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os serviços em geral. Recusou, por exemplo, a atribuição de produti-
vidade aos serviços médicos (o que, obviamente, não significa que os
considerasse dispensáveis). Já com relação a atividades como as de
ensino, dos espetáculos, da hotelaria e outras, sua análise ficou no
meio do caminho, justificando-se com o pequeno peso dos serviços.
O que era verdade para seu tempo, mas deixou de sê-lo para os
dias atuais. Nos países capitalistas desenvolvidos, o setor terciário,
que abrange os serviços, passou a ocupar o maior percentual da força
de trabalho e a responder, nas contas nacionais, por cerca de metade
do produto. Do ponto de vista da teoria econômica marxista, é inacei-
tável, não obstante, a inclusão no produto nacional de todos os serviços
computados pela estatística oficial. Mesmo esta, às vezes, adota timi-
damente o conceito de produto real, do qual exclui os serviços gover-
namentais, a intermediação financeira, os serviços de educação e saúde
e alguns outros. Trata-se, sem dúvida, de importante campo da inves-
tigação econômica, em cujo âmbito as indicações de Marx são preciosas
para marxistas e não-marxistas.
Por fim, Marx referiu-se ao que denominou de faux frais: falsos
gastos inseridos no processo de produção, embora sem lhe dar contri-
buição do ponto de vista técnico e produtivo. Um desses falsos gastos
é o do trabalho de vigilância ou controle da força de trabalho, que
impõe um acréscimo de custos sem significação técnica para a produção
propriamente dita, decorrendo tão-somente do caráter antagônico das
relações de produção. Se, nesta questão, Marx estava certo do ponto
de vista de suas premissas, tanto mais quanto os serviços de controle
dos trabalhadores se sofisticaram nas grandes empresas modernas (com
a expansão dos “serviços sociais” e congêneres), o mesmo não se podia
dizer da imputação de faux frais à contabilidade. Afinal, a produção
industrial moderna, sejam os países capitalistas ou socialistas, é tec-
nicamente impraticável sem contabilidade. Como, por igual, no capi-
talismo avançado dos dias atuais seria errôneo deixar de qualificar a
pesquisa científica e o desenvolvimento de projetos como trabalho pro-
dutivo, ao passo que o marketing e a propaganda entram, sem dúvida,
no âmbito do trabalho improdutivo, pois sua utilização não é suscitada
senão pela natureza mercantil e concorrencial do modo de produção
capitalista.
Mais-valia e acumulação de capital
Acumulação capitalista significa valorização do capital, o que,
por sua vez, significa incremento do capital adiantado mediante pro-
dução de mais-valia.
Sob a compulsão da concorrência, que elimina as empresas es-
tacionárias, os capitalistas, na condição de personificação do capital,
anseiam por quantidades cada vez maiores de mais-valia. Nos primór-
dios do regime capitalista, quando as inovações técnicas avançavam
OS ECONOMISTAS
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