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Elementos de Geologia

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ELEMENTOS DE 
GEOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLARISMAR DE OLIVEIRA CAMPOS 
 
 
 
 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ELEMENTOS DE 
GEOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
CLARISMAR DE OLIVEIRA CAMPOS 
 Eng
o
.
 
 Agr
o
. Dr.
 
Professor concursado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PETROLINA, PE 
JULHO, 2009 
 
 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campos, Clarismar de Oliveira, 
 Elementos de Geologia / Clarismar de 
Oliveira Campos. – Petrolina: [s.n.], 
2009.2a.ed. 
 iv, f. : il. Color., gráfs., tabs. 
 
 
1. Geologia. 2. Rochas. 3. Minerais. I. 
Campos, Clarismar de Oliveira 
Campos. 
 
 
 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“ Não se deve ir atrás de objetivos fáceis. É preciso buscar o 
que só pode ser alcançado por meio dos maiores esforços”. 
 
“ Se não fosse físico, acho que seria músico. Eu penso em 
termos de música. Vejo minha vida em termos de música”. 
 
Albert Einstein (1879-1955) 
( Galileu, n
o 
 161 ) 
 
Estudante, estando no terceiro grau, você é mais criador de 
texto do que interpretador. Pense nisso. 
 
Espaço e tempo é uma descoberta humana, para entender os 
acontecimentos evolucionistas e a própria ciência. Para Deus, 
não existe espaço e nem tempo, pois magnificamente Ele É, 
espaço e tempo. 
 5 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
A geologia é uma ciência fantástica, pois foi 
através da mesma que a humanidade pôde, 
ao longo do tempo, resistir e desmistificar 
os preconceitos do surgimento do universo, 
formação do nosso sistema solar e da 
gênese da Terra. As observações 
astronômicas nos conduzem a pelo menos 
duas reflexões para os temas da origem do 
Universo e da matéria nele concentrada: 
Uma visão retrospectiva, onde a 
observação das feições mais distantes nos 
leva a informações de épocas passadas, 
são as observações das regiões no limite do 
observável, que refletem eventos há vários 
bilhões de anos. Uma visão comparativa, 
que possibilita a reconstrução do ciclo de 
evolução estelar, visto existir uma grande 
diversidade de tipologia nas estrelas, em 
relação à sua massa, tamanho, cor, 
temperatura, idade etc. Sabe-se que a vida 
de uma estrela é muito longa, bilhões de 
anos, e o grande número delas faz com que 
seja possível verificar a existência de muitas 
delas em diferentes fases de evolução 
estelar, desde a sua formação até o seu 
desaparecimento ou a sua transformação 
em outro objeto diferente no Universo. 
Quando perguntamos como foi criado o 
Universo, uma das respostas mais comum é 
que foi criado por Deus, ora isso é o óbvio 
do óbvio, o ser estudioso necessita de um 
embasamento científico, de leitura, para 
colocar em prática o seu lado crítico criador, 
para responder a essa pergunta, para tanto, 
nesta apostila, tanto na parte escrita, como 
nas sugestões de leitura, o discente poderá 
criar o seu embasamento para responder e 
esta questão e outras muito interessantes. 
Para os cientistas realizarem a 
reconstituição da história da Terra, eles se 
baseiam nos estudos das rochas e dos 
fósseis. O estudo dos fósseis, isto é, dos 
restos ou vestígios de seres orgânicos - 
vegetais ou animais - que deixaram suas 
marcas nas rochas sedimentares da crosta 
terrestre, permite aos estudiosos saber 
também sobre o passado da Terra, para 
tanto os especialistas criaram uma 
terminologia apropriada. A paleontologia. 
Uma das grandes preocupações da 
humanidade é saber a idade da Terra, esse 
tema tem acompanhado os cientistas por 
muitos séculos e a primeira tentativa, foi 
baseada nas observações contidas na 
paleontologia, entretanto, ficava muito 
empírico visto não possuir uma base 
científica consistente, apesar de ser aceita 
pelo mundo científico. Com o avanço da 
ciência, com o conhecimento sobre a 
radioatividade, tornou-se possível a 
determinação do tempo que leva para dar-
se a transmutação de um elemento em 
outro, o que se dá pela mudança do número 
atômico, com perda de elétrons, mais 
partículas do próprio núcleo do átomo e 
energia, sob a forma de radiações, com 
esses avanços científicos, os cientistas 
podem, hoje, fazer a datação dos principais 
eventos da Terra. 
O conhecimento das principais 
características do Sol, Lua e da Terra, são 
importantes para o desvendamento sobre a 
evolução da vida e das transformações por 
que passou e passa o nosso planeta. 
A meteorologia é uma ferramenta 
importante para melhor entendermos o 
nosso planeta, ensina quais aparelhos 
utilizamos e como tomar os dados, saber 
conviver com as adversidades é muito 
importante, principalmente no nosso semi-
árido, onde impera a indústria da seca. 
O autor 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
ASSUNTOS 
 
PÁGINA 
Apresentação 
 
5 
CAPITULO I 
Noções de geologia, teorias sobre o universo, gênese da terra, 
paleontologia, processos de datação, astros, movimentos da 
terra e meteorologia. 
 
 
7-31 
CAPITULO II 
Estrutura da terra; processos endógenos e exógenos; tectônica 
de placas e deriva continental; terremotos / ondas sísmicas; 
vulcões; magma e vulcanismo; produtos vulcânicos; vulcanismo 
e seus efeitos no meio ambiente; vulcanismo e seus benefícios; 
formação das montanhas. 
 
 
 
32-57 
CAPITULO III 
Minerais e rochas; estrutura cristalina; principais minerais; 
argilominerais; importância do conhecimento; rochas ígneas ou 
magmáticas; rochas sedimentares; rochas metamórficas 
 
 
 
58-69 
CAPITULO IV 
Solo, fatores de formação do solo, perfil do solo, cassificação 
brasieira de solos, frações do solo, atividades das partículas do solo, 
textura do solo, estrutura do solo, cálculos analíticos 
interpretações. 
 
 
70-79 
CAPITULO V 
Excursão, uma prática pedagógica na aprendizagem 
 
80-86 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
 
 
CAPITULO I 
 
NOÇÕES DE GEOLOGIA, TEORIAS SOBRE O UNIVERSO, GÊNESE DA TERRA, 
PALEONTOLOGIA, PROCESSOS DE DATAÇÃO, ASTROS, MOVIMENTOS DA 
TERRA E METEOROLOGIA. 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Da mesma forma que podemos dividir a 
nossa vida em etapas, infância, juventude, 
maturidade e velhice; a existência da Terra 
também pode ser dividida em vários 
momentos. 
Quanto a formação da Terra a teoria mais 
aceita hoje, é chamada de acreação, que 
com o acumulo destas partículas de 
diversos tamanhos, formaram planetésimos, 
protoplanetas e planetas. A Terra primitiva 
era muito quente, devido a liberação de 
energia cinética durante seu crescimento, 
decadência de elementos radioativos em 
seu interior. O derretimento parcial do 
interior da Terra permitiu que o ferro e o 
níquel mais densos ficassem no centro, 
formando um núcleo metálico. O magma 
rico em sílica subir até a superfície para 
formar um oceano de magma. O material 
restante entre o núcleo e o oceano de 
magma formou o manto. O oceano de 
magma teria esfriado para formar uma 
camada de crosta basáltica como está 
presente em baixo dos oceanos hoje. A 
crosta continental seria formada depois. 
Esse período é chamado de Éon Pré-
Cambriano, compreendendo cerca de 4/5 
da história da Terra. As rochas que restam 
desse tempo são principalmente cristalinas, 
isto é, formadas diretamente por 
resfriamento e solidificação do magma e por 
sedimentos consolidados, que foram 
submetidos a altas pressões e 
temperaturas, adquirindo consistência 
semelhante
à das rochas cristalinas 
primitivas. Do ponto de vista geológico, 
nesse período ocorreu o resfriamento da 
Terra e os minerais solidificados formaram 
as primeiras rochas magmáticas. 
No Proterozóico, ocorreu a primeira “crise 
de poluição” , visto que há 
aproximadamente 2,2 bilhões de anos atrás, 
em diversas partes da Terra encontrou-se 
evidências da presença de óxidos de ferro 
em paleossolos (solos antigos), onde 
ocorrem “camadas vermelhas” que contêm 
óxidos de ferro, apontando um aumento 
razoavelmente rápido nos níveis do 
oxigênio. O oxigênio no Arqueano 
representava menos de 1% dos níveis 
atuais, mas há aproximadamente 1,8 bilhão 
de anos, os níveis de oxigênio aumentaram, 
atingindo cerca de 10% acima dos níveis 
atuais. 
O Éon Fanerozóico, graças aos inúmeros 
tipos de sedimentos que se originaram nas 
várias partes do mundo, devido o trabalho 
das águas, dos ventos, das geleiras e dos 
próprios seres vivos sobre as rochas do 
Pré-Cambriano, desgastando-se, 
transportando-as e redepositando-as em 
diferentes condições e locais do planeta. 
 
 
 
 
 
 
GEOLOGIA 
 
Etimologicamente falando a palavra vem do 
Grego que quer dizer GEO = Terra e 
LOGOS = pensamento, ciência, em tese é a 
ciência que estuda a Terra. 
 
DEFINIÇÃO 
 
É a ciência que estuda a Terra, sua 
formação, composição, seus processos 
 8 
internos, externos e sua evolução no 
espaço e no tempo. 
A geologia como ciência, procura decifrar a 
história geral da Terra, desde o momento 
em que se formaram as rochas até o 
presente, distinguindo-se, para efeito 
didático, em Geologia Geral ou Dinâmica e 
Geologia Histórica. 
 
Dinâmica 
 
É o estudo da composição, estrutura e dos 
fenômenos genéticos formadores da crosta 
terrestre, assim como do conjunto geral de 
fenômenos que agem não somente sobre a 
superfície, como também em todo o interior 
do nosso planeta. 
 
HISTÓRICA 
 
Estuda e procura datar cronologicamente a 
evolução geral, as modificações estruturais, 
geográficas e biológicas ocorridas na 
história da Terra. 
 
RAMIFICAÇÕES DA GEOLOGIA 
 
PETROLOGIA: é a ciência das rochas no 
sentido estrito, constituindo a base das 
ciências geológicas, importante porque 
através dos processos de transmutação dos 
elementos, chega-se a fazer a datação das 
rochas, composição química e cristalografia. 
 
PALEONTOLOGIA: descreve e classifica 
os antigos seres viventes que se encontram 
nas rochas. 
 
ESTRATIGRAFIA: ordena as rochas 
estratificadas (estratos) sistematizando-as a 
partir das mais antigas. 
 
GEOGRAFIA: é a ciência cujos campos de 
ação estão na superfície da Terra e seus 
habitantes. 
 
PEDOLOGIA: estudo do solo, formação, 
perfil, análises física e química. É a base 
para os projetos de ocupação da 
agropecuária, estradas, construções e 
notadamente para os projetos de irrigação. 
 
 
 
 
UM POUCO DE HISTÓRIA 
 
Observando os depósitos fluviais, Tales de 
Mileto ( 636-648 a C ) dizia que a água era 
o agente formador de toda a Terra. Já 
Anaxímenes ( 480 a C ) dizia ser o ar; 
Heráclito (576-480 a C) dizia que era o fogo. 
Aristóteles (384 – 322 a C ) afirmava que os 
terremotos eram produzidos por fortes 
ventos dentro da Terra, que produziam as 
erupções vulcânicas, já Sêneca ( 2- 63 d C ) 
dizia que a fricção produzida pelos ventos 
determinaria o aumento da temperatura, 
inflamando os depósitos de enxofre e outros 
combustíveis originando-se estão os 
fenômenos vulcânicos. Estrabão (63 a C – 
20 d C) reconheceu o Vesúvio como um 
vulcão dormente, cita em suas obres o 
afundamento e ressurgimento de ilhas. Caio 
Plínio Segundo é considerado o primeiro 
mártir da ciência, pois em 79 d C morreu 
observando o funcionamento da erupção 
vulcânica do Vesúvio, entretanto foi um 
perspicaz observador da natureza, escreveu 
37 volumes sobre a história da natureza, 
sendo que os 5 últimos volumes foram 
dedicados ao reino mineral. Avicena ( 979 – 
1073 d C ), médico árabe, discordou de 
várias teorias de Aristóteles. Leonardo da 
Vinci ( 1452 – 1519 ) em meados do século 
XV, corrige muitas idéias, inventa o 
telescópio, fala sobre o origem correta dos 
fósseis e do papel da erosão na formação 
das montanhas e rios. Geórgio Agrícola 
(1494 – 1555 d C ), médico, entre os 
diversos trabalhos geológicos que publicou 
destacou-se “De re metálica” tratado sobre 
a técnica da mineração e da mineralogia. 
Nicolas Steno (1631 – 1687 ) médico e 
eclesiástico estudou sobre as rochas, falou 
sobre a geologia física, estratigrafia e tratou 
da história geológica da Terra. Foi o 
primeiro a apresentar por meio de perfis a 
evolução geológica de uma área, escreveu 
um famoso livro “De sólido inter solidum 
naturaliter contento”, foi o primeiro a 
verificar a constância do ângulo formado por 
faces idênticas dos cristais, formulando a 
idéia do crescimento dos cristais em meio 
líquido. Buffon (1707 – 1788 ) influenciado 
pelos ensinamentos da sagrada escritura, 
 9 
subdividiu a história geológica da Terra em 
7 grandes épocas. Abraham Werner (1749 
– 1815) e James Hutton (1726 – 1797 ) são 
considerados os pais da geologia atual. 
Werner defendia a corrente Netunista, 
baseiava-se na história bíblica segundo a 
qual todas as rochas tinham o seu início 
num oceano de águas espessas e turvas 
que cobriam a superfície da Terra. As 
rochas calcárias, graníticas e basálticas 
formaram-se a partir de precipitados 
químicos. Já Hutton pertencia a corrente 
Uniformista, contestou a teoria do dilúvio, 
verificou perturbações de rochas, 
seqüências de estratos, cortes inclinados 
etc. Concluiu que todas as rochas se 
formaram de material levado de outras 
rochas mais antigas, explicando a formação 
de todas as rochas. Em resumo, a erosão e 
o tempo foram os responsáveis. Uma frase 
de Button causou na época uma grande 
polêmica “Não encontramos nenhum sinal 
de um começo, nenhuma perspectiva de um 
fim”. 
William Smith (1769 – 1839), não tendo 
nada a ver com a briga das correntes 
Netunista e Uniformista, em trabalhos de 
canais (canal Somerset) e de várias 
estradas na Inglaterra, descobriu que os 
sedimentos de cada época tinham seus 
fósseis, surgindo de suas pesquisas o 
primeiro mapa geológico, com divisões 
estratigráficas baseadas nos fósseis. 
Eduard Suess (1831 – 1914 ) esclareceu a 
história física da crosta e sintetizou a 
constituição geológica do globo terrestre na 
sua imortal obra “ Das Anttitz der Erde”. 
 
No fim do século passado, duas instituições 
foram importantes para o desvendamento 
dos mistérios do nosso planeta, que são: 
Geological Society of London e Société 
Géologique de France, que tinham como 
finalidade estudar em conjunto os 
problemas geológicos e as discussões dos 
novos dados coletados. 
O incremento da geologia foi progressivo, 
continuando a ser até hoje, onde os 
principais trabalhos são publicadas nas 
seguintes revistas: Taschenbuch der 
geologie and geoguoste, Jahrbuch fur 
mineralogie, Geognosie, Geologie and 
petrefaktenkunde e The american journal of 
sciences. 
 
UNIVERSO 
 
A Astronomia nos ensina que o cosmo é 
formado por incontáveis estrelas, planetas, 
asteróides, etc. formando as galáxias. Neste 
mundo inimaginável observamos que os 
astros dispõem-se de uma maneira 
ordenada, seguindo hierarquias. As estrelas 
agrupam-se primeiramente em galáxias, 
cujas dimensões são da ordem de 100.000 
anos-luz de forma elíptica ou espiral. 
A estrutura interna das galáxias pode conter 
mais de 100 bilhões de estrelas de todas as 
dimensões, com incontáveis 
particularidades, podendo citar como 
exemplo os quasars, objetos com 
dimensões ao nosso sistema solar, 
contendo imensa quantidade de energia 
(possivelmente Rádio) que brilha com 
grande intensidade. Cada quasars é 
provavelmente o núcleo de uma
galáxia 
remota, observa-los significa testemunhar 
os primeiros tempos do Universo. As 
galáxias podem conter enormes espaços 
interestelares de baixa densidade, mas 
também regiões de densidade extrema, os 
buracos negros, que podem sugar qualquer 
matéria, em virtude de sua gigantesca força 
gravitacional, nem mesmo a luz consegue 
escapar dos buracos negros. 
Quem olha para o céu numa noite escura 
sem o auxílio de um telescópio pode ver até 
6 mil estrelas brilhando, parece muito mais 
não é, os astrônomos presumem a 
existência de pelo menos 100 bilhões de 
galáxias, cada uma contendo outros 
inimagináveis 100 bilhões de estrelas, 
profundamente afastadas no espaço e no 
tempo. Esses astros vão entrando em 
colapso lentamente como conseqüência de 
sucessivas explosões cósmicas e o material 
de sua composição acaba se espalhando 
pelas galáxias. 
O Universo conhecido se encontra 
projetado num disco de 40 bilhões de anos 
luz de diâmetro, as galáxias por sua vez, se 
agrupam formando os aglomerados, que 
podem conter algumas dezenas a alguns 
 10 
milhares de galáxias. A Via Láctea pertence 
ao Grupo Local, que inclui também a 
galáxia de Andrômeda (M 31) e as Nuvens 
de Magalhães (M 33) ou Nebulosa do 
Triângulo, com um diâmetro de cerca de 
150 milhões de anos-luz, estando afastadas 
da Via Láctea por 2,2 e 2,3 milhões de 
anos-luz, respectivamente. 
A nossa Via Láctea é uma galáxia do tipo 
espiral, tem cerca de 100 mil anos-luz de 
diâmetro, sendo constituída por 250 bilhões 
de estrelas.O o nosso Sol está localizado 
em braço periférico da galáxia, chamado de 
Orion, com diâmetro de 7 mil anos-luz. O 
Sol se move a 250 quilômetros por segundo 
e desde que surgiu, até agora, ele deu 23 
voltas em torno do centro da Via Láctea A 
Via Láctea possui também um núcleo, onde 
aparecem os agrupamentos das estrelas 
jovens. 
Para compreender o Universo que 
habitamos, devemos fazer um passeio até 
os limites do que foi observado pela ciência, 
podemos ter como ponto de partida o 
sistema solar, onde estão a Terra e os 
outros planetas, a partir daí, a viagem se dá 
por etapas, em primeiro lugar, a Galáxia em 
que se encontra o Sol e seus planetas e as 
estrelas e constelações próximas; em 
seguida, a Via Láctea, depois o chamado 
Grupo Local ( o aglomerado de galáxias 
formada pela Via Láctea e suas vizinhas), o 
Superaglomerado Local a que pertence o 
Grupo Local e, finalmente, os limites do 
Universo observável pelos instrumentos 
mais sofisticados de medição. 
 
As observações astronômicas nos 
conduzem a pelo menos duas reflexões 
para os temas da origem do Universo e da 
matéria nele concentrada: 
Uma visão retrospectiva, onde a 
observação das feições mais distantes nos 
leva à informações de épocas passadas, 
são as observações das regiões no limite do 
observável, que refletem eventos há vários 
bilhões de anos. 
Uma visão comparativa, que possibilita a 
reconstrução do ciclo de evolução estelar, 
visto existir uma grande diversidade de 
tipologia nas estrelas, em relação à sua 
massa, tamanho, cor temperatura, idade 
etc. Sabe-se que a vida de uma estrela é 
muito longa, bilhões de anos, e o grande 
número delas faz com que seja possível 
verificar a existência de muitas delas em 
diferentes fases de evolução estelar, desde 
a sua formação até o seu desaparecimento 
ou a sua transformação em outro objeto 
diferente no Universo. 
Para entender a evolução sobre a evolução 
do Universo, devemos recorrer a vários 
cientistas em diversas épocas, vejamos 
como se avançou neste campo: 
 
A hipótese de Laplace ( 1796 ) 
 
Foi elaborada em 1796, essa teoria foi 
aprimorada com o tempo, hoje em dia, 
grande parte dos astrônomos procura unir a 
teoria de Laplace com o Big-bang, que 
explica a origem do Universo. 
 
Sistema estático ( 1937 ) 
 
Albert Einstein, quando formulou a Teoria 
da Relatividade, trabalhava com a 
concepção de que o universo era estático, 
ou seja não se expandia, isso levado por 
suas crenças cristãs. A teoria era tão boa 
que contrariava matematicamente a 
concepção errônea de seu criador. As 
equações de Einstein apontavam 
justamente o contrário. O universo só 
poderia se expandir, e violentamente. Seus 
cálculos só davam certo levando em conta 
um universo em movimento. Einstein 
contornou momentaneamente o problema 
criando a “constante cosmológica”, uma 
variável que, encravada nas equações, 
conseguia fecha-las para os cálculos num 
universo estático. Mais tarde Einstein 
confessou ao físico George Gamow que “ a 
introdução da constante cosmológica foi o 
maior erro de sua vida. 
 
Sistema aberto ( 1929 ) 
 
Quase uma década após a publicação da 
Teoria da Relatividade, o físico americano 
Edwin Hubble (1889-1953) em 1929, propôs 
o modelo de universo em expansão. Não 
era preciso uma anti-gravidade para evitar o 
deslocamento das galáxias. Einstein, então 
entendeu qual era o problema de suas 
equações. A Teoria da Relatividade 
 11 
reproduzia as leis do universo com tal 
clareza que bastou desprezar a “constante 
cosmológica” para que suas regras 
fizessem sentido outra vez. 
Hubble inferiu daí que um dia as galáxias 
estiveram unidas num único ponto, surgindo 
daí a idéia do Big-Bang, a explosão criadora 
do universo. Também surgiu uma dúvida: 
quando isso ocorreu? Hubble calculou a 
idade do cosmo em dois bilhões de anos, 
número impossível pois já se conheciam na 
época rochas terrestres com o dobro dessa 
idade ( o sistema solar tem 4,6 bilhões de 
anos ). Para descobrir a idade correta, 
faltava aos astrônomos a tecnologia para 
medir as distâncias e a velocidade de 
afastamento das galáxias. Passados 70 
anos, oito anos de trabalho intenso do 
telescópio espacial Hubble, chegou-se ao 
resultado. O Big Bang foi há 15 bilhões de 
anos, anunciaram solenemente na revista 
Science pesquisadores de universidades 
dos EUA, da Austrália e da NASA. Tão 
importante quanto essa descoberta foi a 
constatação de que, em vez de desacelerar, 
a expansão está acelerando. Conclui-se daí 
que, num futuro remoto, digamos, daqui a 
meio trilhão de anos, mesmo os telescópios 
mais potentes serão incapazes de focalizar 
as galáxias vizinhas da Via Láctea. 
A prova do Big bang, só ocorreu em 1965 
por Arno Penzias e Robert Wilson do 
laboratório Bell (Estados Unidos) – Prêmio 
Nobel, 1978 (Radiação de fundo). A 
descoberta dos ruídos remanescentes da 
grande explosão aconteceu por acaso em 
1964, numa montanha do Estado americano 
de Nova Jersey, os astrônomos Arno 
Penzias e Robert Wilson passaram a 
primavera de 1964 tentando medir a 
intensidade das ondas de rádio emitidas por 
uma galáxia. Dispunham da mais moderna 
tecnologia da época, desenvolvida pela 
empresa telefônica americana Bell, que 
instalou para a dupla uma potente antena 
na montanha. A experiência não dava certo 
devido a um estranho zumbido, de origem 
não identificada. Durante semanas, Penzias 
e Wilson tentaram, sem sucesso, isolar a 
antena do persistente sinal de microondas. 
Precisavam ter a segurança de que os 
sinais que captavam vinham todos do 
espaço, mas não conseguiam se livrar do 
fraco som que não se alterava com a 
mudança de posição da antena. Após várias 
tentativas, revisão do material, lá estava de 
novo o barulho. Um amigo da dupla sugeriu 
que se procurasse ajuda da Universidade 
de Princeton, onde uma equipe de físicos 
desenvolvia estudos teóricos sobre a 
universo após o Big Bang. A evidência mais 
forte de que a radiação captada por Penzias 
e Wilson eram os ecos do Big Bang veio 
com a medição do comprimento de onda, 
idêntico ao que os cientistas de Princeton 
haviam calculado para as radiações da 
explosão, 15 bilhões de anos atrás. O ruído 
foi batizado de “radiação cósmica de fundo”. 
 
Sistema cíclico ( 2002 ) 
 
“ O Universo se destrói
e se refaz em 
implosões e explosões separadas por 
trilhões de anos”. Big Bangs (grandes 
explosões) e Big Crunchs (grandes 
implosões), essa é a teoria de Paul 
Steinhart (físico de Princeton) e Neil Turok 
(matemático de Cambridge), vejamos como 
os mesmos estão tratando do assunto. 
O Universo, tal qual é conhecido, vai 
terminar em um colapso, a causa é uma 
misteriosa energia que hoje está acelerando 
a expansão do cosmo. Eles propõem um 
novo modelo cosmológico que derrubaria, 
de uma vez, a idéia de um único Big Bang e 
o processo eterno de expansão. Em 
cosmologia, inflação é o que teria feito o 
Universo se espalhar rapidamente, poucos 
instantes após seu surgimento, evitando 
uma implosão logo após a explosão inicial. 
O conceito é crucial para a versão mais 
aceita da teoria do Big Bang, mas 
Steinhardt e Turok o descartam em seu 
novo modelo. A nova teoria propõe que o 
“Universo seja cíclico, ou seja, composto 
por seqüências intermináveis de Big Bangs 
(grandes explosões) Big Crunchs (grandes 
implosões), que nunca tiveram um início e 
nunca terão um fim”. O que impulsiona o 
Universo rumo à expansão em seu novo 
modelo é uma entidade misteriosa chamada 
de “energia escura”. O nome vem do fato de 
os físicos já saberem, por observação, que 
ela está lá hoje, mas não terem a menor 
idéia do que a produz. A tal energia escura 
é uma pedra no sapato dos defensores do 
 12 
Big Bang único e do chamado Universo 
inflacionário. Embora o enigma não derrube 
a teoria, a verdade é que ela nunca previu 
que essa aberração existiria. 
Foi por falta de evidência definitiva sobre a 
existência dessa forma energética 
misteriosa que físicos italianos, com base 
em análises do eco do Big Bang (a radiação 
cósmica de fundo), afirmaram há dois anos 
que o Universo iria se expandir para 
sempre, por falta de massa para impedir a 
expansão. A única força conhecida capaz 
de causar um Big Crunch, a gravidade, não 
seria forte o suficiente para fazer o serviço. 
Atualmente a energia escura está 
acelerando a expansão cósmica, o que 
corrobora a idéia de que o universo nunca 
acabará numa implosão, mas, dizem os 
autores, no futuro distante, daqui a trilhões 
de anos, ela terá o efeito inverso. Para eles, 
a energia escura esteve atuando desde o 
início do atual ciclo do Universo, o nosso 
Big Bang não teria sido o primeiro, de 
acordo com eles, aumentando a expansão. 
Isso aconteceu durante os últimos 15 
bilhões de anos e deve continuar por outros 
trilhões, até que tudo já tenha sido 
dissolvido no vácuo. Até mesmo os buracos 
negros, objetos com maior concentração de 
massa de que já se teve notícia, acabariam 
esfarelados pela ação da energia escura. 
Nesse momento, segundo suas previsões 
matemáticas, a energia escura viraria a 
casaca e passaria a aglutinar os corpos, 
vez de separa-los. A matéria continuaria 
voltando a se compactar, até se concentrar 
em um único ponto. Depois da implosão, 
um novo Big Bang ocorreria e o ciclo 
começaria de novo. “ Parece que temos 
agora duas possibilidades dispares”, 
escreveu a dupla na conclusão de um artigo 
publicado ontem eletronicamente pela 
Science (www.sciencex press.or). “ Um 
Universo com um início definido e um 
Universo feito e refeito para sempre. O 
árbitro definitivo será a natureza”. 
 
 
 
 
CRONOLOGIA DO UNIVERSO 
 
INÍCIO 
 
O cosmo era menor que um átomo, toda a 
matéria se resumia a uma esfera um trilhão 
de vezes menor que 1 centímetro. 
 
 
 Com 1028 graus Celsius e com 10-38 
segundos aparece a 1a força: a 
gravidade. 
 Com 1028 graus Celsius e com 10-36 
segundos aparece a força nuclear 
forte, formando os quarks que vão 
formar prótons. 
 Com 1028 graus Celsius e com 10-36 
e 10-13 segundos surgem os quarks 
e os anti-quarks que se atacam 
mutuamente até que os primeiros 
aniquilem os segundos. 
 Com 1015 graus Celsius e com 10-13 
e 10-8 segundos, surgem o eletro-
magnetismo e a força nuclear fraca. 
Daí em diante 4 forças se 
encarregam de governar o universo. 
 Com 1012 graus Celsius e com 10-8 
e 10-4 segundos, formação dos 
prótons e nêutrons, formando o 
núcleo de átomos. 
 Com 1012 graus Celsius e com 10-4 
e 10-3 segundos, os núcleos 
vencem os antinúcleos, formando a 
matéria (A DERROTA DA 
ANTIMATÉRIA). 
 
 Entre 1012 e 30.000 graus Celsius e 
entre 10-2 e 102 segundos, vários 
eventos: 
Liberação dos neutrinos. 
Sobrevivência dos elétrons. 
Síntese dos primeiros elementos. 
Os nêutrons se desintegram em 
prótons que colidem formando 
núcleos de hidrogênio pesado 
(Deutério) e Hélio. 
 
 Entre 1012 e 30.000 graus Celsius e 
entre 10-2 e 104 anos. Termina a 
síntese do hidrogênio. Os núcleos 
de hélio consomem os nêutrons. Os 
prótons que restam formam os 
núcleos do Hidrogênio. 
 13 
 
 Entre 30.000 e –270 graus Celsius 
e entre 104 e 108 anos. Surge um 
período de plasma é o fim da 
radiação. O Universo esfria. Os 
elétrons são atraídos e formam os 
núcleos dos átomos. 
 
 Entre 30.000 e –270 graus Celsius 
e entre 108 e 109 anos. Nascem as 
galáxias e as estrelas. 
 Entre 30.000 e –270 graus Celsius 
e entre 109 e 1010 anos. É o 
chamado ciclo das estrelas, extinção 
de umas para formar outras e os 
planetas. 
 Entre 30.000 e –270 graus Celsius 
e entre 1010 e 1011 anos. 
Desenvolvimento da Terra ( últimos 
3 bilhões de anos ). 
 Entre 10-10 e 1040 graus Celsius e 
entre 1011 a 10100 anos. 
Velhice da Via Láctea 
Extinção das estrelas 
O fim da Via Láctea 
Os prótons se desintegram, sobrando só 
a radiação cósmica 
O fim dos buracos negros (explodem). 
 
 
GÊNESE 
 
Formação da Terra 
 
A teoria mais aceita hoje, é chamada de 
acreação (crescimento, acréscimo por 
justaposição), segundo essa hipótese, a 
formação de todos os corpos naturais que 
giram em torno do Sol deu-se por um 
processo de aglomeração de partículas, 
dentro de uma espécie de nuvem de poeira 
e gás que circundava o Sol primitivo, à 
maneira de um grande disco, como os que 
circundam Saturno e outros planetas ainda 
hoje. Vejamos o esquema: 
 
Poeira cósmica corpúsculos 
maiores coágulos blocos ( 1 
Km-planetésimos ) protoplanetas 
planetas 
 
Formação e contração da nebulosa solar 
original, provavelmente devido a ondas de 
choque de uma supernova. Formação de 
um grande disco giratório com a maior parte 
de massa na forma de gás de hidrogênio 
concentrada no centro, formando o proto 
Sol. Formação de partículas de poeira de 
tamanho e composição discrepantes, 
acumulo destas partículas em tamanhos 
maiores e maiores, formando planetésimos, 
protoplanetas e planetas. 
 
Modernamente, após a descoberta da meia 
vida dos elementos, ou seja os níveis de 
Oxigênio na Terra teve variações e isso 
provocou muitas alterações nos seres que 
habitavam a nossa Terra. Hoje existe uma 
estabilidade de O2 em torno de 21%, devido 
ao equilíbrio entre fotossíntese e respiração, 
entretanto, no passado, a oscilação 
começou há 2 bilhões de anos quando o 
nível de O2 situava-se em torno de 2%, esse 
nível aumentou para 20% há 550 milhões 
de anos, subindo para 35% há 300 milhões 
de anos, caiu para 15 % há 250 milhões de 
anos, voltou a subir para 25% há 100 
milhões de anos e hoje está estável em 
21%. Essa tese é fantástica ainda, pois 
desvenda o elo da teoria de Darwin, pois 
explica as ocorrências bruscas na evolução 
das espécies, pedra no sapato de Darwin, 
pois a teoria da evolução explicava que 
deveria ser lenta e gradual (Sapiens, 2004). 
Até então a atmosfera era dominada pelo 
gás carbônico. O Oxigênio é um destruidor 
poderoso de compostos orgânicos. Os 
organismos tiveram que desenvolver 
métodos bioquímicos para reter o Oxigênio, 
um destes métodos foi a respiração
aeróbica. 
A Terra primitiva era muito quente, devido a 
liberação de energia cinética durante seu 
crescimento, decadência de elementos 
radioativos em seu interior e a colisão que 
formou a Lua. O derretimento parcial do 
interior da Terra permitiu que o ferro e o 
níquel mais densos ficassem no centro, 
formando um núcleo metálico. O magma 
rico em sílica subir até a superfície para 
formar um oceano de magma. O material 
restante entre o núcleo e o oceano de 
magma formou o manto. O oceano de 
magma teria esfriado para formar uma 
camada de crosta basáltica como está 
presente em baixo dos oceanos hoje. A 
 14 
crosta continental seria formada depois. A 
formação de grande parte da atmosfera 
inicial e dos oceanos foi conseqüência do 
derretimento parcial e diferenciação da 
Terra que teria permitido a liberação de 
combinações gasosas. Os atuais vulcões 
libertam gases e magma que são trazidos 
ainda a superfície, compostos de vapor de 
água, CO2 , CO , N2 , H2 e Cloreto de 
Hidrogênio. O vapor de água teria 
condensado na atmosfera e as violentas 
descargas elétricas tornaram possível a 
passagem da água do estado sólido para o 
líquido, formando os oceanos. As violentas 
descargas elétricas, radiações ultravioletas, 
provocaram ruptura das ligações 
químicas, o Hidrogênio (elemento mais 
abundante do cosmo) vai formar Hélio, os 
núcleos estelares passam a fundir Hélio em 
Carbono, depois Carbono em Oxigênio, e 
por aí vai. Os radicais livres, resultantes da 
quebra, originaram moléculas, dentre as 
quais os primeiros aminoácidos (a.a). As 
moléculas orgânicas foram carreadas, 
combinaram-se entre si, formando as 
primeiras proteínas, que foram até os mares 
primitivos. Nos mares, as proteínas 
formaram os coacevados. Choques e 
reações químicas aumentaram a 
complexidade molecular, chegando a 
duplicar-se. Estágio da primeira forma viva, 
capaz de duplicar-se, principal característica 
dos seres vivos. Segundo os especialistas, 
esse período é chamado de Éon Pré-
Cambriano. As rochas que restam desse 
tempo são principalmente cristalinas, isto 
é, formadas diretamente por resfriamento e 
solidificação do magma e por sedimentos 
consolidados, que foram submetidos a altas 
pressões e temperaturas, adquirindo 
consistência semelhante à das rochas 
cristalinas primitivas. O panorama terrestre 
era o seguinte: o manto solidificava-se 
rapidamente em conseqüência das grandes 
perdas de calor para o espaço através da 
superfície. Movimentos enérgicos de 
convecção provocavam ainda freqüentes 
rupturas, explosões, formação de inúmeros 
vulcões, derrames de magma sobre 
grandes áreas da superfície, por cima de 
rochas já solidificadas. Esses movimentos 
de convecção, ainda subsistem hoje, só 
com velocidades centenas de vezes 
menores: naquela época, as velocidades de 
revolvimento desse magma semilíquido, 
altamente viscoso, eram da ordem de 
alguns metros por ano. O núcleo central, já 
estava constituído em 75%. Há cerca de 3,8 
bilhões de anos, começavam a formar-se as 
primeiras placas continentais, constituídas 
de rochas mais leves flutuando como uma 
espuma sobre as rochas pesadas do 
magma. 
 
