Logo Passei Direto
Buscar

Pedro I do Brasil – Wikipédia a enciclopédia livre

User badge image

Enviado por Tulio Ruzzante em

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Dom Pedro I/IV
I do Brasil e IV de Portugal
Imperador do Brasil
Rei de Portugal
D. Pedro I, c. 1830, por Simplício Rodrigues de Sá.
Governo
Reinado Como imperador do Brasil:
7 de setembro de 1822
até 7 de abril de 1831
Como rei de Portugal:
10 de março de 1826
até28 de maio de 1826
Coroação Como imperador do Brasil:
12 de outubro de 1822,
Capela Imperial, Rio de Janeiro
Como rei de Portugal:
22 de junho de 1828
Largo 22 de Junho, Angra do
Heroísmo (Ilha Terceira)
Consorte Maria Leopoldina de Áustria
Amélia de Leuchtenberg
Antecessor D. João VI
Herdeiro D. Pedro II (Brasil)
D. Maria II (Portugal)
Sucessor Como imperador do Brasil:
D. Pedro II
Como rei de Portugal:
D. Maria II
Casa Real Bragança
Dinastia Bragança
Títulos O Libertador
O Rei-Soldado
Pedro I do Brasil
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Dom Pedro I (12 de outubro de 1798 – 24 de setembro de
1834), alcunhado o Libertador, foi o fundador e primeiro
monarca do Império do Brasil. Como Rei Dom Pedro IV,
reinou brevemente em Portugal, onde também ficou
conhecido como o Libertador e também como o Rei
Soldado. Nascido em Lisboa, Pedro I foi a quarta criança
do Rei Dom João VI de Portugal e da Rainha Carlota
Joaquina, e assim membro da Casa de Bragança. Quando
seu país foi invadido por tropas francesas em 1807, emigrou
com sua família para o Brasil, a maior e mais rica colônia
portuguesa.
A deflagração da Revolução liberal de 1820 no Porto, com
a rápida adesão de Lisboa e o resto do país, obrigou o pai
de Pedro I a retornar a Portugal em abril de 1821,
deixando-o para governar o Brasil como regente. Teve de
lidar com as ameaças de revolucionários e da
insubordinação de tropas portuguesas, todas das quais
subjugou. A tentativa do governo português de retirar a
autonomia política que o Brasil gozava desde 1808 foi
recebida com descontentamento geral. Pedro I escolheu o
lado brasileiro e declarou a independência do Brasil de
Portugal em 7 de setembro de 1822. Em 12 de outubro foi
aclamado imperador brasileiro e, em março de 1824, já
havia derrotado todos os exército leais a Portugal. Poucos
meses depois, Pedro I esmagou a breve Confederação do
Equador, uma tentativa frustrada de secessão de rebeldes
provinciais na região nordeste do Brasil.
Uma rebelião separatista na província sulista da Cisplatina
no início de 1826, e a tentativa subsequente de sua
anexação pela Províncias Unidas do Rio da Prata levaram o
império a Guerra da Cisplatina. Em março de 1826, Pedro I
se tornou brevemente rei de Portugal antes de abdicar em
favor de sua filha mais velha, Maria II. A situação piorou em
1828 quando a guerra do sul resultou na perda da
Cisplatina. Nesse mesmo ano, em Lisboa, o trono de
Maria II foi usurpado pelo príncipe Dom Miguel, irmão mais
novo de Pedro I. O relacionado sexual escândaloso e
concorrente com uma cortesã maculou a reputação do
imperador. Outras dificuldades surgiram no parlamento
brasileiro, onde o conflito sobre se o governo e suas
políticas seriam escolhidos pelo monarca ou pela legislatura
dominaram os debates políticos de 1826 à 1831. Incapaz
de lidar com os problemas do Brasil e de Portugal ao
[1]
[2]
O Rei-Imperador
Vida
Nome
completo
Pedro de Alcântara Francisco
António João Carlos Xavier de
Paula Miguel Rafael Joaquim José
Gonzaga Pascoal Cipriano
Serafim de Bragança e Bourbon
Nascimento 12 de outubro de 1798
Queluz, Portugal
Morte 24 de setembro de 1834 (35 anos)
Queluz, Portugal
Sepultamento Capela Imperial, São Paulo
Filhos D. Maria da Glória, D. Miguel, D.
Januária Maria, D. Paula Mariana,
D. Francisca, D. Pedro de
Alcântara, D. Maria Amélia, D.
Isabel Maria, Pedro de Alcântara,
D. Maria Isabel, Maria Isabel II,
Pedro, Rodrigo Delfim Pereira,
Pedro de Alcântara, Pedro
Pai D. João VI
Mãe D. Carlota Joaquina
mesmo tempo, em 7 de abril de 1831 Pedro I abdicou e
favor de seu filho Dom Pedro II e partiu para a Europa.
Pedro I invadiu Portugal à frente de um exército em julho de
1832. Frente ao que parecia inicialmente uma guerra civil
nacional, logo se envolveu num conflito em escala muito
maior que abrangeu toda a península Ibérica numa luta entre
os defensores do Liberalismo e aqueles que procuravam o
retorno ao Absolutismo. Pedro I morreu de tuberculose em
24 de setembro de 1834, apenas poucos meses após ele e
os liberais terem emergido vitoriosos. Foi consagrado por
contemporâneos e pela posteridade como uma figura chave
que ajudou a propagar os ideais liberais que permitiram ao
Brasil e a Portugal a se moverem de regimes autoritários a
formas de governo representativo.
Índice
1 Infância e juventude
1.1 Características
1.1.1 Dom Pedro e a escravidão
1.2 Educação
1.3 Casamento
2 O Movimento da Independência do Brasil
2.1 A Revolução no Porto e o retorno da
família real
2.2 O Dia do Fico
2.3 Proclamação da Independência
3 Imperador do Brasil
3.1 Constituição Imperial
3.1.1 Constituinte de 1823
3.1.2 Promulgação da Constituição
brasileira
3.2 A Confederação do Equador
3.3 As Coroas de D. Pedro
3.3.1 Rei da Grécia
3.3.2 Rei de Portugal e dos Algarves
3.3.3 Rei da Espanha e Imperador
da Ibéria
3.4 Guerra da Cisplatina
3.5 Abdicação
4 Duque de Bragança
4.1 Guerras Liberais
4.2 Morte
5 Legado
6 Ascendência
7 Descendência
8 Títulos
D. Pedro de Alcântara em torno
de 1808. Artista: Jean François
Badoureau.
9 Na cultura popular
9.1 Efígie
10 Referências
11 Bibliografia
12 Ver também
13 Ligações externas
Infância e juventude
D. Pedro de Alcântara nasceu em Queluz, Portugal, em 12 de outubro de 1798 sendo filho de D. João VI de
Portugal, rei de Portugal, Brasil e Algarves e Dona Carlota Joaquina de Bourbon, infanta da Espanha. Seus
avós paternos eram D. Pedro III, Rei de Portugal e Algarves e dona Maria I, Rainha de Portugal e Algarves,
enquanto seus avós maternos eram D. Carlos IV, rei da Espanha e dona Maria Luísa de Bourbon, princesa de
Parma. Era o quarto filho, e segundo varão de seus pais, e não era esperado que um dia viesse a ascender ao
trono.
O falecimento de seu irmão mais velho, D. António de Bragança, em 1801, tornou-o o herdeiro de seu pai,
então regente em nome de dona Maria I.
O príncipe passou a infância no Palácio de Queluz, onde também
nascera, e convivera com a avó paterna, que estava completamente
insana. Sua mãe não lhe dava muita atenção, preferindo voltar-se para
seu irmão mais novo, D. Miguel. Seu pai o estimava muito,
considerando-o o filho predileto, mas por ser reservado e sofrer de
depressão, mantinha pouco contato com o seu herdeiro.
Em 1807, D. João VI, preocupado com os acontecimentos na Europa,
realizou um plano de enviar o seu filho mais velho para o Brasil e assim
impedir que a mais valiosa colônia do império português pudesse sofrer o
mesmo destino das colônias espanholas. Entretanto, a invasão de
Portugal por tropas de Napoleão Bonaparte o fizeram mudar de ideia e
decidiu-se pela transmigração não só da família real portuguesa, mas de
grande parte da nobreza portuguesa e de todo o aparato estatal do
império lusitano.
No Brasil, D. Pedro viveu no Palácio da Quinta da Boa Vista, em São
Cristóvão, Rio de Janeiro, junto com seu pai e seu irmão D. Miguel de
Bragança, mas também residiu na Fazenda de Santa Cruz e no Paço
Imperial.
D. Pedro e seu irmão D. Miguel compartilhavam a aparência, o temperamento e afeições. Ambos possuíam
uma relação de amor e ódio um com o outro, e brincavam e brigavam quando crianças. Na infância, os dois
irmãos criavam pequenos regimentos formados por amigos que se combatiam simulando batalhas entre
exércitos.
A predileção de D. Pedro pela vida militar não se restringiu apenas à infância, e mesmo como adulto manteve o
gosto pela carreira. Anos mais tarde, em 1825, um estrangeiro diria que não havia no Brasil pessoa melhor que
o então imperador no
manejo com armas.
As principais atividades do herdeiro da coroa portuguesa até os seus dezesseis anos de idade foram os
[3][4]
[5]
[6]
[7]
[8]
[9]
[9]
exercícios físicos, a equitação e a marcenaria. Seu interesse pelos cavalos não se restringia a apenas montar,
mas também cuidava dos mesmos, arreando, dando banho e até mesmo os ferrando.
Na mocidade se divertia indo as tavernas do Rio de Janeiro, que frequentava em companhia dos empregados
do palácio, mas sempre disfarçado para que não fosse reconhecido. Em uma dessas andanças noturnas
conheceu Francisco Gomes da Silva, que mais tarde se tornaria um dos seus mais fiéis amigos e seria conhecido
como o "Chalaça".
Características
De acordo com Isabel Lustosa, D. Pedro se "bem que não fosse bonito, era simpático, bem constituído, de
cabelos pretos e anelados; tinha nariz aquilino, olhos pretos e brilhantes, uma boca regular e dentes
muito alvos". Para José Murilo de Carvalho, ele era "comandado por emoções, às vezes contraditórias,
a que não aprendera a impor barreira alguma. Era impulsivo, romântico, autoritário, ambicioso,
generoso, grosseiro, sedutor. Era capaz de grandes ódios e grandes amores". Heitor Lyra o define da
seguinte maneira:
“
De temperamento, era um impulsivo. Volúvel até os extremos, era capaz dos maiores
egoísmos e das mais largas generosidades. Tudo nele era incompleto: mal educado, mal
guiado, mal aconselhado, faltou-lhe sempre o senso da medida. Mas, como todas as
naturezas espontâneas, tinha um fundo de grande bondade.
Herdou do velho Rei seu pai a liberalidade […]. Tinha, da mãe, sobretudo, a
impetuosidade. Foi essa impetuosidade, aliada ao seu estabanado cavalheirismo, que o
levou a libertar dois povos.
