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FUNDAMENTOS DE MECÂNICA DE FRATURA GRUPO DE ESTUDOS SOBRE FRATURA DE MATERIAIS DEMET/EM/UFOP ENSAIOS DE MECÂNICA DE FRATURA “FUNDAMENTOS DE MECÂNICA DE FRATURA” Capítulo 6 – Ensaios de Mecânica de Fratura I. Ensaio de K1c e Kc II. Ensaio de Jc e c III. Ensaio de curva J-R IV. Ensaio de curva -R Faixas de aplicação da MFEL e da MFEP para descrever o comportamento de fratura. Introdução Similaridade entre valores de tenacidade obtidos experimentalmente e o comportamento à fratura de um componente estrutural em serviço: escoamento de pequena monta (small scale yielding) à frente da trinca; semelhança entre campos de tensões de corpos-de-prova laboratoriais e componentes estruturais; transferabilidade de resultados de tenacidade entre ambas as configurações. Um ensaio de tenacidade à fratura tem por objetivo a medição da resistência de um material à propagação de trinca e à fratura. Trata-se, portanto, da determinação de um parâmetro de tenacidade: K, J ou . A tenacidade pode ser determinada como um valor puntual ou a partir de uma curva de resistência. A tenacidade será determinada no modo I de carregamento. Ensaios de tenacidade à fratura: objetivo O ensaio consiste no carregamento de um corpo-de-prova trincado com uma pré-trinca de fadiga, para induzir uma das seguintes respostas: a) Crescimento instável de trinca; b) Crescimento estável de trinca. No primeiro caso tem-se um único ponto, que representa a tenacidade à fratura do material, determinada na instabilidade. No segundo caso tem-se uma curva contínua de variação da tenacidade com a extensão da trinca. Dois procedimentos de medição do crescimento de trinca são apresentados pela norma ASTM E-1820: a) Procedimento básico; b) Procedimento da curva de resistência. O procedimento básico envolve a marcação física do avanço da trinca, e diversos corpos-de-prova. Um único valor para a tenacidade à fratura é obtido (iniciação à fratura). O procedimento da curva de resistência consiste na avaliação da compliance do corpo-de-prova, com a geração de muitos pontos e a utilização de um único corpo-de-prova. Máquina de ensaios - esquema Ensaios de tenacidade à fratura: equipamentos Máquina de ensaios - GESFRAM Máquina de ensaios GESFRAM Máquina de ensaios GESFRAM Máquina de ensaios GESFRAM Dispositivos para medição de deslocamento, quando se espera um deslocamento menor do que 3,75mm – ASTM E 1820-01 Dispositivos para medição de deslocamento, quando se espera um deslocamento maior do que 3,75mm – ASTM E 1820-01 Garras para os corpos-de-prova, ensaio de flexão – ASTM E 1820-01 Garras para os corpos-de-prova, ensaio de tração – ASTM E 1820-01 Ensaios de tenacidade à fratura: corpos-de-prova Tipos de corpos-de-prova Tipos de corpos-de-prova, esforço de flexão – ASTM E 1820-01 1 < W/B < 4 Tipos de corpos-de-prova, esforço de tração – ASTM E 1820-01 2 < W/B < 4 Tipos de corpos-de-prova, esforço de tração – ASTM E 1820-01 Orientação dos corpos- de-prova Geometria do entalhe – ASTM E 1820-01 Geometria do entalhe – ASTM E 1820-01 Tipos de entalhe B - BN < 0,25 B Entalhe “chevron” Entalhe lateral Entalhe “chevron” Corpo-de-prova de Al-7475 com entalhe “chevron”: a) Face lateral; b) fratura por fadiga, R=0,1; c) fratura por fadiga, R=0,5; d) fratura por tração. Entalhe lateral Corpo-de-prova de aço SAE-4130 com entalhe lateral Dobramento C(T) Ensaios de tenacidade à fratura: pré-trinca por fadiga Pré-trincamento por fadiga: Uma pré-trinca de fadiga é produzida a partir de carregamento cíclico do corpo-de-prova, por um número de ciclos entre 104e 106, dependendo do tamanho do corpo-de-prova, preparação do entalhe, e nível de intensidade de tensões. O tamanho final de trinca (entalhe + pré-trinca) deverá estar entre 0,45 W e 0,70 W, para determinação de J e , sendo restrito entre 0,45 W e 0,55 W para determinação de K1c . O comprimento da extensão da pré-trinca não deve ser menor do que 5% do tamanho total da trinca, e não menor do que 1,3mm. Instrumentação Procedimento Básico Registra-se um gráfico, com a carga no eixo