Do ponto de vista geológico, nesse período 
ocorreu o resfriamento da Terra e os 
minerais solidificados formaram as 
primeiras rochas magmáticas. Atualmente a 
rocha mais antiga descoberta é uma rocha 
metamórfica da Formação Acosta do 
Canadá de 3,8 a 4,0 bilhões de anos, 
embora grãos do mineral Zircão, de rochas 
da Austrália ocidental foram datadas de 4,1 
a 4,2 bilhões de anos. 
No Arqueano a atmosfera era muito 
diferente da que respiramos hoje, sendo 
composta principalmente por metano, 
amônia e de outros gases que seriam 
tóxicos a maioria da vida em nosso planeta. 
Também nessa era, a crosta da terra esfriou 
e as rochas e placas continentais 
começaram a se formar. Durante o 
Arqueano a vida apareceu primeiramente 
no mundo. Nossos fósseis mais antigos 
datam de aproximadamente 3,5 bilhões de 
anos e são constituídos de microfósseis e 
bactérias. De fato, toda a vida por mais de 
um bilhão de anos era formada 
essencialmente por bactérias. 
Surgimento de rochas magmáticas e 
metamórficas. Segundo o professor Kei 
Sato da USP, “os moradores de Brumado, 
Ba. vivem no lugar mais antigo da América 
do Sul – e um dos mais velhos do mundo. 
As rochas de seu solo, os granitos usados 
em suas construções e sobre os quais a 
população assentou as fundações de suas 
casas solidificaram-se entre 3,8 e 3,5 
bilhões de anos”. 
No Proterozóico, período da história da 
Terra que começou há 2,5 bilhões de anos 
e terminou por volta de 570 milhões de 
anos. Muitos dos eventos da história da 
Terra e da vida ocorreram durante essa era. 
Foi nesse intervalo que ocorreu a primeira 
“crise de poluição” , visto que há 
 15 
aproximadamente 2,2 bilhões de anos atrás, 
em diversas partes da Terra encontrou-se 
evidências da presença de óxidos de ferro 
em paleossolos ( solos primitivos – antigos 
), onde ocorrem “camadas vermelhas” que 
contêm óxidos de ferro, apontando um 
aumento razoavelmente rápido nos níveis 
do oxigênio. O oxigênio no Arqueano 
representava menos de 1% dos níveis 
atuais, mas há aproximadamente 1,8 bilhão 
de anos, os níveis de oxigênio aumentaram, 
atingindo cerca de 10% acima dos níveis 
atuais. Acredita-se que esse aumento tenha 
decorrido do surgimento dos primeiros 
seres fotossintetizantes, cuja atividade 
biológica pode ter contribuído para esse 
evento. 
Com os achados arqueológicos das 
libélulas gigantes (meio metro de 
envergadura) em Bolsover, Inglaterra e 
através de outros experimentos com 
animais, o cientista Robert Berner, da 
Universidade de Yale (livro Oxygen-The 
molecule that made the world, Nick Lane, 
Oxford University Press, Reino Unido, 2002 
), provocou uma revolução ao defender sua 
tese de qmentares, formação dos escudos 
cristalinos (Brasileiro e Guiano ). Formação 
das jazidas e minerais metálicos. Formação 
das Serra do Mar e da Mantiqueira. 
 
O Éon Fanerozóico é o mais recente, sendo 
representado por uma vasta gama de 
registro fóssil. É também o intervalo no qual 
nos encontramos agora. Quase todo o 
conhecimento paleontológico provém deste 
bloco. 
O Fanerozóico representa um período 
relativamente breve, em relação à idade da 
Terra e do universo, de pouco mais de meio 
bilhão de anos. Constitui a idade da vida 
animal e multicelular na Terra. Durante este 
período de tempo organismos multicelulares 
deixaram um registro fóssil detalhado e 
construíram complexos ecossistemas e 
construíram complexos ecossistemas e 
diversificadas espécies. 
O termo Fanerozóico geralmente é aplicado 
para o Paleozóico, Mesozóico e Cenozóico. 
Isto contrasta com o Pré-Cambriano que 
durou muito mais tempo, mas foi 
caracterizado por micro-organismos que 
geralmente não deixaram fósseis. 
Com a descoberta no Pré-Cambriano 
superior (Vendiano / Ediacariano) de formas 
de vida complexas o termo Fanerozóico 
perdeu muito de seu significado, mas ainda 
pode ser usado para definir o período do 
desenvolvimento e evolução dos grupos 
como artrópodes, moluscos, vertebrados, 
etc. 
Neste Éon, torna-se muito mais fácil 
reconhecer as diferentes eras, subdivididas 
em diferentes períodos, graças aos 
inúmeros tipos de sedimentos que se 
originaram nas várias partes do mundo, 
devido o trabalho das águas, dos ventos, 
das geleiras e dos próprios seres vivos 
sobre as rochas do Pré-Cambriano, 
desgastando-se, transportando-as e 
redepositando-as em diferentes condições e 
locais do planeta. Os fósseis encontrados 
em cada um desses sedimentos permitem 
não só caracterizar sua formação como 
também estabelecer sua idade aproximada. 
 
 
PALEONTOLOGIA 
 
Da mesma forma que podemos dividir a 
nossa vida em etapas, infância, juventude,
maturidade e velhice; a existência da Terra 
também pode ser dividida em vários 
momentos. Para tanto os especialistas 
criaram uma terminologia apropriada. A 
paleontologia ( do grego palaiós = antigo, 
ontos = ser e logos = estudo ) é a ciência 
que estuda os fósseis. 
Para os cientistas realizarem a 
reconstituição da história da Terra, eles se 
baseiam nos estudos das rochas e dos 
fósseis. O estudo dos fósseis, isto é, dos 
restos ou vestígios de seres orgânicos 
(vegetais ou animais) que deixaram suas 
marcas nas rochas sedimentares da crosta 
terrestre, permite aos estudiosos saber 
também sobre o passado da Terra. 
 
Por exemplo, as espécies animais e 
vegetais que existiram em épocas passadas 
e as variações do clima, pois cada animal 
ou vegetal apresenta um tipo de estrutura 
para cada tipo de clima. Hoje, 
modernamente, após a descoberta da meia 
vida dos elementos, ou seja dos processos 
de transmutação, é possível fazer-se a 
 16 
datação através do C 14 , bem como através 
da meia vida do Urânio, servindo assim 
como ferramenta para datação das rochas e 
minerais que existem na Terra. Para um 
maior entendimento, criou-se unidades de 
intervalo de tempo para se determinar as 
diferentes fases da história geológica de 
nosso planeta. 
 
Convencionou-se subdividir a história da 
Terra em dois grandes blocos temporais, 
conhecidos como Éons. 
 
ÉON PRÉ-CAMBRIANO 
 
O mais antigo, é o Éon Pré-Cambriano, que 
representa o período no qual o nosso 
planeta se forma, assim como também 
compreende a origem da vida. É também o 
mais longo, ocupando aproximadamente 
90% da história geológica. No entanto, 
dadas as características desse intervalo, o 
registro é extremamente raro e 
fragmentado, seja porque os fósseis teriam 
sido destruídos em conseqüência dos 
fenômenos vulcânicos e químicos muito 
intensos. Esse bloco é, por isso, 
denominado Azóico e compreende cerca de 
4/5 da história da Terra. As rochas que 
restam desse tempo são principalmente 
cristalinas, isto é, formadas diretamente 
por resfriamento e solidificação do magma e 
por sedimentos consolidados, que foram 
submetidos a altas pressões e 
temperaturas, adquirindo consistência 
semelhante à das rochas cristalinas 
primitivas. Esse Éon, estende-se desde a 
formação da Terra até cerca de 570 milhões 
de anos. Há cerca de 4,3 bilhões de anos, o 
panorama terrestre era o seguinte: o manto 
solidificava-se rapidamente em 
conseqüência das grandes perdas de calor 
para o espaço através da superfície. 
Movimentos enérgicos de convecção 
provocavam ainda freqüentes rupturas, 
explosões, formação de inúmeros vulcões, 
derrames de magma sobre grandes áreas 
da superfície, por cima de rochas já 
solidificadas. Esses movimentos de 
convecção, ainda subsistem hoje, só com 
velocidades centenas de vezes menores: 
naquela época, as velocidades de 
revolvimento desse magma semilíquido, 
altamente viscoso, eram da ordem de 
alguns metros por ano. O núcleo central, já 
estava constituído em 75%. Há cerca de 3,8 
bilhões de anos, começavam a formar-se as 
primeiras placas continentais, constituídas 
de rochas mais leves flutuando como uma 
espuma sobre as rochas pesadas do 
magma. 
 
ÉON FANEROZÓICO 
 
O Éon Fanerozóico é o mais recente, sendo 
representado por uma vasta gama de 
registro fóssil. É também o intervalo no qual 
nos encontramos agora. Quase todo o 
conhecimento paleontológico provém deste 
bloco. 
O Fanerozóico representa um período 
relativamente breve, em relação à idade da 
Terra e do universo, de pouco mais de meio 
bilhão de anos. Constitui a idade da vida 
animal e multicelular na Terra. Durante este 
período de tempo organismos multicelulares 
deixaram um registro fóssil detalhado e 
construíram complexos ecossistemas e 
construíram complexos ecossistemas e 
diversificadas espécies. 
O termo Fanerozóico geralmente é aplicado 
para o Paleozóico, Mesozóico e Cenozóico. 
Isto contrasta com o Pré-Cambriano que 
durou muito mais tempo, mas foi 
caracterizado por micro-organismos que 
geralmente não deixaram fósseis. 
Com a descoberta no Pré-Cambriano 
superior (Vendiano / Ediacariano) de formas 
de vida complexas o termo Fanerozóico 
perdeu muito de seu significado, mas ainda 
pode ser usado para definir o período do 
desenvolvimento e evolução dos grupos 
como artrópodes, moluscos, vertebrados, 
etc. 
Neste Éon, torna-se muito mais fácil 
reconhecer as diferentes eras, subdivididas 
em diferentes períodos, graças aos 
inúmeros tipos de sedimentos que se 
originaram nas várias partes do mundo, 
devido o trabalho das águas, dos ventos, 
das geleiras e dos próprios seres vivos 
sobre as rochas do Pré-Cambriano, 
desgastando-se, transportando-as e 
 17 
redepositando-as em diferentes condições e 
locais do planeta. Os fósseis encontrados 
em cada um desses sedimentos permitem 
não só caracterizar sua formação como 
também estabelecer sua idade aproximada. 
 
ERAS 
 
HADEANA 
 
Formação e contração da nebulosa solar 
original, provavelmente devido a ondas de 
choque de uma supernova. Formação de 
um grande disco giratório com a maior parte 
de massa na forma de gás de hidrogênio 
concentrada no centro, formando o proto 
Sol. Formação de partículas de poeira de 
tamanho e composição discrepantes, 
acumulo destas partículas em tamanhos 
maiores e maiores, formando planetésimos. 
A Terra primitiva era muito quente, devido a 
liberação de energia cinética durante seu 
crescimento, decadência de elementos 
radioativos em seu interior e a colisão que 
formou a Lua. O derretimento parcial do 
interior da Terra permitiu que o ferro e o 
níquel mais densos ficassem no centro, 
formando um núcleo metálico. O magma 
rico em sílica subir até a superfície para 
formar um oceano de magma. O material 
restante entre o núcleo e o oceano de 
magma formou o manto. O oceano de 
magma teria esfriado para formar uma 
camada de crosta basáltica como está 
presente em baixo dos oceanos hoje. A 
crosta continental seria formada depois. A 
formação de grande parte da atmosfera 
inicial e dos oceanos foi conseqüência do 
derretimento parcial e diferenciação da 
Terra que teria permitido a liberação de 
combinações gasosas. Os atuais vulcões 
libertam gases e magma que são trazidos 
ainda a superfície, compostos de vapor de 
água, CO2 , CO , N2 , H2 e Cloreto de 
Hidrogênio. O vapor de água teria 
condensado na atmosfera e as violentas 
descargas elétricas tornaram possível a 
passagem da água do estado sólido para o 
líquido, formando os oceanos. As violentas 
descargas elétricas, radiações ultravioletas, 
provocaram ruptura das ligações químicas, 
o Hidrogênio ( elemento mais abundante do 
cosmo ) vai formar Hélio, os núcleos 
estelares passam a fundir Hélio em 
Carbono, depois Carbono em Oxigênio, e 
por aí vai. Os radicais livres, resultantes da 
quebra, originaram moléculas, dentre as 
quais os primeiros aminoácidos ( a a ). As 
moléculas orgânicas foram carreadas, 
combinaram-se entre si, formando as 
primeiras proteínas, que foram até os mares 
primitivos. Nos mares, as proteínas 
formaram os coacevados. Choques e 
reações químicas aumentaram a 
complexidade molecular, chegando a 
duplicar-se. Estágio da primeira forma viva, 
capaz de duplicar-se, principal característica 
dos seres vivos. 
Do ponto de vista geológico, nesse período 
ocorreu o resfriamento da Terra e os 
minerais solidificados formaram as 
primeiras rochas magmáticas. Atualmente a 
rocha mais antiga descoberta é uma rocha 
metamórfica da Formação Acosta do 
Canadá de 3,8 a 4,0 bilhões de anos, 
embora grãos do mineral zircão, de rochas 
da Austrália ocidental foram datadas de 4,1 
a 4,2 bilhões de anos. 
 
ARQUEANA OU ARQUEOZÓICA 
 
A atmosfera era muito diferente da que 
respiramos hoje, sendo composta 
principalmente por
metano, amônia e de 
outros gases que seriam tóxicos a maioria 
da vida em nosso planeta. Também nessa 
era, a crosta da terra esfriou e as rochas e 
placas continentais começaram a se formar. 
Durante o Arqueano a vida apareceu 
primeiramente no mundo. Nossos fósseis 
mais antigos datam de aproximadamente 
3,5 bilhões de anos e são constituídos de 
microfósseis e bactérias. De fato, toda a 
vida por mais de um bilhão de anos era 
formada essencialmente por bactérias. 
Surgimento de rochas magmáticas e 
metamórficas. Segundo o professor Kei 
Sato da USP, “os moradores de Brumado, 
Ba. vivem no lugar mais antigo da América 
do Sul – e um dos mais velhos do mundo. 
As rochas de seu solo, os granitos usados 
em suas construções e sobre os quais a 
população assentou as fundações de suas 
casas solidificaram-se entre 3,8 e 3,5 
bilhões de anos”. 
 
 18 
 
 
PROTEROZÓICA 
 
É o período da história da Terra que 
começou há 2,5 bilhões de anos e terminou 
por volta de 570 milhões de anos. Muitos 
dos eventos da história da Terra e da vida 
ocorreram durante essa era. 
Foi nesse intervalo que ocorreu a primeira 
“crise de poluição” , visto que há 
aproximadamente 2,2 bilhões de anos atrás, 
em diversas partes da Terra encontrou-se 
evidências da presença de óxidos de ferro 
em paleossolos ( solos primitivos – antigos 
), onde ocorrem “camadas vermelhas” que 
contêm óxidos de ferro, apontando um 
aumento razoavelmente rápido nos níveis 
do oxigênio. O oxigênio no Arqueano 
representava menos de 1% dos níveis 
atuais, mas há aproximadamente 1,8 bilhão 
de anos, os níveis de oxigênio aumentaram, 
atingindo cerca de 10% acima dos níveis 
atuais. Acredita-se que esse aumento tenha 
decorrido do surgimento dos primeiros 
seres fotossintetizantes, cuja atividade 
biológica pode ter contribuído para esse 
evento. Até então a atmosfera era 
dominada pelo gás carbônico. O Oxigênio é 
um destruidor poderoso de compostos 
orgânicos. Os organismos tiveram que 
desenvolver métodos bioquímicos para reter 
o Oxigênio, um destes métodos foi a 
respiração aeróbica. 
No campo da geologia destaca-se a 
formação das primeiras rochas 
sedimentares, formação dos escudos 
cristalinos ( Brasileiro e Guiano ). Formação 
das jazidas e minerais metálicos. Formação 
das Serra do Mar e da Mantiqueira. 
 
PALEOZÓICA 
 
O Paleozóico engloba um intervalo de 
tempo entre 570 e 280 milhões de anos 
atrás, sendo dividido em seis períodos 
(Cambriano, Ordoviciano, Siluriano, 
Devoniano, Carbonífero e Permiano). Os 
cerca de 300 milhões de anos da era 
Paleozóica viram muitos eventos 
importantes, inclusive o desenvolvimento da 
maioria dos grupos de invertebrados, a 
conquista da vida terrestre, a evolução dos 
vertebrados, plantas vasculares e a 
formação do supercontinente Pangéia. A 
Terra girava mais rápido do que hoje, assim 
os dias eram mais curtos. A Lua estava 
mais próxima, significando marés mais 
fortes. 
O Paleozóico Inferior viu os continentes 
agrupados ao redor do equador, com a 
Gondwana vagando pelo sul, lentamente e 
a Sibéria, Laurêntia e a Báltica convergirem 
nos trópicos. O Paleozóico Inferior era mais 
frio, culminando na grande idade do gelo do 
Ordoviciano. O Siluriano viu climas 
tropicais e mares rasos e mornos. 
Durante o Paleozóico Superior, a 
temperatura novamente abaixou e a idade 
do gelo no Carbonífero-Permiano marcou a 
maioria de Gondwana debaixo de pesadas 
camadas de gelo. 
A vida mudou muito durante o Paleozóico, 
de algas para florestas, de protocordados 
para protomamíferos. Basicamente pode-se 
dizer que o Paleozóico Inferior foi 
dominado por invertebrados, enquanto o 
meio terrestre permaneceu quase 
totalmente estéril. O Paleozóico Médio viu e 
elevação estranhos peixes placodermos, as 
primeira plantas terrestres e insetos. 
Enquanto o Paleozóico Superior viu o 
desenvolvimento de grandes florestas de 
árvores que produziam esporos, habitadas 
por uma fauna rica de artrópodes, anfíbios e 
répteis. 
O Paleozóico testemunhou várias crises na 
história da vida. No Cambriano Inferior, no 
Ordoviciano e no Devoniano Superior. Mas 
a pior extinção foi a que marcou o fim da 
Era Paleozóica, que foi a grande extinção 
Permiana, a maior catástrofe da história da 
vida. 
 
Destaques 
 
Cambriano : Fungos, bactérias 
Ordoviciano: Peixes 
Siluriano: Plantas 
Devoniano: Plantas vasculares, insetos, 
anfíbios 
Carbonífero: Gimnospermas, heléboros, 
répteis, domínio dos anfíbios 
Permiano: Desaparecem os heléboros, 
primeiros répteis, expansão dos répteis. 
 
 19 
No campo geológico destaca-se o 
desenvolvimento do processo de 
sedimentação e formação de bacias 
sedimentares e formação de jazidas 
carboníferas. No Brasil, destaca-se a 
formação de bacias sedimentares e a 
formação das jazidas carboníferas do Sul. 
 
Cambriano / Ordoviciano : Formação 
Kaleteur, Gorotire, Cubencraquém, Jaú, 
Jaibara, Araras, Bodoquena. Série Uatumã, 
Rio Fresco, Itajaí, Camaquã, Maricá e 
Corumbá. 
 
Siluriano : Série Trombetas, São Francisco 
ou Bambui, Vaza Barris, Jacadigo. 
Formação do Rio Pardo e Iapó. 
 
Devoniano: Série Paraná. Formação da 
Serra Grande, Pimenteiras, Cabeças, 
Longa, Tombador. Grupo Maecuru e Curuá. 
 
Carbonífero: Série Tubarão e Aquidauana. 
Formação Piauí, Montte Alegre, Nova 
Olinda e Itaituba. 
 
Permiano: Série Estância e Passa Dois. 
Formação de Pedra do Fogo e Sepetuba 
 
MESOZÓICO 
 
A Era Mesozóica durou mais de 160 
milhões de anos, tendo englobado 3 
grandes períodos : Triássico, Jurássico e 
Cretáceo. Durante este tempo, muitas 
formas modernas de plantas, invertebrados 
e peixes evoluíram. 
O Trássico viu o aparecimento de muitos 
grupos de invertebrados modernos, e em 
terra os répteis arcossauros substituíram os 
terapsideos e répteis mamaliformes. Nos 
oceanos ictiossauros ficaram tão grandes 
quanto baleias. 
O Jurássico viu a primeira grande 
diversificação dos dinossauros. Os 
mamíferos eram minúsculos. Plantas como 
samambaias, cicas e coníferas 
caracterizaram a paisagem. 
O período Cretáceo viu o surgimento das 
plantas com flores, pássaros verdadeiros, 
uma diversificação dos peixes e o 
aparecimento de tipos novos de 
dinossauros. O clima esfriou e dinossauros 
evoluíram em continentes diferentes. 
 
Em terra, dinossauros eram os animais 
dominantes, enquanto os oceanos foram 
povoados por répteis marinhos e os 
pterossauros dominaram os ares. O clima 
mundial era quente e tropical, com mares 
rasos que cobriam muitas massas 
continentais. No começo do Mesozóico, 
todos os continentes do mundo estavam 
unidos no supercontinente Pangéia, no qual 
se quebrou em Laurásia no norte e 
Gondwana ao Sul. No final da era a maior 
parte dos continentes já tinham se separado 
na forma atual. 
O final do Mesozóico foi marcado por um 
grande evento de extinção em massa, 
possivelmente derivado de um grande 
cataclisma global. Dinossauros, 
Pterossauros e diversos grupos de 
invertebrados, entre outros, desapareceram 
do planeta. 
 
Do ponto de vista geológico, intensa 
atividade vulcânica era verificada, início da 
separação dos continentes, formação do 
petróleo e formação de bacias 
sedimentares. Caracterizou-se pelos 
derrames basálticos na Região Sul, 
formando um planalto arenito-basáltico. 
No Triássico tivemos as Formações 
Roraima, Sucunduri, Prainha, Motuca 
Sambaiba e a Séries Perecis e São Bento. 
No Jurássico tivemos as Formações de 
Uberaba e Caiuá. 
Já no Cretáceo tivemos a formação da 
Série Acre, Itanajuri, Rio do Peixe, Araripe, 
Sergipe, Alagoas, Bahia, Jatubá, Urucula, 
Santa Teda. Formação dos Grupos Apodi, 
Codó, Grajaú, Serra Negra, Iguatú, 
Itamaracá, Gramame, Estiva, Itapicuru, 
Japoatã, Bauru e Algodões. 
 
CENOZÓICO 
 
Durante os mais de 70 milhões de anos da 
Era Cenozóica o mundo assumiu sua
forma 
moderna. A maioria dos invertebrados, 
peixes, répteis modernos já existiam, mas 
mamíferos, pássaros, protozoários e ainda 
plantas com flores evoluíram e se 
desenvolveram durante este período de 
 20 
forma nunca vista. A Era Cenozóica é 
dividida em dois períodos muito desiguais, o 
Terciário (que compõe quase todo o 
Cenozóico) e o Quaternário que ocupa 
somente os últimos dois milhões de anos. 
Durante o Cenozóico a fragmentação das 
massas de terra continental que iniciou no 
Mesozóico continuou até sua configuração 
atual. O clima mundial era tropical morno 
em seu início, semelhante ao encontrado no 
Mesozóico. 
Esse primeiro intervalo viu a diversificação 
de muitos mamíferos e pássaros. A maioria 
dos continentes estavam isolados através 
de mares rasos, e linhagens diferentes de 
mamíferos evoluíram em cada um, 
mamíferos estes que ainda incluíram muitas 
formas gigantes semelhante aos 
rinocerantes atuais, os uintatérios da Ásia e 
América do Norte, brontotérios e 
arsinotérios africanos. Haviam enormes 
pássaros carnívoros não voadores, os 
diatrymídeos da Laurásia e o Sul com os 
forusracídeos. Todos estes animais viviam 
em florestas tropicais. Os crocodilianos 
sobreviveram aos dinossauros e a extinção 
do Cretáceo. Nos mares apareceram as 
primeiras baleias dentadas arcaicas. 
Protistas marinhos 
(foraminíferos) do tamanho de lentilhas 
evoluíram durante o Eoceno. Bivalves e 
moluscos gastrópodes eram basicamente 
os mesmos até hoje. Os nautilóides 
experimentaram a última radiação evolutiva 
moderada no Terciário. Formas transitivas 
ancestrais de cefalópodes modernos 
evoluíram. Equinodermos, corais, 
briozoários, insetos e esponjas eram 
basicamente modernos. Formigas eram até 
mesmo mais numerosas do que hoje. 
A partir da segunda metade do Terciário um 
esfriamento drástico no clima da Terra é 
fator marcante, possivelmente causado pela 
ascensão do Himalaia. Durante o período 
Quaternário o clima frio continuou 
resultando numa série de idades do gelo 
com períodos mornos. Evoluem mamíferos 
modernos e plantas com flores, como 
também muitos mamíferos estranhos. O 
evento mais surpreendente foi o surgimento 
e ascensão das gramíneas. Isto conduziu à 
evolução de animais adaptados a vida nas 
savanas e pradarias. Os cavalos e animais 
de pasto conquistaram uma história de 
sucesso durante esse período. Ainda havia, 
porém muitos animais de floresta.Os 
mastodontes viveram em todos os 
continentes menos na Austrália. Muitos 
mamíferos estranhos, litoptenos, 
notoungulatos, boriaenídeos evoluíram em 
isolamento na América do Sul antes de uma 
ponte de terra que permitiu uma invasão 
das formas do norte. Em quanto isso 
surgem os primeiros hominídeos nas 
savanas da África, os australopitecíneos. 
Os oceanos estavam habitados por baleias 
modernas que tinham substituído as baleias 
dentadas arcaicas. 
O período Quaternário viu a flora e a fauna 
de insetos ser essencialmente moderna. 
Contudo muitos tipos de mamíferos extintos 
ainda existiam, e geralmente de grande 
porte, tendo sobrevivido até a última 
glaciação do Pleistoceno. O final dessa 
época é marcado pelo último grande evento 
de extinção antes do início de nossa era. A 
chamada megafauna pleistocênica 
desapareceu, dando lugar á formas 
modernas conhecidas. 
Do ponto de vista geológico nessa era 
houve a formação das Cordilheiras atuais: 
Alpes, Andes, Himalaia, Rochosas 
(Terciário). Intensas glaciações na América 
do Norte, chegando até a região dos 
Grandes Lagos. No Brasil houve a 
formação das bacias sedimentares 
terciárias e quaternárias (Pantanal, 
Amazônica etc). Atividade vulcânica e 
formação de ilhas vulcânicas (Arquipélago 
de Fernando de Noronha, Ilha de Trindade 
etc.). Formação de Boa vista, aluviões, 
terraços fluviais, mangues, recifes de corais, 
recifes de arenito, dunas, restingas. No 
Terciário tivemos a Formação Barreiras, 
Pebas, Puçá, Pirabas, Manaus, Rio Branco, 
Ramon, Alter do Chão, Serra do Martins, 
Camassari e Itaboraí. 
 
 
 
 
 
 
 21 
 
ÉON > ERA > PERÍODO > ÉPOCA > IDADE 
 
 
ÉON 
 
ERAS 
 
PERÍODOS 
 
ÉPOCAS 
ESCALA 
( ANOS ) 
 
 É 
 O 
 N 
 
 F 
 
 
CENOZÓICA 
Quaternária 
 
Terciária 
Holoceno ( Neolítico ) 
Pleistoceno ( Paleolítico ) 
Plioceno 
Mioceno 
Oligoceno 
Eoceno 
Paleoceno 
11.000 
1.500.000 
12.000.000 
28.000.000 
40.000.000 
60.000.000 
75.000.000 
 A 
 N 
 E 
 
MESOZÓICA 
Cretáceo 
Jurássico 
Triássico 
 145.000.000 
185.000.000 
220.000.000 
 R 
 O 
 Z 
 Ó 
 I 
 C 
 O 
 
 
PALEOZÓICA 
Permiano 
Carbonífero 
 
Devoniano 
Siluriano 
Ordoviciano 
Cambriano 
 
Superior 
Inferior 
280.000.000 
315.000.000 
345.000.000 
395.000.000 
440.000.000 
500.000.000 
570.000.000 
 
ÉON 
PROTEROZÓICA Superior 
Média 
Inferior 
1.000.000.000 
1.800.000.000 
2.500.000.000 
PRÉ- 
CAM 
ARQUEANA OU 
ARQUEOZÓICA 
 Superior 
Inferior 
3.300.000.000 
4.000.000.000 
BRIA 
NO 
AZÓICA OU 
HADEANA 
 
5.000.000.000 
 
 
 
PROCESSOS DE DATAÇÃO 
 
Uma das grandes preocupações da 
humanidade é saber a idade da Terra, esse 
tema tem acompanhado os cientistas por 
muitos séculos e a primeira tentativa, foi 
baseada nas observações contidas na 
paleontologia, entretanto, ficava muito 
empírico visto não possuir uma base 
científica consistente, apesar de ser aceita 
pelo mundo científico. Para se ter uma 
idéia, os Hindus consideram a Terra como 
eterna. Em 1654 um arcebispo Irlandês 
calculou, baseando-se em dados bíblicos, a 
idade da Terra de 4.004 anos a. C, tendo a 
Terra se formado no dia 26 de outubro, as 9 
horas. A desmistificação desse assunto 
deu-se pela abnegação de muitos cientistas 
ao longo do tempo, como Bacquerel em 
1896 que utilizando sulfato duplo de 
potássio e uranila, conseguiu a impressão 
de chapas fotográficas. O casal Marie e 
Pierre Curie em 1898, utilizando sais de 
Urânio verificaram a propriedade de 
impressão de chapas fotográficas, dando 
início assim ao processo da fotografia, esse 
casal verificou ainda que as impureza do 
Urânio eram mais radiativas que o próprio 
Urânio, o Polônio era 400 vezes mais 
radioativo que o Urânio e que o Rádio era 
900 vezes superior à temperatura do meio 
ambiente e tornava-se azulado. Por não se 
ter conhecimento dos males da 
radiatividade, naquela época, e por não se 
trabalhar com proteção, o casal veio a 
falecer de câncer. 
Com o avanço da ciência, com o 
conhecimento sobre a radioatividade, 
tornou-se possível a determinação do 
tempo que leva para dar-se a transmutação 
de um elemento em outro, o que se dá pela 
mudança do número atômico, com perda de 
 22 
elétrons, mais partículas do próprio núcleo 
do átomo e energia, sob a forma de 
radiações. 
Um fato importante é que as condições de 
alta temperatura e pressão, não modificam 
o ritmo da transformação. O processo 
ficou conhecido como “meia vida” de um 
certo elemento. 
 
O princípio é o seguinte: “ tanto faz que 
se parta inicialmente de um grama ou de 
alguns quilos de um elemento que se 
inicie no seu processo de desintegração, 
porque os átomos se vão desintegrando 
em todas as partes do corpo inicial, ter 
ele o peso que tiver”. 
 
A fórmula utilizada tem como base: 
 
URÂNIO ( U ) estável ►CHUMBO (Pb ) 
estável ► 7,6 bilhões de anos 
 
Medindo-se a quantidade de Chumbo já 
formada e a quantidade residual de 
Urânio presente, obtém-se a idade em 
anos, pela seguinte fórmula: 
 
Gramas de Pb x 7,6 bilhões = idade 
 Gramas de U 
 
Exemplos com isótopos: 
 
Um isótopo do Urânio de peso atômico igual 
a 238, transforma-se em Chumbo de peso 
atômico 206, mais Hélio. A meia vida deste 
Urânio é de 4,6 x 109 anos, decorrido este 
tempo, restará
apenas a metade dos 
átomos de Urânio do número original, 
enquanto o resto se transformou. 
Em outras palavras, ou números. 1 grama 
de 238U ►depois de 4,6 . 109 anos ► 0,5g 
U ; 0,43 g Pb e 0,07 g He. 
 
Depois de 2 x 4,6 x 109 anos ; 0,25 g U ; 
0,65 g Pb e 0,10 He. 
 
 Potássio ► Argônio, Isótopo do 
Potássio (peso atômico 40) 
►Argônio 40 a meia vida é de 1,3 
bilhão de anos. 
 Rubídio ► Estrôncio (87Rb ►87 Sr) 
►50 bilhões de anos. 
 Tório ► Chumbo (232Th ► 208 Pb) ► 
13,9 bilhões de anos. 
 Samário ► Neodímio ► 6,54 
trilhões de anos. 
 
Com base nestes cálculos, admite-se que 
as rochas mais antigas foram formadas há 
4,2 bilhões de anos e que a Terra possui 
uma idade de 4,6 bilhões de anos. 
 
Para as determinações arqueológicas 
orgânicas até 30.000 anos , é utilizado um 
isótopo radioativo de Carbono de peso 
atômico 14. O C12 é considerado um 
carbono estável com uma meia vida 
aproximada de 5.730 anos. Hoje, por ser 
um processo perigoso, trabalhoso e meia 
vida curta, prefere-se trabalhar com os 
métodos inorgânicos, acima mencionados. 
 