Um punhado, largo, de boas qualidades: bravura, honestidade, desprendimento pessoal,
idealismo. E um acentuado desejo de bem fazer – o que o não impedia de ser, muita vez,
injusto e agressivo até com os seus melhores amigos. ”
O príncipe era extremamente simples, e enquanto a sociedade da época como um todo considerava qualquer
forma de trabalho manual algo relegado somente a escravos, D. Pedro não se importava em trabalhar com as
próprias mãos. Fazia questão de manter uma relação direta com o povo, e sentia prazer em estar entre gente
comum.
Isabel Lustosa expressa claramente este lado do Imperador como no episódio em que "ele saia da igreja
misturado com a gente do povo que gracejava e ria, não dando a menor demonstração de repulsa ao
profanus vulgus, mas sim de desejar confraternizar-se com eles. Quando d. Pedro era abordado por
qualquer pessoa do povo, entabulava familiarmente uma conversa".
Dom Pedro e a escravidão
Dom Pedro I não acreditava em diferenças raciais e muito menos em
uma presumível inferioridade do negro como era comum à época e
perduraria até o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O
imperador deixara clara a sua opinião sobre o tema: "Eu sei que o
meu sangue é da mesma cor que o dos negros". Era também
completamente contrário a escravidão e pretendia debater com os
deputados da Assembleia Constituinte uma forma de extingui-la.
[10]
[7]
[11]
[12]
[13]
[10]
[14]
[15]
[16]
Engenho de açúcar no Nordeste
brasileiro, 1816. Artista: Henry
Koster.
Família sendo seguida por seus
escravos, 1822. Artista: Henry
Chamberlain.
O monarca acreditava que a melhor maneira de eliminar a escravidão seria de uma maneira gradual em conjunto
com a imigração de trabalhadores europeus para substituir a mão-de-
obra que viria a faltar.
D. Pedro tinha noção de que não detinha meios para abolir o sistema
escravocrata, a não ser convencendo a sociedade brasileira.
Contudo, a escravidão não era utilizada por apenas ricos aristocratas
como popularmente se imaginava. Pessoas humildes compravam com
seus poucos recursos escravos que pudessem trabalhar por elas.
Libertos também detinham seus próprios escravos e até mesmo estes
possuíam escravos.
A escravidão não se resumia somente a negros, e havia casos de
brancos escravos também. O Imperador combatia publicamente a
escravidão e entrava em choque com a população brasileira como um todo que via em suas ações uma
demonstração de autoritarismo. Segundo o próprio D. Pedro I:
“
"Os escravos nos inoculam todos os seus vícios, e nos fazem corações cruéis,
inconstitucionais e amigos do despotismo. Todo senhor de escravo desde pequeno
começa a olhar o seu semelhante com desprezo, acostuma-se a proceder a seu alvedrio
[arbítrio], sem lei nem roca, às duas por três julga-se, por seu dinheiro e pelo hábito
contraído, superior a todos os mais homens, espezinha-os [humilha-os] quando
empregado público, e quando súdito em qualquer repartição não tolera nem sequer a
menor admoestação [repreensão com brandura], que logo o seu coração, pelo hábito de
vingar-se e de satisfazer-se as suas paixões, lhe esteja dizendo: ‘Se tu foras meu
escravo’…"
”
Poucas foram as pessoas que se aliaram a D. Pedro na primeira
metade do século XIX na luta pelo fim da escravidão, tais como: José
Bonifácio, João Severiano Maciel da Costa e Hipólito da Costa.
A maior parte, entretanto, permaneceu hostil às ideias abolicionistas.
Seriam necessárias várias décadas até que o seu filho, D. Pedro II, e
sua neta, a princesa Isabel, lograssem convencer a sociedade
brasileira da necessidade de extinguir a escravidão, que era chamada
de "cancro [câncer] social" .
De acordo com José Murilo de Carvalho, a prova "da força da
escravidão é o fato de que nenhuma das muitas revoltas
regenciais propôs sua abolição geral. Quando os malês se
rebelaram em 1835, buscavam a liberdade apenas para os
irmãos de fé muçulmana" . O abolicionismo de D. Pedro I e de D. Pedro II viria a custar a coroa a ambos.
Sobre o papel do primeiro Imperador na luta pelo fim da escravidão, a historiadora Isabel Lustosa diz que:
“
[…] d. Pedro I foi um governante muito à frente da elite brasileira do seu tempo. Ele
afrontou os valores da escravidão, combatendo com vigor o hábito de alguns
funcionários públicos de mandar escravos para trabalhar em seu lugar; concedendo
lotes aos escravos que libertou na Fazenda de Santa Cruz; no Rio de Janeiro e na Bahia,
onde os ricos circulavam em liteiras e qualquer pessoa que pudesse ter dois escravos
tinha condições de se fazer transportar pelas ruas numa rede amarrada num pau que os
escravos sustentavam nos ombros, lembra Macaulay, d. Pedro andava a cavalo ou
circulava numa carruagem puxada por cavalos ou mulas e dirigida por ele mesmo; e,
[16]
[17]
[16]
[16]
[17]
D. Pedro, Príncipe Real de
Portugal, Brasil e Algarves,
1817.
como foi visto, não permitiu que seus súditos lhe prestassem a homenagem tradicional de
carregar sua carruagem nas costas por ocasião do Fico. ”
Educação
O início da instrução de D. Pedro coube a "austera e grave" dona Maria Genovena do Rego e Matos e em
seguida tornou-se responsabilidade do erudito Frei Antônio de Nossa Senhora de Salete. O clérigo lhe ensinou
o catecismo e latim. Seu ensino na língua latina foi aperfeiçoado pelo Frei Antônio de Arrábida, futuro Bispo de
Anemúria. Também foi educado em matemática, disciplina pela qual D. Pedro era "apaixonado" , pelo
"cultíssimo" João Monteiro da Rocha, que ao falecer em 10 de dezembro de 1819, legou a D. Pedro a sua
vasta biblioteca pessoal.
Aprendeu francês com o cônego René Pierre Boiret e inglês com Guilherme
Paulo Tilbury, capelão da Divisão Militar da Guarda Imperial de
Polícia. João Rademaker também atuou como preceptor do príncipe e
"foi verdadeiramente o seu mestre, no sentido preciso e restrito do
termo, lucrou imensamente o jovem príncipe. Sábio e poliglota, o
antigo ministro de Portugal na Dinamarca e em Buenos Aires reunia
em si as qualificações indispensáveis a direção moral e cientifica de D.
Pedro" .
Além do seu português nativo, D. Pedro sabia ler,
escrever e falar em
francês e latim, e compreendia o inglês e o alemão.
Na viagem da Família Real portuguesa ao Brasil em 1808, D. Pedro com
apenas nove anos de idade, quando não estava entre os marinheiros
aprendendo as manobras de bordo, era sempre visto sentado encostado em
um dos mastros do navio lendo a clássica obra Eneida do romano Virgílio
no original em latim. Leu os sermões do padre Antônio Vieira, as cartas
de Madame de Sévigné, as obras de Edmund Burke, de Voltaire e de Benjamin Constant. Até o fim de seus
dias o príncipe reservou diariamente cerca de duas horas à leitura e ao estudo. Também escreveu diversas
poesias:
Meu amor, meu grande amor,
Sem ti não quero viver
Tua imagem é a meiga flor
Que eu vivo a bem-querer…
Assim como seus antepassados da Casa de Bragança, D. Pedro tinha fascinação e vocação para a música. Foi
educado na arte musical por José Maurício Nunes Garcia, Marcos Antônio Portugal e Sigismund
Neukomm. O príncipe compôs diversas obras, tais como: "uma missa cantada, sinfonias e um Te Deum,
além de hinos, como o Hino da Maçonaria, uma das versões do hino da Independência do Brasil e o
Hino da Carta, considerado até 1911 como o Hino Nacional português" .
O príncipe sabia tocar instrumentos musicais como: piano, flauta, fagote, trombone, violino, clarinete, violão,
lundu e cravo. Tinha grande interesse por atividades que requeressem uma certa habilidade física, como
pintura, litografia, escultura e frequentou constantemente as aulas de desenho da Academia de Belas-Artes.
Era também um excelente mecânico, marceneiro e torneiro, além de desprender bastante tempo a exercícios
[18]
[19] [20]
[6][21]
[6]
[22]
[20]
[21][23] [22]
[19]
[21]
[22]
[24]
[21]
[25]
[26]
[27]
D. Pedro I compondo o Hino Nacional (hoje
Hino da Independência), em 1822. Artista:
Augusto Braga.
físicos, equitação e caça.
Apesar da visão costumeira que se trata nos livros escolares,
D. Pedro não era o semi-analfabeto que sempre se
imaginou. De fato não recebeu a educação esperada
para um futuro Chefe de Estado, mas ainda assim fora
muito melhor do que a recebida pela maior parte dos seus
contemporâneos e mesmo atualmente. A instrução deficiente
que recebeu não o impediu de sempre buscar aprimorar seus
conhecimentos e o príncipe fora na realidade um
autodidata. Se tivesse sido educado conforme a sua
posição como herdeiro do trono exigia, teria "sido um
príncipe quase perfeito" . Napier diria a seu respeito: "As
suas boas qualidades eram propriamente suas; as más,
devido à falta de educação; e homem nenhum conhecia
melhor este defeito do que ele mesmo" .
D. Pedro tinha clara noção da falha em sua educação e buscava aconselhar tantos os seus filhos legítimos como
os ilegítimos a estudarem e não cometerem o mesmo erro que ele próprio cometera. Sabia também do valor da
educação e uma de suas primeiras medidas como regente fora a extinção de qualquer tributação sobre livros
importados e a abolição da censura prévia. Criou cursos jurídicos e relegou ao Estado a obrigação de manter
escolas primárias.
Casamento
Em 1818, quando tinha 19 anos, casa com a Arquiduquesa Dona Leopoldina, filha do Imperador Francisco I
da Áustria, e de sua segunda esposa, Maria Teresa de Bourbon, princesa das Duas Sicílias, de um ramo dos
Bourbons franceses. Francisco I e Maria Teresa foram os últimos imperadores do Sacro Império Romano
Germânico e os primeiros da Áustria. Leopoldina era sobrinha-neta da rainha Maria Antonieta e irmã da
segunda imperatriz dos franceses Maria Luísa da Áustria.
A cerimônia foi realizada na Igreja de Santa Ifigênia, na Rua da Alfândega, tendo o cortejo nupcial desfilado
pelo que é hoje a Rua Primeiro de Março. Nela, dizem os historiadores que se dançou pelas ruas o Catupé,
variedade de congo, antigamente ligado a festejos religiosos e, depois, ao carnaval. Do enlace nasceram, entre
outros filhos, D. Maria da Glória (1819), Rainha de Portugal como Dona Maria II, e D. Pedro de Alcântara
(1825), sucessor do pai como Imperador do Brasil com o título de D. Pedro II.