vertical e o deslocamento da boca do entalhe no eixo horizontal. Traça-se uma secante com inclinação igual a 95% da inclinação da tangente à curva, a partir da origem. A carga PQ é definida da seguinte forma: se todas cargas anteriores a P5 são menores do que P5 , então P5 = PQ ; se existe alguma carga anterior a P5 que seja maior do que P5 , então esta carga será igual a PQ . Ensaio para determinação de K1c A partir da carga PQ determina-se KQ com a seguinte expressão: a) Corpo de prova de dobramento b) Corpo de prova C(T) Para KQ ser considerado igual a K1c deve-se atender aos seguintes requisitos: 2 5.2, ys QK aB Pmax 1,10 PQ Tenacidade à fratura Composite reinforcement geometry is: f = fibers; sf = short fibers; w = whiskers; p = particles. Addition data as noted (vol. fraction of reinforcement): 1. (55vol%) ASM Handbook, Vol. 21, ASM Int., Materials Park, OH (2001) p. 606. 2. (55 vol%) Courtesy J. Cornie, MMC, Inc., Waltham, MA. 3. (30 vol%) P.F. Becher et al., Fracture Mechanics of Ceramics, Vol. 7, Plenum Press (1986). pp. 61-73. 4. Courtesy CoorsTek, Golden, CO. 5. (30 vol%) S.T. Buljan et al., "Development of Ceramic Matrix Composites for Application in Technology for Advanced Engines Program", ORNL/Sub/85-22011/2, ORNL, 1992. 6. (20vol%) F.D. Gace et al., Ceram. Eng. Sci. Proc., Vol. 7 (1986) pp. 978-82. Graphite/ Ceramics/ Semicond Metals/ Alloys Composites/ fibers Polymers 5 K Ic (M P a · m 0 .5 ) 1 Mg alloys Al alloys Ti alloys Steels Si crystal Glass -soda Concrete Si carbide PC Glass 6 0.5 0.7 2 4 3 10 20 30 <100> <111> Diamond PVC PP Polyester PS PET C-C(|| fibers) 1 0.6 6 7 40 50 60 70 100 Al oxide Si nitride C/C( fibers) 1 Al/Al oxide(sf) 2 Al oxid/SiC(w) 3 Al oxid/ZrO 2(p)4 Si nitr/SiC(w) 5 Glass/SiC(w) 6 Y2O3/ZrO 2(p)4 Aço AISI/SAE 498 martensítico. GESFRAM 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0 50 100 150 200 P ( kg f) COD (mm) Curva de resistência e curvas de força-motriz. Ensaio para determinação de Kc Curva de resistência para aço inox martensítico, e determinação de Kc 0,00 0,05 0,10 0,15 0,20 0 50 100 150 200 P ( kg f) COD (mm) Aço inox martensítico 10 20 0 20 40 60 80 100 K c = 34,2 MPa.m 1/2 K -R ( M P a. m 1/ 2 ) a (mm) Aço inox martensítico P = 143 kgf P = 172 kgf P = 179 kgf P = 250 kgf 20 30 40 50 60 0 50 100 150 200 250 K c = 83,4 MPa.m 1/2 K -R ( M P a. m .1 /2 ) a (mm) Curva de resistência CDP SPa P = 614 kgf P = 1000 kgf P = 1247 kgf P = 1500 kgf Curva de resistência para liga de alumínio, e determinação de Kc 0,0 0,5 1,0 1,5 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 P ( kg f) COD (mm) ADI TT3 CP-01 15 20 25 30 0 100 200 300 400 500 K c = 94,2 MPa.m 1/2 K R x a P = 2000 kgf P = 2500 kgf P = 2700 kgf P = 5000 kgf a (mm) K R , K ap lic , ( M P a. m 1/ 2 ) Curva de resistência para ferro fundido austemperado, e determinação de Kc Relação entre tenacidade à fratura e tensão limite de escoamento para aços. Procedimento Básico Diferença entre CMOD e CTOP Ensaio para determinação de c Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. Fator rotacional: a) Corpo-de-prova de dobramento b) Corpo-de-prova C(T) rp = 0,44 r a b a b a bp o o o o o o 0 4 1 2 05 2 05 2 1 2 . . . Fonte: C.Ruggieri - Mecânica de Fratura Elasto-Plástica, ABM, 2006, 3a Edição. O método eta ( ), proposto em 1973 por Turner, surge como uma ferramenta simples e acurada para determinação da tenacidade à fratura (ambos e J), por meio da divisão da energia total absorvida em frações elástica e plástica. A área sob a curva P x CMOD representa estas parcelas de energia. Curvas obtidas em ensaio de máx com um aço do tipo AISI/SAE 4140. Aplicação: parafusos de bomba de mineroduto. GESFRAM. Curvas obtidas em ensaio de máx com aços do tipo API. Aplicação: mineroduto. GESFRAM. X-60 X-70 0 1 2 3 4 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 METAL DE BASE USI SAC-50 C ar ga ( kg f) COD (mm) 0 1 2 3 4 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 ZTA USI SAC-50 C ar ga ( kg f) COD (mm) 0 1 2 3 4 0 1000 2000 3000 4000 METAL DE SOLDA USI SAC-50 C ar ga ( kg f) COD (mm) Região do