Podemos citar algumas determinações, já 
feitas no Brasil: 
 
 Brumado ( Ba ) ► 3,8 a 3,5 bilhões 
de anos; 
 Rochas basálticas – áreas do Brasil 
Meridional ► 120 a 130 milhões de 
anos (Cretáceo); 
 Maciço Alcalino – Poços de Caldas 
► 60 a 80 milhões de anos; 
 Maciço Itatiaia ► 65 milhões de 
anos; 
 Fernando de Noronha ► 11,8 
milhões de anos, 
 Trindade ► 3,3 milhões de anos 
 
O SOL , A LUA , A TERRA 
 
O SOL 
 
Devido sua proximidade com a Terra, a luz 
solar leva 8 minutos e 30 segundos para 
chegar à Terra, enquanto a luz da estrela 
mais próxima, Centauro, leva quatro anos. 
O Sol é uma estrela em torno do qual giram 
os planetas Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, 
Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão e 
os demais componentes do sistema solar, 
asteróides, satélites, cometas e 
meteoróides. É classificado na astronomia 
como uma estrela anã da série principal de 
tipo espectral G2 V, sendo formado há 4,6 
bilhões de anos a partir do colapso de uma 
 23 
imensa nuvem de gás e poeira. O diâmetro 
do Sol é de 1.392.000 Km, é 109 vezes 
maior que o da Terra e sua massa excede 
em aproximadamente 330.000 vezes a do 
globo terrestre. A força gravitacional 
registrada à superfície do astro é 28 vezes 
maior do que a da superfície terrestre, um 
corpo que pesa 10 Kg na Terra, no Sol 
pesaria 280Kg. 
O Sol é uma fonte de calor, luz e da própria 
vida na Terra, o Sol é composto por 90 % 
de Hidrogênio e 9% de Hélio, os elementos 
restantes são principalmente carbono, 
nitrogênio, oxigênio, magnésio, silício e 
ferro. A energia solar tem origem nas 
reações nucleares que ocorrem de forma 
constante no interior do astro, a principal 
dessas reações é a que transforma 
Hidrogênio em Hélio, sob calor intenso, 4 
núcleos de Hidrogênio, 4 prótons, colidem e 
fundem-se para formar um núcleo de Hélio. 
A cada segundo, o Sol converte em energia 
cinco milhões de toneladas de matéria, 
porção desprezível de sua massa total. 
Com forma esférica e ligeiramente achatado 
nos pólos, o Sol é formado por uma massa 
gasosa de temperatura extremamente 
elevada, calcula-se que na superfície seja 
de 5.700 o C e no interior deve ultrapassar 
15.000.000 o C, por sua natureza gasosa 
,possui uma densidade média de 1,41 g/cm3 
. 
O Sol executa um movimento de rotação 
muito lento em torno de um eixo imaginário, 
inclinado 70 15´ em relação ao plano de sua 
órbita, por ser gasoso, apresenta diversas 
velocidades de rotação em suas diferentes 
latitudes, um giro completo dura 25 dias 
terrestres no equador e 36 dias nos pólos. 
O Sol apresenta também um movimento de 
translação em torno do centro da Via 
Láctea, que completa em 225 milhões de 
anos, à velocidade de 216 Km/s, ao 
deslocar-se pelo espaço, a estrela arrasta 
consigo todo o sistema planetário em 
direção a um ponto na constelação de Lira. 
A região exterior do Sol, é denominada 
comumente de atmosfera, que é composta 
das seguintes camadas sucessivas e 
superpostas: fotosfera, cromosfera e coroa. 
A evolução do Sol deve seguir a da maioria 
das estrelas, acredita-se que ele continuará 
a brilhar por mais 5 bilhões de anos, quando 
o hidrogênio de seu interior se esgotar, a 
combustão nuclear começará a ocorrer em 
camadas cada vez mais externas, nessa 
fase a luminosidade se intensificará e o 
astro aumentará de tamanho em função da 
dilatação de seu núcleo, com o que se 
tornará uma estrela gigante vermelha, 
estima-se que nesse estágio, sua 
superfície alcançará a órbita de Vênus, ou 
até mesmo a da Terra; depois dessa fase o 
astro começara a se contrair até se 
transformar numa anã branca, estrela com 
as dimensões da Terra. Esgotada toda sua 
energia, entrará em seu estágio final de 
evolução, como uma anã negra. 
O Sol é indispensável para a existência da 
vida no nosso planeta, sem o calor e a luz 
solar não haveria nenhuma forma de vida 
na Terra, o calor do Sol fornece a energia 
indispensável para a vida vegetal, pois está 
diretamente relacionado ao maior fenômeno 
do globo terrestre, a fotossíntese, sem essa 
energia não existiria toda a cadeia alimentar 
do nosso planeta. Dos 100% da energia 
solar que chega ao nosso planeta, 19% é 
absorvido pela atmosfera, 34% é refletido 
para o espaço e 47% é absorvido pelas 
rochas, solos e águas. Desses 47%, 66% é 
irradiado novamente para o espaço, após 
cumprir os papéis de aquecimento do globo 
e fornecimento de energia para os diversos 
processos transformativos da Terra. A 
energia que vem do Sol, contribui também 
para a formação dos ventos, evaporação 
das águas, as variações da temperatura do 
ar e outros fenômenos que ocorrem na 
superfície terrestre. 
 
A LUA 
 
Depois do Sol é o astro que mais influência 
exerce sobre a organização dos povos, 
visto que devido a seus movimentos 
surgiram duas importantes medidas de 
tempo: a semana e o mês. 
A Lua é o único satélite natural da Terra, e 
acompanha o nosso planeta em seu 
deslocamento em torno do Sol, possui um 
diâmetro de 3.476 Km., massa de 
7,343.1025g , estando distante da Terra 
entre 363.000 a 406.000 Km. Com média de 
384.000 Km. É o único satélite no sistema 
solar, que possui massa solar superior a 
 24 
1%. A Lua como a Terra, executa dois 
movimentos simultâneos, o primeiro de 
translação, onde descreve uma órbita 
elíptica em torno da Terra, onde os pontos 
máximos de aproximação e afastamento 
dos dois corpos recebem os nomes de 
perigeu e apogeu, respectivamente. O 
movimento de translação é realizado em 27 
dias, 7 horas e 43 minutos. O segundo 
movimento, de rotação, é executado no 
mesmo intervalo de tempo, por essa 
coincidência, a Lua tem sempre a mesma 
face voltada para a Terra. 
A órbita lunar é oblíqua em relação à elipse 
que a Terra descreve em torno do Sol, com 
isso impede seu alinhamento exato com 
esse astro. O alinhamento Lua-Sol só 
ocorre quando se cruzam ambas as órbitas 
de translação e provoca eclipses do Sol, em 
fase de lua nova e lua cheia. 
Um fato de extrema importância quanto ao 
movimento de translação, é que em cada 
mês a face da Lua gira aproximadamente 80 
à direita e à esquerda, com relação ao seu 
eixo central, isso porque o plano do equador 
lunar forma um ângulo aproximado de 60 40` 
com o plano da órbita. 
A superfície lunar está diretamente exposta 
aos raios X e ultravioleta, procedentes do 
Sol, essas radiações não afetam sua 
conformação, entretanto, podem provocar 
alterações em suas propriedades ópticas, 
essa informação é importante fonte de 
pesquisa pois remontam à história primitiva 
do sistema Terra-Lua. 
Enquanto descreve sua órbita elíptica em 
torno da Terra, a Lua pode ser vista da 
Terra sob diferentes aparências, que 
denominamos de fases, e isso é devido
o 
satélite ser um corpo não-luminoso, ou seja 
reflete a luz solar com ângulos de incidência 
variáveis; num dado momento, o Sol ilumina 
apenas a metade da superfície da Lua, a 
outra metade permanece escura e não pode 
refletir luz. No início do ciclo lunar, o satélite 
se encontra aproximadamente entre o Sol e 
a Terra e seu lado noturno se volta para o 
planeta, é a fase da lua nova; prosseguindo 
seu percurso, a porção iluminada alcança a 
metade do disco lunar, dando-se a fase de 
quarto crescente; na terceira fase, é a lua 
cheia, toda a face voltada para a Terra 
reflete a luz do Sol, a região iluminada se 
reduz gradualmente no quarto minguante, 
até o reinício do ciclo, como a lua nova. 
Em relação ao Sol, o ciclo lunar dá origem a 
um período sinódico ( compreendido entre 
duas conjunções sucessivas do Sol e da 
Lua ) de 29 dias, 12 horas e 44 minutos, 
como a órbita lunar é excêntrica, a duração 
do mês sinódico não é constante, variando 
em cerca de 13 horas. 
Do ponto de vista geológico, a Lua exerce 
uma função importante para com a Terra, 
devido aos movimentos das marés, o nível 
das águas dos oceanos e mares da Terra 
se modifica em função da situação da Lua 
no firmamento, ocasionando um movimento 
lento e contínuo de modelagem do nosso 
planeta, classificado de epirogenético. A 
origem do fenômeno é a atração 
gravitacional que a Lua exerce sobre as 
águas, de maneira que, quando o satélite se 
encontra no ponto de maior altura na 
abóbada celeste, atrai os oceanos e 
provoca a maré alta ou preamar; quando se 
encontra no horizonte, dá-se a situação 
contrária e as águas se afastam do litoral, 
caracterizando a maré baixa. 
 
A TERRA 
 
Uma característica marcante da Terra é a 
presença da água na forma líquida, 
essencial não só para a vida dos animais, 
bem como para os vegetais, além de que 
para os processos geológicos de 
intemperismo, erosão, transporte e 
deposição, que moldam o nosso planeta. 
O Planeta Terra é o terceiro do sistema 
solar em ordem de distância do Sol e o 
quinto em tamanho. Pode ser descrita como 
uma esfera dotada de uma crosta rochosa, 
litosfera, parcialmente recoberta de água, 
hidrosfera, e envolvida por uma camada 
gasosa a atmosfera. O interior do planeta é 
dividido em camadas alternadas, sólida e 
pastosa, sendo: manto, núcleo externo e 
núcleo central. A força centrífuga de seu 
movimento de rotação em torno do próprio 
eixo torna a Terra mais volumosa no 
equador e achatada nos pólos. Seu eixo de 
rotação apresenta uma inclinação de 230 
27´ 30” em relação ao plano da eclíptica. A 
área total da Terra é de aproximadamente 
509.600.000 Km2 , sendo que 29% são 
 25 
sólidos, e o restante são ocupados por 
oceanos, mares, logos e rios. A densidade 
média da Terra é de 5,5 g/cm3 , possui um 
volume de 1,08 bilhão de Km3 e massa de 
6 sextilhões de toneladas ( 6.1027 g ). 
O campo gravitacional da Terra se 
manifesta como uma força que atua sobre 
um corpo livre em repouso e faz com que 
ele se desloque na direção do centro do 
planeta. A gravidade da Terra não tem valor 
fixo, ocorrendo variações de acordo com a 
latitude, em virtude da imperfeita 
esfericidade do planeta e do movimento de 
rotação. A aceleração média da gravidade 
ao nível do mar é de 980 cm/s2 , mas esse 
valor pode variar de 978 cm/s2 na linha do 
equador até 983 cm/s2 nos pólos, como a 
gravidade normalmente não é medida ao 
nível do mar, é necessário fazer reduções 
em seu valor à medida que aumenta a 
altitude. A força gravitacional da Terra 
mantém a Lua em órbita ao redor do 
planeta e também produz marés lunares, 
deformações que se manifestam na forma 
de protuberâncias na superfície lunar. 
Devido ao seu magnetismo, a Terra se 
comporta como um gigantesco ímã cujos 
pólos diferem em poucos graus dos pólos 
geográficos. A existência desse campo 
magnético pode ser facilmente comprovada 
pela orientação que ele exerce sobre as 
agulhas imantadas, mais de 90% do campo 
magnético terrestre é gerado pela 
eletricidade existente no núcleo externo, 
evidências indicam que em intervalos de 
tempo ( centenas de milhares de anos ), a 
direção do dipolo se inverte, ou seja, o norte 
se transforma em sul. O campo magnético 
da Terra se estende por uma área do 
espaço, chamada de magnetosfera, 
começando por cerca de 140 Km da 
superfície terrestre, nessa área o planeta, 
captura partículas eletricamente carregadas 
( elétrons e prótons de alta energia), 
provenientes do Sol. Se não existisse a 
magnetosfera, as partículas bombardeariam 
a superfície do planeta e destruiriam a vida. 
As altas concentrações dessas partículas 
capturadas nessa área, formam os 
cinturões de radiação de Van Allen, que 
exercem importante papel em vários 
fenômenos geofísicos, como por exemplo 
as auroras polares. 
 
MOVIMENTOS DA TERRA 
 
Já foram identificados mais 30 movimentos, 
e medidos, entretanto os mais conhecidos 
são o de rotação e translação. Vejamos 
alguns exemplos: 
 
ROTAÇÃO 
 
O movimento de rotação, no sentido Oeste-
Leste, é o que se realiza ao redor de um 
eixo que atravessa os pólos, é o giro que o 
nosso planeta faz ao redor de si mesmo. 
Uma rotação completa da Terra dura 23 
horas 56 minutos e 4 segundos e causa a 
sucessão dos dias e das noites. A 
velocidade é de 1.667 Km por hora. O eixo 
terrestre fica ligeiramente inclinado 230 27` 
30``. Os dias, as noites e os diferentes 
horários (fusos horários), são conseqüência 
desse movimento. 
 
TRANSLAÇÃO 
 
Também é chamado de orbital ou de 
revolução, é o que a Terra executa ao redor 
do Sol, no período de um ano sideral, ou 
365 dias mais 5 horas, 48 minutos, 
aproximadamente. É o giro que a Terra 
realiza ao redor do Sol, seguindo uma órbita 
elíptica, à velocidade média de 106.920 Km 
por hora. A principal conseqüência do 
movimento de translação ( e da inclinação 
do eixo da Terra ) são as estações do ano: 
Primavera, Verão, Outono e Inverno. Além 
disso, por sobrar 5 horas e 48 minutos, ao 
final de 4 anos, teremos 24 horas, que 
corresponde a um dia, gerando de 4 em 4 
anos, o ano bissexto, em fevereiro. As 
estações do ano distribuem-se em épocas 
diferentes nos dois hemisférios. De 21 de 
dezembro a 20 de março, Inverno no 
hemisfério norte e Verão no hemisfério sul; 
de 21 de março a 20 de junho, Primavera 
no hemisfério norte e Outono no hemisfério 
sul; de 21 de junho a 22 de setembro, Verão 
no hemisfério norte e Inverno no hemisfério 
sul e de 23 de setembro a 20 de dezembro, 
Outono no hemisfério norte e Primavera no 
hemisfério sul. 
Equinócio e Solstício, são as datas do início 
de cada estação. Equinócio significa dia e 
 26 
noites iguais, os raios solares ficam 
perpenticulares à linha do equador, 
iluminando igualmente os dois hemisférios. 
O Solstício significa dia e noite desiguais. 
O movimento de translação é a origem do 
movimento aparente do Sol, de Oeste para 
Leste, no plano da eclíptica. 
 
PRECESSÃO DOS EQUINÓCIOS 
 
Foi descoberto por Hiparco no século II a. C 
a explicação do fenômeno só surgiu, porém 
no século XVII, foi quando Isaac Newton 
demonstrou que o Sol e a Lua exercem, 
sobre as regiões equatoriais da Terra, uma 
atração em virtude da qual o eixo do 
planeta, na rotação, descreve um 
movimento cônico ( como o de um pião ). 
Esse movimento ocorre a uma velocidade 
de 50 segundos por ano e se completa em 
aproximadamente 26.000 anos. A 
precessão dos Equinócios provoca 
alteração nas coordenadas das estrelas e 
na duração das estações. 
 
NUTAÇÃO 
 
Foi descoberto no século XVIII, por James 
Bradley e consiste numa leve oscilação do 
eixo terrestre em torno de sua posição 
média, o que se traduz numa irregularidade 
no movimento de precessão dos 
equinócios. A nutação é causada por 
alterações na relação entre o plano orbital 
da Lua
e o da Terra, que levam a uma 
variação da influência da Lua sobre a 
precessão dos equinócios. Essa oscilação 
se completa em aproximadamente 18 anos 
e 7 messe. 
 
DESLOCAMENTO PARA O ÁPEX 
 
A Terra e todo o sistema solar, executa um 
movimento de translação para um ponto da 
esfera celeste denominado Ápex, que fica 
entre as constelações de Hércules e da 
Lira. O movimento tem uma velocidade 
aproximada de 20 Km/ segundo, em 
conseqüência, as estrelas pertencentes às 
constelações de Hercules e Lira parecem 
afastar-se radialmente a partir do ápex. 
 
 
VARIAÇÃO DA OBLIQUIDADE DA 
ECLÍPTICA 
 
Movimento de balanço que o eixo da Terra 
faz, chegando a um máximo de 240 e 
mínimo de 220 . Hoje o eixo da Terra está 
inclinado 230 27` em relação ao eixo da 
aclíptica, decrescendo 47`por século. 
 
VARIAÇÃO DA EXCENTRICIDADE 
ORBITAL 
 
O movimento de revolução da Terra às 
vezes é mais achatado e outras vezes mais 
circular. Há 108 mil anos, era 3 vezes mais 
achatado do que hoje. 
 
DESLOCAMENTO DA LINHA DAS 
ÁPSIDES 
 
A rotação da linha das apsides, no sentido 
direto, isto é, de Oeste para Este. 
 
MOVIMENTO HELIOCÊNTRICO OU REAL 
 
Kepler descobriu que os planetas 
descrevem órbitas elípticas. Os planetas 
exercem uns sobre os outros atrações que 
vão refletir em perturbações, descrevendo 
órbitas não constantes. 
 
MOVIMENTOS DAS PLACAS 
TECTÔNICAS 
 
Estes blocos movimentam-se 
constantemente, seus limites não coincidem 
com os dos continentes. As regiões de 
formação de cordilheiras e enorme 
concentração de vulcões representam os 
lugares de colisão, seccionamento das 
placas, devido a seu deslocamento 
horizontal. 
 
MOVIMENTOS VIBRATÓRIOS 
 
São movimentos oriundos naturalmente do 
interior da Terra, ocasionado pelas altas 
temperaturas, pressões, movimentos 
orogenéticos e epirogenéticos. 
 
 
 
 
 27 
MOVIMENTO DE REVOLUÇÃO 
 
Movimento que a Lua faz em torno da 
Terra, tem duração de 27 dias 7 horas e 43 
minutos, provoca as fases da Lua e das 
marés. 
 
MOVIMENTO DA ATMOSFERA 
(VERTICAIS E HORIZONTAIS) 
 
Os ventos representam a circulação 
constante da atmosfera, o vento é o ar em 
movimento, é o deslocamento contínuo do 
ar na superfície terrestre. São as diferenças 
de pressão atmosférica que explicam esse 
movimento, que ocorre na horizontal e 
vertical. 
 
MOVIMENTO DAS ÁGUAS OCEÂNICAS 
Os oceanos e os mares estão em 
movimento, pois os ventos provocam as 
ondas que podem chegar até 10 m de 
altura, podem provocar maremotos que 
podem atingir de 15 m a 800 Km/hora. As 
marés, a cada dia dois movimentos refluxo 
e fluxo são observados na Terra, além disso 
as correntes marítimas são uma realidade 
nos oceanos. 
 
Outros movimentos, também são 
importantes tais como: translação galática, 
distanciamento do centro do big bang, 
movimento surondular, perturbação orbital, 
movimento de deslocamento do periélio e 
afélio, movimentos dos pólos geográficos, 
deslocamento do centro da gravidade do 
Sol, perturbações planetárias etc. 
 
METEOROLOGIA 
 
O AR 
 
O ar é uma mistura de diversos gases, 
sendo que os mais importantes são 
oxigênio, hidrogênio, e também pequenas 
quantidades de argônio e dióxido de 
carbono e uma certa proporção de vapor 
de água. O ar forma a camada gasosa do 
nosso planeta que recebe o nome de 
atmosfera, na atmosfera ocorre uma série 
de fenômenos e perturbações denominadas 
de meteoros e o estudo desses fenômenos 
é denominado de meteorologia. 
O ar tem peso e portanto exerce uma 
pressão, isso é facilmente comprovado pois 
devido a ela a água desse tubo ( conforme 
mostra no filme ) não desce enquanto o 
técnico não destampar a parte superior, 
mas se for destampado o nível da água 
desce. Para se equilibrar a pressão 
atmosférica a altura do tubo de ensaio 
deveria ser de 10 m. Se no lugar da água se 
utilizasse um líquido mais pesado, como o 
mercúrio, seria suficiente 760 mm. Qualquer 
variação da pressão atmosférica modificaria 
o nível de mercúrio. Para medir a pressão 
atmosférica e suas variações é preciso 
colocar ao lado do tubo uma escala 
graduada, esse aparelho é denominado de 
barômetro. No alto das montanhas a 
pressão atmosférica é menor pois a camada 
de ar é menos espessa, porém a pressão 
atmosférica varia também com a 
temperatura e com a umidade. Na terra há 
zonas quentes, frias, úmidas e secas, por 
isso a pressão atmosférica é diferente nos 
vários lugares, também pode variar de um 
dia para outro, é por isso que existem zonas 
de baixa pressão chamadas de ciclones e 
zonas de alta pressão chamadas de 
anticiclones, o ar tem tendência de se 
deslocar das zonas de alta pressão para 
zonas de baixa pressão, é assim que o 
vento é produzido. A direção do vento pode 
ser verificada através das valetas e a 
velocidade pelos anemômetros, ambos 
podem variar com a altitude. Para se 
estudar essas variações utiliza-se sondas 
especiais em forma de globo e as 
mudanças de direção são observadas na 
medida em que ela sobe. 
 
Há sempre uma certa quantidade de vapor 
de água na atmosfera, ele é invisível, mais 
as vezes pode condensar-se em forma de 
gotas microscópicas ou em forma de 
pequenos cristais de gelo, é assim que as 
nuvens são formadas, as pequenas gotas 
de água ficam suspensas devido seu pouco 
peso. Quando uma massa de ar saturado 
de umidade se dirige para uma zona de 
baixa pressão a água não consegue se 
manter em forma de gás e suas gotas se 
condensam formando as nuvens, é uma 
maneira muito comum da formação das 
nuvens mais quase imperceptível, pois é um 
 28 
processo muito lento. Essa cena ( do filme ) 
nos mostra uma formação de nuvens em 
uma zona em que uma brusca baixa da 
pressão atmosférica. 
As nuvens mais altas costumam estar a 8 
ou 10.000 m de altitude, lá a temperatura é 
muito baixa e as gotas de água se 
solidificam, essas nuvens são denominadas 
cirros e são formadas por pequenos cristais 
de gelo, as nuvens podem esconder o Sol, 
total ou parcialmente, em meteorologia é 
importante saber quanto tempo o Sol brilhou 
durante o dia, para isso se utiliza um 
aparelho chamado de heliometro, a bola de 
cristal condensa os raios solares e queima 
um papel preto colocado abaixo, as linhas 
no papel indicam as horas de sol. Quando 
as nuvens se reúnem em grandes massas o 
céu fica nublado, essas nuvens são 
chamadas nimbos, quando as gotículas que 
formam as nuvens aumentam de diâmetro e 
ultrapassam 7 centésimos de mm não 
conseguem se sustentar e caem, ao se 
chocarem essas gotas aumentam em 
volume e gotas maiores se formam, a chuva 
começa assim. As vezes as gotas de água 
atravessam camadas muito frias da 
atmosfera então se congelam e formam 
granizo, ou chuva de pedra em linguagem 
popular. A neve é formada por pequenos 
cristais de gelo procedentes das nuvens e 
que não derreteram porque a atmosfera não 
passou de O0C de temperatura. 
 
A chuva é fundamental para a vida e 
precisa também se medir a quantidade de 
água que cai sobre cada região, para isso 
se utiliza dos pluviômetros, os automáticos 
registram em um gráfico a quantidade de 
água precipitada, embora os resultados 
costumam ser dados em litros por metro 
quadrado é mais prático expressa-los em 
mm. Os observatórios meteorológicos 
analisam outros dados interessantes 
referente ao problema como por exemplo o 
grau de umidade atmosférica e a 
temperatura máxima e mínima de cada dia. 
 
A ATMOSFERA 
 
A atmosfera ou o ar, é um composto 
gasoso, uma soma de vários gases que 
envolve o globo terrestre. Até fins do Século 
XVII, pensou-se que o ar era formado de 
um único elemento, só a partir do Século 
XX foi estudada com precisão até 100 Km 
de altitude, onde se descobriu que o ar é 
composto de vários gases: 
 
78 % de Nitrogênio 
21 % de Oxigênio
1 % de Argônio e outros gases 
 
Possui 0,033% de gás carbônico, poeira e 
vapor de água, que varia conforme a 
evaporação das águas de superfície rios, 
lagos e oceanos e da evapotranspiração 
dos vegetais. 
 
COMPONENTES MAIS IMPORTANTES 
 
Os componentes mais importantes do ar 
mais importantes para os seres vivos são o 
oxigênio e o gás carbônico. 
 
OXIGÊNIO (O2) 
 
Na formação da Terra, a cerca de 4,6 
bilhões de anos a atmosfera era composta 
basicamente de metano, amônia, vapor d` 
água e hidrogênio. 
O oxigênio surgiu mais tarde, a 2,4 bilhões 
de anos, até então só existiam os 
organismos chamados ANAERÓBIOS ( não 
necessitam de oxigênio ), para eles o 
oxigênio era nocivo, acontece que esses 
organismos primitivos a partir de um certo 
momento passaram a desenvolver o 
processo de FOTOSSÍNTESE, nesse 
processo, os seres chamados 
AUTÓTROFOS produzem seus alimentos a 
custa de energia solar, gás carbônico e da 
água. O melhor exemplo de seres 
autótrofos é o das plantas, só elas possuem 
a clorofila, que permite que se alimentem e 
produzam oxigênio, da mesma forma que 
faziam os organismos primitivos. 
 
A medida que foi se formando o oxigênio 
atmosférico, os seres primitivos 
desenvolveram mecanismos contra a ação 
letal desse gás, esses novos seres 
preparados para viver na presença de 
oxigênio passaram então a utiliza-lo para 
sua sobrevivência, nascem assim os seres 
AERÓBIOS ( respiram o oxigênio ). O 
 29 
oxigênio possibilita um grande 
aproveitamento da energia contida na 
matéria orgânica que é o alimento desses 
seres, isso vai possibilitar uma grande 
evolução. Dessa forma a vida pôde evoluir 
para suas formas mais complexas e 
superiores os seres HETERÓTROFOS que 
dependem dos AUTÓTROFOS para 
sobreviver. 
 
Os AUTÓTROFOS produzem oxigênio 
quando se alimentam, os 
HETERÓTROFOS produzem gás carbônico 
ao respirar. O gás carbônico é necessário 
para a vida dos AUTÓTROFOS e assim por 
diante, criando a nossa atmosfera como ela 
é hoje, além dos seres vivos que se 
desenvolveram dentro dela. Além disso o 
oxigênio tem outra função importante, nas 
partes mais altas da atmosfera transforma-
se em Ozônio ( O3 ), um gás semelhante a 
ele. O Ozônio tem a qualidade de 
impedir que as radiações ultra violetas ( 
UV) vindas do espaço atinjam a Terra. 
Como esses raios são muitos nocivos à 
vida, a formação de uma camada de ozônio 
no alto da atmosfera promove o 
desenvolvimento de inúmeros seres. 
 
GÁS CARBÔNICO 
 
O gás carbônico completa a ação do 
oxigênio, os processos de respiração dos 
seres vivos queimam os nutrientes 
liberando gás carbônico, água e calor. 
Quem realiza esse trabalho são os seres 
heterótrofos. O gás carbônico volta para os 
seres autrótofos que o utilizam no seu 
processo alimentar, liberando o oxigênio na 
FOTOSSÍNTESE. A palavra fotossíntese 
pode então ser definida como a produção 
de oxigênio a partir da luz e do gás 
carbônico. O gás carbônico também 
contribui para o equilíbrio da temperatura da 
Terra, ele forma uma camada que deixa 
entrar as radiações infra vermelhas ( raios 
infra vermelhos ) do Sol, mas não deixa que 
elas retornem ao espaço, aquecendo a 
Terra e tornando possível a vida. 
 
 
 
DIVISÃO DA ATMOSFERA 
 
Divide-se em camadas com características 
e funções diferentes, são as seguintes: 
 
 TROPOSFERA ( + 12 Km ) 
 
É a primeira camada e vai até a 
altura de 12 Km. Nessa faixa é onde 
ocorre os fenômenos de formação 
da chuva, nuvens e ventos. Ocorre 
as correntes de ar, tanto horizontal 
como vertical. Relativamente é 
pequena, sua parte superior é muito 
fria, com temperatura abaixo de 
500C, onde caracteriza-se pelo pico 
das montanhas com gelo e as neves 
perpetuas. É composta de oxigênio, 
gás carbônico, nitrogênio, hélio etc. 
É nessa camada que circula os 
aviões. 
 
 ESTROTOSFERA ( + 12 a 80 Km ) 
 
A característica marcante é que o ar 
apresenta movimentos horizontais 
em estratos. Vale a pena frisar que 
a camada de ozônio ( O3 ), protege 
os seres biológicos da Terra dos 
raios ultra violetas. É composta de 
Ozônio, Hélio, pouco Oxigênio e 
Hidrogênio. 
 
 IONOSFERA (+ 80 a 600 Km) 
 
Encontra pequenas quantidades de 
Hidrogênio, Hélio e Nitrogênio, onde 
seus átomos são eletrizados pela 
ação dos raios ultra violetas 
procedentes do Sol. Esses átomos 
eletrizados recebem o nome de íons 
de onde veio o nome dessa 
camada. É nessa camada onde 
ocorre a difusão de ondas de rádio. 
 
 EXOSFERA ( + 600 a 1.600 Km ) 
 
É a camada mais alta, também 
chamada de Espaço, nos protege 
contra os meteoritos, pois quando 
entram em contato com os gases da 
ionosfera se tornam incandescentes, 
reduzindo-se a pó, caindo sobre a 
 30 
Terra. Essa camada é composta de 
Hidrogênio. É nessa camada que 
circula os satélites artificiais. 
 
A ÁGUA ( H2 O ) 
 
Ao conjunto de águas chamamos de 
hidrosfera, que visto pelo lado de fora, o 
Planeta Terra, deveria se chamar ÁGUA, 
com algumas ilhas de terra firme , pois 
cerca de 2/3 da sua superfície são 
dominados pelos oceanos, os pólos e suas 
vizinhanças são cobertos pelas águas 
sólidas das geleiras. A pequena quantidade 
de água restante divide-se entre a 
atmosfera na forma de nuvens e vapor, o 
sub-solo os rios e lagos. Calcula-se em 
cerca de 1.350.000.000 Km3 o volume total 
de água na Terra. 
 
DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA NA TERRA 
 (%) 
 
OCEANOS ................................. 97,57 
GELEIRAS .....................................1,81 
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS.............0,61 
RIOS E LAGOS ...........................0,014 
ATMOSFERA (nuvens e vapor)...0,001 
 
ÁGUA SALGADA .........................99,38 
ÁGUA DOCE ................................0,62 
 
A água é a substância mais abundante na 
biosfera, é o solvente natural, sendo 
encontrada no estado sólido, nas geleiras; 
líquido nos rios, lagos e oceanos e gasoso 
na atmosfera; isso depende da temperatura, 
do calor e da energia fornecida pelo Sol. A 
água está em constante movimento na 
biosfera, esse movimento chama-se ciclo da 
água. A água aquecida pelo Sol evapora-se, 
passando à atmosfera, o vapor se resfria e 
se condensa formando nuvens, a água é 
então devolvida `superfície da Terra, na 
forma de chuvas, neblinas, neve ou granizo. 
No solo parte da água infiltra-se pelo 
terreno, sendo então absorvida pelas raízes 
das plantas, outra parte escorre para 
abastecer rios, lagos e mares. As plantas 
por sua vez transpiram, liberando água em 
forma de vapor através das folhas, esse 
fenômeno chama-se 
EVAPOTRANSPIRAÇÃO e tudo começa 
novamente, num ciclo interminável. 
 
 
PONTOS FORTES 
 
Nesta unidade o aluno(a) deverá dominar: 
 Como calcular um ano-luz 
 Como calcular a transformação do 
Hidrogênio em Hélio 
 Como se forma a chuva e cálculos 
de pluviosidade 
 Conceituar a hipótese de Laplace, a 
descoberta de Edwin Hubble, o erro 
de Albert Einstein e a nova teoria de 
Paul Steinhart. 
 Definição de geologia ( histórica e 
dinâmica ) 
 Movimentos da Terra ( dominar no 
mínimo 5 ) 
 Fazer uma bibliografia correta (livro ) 
 Teoria da acreação 
 Formação da Terra ( Gênese) 
 Éon pré-cmbriano 
 Éon Fanerozóico 
 Divisão da atmosfera 
 Processos de datação 
 Como se formam os elementos 
químicos 
 Como se formaram as estrelas 
 Como se formaram os planetas do 
sistema solar 
 Qual é a idade da Terra e do 
Sistema Solar 
 
PARA MAIOR ENRIQUECIMENTO 
INTELECTUAL 
 
O aluno(a) deverá consultar, fazer resumo, 
síntese das seguintes bibliografias 
complementares: 
 
HAWKING, Stephen. O universo numa 
casca de noz. São Paulo.: Mandarim. 2001. 
215 p. il. ISBN 85-354-0231-4. 
 
VENEZIANO, G. O enigma sobre o início do 
tempo. Scientific American Brasil, São
Paulo: Ediouro, n. 25, p.40-49, 2004 (junho) 
 
 31 
CAPOZZOLI, U. No coração quente do 
cosmos. Scientific American Brasil, São 
Paulo: Ediouro, n. 1, p.28-29, 2002 
(Dezembro). 
 
CALDWELL, R.R.; KAMIONKOWSKI, M. 
Ecos do big bang. Scientific American 
Brasil, São Paulo: Ediouro, n. 1, p.30-37, 
2002 (Dezembro). 
 
BENNETT, C. L.: HINSHAW, G. F.; PAGE, 
L. Uma nova cartografia. Scientific 
American Brasil, São Paulo: Ediouro, n. 1, 
p.38-39, 2002 (Dezembro). 
 
OSTRIKER, J. P.; STEINHARDT. O 
Universo quintessencial. Scientific 
American Brasil, São Paulo: Ediouro, n. 1, 
p.40-49, 2002 (Dezembro). 
 
PEEBLES, P. J. E. O sentido da moderna 
cosmología. Scientific American Brasil, 
São Paulo: Ediouro, n. 1, p.50-51, 2002 
(Dezembro). 
 
MAGUEIJO, J. Um plano B para o cosmos. 
Scientific American Brasil, São Paulo: 
Ediouro, n. 1, p.52-53, 2002 (Dezembro). 
 
HOLTZ, A. As melhores respostas da 
ciência para as perguntas mais 
fundamentais que existem. Sapiens, São 
Paulo; n.1, p.24-31. 2004 (Setembro). 
 
Procurar filosofar sobre as questões: 
 
 Qual a idade do Universo 
 Qual é o futuro do Sistema Solar, e 
do próprio Universo 
 Quem somos 
 De onde viemos 
 Para onde vamos 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
BRANCO, S. M.; BRANCO,F. C. A deriva 
dos continentes. 3a ed. São Paulo: 
Moderna, 2004. 111p. il. ISBN: 85-16-
04185-9. 
 
BURGIERMAN, D. R.; GRECO, A. A era 
dos gigantes. Sapiens, São Paulo; n. 1, p 
51-53. 2004 (Setembro). 
 
DIEGUEZ, F. Muito além do Big Bang. 
Super interessante, São Paulo; n. 7, ano 
15, p 55-61. 2001(Julho). 
 
ENCICLOPEDIA Delta Larousse. Rio de 
Janeiro: Editora Delta. 1964. 2a ed. 15v. 
 
JENNY, H. Factors of soil formation. New 
York: McGraw-Hill, 1941. 281p. 
 
LEINZ, V ; AMARAL, S. E. Geologia Geral. 
11a ed. São Paulo: Nacional, 1989. 391p. il. 
 
LONGAIR, M. S. As origens de nosso 
universo: Estudo sobre a origem e 
evolução de nosso universo. Rio de Janeiro: 
Jorge Zahar Ed., 1994. 150p. ISBN: 85-
7110-248-8. 
 
MOON, Peter. As idades do Brasil. São 
Paulo. Isto é. No 1514. 07.10.98. 84-85p. 
 
NOGUEIRA, S. Big Bang é evento cíclico, 
afirmam físicos. 
http://www.uol.com.br/fsp/ciencia/fe2604200
201.htm acessado em 26.04.2002. 
 
POPP, J. H. Geologia Geral. 5a ed. Rio de 
Janeiro, RJ.: LTC, 1998. 376p. il. 
 