Viúvo desde 11 de dezembro de 1826, em agosto de 1829 contrai segundas núpcias por procuração com
Amélia de Beauharnais, princesa da Baviera, Duquesa de Leuchtenberg, neta da Imperatriz Josefina da França,
esposa repudiada de Napoleão Bonaparte.
O Movimento da Independência do Brasil
A Revolução no Porto e o retorno da família real
Em março de 1816, com a morte de Dona Maria I, a Louca e a elevação de seu pai a Rei de Portugal,
recebeu o título de Príncipe Real e Herdeiro do Trono (o irmão mais velho, Antônio Príncipe da Beira, falecera
em 1801). Irrompe então a revolução constitucionalista de 1820, exigindo a restituição do Pacto Colonial e o
retorno da Família Real ao reino.
D. João VI a ignora, mas devido à pressão popular do clero, da nobreza e da burguesia portuguesa, em 1821
[27]
[7][11][28]
[21]
[19]
[29]
[29]
[29]
Tela a óleo sobre a Independência do
Brasil, de François-René Moreaux
Cerimônia de coroação como imperador do
Brasil. Artista: Jean-Baptiste Debret.
decide retornar à metrópole depois de cerca de treze anos no Rio de Janeiro. Em Portugal, as Cortes Gerais e
Extraordinárias da Nação Portuguesa já iniciavam a elaboração da Constituição do reino. Mas esta decisão
régia foi mal recebida no Brasil.
Ao voltar a Portugal, D. João VI deixa seu filho D. Pedro I como Príncipe Regente do Brasil. Os direitos
concedidos ao Brasil, entretanto, foram sendo rescindidos pelas cortes. D. Pedro I então alinha-se ao
descontentamento brasileiro provocado pelas medidas portuguesas.
O Dia do Fico
Preocupada com a evolução do Brasil, a elite política portuguesa
pressionava as cortes que redigiam a Constituição Portuguesa a
rebaixar novamente à categoria de colônia o Brasil (que tinha sido
elevado à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves).
Pressionado por essas cortes, Dom João VI assinou um documento
que tornava inefetivo o título de príncipe regente do Brasil concedido
a D. Pedro I. Uma ordem judicial exigiu a volta imediata do príncipe a
Portugal. Foi enviada uma frota ao Rio de Janeiro, destinada a
repatriá-lo.
Após ter recebido um abaixo-assinado com 8 000 assinaturas
(conhecido como Petição do Fico) que pedia que permanecesse no
Brasil, o regente recusou-se a embarcar para a Europa e, em 9 de janeiro de 1822, pronunciou, em um
episódio que ficou conhecido como o Dia do Fico, a frase histórica: Como é para o bem de todos e felicidade
geral da nação, estou pronto: diga ao povo que fico!, declarando, também, que nenhuma ordem das
Cortes Portuguesas seria cumprida no Brasil sem a sua autorização.
Proclamação da Independência
Em abril a popularidade do príncipe foi comprovada durante
uma viagem a Minas Gerais. De lá seguiu para São Paulo, a fim
de pacificar rebeliões na província. Em 7 de setembro, quando ia
de Santos para a capital paulista, recebeu notícias de Portugal
por cartas de José Bonifácio e da esposa Maria Leopoldina da
Áustria, contando-lhe que havia promulgado a independência
brasileira, uma vez que a corte portuguesa exigia o seu retorno e
com isso não acontecendo, programava uma ação militar contra
o Brasil. Foi então que, junto ao riacho do Ipiranga (São Paulo),
o herdeiro de D. João VI proferiu o famoso Grito do Ipiranga:
"Independência ou Morte!".
D. Pedro I contou, naturalmente, com o apoio do "povo" e, de volta ao Rio de Janeiro, em 12 de outubro, foi
proclamado imperador e "defensor perpétuo do Brasil". Em 1 de dezembro foi sagrado e coroado. A
Independência do Brasil foi contestada em território brasileiro por tropas do Exército Português, especialmente
nas regiões onde, por razões estratégicas, elas se concentravam, a saber, nas então Províncias Cisplatina, da
Bahia, do Piauí, do Maranhão e do Grão-Pará (Guerra da Independência do Brasil). A Independência foi
oficialmente
reconhecida por Portugal e pelo Reino Unido somente em 1825.
Imperador do Brasil
Constituição Imperial
[30]
[31]
D. Pedro I, por volta do mesmo
período da Constituinte de 1823.
A visão histórica ensinada nas escolas até os dias atuais é a de que um dom Pedro I autoritário e despótico teria
entrado em conflito com a liberal e democrática Assembleia, fechando esta última contra a vontade do povo
brasileiro e acabando por outorgar (impôr) uma Constituição de cunho absolutista sobre o país. Trata-se de
uma invenção posterior dos republicanos para desmoralizar o passado monárquico do Brasil. A realidade
dos fatos foi completamente diversa.
Constituinte de 1823
No dia 3 de maio de 1823, a Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil iniciou sua
legislatura com o intento de realizar a primeira Constituição Política do país. No mesmo dia, D. Pedro I
discursou para os deputados reunidos, deixando clara a razão de ter afirmado durante sua coroação no final do
ano anterior que a Constituição deveria ser digna do Brasil e de si (frase esta que fora ideia de José Bonifácio e
não do Imperador ):
“
Como Imperador Constitucional, e mui especialmente como Defensor Perpétuo deste
Império, disse ao povo no dia 1 de dezembro do ano próximo passado, em que fui
coroado e sagrado – que com a minha espada defenderia a Pátria, Nação e a
Constituição, se fosse digna do Brasil e de mim…, uma Constituição em que os três
poderes sejam bem divididos… uma Constituição que, pondo barreiras inacessíveis ao
despotismo quer real, aristocrático, quer democrático, afugente a anarquia e plante a
árvore da liberdade a cuja sombra deve crescer a união, tranquilidade e independência
deste Império, que será o assombro do mundo novo e velho.
Todas as Constituições, que à maneira de 1791 e 1792 têm estabelecido suas bases, e se têm
querido organizar, a experiência nos tem mostrado que são totalmente teóricas e metafísicas, e
por isso inexequíveis: assim o prova a França, a Espanha e, ultimamente, Portugal. Elas não
tem feito, como deviam, a felicidade geral, mas sim, depois de uma licenciosa liberdade, vemos
que em uns países já aparecem, e em outros ainda não tarda a aparecer, o despotismo em um,
depois de ter sido exercido por muitos, sendo consequência necessária ficarem os povos
reduzidos à triste situação de presenciarem e sofrerem todos os horrores da anarquia. ”
D. Pedro lembrou aos deputados em seu discurso que a
Constituição deveria impedir eventuais abusos não somente por
parte do monarca, mas também por parte da classe política e da
própria população. Para tanto, seria necessário evitar implantar no
país leis que na prática seriam desrespeitadas. A Assembleia num
primeiro momento se prontificou a aceitar o pedido do
Imperador, mas alguns deputados se sentiram incomodados com
o discurso de D. Pedro.
Um deles, o deputado por Pernambuco Andrade de Lima,
manifestou claramente seu descontentamento, alegando que a frase
do monarca fora por demais ambígua. Os deputados que se
encontravam na Constituinte eram em sua grande maioria liberais
moderados, reunindo "o que havia de melhor e de mais
representativo no Brasil". Foram eleitos de maneira indireta e
por voto censitário e não pertenciam a partidos, que ainda não
existiam no país.
Havia, contudo, facções entre os deputados, sendo três discerníveis:
[32]
[33]
[34]
[35]
[36]
[34]
[37]
[37]
os "bonifácios", que eram liderados por José Bonifácio e defendiam a existência de uma monarquia forte, mas
constitucional e centralizada, para assim evitar a possibilidade de fragmentação do país, e pretendiam abolir o
tráfico de escravos e a escravidão, realizar uma reforma agrária e de desenvolver economicamente o país livre
de empréstimos estrangeiros. Os "portugueses absolutistas", que compreendiam não apenas lusitanos, mas
também brasileiros e defendiam uma monarquia absoluta e centralizada, além da manutenção de seus privilégios
econômicos e sociais.
E por último, os "liberais federalistas", que contavam em seus quadros com portugueses e brasileiros, e que
pregavam uma monarquia meramente figurativa e descentralizada, se possível federal, em conjunto com a
manutenção da escravidão, além de combaterem com veemência os projetos dos bonifácios.
Ideologicamente, o Imperador se identificava com os bonifácios tanto em relação aos projetos sociais e
econômicos, quanto em relação aos políticos, pois não tinha interesse nem em atuar como um monarca absoluto
e muito menos em servir como "uma figura de papelão no governo".
O esboço da Constituição de 1823 foi escrito por Antônio Carlos de Andrada, que sofreu forte influência das
Cartas francesa e norueguesa. Em seguida foi remetido a Constituinte, onde os deputados iniciaram os
trabalhos para a realização da carta. Existiam diversas diferenças entre o projeto de 1823 e a posterior
Constituição de 1824. Na questão do federalismo, era centralizadora, pois dividia o país em comarcas, que são
divisões meramente judiciais e não administrativas. As qualificações para eleitor eram muito mais restritivas
que a Carta de 1824. Definia também que seriam considerados cidadãos brasileiros somente os homens
livres no Brasil, e não os escravos que eventualmente viessem a serem libertados, diferentemente da
Constituição de 1824.
Era prevista a separação dos três poderes, sendo o Executivo delegado ao Imperador, mas a responsabilidade
por seus atos recairia sobre os ministros de Estado. A Constituinte optou também pela inclusão do veto
suspensivo por parte do Imperador (assim como a de 1824), que poderia inclusive vetar se assim o desejasse o
próprio projeto de Constituição. Entretanto, mudanças nos rumos políticos levaram os deputados a proporem
tornar o monarca uma figura meramente simbólica, completamente subordinado à Assembleia. Este fato,
seguido pela aprovação de um projeto em 12 de junho de 1823 pelo qual as leis criadas pelo órgão
dispensariam a sanção do Monarca levou D. Pedro I a entrar em choque com a Constituinte.
Por trás da disputa entre o Imperador e a Assembleia, havia uma outra, mais profunda e que foi a real causa
da dissolução da Constituinte. Desde o início dos trabalhos legislativos os liberais federalistas tinham como
principal intuito derrubar o ministério presidido por José Bonifácio a qualquer custo e se vingar pelas
perseguições que sofreram durante a Bonifácia ocorrida no ano anterior. Os portugueses absolutistas, por outro
lado, viram seus interesses feridos quando José Bonifácio emitiu os decretos de 12 de novembro de 1822 e 11
de dezembro de 1822, onde no primeiro eliminava os privilégios dos lusitanos e no segundo sequestrava os
bens, mercadorias e imóveis pertencentes aos mesmos que tivessem apoiado Portugal durante a independência
brasileira. Apesar das diferenças, os portugueses e os liberais se aliaram com o objetivo de retirar do poder
o inimigo comum. Os liberais e portugueses aliciaram os:
“
[…]"desafetos dos Andradas, cujo valimento junto ao Imperador açulava muitas invejas
e cuja altaneira, por vezes grosseira, suscetibilizava muitos melindres e feria muitas
vaidades. Duros para com os adversários, os Andradas tinham suscitado fartura de
inimigos no prestígio conquistado pela sua superioridade intelectual e pela sua
honestidade. Os descontentes uniram-se para derrubá-los e na aliança se confundiram
moderados com exaltados" .