entalhe CTOD max (mm) Metal de base 0,24 ZTA 0,25 Metal de solda 0,40 Resultados de ensaio CTOD em junta soldada de aço patinável USI-SAC-50. GESFRAM. Qualificação de Q como C : a) b) Extensão da trinca: B , bo 300 Q M = 1,4 Quando nenhuma instabilidade ocorre até se atingir a carga máxima, o valor de m deverá ser calculado. As fórmulas são as mesmas já apresentadas. Procedimento da curva de resistência Equações para determinação da curva -R: a) Corpo de prova de dobramento b) Corpo de prova C(T) rp = 0,44 Ensaio para determinação da Curva -R Construção da curva -R: ASTM E 1820-1 Traçado das retas de exclusão – determinação de Q ASTM E 1820-01 Qualificação de Q como 1c : a) O número de pontos necessários para a regressão deve ser pelo menos igual a 8; b) O número de pontos entre 0,4 Q e Q deve ser pelo menos igual a 3; c) d) A inclinação da linha de regressão, dJ/da , calculada em aQ deve ser menor do que 1 . 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 IC IC Reta 0,20mm Linha de exclusão 1,50mmLinha de exclusão 0,15mmReta de embotamento (m m ) a (mm) DP-Cr, IC = 0,21mm DP-Si, IC = 0,26mm Curva -R para dois aços bifásicos, com determinação de Q. 0 1 2 3 4 5 6 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 Cr-LT SG25% Cr-LT SG37% Cr-TL SG25% Cr-TL SG37% Si-LT SG25% Si-LT SG37% Si-TL SG25% Si-TL SG37% Q ( m m ) a (mm) 375 400 425 450 475 0,0 0,2 0,4 Cr-LT SG25 Cr-LT SG37 Cr-TL SG25 Cr-TL SG37 Si-LT SG25 Si-LT SG37 Si-TL SG25 Si-TL SG37 Q (m m ) LE (MPa) Procedimento Básico A determinação de JQ é realizada a partir das seguintes equações: a) Corpo de prova de dobramento b) Corpo de prova C(T) J = Jel + Jpl bo = (W – ao) Ensaio para determinação de Jc Qualificação de JQ como JC : a) Se o material é um aço ferrítico, e suas propriedades mecânicas na temperatura ambiente se encontram no retângulo da figura abaixo, então B,bo > 50 JQ/ Y ; caso contrário B,bo > 100 JQ/ Y . b) Sobre a extensão da trinca: M = 2 Tenacidade à fratura de um aço do tipo DIN 1740. Aplicação: mandril de bobinadeira de LTQ. GESFRAM. Procedimento da curva de resistência Curva de resistência J-R Método dos descarregamentos parciais, um único corpo-de-prova Ensaio para determinação da curva J-R Equações para determinação da curva J-R: a) Corpo de prova de dobramento Equações para determinação da curva J-R: b) Corpo de prova C(T) Construção da curva J-R: ASTM E 1820-1 Traçado das retas de exclusão – determinação de JQ ASTM E 1820-01 Qualificação de JQ como J1c : a) O número de pontos necessários para a regressão deve ser pelo menos igual a 8; b) O número de pontos entre 0,4JQ e JQ deve ser pelo menos igual a 3; c) d) e) A inclinação da linha de regressão, dJ/da , calculada em aQ deve ser menor do que Y . 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 0 200 400 600 800 1000 1200 J IC J IC Linha de exclusao 1,50mm Reta 0,20mm Linha de exclusao 0,15mm Reta de embotamento J (k J/ m 2 ) a (mm) API-5L-X70 ; J IC = 356 kJ/m 2 API-5L-X80 ; J IC = 491 kJ/m 2 Curva J-R para aços API, com determinação de JQ. Curva J-R para um aço bifásico, com determinação de JQ. 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 0 100 200 300 400 J = 225*( a) 0,43 J (k J/ m 2 ) a (mm) Aço bifásico ao Cr J Q = 125 kJ/m 2 0 1 2 3 4 5 6 7 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 Cr-LT SG=25% Si-LT SG=25% Cr-LT SG=37% Si-LT SG=37% Cr-LT SG=0% Si-LT SG=0% J (k Pa .m ) a (mm) 380 400 420 440 460 100 200 300 400 500 600 700 800 Cr-LT SG=25% Cr-LT SG=37% Cr-TL SG=25% Cr-TL SG=37% Si-LT SG=25% Si-LT SG=37% Si-TL SG=25% Si-TL SG=37% Cr-LT SG=0% Si-LT SG=0% J Q (k P a. m ) LE (MPa) Curvas de resistência para aços bifásicos Efeito da composição química e do tamanho do entalhe lateral. Relação entre a tenacidade e o limite de escoamento. Relação entre a tenacidade e o limite de escoamento, aços bifásicos. Efeito de pré-deformação e de tratamento de “bake hardening”. 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 BH CM EE EE = estado de entrega CM = estirado + bake hardening BH = bake hardening BH CM EE J Q ( kJ /m 2 ) LE (MPa) DP Cr DP Si