VENEZIANO, G. O enigma sobre o início do 
tempo. Scientific American Brasil, São 
Paulo: Ediouro, n. 25, p.40-49, 2004 (junho) 
 
 
 
 
 
 
 32 
CAPITULO II 
 
ESTRUTURA DA TERRA; PROCESSOS ENDÓGENOS E EXÓGENOS; TECTÔNICA 
DE PLACAS E DERIVA CONTINENTAL; TERREMOTOS / ONDAS SÍSMICAS; 
VULCÕES; MAGMA E VULCANISMO; PRODUTOS VULCÂNICOS; VULCANISMO E 
SEUS EFEITOS NO MEIO AMBIENTE; VULCANISMO E SEUS BENEFÍCIOS; 
FORMAÇÃO DAS MONTANHAS. 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
A crosta perfaz 0,7% da massa total da 
Terra, é composta de rochas relativamente 
leves, como o granito que contém feldspato, 
quartzo (Silício), mica e alumínio. É a sede 
dos fenômenos geológicos relacionados à 
dinâmica interna. O manto é constituído de 
rochas bem mais pesadas, como os 
basaltos, predominando o magnésio, ferro e 
silício. O núcleo, é muito mais pesado, 
sendo constituído quase que 
exclusivamente de ferro. 
 
Quando medimos a velocidade de 
propagação das ondas sísmicas através da 
crosta, estas podem chegar a 
aproximadamente 6,0 Km/ s, chegando a 
7,0 Km/s na porção inferior, onde se inicia o 
basalto. Entre 30 e 40 Km de profundidade, 
embaixo dos continentes, encontra-se uma 
camada de descontinuidade, também 
chamada de “camada de Mohorovicic 
(Moho), sendo o término da crosta e início 
do manto. 
O manto é dividido em duas partes: Manto 
superior e Manto inferior. O Manto superior 
possui uma profundidade de 670 Km e a 
velocidade das ondas sísmicas é de 
aproximadamente 8,1 Km/s. Ao final existe 
uma brusca elevação da velocidade das 
ondas, passando a 13,7 Km/s, mantendo-se 
até os 2.890 Km, onde termina o Manto 
inferior e se inicia o núcleo. 
No núcleo a velocidade cai, podendo ser 
reconhecidas duas camadas sucessivas, a 
mais externa é líquida, indo até 5.100 Km 
que forma um grande oceano de ferro 
líquido, a outra camada, mais interna, 
denominada de grão, é sólida e constituída 
de ferro puro. 
 
Diversas teorias ou modelos globais foram 
propostos através dos tempos, procurando 
explicar a geodinâmica da Terra ou dos 
continentes. Algumas serviriam para 
orientar o pensamento científico durante 
muitas décadas. Outras foram 
aperfeiçoadas, e muitas abandonadas. 
Estudos mais recentes, que partem 
principalmente do campo da Geofísica, 
radioatividade, Paleoclimatologia, Geologia 
Marinha e Paleontologia, entre outros, 
constituem as bases do modelo hoje 
admitido de tectônica de placas. 
Esta teoria procura demonstrar que a 
superfície semi-rígida da crosta sofre 
movimentos sobre uma porção inferior, 
quente e fluída, denominada astenosfera. 
Como conseqüência desses movimentos, 
as rochas superficiais sofrem deformações 
produzindo estruturas características, 
conhecidas como produtos do tectônismo. 
 
A Terra ainda é um planeta jovem, que 
apresenta constantes modificações em 
sua crosta, provocada por fenômenos 
geológicos naturais internos. Atualmente, 
sabe-se que erupções vulcânicas são meios 
naturais através dos quais os materiais em 
estado pastoso, que se encontram no 
interior da Terra, chegam até a superfície. 
Os vulcões nada mais são do que chaminés 
onde o material magmático que se encontra 
no interior da Terra, abaixo das placas 
tectônicas, emergem para a superfície, 
dando muitas vezes a esses locais a forma 
de cone. 
Vulcões destoem vulcões criam. Este é um 
paradigma que, somente quem vive próximo 
a eles pode entender muito bem, e por isso 
mesmo continuam vivendo próximo deles 
apesar do eminente perigo de uma 
repentina erupção ou de sismos. 
Em conseqüência de poderosas erupções, 
 33 
os vulcões causam profunda impressão no 
homem desde os primórdios da 
humanidade, vem fornecendo farto material 
para inúmeras crenças entre os vários 
povos da antigüidade e que persistem até 
hoje em algumas populações, 
principalmente entre as que vivem próximo 
aos vulcões. 
Ao longo do tempo a humanidade tem 
estado atenta a esta poderosa força da 
natureza 
 
ESTRUTURA DA TERRA 
 
Sabemos que o raio terrestre mede 
aproximadamente 6.370 Km, e até hoje o 
homem só conseguiu perfurar 12 Km da 
crosta terrestre em Kola, Rússia. Isso nos 
remete as pesquisas geológicas de 
métodos indiretos, de percussão, 
semelhantes aos usados na medicina, para 
identificar os ruídos produzidos. 
Realmente, as vibrações sonoras sofrem 
variações de velocidade, dependendo da 
densidade do meio em que percorrem. Para 
conhecer a natureza das matérias que 
preenchem as várias camadas interiores, 
podemos lançar de uma explosão de 
dinamite, que seguida de análise das 
vibrações, permitem apenas o 
conhecimento suficiente para localizar 
jazidas petrolíferas. Para o conhecimento 
das grandes profundidades os cientistas 
recorrem aos movimentos tectônicos ou 
seja aos “tremores de terra”, que através de 
sismógrafos, medem sua intensidade e 
localização da origem. Quando ocorre um 
tremor, os sismógrafos espalhados pelo 
globo terrestre, registram os dados, sobre o 
tempo despendido pelas ondas sísmicas ao 
atravessarem o globo, permitindo traçar a 
“tomografia sísmica da Terra”, 
demonstrando que o nosso planeta possui 
as seguintes unidades principais: crosta, 
manto e núcleo. Vejamos no quadro abaixo 
algumas características: 
 
 
 
 
A crosta perfaz 0,7% da massa total da 
Terra, é composta de rochas relativamente 
leves, como o granito que contém feldspato, 
quartzo ( Silício ), mica e alumínio. É a sede
dos fenômenos geológicos relacionados à 
dinâmica interna. O manto é constituído de 
rochas bem mais pesadas, como os 
basaltos, predominando o magnésio, ferro e 
silício. O núcleo, é muito mais pesado, 
sendo constituído quase que 
exclusivamente de ferro. 
 
Quando medimos a velocidade de 
propagação das ondas sísmicas através da 
crosta, estas podem chegar a 
aproximadamente 6,0 Km/ s, chegando a 
7,0 Km/s na porção inferior, onde se inicia o 
basalto. Entre 30 e 40 Km de profundidade, 
embaixo dos continentes, encontra-se uma 
camada de descontinuidade, também 
chamada de “camada de Mohorovicic 
(Moho), sendo o término da crosta e início 
do manto. 
O manto é dividido em duas partes: Manto 
superior e Manto inferior. O Manto superior 
possui uma profundidade de 670 Km e a 
velocidade das ondas sísmicas é de 
aproximadamente 8,1 Km/s. Ao final existe 
uma brusca elevação da velocidade das 
ondas, passando a 13,7 Km/s, mantendo-se 
até os 2.890 Km, onde termina o manto 
inferior e se inicia o núcleo. 
No núcleo a velocidade cai, podendo ser 
reconhecidas duas camadas sucessivas, a 
mais externa é líquida, indo até 5.100 Km 
que forma um grande oceano de ferro 
líquido, a outra camada, mais interna, 
denominada de grão, é sólida e constituída 
de ferro puro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 34 
 
 
 
 
 
 
DIVISÃO 
SUB-DIVISÃO 
(Alttura/Prof. Km) 
CARACTERÍSTICAS 
QUÍMICAS 
CARACTERÍSTICAS 
FÍSICAS 
 
Exosfera 
(600 a 1600) 
 
Hidrogênio 
 
Gasosa 
 
ATMOSFERA 
 
Ionosfera 
(80 a 600) 
 
Hidrogênio, Hélio e 
Nitrogênio 
 
Gasosa 
 
Estratosfera 
(12 a 80) 
 
Ozônio, Oxigênio, Hélio e 
Hidrogênio 
 
Gasosa 
 
Troposfera 
(0 a 12) 
 
Oxigênio, Hélio, Gás 
Carbônico, Nitrogênio 
 
 
Biosfera 
 
Ecossistemas terrestres 
Ecossistemas aquáticos 
Sólidos, líquidos 
coloidais 
CROSTA 
 
 
Hidrosfera 
 
Carbono, H2O, O2 
Óxidos, Silicatos 
Monte Evereste- 
9.000m 
Fossa Filipinas- 
11.000m 
OU Crosta Superior (Sial) 
(-15 a –25 ) 
 
Silício, Alumínio, Ferro, 
Cobre, Chumbo etc. 
 
Sólido 
LITOSFERA Crosta Inferior (Sima 
) 
(-25 a – 75 ) 
 
Silicatos de Ferro 
Magnésio 
 
Sólido 
ASTENOSFERA 
(- 700 ) 
 
Silicatos ( Mg2 , Fe2 , SiO4 
, 
Sulfetos, Óxidos 
 
Pastosa 
MANTO 
SUPERIOR 
 
(- 1.200 ) 
Silicatos ( Mg2 , Fe2 , SiO4 
, 
Sulfetos, Óxidos 
 
Sólido 
MANTO 
INFERIOR 
 
(-2.800 a -2.900) 
 
Silicatos, Sulfetos e 
Óxidos 
 
Pastosa 
NÚCLEO 
(NIFE) 
 
(- 6.370 ) 
 
Liga de Ferro e Níquel 
 
Estado de Fusão 
sólido 
 
 
 
 
 
 
 
 
 35 
 
 
 
 
DIVISÃO 
SUB-DIVISÃO 
(Alttura/Prof. 
Km) 
CONSTITUIÇÃO 
LITOLOGICA 
DENSI- 
DADE 
(g/cm3 ) 
TEMPE- 
RATURA 
( 0 c ) 
 
Biosfera 
 
-70 
CROSTA 
Hidrosfera 
 
+ 70 
 
OU 
 
Crosta Superior 
(-15 a –25 ) 
Rochas Ígneas 
-Graníticas 
-Basálticas 
Rochas Metamórficas 
Rochas Sedimentares 
Sial ( granodiorito ) 
 
 
2,7 
 
 
600 
LITOSFERA 
Crosta Inferior 
(Sima ) 
(-25 a – 75 ) 
Rochas Ígneas 
-Graníticas 
-Basálticas 
Rochas Metamórficas 
Rochas Sedimentares 
Sima ( gabro) 
 
 
2,9 
 
 
1.200 
 
ASTENOSFERA 
 
(- 700 ) 
 
Silicatos, Sulfetos e 
Óxidos 
 
3,0 
 
2.000 
MANTO 
SUPERIOR 
 
(- 1.200 ) 
 
Peridotito 
Assideritos 
 
3,3 
 
3.400 
MANTO 
INFERIOR 
 
(-2.800 a 2.900) 
 
Silicatos, sulfetos e 
Óxidos 
 
4,7 
 
4.000 
NÚCLEO 
(NIFE) 
 
(- 6.370 ) 
 
Ferro, Magnésio e Níquel 
 
12,2 
 
4.000 
 
Gabro: Rocha ígnea intrusiva de coloração escura e de granulação grossa. 
Peridotito: Silicatos de ferro e magnésio. São encontrados em rochas eruptivas e 
metamórficas. 
Granodiorito: Rocha intrusiva. Coloração escura. 
Assideritos: 
 
 
PROCESSOS ENDÓGENOS E 
EXÓGENOS 
 
CICLO DA MATÉRIA NA CROSTA 
TERRESTRE 
 
Os processos geológicos dentro 
(endógenos) e sobre a Terra (exógenos) 
podem ser reunidos num ciclo de processos 
que agem continuamente sobre a matéria 
exposta na superfície terrestre. 
 
ESQUEMA SIMPLIFICADO 
 
Figura. O ciclo da matéria. À direita, em 
linhas tracejadas, o ciclo exógeno 
desenvolve-se na superfície da Terra sob 
ação das forças externas. À esquerda, em 
linhas contínuas, o ciclo, sob ação das 
forças de natureza interna, desenvolve-se 
no interior da crosta. ( Ver desenho dado 
em sala de aula ). 
 
 36 
INTEMPERISMO 
 
Ou meteorização. Isto é, redução das 
rochas expostas na superfície terrestre sob 
a influência de agentes químicos, físicos e 
biológicos. Agindo sozinhos ou em conjunto. 
O material desagregado pode ser 
transportado sob influência da gravidade, da 
água, do gelo, do vento para um novo lugar 
de deposição. Assim origina-se as rochas 
sedimentares. 
 
DIAGÊNESE 
 
Os sedimentos, quando em depressões da 
crosta, empilham-se sucessivamente. As 
porções mais profundas, sofrem maior 
compactação por causa da pressão 
exercida. Além do aumento da temperatura, 
ocorrendo assim mudanças, que é 
designado Diagênese. 
 
CAMINHOS APÓS A DIAGÊNESE ( DOIS 
CAMINHOS ) 
 
A) Ser exposto ao intemperismo. 
B) Transformação da constituição 
mineralógica da rocha, condicionada pelo 
 aumento de temperatura e pressão, 
ocasionando desde o dobramento até o 
 metamorfismo das rochas. 
 
ANATÉXIS 
 
O material depositado, sofre aumentos de 
temperatura, resultando na fusão completa 
do material. Sob fusão, esse material pode 
subir e derramar-se sobre a superfície da 
crosta, como produto vulcânico, ou ir formar 
câmaras plutônicas. Muitos granitos 
formam-se desta maneira. 
MOVIMENTOS DE MODELAGEM DO 
PLANETA 
 
São os movimentos provocados pelo 
dinamismo das placas tectônicas tais como: 
Terremotos, vulcanismo, rochas dobradas e 
falhas, ou os movimentos lentos e 
constantes. 
 
OROGENÉTICOS 
São rápidos, violentos com grande carga 
energética, causando deformações, 
dobramentos e falhas. 
Ex. Terremotos, vulcanismo. Elevação de 
vastas áreas, dando origem a grandes 
cadeias de montanhas. 
 
EPIROGENÉTICOS 
São lentos, abrangem áreas continentais e 
não têm competência para deformar. 
Ex. Bacias sedimentares 
Subida e descida do nível do mar. 
 
CRÁTON 
 
São áreas estáveis, pertencentes aos 
"escudos", que desde o fim do Pré-
Cambriano, não foram submetidas à ação 
de movimentos orogênicos. 
 
ESCUDO 
 
É uma área continental ou subcontinental 
que mostra exposição de rochas cristalina 
de idade pré-cambriana. 
 
 
TECTÔNICA DE PLACAS E DERIVA 
CONTINENTAL 
 
TEORIA DA TECTÔNICA DE PLACAS 
 
 
A teoria de tectônica de placas é recente, 
mas sua formação baseia-se em mais de 
100 anos de estudos, pesquisas geológicas 
e debates. 
Diversas teorias ou modelos globais foram 
propostos através dos tempos, procurando 
explicar a geodinâmica da Terra ou dos 
continentes. Algumas serviriam para 
orientar o pensamento científico durante 
muitas décadas. Outras foram 
aperfeiçoadas, e muitas abandonadas. 
Estudos mais recentes, que partem 
principalmente do campo da Geofísica, 
radioatividade, Paleoclimatologia, Geologia 
Marinha e Paleontologia, entre outros, 
constituem as bases do modelo hoje 
admitido de tectônica de placas. 
Esta teoria procura demonstrar que a 
superfície semi-rígida da crosta sofre 
movimentos sobre uma porção inferior, 
quente e fluída, denominada astenosfera. 
 37 
Como conseqüência desses movimentos, 
as rochas superficiais sofrem deformações 
produzindo estruturas características, 
conhecidas como produtos do tectônismo. 
O fenômeno da tectônica de placas 
processa-se em escala global, mas 
encontra-se evidenciando segundo direções
preferenciais ou regionais. 
Estas placas são rígidas e indeformáveis 
por si sós mas descrevem movimentos 
laterais (deriva) e periodicamente pequenos 
movimentos verticais. 
Como conseqüência dos movimentos 
laterais, surgem, nos limites externos das 
placas, uma série de deformações, 
resultantes de colisões. As regiões 
limítrofes das placas vêm a ser a causa da 
distribuição das zonas de terremotos, 
vulcanismo e falhamentos em toda 
superfície da Terra, incluído as ilhas e 
regiões submarinas. 
 
MOSAICO DE PLACAS 
 
Desde os últimos 180 milhões de anos 
(quando se iniciou a separação entre 
América e África), este processo realiza-se 
periodicamente, de modo que as rochas 
basálticas do fundo dos oceanos têm idades 
crescentes, a partir do centro das 
cordilheiras mesoceânicas, em direção aos 
continentes, como revelam os dados 
radiométricos. 
 
Entre as conclusões desse estudo estão 
dois fatores importantes: o material 
recolhido data dos primórdios do atlântico, e 
a idade foi estimada entre 145 e 155 
milhões de anos (período Jurássico 
Superior ). A velocidade de distanciamento 
dos continentes foi também estimada e 
descobriu-se que durante milhões de anos 
ela foi de 6 cm/ano, para depois decrescer, 
atingindo a taxa anual de 2 cm/ano. 
Mostrou-se também que desde os seus 
primórdios o Oceano Atlântico, naquela 
região (Cordilheira mesoatlântica ), recebia 
correntes marítimas frias provenientes das 
regiões polares. Isso se tornou evidente a 
partir dos depósitos de plancton 
encontrados nos sedimentos coletados no 
fundo. 
 
 
A expansão do assoalho oceânico leva 
consigo os continentes, que pertencem a 
cada placa móvel, produzindo a deriva 
continental. Como conseqüência deste 
movimento, enquanto duas placas se 
afastam por crescimento do assoalho, na 
margem oposta de uma delas poderá 
processar-se a colisão por aproximação 
com a placa adjacente. Quando duas placas 
colidem, uma delas poderá mergular por 
baixo da outra até penetrar na astenosfera, 
onde será consumida. Este fenômeno 
chama-se subducção. 
 
Todo o globo encontra-se dividido em seis 
placas principais (e outras menores), que 
descrevem lentos movimentos segundo 
direções própprias, produzindo em seus 
limites adjacentes vários tipos de contatos: 
quando as placas têm sentido contrário é 
gerado simultaneamente novo material 
cortical, de natureza básica, originado do 
manto e que vai preencher o espaço criado 
pelo afaastamento. 
Nos contatos onde as placas colidem por 
movimentos de sentido oposto, na chamada 
zona de subducção, uma das placas 
desaparece em direção ao interior da 
astenosfera, enquanto a outra deforma-se e 
ergue-se, formando as grandes cadeias de 
montanhas. 
 
Outro tipo de contrato possível entre as 
placas é o de deslizamento lateral de uma 
em relação à outra, como se fossem falhas 
de rejeito horizontal. Neste caso, ocorrem 
as chamadas falhas de transformação, 
onde, ao contrário dos outros casos, não há 
criação ou destruição de material. 
Constituem notáveis exemplos de zonas de 
falhas de transformação a falha de Santo 
André, na Califórnia, e a falha de Anatolian, 
na Turquia. O Brasil encontra-se sobre a 
placa sul-americana, cujos bordos leste 
encontram-se na cadeia mesoatlântica e 
oeste, na Cordilheira do Pacífico. 
 
EVIDÊNCIA DA DERIVA CONTINENTAL 
 
Até o início do Jurássico (cerca de 180 
milhões de anos), as placas encontravam-
 38 
se reunidas num único continente 
denominado Pangéia. 
A Pangéia constituiu no passado uma 
massa de terra única, rodeada por um 
oceano irregular, chamado pantalassa, que 
foi o ancestral do Oceano Pacífico. O 
ancestral do Mediterrâneo, o Tétis formava 
na época uma grande baía que separava 
parcialmente a África da Eurásia. 
A existência do pangéia terminou no final do 
Jurássico, quando, mais ou menos ao norte 
do equador, houve rompimento do 
continente, dividindo-se inicialmente em 
dois, formando a Laurásia e a Gondwana. 
Da Laurásia faziam parte a América do 
Norte e a Eurásia. O continen,te de 
Gondwana era constityído pelo 
agrupamento da América do Sul, Africa, 
Antártida, Austrália e India. 
As evidências geológicas de que os 
continentes do Hemisfério Sul formaram o 
continente da Gandwana são há tempo 
conhecidas. Entre elas, são notáveis os 
depósitos de tilitos, provenientes da 
glaciação permocarbonífera que atingiu a 
América do Sul, África, Austrália, Índia, 
Madagascar e Antártida, simultaneamente. 
 
 
ARGUMENTOS DA DERIVA 
CONTINENTAL 
 
 A distância global dos sistemas de 
montanhas na superfície terrestre e 
das fraturas oceânicas e cordilheiras 
vulcânicas associadas sugerem que 
sua origem está ligada aos 
deslocamentos sofridos por porções 
da superfície (Placas). 
 A distribuição dos vulcões, 
terremotos (falhamentos 
associados), que se encontram 
alinhados por distâncias de milhares 
de quilômetros, sugere 
movimentação em grande escala de 
material proveniente do interior da 
crosta (Iavas) que se valeu das 
linhas de ruptura (falhas) para 
chegar à superfície. 
 Sobre os oceanos há uma capa de 
sedimentos relativamente delgada, 
cuja deposição se inicio quando os 
continentes começaram a separar-
se (Cretáceo) . 
 Todas as ilhas oceânicas e 
vulcânicas são recentes, ou seja, de 
idade 
 posterior ao início da migração dos 
continentes. 
 Quando uma rocha vulcânica ou 
sedimentar contém partículas de 
ferro, este fica magnetizado segundo 
a direção e polaridade do campo 
magnético da época (diferente do 
atual). Isto demonstra que a posição 
polar variou no tempo, ou, mais 
especificamente, que os continentes 
mudavam-se descrevendo trajetória 
próprias. A interpretação é que as 
trajetórias de cada continente com 
relação ao pólo são diferentes 
porque se movem 
independentemente. 
 As margens dos escudos entre os 
continentes apresentam as mesmas 
idades. As margens' do Escudo 
Africano têm a mesma idade das 
margens do Escudo do Nordeste 
brasileiro. 
 
 
 
TERREMOTOS / ONDAS SÍSMICAS 
 
TERREMOTOS 
 
São vibrações naturais da crosta terrestre 
que se propagam por meio de ondas. 
Admite-se que a causa principal dos 
grandes terremotos seja devido ao esforço 
das placas que se movem em direções 
preferenciais e que com o progresso do 
esforço, a energia vai sendo acumulada, até 
que se rompa a resistência das rochas. 
 
TERMO SISMOLOGIA (Robert Mallet,1858) 
 
Mais de 1 milhão de perturbações sísmicas 
por ano. No Japão um observatório registra 
em média 200.000 abalos sísmicos por ano. 
 
Brasil nossa área é tectonicamente estável, 
devido a cicatrização da crosta no período 
Pré-Cambriano. O país fica em cima de 
uma grande e única placa tectônica, 
 39 
entretanto, no território nacional, as falhas 
são pequenas rachaduras causadas pelo 
desgaste na placa tectônica, que levam a 
pequenos abalos. Alguns estados sofrem 
com a abrangência da Placa de Nazca que 
ao encontrar a Placa Sul-Americana, no 
litoral do Peru, invade o continente. O 
Nordeste é uma das regiões mais sujeitas a 
terremotos no Brasil, com magnitude média 
de 3,5 graus na escala de Richter. A cidade 
de Caruaru, por exemplo, registra uma das 
maiores quantidades de tremores de terra, 
devido a cidade estar localizada bem no 
meio de uma falha geológica, denominada 
de cisalhamento Pernambuco-Leste,
falha 
esta que estende-se de Recife à Arcoverde, 
com aproximadamente 254 Km. 
 
Foram cadastrados no Brasil até 1922, trinta 
e três abalos: 11 em MG, 6 em MT, 2 na 
BA, RN, PE e GO; 1 em SP, ES, CE, PA, 
RS e RJ. 
SERRO ( MG) em 1872 
"Mortes sem conta, casas destrui das e 
soterradas, morros alui dos, valles 
revolvidos, criações levadas pela enchente 
... tendo o phenomeno começado por dous 
grandes estrondos, quase juntos e logo a 
terra estremeceo, como abalada em seus 
fundamentos, começando 15 minutos 
depois a inundação, com a subida das 
águas do rio a 60 palmos acima do nível 
natural...". 
 
 Região Amazônica - 30 no decorrer 
da metade do Século XX. Em 1983 
uma abalo com 5,5 graus na escala 
de Richeter. 
 Em 1690 em Manaus um tremor 
com mais de 300 léguas; 
 Em 1972 - Niterói, Campos, 
Cachoeiro do Itapemirim e Vitória; 
 Em 1980 - Pacajus (CE ) - uma 
morte e muitos feridos( 5,2 graus 
escala de Richeter) 
 Em 1986 - João Câmara ( RN) 5,1 
na escala Richter. 
 Em 1955, no Mato Grosso, 
chagando a 6,6 graus na escala de 
Richeter. 
 Em 1955, no Espírito Santo, com 6,6 
graus na escala de Richeter. 
 
TERREMOTOS CÉLEBRES 
 
 1755 EM Lisboa - 60.000 mortes 
 (Igreja e Porto, ondas de 15m). 
 Estendeu-se por toda Espanha, 
 Marrocos - 1/3 da Terra sentiu o 
 abalo produzido por este terremoto. 
 1811 no Vale do Mississipi - 
Comprimento de 240 Km por 55 Km. 
Afundou de 1 a 3m. 
 1906 - São Francisco, Califómia 
(Próximo a falha Santo André). 
 1908 - Messina (Itália), destruiu as 
cidades de Messina e Reggio ( 
80.000 mortes). 1923 - Tóquio -
140.000 mortes 
 1960 - Marrocos - 20.000 mortes 
 1972 - Nicaraágua - 50.000 mortes 
 1970 - Peru - 50.000 mortes. 
 
O terremoto ( 9 graus na escala Richeter) 
mais intenso dos últimos 40 anos, 
aconteceu em 26 de dezembro de 2004, 
com epicentro na costa da Ilha de Sumatra, 
na Indonésia, provocou uma série de ondas 
gigantes que chegaram de surpresa em 
pelo manos 12 países do sudoeste asiático 
e que mataram cerca de 280 mil pessoas 
deixando 5 milhões à mercê der algum tipo 
de auxílio. A energia foi tão forte que o 
terremoto chegou a modificar a inclinação 
do eixo de rotação do planeta em cerca de 
2 milésimos de segundo, o que corresponde 
a 5 a 6 centímetros em linha reta. Para se 
ter uma idéia, a energia total liberada pelos 
tsunamis no sudoeste asiático foi de 5 
megatons, mais de duas vezes a energia 
explosiva usada na Segunda Guerra 
Mundial, contando as duas bombas 
atômicas. Até no Brasil, alguns “efeitos” 
foram sentidos, pois duas estações 
maregráficas do Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística detectaram 
alterações do nível do mar nos dois dias 
seguintes ao terremoto. No caso deste 
fenômeno, o movimento das placas 
tectônicas causou o forte terremoto e uma 
fenda de 1.000 Km no fundo do mar, a 40 
Km de profundidade da superfície e a 10 
Km sob a costa oceânica, resultando ainda 
em um deslocamento vertical entre 10 a 15 
metros. O imenso desvio dessa grande 
quantidade de volume de água gerou a 
 40 
seqüência de ondas gigantes, conhecida 
em todo o mundo pela palavra japonesa 
tsunami ( tsu = porto ; nami = onda ). 
 
Na revista Veja de 19 de outubro de 2005, 
uma reportagem traz o título “ Tragédia no 
alto Himalaia” – Terremoto devastador na 
Caxemira mata mais de 30.000 pessoas e 
deixa 2 milhões de desabrigados - O 
terremoto ocorreu no dia 08 de outubro de 
2005, devastou a Caxemira paquistanesa, 
alcançou 7,6 graus na escala Richter, que 
mede a intensidade do tremor de acordo 
com a capacidade de causar estragos nas 
construções existentes na área atingida. A 
cada degrau da escala, 32 vezes energia é 
liberada em comparação com o degrau 
anterior. Os continentes e o solo dos 
oceanos repousam sobre grandes 
fragmentos móveis chamados placas 
tectônicas, elas flutuam sobre o manto, 
formado por rochas aquecidas, que se 
movimentam constantemente, empurrando 
as placas. É nos limites entre essas placas, 
conhecidos como falhas geológicas, que 
ocorrem os terremotos. Os abalos são 
causados pela energia liberada pelo 
choque, pela fricção ou pela separação das 
placas. A Caxemira está situada na junção 
de duas placas tectônicas, a indiana e a 
eurasiana, que a deixam vulnerável a 
abalos sísmicos. Foram três grandes 
terremotos nos últimos cem anos. 
 
 
ISOSSISTA 
 
São as linhas da propagação das ondas 
sísmicas, de igual intensidade, a partir do 
epicentro. 
A grande maioria dos hipocentros acham-
se localizados a menos de 50 Km de 
profundidade e 4% dos terremotos provêm 
de hipocentros de profundidade de 100 a 
700 Km. 
 
 
Esquema hipotético da propagação dos 
abalos sísmicos a partir do hipocentro H, ou 
foco, acima do qual se acha o epicentro E, 
na ocasião do terremoto de Messina, Itália, 
em 1908.As linhas pontilhadas representam 
as isossistas, e as linhas retas, a direção de 
propagação das ondas sísmicas. Observa-
se que as isossistas de graduação mais 
forte localizam-se mais próximas ao 
epicentro e fora da zona montanhosa, que é 
formada de rochas mais resistentes, cuja 
amplitude de vibração é menor do que a 
das rochas sedimentares pouco 
consolidadas, onde o efeito destrutivo é 
bem mais acentuado. 
 
INTENSIDADE DOS TERREMOTOS 
 
1 . A distância do foco em relação ao local 
do terremoto influi na sua intensidade. 
 Esta é tanto menor, quanto maior for a 
distância do foco ao local considerado. 
 
2. A heterogeneidade litológica da crosta 
terrestre ( Rochas sedimentares são mais 
 vulneráveis ). 
 
 
Quanto mais forte for o abalo, maior a 
aceleração das ondas sísmicas, cujo 
valor numérico é medido em milímetros 
por segundo ao quadrado. 
 
 
CAUSAS DOS TERREMOTOS 
 
DESMORONAMENTOS INTERNOS 
SUPERFICIAIS 
 
Provocados pela dissolução de rochas 
pelas águas subterrâneas. É de pequena 
intensidade e local. Geralmente acontece 
em região calcária. 
Em regiões vulcânicas, pode ocorrer o 
colapso de parte do edifício vulcânico 
(causas atectônicas). Acomodação de 
camadas sedimentares. 
 
CAUSAS VULCÂNICAS 
Ocasionam terremotos locais de pequena 
intensidade, resultam de explosões 
internas, de acomodações verificadas nos 
vazios resultantes da explosão do magma. 
 
CAUSAS TECTÔNICAS 
 
São as mais importantes, as responsáveis 
pela formação de grandes terremotos, que 
podem propagar-se por toda a Terra. 
 41 
As vibrações MACROSSÍSMOS, 
perceptíveis sem o auxílio de aparelhos, 
atingem de 1 a mil quilômetros. As 
MICROSSISMOS são muitas vezes 
registradas em todos os sismógrafos 
espalhados pela Terra. 
 
OS FOCOS DOS TERREMOTOS 
(TERCIÁRIO) 
 
Áreas sujeitas a vulcanismo. Áreas 
tectonicamente instáveis, sujeitas a 
levantamentos, dobramentos, indicam 
movimentações situadas em 8 a 15 Km 
abaixo da superfície. 
 
 42% dos epicentros (local de 
origem) situam-se na orla do 
Pacífico (Círculo do Fogo); 
 25% localizam-se nos Alpes até o 
Himalaia (Dobramento Terciário ) 
 25% Ásia menor, África 
 8 % Pré-Terciário 
 1 a 1,5 % Escudos Cristalinos. 
 
LOCAL DO TERREMOTO 
 
HIPOCENTRO OU FOCO 
 
É local onde se origina o terremoto dentro 
da crosta terrestre. 
O terremoto onde o foco se situa a menos 
de 8 Km da superfície geralmente é de 
alcance local. 
 
EPICENTRO 
É o ponto da superfície terrestre situado 
acima do hipocentro. 
 
ESCALA DE MERCALLI-SIEBERG 
 
Divide-se em 12 categorias e é de interesse 
mais humana. 
 
I - Aceleração inferior a 2,5 mm / s2 
II - Aceleração 2,5 a 5 mm / s2 ( andares 
superiores) 
III- Aceleração de 5 a 10 mm/ s2 (andares 
superiores e inferiores) 
IV -Aceleração de 10 a 25 mm/ s2 ( ranger 
de paredes) 
V - Aceleração de 25 a 50 mm / s2 
(acordar as pessoas) 
VI- Aceleração
de 50 a 1000 mm / s2 
(pessoas sair de casa) 
VII- Aceleração de 100 a 250 mm/s2 
 (destruição de construções) 
VlII - Aceleração de 250 a 500 mm/s2 
 (construções sólidas/fendas) 
IX - Aceleração de 500 a 1.000 mm / s2 
 (danifica as fundações) 
X - Destruição de edifícios, deslizamento de 
terra, fendas em represas 
XI - Destruição de pontes, grandes fendas 
XlI - Destruição total, modificações da 
topografia. 
 
ESCALA DE C. F. RICHER 
É baseada na quantidade de energia 
desprendida, gasta num terremoto. 
De 0,0 a 1,9 - Não é sentido. É detectado 
apenas por sismógrafos. 
De 2,0 a 2,9 - Não é sentido. Alguns 
objetos, podem balançar. 
De 3,0 a 3,9 - Sensação comparável a 
vibração de um caminhão passando 
próximo. 
De 4,0 a 4,9 – Pode quebrar janelas e 
derrubar objetos. 
De 5,0 a 5,9 – Pequenos danos em 
edificações. 
De 6,0 a 6,9 – Danos a construções fortes e 
pode abalar seriamente as mais fracas. 
De 7,0 a 7,9 – Terremoto de grande 
proporção, com prédios saindo das 
fundações, 
 rachaduras no solo e 
tabulações subterrâneas se quebram. 
De 8,0 a 8,9 – Abalo fortíssimo. Pontes se 
rompem, poucas construções resistem. 
De 9,0 em diante – Destruição total. 
 
 
BASE 
 
O padrão foi o valor máximo do movimento 
horizontal registrado num sismógrafo 
padronizado a uma distância de 100 Km do 
epicentro. 
O valor é calculado a partir da extrapolação 
dos dados fornecidos por outros 
sismógrafos, com distâncias conhecidas. 
 42 
A escala varia de 1 a 9. O valor 2 
corresponde a um abalo fraco, já o valor 7 é 
destrutivo. Vejamos alguns exemplos: 
 
 *São Francisco ( 1906 ) - 8,25 
(energia de 20 trilhões de k W /h; 
 Tóquio ( 1923 ) - 8,1 ( energia de 16 
trilhões de quilowatt-hora); 
 Lisboa ( 1755) ( 350 trilhões de 
kW/h). 
 
 * Energia produzida por queda de um 
bloco granítico de 26 bilhões de 
 toneladas, caindo de 280 Km de altura. 
 
 
ONDAS SÍSMICAS 
 
São propagações de energia em forma de 
ondas. Os terremotos produzem 3 tipos de 
ondas. 
I - Primárias ( prima) = P 
2 - Secusdária ( secunda) = S 
3 - Longas ou de Superficie = L 
 
PRIMÁRIA 
 Ondas longitudinais de pequena 
amplitude. 
 Quando passam de uma camada de 
menor densidade para outra de 
maior densidade, a sua velocidade 
aumenta. 
 Quando penetra numa camada 
líquida sua velocidade diminui, 
podendo sofrer refração e reflexão 
 Velocidade de 5,5 a 13,8 Km/s. 
 