”
As duas facções aliadas arregimentaram os amigos íntimos do Imperador para o seu lado, que logo trataram de
envenenar a amizade do monarca com o seu grande amigo, José Bonifácio. Vendo a maior parte da Assembleia
abertamente descontente com o Ministério Andrada e influenciado por seus amigos, que se identificavam com
[38]
[38]
[39]
[40]
[41]
[42]
[43]
[44]
[45]
[46]
[38]
[47]
[48]
Vista do Paço Imperial (a esq.) onde D.
Pedro assistia de
longe os trabalhos da
Constituinte que se realizava em um
prédio próximo.
os interesses dos portugueses, D. Pedro I demitiu os ministros de Estado. Iniciou-se então uma guerra de
ataques entre os jornais do país, que defendiam uma ou outra facção política.
A aliança entre os liberais e portugueses foi efêmera. Logo que o Ministério Andrada foi demitido, os dois
grupos voltaram-se um contra o outro. Para o monarca qualquer relação com os liberais seria inadmissível, pois
sabia muito bem de suas intenções em transformá-lo numa figura meramente decorativa. Os ataques contra os
portugueses em geral e até mesmo contra D. Pedro por parte dos jornais e deputados a favor dos Andradas
levou o Imperador a se aproximar dos portugueses.
A crise tornou-se ainda mais séria quando um episódio que
normalmente seria completamente ignorado acabou por ser utilizado
para fins políticos. Um boticário nascido no Brasil, que também
praticava o jornalismo, sofreu agressões físicas por parte de dois
oficiais lusitanos que erroneamente acreditavam que ele tivesse sido
o autor de artigo injurioso. Os Andradas aproveitaram a
oportunidade para alegar que a agressão sofrida pelo boticário fora
na realidade um atentado contra a honra do Brasil e do povo
brasileiro. Antônio Carlos de Andrada e Martim Francisco
de Andrada foram levados sobre os ombros de uma multidão e
seguiu-se uma onda de xenofobia antilusitana que acirrou ainda mais
os ânimos.
A tudo D. Pedro assistiu da janela do Paço Imperial que se
encontrava ao lado da "Cadeia Velha", nome do local onde estava se realizando a Constituinte. O Imperador
ordenou que o Exército se preparasse para um conflito. D. Pedro I detinha a fidelidade da oficialidade, que
se sentira agredida pelos insultos direcionados a si e ao Imperador pelos jornais aliados aos Andradas e exigia
uma punição aos mesmos. Os deputados demonstraram apreensão e exigiram respostas sobre a razão da
reunião de tropas em São Cristóvão. O ministro do Império, Francisco Vilela Barbosa, representando o
governo, dirigiu-se a Assembleia demandando que se processassem os irmãos Andradas pelos supostos abusos
que cometeram.
Os deputados reunidos debateram sobre a proposta do governo e permaneceram em sessão durante a
madrugada. Mas no dia seguinte quando Vilela Barbosa retornou a Assembleia para dar explicações sobre a
reunião das tropas, alguns deputados gritaram exigindo que D. Pedro I fosse declarado "fora-da-lei". O
Imperador ao saber disto, antes mesmo que o ministro do Império retornasse da Assembleia, assinou o decreto
dissolvendo a Constituinte. Sobre o episódio, Oliveira Lima afirmou que:
“
"A madrugada da ‘noite de agonia’ não iluminou todavia martírio algum. Os deputados
que se tinham declarado prontos a cair varados pelas baionetas imperiais, voltaram
tranquilamente para suas habitações, sem que os soldados os incomodassem. Seis tão-
somente foram deportados para a França, entre eles os três Andradas".
”
Os portugueses propuseram a D. Pedro I que enviasse os irmãos Andradas para Portugal pois lá muito
provavelmente seriam condenados a morte por suas participações na independência brasileira. Pediram apenas
o seu consentimento. "Não! Não consinto porque é uma perfídia [deslealdade]", respondeu o monarca.
Apesar da apreensão de D. Pedro I quanto a possibilidade de se tornar uma figura nula no governo do país e
sua demonstração de descontentamento, não foi a razão principal do fechamento da Constituinte.
Os deputados deveriam ter se reunido para elaborar uma Constituição para o país e debater seus artigos.
Contudo, perderam-se em disputas pelo poder e somente para defender seus próprios interesses levaram a
capital do Império à beira da anarquia. Este não foi o fim dos deputados, entretanto. Da Constituinte saíram 33
senadores, 28 ministros de Estado, 18 presidentes de província, 7 membros do primeiro conselho de Estado e
[48]
[49][50]
[50]
[51]
[49]
[52]
[53]
Alegoria do juramento da Constituição
de 1824. D. Pedro salva a índia (que
representa o Brasil) da ameaça do
absolutismo.
4 regentes do Império.
Promulgação da Constituição brasileira
Não era o desejo de D. Pedro I imperar como um déspota, pois "sua ambição era ser guardado pelo amor
de seu povo e pela fidelidade das suas tropas e não impor sua tirania". O Imperador, por tal razão,
encarregou o Conselho de Estado criado em 13 de novembro de 1823 de redigir um novo projeto de
Constituição que estaria finalizado em apenas quinze dias. Era um "conselho de notáveis" formado por
juristas renomados, sendo todos brasileiros natos. O grupo incluía Carneiro de Campos, principal autor da
nova Carta, além de Villela Barbosa, Maciel da Costa, Nogueira da Gama, Carvalho e Mello, dentre outros. O
Conselho de Estado utilizou como base o projeto da Constituinte e assim que terminou, enviou uma cópia da
nova Constituição para todas as câmaras municipais. Esperava-se que a Carta servisse como um projeto para
uma nova Assembleia Constituinte.
Contudo, as câmaras municipais sugeriram ao Imperador ao invés
que se adotasse "imediatamente" o projeto como a Constituição
brasileira. Em seguida, as câmaras municipais, compostas por
vereadores eleitos pelo povo brasileiro como seus representantes,
votaram a favor por sua adoção como a Carta Magna do Brasil
independente.
Pouquíssimas câmaras fizeram qualquer tipo de observação a
Constituição e praticamente nenhuma fez alguma reserva. A
primeira Constituição brasileira foi então promulgada por D. Pedro I
e solenemente jurada na Catedral do Império, no dia 25 de março
de 1824.
A Carta promulgada em 1824 foi influenciada pelas Constituições
francesa de 1791 e espanhola de 1812. Era um "belo
documento de liberalismo do tipo francês", com um sistema
representativo baseado na teoria da soberania nacional. A forma
de governo era a monárquica, hereditária, constitucional e
representativa, sendo o país dividido formalmente em províncias e o
poder político estava dividido em quatro, conforme a filosofia liberal
das teorias da separação dos poderes e de Benjamin Constant.
A Constituição era uma das mais liberais que existiam em sua
época, até mesmo superando as europeias. Fora mais
liberal, em diversos pontos, e menos centralizadora que o projeto da Constituinte, revelando que os
"constituintes do primeiro reinado que estavam perfeitamente atualizados com as ideias da época"..
Apesar da Constituição prever a possibilidade de liberdade religiosa somente em âmbito doméstico, na prática,
ela era total. Tanto os protestantes, como judeus e seguidores de outras religiões mantiveram seus templos
religiosos e a mais completa liberdade de culto. Continha uma inovação, que era o Poder Moderador, cujo
surgimento na letra da lei fora atribuída a Martim Francisco de Andrada, um grande admirador de Benjamin
Constant. Este Poder serviria para "resolver impasses e assegurar o funcionamento do governo". A
separação entre o Poder Executivo e Moderador surgiu a partir da prática no sistema monárquico-
parlamentarista britânico.
Havia na Carta Magna "algumas das melhores possibilidades da revolução liberal que andava pelo
ocidente – as que iriam frutificar, embora imperfeitamente, no reinado de D. Pedro II". Isabel Lustosa
diz que "segundo [Neill] Macaulay, ele proporcionou uma Carta invulgar, sob a qual o Brasil
salvaguardou por mais de 65 anos os direitos básicos dos cidadãos de maneira melhor ‘do que qualquer
[53]
[39]
[54]
[55]
[32]
[32][56]
[32][57][58]
[55] [59]
[60]
[59]
[61]
[62]
[59]
[63][64] [65]
[42] [41]
[66]
[64]
[40] [64]
[41]
[55]
[64]
outra nação do hemisfério ocidental, com a possível exceção dos Estados Unidos’" . De acordo com
João de Scantimburgo:
"D. Pedro e os seus constituintes tiveram o bom senso de escolher o melhor regime para a
nação tropical, que se emancipava na América,
sem copiar os Estados Unidos já
consolidados, e as nações hispano-americanas retaliadas por tropelias sem fim, pelo
revezamento de breves períodos democráticos e ditaduras caudilhescas".
A Confederação do Equador
A dissolução da Constituinte não trouxe maiores prejuízos a não ser para os bonifácios. Frei Caneca, um dos
líderes dos liberais federalistas em Pernambuco, considerava como culpados pelo ocorrido "os ministros que
segundo ele iludiam o imperador e, entre eles, o mais terrível era Bonifácio. A d. Pedro caberia livrar-se
dos maus conselheiros e retomar o caminho constitucional para preservar a unidade". Para o clérigo,
antigo republicano, não importava a forma de governo que o país implantasse, fosse ela monarquia ou
república, contanto que existisse uma federação. Caneca inclusive apoiou com entusiasmo a manutenção da
monarquia no Brasil após a independência, onde o próprio afirmou que: "Império constitucional? Colocado
entre a monarquia e o governo democrático, reúne em si as vantagens de uma e de outra forma e
repulsa para longe os males de ambas. Agrilhoa o despotismo e estanca os furores do povo indiscreto e
volúvel".
Com a Constituição promulgada após a aceitação em massa das câmaras municipais brasileiras, os liberais
federalistas pernambucanos se revoltam contra o governo central. Estes liberais não diferiam em praticamente
nada dos que participaram da Constituinte: defendiam os interesses das oligarquias dominantes e não estavam
em busca de mudanças profundas na sociedade. A revolta ocorrida em Pernambuco e que se denominou
"Confederação do Equador", contou com o apoio dos federalistas de outras províncias do nordeste brasileiro
mas foi rapidamente debelada ainda no início de 1824. O fato de ter ocorrido justamente enquanto o Império
ainda estava em guerra pela independência contra Portugal, dificultando o esforço bélico, em conjunto com a
destruição e mortes causadas pelos revoltosos, impediu qualquer possibilidade de entendimento com os
mesmos.
