suas escolhas são inconsistentes? c) Se a utilidade do indivíduo for , onde x for a quantidade de dinheiro, então (II) será melhor que (I) ? d) Se o indivíduo for indiferente às três situações, ele é neutro ao risco? O ganho esperado em cada uma das três situações é $9 mi: (I) (II) (III) a) Se o indivíduo fosse neutro ao risco, teríamos: Nesse caso haveria indiferença entre as alternativas (I) e (II). Porém se o indivíduo for avesso ou propenso ao risco, as igualdades acima não se verificariam e o indivíduo não seria indiferente entre as alternativas (I) e (II). Portanto, haveria indiferença entre as alternativas (I) e (II) se, e somente se, o indivíduo fosse neutro ao risco. b) Não, pois se o indivíduo fosse neutro ao risco, ele seria indiferente entre as alternativas (II) e (III), sem que houvesse nenhuma inconsistência. 14 c) Se a utilidade do indivíduo for , onde x for a quantidade de dinheiro, ele seria neutro ao risco. Assim, seria indiferente entre as alternativas (I) e (II). d) O fato do indivíduo ser indiferente às três situações significa que ele é indiferente entre obter um valor com certeza e entrar numa loteria, pois em média ele aufere o mesmo ganho. Logo, ele é neutro ao risco. Questão 12 a) A concavidade das curvas de indiferença em relação à origem representa a aversão ao risco dos consumidores? b) Se um consumidor é neutro ao risco, então ele estará disposto a pagar R$10 por um bilhete de loteria se este lhe fornecer um ganho esperado de R$10? c) Um indivíduo avesso ao risco jamais participará de uma aposta? d) O prêmio de risco é o valor que uma pessoa avessa ao risco está disposta a pagar a fim de evitar os riscos? a) Não. Se o indivíduo é avesso ao risco, sua função de utilidade deve ser côncava. E tais funções de utilidade côncavas possuem curvas de indiferença convexas em relação à origem. b) Sim. Suponha uma loteria justa onde o indivíduo paga R$10 para apostar e ganha R$20 com probabilidade 0,5, e R$0 com probabilidade 0,5. O valor esperado dessa loteria é igual a 10. Se o indivíduo não entrar na loteria: Se o indivíduo entrar na loteria: c) Não necessariamente, isso dependerá da loteria. Se o prêmio de risco cobrado for atuarialmente justo, o indivíduo avesso ao risco sempre prefere sair da loteria. d) Sim. Definiremos primeiramente o equivalente de certeza (EC). Ele corresponde ao valor monetário que o indivíduo aceita receber com certeza para não entrar na loteria. Ou seja: . Já o prêmio de risco equivale ao valor esperado da loteria, subtraído do valor do equivalente de certeza. Assim, consiste no valor que uma pessoa avessa ao risco está disposta a pagar a fim de evitar os riscos.