SECUNDÁRIA 
 São transversais 
 Não se propagam através de 
líquidos 
 Velocidade de 3,2 a 7,3 Km/s. 
 
LONGAS OU DE SUPERFÍCIE 
 Ondas de grande comprimento 
 Propagam-se na crosta terrestre 
somente quando as ondas P e S a 
atinge. 
 Lentas, velocidade entre 4 e 4,4 
Km/s. 
 
 
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO 
 
1 . Monitorar os terremotos e abalos 
sísmicos. Os 3 tipos de ondas chegam a 
um sismógrafo em tempos diversos, 
fornecendo a localização do foco do 
terremoto e dados da superfície. 
 
2. Prova de que a Terra é constituída por 
uma série de capas concêntricas e 
 materiais diferentes. 
 
3. Descoberta de que o núcleo da Terra 
está em estado de fusão. 
 
4. Descoberta de água e petróleo 
 
VULCÕES 
 
Vulcão é uma abertura na superfície de um 
planeta (ou na crosta terrestre litosfera), 
através do qual o material magmático (lava, 
gases, cinza, etc.) oriundos de camadas 
profundas é lançado à superfície. Forma de 
relevo, em geral montanha de forma cônica, 
edificado pelas lavas expelidas do interior 
da Terra por um conduto ou chaminé. 
Popularmente é uma montanha que expele 
ou já expeliu material magmático. 
A Terra ainda é um planeta jovem, que 
apresenta constantes modificações em 
sua crosta, provocada por fenômenos 
geológicos naturais internos. 
Atualmente, sabe-se que erupções 
vulcânicas são meios naturais através dos 
quais os materiais em estado pastoso, que 
se encontram no interior da Terra, chegam 
até a superfície. 
Os vulcões nada mais são do que chaminés 
onde o material magmático que se encontra 
no interior da Terra, abaixo das placas 
tectônicas, emergem para a superfície, 
dando muitas vezes a esses locais a forma 
de cone. 
 
Vulcões destoem vulcões criam. Este é um 
paradigma que, somente quem vive próximo 
a eles pode entender muito bem, e por isso 
mesmo continuam vivendo próximo deles 
apesar do eminente perigo de uma 
repentina erupção ou de sismos. 
Em conseqüência de poderosas erupções, 
os vulcões causam profunda impressão no 
 43 
homem desde os primórdios da 
humanidade, vem fornecendo farto material 
para inúmeras crenças entre os vários 
povos da antigüidade e que persistem até 
hoje em algumas populações, 
principalmente entre as que vivem próximo 
aos vulcões. 
Ao longo do tempo a humanidade tem 
estado atenta a esta poderosa força da 
natureza. Os Romanos atribuem os eventos 
vulcânicos a Vulcano, deus do fogo e da 
metalurgia. No ano de 79 d.C. a erupção do 
Monte Vesúvio destruiu as cidades 
Romanas de Pompéia e Herculano. 
Uma das mais espetaculares erupções 
vulcânicas registrada pela história, ocorreu 
em 1883 com a explosão do Krakatoa, no 
estreito de Sonda perto da ilha de Java. O 
mais recente exemplo é a dramática 
erupção do Monte Santa Helena, em 1980, 
na Cascade Range (cadeia de montanhas) 
no Estado de Washigton nos Estados 
Unidos. 
 
LOCALIZAÇÃO DOS VULCÕES 
 
Os vulcões resultam do levantamento das 
camadas internas da crosta por movimentos 
no interior da Terra. Estão concentrados 
nas chamadas zonas oro- genéticas 
modernas, ou simplesmente Circulo do 
Fogo, que Compreende o litoral Pacífico da 
América, litoral Pacífico da Ásia e da 
Oceania, além de um semi circulo que vai 
desde a América Central, atravessando o 
atlântico, sul da Europa e Ásia, até se 
encontrar com o sudeste asiático. 
Pelo que podemos notar, existe visível 
relação entre os vulcões e os contornos das 
placas tectônicas, pois as fraturas 
resultantes dessas deformações podem 
facilitar o aparecimento de vulcões, visto 
que, as forças vulcânicas se manifestam 
principalmente ao longa do encontro delas 
e, esta mobilidade das placas permite a 
subida de massas magmáticas às zonas 
mais próximas da superfície. 
 
Existem duas grandes e principais áreas 
onde está concentrada a maior parte dos 
vulcões. São elas: 
Círculo de Fogo do Pacifico - concentra-
se cerca de 800/0 dos vulcões e forma um 
alinhamento que vai desde o sul da 
Cordilheiras dos Andes (Chile) até as 
Filipinas, passando pelas costas ocidentais 
da América do norte e pelo Japão. 
 
Círculo de Fogo do Atlântico - abrange a 
América Central, Antilhas (Caribe), Açores, 
Cabo Verde, Mediterrâneo e Cáucaso. 
 
São raras as atividades vulcânicas no 
interior dos continentes, exceto na África, 
que é atravessada de norte ao sul por uma 
faixa de vulcões ativos. Todavia, mesmo aí, 
podemos constatar a presença de 
fraturamento causada pela placa Africana. 
Quase todos os 500 a 600 vulcões ativos no 
mundo estão localizados em bordas de 
placas convergentes. Estes são os vulcões 
nos quais ocorrem erupções. No entanto, a 
maior parte dessa atividade incessante 
passa despercebida porque no fundo dos 
oceanos, onde o magma do manto superior 
sobe e se deposita no solo oceânico, 
adicionando matéria na crosta. 
 
 
TIPOS DE VULCÕES 
 
Ativo: quando encontramos nele material 
incandescente, gases, poeiras e alta 
temperatura. Muitas vezes podemos 
encontra-los em pleno estado de erupção 
ou parcialmente dormentes. 
Nos vulcões ativos podem ocorrer erupções 
a qualquer momento, como também 
explosões e abalos sísmicos 
 
Adormecidos: são aqueles nos quais se 
encontram temperatura mais elevada no 
interior de suas crateras, porém não se
tem 
registros de erupções, abalos sísmicos, 
explosões ou outras manifestações a vários 
anos. 
 
Inativos; são aqueles onde hoje podemos 
perceber por meio visual sua forma cônica 
de vestígios de material vulcânico 
encontrados no local e nas proximidades de 
que ali já foi um vulcão; Porém por meio de 
análise descobrimos que o conduto de 
material está totalmente petrificado, não se 
registra abalos sísmicos, explosões ou 
qualquer outro vestígio arqueológico de sua 
 44 
atividade a centenas ou milhares de anos. 
 
 
MAGMA E VULCANISMO 
 
MAGMA 
 
A palavra magma provém do grego e refere-
se originalmente a uma massa ou pasta, 
como a utilizada no preparo do pão. Na 
geologia, magma é qualquer material 
rochoso fundido, de consistência pastosa, 
que apresenta uma mobilidade potencial, e 
que, ao consolidar, constitui as rochas 
ígneas (ou magmáticas). O magma que 
extravasa à superfície, formando os 
derrames vulcânicos, recebe a 
denominação mais específica de lava, uma 
vez que, durante o processo vulcânico, 
sofre algumas importantes modificações 
físico-químicas ( devolatilização, reações de 
oxi-redução), que a diferenciam do magma 
retido e cristalizado em profundidade. 
 
Magmas apresentam altas temperaturas, da 
ordem de 700 a 1.200 oC, e são constituídos 
por: 
 
a) uma parte líquida, representada pelo 
material rochoso fundido; 
b) uma parte sólida, que corresponde a 
minerais já cristalizados e a eventuais 
fragmentos de rocha transportados em meio 
à porção líquida; e 
b) uma parte gasosa, constituída por 
voláteis dissolvidos na parte líquida, 
predominantemente H2O e CO2 
 
Esses componentes ocorrem em 
proporções variáveis em função da origem e 
evolução dos magmas. A consistência física 
é função de diversos parâmetros: 
composição química, grau de cristalinidade 
( em que proporção o magma contém já 
cristalizado), teor voláteis dissolvidos e a 
temperatura em que se encontra. Esta 
consistência física, que implica maior ou 
menor facilidade de fluir sob tensões 
cisalhantes, é definida pela viscosidade, 
medida em poises. Magmas pouco 
viscosos, logo mais fluidos, como os 
basálticos ( viscosidade aproximada de 10 2 
a 103 poises), extravasam com facilidade, e 
formam corridas de lava , como as do 
Havaí. Magmas mais viscosos, como os 
riolíticos ( viscosidade aproximada de 10 6 a 
107 poises), têm dificuldade até mesmo para 
extravasar, formando freqüentemente 
“rolhas” que entopem os condutos 
vulcânicos, o que provoca aumento de 
pressão por conta do magma e gases que 
vão se acumulando abaixo do edifício 
vulcânico. 
 
ORIGEM DOS MAGMAS 
 
Os magmas se originam da fusão parcial de 
rochas do manto na Astenosfera, ou do 
manto superior ou crosta inferior na 
litosfera. A fusão pode ser provocada pelo 
aumento da temperatura, por alívio da 
pressão confinante a que estão submetidas 
estas rochas, por variações no teor de 
fluidos ou, como ocorre mais comumente, 
por uma combinação desses fatores. 
 
CONSTITUINTES DOS MAGMAS 
 
A composição de um magma depende de 
vários fatores: 
a) da constituição da rocha geradora; 
b) das condições em que ocorreu a fusão 
desta rocha e da taxa de fusão 
correspondente; e 
b) da história evolutiva deste magma do 
seu local de origem até o seu sítio de 
consolidação. 
 
O Magma tem, majoritariamente, 
composição silicática, em consonância com 
a composição predominante da crosta e do 
manto terrestre; porém, magmas 
carbonáticos e sulfetados também são 
conhecidos. Os principais componentes do 
magma silicático na Terra são, além de O e 
Si, o Al, Ca, Fe, Mg, Na, K, Mn, Ti e P. A 
composição química de rochas e magmas é 
indicada, por convenção com elementos 
constituintes apresentados na forma de 
óxidos. A variação composicional dos 
magmas, assim como das rochas ígneas, é 
descrita principalmente por seu teor de 
sílica, que indica a porcentagem em peso 
de SiO2. O espectro composicional dos 
magmas silicáticos é muito amplo, e 
praticamente contínuo em termos do teor de 
 45 
sílica; porém, dois tipos de magmas se 
destacam amplamente pela sua abundância 
na crosta terrestre: são o magma granítico, 
com teores de sílica superiores a 66%, e o 
magma basáltico, com teores de sílica entre 
45 e 52%. Alguns pesquisadores 
acrescentam um terceiro tipo de magma, o 
magma andesítico, cujo teor em sílica e de 
52 a 66%. Em termos de volume estimado, 
porém, os magmas graníticos e basálticos 
são nitidamente preponderantes. 
Composições médias de rochas 
representativas dos três tipos de magmas: 
graníticos, andesitos e basaltos, são 
apresentados na tabela abaixo. 
 
 
 
Oxido 
Rocha/Magma 
Granito Andesito Basalto 
SiO2 72,08 54,20 50,83 
TiO2 0,37 1,31 2,03 
Al2O3 13,86 17,17 14,07 
Fe2O3 0,86 3,48 2,88 
FeO 1,67 5,49 9,05 
MnO 0,06 0,15 0,18 
MgO 0,52 4,36 6,34 
CaO 1,33 7,92 10,42 
Na2O 3,08 3,67 2,23 
K2O 5,46 1,11 0,82 
P2O5 0,18 0,28 0,23 
H2O 0,53 0,86 0,91 
total 100,00 100,00 100,00 
 
 Exemplos de composição média de 
rochas ígneas consolidadas a partir de 
magmas graníticos, andesíticos e 
basálticos ( valores em % em peso) 
 
 VULCANISMO 
 
Conceito: O termo vulcanismo ( derivado 
de Vulcano – Deus do fogo, da mitologia 
romana) abrange todos os processos e 
eventos que permitem e provocam a 
ascensão de material magmático, juvenil, do 
interior da Terra à superfície terrestre. Este 
material juvenil pode ocorrer em estado 
gasoso, líquido e sólido. 
 
Quando nos deparamos com uma erupção 
vulcânica, testemunhamos, na verdade, a 
liberação espetacular do calor interno 
terrestre acumulado através dos tempos, 
principalmente pelo decaimento de 
elementos radioativos. Este fluxo de calor, 
por sua vez, é o componente essencial na 
dinâmica de criação e destruição da crosta, 
na qual os vulcões, juntamente com os 
terremotos, têm papel essencial, desde os 
primórdios da evolução geológica.. 
Atividades vulcânicas foram também 
importantes na Lua, Marte e Vênus, onde 
modelaram paulatinamente nas suas 
superfícies em diferentes épocas 
geológicas. O monte Olimpo, em Marte, é a 
maior estrutura vulcânica conhecida do 
Sistema Solar, com seu cone de 26 Km de 
altura em cujo cume existe uma depressão 
com 65 Km de diâmetro. Todavia, os 
exemplos mais impressionantes ocorrem no 
satélite mais interno de Júpiter, o mais ativo 
do sistema Solar. 
 
Os vulcões são considerados fontes de 
observações científicas das entranhas da 
Terra, uma vez que as lavas, os gases e as 
cinzas fornecem novos conhecimentos de 
como os minerais são formados e onde os 
recursos geotermais de interesses para a 
humanidade podem se localizar. A 
importância do vulcanismo transcende a 
notória influência que exerce no nosso 
ecossistema, em que 25 % do O2, H2, C, Cl, 
N2 hoje presente na biosfera têm esta 
origem. Sabemos, por exemplo, que 
milhares de vulcões ativos há mais de 4 
bilhões de anos, liberam enormes volumes 
de água, gás carbônico e outros elementos 
químicos, formando os primeiros oceanos, e 
nossa atmosfera primitiva – originalmente 
uma mistura tóxica de hidrogênio, metano, 
amônia e água – que permitira a produção, 
mais tarde, das substâncias essenciais para 
o desenvolvimento dos primeiros 
organismos da terra. 
 
As rochas vulcânicas originam-se da 
consolidação das lavas, constituindo 
porções da crosta terrestre, representadas 
por montanhas e enormes depósitos 
rochosos nos continentes e assoalhos 
oceânicos. As lavas, por outro lado, 
representam amostragens reais dos 
materiais das profundezas da Terra, muito 
 46 
embora original seja perdida durante o 
processo de solidificação. Mesmo assim, as 
lavas podem fornecer informações úteis 
sobre a composição química e o estado 
físico do material constituinte do manto 
superior.
PRODUTOS VULCÂNICOS 
 
Os produtos gerados numa erupção 
vulcânica podem ser sólidos, líquidos ou 
gasosos, conforme sintetizado na tabela 
anterior. 
 
 
LAVAS 
 
Representam o material rochoso em estado 
de fusão que extravasa à superfície, 
contemporaneamente ao escape dos 
componentes voláteis do magma. Durante o 
processo, pode haver adição ou perda de 
compostos químicos. Os vários tipos de 
lavas são correspondentes extrusivos de 
magmas félsicos ou máficos. 
 
PRINCIPAIS TIPOS DE LAVAS 
 
Lavas basálticas: É o tipo de lava mais 
comum nos derrames, caracterizando-se 
pela cor preta e temperaturas de erupção 
entre 1.00 e 1.200 oC, temperaturas estas 
semelhantes às do manto superior. As 
propriedades químicas e físicas das lavas 
basálticas, tais como a baixa viscosidade 
devido ao menor conteúdo em sílica ( SiO2), 
menor retenção dos gases dissolvidos e alta 
temperatura permitem que o fluxo seja 
menos espesso e atinja áreas distantes em 
relação à erupção. Fluxos com até 100 
Km/h já foram observados. Derrames 
enormes ocorrem em diversos continentes e 
ilhas vulcânicas, alguns deles originados 
durante eventos geológicos gigantescos, 
como exemplo o derrame da Bacia do 
Paraná ( Brasil) As lavas basálticas exibem 
variações na sua morfologia e fluidez no 
decorrer do processo de consolidação, 
recebendo diferentes denominações, a 
saber: 
 
Lavas almofadadas: São acumulações 
subaquáticas que possuem a forma de 
almofadas, com diâmetro de até 1 metro. 
Sua ocorrência resulta do comportamento 
plástico do magma basáltico que, em 
contato com a água fria resfria 
instantaneamente. Com isso, cria-se uma 
película exterior vítrea, enquanto o interior 
do material rochoso submetido a 
resfriamento mais lento adquire uma 
granulometria cristalina mais grosseira. A 
profundidade do derrame também um 
parâmetro importante no processo, pois a 
pressão da água deve ser suficientemente 
alta, de modo a impedir que os gases 
dissolvidos no magma fervam ou se 
expandam. 
 
As lavas almofadadas se acumulam devido 
à fluidez de lava de à pressão interna dos 
gases, que leva ao rompimento da película 
rochosa recém-consolidada pela expulsão 
contínua do magma. Podem ocorrer tanto 
em águas rasas como profundas e, apesar 
de freqüentes em basaltos subaquáticos, 
são também observadas em lavas com 
maior conteúdo em SiO2. 
 
Lavas em corda (lava pahoehoe e aa).São 
termos oriundos de descrições na ilha 
vulcânica do Havaí, relacionados ao fluxo e 
aparência superficial de resfriamento das 
lavas basálticas. A lava pahoehoe ( lava em 
corda) é a mais comum nos vulcões do 
Havaí. A lava basáltica em contato com o ar 
resfria-se, formando uma crosta fina, 
enquanto o fluxo magmático continua 
abaixo dela. Este fluxo subsuperficial, que 
lembra a viscosidade do mel, gera feições 
retorcidas na película rochosa em processo 
de solidificação. Alguma vezes o fluxo da 
lava se dá muito rapidamente ao longo de 
trincas abaixo da crosta já consolidada. 
Eventuais refluxos do magma levam à 
drenagem desses túneis, criando um canal 
subterrânea – o tubo de lava. 
 
Já a lava aa ( em bloco) forma-se quando o 
escape dos gases dissolvidos no magma 
durante a consolidação causa rápido 
aumento na viscosidade do material mais 
superficial. O fluxo deste tipo de lava é 
naturalmente mais lento que o da lava em 
corda. De modo é produzida uma capa mais 
grossa, que pode atingir espessuras de 3 a 
 47 
4 m. A lava se quebra em blocos irregulares 
na medida em que o fluxo magmático 
interno continua. 
 
Lava riolítica. Estas lavas possuem 
composição mais diferenciada ( félsica). O 
maior conteúdo em SiO2 , bem como a 
mineralogia mais complexa e maior 
retenção em gases tornam-na mais 
viscosas que as lavas basálticas. 
Apresentam temperaturas entre 800 e 1.000 
oC e a rocha vulcânica formada possui cor 
clara a avermelhada. A baixa fluidez das 
lavas riolíticas leva geralmente a um 
acúmulo rochoso que pode alcançar 
dezenas ou até centenas de metros de 
espessura, tornado comuns as explosões. 
As lavas de composição andesítica 
possuem conteúdo de sílica intermediário 
entre o s basaltos e riolitos. 
 
FRAGMENTOS VULCÂNICOS 
 
Correspondem aos vulcanoclastos e 
piroclastos. Os primeiros englobam os 
fragmentos vulcânicos formados pela 
erosão. Já o termo piroclasto refere-se aos 
materiais lançados na atmosfera por 
erupção explosivas. Esses produtos 
recebem o nome de tefra. O material 
particulado mais fino é constituído por 
cinzas e poeira, podendo formar espessos 
pacotes, em geral nas proximidades do 
vulcão. Todavia, a ação dos ventos pode 
transportar as partículas a enormes 
distâncias. O lapilito é geralmente formado 
pela colagem de cinzas. São gotas de lavas 
maiores que cinzas, cuja morfologia indica 
sua formação em estado plástico. Podem 
ter o tamanho de uma bola de tênis. Em 
função da intensidade dos ventos e do 
caráter muito fluido da lava, os lapilli podem 
ser alongados a até fiapos , como fios de 
cabelos.. As bombas representam os 
fragmentos vulcânicos ( em estado plástico) 
com aparência retorcida, resultantes da 
consolidação durante a sua trajetória no ar. 
Existem registros de bombas com dezenas 
de m3 lançadas a mais de 10 Km do vulcão. 
Eventualmente, a superfície externa das 
bombas apresentam-se com rachaduras, 
em função da expansão dos gases internos 
dal lava, formando uma textura superficial 
denominada “crosta de pão”. Já os blocos 
são constituídos por fragmentos angulosos 
de lavas consolidada ou da rocha 
encaixante do conduto, lançados à 
atmosfera. 
 
 
 DEPÓSITOS PIROCLÁSTICOS 
 
O termo piroclástico deriva do grego pyros ( 
fogo) e klasto (quebrado). Os materiais 
piroclásticos são constituídos por materiais 
soltos ou misturas de cinzas vulcânicas, 
bombas e gases, produzido durante 
erupções violentas de gases. Tais produtos 
podem ser classificados em: juvenil ( 
fragmentos solidificados do próprio magma), 
b) não juvenil ( fragmentos originados da 
parede da cratera, do conduto magmáticos 
ou quebra de rochas preexistentes; c) 
fragmentos de origem diversa associadas a 
partículas ou gotas de lava. 
 
As brechas vulcânicas representam os 
produtos piroclásticos de granulação mais 
grossa, sendo constituídos por fragmentos 
angulosos de material preexistente ou do 
próprio derrame, cimentado numa matriz 
também grosseira. Os depósitos de queda 
piroclástica recebem o nome de tufos 
vulcânicos. São constituídos por fragmentos 
menores numa matriz de granulação fina. 
 
Os depósitos de fluxo piroclástico são 
misturas de fragmentos, partículas de rocha 
e gases quentes que, independentemente 
da granulação, movem-se pelo seu próprio 
peso, condicionadas à declividade do 
terreno. A emulsão de gases 
superaquecidos é tal que a resistência ao 
atrito entre as partículas é reduzida ao 
mínimo. Com isso, forma-se um fluído 
denso, cuja zona superior torna-se menos 
densa à medida que as partículas caem 
sobre a superfície do terreno. As 
temperaturas envolvidas são muito 
variáveis, de 900 oC até inferiores a 100 oC 
 
 
 
 
 
 
 48 
GASES E VAPORES VULCÂNICOS 
 
Durante uma erupção ou a partir de 
sistemas hidrotermais associados a 
câmaras magmáticas subsuperficiais, os 
gases e vapores dissolvidos no magma são 
liberados para a atmosfera. O mais 
abundante é o vapor de água ( 75 a 95%). 
O transporte desses gases na atmosfera se 
dá em aerosóis ( uma solução coloidal em 
que a fase dispersora é gasosa e a de 
dispersa é sólida ou líquida) pela absorção 
dos compostos em camadas, ou ainda na 
forma de partículas microscópicas de sal. 
Os compostos gasosos de S, Cl, F, por sua 
vez, reagem com a água , originando ácidos 
nocivos para os olhos, pele e sistema 
respiratório. Mesmo quando em baixas
concentrações podem destruir a vegetação 
e corroer metais. 
 
FUMAROLAS E FONTES TÉRMICAS 
 
Estas exalações de gases e vapores se dão 
através de pequenos condutos e podem 
continuar por décadas ou mesmo séculos 
após erupção vulcânica. Pode, ser tanto 
primárias (gases do próprio magma que 
pela primeira vez são liberados em 
superfície) ou secundárias, quando ocorre a 
interferência com a água subterrânea. 
 
Nas fumaralas, os elementos mais comuns 
que entram na composição dos gases são 
hidrogênio, nitrogênio, carbono e oxigênio. 
Estes elementos podem ocorrer na sua 
forma elementar ou combinados como H2O, 
H2S, CO, CO2, (NH4)
+, SO2, SO3, CH4, etc. 
 
A composição dos gases vulcânicos pode 
variar em função das temperaturas 
envolvidas (800oC a 100oC) e do conteúdo 
em minerais dissolvidos. Eventualmente, 
elementos como flúor, estanho, molibdênio, 
urânio, tungstênio, prata, mercúrio e ouro se 
associam aos gases, podendo se 
concentrar principalmente em veios nas 
rocha encaixante, por conta do resfriamento 
do vapor d’água e sua interação com o ar. 
Desse modo, vários depósitos de interesse 
econômico podem ocorrer em fumarolas. 
 
 
GÊISERES E FONTES TÉRMICAS 
 
Gêiseres são jatos de água quente e vapor 
em rupturas de terrenos vulcânicos. Estes 
jatos ocorrem em intervalos de tempo 
regulares e com grande força, 
freqüentemente acompanhados por um som 
ruidoso.. Uma das feições características 
dos gêiseres são os terraços, formados por 
sedimento de origem química. Este material 
encontra-se nas rochas ou no solo, somo 
resultado da precipitação de minerais 
dissolvidos à medida que ocorre a 
evaporação ou resfriamento. Os terraços 
podem ter natureza silicificada ou cálcica. 
 
Nos campos de gêiseres, padrões únicos de 
vida animal e vegetal desenvolvem-se ao 
redor das fontes e águas térmicas, mesmo 
nos intervalos mais rigorosos. Lagos de 
água quente, surgentes das profundezas 
vulcânicas, apresentam colorações 
curiosas, onde as variações de tons azul, 
verde e amarelo-marrom refletem o 
crescimento vigoroso de diferentes tipos de 
micróbios, bactérias, cianobactérias e algas, 
em função das temperaturas. Além dos 
gêiseres podem ocorrer papelões de lama 
quente borbulhante. O Parque Nacional 
Yellowstone (Oeste dos EUA) possui a 
maior concentração mundial de feições 
hidrotermais e cerca de duas dezenas de 
gêiseres. 
 
PLUMAS HIDROTERMAIS SUBMARINAS 
 
Trata-se de fontes térmicas surgentes na 
crosta basáltica pelas quais fluidos minerais 
são expelidos. A ação contínua do processo 
hidrotermal edifica “chaminés”. As maiores 
podem atingir mais de 10 m de altura e 40 
cm de diâmetro, sendo denominadas black 
smokers, por expelirem fluidos de cor negra 
com alta temperatura. As chaminés 
menores recebem o nome de white 
smokers, sendo cacterizadas por fluidos de 
cor esbranquiçada e menor temperatura. 
 
Depósitos de sulfetos metálicos 
submarinos, associados às fontes termais 
em sistemas vulcânicos de rifts meso-
oceânicos, ocorrem no arquipélago de 
Galápagos e no Mar Vermelho. Perfurações 
 49 
revelam teores elevados em Fe, Cu e Zn na 
lama recuperada, sugerindo sua associação 
às atividades de plumas hidrotermais. A 
decantação de partículas finas, dissolvidas 
na água surgente a altas temperaturas, se 
dá pelo choque térmico com água fria das 
profundezas oceânicas. Muitas dessas 
concentrações polimetálicas contêm metais 
preciosos e semipreciosos, porém os custos 
de recuperação são ainda demasiadamente 
altos para viabilizar o aproveitamento 
comercial. 
 
 
OUTROS FENÔMENOS VULCÂNICOS 
 
 Lahars: As erupções explosivas podem 
depositar enormes quantidades de cinzas e 
outros fragmentos vulcânicos sobre os 
flancos dos vulcões. Os lahars são 
formados quando da ocorrência repentina 
de grandes volumes de água, devido a 
chuvas torrenciais, derretimento de gelos 
e/ou neve acumulados no topo do vulcão, 
ou mesmo pela ruptura de barragens 
naturais. Essas águas se misturam com o 
material vulcânico inconsolado, criando 
fluxos de lama que se movimentam por 
gravidade. Enquanto nos rios é a água que 
carrega os fragmentos, nos lahars é a 
abundância de material sólido que gera o 
movimento. Cerca de 40% em peso dos 
constituintes dessa mistura são cinzas 
vulcânicas e fragmentos de rocha, 
tornando-se densa e viscosa com a 
consistência da massa de concreto. Com 
tal, formam espessos depósitos que incluem 
grandes blocos arredondados, fragmentos 
vulcânicos e lama endurecida e também 
podem incluir pedaços de árvores, se o 
fluxo tiver atravessado uma floresta. É 
justamente através da determinação da 
idade desses restos de árvores que é 
possível saber quando ocorreu o fenômeno 
– um dado importante para se estimar a 
taxa de freqüência de lahars relacionados à 
reativação de um vulcão. 
 
Avalanches: São movimentações 
superficiais de grandes massas de neve, 
gelo, solo ou rochas, ou uma mistura destes 
materiais, que se tornaram eventualmente 
instáveis por diferentes causas. Esses 
fluxos de detritos podem ser gerados por 
abalos sísmicos que normalmente 
precedem uma erupção, ou até mesmo 
chuvas muito intensas, aliados a uma forte 
inclinação do relevo vulcânico. 
 
 
 CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTOS 
VULCÂNICOS 
 
Morfologia de um vulcão 
 
É comum pensarmos que a lava chega à 
superfície sempre através de edifícios 
cônicos perfeitos, a exemplo do monte Fuji 
no Japão ou monte Osorno no Chile, o que 
não é verdade. Muitas vezes, a erupção se 
dá através de fissuras profundas na crosta 
que alcançam a região onde o magma está 
acumulado. Estas fendas podem ter poucos 
metros de largura e alguns quilômetros de 
comprimento, como as que existem na ilha 
vulcânica da Islândia. 
 
As formas topográficas vulcânicas 
dependem da composição química, do 
conteúdo de gases, da viscosidade e 
temperatura das lavas. Lavas pouco 
viscosas constituem edifícios vulcânicos 
com flancos suaves, ou ainda derrames 
extensos e espessos. Já as lavas muito 
viscosas não fluem com facilidade, o que 
resulta em edifícios com flancos íngremes 
constituídos, em geral, pelo material 
fragmentado por explosões. O ambiente 
superficial é também um dos fatores que 
controla o modo de acumulação do material 
vulcânico. O ambiente superficial é também 
um dos fatores que controla o modo de 
acumulação do material vulcânico. O 
vulcanismo submarino em grande 
profundidade, por exemplo, não é explosivo 
porque a alta pressão da água impede a 
formação e expansão de vapor. Como a 
água resfria a lava mais rapidamente que o 
ar, a pilha de lava é geralmente mais 
íngreme que o perfil das acumulações de 
lava acima do nível do mar. 
 
Cratera: Esse termo é uma tradução literal 
do grego krater, que significa um vaso de 
boca larga. A cratera representa o local de 
extravasamento do magma e demais 
 50 
produtos associados. A chaminé, ou 
conduto magmático, liga a câmara 
magmática em profundidade com a cratera. 
Com o passar do tempo, as paredes da 
cratera podem desmoronar, causando o seu 
parcial preenchimento.. A cratera do monte 
Etna ( Sicília – Itália), por exemplo, está 
atualmente a 800 m de profundidade em 
relação ao topo e possui 300 m de 
diâmetro. Eventuais cones satélites podem 
aparecer nos flancos do vulcão, por um 
desvio do conduto ou à medida que a 
chaminé e/ou a cratera são bloqueados pelo 
resfriamento da lava ou soterramento. 
 
Caldeira: O termo , derivado do latim tardio 
Caldaria, é aplicado às enormes 
depressões circulares, originadas pelo 
colapso total ou parcial da cratera e do topo 
do vulcão, por conta da perda de apoio 
interno, seja pelo escape de gases, seja 
pela ejeção de grandes volumes de lava. O 
diâmetro desta feição pode ser superior a 
50 Km e a ela geralmente se associa um 
sistema de fissuras
radiais e em forma de 
anel na rocha encaixante, preenchidas por 
diques ou que servem de conduto para a 
manifestações explosivas. 
 
Tanto as crateras como as caldeiras de 
vulcões ”dormentes”podem ser preenchidas 
por água. No brasil, a região de Poços de 
Caldas, minas Gerais, uma estancia 
hidrotermal famosa pelas águas sulfurosas 
medicinais e importantes jazidas de U, Th e 
Al, é um exemplo de caldeira vulcânica. Sua 
origem se deu pelo abatimento de um cone 
vulcânico há cerca de 90 milhões de anos. 
Associado à estrutura circular, com um 
diâmetro de 30 Km, hoje parcialmente 
erodida, mas ainda visível em imagens de 
satélite, ocorre um sistema dediques em 
forma de anel. 
 
A distinção entre cratera e caldeiras é por 
vezes difícil. As crateras podem se formar 
tanto por colapso como por explosão do 
vulcão, ao passo que as caldeiras são 
produzidas em poucas horas ou dias, pelo 
violento escape de gases e conseqüente 
redução do volume do reservatório 
magmatico. Alem disso, as caldeiras, 
geralmente, possuem diâmetros superiores 
a 1 Km. 
 
 ESTILOS ERUPTIVOS 
 
O vulcanismo atual concentra-se em 
rupturas da crosta com atividade sísmica 
associada. O processo está condicionado 
ao movimento das placas litosféricas, ou 
ainda a plumas profundas do manto que 
ascendem em regiões no interior das 
placas. Cerca de 60% dos vulcões ativos 
situam-se no chamado “cinturão do fogo”- 
uma zona de borda do oceano pacífico com 
terremotos e vulcões jovens. Estes vulcões 
formam montanhas em áreas continentais e 
conjuntos de ilhas nos oceanos, como 
resultado da convergência de placas 
litosféricas. 
 
As atividades vulcânicas podem ser 
classificadas coo fissurais e centrais, em 
função de sua localização em relação às 
placas litosféricas e ao tipo de seus 
produtos. As características desses 
produtos, por sua vez, vinculam-se às 
propriedades da lava e a condições do 
ambiente. 
 
Erupções fissurais. Neste tipo de 
vulcanismo não há formação de um cone 
vulcânico. A presença de fissuras profundas 
na crosta permite a ascensão do magma, 
em geral de composição básica, originado 
na astenosfera.. Tais erupções são também 
denominadas de vulcanismo de rift por 
guardarem associações com sistemas de 
falhamentos subverticais. Trata-se de 
conjuntos de vales submarinos profundos 
ao longo das cadeias montanhosas meso-
oceânica, que se assemelham às feições 
continentais originalmente definidas na 
África Oriental. A magnitude dessas 
cordilheiras é ilustrada pela sua distribuição 
por mais de 76.000Km nas profundezas dos 
oceanos. 
 
As erupções fissuras representam, em 
termos de volume, o principal tipo de 
atividades ígnea terrestre, pois 80% da 
atividade vulcânica do planeta acham-se 
concentrados no oceano. 
 
 51 
Erupções centrais: Este estilo eruptivo 
com a formação de edifício vulcânico está 
condicionado à presença de um magma de 
composição mais félsica. Como produto das 
explosões, ocorrem grandes volumes de 
cinzas, púmice, blocos e bombas, além de 
derrames. As erupções centrais podem ser 
classificadas com base em semelhanças 
com descrições de erupções passadas, 
conforme abaixo: 
a) Plimiana: Nome derivado da erupção do 
vesúvio ocorrida em 79 d.C. . A explosão 
violentíssima de magma viscoso, muito rico 
em gases aprisionados em profundidade no 
vulcão, lança nuvens de gases, cinzas e 
outros materiais sólidos de granulação fina; 
 
b) Stromboliana: Denominação oriunda do 
vulcão Strombolo ( Itália), em que a 
liberação periódica de gases aprisionados 
na câmara magmática leva à ejeção de 
bombas de lava viscosa e de blocos 
angulosos. O ritmo da erupção é altamente 
variável, podendo ocorrer em intervalos de 
alguns minutos ou até de décadas; 
Peleeana: origina-se de um magma viscoso 
rico em gases, submetido a pressões muito 
baixas ( derivado do vulcão Pelée, 
Martinica). Estas condições causam a 
liberação de uma nuvem densa e 
superaquecida ( nuvem ardente) de púmice 
e cinzas que desce velozmente as encostas 
do vulcão; 
 
c) Havaiana: representa um estilo eruptivo 
relativamente calmo, em decorrência do 
magma ser de baixa viscosidade. As 
atividades típicas acham-se representadas 
nos vulcões do Havaí, onde os rios de lava 
são expelidos a partir da cratera ou de 
erupções de flancos construindo um cone 
de grande dimensão com flancos pouco 
inclinados. 
 