D. Pedro I estava decidido a impor a ordem ao país e comentou: "O que estavam a exigir os insultos de
Pernambuco? Certamente um castigo, e um castigo tal que sirva de exemplo para o futuro". Ainda
assim tiveram direito ao devido processo legal que teve como duração cerca de seis meses. Os revoltosos
sofreram penas diversas, mas Caneca e outros companheiros foram sentenciados a morte. A revolta teve
por consequência aproximar ainda mais o Imperador dos portugueses, pois aquele passou a enxergar os
federalistas com total desconfiança.
As Coroas de D. Pedro
Rei da Grécia
Após cerca de quatrocentos anos de domínio opressivo turco,
as antigas províncias do Império Romano do Oriente
(erroneamente, mas popularmente chamado de Império
Bizantino) na região dos Bálcãs estavam conseguindo sua
liberdade. Apesar da recusa dos países ocidentais em colaborar
com as insurreições contra o Império Otomano, diversos
europeus se voluntariaram espontaneamente para combater ao
lado dos cristãos orientais. Contudo, não havia Casas
Principescas, Reais ou Imperiais nativas nos países balcânicos.
[64]
[67]
[68]
[68]
[69]
[70]
[71]
[72]
[73]
D. Pedro I e a coroa imperial do Brasil.
Artista: Henrique José da Silva.
A Dinastia Comnenus e a Dinastia Paleólogo, que imperaram em
Constantinopla, tinham se extinguido cerca de quatrocentos anos
antes. A Grécia, um dos novos países que surgiram das
insurreições que perduraram por todo o século XIX, buscou um
príncipe estrangeiro para ocupar seu trono vago.
Os gregos enviaram emissários a D. João VI para propor que o
seu filho mais velho, D. Pedro, viesse a tornar-se o primeiro Rei
da Grécia independente. D. Pedro, apesar de membro da Casa
de Bragança (que por sua vez era um ramo português da
Dinastia Capetíngea), era descendente dos Imperadores
romanos da Dinastia Comnenus e Paleólogo. Para os
portugueses, a proposta era-lhes muito interessante, pois
acreditavam que com o príncipe longe do Brasil poderiam
impedir a independência do Brasil e retorná-lo a condição de
simples colônia. As mensagens dos gregos com a oferta do
trono heleno alcançaram D. Pedro logo após os acontecimentos
do Dia do Fico, mas o:
[…] "príncipe regente, porém, não traiu a confiança
nele depositada pela nação brasileira, que o aclamaria
seu Defensor Perpétuo. Amando verdadeiramente o povo da pátria que o viu nascer e tendo
a intuição profunda da missão histórica que lhe seria dada desempenhar na terra bárbara e
selvagem do Novo Continente, resistiu à vaidade de ostentar em sua fronte o diadema da
pátria de Homero e de Péricles".
"E, assim, o Príncipe D. Pedro, primeiro imperador do Brasil, recusou a coroa dessa Grécia
imortal, berço maior da cultura humana".
Com a recusa de D. Pedro, os gregos optaram em 1832 pelo príncipe Oto da Casa de Wittelsbach como seu
Rei e após sua deposição, ocorrida em 1862, escolheram Jorge, príncipe da Dinamarca, da Casa de
Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg, ramo cadete da Dinastia de Oldemburg.
Rei de Portugal e dos Algarves
O Rei D. João VI faleceu em 10 de março de 1826. Pressentindo o seu fim, e desejando evitar que sua esposa
tomasse o poder, o monarca português nomeou sua filha dona Isabel como um dos membros da regência que
perduraria até que D. Pedro recebesse a notícia de sua ascensão ao trono lusitano. Pelo tratado de
reconhecimento da independência brasileira, D. Pedro manteria sua posição como Príncipe Real e herdeiro da
coroa portuguesa. Mas a Constituição Brasileira de 1824 proibia qualquer possibilidade de união do Brasil com
outro país.
Dona Isabel logo enviou um oficial para o Brasil para avisar seu irmão do
falecimento de D. João VI. O Imperador tornava-se então D. Pedro IV,
Rei de Portugal e dos Algarves daquém e d'além-mar, em África
Senhor da Guiné, e da Conquista, Navegação, Comércio da Etiópia,
Arábia, Pérsia, e da índia, etc.
D. Pedro era defensor do Liberalismo e Constitucionalismo, enquanto o seu irmão D. Miguel era o
representante da causa absolutista. A morte de D. João VI criou um problema de sucessão do trono: por um
lado, D. Pedro não podia acumular os cargos de Rei de Portugal e Imperador de um Brasil independente; por
outro lado, o seu irmão D. Miguel tinha participado por duas vezes em tentativas de assassínio do seu pai e não
[74]
[75]
[76]
D. Pedro na qualidade de rei de
Portugal, envergando a Banda das
Três Ordens.
era visto com bons olhos pelos portugueses.
Em 1826 D. Pedro torna-se Rei de Portugal, tendo abdicado cerca de
sete dias depois em favor da sua filha Maria da Glória e regressado
novamente ao Brasil, já que a Constituição brasileira não lhe permitia ser
monarca de dois países. Ficou acordado que Portugal manteria a
Constituição por ele aprovada e que a sua filha Dona Maria se casaria
com D. Miguel. Esperava-se assim com este matrimónio selar um
armistício entre liberais e absolutistas portugueses.
D. Miguel aceitou o consórcio e partiu da Áustria onde estava exilado
desde que realizara um golpe de Estado para destronar seu pai. Ao
chegar a Portugal fez pela segunda vez (a primeira ocorrera ainda em
Viena) o juramento de aceitação da nova Constituição e do casamento
com sua sobrinha, assumindo a regência em nome desta. Porém, aliando-
se aos sectores mais conservadores da nobreza, foi proclamado Rei de
Portugal a 23 de Julho de 1828. Isto provocou o início das Guerras
Liberais portuguesas, uma guerra civil entre os liberais partidários de D.
Pedro e os absolutistas partidários de D. Miguel.
D. Pedro viu-se assim forçado a regressar a Portugal para lutar pela causa liberal e pelo reconhecimento do
direito da sua filha ao trono português. Em 1831 D. Pedro abdica da coroa do Brasil em favor de seu filho
Pedro II e parte para Portugal, primeiro para os Açores, onde irá consolidar apoios e preparar uma armada
capaz de invadir Portugal. O desembarque desta armada, a norte
da cidade do Porto é conhecido como o
Desembarque do Mindelo. Seguiram-se numerosas batalhas, com graves perdas para ambos os lados,
culminando em 1834 com a vitória dos liberais, o regresso de D. Maria II à coroa e o exílio de D. Miguel para
a Alemanha.
Rei da Espanha e Imperador da Ibéria
A Espanha passava por um período de repressão sem precedentes desde a restauração da Casa de Bourbon
ao trono com a queda de Napoleão Bonaparte. D. Fernando VII, Rei da Espanha e irmão de Carlota Joaquina,
completamente inabalável em relação ao seu sentimento absolutista, extingue a Constituição e ordena a prisão
em massa dos espanhóis que defendiam o liberalismo. A imprensa foi censurada e eliminou-se qualquer vestígio
das garantias individuais. A Espanha entra num caos que perduraria durante todo o século XIX até o final da
Guerra Civil espanhola na primeira metade do século XX. Os conflitos entre absolutistas e liberais atingem
proporções internacionais, criando instabilidade também nos países vizinhos, como Portugal e França.
Em 1826, os liberais espanhóis ofereceram a coroa de seu país a D. Pedro, a quem consideravam um "bem-
feitor dos Povos" e muito "digno" , e que resultaria na unificação do Império do Brasil, do Reino de Portugal
e dos Algarves e do Reino da Espanha sob sua pessoa. Se tivesse aceitado, D. Pedro imperaria sobre um
Império que se estenderia de Cuba, passando pelo Brasil, pelo continente africano nas colônias de Angola,
Moçambique e São Tomé e Príncipe, e atingindo no extremo oriente em Macau e nas Filipinas. Mas não o
aceitou, alegando que era necessário primeiramente consolidar o Império brasileiro e repetira tal asserção três
anos mais tarde, após uma nova proposta por parte dos espanhóis.
Contudo, a situação se agravou na Espanha durante este período com o falecimento de D. Fernando VII. Seu
herdeiro era seu irmão mais novo, D. Carlos, mas o Rei modificara as regras de sucessão para beneficiar sua
filha, dona Isabel, que se tornou Rainha com a sua morte. D. Carlos não aceitou a perda do trono e aliou-se
aos absolutistas, que formaram a facção dos Carlistas que viria a causar grandes problemas a Espanha durante
todo o século XIX. No ano de 1830, os liberais mais uma vez se voltaram para D. Pedro I e propuseram
dessa vez que se tornasse o Imperador da Ibéria, resultado da unificação de Portugal com a Espanha..
[77]
[78]
[79]
[78]
Tropas brasileiras partindo para Montevidéu.
Artista: Debret.
Desta vez, entretanto, o monarca brasileiro aceitou a proposta e realizou os preparativos para partir para a
Europa e derrotar os absolutistas em favor dos constitucionalistas. A aceitação da oferta da coroa imperial da
península Ibérica seria uma das razões que levaria D. Pedro a abdicar do trono brasileiro.
Guerra da Cisplatina
A região onde se situa atualmente o Uruguai foi inicialmente colonizada por Portugal, em 1679. Os portugueses
fundaram a Vila de Sacramento, e por quase cem anos a região permaneceu praticamente em suas mãos. Esta
colônia mais ao sul da América portuguesa era importante, pois, controlando o estuário do Prata seria possível
manter a comunicação com os regiões interiores que hoje formam o Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
(preocupação esta que os brasileiros iriam herdar e que viria a resultar mais tarde na Guerra do Paraguai). Em
1817 toda a região, denominada Banda Oriental (da região do Prata), foi reconquistada pelos portugueses por
ordem de D. João VI e renomeada Cisplatina (que significa literalmente "este lado do Prata"). Esta província
era povoada tanto por castelhanos, como por portugueses e também por seus descendentes, resultando numa
amálgama cultural que dificultava o surgimento de uma identidade própria para seus habitantes.
A província aceitou fazer parte do Império do Brasil,
inclusive enviando deputados para a Constituinte de 1823
(e antes mesmo para as Cortes em 1822). Contudo, trinta e
dois nativos da província liderados por Juan Antonio
Lavalleja revoltaram-se contra o Brasil e declaram a união
da Cisplatina com as Províncias Unidas do Rio da Prata
(futura Argentina). Tal insurreição fora possível graças à
colaboração material e financeira por parte das Províncias
Unidas. Tal atentado contra a soberania brasileira por
parte de uma nação estrangeira foi revidada por uma
declaração formal de guerra em 10 de dezembro de
1825. Apesar de deter um Exército com mais de 26 mil
homens e uma poderosa marinha de guerra, o Brasil foi
incapaz de derrotar as forças rebeldes da Cisplatina e as tropas das Províncias Unidas.