A caracterização com base em registros 
históricos tem sido substituída, no entanto, 
por uma nova classificação que leva em 
cota o tipo de como vulcânico e seus 
produtos, mais condizente com a 
complexidade dos estilos eruptivos. Desse 
modo, os cones podem ser classificados em 
4 tipos principais: 
 
 Estrato-vulcões: São as erupções 
centrais mais comuns. As camadas 
alternadas e sucessivas de lava e fluxos 
piroclásticos constróem um cone enorme 
com perfil íngreme, cujos flancos 
eventualmente alojam diques radiais. 
 
 Vulcões de escudo: O cone é em 
geral de grande dimensão, com várias 
dezenas de quilômetros de base e poucos 
quilômetros de altura. Seus flancos 
apresentam declividade muito suave, em 
decorrência da baixa viscosidade do 
magma. O vulcão é edificado pela sucessão 
de derrames de lava de composição 
basáltica com baixo conteúdo de gases. As 
erupções ocorrem freqüentemente pela 
cratera ou pelo flanco do vulcão. 
Comumente o magma não emerge 
imediatamente, mas se acumula em 
camadas magmáticas subjacentes. O 
extravasamento é relativamente clamo, 
eventualmente formando lagos de lava 
borbulhante na cratera ou caldeira, devido 
às condições físicas da lava. 
 
 Domos vulcânicos: São formas 
resultantes da erupção de lava félsicas 
externamente viscosas. A alva, em vez de 
fluir como nos derrames basálticos, 
acumula-se numa feição dômica como nas 
encostas íngremes e topo arredondado. 
Devido à alta viscosidade, os gases 
geralmente permanecem aprisionados na 
lava, e, quando a pressão aumenta muito, 
ocorrem explosões que fragmentam os 
materiais formados e, ao mesmo tempo, 
contribuem para o crescimento do domo. 
 
 Cone vulcânico piroclástico São 
acumulações acamadadas, produzidas pela 
ejeção de material piroclástico. Geralmente, 
o edifício tem a forma de um cone pequeno, 
menor que 300 metros de altura, 
freqüentemente ocorrendo em grupos 
(cones satélites) nos flancos de grandes 
vulcões ou nas suas proximidades. Cones 
piroclásticos possuem flancos íngremes, em 
que a inclinação é regida pelo ângulo de 
repouso dos fragmentos inconsolados. 
 
Erupções piroclásticas múltiplas 
eventualmente formam depósitos em círculo 
 52 
ao redor da cratera de explosão. Estes 
depósitos, denominados tufos anelares ou 
Maars, são constituídos por uma mistura de 
fragmentos da rocha encaixante e material 
vulcânico. Originam-se da explosão de um 
magma ascendente, ao entrar em contato 
com a água subterrânea subsuperficial Já 
as explosões freáticas são causadas 
quando o magma muito enriquecido em 
gases tem contato com a água subterrânea 
ou oceânica, gerando uma gigantesca 
explosão de vapor superaquecido. 
 
 
VULCANISMO E SEUS EFEITOS NO 
MEIO AMBIENTE 
 
Apesar de sabermos que as mudanças 
climáticas estão associadas à variabilidade 
natural dos processo atmosféricos, pelo 
menos dois outros parâmetros – a 
revolução industrial e os vulcões- têm 
adicionado enorme quantidades de material 
particulado e gases à atmosfera. Há 
evidencias de eu as erupções vulcânicas 
afetam o comportamento do clima em 
curtos períodos de tempo e possivelmente 
influenciam as alterações de longa duração, 
inclusive no aquecimento global. Isto 
poderia causar no futuro, por exemplo, o 
degelo das calotas polares com 
conseqüente subida do nível dos oceanos, 
trazendo efeitos catastróficos para 
habitantes de cidades como Rio de Janeiro, 
Buenos
Aires, Tóquio, Los Angeles e Nova 
Iorque, entre tantas outras situadas em 
litorais. Entretanto , a reconhecida 
abundância do CO2 nos gases vulcânicos 
não é suficiente para contribuir 
significativamente para o efeito estufa. 
Enquanto os vulcões produzem cerca de 
110 milhões de toneladas de CO2 por ano, 
as atividades industriais adicionam à 
atmosfera em torno de 10 bilhões de 
tonelada por ano. 
 
O maior impacto dos gases vulcânicos se 
dá pela liberação de cinzas e SO2. Este gás 
transforma-se em ácido sulfúrico pelos raios 
solares que interagem com o vapor de água 
da estratosfera para então formar camadas 
de aerosóis. Essa camadas são 
constituídas também por pequenas 
partículas e/ou gotícolas, com diâmetro 
inferior a 1 micrômetro ( 0,001mm), por sal 
marinho e poeira silicática de origem 
diversa ( marinha, erupção vulcânica, 
incêndios florestais, grandes tempestades 
de poeira, fumaça industrial, etc.). As 
camadas de aerosóis resistem em 
suspensão na estratosfera por muito tempo 
após as partículas de cinza terem se 
depositado na Terra, u a vez que em 
altitudes muito elevadas não há nuvens e 
chuva para uma lavagem mais rápida e 
efetiva. Observações meteorológicas 
comprovam que essa s camadas, entre 
altitudes de 15 e 30 Km, interceptam a luz 
solar, aquecendo a estratosfera e 
diminuindo a temperatura da superfície 
terrestre e da própria atmosfera. 
 
VULCANISMO E SEUS BENEFÍCIOS 
 
As milhares de mortes e os danos materiais 
causados pelo vulcanismo contrapõem-se 
aos seus benefícios, a exemplo dos 
recursos minerais de origem hidrotermal, 
como também os bilhões de toneladas de 
lavas e cinzas vulcânicas que são 
transformados, ao longo do tempo, em 
solos muito férteis, por conta da presença 
de nutrientes como Fe, S, Na e K e ainda 
outros, como na ilha vulcânica de Java. 
Outros produtos de erupções podem ser 
utilizados comercialmente como aditivos ao 
cimento, abrasivos, como ingredientes da 
industria farmacêutica e na produção de 
sabão e materiais de limpeza. 
 
O aproveitamento de campos geotérmicos 
ilustra também outra importante 
contribuição do vulcanismo, ainda mias por 
ser uma fonte energética inesgotável na 
escala humana de tempo. A existência 
desses campos de dá nas proximidades de 
copos ígneos subsuperficiais, em meio a 
rochas com alta porosidade e 
permeabilidade, situação essa que favorece 
a circulação de grandes quantidades de 
água subterrânea. O enorme calor 
associado ao processo magmático aquece 
a água eventualmente aprisionada nas 
rochas encaixantes, devido a camadas 
rochosas impermeáveis sobrepostas. Desse 
modo, campos geotérmicos subsuperficiais 
 53 
com fluidos superaquecidos ( água e vapor, 
ou somente vapor) são formados, os quis, 
uma vez perfurados, permitem o escape 
extremamente veloz dos fluidos. Essas 
fluidos podem gorar turbinas e gerar energia 
elétrica, a qual é considerada “limpa” em 
comparação com a termoeléctrica e nuclear. 
 
 
FORMAÇÃO DAS MONTANHAS 
 
Geologicamente designa-se de montanhas, 
apenas as que formam uma região elevada, 
cuja estrutura montanhosa corresponde a 
um geossinclinal emerso. 
GEOSSINCLINAL 
 
É um conceito complexo e está ligado a 
forças orogenéticas de grandes 
intensidades e raio de ação. Além de que 
envolve a pré-disposição de uma região 
propícia a receber sedimentos no fundo do 
mar até o soerguimento desses sedimentos 
e sua transformação em cadeia de 
montanhas. 
 
São as seguintes as forças orogenéticas 
 
 Vulcanismo 
 Terremotos 
 Falhamentos 
 Dobramentos 
 
Montanha não é apenas uma forma de 
relevo ou de altitude, mas uma estrutura 
que apresenta uma relação entre a 
estrutura das rochas e a sua origem. 
 
São montanhas: 
 
Os Alpes 
Os Cárpatos 
As Montanhas rochosas 
O Himalaia 
Os Andes 
A Serra do Espinhaço 
Os Apeninos 
O Cáucaso 
 
Não são montanhas: 
 
A Serra da Mantiqueira 
A Serra do Mar 
A Borborema 
 
Fora desse conceito técnico, é possível 
encontrar outras elevações, maiores ou 
menores, das mais diversas origens: Morro, 
Serrote, Alto (Alto do Mário), Serra da 
Santa, Serra da Batateira, Serra das 
Russas, etc... 
 
Essas cadeias de montanhas estão 
ligadas ao TECTONISMO OROGENÉTICO 
DO CENOZÓICO (60.000.000 anos). Já as 
serras do Espinhaço, Mar, Mantiqueira e 
Borborema, tiveram sua origem no pré-
cambriano (mais de 2.500.000.000 de 
anos), agora já aplainadas pela erosão. 
 
Analogias significativas das cadeias de 
montanhas: 
 
a) Os materiais que formam essas cadeias 
de montanhas foram todos 
 originariamente depositados no fundo do 
mar. 
b) A extensão das cadeias de montanhas é 
muito menor do que quando eram fundo 
 de mar. Isto indica que a crosta terrestre 
sofreu um deslocamento horizontal e um 
 enrugamento. 
c) As cadeias de montanhas têm todas uma 
construção bilateral, isto é, as dobras 
 têm sempre duas direções opostas mas 
não necessariamente simétricas. 
d) A zona central é mais sujeita à ação 
magmática e ao metamorfismo. 
e) A distribuição geográfica das cadeias de 
montanhas mostra que elas são em geral 
 compostas por arcos suaves, sucessivos, 
estreitos e muito longos. 
f) Finalmente, é importante assinalar que as 
cadeias de montanhas derivam de um 
 geossinclinal cuja evolução é encontrada 
nas cadeias de montanhas com 
 características e analogias próprias. 
 
Todo geossinclinal está localizado próximo 
a uma região continental, chamada 
plataforma ou antepais, que é formada 
devido a erosão, onde os rios carrearão os 
sedimentos para os oceanos. A velocidade 
máxima da sedimentação é de cerca de 1 
metro em 30.000 anos, onde a espessura 
 54 
dos sedimentos pode chegar a até 12.000 
metros, diminuindo para as bordas. 
Devido a acumulação dos sedimentos, onde 
os rios podem jogar os sedimentos na 
plataforma ou nas fossas oceânicas, vai 
depender do tipo de "canhão" (falha 
geológica que o suposto rio está 
encobrindo), assim é que via de regra, 
forma-se uma subsidência, própria de cada 
geosinclinal. 
O acúmulo dos sedimentos forma isostasia ( 
cotas) que a medida que vão se 
acumulando provocam o magnetismo. 
 
FASES 
 
I- PRÉ-OROGÊNICA 
 
É realizada em mar raso, com 
sedimentação terrígena e calcárea intensiva 
e a correspondente subsidência; vulcanismo 
básico. 
 
II - FASE OROGENÉTICA INICIAL 
 
Subsidência e sedimentação localmente 
aceleradas, sedimentação de flysch 
(terrígena superior). Algumas partes já 
aparecem acima do nível do mar. 
 
III - FASE OROGENÉTICA PRINCIPAL 
 
Dobramentos intensos, e o magmatismo é 
agora de caráter ácido intrusivo. Terras já 
totalmente levantadas. É depositada a 
formação lagunar nas depressões 
restantes. 
 
IV - FASE PÓS-OROGENÉTICA 
 
Atividades magmáticas intermediárias e 
básicas. Movimentos isostáticos, 
sedimentação molássica. 
Se abandonarmos o conceito técnico de 
montanha exposto anteriormente, 
poderemos encontrar elevaçõrs ou conjunto 
de elevações não ligados a um 
geossinclinal, e sim com a gênese 
relacionada a fenômenos geológicos de 
outra natureza. 
 
 
 
MONTANHAS DE ORIGEM VULCÂNICA 
 
A erupção de material magmático em 
muitas regiões ocorre em pontos fixos por 
muitas vezes e o acumulo desses materiais 
vulcânicos dar início a um elevado monte 
em forma de cone. Com o passar de muitas 
erupções esse cone pode chegar a muitos 
metros de alturas. 
As vezes predominam lavas, outras vezes o 
material piroclástico predomina em outros 
existe uma combinação de lava e tufo. Esta 
combinação forma quase sempre uma 
montanha de fácil e rápido processo de 
erosão. Contudo não importando de qual 
desse modos seja formado essas 
formações podem ter duração efêmera. Em 
pouco tempo a erosão as dilapida, pois os 
materiais magmáticos tem
composição 
química com fácil decomposição e ainda 
são muito porosos. 
O Chimboraza e o Acomcágua, nas 
Cordilheiras dos Andes, são famosos por 
suas imensas alturas. Acham-se contudo 
localizados sobre regiões soerguidas. 
 
MONTANHAS ORIGINADAS POR 
EROSÃO 
 
Regiões aplainadas ou mesmo 
originalmente planas podem sofrer a ação 
de forças epirogenéticas que determinam 
seu levantamento sem deformações 
tectônicas consideráveis. O desgaste de 
regiões aplainadas geralmente ocorre por 
rios que durante milhares de anos a cortam 
e no seu curso levam detritos. Este 
desgaste provoca desmoronamento de 
barreiras e sucessivos deslizes de detritos e 
desgastes do solo. Com isso ocorre que 
com regressão destas etapas, forma-se 
elevações isoladas de topo plano, 
denominadas mesas. Existem ainda 
elevações produzidas pela erosão 
diferencial em corpos mais resistentes, 
dentre os mais comuns são as intrusões 
magmáticas. 
 
FORMAÇÃO DE MONTANHAS DOR 
FALHAMENTO 
 
São varias as possibilidades da formação 
de elevações por falha. Podendo verificar-
 55 
se a elevação de blocos numa região baixa, 
ou o abatimento em áreas elevadas 
formando as fossas tectônicas, ou ainda 
pode dar-se o levantamento geral de 
blocos, uns mais que os outros, como 
também o abaixamento irregular. As 
montanhas de falhamentos são 
caracterizadas pelo deslocamento principal 
no sentido vertical. 
Muito embora não haja evidências de 
grandes deslocamentos produzidos por 
falhas, as configurações do terreno e as 
inúmeras zonas milionizadas são sugestivas 
da ocorrência deste fenômeno. 
 
FORMAÇÃO DE MONTANHAS POR 
DOBRAMENTO 
 
As cadeias de montanhas formadas por 
dobramento têm várias características em 
comum. Assim, grandes massas 
sedimentares marinhas, às vezes com 
intercalações magmáticas, que ocupam 
hoje uma área cuja extensão é 
consideravelmente menor do que 
originalmente. Tudo isso mostra que a 
crosta terrestre sofreu um deslocamento ou 
uma acomodação no sentido horizontal e 
um enrugamento. 
Os dobramentos ocorreram em dois 
sentidos opostos, mas não 
necessariamente simétricos. Muitos 
geólogos afirmam que o dobramento foi 
causado pelo resfriamento e pela 
deslocação das placas. É prova disso as 
montanhas que em sua formação 
demonstram o enrugamento de onde 
divergem as dobras mais sujeitas à ação 
magmáticas. 
 
 
BIBLIOGRAFÍA 
 
BARELLA, J. E. Tragedia no alto Himalaia. 
São Paulo: Abril, 2005. p. 116-119. (Revista 
Veja, ano 38, no 42 de 19.10.2005 ). 
 
CARVALHO, I. G. Fundamentos da 
Geoquímica dos Processos Exógenos. 
Salvador: Bureau Gráfica e Editora, 1995. 
239 p. 
 
CALMON, A. Movimentos desastrosos. 
São Paulo: IBC- Instituto Brasileiro de 
Cultura, 2005. p.26-35. ( Ameaças da Terra, 
ano 1, no 2 ) 
 
CALMON, A. Ondas de horror na Ásia. 
São Paulo: IBC- Instituto Brasileiro de 
Cultura, 2005. p.36-41. ( Ameaças da Terra, 
ano 1, no 2 ) 
 
LEINZ, V. ; AMARAL, S. E. Geologia Geral. 
11a ed. São Paulo: Nacional. 1989. 391p. il. 
 
LOCZY, L ; LADEIRA, E ( 1987). Geologia 
Estrutural e Introdução a Geotectônica. 
São Paulo: Edgard Blucher. 1980. p. 261 a 
311. 
 
POPP, J. H . Geologia Geral.5 a ed. Rio de 
Janeiro: LTC Editora. 1998. 376p.il. 
 
TEIXEIRA, W. Decifrando a Terra. 
Vulcanismo, Produtos e importância para 
a vida. São Paulo. Universidade de São 
Paulo. ( Oficina de Textos). 2000. 568 p. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 56 
 
ANEXO 
 
DlÁRlO da REGIÃO 
 
JUAZEIRO 
SÁBADO/SEGUNDA-FEIRA, 16/18 DE 
JUNHO DE 200 I 
 
Paleontólogos da Bahia e do Rio de 
Janeiro vão visitar sítio arqueológico de 
Jaguarari . 
 
 “O paleontólogo do Departamento Nacional 
de Produção Mineral do Rio de Janeiro, 
Diógenes Campos e o diretor do Museu de 
Geologia da Bahia, Elis Sampaio estão 
chefiando uma comissão técnica que vai 
visitar no dia 18 de junho, segunda-feira 
próxima, o povoado de Lajedo 11 em 
Jaguarari, onde foram encontrados fósseis 
de animais pré-históricos. 
O encontro tem como objetivo fazer uma 
avaliação mais profunda do material 
encontrado e da área, para a partir daí, ser 
elaborado um estudo minucioso e detalhado 
dos fósseis encontrados na região. A 
previsão inicial é que a área seja um sítio 
fossilífero de animais pré-históricos. 
Adescoberta foi feita por acaso, por 
moradores da cidade, no dia 13 de maio 
deste ano, transformando-se agora em local 
de atração de curiosos e pesquisadores. 
Na opinião do geólogo Jorge Nunes, os 
fósseis encontr~dos podem ser de um 
Eremoterium, tipo de preguiça gigante que 
deixou vários sinais na Bahia e desapare-
ceu há 10 mil anos. "A descoberta é de 
suma importân~ cia para o estado, na 
medida que possibilita novos conhe-
cimentos sobre a evolução e vida das 
espécies da antiga história", afirmou. 
Possuindo 140 áreas de pesquisa pré-
histórica, a Bahia é um dos estados do país 
que possui vários sinais da antiguidade. "A 
novidade vai trazer mudanças p~ra 
Jaguarari em todos os setores, 
principalmente no turístico, m~s antes 
pretendemos estudar atenciosamente para 
descobrira representatividadedo sítio", 
concluiu o prefeito da cidade João Cardoso, 
que contou com o apoio irrestrito do 
secretário de Indústria, Comércio e Minera-
ção da Bahia, Aroldo Cedraz”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 57 
 
 
 
 
 
Processo 
Produtos 
Observações Component
es 
Rochas 
Erupção 
Efusiva 
 
 
 
Derrame de 
lava 
Lava Rocha vulcânica Material fundido contendo 
cristais e bolhas de gás 
 
 
Queda 
piroclástica 
Poeira/cinza fina Tufo fino Partículas menores que 
0,062mm 
Cinza Grossa Tufo Grosso Partículas entre 2 e 0,062mm 
Lapilli; Lapillito Partículas entre 64 e 2 mm 
 
 
 
 
 
 
 
 
Erupção 
explosiva 
 
 
 
 
Bombas Aglomerados Fragmentos plásticos > 64mm 
Blocos Brecha 
piroclástica 
Fragmentos rígidos > 64mm 
 
 
 
 
 
Fluxo 
piroclástica 
 
 
 
 
 
 
 
Púmice 
(fragmentos com 
granulação 
de cinzas a bloco, 
rico em vesículas); 
 
 
 
 
Ignibritos 
Emulsões gasosas 
superaquecidas com 
fragmentos de púmice ou 
escória ( dimensões entre 
lapilli e Bomba), cristais de 
cinza, e fragmentos do 
conduto e/ou de rochas 
preexistentes, em matriz 
vítrea. 
 
 
 
 
 
 
Escó 
Brecha 
 de 
 Escórias 
 
 
 
 
 
Fenômenos 
vulcânicos 
associados 
Blocos e cinzas Brechas de 
blocos e cinzas 
 
 
Fluxo de 
lama 
 
 
Lahar 
 
 
Laharito 
Fluxo viscoso de lama com 
fragmentos inconsolados de 
variadas dimensões, 
originados do retrabalhamento 
de depósitos de encostas 
vulcânicas por chuvas, degelo 
e/ou tremores de Terra. 
 
Avalanche 
 Semelhantes aos fluxos de 
lama, porém com matriz mais 
grossa ( menor teor de lama) 
Gêiseres; 
fumarola 
 Emanações gasosos e fluídos 
contendo minerais dissolvidos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 58 
CAPITULO III 
 
MINERAIS E ROCHAS; ESTRUTURA CRISTALINA; PRINCIPAIS MINERAIS; 
ARGILOMINERAIS; IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO; ROCHAS ÍGNEAS OU 
MAGMÁTICAS; ROCHAS SEDIMENTARES; ROCHAS METAMÓRFICAS 
 
 
 
MINERAIS E ROCHAS 
 
Quando apanhamos um punhado de terra 
ou solo, estamos pegando minerais. eles 
estão presentes em todos os solos e em 
todas as rochas ou pedras. 
 
No Paleolítico, onde se deu o surgimento do 
homem, prolongando-se até 18.000 anos a. 
C, idade da pedra lascada, o homem 
possuía poucos conhecimentos sobre a 
natureza. Já no Neolítico, idade da pedra 
polida, o homem descobriu como controlar o 
fogo e pôde trabalhar os metais. Há 5.000 
anos descobriu-se o cobre, o estanho e 
dessa mistura veio a produzir o bronze. E 
só após 4.000 anos, o homem descobriu o 
ferro,
que lhe deu maior poder, em relação 
à natureza. 
 
A descoberta de outros minerais 
combinados com o ferro, formando ligas, 
deram origem à vários tipos de aços . 
(manganês, níquel, cromo, vanádio, 
molibdênio, tungstênio e outros). 
 
MINERAL 
 
É um elemento ou um composto químico, 
via de regra, resultante de processos 
inorgânicos, de composição química 
geralmente definida e encontrado na crosta 
terrestre. 
 
Os minerais, em geral são sólidos, somente 
a água e o mercúrio apresentam-se no 
estado líquido, em condições normais de 
pressão e temperatura. 
 
 
 
 
MINERAIS MAIS USADOS 
 
Ferro, cobre, estanho, chumbo, alumínio, 
manganês, ouro, prata, platina, urânio, 
petróleo, água, etc. 
 
Na natureza os minerais não surgem em 
estado puro, mas associados a outros 
minerais. para extrair o mineral que se 
deseja, é necessário beneficiá-lo , ou seja, 
apurá-lo ou separá-lo do minério em que ele 
se encontra 
 
MINÉRIO 
 
É um mineral, ou associação de minerais, 
que pode ser explorado do ponto de vista 
comercial. 
 
Exemplos: 
 
Hematita - Ferro 
Bauxita - Alumínio 
Pechblenda - Urânio 
 
ROCHA 
 
É um agregado natural, formado de um ou 
mais minerais (podendo eventualmente, 
tratar-se de vidro vulcânico ou matéria 
orgânica, que são os mineralóides), que 
constitui parte essencial da crosta terrestre 
e é nitidamente individualizado 
 
ORIGEM DOS MINERAIS 
 
A base são os cristais, que foram formados 
a partir de misturas líquidas ou gasosas no 
interior da crosta terrestre, principalmente 
junto as lavas vulcânicas ou próximo de 
 59 
zonas que sofreram dobramentos e 
falhamentos. 
 
Processo deu-se através de átomos, que 
constituem elementos que podem unir-se, 
constituindo moléculas, havendo aí reações 
químicas, com o aumento da temperatura, 
as moléculas “quebram-se” em grupos de 
átomos. com um lento aquecimento, estes 
podem juntar-se, formando os cristais. 
Assim os minerais formam-se a partir de 
determinados arranjos entre átomos de 
diferentes elementos em proporções 
adequadas 
 
PROPRIEDADES FÍSICAS DOS 
MINERAIS 
 
A estrutura dos minerais ocorrem no estado 
cristalino, no qual os átomos ou 
agrupamentos são dispostos regularmente. 
 
ESTRUTURA CRISTALINA 
 
Os cristais são subdivididos em sistemas 
cristalinos 
 
sistema cúbico 
sistema tetragonal 
sistema hexagonal 
sistema ortorrômbico 
sistema monoclínico 
sistema triclínico 
 
CLIVAGEM 
 
É a propriedade que tem uma substância 
cristalina em dividir-se em planos paralelos. 
 
DUREZA 
 
Expressa a resistência de um mineral à 
abrasão ou ao risco. ela reflete a força de 
ligação dos átomos, íons ou moléculas da 
estrutura entre si. 
 
 
 
 
DUREZA 
 
DUREZA 
 
1. talco 6.ortoclásio 
2. gesso 7. quartzo 
3.calcita 8. topázio 
4. fluorita 9. coríndon 
5.apatita 10. diamante 
 
principais materiais usados na verificação 
da dureza dos minerais 
 
unha 2,5 
vidro 5,0 - 5,5 
canivete 6,0 - 6,5 
 
PESO ESPECÍFICO 
 
É o peso expresso em gramas de 1 cm3 de 
mineral. é o número que indica quantas 
vezes um certo volume de mineral é mais 
pesado do que um mesmo volume de água 
destilada à temperatura de 4º c. o processo 
utiliza balança de jolly, aplicando a seguinte 
fórmula: 
 
 
g = 
 
 
 
b = peso do mineral fora da água 
a = referência inicial da balança ou 
calibragem em zero 
c = peso do mineral dentro da água 
 
Halita 2,2 
Quartzo 2,65 
Calcita 2,75 
Galena 7,5 
Ferro 7,3 - 7,9 
Mercúrio 13,6 
Ouro 19,4 
FRATURA 
 
É a forma com que um determinado mineral 
quebra-se além daqueles planos dados pela 
clivagem. 
 
 
 
 60 
COR 
 
A cor depende da absorção transmitida e 
outra refletida. Assim, por exemplo, um 
mineral que apresenta cor verde absorve 
todos os comprimentos de onda do espectro 
com exceção daqueles que associados, dão 
a sensação de verde. 
 
 
Exemplos: 
 
 
COR 
 
 
MINÉRIO 
Vermelha Cobre nativo 
Amarela Pirita,ouro,calcopirita 
Branca-argênteo Prata nativa 
Preta-acinzentada Cassiteria, hematita 
Azul Lazulita 
 
IDIOCROMÁTICOS 
 
Que dependem da composição química 
 
amarela - enxofre 
vermelha escarlate - cinábio 
verde - malaquita 
azul - azurita 
 
ALOCROMÁTICOS 
 
Que têm a cor variável com a composição 
química e as impurezas 
 
Fluorita - incolor, amarela, rósea, verde, 
violeta 
Turmalina- incolor ( acroita ), rósea 
(rubelita), verde, azul e preta 
Berilo - incolor, verde ( esmeralda), azul 
erdeada ou azul ( água-marinha ) 
Quartzo- incolor ( cristal de rocha), 
amarela,( cristal citrino ), róseo ( cristal 
róseo ), violeta ( cristal ametista ) 
 
BRILHO 
 
É a capacidade de reflexão da luz incidente. 
no diamante é de 17 %, no vidro 1,5% a 
4%, o restante penetra pelo vidro adentro, 
sendo esta a causa do menor brilho 
existente no vidro e maior no diamante 
 
MAGNETISMO 
 
Ocorre em poucos minerais que podem ser 
atraídos pelo imã.( magnetita, pirrotita) 
 
PROPRIEDADES ELÉTRICAS 
 
Finas lâminas de cristal de quartzo 
controlam a frequência dos rádios. cristais 
de enxofre, topázio e outros minerais 
desenvolvem uma carga elétrica quando 
friccionados. 
 
PROPRIEDADES QUÍMICAS 
 
Muitos minerais são constituídos de um 
único elemento químico, como o enxofre, a 
grafita, o ouro, o diamante. 
 
Outros são constituídos de dois ou mais 
elementos químicos e por isso podem ser 
expressos em fórmula química. 
 
Exemplos: 
 
Ouro .......... Au 
Quartzo ....... SiO2 
Prata........... Ag 
Talco ...........Si6 O20 ( OH)4 Mg6 
Cobre ......... Cu 
Ferro .......... Fe 
 
 
PRINCIPAIS MINERAIS 
 
Ao todo são conhecidos mais de três mil 
minerais. 
 
 
 
 
 
 
 
 61 
A tabela a seguir mostra os principais 
constituintes mineralógicos das rochas 
da crosta terrestre. 
 
 
MINERAL 
 
 
PERCENTAGEM 
feldspato 59,5 
quartzo 12,0 
piroxênios e 
anfibólios 
 16,8 
micas 3,8 
outros 7,0 
 
 
QUARTZO ( SIO2 ) 
 
Um dos últimos minerais a se formar, na 
consolidação do magma, é o único a resistir 
ao intemperismo. 
 
Adapta-se aos interstícios deixados entre os 
demais minerais, só forma cristais bem 
desenvolvidos quando tem oportunidade de 
crescer em cavidades ou fraturas. 
 
Cor branca ou incolor, mas também em 
inúmeras outras variedades, como roxa, 
amarela, vermelha, preta, etc. 
 
Brilho vítreo, transparente ou opaco 
dureza 7 . 
densidade 2,65 
fratura concóide 
 
VARIEDADES : 
 
Ametista – roxa 
Citrino-amarela 
Cristal de rocha- hialino ( transparente ) 
Calcedônea – cinza / castanha 
Ágata – cinza 
 
É encontrado nas rochas ígneas, 
sedimentares e metamórficas. 
 
É usado nas telecomunicações, fabricação 
de vidro, etc. 
 
 
 
FELDSPATOS 
 
São os constituintes mais importantes na 
formação de rochas ígneas e os minerais 
mais abundantes na crosta terrestre podem 
apresentar cristais mistos de três 
componentes: feldspato potássico, sódico e 
cálcico. 
 
A coloração dos feldspatos é sempre clara: 
branca, cinza, rosa ou levemente 
avermelhada. 
dureza = 6 - não risca o vidro 
Muito suscetíveis à alterações, perdem cor, 
dureza e com isso tornam-se pulverulento, 
friável e depois argila. 
 
PIROXÊNIOS E ANFIBÓLIOS E 
PERIDOTOS 
 
Normalmente constituem a maior parte dos 
componentes escuros (máficos) das rochas 
(minerais pretos, verde-escuros, verdes 
azuis etc.) Pela presença de cátions de Fe. 
Mg. São susceptíveis à alteração em clima 
úmido, com a formação de minerais 
argilosos, mica, cloritas, talco, serpentinas e 
liberação de hidróxidos de
ferro e 
manganês, conferindo cores aos solos. 
Ferro = coloração avermelhada. 
 
Exemplo: 
 
Piroxênios – são silicatos de Mg, Ca e Fe, 
com ou sem Al2 O3 e Fe2 O3. A cor é preta 
a verde-escura. O exemplo mais comum é a 
augita. 
 
 
Anfibólios – são parecidos com os 
piroxênios, entretanto possuem OH na sua 
constituição. O Anfibólio mais comum é o 
hornblenda. 
 
Peridotos (olivinas) – sua distinção dos 
piroxênios e anfiólios é difícil. Parecem-se 
com vidro de garrafa comum (verde-garrafa) 
 
 
 
 
 
 62 
MICAS 
 
Grupo de minerais caracterizados por uma 
ótima clivagem laminar e boa elasticidade. 
Distinguem-se 2 variedade principais. 
 
Muscovita (mica branca) usada na indústria 
elétrica como isolante. 
 
Biotita (mica preta), constituinte comum de 
granitos. 
 
OUTROS 
 
Clorita – Silicato de Fe, Mg e Al. Cor 
esverdeada ou amarelada. Ocorre em 
rochas metamórficas, como cloritaxistos e 
micaxistos. 
 
Granada – Composição variada (almandina 
(vermelha castanha) Fe3 Al2 (SiO4)3. 
Outros tipos de granada podem conter Mg, 
Ca e Mn. 
 
 
Nefelina – NaAlSiO4, contendo sempre 
potássio na sua composição. 
 
Turmalina – é muito comum em rochas 
ígneas, metamórficas. É um silicato de boro 
e alumínio. A coloração pode ser preta, 
verde, vermelha ou azul. 
 
Calcita – CaCO3 de cor branca, rósea, 
cinza, amarela. Efervesce com HCL. 
Mineral mais comum das rochas 
metamórficas. É o mineral que forma o 
mármore. 
 
Dolomita – CaMg(CO3)2 de cor branca, 
cinza-amarelada. Efervescente com HCl 
quente. Usada para fabricação de cal, ou 
como corretivo da acidez do solo. 
 
Gipsita – CaSO4.2H2O de cor branca. É 
usada na fabricação do gesso e incorporada 
ao cimento na proporção de 2% 
 
Caulim – Al2O3.2SiO2.2H2O de cor branca 
ou ligeiramente amarelada é 
deco0mposição dos feldspatos. Usado 
como matéria-prima da porcelana 
 
Magnetita – Fe3O4 (72% Fe) de cor preta 
 
Hematita – Fe2O3 (70% Fe) de cor preta e 
cinza escuro. Ocorre também como 
pigmento vermelho nos sedimentos e solos. 
É o mineral mais importante para o Brasil. 
 
Limonita – Fe2O3 + NH2O (60% Fe) de cor 
castanha a preta. Proveniente da 
decomposição de Hematita e Magnetita. 
 
 
Pirita – FeS2 (46,6% Fe e 53,4% S) de cor 
amarela dourada. Importante matéria-prima 
do ácido sulfúrico. 
 
Calcopirita – CuFeS2 (35% Cu, 30% Fe e 
35% S) de cor amarela-dourada. Mínério de 
cobre. 
 
Galena – PbS (86,5% de Pb, 13,5% S) de 
cor branca-chubo. Associa-se comumente à 
blenda. É o mais importante minério de 
chumbo. 
 
Blenda ou Esfalerita – ZnS (67% Zn e 35% 
S). Ocorre em filões com galena e pirita. É o 
mais importante minério de zinco. 
 
 
ARGILOMINERAIS 
 
Argila é toda partícula mineral com diâmetro 
inferior a 0,004mm. Esse grupo de minerais 
compreende um bom número de espécies 
com características físicas e química bem 
diferentes. 
 
Provém normalmente da alteração dos 
feldspatos, piroxênios e anfibólios. 
 
A maior parte das argilas é constituída por 
argilominerais – silicatos hidratados de 
alumínio com vários tipos de cátions (K, Mg, 
Fe, Na, Ca, NH4, H) ou ânios (So4 – Cl – 
P2O5 – N2O3) possíveis em estrutura. 
 
 
 
 
 63 
Não existe argila pura 
 
Comumente chamados de barro, que não é 
composto unicamente por minerais 
argilosos, de modo geral, é constituído por 
proporções variadas de argilominerais, 
hidróxidos de Fe, Al, Mn, etc. Partículas 
coloidais orgânicas, areias e silte. 
 
 
IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO 
 
Engenharia 
 
Estabilidade de taludes, fundações, 
pavimentos de estradas, pontes, 
edificações. A expansão de algumas argilas 
quando molhadas requer precauções. 
 
Agronomia 
 
Os estudos de solo, pedologia e fertilidade 
permite aos técnicos a fazerem plantações 
corretas, visto que as argilominerais 
permitem a fixação ou liberação de uma 
série de elementos (cátions e ânios), 
favorecendo trocas iônicas com fertilizantes 
e cedendo nutrientes às plantas. 
 
Cerâmica 
 
O uso de argila (barro) na fabricação de 
produtos de uso doméstico e de fibra ótica. 
 
Geologia 
 
Interessam as condicionantes da formação 
das diversas espécies, devido a sua 
importância econômica. 
 
ROCHAS ÍGNEAS OU MAGMÁTICAS 
 
 
As rochas Ígneas ou Magmáticas, originam-
se a grandes profundidades, na parte 
inferior da crosta ou na porção superior do 
manto. 
 
O magma é uma mistura física e 
químicamente complexa que pode ser 
definido assim: 
 
Magma é um fluido natural muito quente 
predominantemente constituído por uma 
fusão de silicatos e mostrando proporções 
variadas de água, elementos voláteis ou de 
cristais em processo de crescimento”. 
 
COMPONENTES FÍSICO-QUÍMICO 
 
A) fase líquida mantida em fusão pela 
temperatura elevada, constituída por 
uma solução complexa com grande 
número de componentes, 
predominando os silicátos. 
 
B) fase gasosa, mantida em solução por 
pressão, constituída por h2o e 
quantidades menores de co2, hcl, hf, so2 
etc. 
 
C) fase sólida, formada por cristais de 
composição silicática, em fase de 
crescimento ou de natureza residual, 
assim como de fragmentos de rocha. 
 
 
COMPOSIÇÃO QUÍMICA 
 
 
Óxidos 
 
 
% 
Sio2 30-80 
Al2o3 3-25 
Feo-Fe2o2 0-13 
Mgo 0-25 
CaO 0-16 
Na2o 0-11 
K2O 0-10 
 
 
Acrescido de traços de mno, tio2 e mais 
proporções variadas de elementos voláteis 
 
TIPOS FUNDAMENTAIS DE MAGMAS 
 
Considera-se que existem dois tipos 
fundamentais de magmas primários, dos 
quais formam-se as várias rochas, por 
diferenciação. São: 
 
 
 magmas graníticos 
 magmas basálticos 
 
 64 
O MAGMA GRANÍTICO 
 
Pode-se dizer, que o magma granítico está 
sempre relacionado com áreas em que 
houve formação de extensas cadeias de 
montanhas ( andes, alpes ) zonas em que a 
crosta sofreu fenômenos de compressão, 
dobramentos e afundamento.,com 
evidências de que esse magma é produzido 
por fusão parcial de rochas preexistentes ( 
anatéxis ) a profundidade de 7 a 75 km. 
 
O MAGMA BASÁLTICO 
 
Originou-se em profundidades de 90 – 100 
km, na porção superior do manto, onde o 
magma basáltico seria originado pela fusão 
de rochas básicas preexistentes, através de 
quedas bruscas de pressão, em regiões 
onde a crosta foi afetada por movimentos 
de afastamento e onde o manto parece foco 
de correntes convectivas ascendentes. 
 
DIFERENÇAS 
 
Magmas graníticos 
 
 composição mais rica em sio2 ( 70% ) 
 mais viscoso 
 
Magmas basálticos 
 
 composição de sio2 ( 50% ) 
 menos viscoso 
 
TIPOS DE ATIVIDADES MAGMÁTICAS 
 
O magma pode apresentar grande 
mobilidade, tendendo a ascender ao longo 
de fissuras da crosta, deslocando ou 
englobando as rochas vizinhas, podendo, 
eventualmente, extravasar à superfície ou 
então solidificar-se no interior. 
 
Há dois tipos de atividade ígnea: 
 
 Plutonismo 
 
A solidificação vai para o interior da 
terra, originando as rochas plutônicas ou 
intrusivas. 
 
 Vulcanismo 
 
Quando o magma irrompe e derrama-se 
pela superfície para formar rochas 
vulcânicas ou efusivas 
 
As rochas plutônicas podem ocorrer de 
maneiras muito diversas, formando corpos 
de formas e tamanhos variados e que 
apresentam relações variadas com as 
rochas encaixantes. 
 
 
TIPOS DE INTRUSÕES 
 
Concordantes e Discordantes 
 
CONCORDANTES 
 
A intrusão magmática intromete-se entre os 
planos de estratificação da rocha 
encaixante. divide-se em sils, lacólitos, 
lapólitos e facólitos. 
 
A) Sil 
 
São corpos extensos, pouco expessos e de 
forma tabular. o magma deve ser viscoso 
para poder intrometer-se entre os planos de 
stratificação da rocha encaixante. 
 
B) Lacólito 
 
O magma, neste caso, é mais viscoso, 
formando massas intrusivas de forma
lenticular, plano-convexas. 
 
C) Lapólito 
 
Tem a forma de uma bacia, de grandes 
dimensões. 
 
D) Facólito 
 
É o nome dado a um corpo intrusivo 
concordante. 
 
DISCORDANTES 
 
Independem da estratificação da rocha 
encaixante, pois a cortam 
discordantemente. divide-se em : dique, 
veios, neck, batólitos e stocks. são mais 
frequentes perto da superfície da terra. 
 65 
 
A) Dique 
 
É uma massa magmática que preenche 
uma fenda em rocha preexistente. 
 
B) Veios 
 
São massas produzidas pela injeção de 
magma em fraturas menores e menos 
regulares do que diques. 
 
C) Neck 
 
São corpos discordantes, cilíndricos, 
verticais que cortam as rochas. ( condutores 
de antigos vulcões ) 
 
D) Batólitos e stocks 
 
Batólitos 
 
São massas enormes de material 
magmático ( granítico ) que afloram numa 
extensão de, pelo menos 100 km2 . 
 
Stocks 
 
Se o afloramento tiver menos de 100 km2 . 
 
CLASSIFICACÃO DAS ROCHAS ÍGNEAS 
 
As rochas ígneas exigem métodos de 
investigação, bastante refinados para uma 
classificação exata, tais como : análises 
químicas, petrografia microscópica etc. 
 
Entretanto, podemos fazer a classificação 
por processos simples, como o megascópio 
( olho nú ), para tanto, analisa-se as 
características da rocha quanto a uma série 
de critérios de classificação. 
 
CARACTERES MACROSCÓPICOS 
 
1. são em geral duras 
2. os cristais se dispoõem por justaposição 
3. não apresentam estruturas segundo 
faixas ou camadas 
4. são maciças, quebram-se de forma 
irregular 
5. apresentam uma textura cristalina, vítrea 
ou cristalina 
6. não apresenta fósseis 
7. apresentam alto teor de feldspatos 
 
 
CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO 
 
a) Modo de Ocorrência 
 
Totalmente Cristalizada 
Grau de Cristalização Parcialmente 
Cristalizada 
Não Cristalizada ou Vítrea 
 
b) Textura 
 
Tamanho dos Cristais Fanerítica e Afanítica 
 
Tamanho e Relação Equigranulares 
 
Mútua dos Cristais Inequigranulares 
 
Vesiculares e Amigdalóides 
 
Bloco e Brechas de Fluxo 
 
c) Estruturas Fluidais 
 
Fraturação Primária 
d) Composição Mineralógica e Química 
 
QUÍMICO 
 
Quantidade total de sílica da rocha 
 
Rochas ácidas - mais de 65% de sio2 
Rochas intermediárias - 65- 55% de sio2 
Rochas básicas - 55- 45% de sio2 
Rochas ultrabásicas - menos de 45% de 
sio2 
 
 
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA 
 
Os minerais mais importantes são: quartzo, 
feldspato (alcalinos, plagioclásios), 
ferromagnesianos (anfibólios e piroxênios) e 
a biotita. 
os dois primeiros são claros e os dois 
últimos escuros, conforme a predominância 
dos mesmos, a cor das rochas pode variar 
entre cores claras e escuras, naturalmente 
com todos os graus possíveis de gradação 
e com tonalidades particulares com tons 
 66 
rosados, avermelhados, acizentados, 
esverdeados etc. 
 
PRINCIPAIS ROCHAS ÍGNEAS 
 
Granito 
 
Rocha ígnea, intrusiva, encontrada em 
batólitos, stockes e outras massas muito 
grandes de rocha. fanerítica, granulação 
média a grossa, cores rosadas, 
esbranquiçadas, acinzentadas, sempre com 
bastante quartzo e feldspato alcalino. no 
brasil,a serra da mantiqueira, a serra do mar 
e as serras que nos separam das guianas, 
são alguns exemplos. 
 
Riolito 
 
É a variedade efusiva do magma granítico, 
avermelhada a acinzentada 
 
Sienito 
 
Rocha ígnea, cores eventualmente mais 
escuras que o granito. o mineral escuro é o 
anfibólio e o feldspato é predominantemente 
alcalino. 
 
Diorito 
 
Rocha intrusiva, cores escuras, 
praticamente sem quartzo e com muito 
feldspato. 
 
Andesito 
 
variedade aparentada com o diorito, escura, 
ocorre sob a forma de diques. 
 
Gabro 
 
Rocha ígnea, plutônica, cores muito 
escuras, não possui quartzo, sendo formado 
predominantemente por feldspato 
Diabásio 
 
Ocorre sob a forma de diques e sil, rocha 
similar ao gabro 
 
Basalto 
 
É a variedade efusiva do diabásio e recobre 
extensas áreas da região sul do Brasil, onde 
representa a rocha ígnea mais importante. 
as cores escuras podem variar do 
vermelho-escuro ao preto. 
 
 
ROCHAS SEDIMENTARES 
 
Ao longo das transformações das rochas 
(ver intemperismo), sob a influência dos 
agentes externos, constitui o ciclo exógeno 
de transformações, através do qual se 
formam as rochas sedimentares. 
 
Como foi visto, este ciclo começa pelo 
intemperismo, o qual decompõe 
químicamente ou desintegra 
mecanicamente as rochas antigas 
transformando-as em sedimentos e solos. 
 
LITIFICAÇÃO OU DIAGÊNESE 
 
É o endurecimento das camadas arenosas. 
o processo, ocorre com o passar do tempo 
e a evolução geológica, e as novas 
camadas de sedimentos vão se 
acumulando sobre as mais antigas e assim 
vão se criando espessas formações de 
sedimentos. 
 
VÁRIAS MANEIRAS 
 
 ocorrência por compactação de 
sedimentos argilosos 
 ocorrência por compactação de 
sedimentos arenosos 
 sedimentos químicos (ca, k, mg, etc), 
sofrem fenômenos de cristalização que 
dão origem a novas rochas muito duras. 
 
Rochas sedimentares clásticas, que basei-
se na granulometria. 
 
PROCESSOS DE LITIFICAÇÃO 
 
 COMPACTAÇÃO 
 
Redução volumétrica, causada 
principalmente pelo peso das camadas 
superpostas e relacionada com a 
diminuição dos vazios, expulsão de líquidos 
e aumento da densidade da rocha. é o 
 67 
fenômeno típico das sedimentos finos, 
argilosos. 
 
 CIMENTAÇÃO 
 
Deposição de minerais nos interstícios do 
sedimento 
Produzido a colagem das partículas 
constituintes. 
 
 RECRISTALIZAÇÃO 
 
Mudanças na textura por interferência de 
fenômenos de crescimento dos cristais 
menores ou fragmentos de minerais até a 
formação de um agregado de cristais 
maiores. é um fenômeno mais comum nos 
sedimentos químicos. 
 
ROCHAS SEDIMENTARES MAIS 
COMUNS 
 
 CONGLOMERADOS ( psefitos ) - 
tamanho superior a 2 mm de diâmetro. 
 
Clastros são angulosos - rocha 
denomina-se brecha 
Clastros são arredondados - varios 
 
 TILITOS 
 
Origem ligado ao gelo, caracterizam-se por 
apresentar clastos de tamanho 
extremamente variável, desde poucos 
centímetros até vários metros ( matações ). 
 
 DIAMICTITOS 
 
Os diamictitos são encontrados como 
corpos de diferentes espessuras e formas. o 
tamanho médio dos clastros é pequeno, 
entretanto pode-se encontrar megaclastos 
de 2 a 3m de diâmetro. via de regra, 
apresentam-se em planos de estratificação. 
 
 ARENITOS ( PSAMITOS ) 
 
Podem ser definidos como toda rocha cujos 
constituintes tenham tamanho entre 2 e 
0,062 mm de diâmetro ( quartzo é 
predominante ). 
 
 PELITOS 
 
Os sedimentos têm tamanho inferior a 0,062 
mm de diâmetro. 
 
- Siltitos - 0,062 a 0,004 mm 
- Argilitos - menor que 0,004 mm 
 
ROCHAS CARBONÁTICAS 
 
São sedimentos de origem clástica ( baseia-
se na granulometria ), orgânica ou química ( 
precipitação ), cujo componente principal é 
o carbonato de cálcio . 
 
PRINCIPAIS TIPOS 
 
Calcários Bioconstruidos 
 
São rochas resultantes de colônias de 
corais ealgas calcários bioacumulados 
 
São provenientes do transporte e deposição 
de organismos e restos de suas carapaças. 
podem ser divididos em: 
 
A) Calciruditos - fragmentos 
superiores a 2 mm de diâmetro 
B) Calcarenitos- fragmentos entre 
0,062 e 2 mm 
C) Calcipelitos - fragmentos 
inferiores a 0,062 mm. 
 
ROCHAS DE ORIGEM QUÍMICA 
 
São formadas de substâncias em soluções 
iônicas ou coloidal através de processos 
químicos variados e se depositam por 
evaporação e precipitação. 
 
Exemplo: sal e gipsita 
 
A) Sedimentos carbonáticos 
 
Deposição de cálcio e magnésio 
Ex. calcários ( dolomiticos e calcíticos ) 
B) Sedimentos Ferríferos 
 
Deposição de hidratos férricos coloidais 
Ex. jaspelitos ferríferos ( mato grosso ) 
itabiritos ( minas
gerais ) 
 
C) Sedimentos Salinos ou Evaporitos 
 68 
 
São depósitos de cloreto de sódio, potássio, 
sulfatos, carbonatos, boratos e outros sais. 
 
D) Sedimentos silicosos 
 
São depósitos de sílica ( calcedônea ) 
São depósitos de quartzo ( silex ) 
 
E) Rochas Sedimentares Orgânicas 
 
Se formam pela acumulação de matéria 
orgânica, com sedimentos argilosos ou de 
calcário. 
 
Exemplo: turfa, carvão e petróleo. 
 
Outros exemplos 
 
ESTRATIFICAÇÃO PLANO-PARALELA 
 
A deposição dos minerais produzem 
seqüencias alternadas denominadas de 
estratos ou camadas ou ainda lâminas 
(camada fina). 
 
Estratificação cruzada 
 
Marcas de ondas 
 
Gretas de contração 
 
Fósseis 
 
 
ROCHAS METAMÓRFICAS 
 
A palavra metamórfica vem de 
metamorfose, que quer dizer 
transformação”. As rochas metamórficas 
originam-se da transformação de outras 
rochas (magmáticas e sedimentares), 
quando submetidas a certas condições de 
pressão, calor e umidade. 
 
Imagine uma rocha magmática, por 
exemplo, que afundou na crosta terrestre, 
além de receber fortes pressões das 
camadas superiores, essa rocha será 
submetida ao intenso calor liberado pelo 
magma. essa rocha, então, terá sua 
estrutura alterada, isto é, os minerais que a 
formam serão ordenados ou arranjados de 
maneira diferente. a rocha, portanto, sofrerá 
uma transformação ou metamorfose. 
 
A base de todo o processo metamórfico 
reside no fato de que os minerais têm certas 
condições físico-químicas de sobrevivência, 
mudando-se essas condições ( pressão, 
temperatura etc), o mineral passa a uma 
nova forma estável. 
 
Todas essas transformações ocorrem no 
estado sólido (achatamento dos cristais), 
 ou seja, a rocha não passa por uma fase 
de fusão. 
 
AMBIENTES METAMORFICOS 
 
Metamorfismo Regional 
 
Desenvolve-se em regiões que sofreram 
tectonismo intensivo, isto é, compressões e 
dobramentos de extensas áreas da crosta, 
onde ocorrerem grandes pressões e 
temperaturas elevadas. 
 
Ex. grandes cadeias montanhosas, fazendo 
parte dos escudos cristalinos, também 
chamados de maciços antigos, a serra do 
mar é um exemplo 
 
Metamorfismo de Contato 
 
Quando o magma penetra ou fica em 
contato com certas rochas, verifica-se um 
metamorfismo motivado pelo aumento de 
temperatura, acarretando transformações. 
 
PRINCIPAIS ROCHAS METAMÓRFICAS 
 
Mármore ( o calcário transformado) 
 
Provém do calcário ou do dolomito (rocha 
sedimentar) e por isto assemelham-se 
bastante. 
 
Ardósia ( rocha argilosa transformada) 
 
São rochas de granulação muito fina de 
minerais imperceptíveis a olho nu e que se 
caracterizam por uma clivagem tabular 
perfeita 
 
Gnaisse ( o granito transformado ) 
 69 
 
Origina-se da transformação do granito 
(ortognaisse ), que é uma rocha ígnea 
(magamética) intrusiva. 
 
O Gnaisse proveniente do metamorfismo de 
sedimentos é chamado de paragnaisse. 
 
Quartzitos 
 
É uma rocha proveniente do metamorfismo 
do arenito. a principal diferença é a 
presença de minerais micáceos. quando 
quebrados, os minerais de quartzo são 
seccionados ao meio, enquanto nos 
arenitos eles apenas se deslocam, 
permanecendo inteiros. 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
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constituição do solo. 4ª ed. Lisboa, 
Portugal. Fundação Calouste Gulbenkian, 
1991. 537p. 
 
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POPP, J. H. Geologia Geral. 4ª ed. Rio de 
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SLATER, A . C. Minerais e Minérios. 3ª ed. 
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VESENTINI, J. W & VLACH, V. Geografia 
Crítica. O espaço natural e a ação 
humana. 16ª ed. São Paulo, SP. Ética, 
1996. 191p. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 70 
CAPITULO IV 
 
SOLO, FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO, PERFIL DO SOLO, CASSIFICAÇÃO 
BRASIEIRA DE SOLOS, FRAÇÕES DO SOLO, ATIVIDADES DAS PARTÍCULAS DO 
SOLO, TEXTURA DO SOLO, ESTRUTURA DO SOLO, CÁLCULOS ANALÍTICOS 
INTERPRETAÇÕES. 
 
 
SOLO 
 
Ao longo da história o solo tem sido um 
elemento bastante familiar ao homem, que 
dele sempre dependeu para satisfazer as 
suas necessidades básicas de locomoção, 
abrigo e alimentação. Assim, os conceitos 
de solo são quase tão variados quanto as 
atividades humanas que nele se 
desenvolvem. 
Quando o homem estava no estágio de 
caçador não tinha por que cogitar a 
natureza do solo. No fim do século XVIII e 
começo do século XIX, os geólogos deram 
atenção ao solo como produto do 
intemperismo de rocha. Em 1880, na 
Rússia, Dokuchaeu ( Apud. Popp, 1988 ) 
revolucionou a concepção dos solos, pois 
reconheceu que a gênese dos solos, a 
complexa interação de inúmeros fatores 
além da rocha originária, incluindo também 
o clima, os organismos, a topografia e o 
tempo transcorrido sob a ação desses 
fatores. Entretanto, não chegou-se ao 
entendimento atual do perfil do solo, e do 
relacionamento entre seus horizontes ou 
camadas horizontais diferenciadas. 
SIRISTEU (1867-1927)( Apud. Popp, 1988) 
modificou as classes e introduziu o conceito 
de solos zonais e posteriormente ( 1927 ) 
MARBUST ( Apud. Popp,1988 ) deu 
desenvolvimento à classificação chamada 
americana, reformulada em 1938 e 1945. 
Importante também são as informações de 
JENNY ( 1941), que considera o relevo 
como um dos fatores de formação do solo, 
além do clima, material de origem, 
organismos e tempo, ou seja, o solo 
resultou da ação do clima e dos organismos 
sobre o material de origem, no relevo, 
durante um determinado tempo. Na nossa 
concepção, nada de novo, pois é igual a 
tese de DOKUCHAEU, existindo hoje 
várias classificações: americana, russa e 
francesa. Assim é que dentro deste 
contexto, no Brasil, utilizou-se os estudos 
dos solos através da metodologia 
americana e francesa por várias anos, até 
que em 2000 num esforço conjunto da 
EMBRAPA e Universidades foi publicado o 
estudo dos nossos solos. 
 
 
FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO 
( PEDOGÊNESE ) 
 
 
SOLO► f ( clima, biosfera, rocha, relevo, 
tempo etc ) 
 
ORIGEM DOS MATERIAIS 
 Rochas ígneas 
 Rochas sedimentares 
 Rochas metamórficas 
RELEVO 
 Zona de exportação 
Relevos acidentados, remoção e 
transporte de material 
 Zona de passagem 
 Zona de acúmulos 
CLIMA 
 Temperatura 
 Precipitação pluviométrica 
 Vento 
ORGANISMOS 
 Cobertura vegetal 
 Fauna 
 Homem 
TEMPO 
 Idade 
 Maturidade 
QUANTO MAIOR O NÚMERO DE 
HORIZONTES E MAIOR SUA 
ESPESSURA, MAIS MADURO É O SOLO.
O solo é um indivíduo tridimensional e 
independente da paisagem. Representa 
 71 
ele a resultante da ação ativa do clima e 
dos organismos sobre o material de 
origem, durante determinado espaço de 
tempo em determinado relevo. 
 
O solo é tridimensional, pois possui volume 
dado pelas duas dimensões superficiais, 
que lhe conferem uma área superficial, e 
por uma dimensão vertical, que lhe confere 
profundidade. Este volume é limitado acima 
pela atmosfera, lateralmente por áreas 
geladas, rochosas, águas profundas, enfim 
por tudo que não constitua solo, e, abaixo, 
estende-se até um limite ainda não 
estabelecido precisamente, sobre o qual há 
muita polêmica. Consideraremos a rocha 
consolidada como limite inferior do solo. 
 
Os solos além de volume, apresentam 
também anisotropia, isto é, suas 
propriedades físicas, químicas e 
mineralógicas, assim como suas 
características morfológicas, não são 
idênticas em todas as direções, fatos esses 
que se traduzem no aparecimento dos 
vários horizontes componentes dos perfis 
dos solos – anisotropia vertical e na 
existência de solos diferentes entre si – 
anisotropia horizontal. 
Apesar dessa individualização, os solos não 
se apresentam como entidades discretas na 
paisagem, claramente separadas umas das 
outras, como entre as espécies animais e 
vegetais, mas sim transicionando, entre si, 
gradativamente, sendo raramente 
encontrados limites abruptos entre eles. 
Assim, apresentam-se formando um 
contínuo na paisagem, onde diferentes 
solos, apesar da individualidade, 
apresentam algumas características iguais 
ou muito semelhantes, entre si. 
Isso possibilita agrupa-los em classes 
homogêneas segundo determinadas 
características e, portanto, ordena-los de 
acordo com normas elaboradas. Possibilita, 
enfim, classifica-los. 
 
Em resumo, o solo do ponto de vista 
pedológico, é considerado como um 
sistema disperso constituído ao longo do 
seu perfil, de três fatores: sólida, líquida e 
gasosa. A fase sólida é pouco variável, 
enquanto as fases líquida e gasosa variam 
constantemente, de acordo com as 
interferências atmosféricas As fases 
líquidas e gasosa ocupam os poros do 
sistema disperso solo, compondo assim a 
sua porosidade total, e são essencialmente 
interdependentes, variando sempre em 
função inversa uma da outra. 
 
INTEMPERISMO 
 
A porção externa e superficial da crosta é 
formada por vários tipos de corpos 
rochosos que constituem o manto rochoso. 
Estas rochas estão sujeitas a condições que 
alteram a sua forma física e composição 
química. Onde os fatores responsáveis pela 
alteração, ou seja meteorização, são 
provocados por agentes de ordem física, 
química e biológico, agindo isoladamente ou 
em associação. 
 
Duas fases são importantes no processo de 
meteorização, a física e a química, que são 
a desintegração e a decomposição, 
respectivamente. A desintegração é a 
ruptura das rochas inicialmente em fendas, 
progredindo para partículas de tamanho 
menores sem no entanto, haver mudança 
na composição. Já a química poderemos 
destacar os seguintes aspectos: 
 
INTEMPERISMO QÍMICO 
▼ 
A ÁGUA CARREGA DA ATMOSFERA 
▼ 
O2 , CO2 , NITRITOS , NITRATOS 
▼ 
AÇÃO CORROSIVA 
▼ 
ATACA AS ROCHAS ATRAVÉS DE 
PPROCESSOS 
▼ 
HIDRÓLISE , OXIDAÇÃO , HIDRATAÇÃO 
E CARBONATAÇÃO 
Hidrólise 
 
Os íons da água combinam-se com os compostos, formando novas substâncias. 
 72 
Ex. Feldspatos são pouco estáveis e sofrem a ação desse ataque. 
 
 K Al Si3 O8 + H2 O ► H Al Si3 O8 + KOH 
 feldspato água ácido aluminico silisico hidróxido de potássio 
 
 SAL ÁCIDO + BASE 
 
Hidratação 
 
Certos minerais podem adicionar moléculas de água à sua composição formando novos 
compostos. Como conseqüência, os minerais têm os seus volumes aumentados. 
 
 TENCIONAM-SE --- DIMINUI A COESÃO 
 ▼ 
 DESINTEGRAÇÃO DAS ROCHAS 
 
Ex. Anidrita ( Ca SO4 ) ► Gipso ( Ca SO4 . 2H2 O ) 
 Hematita ( Fe2 O3 ) ► Limonita ( Fe2 O3 . 2 H2 O ) 
 
Oxidação 
 
Os minerais se decompõem pela ação oxidante do O2 e do CO2. 
 
 ÁGUA + MINERAIS + O2 + CO2 ► HIDRATOS 
 ÓXIDOS 
 CARBONATOS 
 
Ex. Minerais que possuem íons de Fé+++ ( Pirita, Micas e Olivinas ). Quando a Pirita é oxidada, 
o Fé++ passa a Fé+++ forma Limonita liberando enxofre que combinando com água produz ácido 
sulfúrico. 
 
 PIRITA + ÁGUA ► LIMONITA 
 ( FeS2 ) H2O Fe2 O3 . 2 H2 O 
 ▼ 
 LIBERA S2 + ÁGUA ► ÁCIDO SULFÚRICO 
 ▼ 
 DISSOLVE OS SAIS 
 Ca , Mg , K, Na 
 ▼ 
Que são transportados pelos rios até os mares, sob a forma de sulfatos 
 
Carbonatação 
 
É um processo de decomposição por CO2 , contido na água ( colóides ) forma pequena 
quantidade de ácido carbônico. Exemplo: 
 
 
H2 O + CO2 ► H2 CO3 ( ÁCIDO CARBÔNICO ) 
 ▼ 
 CaCO3 ( CALCITA ) 
 ▼ 
 CaCO3 + H2 CO3 ► Ca ( HCO3 )2 
 Calcita Ac. Carbônico Bicarbonato de cálcio 
 73 
 
CALCÁRIOS, DOLOMITOS, GIPSO, FELDSPATOS, MICAS etc. SÃO SUSCEPTÍVEIS DE 
LIXIVIAÇÃO. 
 
Quando o CO2 escapar, o bicarbonato de cálcio precipita formando os grandes depósitos de 
rochas ( calcita, dolomitas, gipsitas etc ) e em particular as estruturas das cavernas calcáreas. 
 
PERFIL DO SOLO 
 
À medida que as rochas se intemperizam, 
os horizontes ou as camadas se 
diferenciam entre si. A parte superior, mais 
intemperizada do perfil do solo, corresponde 
aos horizontes A+B, e denomina-se sólum. 
Regolito é o matéria inconsolidado de 
rochas intemperizadas, de qualquer material 
de origem, que recobre extensas áreas da 
superfície terrestre. Veja o esquema a 
seguir: 
 
O perfil de solo é o conjunto de horizontes 
e/ou camadas no sentido vertical, desde a 
superfície até o material de origem ( rocha 
matriz ). 
 
CASSIFICAÇÃO BRASIEIRA DE SOLOS 
 
Em 1999 a EMBRAPA publicou o Sistema 
Brasileiro de Classificação de Solo, 
estruturado em 6 níveis, definidos num 
mesmo nível de generalização ou 
abstração. 
No 1o Nível ocorrem 14 Ordens: Alissolos, 
Argissoos, Cambissoos, Chernossolos, 
Espodossolos, Gleissolos, Latossolos, 
Luvissolos, Neossolos, Nitossolos, 
Organossolos, Planossolos, Plintossolos, 
Vertissolos. 
No 2o Nível ocorrem as Subordens que 
contemplam a coloração do horizonte 
subsuperficial, onde adjetiva-se o matiz do 
solo no estado úmido de: 
 
Vermelho – 10R ou 2,5YR 
Vermelho-amarelo – 5YR 
Amarelo – 7,5YR ou 10YR 
 
No 3o Nível ocorrem os Grandes Grupos, 
que consideram a condição química 
subsuperficial ( eutrófico, distrófico, 
ácrico e aumínico ). 
 
No 4o Nível ocorrem os Subgrupos – 
identificam solos intermediários
ou típicos. 
 
No 5o Nível a Família – leva em 
consideração a condição química ( 
saturação por bases, saturação por 
alumínio, o caráter aniônico, o caracetr 
alofânico, as casses de reação do sôo e o 
teor de ferro não contempado 
anteriormente), a condição física 
(distribuição de cascalho e concentrações 
no perfil, a constituição esquelética do solo, 
a profundidade dos horizontes A + B e 
adensamento), a mineralogia (tipo de 
horizonte A). 
 
No 6o Nível a Série – são considerados os 
dados químicos (matéria orgânica, 
trofismo), os dado morfológicos ( textura, 
estrutura, cor, consistência ) e os dados 
granulométricos ( textura ). 
 
 
 
 Tabela – Elementos formativos dos 
solos e seus significados 
 
 
Elementos 
formativos 
 
Significado 
 
Alissolo Alto teor de alumínio 
Argissolo B textura Tb 
Cambissolo B incipiente 
Chernossolo Chernozêmico 
Espodossolo Horizonte espódico 
Gleissolo Horizonte glei 
Latossolo B Latossóico 
Luvissolo Ta, acumulação de argila 
Neossolo Pouco desenvolvido 
Nitossolo B nítico 
Organossolo Horizonte hístico 
Planossolo Horizonte plânico 
Plintossolo Horizonte plíntico 
Vertissolo Horizonte vértico 
 
 74 
Quanto à constituição da fase sólida, o solo 
pode ser denominado de orgânico ou 
mineral. 
 
ORGÂNICO: < 20% de matéria orgânica, 
sendo 11,5% de carbono total. 
 
MINERAL: > 20% de matéria orgânica e 
menos de 11,5% de carbono total. 
 
FRAÇÕES DO SOLO 
 
Partículas unitárias e maiores de 0,20 mm 
de diâmetro é chamada de esqueleto do 
solo. 
 
FRAGMENTOS 
 
A) Matacões - maior que 200 mm de 
diâmetro. 
B) Calhaus – entre 200 e 20 mm de 
diâmetro 
C) Cascalhos – entre 20 e 2 mm de 
diâmetro 
 
Para caracterizar a textura do solo, 
considera-se a terra fina seca ao ar (TFSA), 
que passa na peneira de 2,0 mm. 
 
ESCALAS DE FRAÇÕES DO SOLO 
 
As mais importantes são a do 
Departamento de Agricultura dos Estados 
Unidos (Escala Americana ) e a de 
Atterberg ( Escala Internacional ). 
 
 Limite superior – 2,00 a 0,20 mm 
 (areia grassa) 
 Limite intermediário – 0,20 a 0,02 
mm (areia fina) 
 Limite intermediário – 0,02 a 0,002 
 (limo ou silte) 
 Limite final - < 0,0022 (argila) 
 
ATIVIDADES DAS PARTÍCULAS DO 
SOLO 
 
A grande maioria das reações que se 
processam no sistema água-solo-planta são 
fenômenos de superfície, dependentes das 
partículas existentes no solo. Assim sendo: 
 
 Areia – partículas inativas no solo. 
 Limo – já apresenta certa atividade 
de superfície. 
 Argila – é a parte ativa do solo, é a 
sede dos fenômenos físico-
químicos. 
 
A quantidade e o tamanho das partículas 
distribuídas no solo diferem a sua textura 
que é uma característica praticamente 
estável. 
 
O arranjo dessas partículas no solo, em 
agregados, sob diferentes formas, tamanho 
e grau de desenvolvimento, difere a sua 
estrutura, que é uma característica instável. 
 
TEXTURA DO SOLO 
 
É feita de dois modos: 
 
 Análise textural realizada em 
laboratório 
 Testes de campo, através do tato 
 (inconveniente). 
 
ESTRUTURA DO SOLO 
 
O tipo de estrutura do solo é determinado 
pela forma e arranjamento que apresentam 
os agregados ou elementos estruturais: 
Quatro são os tipos fundamentais: 
LAMINAR, PRISMÁTICA, COLUNAR, 
BLOCOS ANGULARES, BOCOS 
SUBANGULARES e GRANULAR. 
Em classificação de solos é comum a 
existência de uma adjetivação nome do 
solo, quanto a sua riqueza ou pobreza em 
nutrientes ou, pelo menos que dê uma idéia 
sobre sua fertilidade. As expressões usadas 
são: distrófico, eutrófico, ácrico, alumínico. 
 
CÁLCULOS ANALÍTICOS 
INTERPRETAÇÕES 
 
Soma de bases ( SB ) 
É a soma de cálcio ( Ca2+ ) , magnésio 
(Mg2+), potássio ( K+ ) e sódio ( Na+ ). 
 
CAPACIDADE DE TROCA DE CÁTIONS 
(CTC) 
É a soma de bases ( SB ) + alumínio ( Al3+ ) 
+ hidrogênio ( H+ ) a pH 7 ( CTC ou T) 
 
 75 
GRAU DE SATURAÇÃO DE BASES ( V ) 
Divisão do SB pela CTC 
A interpretação do índice V é importante 
porque, conforme o valor, o solo pode ser 
eutrófico ou distróico. 
 
SATURAÇÃO POR ALUMÍNIO ( m ) 
Quando elevada, e ao mesmo tempo é ato 
o teor de Al3+ extraível, atesta o caráter 
alumínico. 
m = Al3+ SB + Al3+ x 100 
 
RETENÇÃO DE CÁTIONS ( RC ) 
A retenção de cátions ( RC ), se for 1,5 
cmolc / Kg de argila e ao mesmo tempo o 
valor de pH KCl > 5, ou o pH positivo ou 
nulo, certifica o caráter ácrico, e é assim 
definida: 
 
RC = SB + Al3+ % de argila x 100 
 
É de grande importância relembrar que os 
termos eutrófico, distrófico, alumínico e 
ácrico são relativos ao horizonte diagnóstico 
de subsuperficie B ou, na ausênia, ao 
horizonte C; ou no horizonte A nos 
Neossolos Litólicos ou Regoíticos. 
 