No campo militar, as tropas brasileiras, preparadas para batalhas convencionais, eram incapazes de fazer frente
às tropas gaúchas que utilizavam táticas que atualmente seriam consideradas de guerrilha. O Exército brasileiro
manteve sua presença nas cidades e vilas da Cisplatina, mas não encontrava maneiras de desferir um golpe
certeiro no inimigo que preferia atuar de maneira inconsistente na região rural. No campo estratégico e político,
D. Pedro viu a oposição dos liberais federalistas ao conflito, que manipulavam a opinião pública culpando o
monarca pela guerra. Para os federalistas que defendiam os interesses dos fazendeiros escravocratas e
dominavam a Assembleia, a guerra não lhes importava, pois a Cisplatina possuía uma terra imprópria para o
cultivo de café e cana-de-açúcar.
D. Pedro se viu numa situação delicada, pois os políticos ao invés de colaborarem com o esforço de guerra
para defender os interesses da nação, faziam justamente o contrário, por interesses pessoais e políticos.
Dificultavam o envio de ajuda material e financeira para as tropas no teatro de guerra ao recusarem os pedidos
do Executivo. As províncias também não enviavam voluntários suficientes e assim a guerra se estendeu em
prejuízo do Império, que se via em graves dificuldades financeiras..
O Imperador partiu para o teatro de operações para tentar resolver o problema por si só, visto que não
conseguia o apoio dos políticos. Iniciou sua viagem em 29 de novembro de 1826, em seguida desembarcou na
província de Santa Catarina e realizou um longo percurso por terra por mais de quatrocentos quilômetros a
cavalo até atingir Porto Alegre, na província do Rio Grande do Sul em 7 de dezembro do mesmo ano. D.
Pedro encontrou o Exército brasileiro desmoralizado, sem recursos e sem qualquer perspectiva de tomar
iniciativa. Imediatamente demitiu os oficiais incompetentes e corruptos, e reorganizou as tropas, assim como a
[80]
[81]
[82]
[83]
[84]
[82][85]
[86]
Terceiro batalhão do Exército brasileiro em
treinamento em São Cristóvão, Rio de Janeiro.
Artista: Johann Moritz Rugendas.
Abdicação do Imperador D. Pedro I, 1831. Artista: Aurélio
administração civil e militar. Não teve como ficar muito tempo, pois ao receber a notícia do falecimento de
Leopoldina, retornou ao Rio de Janeiro no início de 1827.
Ao chegar na capital do Império, encontrou mais
dificuldade em lidar com os liberais federalistas. Estes
atacavam, através dos jornais e por discursos na
Assembleia, os imigrantes europeus que chegavam ao
país para estabelecer suas moradias. Vários deles
foram recrutados para a guerra e eram atacados nas
ruas por escravos incentivados por seus senhores,
ligados aos liberais. Revoltados com o tratamento
recebido no Brasil, os estrangeiros que haviam sido
recrutados e contratados como mercenários entraram
em negociações secretas com o governo argentino para
trocarem de lado. Em contra-partida, os estrangeiros
receberiam a província de Santa Catarina para lá se
instalarem como país independente, enquanto o Rio Grande do Sul seria anexado pelas Províncias Unidas..
Para facilitar esta ação, os soldados estrangeiros iriam rebelar-se no Rio de Janeiro e raptariam D. Pedro,
levando-o para Buenos Aires, onde lá seria forçado a aceitar as exigências dos argentinos e estrangeiros. A
revolta foi precipitada pela punição injusta
de um militar alemão por um oficial brasileiro ocorrida em 9 de junho
de 1828. Isabel Lustosa afirma que o estrangeiro recebeu cerca de 230 chibatadas e então seus
companheiros se rebelaram. Sérgio Corrêa da Costa alega que o militar não chegou a ser punido fisicamente
graças à intervenção de um outro oficial brasileiro. Contudo, as tropas estrangeiras se revoltaram, e após vários
combates na cidade do Rio de Janeiro, foram derrotadas por tropas leais ao Imperador e por vários civis
brasileiros. Centenas de pessoas de ambos os lados morreram devido aos confrontos armados.
O tratado de paz entre o Brasil e as Províncias Unidas veio logo após, em 28 de agosto de 1828, ao preço da
perda da província Cisplatina (que se tornou o Uruguai), mais de 30 milhões de dólares em gastos e 8 mil
brasileiros mortos. D. Pedro teve sua imagem abalada profundamente pelo término do conflito que custou
vidas e recursos desnecessariamente e foi culpado pelo desmembramento do território. Por sua vez, o
Imperador percebeu claramente que não poderia confiar nos liberais federalistas, que mais uma vez causaram
mortes que poderia ter sido evitadas graças à defesa de seus próprios interesses em detrimento dos da Nação
(a semelhança do que ocorreu na Confederação do Equador que foi iniciada durante a Guerra da
Independência). A Guerra da Cisplatina teve um papel importante na abdicação de D. Pedro, ao colaborar
com o aumento do seu desprestígio.
Abdicação
A indecisão entre o Brasil e Portugal contribuiu
para minar a popularidade e o prestígio de D.
Pedro I. Os problemas do Imperador
agravaram-se a partir de 1825, quando, no
plano interno, fracassavam as forças brasileiras
na Campanha Cisplatina (1825 - 1827). O
Imperador chegou a ir ao Rio Grande do Sul, a
fim de participar pessoalmente da campanha, no
final de 1826. A notícia da morte da Imperatriz
Leopoldina obrigou-o a mudar os planos e
retornar ao Rio de Janeiro.
Além do malogro militar, da perda da província
[86]
[82]
[87]
[88]
[89]
[90]
[88] [88]
[91]
[92]
[93]
[93]
de Figueiredo.
Charge do confronto entre D. Pedro I e D. Miguel
nas Guerras Liberais (1831-1834).
da Cisplatina (em 1828), e dos constantes
atritos com a Assembleia, a vida privada do
Imperador também contribuía para o desgaste
de sua imagem. Era notório seu relacionamento com Domitila de Castro Canto e Melo, a quem fez viscondessa
e depois marquesa de Santos. O romance teve início em 1822 e durou até o segundo casamento de D. Pedro I,
em 1829, com Amélia de Beauharnais, duquesa de Leuchtenberg. O marquês de Barbacena, encarregado de
encontrar uma noiva para o Imperador que atendesse às exigências de nobreza, formosura, virtude e educação,
enfrentara humilhantes recusas por parte de várias casas reais europeias que viam com horror o relacionamento
do Imperador com a Marquesa de Santos, e o sofrimento que este causara na Imperatriz Leopoldina.
Tudo isso, ao lado das dificuldades financeiras, provocaram o protesto das elites brasileiras. Apesar da
renúncia, sua relação com os assuntos internos de Portugal o tornaram cada vez mais impopular no Brasil. O
constante declínio de seu prestígio e a crise provocada pela dissolução do gabinete, em 1830, fez o Imperador
sofrer oposição dos liberais e ocasionar uma reação popular, levando-o a abdicar, em favor do filho D. Pedro
II (que tinha apenas cinco anos de idade), em 7 de abril de 1831.
Duque de Bragança
Guerras Liberais
D. Pedro I retorna à Europa onde assume a liderança da
luta para restaurar os direitos da filha, usurpados por D.
Miguel. Desembarca inicialmente na Normandia em 10
de junho de 1831 chegando a Cherbourg, onde
permanece até 24 de junho, quando parte para a
Inglaterra. Há ecos de sua estada nos jornais locais.
Em Portugal se viviam as Guerras Liberais entre os
miguelistas, partidários do absolutismo defendido por
Miguel, que usurpara a Coroa de D. Maria II, Rainha
em título, e os liberais, defensores do constitucionalismo.
Após conseguir os apoios financeiros necessários e
organizar os liberais imigrados, chega aos Açores em
1832, onde assume a regência na qualidade de Duque
de Bragança, nomeia um Ministério composto por
Mouzinho da Silveira, Marquês de Palmela e Agostinho
José Freire (do qual se destaca o primeiro pela
legislação que vai promulgando, que viria a alterar a estrutura jurídica e social do país), e prepara força
expedicionária para invadir Portugal e colocar a sua filha no trono.
Em junho a expedição militar parte para o norte do país, vindo a desembarcar no Pampelido em 8 de julho no
que ficou conhecido como Desembarque do Mindelo, e seguindo depois para o Porto. As tropas chegam à
cidade no dia seguinte e, ao contrário do que tinham inicialmente previsto, sofrem um longo e penoso cerco,
dando-se início a uma guerra civil. Em 24 de julho de 1834, depois da batalha de Lisboa, ganha pelo marechal-
duque da Terceira, os liberais derrotam os miguelistas.
Morte
As cortes de agosto de 1834 confirmam a regência de D. Pedro I, que repõe a filha no trono português.
Apesar de ter reconquistado o trono português para sua filha, D. Pedro I voltou tuberculoso da campanha e
morreu em 24 de setembro de 1834, pouco depois da Convenção de Évoramonte (que selara a vitória da
Litografia da morte de D. Pedro.
Túmulo de Pedro I na Capela
Imperial, subsolo do Monumento à
Independência, no Ipiranga, cidade de
São Paulo, Brasil.
Estandarte real de D. Pedro IV.
causa liberal, de que se fizera paladino), no palácio de Queluz, no
mesmo quarto e na mesma cama onde nascera 35 anos antes. Ao seu
lado, na hora da morte, estavam D. Amélia e D. Maria II.
Foi sepultado no Panteão dos Braganças, na Igreja de São Vicente
de Fora em Lisboa. O seu coração foi doado, por decisão
testamentária, à cidade do Porto, encontrando-se conservado na
Igreja da Lapa, no Porto, como relíquia, num mausoléu na capela-
mor da igreja, ao lado do Evangelho. Em 1972, no
sesquicentenário da Independência, seus despojos foram trasladados
do panteão de São Vicente de Fora para a cripta do Monumento à
Independência, localizado no Museu do Ipiranga em São Paulo,
Brasil.
Atualmente, os restos mortais do imperador repousam ao lado de sua primeira esposa, a Imperatriz Leopoldina
e da segunda esposa, Imperatriz Amélia.
O corpo de D. Maria Amélia só foi trasladado para o Brasil em
1982, por iniciativa do governador Paulo Salim Maluf. Durante todo
o tempo que esteve em Portugal, o corpo de D. Maria Amélia
repousou ao lado do corpo do irmão de D. Pedro I, D. Miguel, no
Panteão dos Braganças, em Lisboa.
Legado
Durante muitos anos, D.
Pedro I foi visto pelos
brasileiros como um
déspota arbitrário e
absolutista que estava mais
preocupado com as
diversas amantes do que
com o Brasil. Esta visão foi
fruto da propaganda realizada primeiramente pelos liberais
federalistas contra o monarca e seguida mais tarde pelos republicanos
para desacreditarem o período monárquico brasileiro. Tal quadro
viria a se modificar somente na década de 1950, quando o historiador Otávio Tarqüínio de Souza lançou em
1952 a obra biográfica "A vida de D. Pedro I". Sobre a visão histórica a respeito do primeiro Imperador
brasileiro Oliveira Lima afirmou que:
"Foi até moda, que só passou com a República, difamar D. Pedro I e zombar o mais
possível do bom Rei D. João VI, a quem o Brasil deve sua organização autônoma, suas
melhores fundações de cultura e até seus devaneios de grandeza". […] "De D. Pedro I mil
coisas se inventaram, entre elas uma deslealdade tão consumada que só parecia roubada
aos tiranetes [pequenos tiranos] da Itália da Renascença".
No entanto, ao abdicar em 1831, o Brasil que D. Pedro deixou era a maior potência latino-americana. O
Exército, com cerca de 24 mil homens, era tão bem equipado e preparado quanto os seus equivalentes
europeus, apesar da diferença numérica. A Marinha detinha mais
de oitenta modernos navios de guerra.
As demais nações republicanas da América Latina sofriam com intermináveis guerras civis, golpes de Estado,
ditaduras, desmembramentos territoriais e caudilhos disputando o poder pelas forças das armas. O Brasil
[94]
[95]
[96]
[97] [98]
D. Pedro II do Brasil
quando bebê.
recebeu os seus primeiros investimentos em indústria, tendo o Estado criado incentivos governamentais em
1826.
Havia plena liberdade de imprensa, respeito às garantias individuais e as eleições ocorriam periodicamente sem
interrupções. A Constituição promulgada em 1824 sofreu uma única grande modificação em 1834 e perdurou
por todo o Império e ao ser extinta em 1889, era a terceira mais antiga ainda em vigor no mundo. Após a
revolta da Confederação do Equador em 1824 e apesar das disputas entre as facções políticas, pelos próximos
sete anos de reinado de D. Pedro I houve paz interna. Armitage afirmou que apesar "de todos os erros do
Imperador, o Brasil durante os dez anos de sua administração fez certamente mais progressos em
inteligência [desenvolvimento] do que nos três séculos decorridos do seu descobrimento à proclamação
da Constituição portuguesa de 1820" .
Contudo, o maior legado de D. Pedro I foi ter garantido a integridade territorial de um Império de proporções
continentais, permitindo aos habitantes de regiões longínquas do norte na nascente do rio Ailã em Roraima, ao
sul no arroio Chuí no Rio Grande do Sul, ao leste em Ponta do Seixas na Paraíba e a oeste na nascente do rio
Moa no Acre considerarem-se hoje pertencentes a uma única nacionalidade: a brasileira.
Ascendência
Descendência
D. Pedro teve ao todo 18 filhos. De sua esposa em primeiras núpcias, a Imperatriz Leopoldina, Arquiduquesa
da Áustria, nasceram:
D. Maria II, rainha de Portugal (1819-1853), casada por procuração com seu tio, D. Miguel I, rei de
Portugal, em primeiras núpcias com Augusto de Beauharnais, duque de Leuchtenberg, e em segundas
núpcias com o príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Gota, rei consorte de Portugal;
Infante D. Miguel de Bragança (1820), príncipe da Beira;
Infante D. João Carlos de Bragança (1821–1822), príncipe da Beira;
D. Januária Maria (1822–1901), princesa imperial do Brasil, casada com o príncipe Luís de Bourbon e
Duas Sicílias, conde de Áquila;
D. Paula Mariana (1823–1833);
D. Francisca (1824–1898), princesa do Brasil, casada com o Francisco Fernando de Orléans, príncipe
de Joinville;
D. Pedro II (1825–1891), imperador do Brasil, casado com D. Teresa Cristina de Bourbon e Duas
Sicílias, princesa de Duas Sicílias.
De sua esposa em segundas núpcias, Dona Amélia de Leuchtenberg, imperatriz
do Brasil (1829–1831), duquesa de Leuchtenberg e de Bragança:
D. Maria Amélia de Bragança (1831–1853), princesa do Brasil.
De sua amante, Domitília de Castro e Canto Melo, marquesa de Santos:
rapaz (1823), menino natimorto;
Isabel Maria de Alcântara Brasileira (1824–1898), duquesa de Goiás,
casada com Ernesto José João Fischler von Treuberg, conde de Treuberg;
Pedro de Alcântara Brasileiro (1825–1826);
Maria Isabel de Alcântara Brasileira (1827–1828), duquesa do Ceará;
Maria Isabel II Alcântara Brasileira (1830–1896), que se casou com
[99]
[100]
[101]
[102]
Pedro Caldeira Brant, conde de Iguaçu.
Com a francesa Noémi Thierry teve:
Pedro, falecido antes de completar um ano;
Menina, falecida antes de completar um ano.
Com Maria Benedita de Castro Canto e Melo, baronesa de Sorocaba e irmã da marquesa de Santos, teve:
Rodrigo Delfim Pereira.
Com a uruguaia María del Carmen García teve uma criança natimorta.
De sua amante francesa Clémence Saisset teve:
Pedro de Alcântara Brasileiro.
Com a monja portuguesa Ana Augusta Peregrino Faleiro Toste (vila de São Sebastião, 1809 - Angra, 29 de
maio de 1896) teve outro menino de nome Pedro (1832 ou 1833), que terá vivido até à idade de 4 ou 5 anos.
Apesar das possíveis aparências, muitos biógrafos consideram D. Pedro um pai zeloso pelo menos com a maior
parte de sua prole, fosse ela legítima ou não. Procurou, na medida do possível, cuidar pessoalmente da
educação de todos, chegando inclusive a se indispor com D. Leopoldina quando exigiu que a duquesa de Goiás
fosse educada juntamente com as princesas imperiais. Ainda sobre a duquesa, já exilado em Paris, fez com que
viesse a viver juntamente com D. Maria da Glória e Amélia de Leuchtenberg - que finalmente a aceitara após
uma primeira rejeição, ainda no Brasil.
De acordo com Isabel Lustosa, D. Pedro costumava brincar com os filhos e lhes ministrar pessoalmente
remédios e outros cuidados médicos. Otávio Tarqüinio relata como o ex-imperador ficara consternado com a
morte de cada um de seus filhos. O corpo da menina que tivera com Noémi Thierry foi, a seu mando,
embalsamado e trasladado para a Quinta da Boa Vista, onde ali permaneceria velado pelo regente até sua
partida do Brasil. Maior tristeza lhe abateu quando da morte do Príncipe da Beira, D. João Carlos de
Bragança, a quem, em seu leito de morte, deu-lhe o "último beijo" e a "derradeira bênção paterna". Mesmo no
exílio, manteve constante comunicação com D. Pedro de Alcântara, futuro Pedro II do Brasil, por cartas
enviadas mesmo durante as Guerras Liberais.
Títulos
1798-1816: Sua Alteza Real, o Príncipe da Beira
1816-1822: Sua Alteza Real, o Príncipe Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves
1822-1831: Sua Majestade Imperial, o Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil
1826-1828: Sua Majestade Fidelíssima, El-Rei de Portugal e dos Algarves d'Aquém e d'Além-Mar
em África e Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Arábia, Pérsia e Índia
1828-1834: Sua Majestade Imperial e Real, o Duque de Bragança
Na cultura popular
D. Pedro I já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por:
Achiles Lambertini no filme "O Grito do Ipiranga" (1917)
Tarcísio Meira e seu filho Tarcísio Filho no filme "Independência ou Morte" (1972)
[103]
Tarcísio Meira na novela "Saramandaia" (1976) (aparição especial)
Gracindo Júnior na minissérie "Marquesa de Santos" (1984)
Tarcísio Filho na novela "Dona Beija" (1986)
Marcos Palmeira no filme "Carlota Joaquina - Princesa do Brazil" (1995)
Pedro Palli na minissérie "Entre o Amor e a Espada" (2001)
Marcos Pasquim na minissérie "O Quinto dos Infernos" (2002)
Reynaldo Gianecchini no especial de natal "O Natal do Menino Imperador" (2008)
Nizo Neto no humorístico "Zorra Total" (2011/12)
Efígie
Sua efígie foi impressa na nota de Cr$ 200 (duzentos cruzeiros) de 1951 e na de Cr$ 5 (cinco cruzeiros) de
1970; cunhada no verso das moedas de Cr$ 1 (um cruzeiro) e Cr$ 20 (vinte cruzeiros) — comemorativas do
sesquicentenário da independência, em 1972 — e, atualmente, de 10 centavos de real.
Referências
1. ↑ Viana 1994, p. 252.
2. ↑ Saraiva 2001, p. 378.
3. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.37
4. ↑ VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, p.194
5. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.37
6. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.38
7. ↑ VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, p.195
8. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.63
9. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.59
10. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.58
11. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.69
12. ↑ CARVALHO, José Murilo de. Pedro II. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.17
13. ↑ LYRA, Heitor. História de Dom Pedro II: Ascensão. São Paulo, USP, 1977, p.10
14. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.60
15. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia
das Letras, 2007, p.61
16. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.129
17. ↑ CARVALHO, José Murilo de. Pedro II. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.130
18. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.131
19. ↑ COSTA, Sérgio Corrêa da. As quatro coroas de D. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.99
20. ↑ COSTA, Sérgio Corrêa da. As quatro coroas de D. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.100
21. ↑ VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, p.194
22. ↑ COSTA, Sérgio Corrêa da. As quatro coroas de D. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.101
23. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.70
24. ↑ COSTA, Sérgio Corrêa da. As quatro coroas de D. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.105
25. ↑ BUENO, Eduardo. Brasil: uma História. São Paulo: Ática, 2003, p.170
26. ↑ COSTA, Sérgio Corrêa da. As quatro coroas de D. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.108
27. ↑ COSTA, Sérgio Corrêa da. As quatro coroas de D. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.108 e 109
28. ↑ COSTA, Sérgio Corrêa da. As quatro coroas de D. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.98
29. ↑ COSTA, Sérgio Corrêa da. As quatro coroas de D. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.117
30. ↑ Rainer Sousa. A regência de Dom Pedro I (http://www.mundoeducacao.com.br/historiadobrasil/a-regencia-
dom-pedro-i.htm) . Mundo Educação. Página visitada em 16 de maio de 2011.
31. ↑ D. Pedro 1°, Imperador do Brasil, biografia, acervo biográfico, grandes personalidades, personalidades que
marcaram a história, grandes nomes, vida e obra (http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u144.jhtm) .
Universo Online. Página visitada em 16 de maio de 2011.
32. ↑ LIMA, Manuel de Oliveira. O Império brasileiro. São Paulo: USP, 1989, p.60
33. ↑ Discurso de Dom Pedro I (3 de maio de 1823)
a b c
a b c
a b
a b
a b
a b c d
a b
a b c
a b
a b c d e
a b c
a b c
a b c d
(http://pt.wikisource.org/wiki/Discurso_de_Dom_Pedro_I_%283_de_maio_de_1823%29) . Wikisource.
34. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.159
35. ↑ HOLANDA, Sérgio Buarque de. O Brasil Monárquico: o processo de emancipação. 4. ed. São Paulo: Difusão
Europeia do Livro, 1976, p. 184
36. ↑ LIMA, Manuel de Oliveira. O Império brasileiro. São Paulo: USP, 1989, p. 57
37. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.160
38. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.166
39. ↑ LIMA, Manuel de Oliveira. O Império brasileiro. São Paulo: USP, 1989, p.72
40. ↑ HOLANDA, Sérgio Buarque de. O Brasil Monárquico: o processo de emancipação. 4. ed. São Paulo:
Difusão Europeia do Livro, 1976, p.186
41. ↑ CARVALHO, José Murilo de. A Monarquia brasileira. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1993, p.23
42. ↑ HOLANDA, Sérgio Buarque de. O Brasil Monárquico: o processo de emancipação. 4. ed. São Paulo:
Difusão Europeia do Livro, 1976, p.254
43. ↑ VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, p.171
44. ↑ HOLANDA, Sérgio Buarque de. O Brasil Monárquico: o processo de emancipação. 4. ed. São Paulo: Difusão
Europeia do Livro, 1976, p.244
45. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.161
46. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.66
47. ↑ LIMA, Manuel de Oliveira. O Império brasileiro. São Paulo: USP, 1989, p.16
48. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.167
49. ↑ LIMA, Manuel de Oliveira. O Império brasileiro. São Paulo: USP, 1989, p.17
50. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.168
51. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.169
52. ↑ COSTA, Sérgio Corrêa da. As quatro coroas de D. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.315
53. ↑ LIMA, Manuel de Oliveira. O Império brasileiro. São Paulo: USP, 1989, p.56
54. ↑ VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, p.106
55. ↑ HOLANDA, Sérgio Buarque de. O Brasil Monárquico: o processo de emancipação. 4. ed. São Paulo:
Difusão Europeia do Livro, 1976, p.253
56. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.175-176
57. ↑ SCANTIMBURGO, João de. O Poder Moderador. São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, 1980, p.140
58. ↑ CARVALHO, José Murilo de. A Monarquia brasileira. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1993
59. ↑ VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, p.170
60. ↑ HOLANDA, Sérgio Buarque de. O Brasil Monárquico: o processo de emancipação. 4. ed. São Paulo: Difusão
Europeia do Livro, 1976.
61. ↑ CALMON, Pedro. História da civilização brasileira. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2002, p.203
62. ↑ BONAVIDES, Paulo. Reflexões; política e direito. 2 ed. Fortaleza: Imprensa Universitária, p.228
63. ↑ SCANTIMBURGO, João de. O Poder Moderador. São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, 1980, p.20
64. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.175
65. ↑ CARVALHO, José Murilo de. A Monarquia brasileira. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1993, p.46
66. ↑ SCANTIMBURGO, João de. O Poder Moderador. São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, 1980, p.19
67. ↑ SCANTIMBURGO, João de. O Poder Moderador. São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura, 1980, p.21
68. ↑ DOLHNIKOFF, Miriam. Pacto imperial: origens do federalismo no Brasil do século XIX. São Paulo:
Globo, 2005, p.56
69. ↑ DOLHNIKOFF, Miriam. Pacto imperial: origens do federalismo no Brasil do século XIX. São Paulo: Globo,
2005, p.56-57
70. ↑ DOLHNIKOFF, Miriam. Pacto imperial: origens do federalismo no Brasil do século XIX. São Paulo: Globo,
2005, p.27
71. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.176
72. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.182
73. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.181
74. ↑ COSTA, Sérgio Corrêa da. As quatro coroas de D. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.171
75. ↑ COSTA, Sérgio Corrêa da. As quatro coroas de D. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.172
76. ↑ COSTA, Sérgio Corrêa da. As quatro coroas de D. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.173
77. ↑ COSTA, Sérgio Corrêa da. As quatro coroas de D. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.193
78. ↑ COSTA, Sérgio Corrêa da. As quatro coroas de D. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.197
79. ↑ COSTA, Sérgio Corrêa da. As quatro coroas de D. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.196-197
80. ↑ COSTA, Sérgio Corrêa da. As quatro coroas de D. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.199
a b
a b
a b c
a b
a b
a b c
a b
a b
a b
a b c
a b c
a b c d
a b
a b
81. ↑ CALMON, Pedro. História da civilização brasileira. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2002, p.192
82. ↑ CALMON, Pedro. História da civilização brasileira. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2002,
p.193
83. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.246
84. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.245-6
85. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.246
86. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.244
87. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.275
88. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.276
89. ↑ COSTA, Sérgio Corrêa da. As quatro coroas de D. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.130 e 132
90. ↑ COSTA, Sérgio Corrêa da. As quatro coroas de D. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1995, p.145-6
91. ↑ COSTA, Sérgio Corrêa da. As quatro coroas de D. Pedro I. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p.124
92. ↑ LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p.277
93. ↑ VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, p.322
94. ↑ O Coração de D. Pedro IV (http://www.cm-porto.pt/gen.pl?sid=cmp.sections/966) . Câmara Municipal do
Porto.
95. ↑ VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002, p.197
96. ↑ LIMA, Manuel de Oliveira. O Império brasileiro. São Paulo: USP, 1989, p.173
97. ↑ PEDROSA, José Fernando Maya. A Catástrofe dos Erros: razões e emoções na guerra contra o Paraguai. Rio
de Janeiro: Biblioteca do Exército, 2004, p.229
98. ↑ MAIA, Prado. A Marinha de Guerra do Brasil na Colônia e no Império (2ª edição). Rio de Janeiro: Cátedra,
1975. p. 133-135
99. ↑ SZMRECSÁNY, Tamás e LAPA, José Roberto do Amaral. História Econômica da Independência e do
Império. 2. ed. São Paulo: USP, 2002, pg.298
100. ↑ LYRA, Heitor. História de Dom Pedro II: Ascensão 1825-1870. Belo Horizonte: Itatiaia, 1977, p.200
101. ↑ NABUCO, Joaquim. Um Estadista do Império. Volume único. 4 ed. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1975, p62-
63
102. ↑ HOLANDA, Sérgio Buarque de. História Geral da Civilização Brasileira: Declínio e Queda do Império. 2 ed.
São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1974, pg.272
103. ↑ Sousa, Otávio Tarqüinio de. A vida de D. Pedro I. Rio de Janeiro: José Olympio, 1954.
Bibliografia
LUSTOSA, Isabel. D. Pedro I: um herói sem nenhum caráter. São Paulo: Companhia das Letras, 2006 ISBN 85-
359-0807-2
SOUSA, Otávio Tarqüínio de. A vida de D. Pedro I. Rio de Janeiro: José Olympio, 1954.
CABRAL, Oswaldo Rodrigues. A História da Política em Santa Catarina Durante o Império. Edição em 4
volumes, organizada por Sara Regina Poyares dos Reis. Florianópolis : Editora da UFSC, 2004.
REZZUTTI, Paulo. Titília e o Demonão. Cartas Inéditas de d. Pedro I à Marquesa de Santos. São Paulo :
Geraçã Editorial, 2011.
NARLOCH, Lenadro. Guia politicamente incorreto da história do Brasil. 2ª ed., revista e ampliada. São Paulo:
Leya, 2011 ISBN 978-85-62936-06-7
VIANA, Hélio. História do Brasil: período colonial, monarquia e república (em Portuguese). 15° ed. São
Paulo: Melhoramentos, 1994. ISBN 978-85-06-01999-3
SARAIVA, António José. The Marrano Factory. The Portuguese Inquisition and Its new Christians 1536–1765.
Leiden, South Holland: Brill, 2001. ISBN 90-04-12080-7
Ver também
Árvore genealógica dos reis de Portugal
Família Imperial Brasileira
Imperial Ordem da Rosa
a b c
a b c
a b
Hino da Independência
Panteão da Pátria
Monumento a D. Pedro IV
Ligações externas
Casa Imperial do Brasil (http://www.monarquia.org.br/)
Casa de Bragança 
Nascimento: 12 de outubro de 1798; Morte: 24 de setembro de 1834
Precedido por
D. João VI
Regente do Brasil
como D. Pedro de Alcântara
1821–1822
Sucedido por
D. Maria Leopoldina
Imperador do Brasil
de fato
1822–1831
Sucedido por
D. Pedro II
Rei de Portugal e dos Algarves
d'Aquém e d'Além-Mar em África, etc.
como D. Pedro IV de Portugal
1826
Sucedido por
D. Maria II
Duque de Bragança
como D. Pedro I de Bragança
1816–1826/1831–1834
Príncipe Real do
Reino Unido de Portugal,
Brasil e Algarves
como D. Pedro de Alcântara
1816–1822
Sucedido por
Nenhum
 Família Imperial Brasileira
Precursores: D. João VI de Portugal | D. Carlota Joaquina1.ª geração: D. Pedro I | D.Leopoldina de Áustria | D. Amélia de Leuchtenberg
2.ª geração: D. Pedro II | D. Teresa de Duas Sicílias | D. Januária Maria | D. Paula Mariana | D. Francisca Carolina
D. Maria II de Portugal | D. Maria Amélia
3.ª geração: D. Isabel Leopoldina | D. Luís Gastão d'Eu | D. Afonso Pedro | D. Leopoldina Teresa | D. Pedro Afonso
4.ª geração: D. Luísa Vitória | D. Pedro de Alcântara | D. Luís Maria Filipe | D. Antônio Gastão | D. Pedro Augusto | D.
Augusto Leopoldo
5.ª geração em diante: Ramo de Vassouras | Ramo de Petrópolis | Ramo de Saxe-Coburgo e Bragança
Obtida de "http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pedro_I_do_Brasil&oldid=33154668"
Categorias: Nascidos em 1798 Mortos em 1834 Imperadores do Brasil Reis de Portugal
Reis do Algarve Regentes de Portugal Duques de Bragança Príncipes da Beira Príncipes do Brasil
Príncipes Reais do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves
Grã-Cruzes da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa
Grão-Mestres da Ordem da Torre e Espada
Grão-Mestres da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa Maçons do Brasil
Maçons de Portugal Mortes por tuberculose Luso-brasileiros Hispano-brasileiros
Heróis nacionais do Brasil Condes de Arraiolos Condes de Barcelos Condes de Neiva
Monarcas católicos romanos Condes de Ourém Duques de Barcelos Marqueses de Vila Viçosa
Regentes do Brasil Sepultados na Capela Imperial Naturais de Sintra Filhos de João VI de Portugal
Descendentes de Luís XIV da França Católicos do Brasil Monarcas Brasileiros
Esta página foi modificada pela última vez à(s) 00h45min de 3 de dezembro de 2012.
Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição-Partilha nos Mesmos Termos 3.0 não
Adaptada (CC BY-SA 3.0); pode estar sujeito a condições adicionais. Consulte as condições de uso
para mais detalhes.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?