DISTRÓFICO 
 
Em uma amostra de solo, os cátions de 
Alumínio e Hidrogênio são maiores que a 
soma das bases (Cálcio, Magnésio, 
Potássio e Sódio). Sendo que o Alumínio 
ocupa menos de 50% da capacidade de 
troca. 
 
EUTRÓFICO 
 
Em uma amostra de solo, os cátions de 
Cálcio, Magnésio, Potássio e Sódio (bases) 
ocupam mais de 50% da capacidade de 
troca. 
 
 
 
Tabela - Valores de saturação por bases (V ), soma de bases (SB), saturação por 
 alumínio (m) e de retenção de cátions ( RC ), relacionados com os 
 termos eutrófico, distrófico, alumínico e ácrico. 
 
Interpretação V 
% 
Al3+ 
Cmolc Kg
-1 de solo 
m 
(%) 
RC(1) 
Cmolc Kg
-1 de argila 
Eutrófico 50 
Distrófico < 50 
Alumínico 4 50 
Ácrico 1,5 
 Fonte: Prado, 2003. 
 ( 1 ) Para ser ácrico há necessidade do valor de retenção de cátions ser 1,5 Cmolc Kg
-1 de 
argila e ser atendida pelo menos uma dessas condições: pH KCl ( 1 N ) 5, ou ainda se pH 
for positivo ou nulo. 
 
A Condutividade elétrica do extrato de saturação, tradicionalmente expressa em mmhos/cm, 
com a adoção do SI, a condutividade elétrica passou a ser expressa em Siemens por metro ( 
S/m ). Contudo, a magnitude do valor não foi alterada, ou seja, mmhos/cm=mS/cm=dS/m. 
 
A Tabela a seguir, quanto a salinidade e sodicidade dos solos, os limites de classes 
apresentados servem apenas de referência, já que há diferenças no comportamento das 
culturas com relação à acidez, à salinidade e a disponibilidade de nutrientes. 
 
 
 
 
 
 
 76 
Tabela .Classificação, índices relacionados com salinidade e modo de 
 recuperação do Solo. 
 
Solos C.E1 
( dS / m ) 
pH em água PST2 Recuperação 
Normal <4,0 - <15 - 
Salino >4,0 <8,5 <15 Lavagem dos sais 
Sódico até 4,0 8,5 a 10,0 >15 Gesso e lavagem 
Salino-Sódico >4,0 - >15 Gesso e lavagem 
1 Condutividade elétrica do extrato de saturação; 2 Porcentagem de sódio trocável. 
 
Para acidez, adotam-se as seguintes classes de interpretação do pH em água. 
 
Tabela . Classes de interpretação para pH em H2 O. 
 
Classes Valores de pH ( 1: 1,25 ) 
Acidez elevada <5,0 
Acidez média 5,0 – 5,9 
Acidez fraca 6,0 – 6,9 
Alcalinidade fraca 7,0 – 7,8 
Alcalinidade elevada >7,8 
 
 
INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DE ANÁLISE DE SOLO 
 
Tabela . Os números fornecidos pela análise química consideram os métodos 
 de análise utilizados nos laboratórios da região semi-árida, 
 coordenados pelo programa de análise da EMBRAPA Solos. 
 
Nível 
K+ 
 
Ca2+ 
 
Mg2+ 
 
Al3+ 
 
SB 
 
CTC 
 
V 
 cmolc/dm
3 cmolc/dm
3 cmolc/dm
3 cmolc/dm
3 cmolc/dm
3 cmolc/dm
3 % 
Muito baixo <0,08 <26 
Baixo 0,08-0,15 <1,6 <0,7 <0,4 <2,6 <4,1 26-50 
Médio 0,16-0,25 1,6-4,0 0,7-1,5 0,4-1,0 2,6-6,0 4,1-8,0 51-70 
Alto 0,26-0,40 >4,0 >1,5 >1,0 >6,0 >8,0 71-90 
Muito alto >0,40 >90 
 
A extração de fósforo é realizada pelo extrator
Mehlich-1 em solos ácidos e pelo extrator Olsen 
em solos alcalinos. Na próxima Tabela são apresentados os limites dos níveis de fósforo, 
segundo a textura do solo analisado e para a matéria orgânica. 
 
Tabela . Limites de interpretação para níveis de fósforo, em solos de textura 
 arenosa e argilosa e para matéria orgânica. 
 
Níveis P – solo arenoso P – solo argiloso Matéria orgânica 
 mg / dm3 mg / dm3 g/ kg 
Muito baixo <6 - - 
Baixo 6-10 <6 <16 
Médio 11-12 6-10 16-30 
Alto 21-40 11-20 >30 
Muito alto >40 >20 
 77 
 
 
Tabela . Fatores para conversão de unidades antigas em unidades do 
 sistema internacional de unidades. 
 
 
UNIDADE ANTIGA 
( A ) 
 
UNIDADE NOVA 
( N ) 
 
FATOR DE CONVERSÃO 
( F ) 
% g/ Kg ; g/dm3 ; g/ L 10 
ppm mg/Kg ; mg/dm3 ; mg/ L 1 
meq/ 100cm3 mmolc / dm
3 10 
meq / 100g mmolc / Kg 10 
meq / L mmolc / L 1 
P2 O5 P 0,437 
K2 O K 0,830 
CaO Ca 0,715 
MgO Mg 0,602 
mmho/ cm ds / m 1 
FONTE: RAIJ. BERNARDO VAN et. alii. ( IAC ) 
 mmolc = milimol de carga 
 ds / m = deci-siemen por metro 
 ppm = partes por milhão 
 meq / 100 cm3 = miliequivalentes por cem centímetros cúbicos 
 % = percentagem 
 mmolc / dm
3 é 10 vezes o cmolc / dm
3 
 1 ppm = 1 mg / dm3 
 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO 
 
SUBSTITUIR 
 meq / 100 cm3 por cmolc / dm
3 
 ( centimol de carga por decímetro cúbico). 
 
 
 
 TABELA .RESULTADOS DE ANÁLISE DE AMOSTRAS DE SOLO 
 
IDENTIFICAÇÃO: Nome; propriedade, cidade, endereço, etc. 
 
PROTOCOLO 
( Códigos ) 
NO DA AMOSTRA PROFUNDIDADE IDENTIFICAÇÃO 
DA AMOSTRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 78 
SIGLA DESCRIÇÃO UNIDADE RESULTADO 
M.O Mat. Orgânica g/dm3 
pH H2O – 1:2,5 - 
C.E. Extrato Sat. dS/m 
P Fósforo mg/dm3 
K Potássio cmolc / dm
3 
Ca Cálcio cmolc / dm
3 
Mg Magnésio cmolc / dm
3 
Na Sódio cmolc / dm
3 
Al Alumínio cmolc / dm
3 
H + Al Ac. Potencial cmolc / dm
3 
S ( bases ) Soma de Bases cmolc / dm
3 
CTC Cap. Troca Cat. cmolc / dm
3 
V Sat. Bases % 
S Enxofre mg/dm3 
B Boro mg/dm3 
Cu Cobre mg/dm3 
Fe Ferro mg/dm3 
Mn Manganês mg/dm3 
Zn Zinco mg/dm3 
FÍSICA 
Areia % 
Silte % 
Argila % 
Argila Natural % 
 
Densidade Real 
 Aparente 
 0,06 atm % 
 0,10 atm % 
 0,33 atm % 
 0,60 atm % 
 1,00 atm % 
 15 atm % 
 FONTE: DTCS E EMBRAPA. 
 
ESSENCIABILIDADE E 
DISPONIBILIDADE DE NUTRIENTES 
 
Foram identificados 52 fatores que afetam o 
crescimento das culturas: temperatura, 
latitude, altitude, matéria orgânica do solo, 
concentração de argila, velocidade do 
vento, doenças, insetos, qualidade da 
semente, capacidade de troca catiônica do 
solo, entre outros. Destes, 45 podem ser 
manipulados pelo homem, para obtenção 
de altas produtividades. Nesse contexto 
enquadram-se a nutrição e a adubação, que 
diante de 45 fatores podem representar 
uma gota de água no oceano. 
Os critérios para a essenciabilidade dos 
nutrientes são: 
 Na ausência do elemento a planta 
não completa o seu ciclo vegetativo; 
 O elemento não pode ser substituído 
por nenhum outro; 
 O elemento deve ter um efeito direto 
na vida da planta e não exercer 
apenas o papel de, com sua 
presença no meio, neutralizar efeitos 
físicos, químicos ou biológicos 
desfavoráveis para o vegetal. 
Além do Carbono, Hidrogênio e Oxigênio, 
treze elementos são considerados 
essenciais para o desenvolvimento das 
plantas, sendo divididos em dois grandes 
grupos, relacionados com as quantidades 
exigidas. 
 79 
 Macronutrientes : N, P, K. Ca , Mg e 
S 
 Micronutrientes : B, Cl, Cu, Fe, Mn, 
Mo e Zn. 
 
A determinação de formas disponíveis de 
nutrientes no solo parece ser mais 
adequada do que a determinação do 
nutriente nas plantas. Entretanto, os 
métodos de análise de solo utilizados são 
nada mais que os métodos que melhor se 
correlacionam com o método padrão para 
medir disponibilidade, método que é o 
conteúdo de nutriente na planta. 
Assim, a medição da capacidade de ceder 
nutrientes se realiza por meio da 
determinação das quantidades de nutrientes 
que se encontram no solo na forma 
disponível para as plantas. 
Entretanto, estar disponível, depende além 
das formas em que um elemento se 
encontra no solo, da capacidade de 
absorção da cultura, do desenvolvimento do 
sistema radicular, do tempo de crescimento, 
da água no solo, da disponibilidade de 
outros nutrientes e da Capacidade Tampão 
( CT ). 
A forma absorvível é a fração do disponível 
que não apresenta limitações por transporte 
e, a quantidade efetivamente absorvida será 
desse modo dependente da quantidade de 
nutriente absorvível e da eficiência de 
absorção da planta. 
Os valores obtidos da análise de solo por 
determinado método de extração tornam-se 
utilizáveis somente quando se 
correlacionam com as respostas das 
culturas, ou seja com resultados de 
pesquisa da fertilidade, onde se faz a 
correlação entre doses de nutrientes 
aplicados e a resposta, por exemplo 
produtividade. Muita atenção deve-se ter 
com relação à metodologia dos trabalhos 
sobre adubação, pois um trabalho de 
CALIBRAÇÃO, diferencia-se de um de 
NÍVEIS DE ADUBAÇÃO. 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
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Alessandro. A era dos gigantes. Sapiens, 
São Paulo; n. 1, p 51-53. 2004 (Setembro). 
 
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Recomendações de adubação para o 
Estado da Bahia. 1a . ed. Salvador, Ba.: 
EMATERBA, 1980. 89p. il. CDU 631.8. 
 
Governo Federal. Empresa Brasileira de 
Pesquisa Agropecuária. Centro Nacional de 
Solos. Sistema Brasileiro de classificação 
do solo. Rio de Janeiro, Rj.: EMPRAPA. 4a 
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York: McGraw-Hill, 1941. 281p. 
 
Lopes, Alfredo Scheid. Manual 
internacional de fertilidade do solo. 2a ed. 
Campinas: POTAFOS, 1998. 177p. il. 
 
Malavolta, Eurípides. Manual de química 
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Paulo,SP.: Ceres, 1967. 606p. il. 
 
Oliveira, João Bertoldo de; Jacomine, Pauo 
Klinger T.; Camargo, Marcelo 
Nunes.Classes gerais de solos do Brasil. 
2a ed.Jaboticabal: FUNEP/UNESP, 1992. 
201p. il. 
 
Pavan, Marcos Antônio. Análises químicas 
de solo. Parâmetros para interpretação. 
Londrina, Pr. : IAPAR. 1996. 48p. il. CDD 
631.41 ( IAPAR. Circular, 91 ). 
 
Pontes, Antônio Scaffa Correia. Solos e 
nutrição de plantas frutíferas. 
Juazeiro,Ba.: UNEB/DTCS. 2003. 114p. il. 
 (apostila curso de especialização em 
fruticultura tropical irrigada). 
 
 Popp, José Henrique. Geologia Geral. 5a 
ed. Rio de Janeiro, RJ.: LTC, 1998. 376p. il. 
 
Prado, Hélio do. Solos do Brasil. 3a ed. 
Piracicaba, SP.: H. Prado, 2003. 275p.il. 
 
Raij, Bernnardo Van et. alii. 
Recomendações de adubação e calagem 
para o Estado de São Paulo. Campinas, 
SP. : IAC. 1996. 285p. il . ( Boletim Técnico, 
100 ). 
 
 80 
 
CAPITULO V 
 
EXCURSÃO, UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA NA APRENDIZAGEM. 
 
 
EXCURSÃO À CHAPADA DIAMANTINA, UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA NA 
APRENDIZAGEM DA GEOLOGIA1. 
 
Clarismar de Oliveira Campos2 , Francisco Santana Nunes2 
 
RESUMO 
 
A excursão científica, à Chapada 
Diamantina, objetivou aferir conhecimentos 
geológicos, para os alunos da FFPP/UPE. 
Para os registros geográficos, utilizou-se 
um GPS 310 (Sistema Global de 
Posicionamento). Para as outras 
ocorrências, a câmara fotográfica, 
posteriormente uma revisão da literatura. 
Grande parte do Estado da Bahia acha-se 
contido no Cráton São Francisco, 
estabilizado no final do Ciclo Geotectônico
Transamazônico. O Cráton é envolvido por 
faixas ou sistemas de dobramentos 
desenvolvidos durante o Ciclo Geotectônico 
Brasiliano , sendo representados por 
seqüências metassedimentares e 
metavulcano-sedimentares com vergências 
no sentido cratônico. Após a estabilização 
cratônica iniciou-se o ciclo de deposição 
sedimentar do Proterozóico Médio, 
ocorrendo na Chapada Diamantina, uma 
seqüência de sedimentos 
predominantemente carbonato-pelíticos, 
depositada em ambiente marinho 
epicontinental, formada por 
metaconglomerados quartzitos, argilitos, 
magas e calcários francamente 
metamorfisados. 
 
Palavras Chaves: Bahia, geologia, 
Chapada Diamantina. 
 
ABSTRACT 
 
The scientific excursion was intendend for 
the students from the FFPP / UPE, willing to 
expand their geological knowledge about 
Chapada Diamantina. Some tools were 
used such as GPS 310 (Global System of 
Positioning) for geographic registers, 
camera for other occurrences and later a 
literature review. 
The major part of Bahia State lies witin the 
São Francisco Craton, stabilized by the end 
of the Transamazonic Geotectonic Cycle. 
The Craton is involved by folding systems, 
developed during the Brazilian Geotectonic 
Cycle being represented by sedimentary or 
metavolcanic-sedimentary sequences with 
vergences in the cratonic sense. The 
middle-Proterozoic cycle of sedimentary 
deposition followed the cratonic stabilization, 
in the Chapada Diamantina, is a sequence 
of predominantly lime-pelitical sediments, 
deposited in epicontinental environment, 
formed by metaconglomerates, quartzites, 
clays, marls, and limestones, slightly 
metamorphosed. 
 
Index terms: Bahia, geologic, Chapada 
Diamantina. 
 
 
__________ 
 
1 – Atividade do Departamento de Geografia e História da FFPP/ UPE. 
2 – Eng0 . Agr0 . M. Sc. Douto, Professor de Geologia da FFPP/UPE. BR 203, 
 Km 2. Campus Universitário, Cx postal 66, 56.300-000 Petrolina, PE. Fone 87-3861-4879. 
3 - Geógrafo, Advogado, Cel. PM ( Reformado ), Professor da FFPP/UPE. 
 
 81 
 
INTRODUÇÃO 
 
O Estado da Bahia, situado na região 
Nordeste do Brasil, é delimitado pelas 
coordenadas geográficas 80 32’ 00’’ e 180 
20’ 45’’ de latitude Sul e 370 19’ 39’’ e 460 
34’ 36’’ de longitude Oeste, ocupa uma 
posição geográfica privilegiada na 
integração entre as regiões Sul-Sudeste e 
Norte-Nordeste do País ( Azevedo, 1994 ). 
 
A Chapada Diamantina, localizada no 
centro do Estado da Bahia, como parte 
importante do escudo continental brasileiro, 
compreende 33 municípios, com uma 
superfície de 41.994 Km2 . Inserido na 
Chapada Diamantina, o Parque Nacional, 
criado pelo Decreto Federal n0 91.655 de 
17.08.85 com área de preservação 
permanente de 1.520 Km2 pertencente, aos 
municípios de Lençóis, Andaraí, Palmeiras, 
Mucugê e Ibicoara. Divide-se em vários 
sítios ecológicos bem distintos: Morros, 
Rios, Cavernas, Poços, Pântanos, 
Cachoeiras e Rios Subterrâneos. Estes 
sítios abrigam uma das mais ricas 
biodiversidades do planeta ( Car, 1995). 
 
Na área do Parque, várias cidades 
destacam-se pela sua beleza, onde Lençóis 
que está cravada no coração da Bahia, 
cercada por serras, rios,cachoeiras, 
cavernas, cannyons e pântanos. Lençóis é 
o portal de entrada para quem busca 
cultura, lazer, ecoturismo e aventura. 
Cidade histórica do ciclo do diamante, dista 
413 Km de Salvador, possui um estilo 
arquitetônico colonial, é mística e 
aconchegante. A cidade possui uma 
excelente infra-estrutura hoteleira e 
turística, proporcionando ao visitante 
segurança, comodidade e qualidade em 
atendimento. Enfim, a síntese da emoção 
que o visitante vai experimentar ao 
conhecer o Parque Nacional da Chapada 
Diamantina (Guia,2005). 
 
Na Chapada Norte, cortada pela BA-052, a 
“estrada do feijão” merece destaque a 
cidade de Morro do Chapéu que, apesar de 
estar localizada no polígono das secas, tem 
um clima privilegiado, oferecendo uma 
ótima potencialidade turística. Nesse 
município encontra-se o maior orquidário 
natural do país, sendo descoberto, 
recentemente, pelo paisagista Burle Marx. É 
importante destacar a água de suas fontes 
e cascatas, a Lagoa do Tareco, a Cachoeira 
do Ferro Doido, a Gruta dos Brejões e o 
Buraco do Possidônio, dentre outras 
belezas naturais existentes no município 
(Bahia, 1978). 
 
Recentemente foram descobertas, em Pico 
das Almas, no município de Rio de Contas, 
131 espécies de plantas até antão 
desconhecidas pela comunidade científica. 
Os botânicos envolvidos com a descoberta 
foram unânimes em seus relatos “ a 
natureza ficou maior, mais bonita e mais 
complicada com o Pico das Almas. É 
impressionante descobrir tantas plantas no 
fim do século XX”. A diversidade de plantas 
aí existentes pode ser comparada à da 
Amazônia, e a variedade Pbysocalix 
scaberrimos só aí é encontrada. O Pico 
das Almas é considerado uma bomba 
geradora de espécies, com similaridade 
apenas nas Regiões do Cabo (África do 
Sul), Choco (parte ocidental dos Andes, na 
Colômbia) e no Sudoeste da Austrália (Car, 
1995). 
 
A conjugação dos fatores relevo, flora e 
recursos hídricos proporcionam à Chapada 
Diamantina uma singular beleza, 
destacando-se o Vale do Rio São José, 
onde encontram dez riachos afluindo em 
cascatas. O Morro do Pai Inácio, as grutas 
da Pratinha, Lapa Doce e o Vale do Capão 
-de forma semelhante a um canyon -, 
penetrando com desníveis de até 300 
metros nas planícies dos campos gerais, a 
Cachoeira da Fumaça, são pontos de 
extrema beleza. O Vale do Capão, foi 
escolhido por grupos de profissionais 
liberais e ambientalistas para aí se 
instalarem em diversos sítios ou 
comunidades alternativas. Neste Vale eles 
desenvolvem práticas naturalistas baseadas 
em dietas alimentares, como também em 
vivências em contato com a natureza 
(Guia, 2005). 
 
O Estado da Bahia encontra-se quase que 
totalmente inserido no Cráton do São 
Frnacisco (Almeida, 1977 ), entidade 
geotectônica estabilizada no ciclo 
Brasiliano, cerca de 600 milhões de anos . 
Podemos distinguir, simplificadamente, 
além das coberturas cenozóicas e 
mesozóicas não-dobradas, três grandes 
conjuntos pré-cambrianos: os supergrupos 
São Francisco e Espinhaço, que 
representam coberturas plataformais 
dobradas do Neoproterozóico e do 
Mesoproterozóico, respectivamente, e a 
Associação Pré-Espinhaço, que identifica o 
embasamento arqueano-paleoproterozóic 
(Mascarenhas, 1990). 
 
Em outras palavras, seu relevo caracteriza-
se por áreas planálticas e serranas, 
intercaladas pelas depressões periféricas e 
interplanálicas. A variedade de sua 
conformação decorre de ter sido fundo de 
mar e praia, há milhões de anos. A água 
que invadia o continente depositava 
sedimentos na região e a areia foi formando 
rochas com veios de diamantes. Os 
jazimentos de diamante, extensamente 
distribuídos nos domínios e adjacências da 
Chapada Diamantina, representaram no 
passado expressiva produção, através da 
atividade garimpeira. Atualmente, a maioria 
desses garimpos encontra-se inativa. 
 
A viagem técnica, científica, teve o objetivo 
de aumentar os saberes geológicos, 
correlação com outras ciências, com visitas 
“in loco”, para os alunos da FFPP/UPE. 
 
 
METODOLOGIA 
 
A excursão à Chapada Diamantina, com 
concentração na cidade de Lençóis, Ba., 
ocorreu entre os dias 25.26 e 27 de 
fevereiro de 2005. O grupo foi composto por 
40 alunos e dois professores, tendo como 
suporte humano dois guias, previamente 
contratados para orientação nos 
deslocamentos das trilhas e trekkings. Para 
localização das localidades e navegação de 
posições geográficas utilizou-se um GPS 
310 (Sistema Global de Posicionamento). 
Outra maneira de registrar as ocorrências 
foi através do registro fotográfico e 
posteriormente uma revisão da literatura.
Os roteiros previamente escolhidos foram: 
Rio Mucugezinho, Poço do Diabo, Morro do 
Pai Inácio, Pratinha, Gruta Azul, Gruta da 
Torrinha e trekking do Ribeirão do Meio e 
passeio pela cidade. 
Finalizando uma reunião de avaliação, 
exposição de painéis, relatórios e feitio de 
artigo para publicação. 
 
 
DESENVOLVIMENTO 
 
A cidade de Lençóis, Ba. está localizada 
nos contrafortes da Serra do Sincorá, a 413 
Km da cidade de Salvador, tendo como 
coordenadas geográficas 120 33` 47`` de 
Latitude Sul e 450 23` 47`` de Longitude 
Oeste, com altitude de 415 m acima do 
nível do mar, visto a cidade ficar localizada 
dentro do Vale do Rio Lençóis, justificando 
assim a sua baixa altitude. 
A região possui um potencial agroclimático 
> 70, classificado como ótimo; Isotermas 
com média compensada anual de 220 C; 
com um tipo de clima classificado como 
Úmido a Sub-úmido. O posto meteorológico 
Afrânio Peixoto n0 4747523, instalado em 
1962 pelo DNOCS (Departamento Nacional 
de Obras Contra as Secas ), com altitude de 
850 m acima do nível do mar, em 17 anos 
apresenta uma média pluviométrica de 
1.238 mm, sendo a máxima de 1.822 mm e 
mínima de 661 mm. Esta é a única área do 
Estado onde a influência orográfica 
favorece a intensidade das chuvas de 
maneira significativa. Outro fator diz 
respeito à temperatura, os valores térmicos 
são amenizados pela altitude (Sei, 1990; 
Bahia,1978 ; Bahia,1977; Brasil, 1990 ). 
 
A cidade é caracterizada pela importância 
histórica, ligada ao período áureo da 
mineração. Para lá convergia toda a riqueza 
da época, consagrando-a como a mais 
importante cidade do século XVIII. 
Dotada de beleza natural e de paisagens 
pitorescas – o que resta de seu passado -, 
essa região associa às relíquias de seus 
conjuntos arquitetônicos em estilo colonial 
diversificada, influência neoclássica e 
 83 
neogótica e até em raríssimos casos, a 
influência rococó. Por conservar ainda, em 
grande parte, os fatos, monumentos e ruas 
ligados à vida colonial foi tombada pelo 
Patrimônio Histórico Nacional, desde 1973. 
 
A visita ao Balneário do Rio Mucugêsinho, 
no ponto da parada, as coordenadas foram 
120 27` 49`` S e 410 25` 06`` O, a altitude 
foi de 752m. 
Durante a caminhada, podemos observar 
que a água de cor escura, devido a alta 
concentração de ferro, descia em alta 
velocidade, provocando o feitio de um 
pequeno canyon, deixando à mostra todo 
um perfil de rochas e sedimentos. A 
chegada ao Poço do Diabo, apresentou 
coordenadas de 120 27` 49`` S e 410 24` 
56`` O, a altitude foi de 683 m gerando um 
desnível de 69 metros. 
O Estado da Bahia encontra-se quase que 
totalmente inserido no Cráton do São 
Francisco (Almeida, 1977 ), entidade 
geotectônica estabilizada no ciclo 
Brasiliano, cerca de 600 milhões de anos . 
Podemos distinguir, simplificadamente, 
além das coberturas cenozóicas e 
mesozóicas não-dobradas, três grandes 
conjuntos pré-cambrianos: os supergrupos 
São Francisco e Espinhaço, que 
representam coberturas plataformais 
dobradas do Neoproterozóico e do 
Mesoproterozóico, respectivamente, e a 
Associação Pré-Espinhaço, que identifica o 
embasamento arqueano-paleoproterozóico ( 
Mascarenhas, 1990 ). 
Realmente, na visita “in loco”, tendo como 
testemunha as fotografias, pudemos 
perceber que nesta localidade, hoje estável, 
em se tratando de um Cráton, no passado 
essa área foi envolvida por seqüências de 
sedimentação, dobramentos e 
metamorfismo. 
 
A visita externa ao Morro do Pai Inácio, com 
1.150 m de altitude, cuja lenda fala de um 
escravo, de nome Inácio, fugindo dos seus 
perseguidores atira-se de cima do morro 
com um guarda-chuva, vindo a falecer. Daí 
em diante os populares apelidaram como 
“Morro do Pai Inácio”. 
Nas encostas do morro, no Centro 
Geométrico do Estado da Bahia, donde 
pode-se ter uma vista do Morro do Pai 
Inácio, as coordenadas foram: 120 27` 41`` 
S e 410 24` 51`` O, a altitude foi de 669 m. 
Procurando estabelecer uma “ Correlação 
entre o supergrupo espinhaço no Brasil, o 
grupo Chela em Angola e as formações 
Nosib e Khoabendus da Namíbia” Torquato 
e Fogaça (1981) dizem que a ligação 
pretérita pré-gondwânica entre os vários 
continentes é uma idéia hoje considerada 
indiscutível. Baseados no conhecimento da 
sedimentação, tectônica e vulcanismo que 
ocorre no Mar Mediterrâneo, os autores 
não concordam com as idéias apresentadas 
por outros pesquisadores que admitem a 
sua formação através de um geossinclíneo 
alpino no sentido clássico. Ainda no mesmo 
trabalho, observando-se o posicionamento 
pré-gondwânico, as duas faixas de rochas 
se encaixam perfeitamente, sendo a faixa 
africana o prolongaemnto natural, para o 
Sul, da faixa brasileira. No Brasil, a faixa do 
Espinhaço apresenta-se sob a forma de S, 
com mais de 1.000 Km de extensão e 
direção grosseiramente N-S. A sua 
ocorrência está limitada pelos paralelos 90 e 
210 Sul e pelos meridianos 400 450 Oeste 
ocupando parte dos Estados de Minas 
Gerais e Bahia. Na África, a faixa Chela / 
Namíbia tem direção geral NW-SE e 
estende-se, de maneira irregular por mais 
de 1.200 Km. Está limitada pelos paralelos 
140 e 260 Sul e pelos meridianos 130 180 
Este. Na reconstrução paleogeográfica 
existem cerca de 500 Km de distância entre 
os extremos meridional da faixa brasileira e 
setentrional da faixa africana. Esta lacuna é 
perfeitamente explicável pelo arqueamento 
e erosão a que as duas margens 
continentais foram submetidas durante os 
estágios iniciais da separação mesozóica 
dos continentes e pelo retrabalhamento dos 
geossinclinais do proterozóico superior. 
 
Na Fazenda Pratinha, que fica localizada no 
município de Iraquara, conhecida como 
“cidade das grutas”, na localidade as 
coordenadas foram: 120 21` 08`` S e 410 
32` 30`` O, a altitude foi de 673 m. Nesta 
fazenda, dotada de infra-estrutura de hotel, 
restaurante e artesanato, com motivos 
regionais, e venda de pedras semi-
preciosas, duas particularidades são 
FOTO: CLARISMAR 
FOTO: CLARISMAR 
FOTO: CLARISMAR 
 84 
importantes, o afloramento do Rio Pratinha, 
que vem subterrâneo desde a sua nascente 
no Município de Morro do Chapéu, gerando 
assim um belo balneário. A outra 
particularidade é a Gruta Azul, cujo nome 
vem da cor de suas águas azuis - devido a 
presença de magnésio – cujo horário mais 
apropriado para verificar o fenômeno é por 
volta das 15 horas, onde a penetração dos 
raios solares, em contato com a água dão a 
sensação de cor azulada. Na gruta o 
visitante pode apreciar as formações 
belíssimas de estalactites e estalagmites, 
além de fazer “flutuação” observando assim 
os peixes, sedimentos, algas, em ambiente 
aquático. 
A rocha predominante nesta área é o 
calcário, onde o fenômeno ocorre devido 
um processo químico chamado de 
carbonatação, que é a decomposição por 
CO2 , contido na água (colóides) formando 
ácido carbônico, este vai formar calcita, a 
calcita vai reagir com mais ácido carbônico 
e formar o bicarbonato de cálcio. Quando o 
CO2 escapar, o bicarbonato de cálcio 
precipita formando os grandes depósitos de 
rochas ( calcita, dolomita, gipsita etc ) e em 
particular as estruturas das cavernas 
calcárias, tais como estalactite, estalagmite. 
De acordo com Azevedo (1994), compondo 
a cobertura da área cratônica, ocorre uma 
seqüência de sedimentos 
predominantemente carbonato-pelíticos do 
Proterozóico Superior, denominada 
Supergrupo São Francisco. Essa 
seqüência, depositada em ambiente 
marinho epicontinental, é formada por 
metaconglomerados, quartzitos, argilitos, 
margas e calcários francamente 
metamorfisados. 
 
O solo a área é vermelho intenso, 
classificado como Argissolo (Podzólico), rico 
em nutrientes para os vegetais. Na 
propriedade notou-se pequenos campos 
com irrigação, onde o proprietário
Sr. 
Oliveira nos informou “ nunca fazer 
adubação” devido a riqueza do solo em 
macro e micro nutrientes. O Gerente e 
proprietária da propriedade, nos ofertou um 
quartzo rutilado. Nos domínios do Grupo 
Chapada Diamantina, Supergrupo 
Espinhaço, de idade mesoproterozóica, 
situam-se inúmeros garimpos de cristal-de-
rocha da região Minas do Mimoso, alguns 
deles com produção de exemplares que se 
prestam para aproveitamento gemológico. A 
maior parte dessas mineralizações está 
encaixada em sedimentos pelíticos com 
níveis arenosos da Formação Caboclo do 
referido grupo e, em menor parte, em 
arenitos finos a médios de aspecto 
recristalizado, às vezes conglomeráticos, 
constituintes da Formação Morro do 
Chapéu. Todas as mineralizações estão em 
veios quartzosos representando 
manifestações hidrotermais, tipo filoniano, 
que cortam ou concordam com as camadas 
das seqüências sedimentares. 
Atualmente, tem assumida destacada 
importância gemológico-comercial os 
cristais de quartzo com inclusões de rutilo, 
que ocorrem associados aos quartzos 
hialinos. Geralmente a extração é de 
natureza rudimentar, diretamente nos filões, 
sendo também direcionada para blocos 
situados em material coluvionar, que 
incorpora produtos de desagregação 
desses filões. As mais importantes 
mineralizações de cristal-de-rocha, com 
associações de quartzo rutilado, ocorrem 
nos domínios da cobertura 
vulcanossedimentar dobrada, 
mesoproterozóica, da Chapada Diamantina 
Ocidental, cujos exemplares mais 
significativos estão agrupados nos 
jazimentos situados na região de Ibitiara 
(Couto, 2000). 
A visita à Gruta da Torrinha, localizada no 
município de Iraquara, cujas coordenadas 
foram 120 20` 55`` S e 410 36` 14`` O, a 
altitude registrada foi de 665m acima do 
nível do mar. A formação rochosa da área é 
o calcário, e para confirmação efetuou-se 
um teste de laboratório, em uma amostra da 
rocha, onde colocou-se o ácido clorídrico, 
HCl ( 3 N ) em cima da rocha, se borbulhar 
é calcária, se não borbulhar é ácida. O teste 
mostrou que ao contato do ácido com a 
rocha, esta borbulhou e muito, indicando 
assim que se tratava de uma rocha calcária. 
 
Várias particularidades chamam a atenção 
nessa gruta, são as formações de 
espeleotemas raros, tais como a flor de 
aragonita, formada de carbonato de cálcio, 
FOTO: CLARISMAR 
FOTO: CLARISMAR 
FOTO: CLARISMAR 
 85 
onde desafiando a força da gravidade a 
estalactite faz uma volta para cima e 
estabelece a flor na ponta. Outra 
particularidade são os tubos de órgãos, os 
cones vulcânicos, e até uma miniatura do 
Morro do Pai Inácio, ocasionados pela 
deposição de calcita ou aragonita. 
 
 
Finalizando, no último dia, fez-se uma 
caminhada, que iniciou-se por um city tour 
pela cidade de Lençóis, após o grupo 
dirigiu-se por uma trilha de 4 Km até o 
Ribeirão do Meio. Durante a caminhada, 
fomos informados que várias espécies 
existentes na Chapada Diamantina estão 
ameaçadas de extinção, tais como o 
Macaco barbado (Alonatta caraya) e o 
Beija-flor de gravatinha-vermelha 
(Angastes lumachaellus). O solo dessa 
área tinha uma coloração vermelha escura 
e em alguns trechos podemos ver 
afloramento de hematita, a vegetação 
presente era bastante exuberante com 
espécies da Caatinga e da Mata Atlântica. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Ao magnífico reitor Professor Emanoel Dias, 
a Diretora Rosilande Bandeira, pela ajuda 
de custo, aos guias Bade e Fernando pelo 
companheirismo e ensinamentos. 
 
CONCLUSÕES 
 
Pelo que foi visto “in loco”, e com base na 
literatura, podemos concluir que: 
 
 Grande parte do Estado da Bahia 
acha-se contido no Cráton São 
Francisco, estabilizado no final do 
Ciclo Geotectônico Transamazônico, 
cerca de 1800 a 2000 m.a. O Craton 
é envolvido por faixas ou sistemas 
de dobramentos desenvolvidos 
durante o Ciclo Geotectônico 
Brasiliano ( 1100 – 450 m. a. ), 
sendo representados por seqüências 
metassedimentares e metavulcano-
sedimentares com vergências no 
sentido cratônico. 
 Após a estabilização cratônica 
iniciou-se o ciclo de deposição 
sedimentar do Proterozóico Médio, 
ocorrendo na região uma seqüência 
de sedimentos predominantemente 
carbonato-pelíticos, depositada em 
ambiente marinho epicontinental, 
formada por metaconglomerados 
quartzitos, argilitos, magas e 
calcários francamente 
metamorfisados. 
 
 
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