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Série Concursos – Direito Eleitoral Omar Chamon 3ª para 4ª edição, 2011 p. 39 – Substituir o texto do parágrafo “Aspecto ainda pendente de providência (...)”, pelo que segue: Aspecto ainda controverso diz respeito ao cidadão submetido à prisão cautelar ou processual, ou ainda, prisão civil (inadimplemento de obrigação alimentar). Como sabemos, nada impede o preso provisório de votar, salvo a falta de condições materiais. Vale destacar que nas eleições de 2010 os presos provisórios, inclusive menores internados, puderam votar, em todas as unidades da federação (TSE – Resolução 23.219/2010). p. 45 – Ao final do último parágrafo acrescentar o seguinte: Recentemente, o Tribunal Superior Eleitoral afastou quaisquer dúvidas a esse respeito: “TSE – Processo administrativo nº 19840 – Consulta. Recebida como processo administrativo. Juiz eleitoral. TRE/AM. Recepção. Constituição Federal. Artigo 5o, Inciso II, do Código Eleitoral. – Consoante o § 2o do artigo 14 da CF, a não alistabilidade como eleitores somente é imputada aos estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, aos conscritos, observada, naturalmente, a vedação que se impõe em face da incapacidade absoluta nos termos da lei civil. –Sendo o voto obrigatório para os brasileiros maiores de 18 anos, ressalvada a facultatividade de que cuida o inciso II do § 1o do artigo 14 da CF, não há como entender recepcionado preceito de lei, mesmo de índole complementar à Carta Magna, que imponha restrição ao que a norma superior hierárquica não estabelece. – Vedado impor qualquer empecilho ao alistamento eleitoral que não esteja previsto na Lei Maior, por caracterizar restrição indevida a direito político, há que afirmar a inexigibilidade de fluência da língua pátria para que o indígena ainda sob tutela e o brasileiro possam alistar-se eleitores. – Declarada a não recepção do art. 5o, inciso II, do Código Eleitoral pela Constituição Federal de 1988. Resolvem os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por maioria, assentar a não recepção, pela Constituição Federal de 1988, do artigo 5.º, II, do Código Eleitoral, nos termos do voto do relator. Brasília, 1.º de junho de 2010”. p. 73 – Acrescentar ao final do parágrafo “Nas eleições para o cargo de Presidente (...)”, o texto que segue: Por outro lado, o art. 1.º, II, g, da Lei Complementar 64/1990 afirma que são inelegíveis para o cargo de presidente e vice-presidente da República: “os que tenham, dentro dos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito, ocupado cargo ou função de direção, administração ou representação em entidades representativas de classe, mantidas, total ou parcialmente, por contribuições impostas pelo poder Público ou com recursos arrecadados e repassados pela Previdência Social”. p. 76 (1) – Substituir o texto do parágrafo: “São inelegíveis, por 3 anos, (...)”, pelo que segue: São inelegíveis, por 8 anos, os condenados, com trânsito em julgado ou por decisão de órgão judiciário colegiado, por abuso de poder econômico ou político (LC 64/90 – art. 1.º, I, d e h). Vale destacar que os candidatos que forem condenados por abuso do poder econômico ou político permanecerão inelegíveis por 8 anos a contar da data das eleições em que ocorreu o ilícito. Por outro lado, aqueles que exercem cargos públicos, na administração pública direta ou indireta, e que forem condenados, também, por abuso do poder econômico ou político, em situações estranhas às eleições, ficam inelegíveis por 8 anos a contar do término do mandato ou da data do afastamento do cargo. p. 76 (2) – Substituir o texto do item 3.8.7.2. Militares, pelo que segue: Os militares declarados indignos do oficialato ficam 8 anos inelegíveis, a partir do final do cumprimento da pena. p. 76 (3) – Substituir o texto do parágrafo “Da mesma forma, qualquer (...)”, pelo que segue: Da mesma forma, qualquer agente público que tiver suas contas rejeitadas pelo órgão competente, por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa estará inelegível pelo prazo de oito anos. Os referidos órgãos franquearão, até o dia 5 de julho do ano das eleições, a relação de cidadãos que tiveram suas contas rejeitadas. p. 77 - Substituir o texto do parágrafo “Os órgãos técnicos que têm (...)”, pelo texto que segue: Os órgãos técnicos que têm a competência para fiscalizar e apreciar as contas daqueles que administram dinheiro público são os Tribunais de Contas da União, dos Estados ou, se for o caso, dos municípios, dependendo da origem da verba, ou seja, federal, estadual distrital ou municipal, do numerário administrado pelo gestor público. Importa frisar, entretanto, que a aprovação ou não das contas dos chefes do Poder Executivo, isto é, Presidente da República, Governador do Estado e do Distrito Federal e do Prefeito será feita pelo Poder Legislativo respectivo. Nesta hipótese, o parecer contrário dos Tribunais de Contas não é defi nitivo, salvo se o mandatário agir como ordenador de despesas. p. 78 (1) – Excluir do 1º parágrafo a referência às “Casas Legislativas”. p. 78 (2) – Não foi reproduzido na 4ª ed. o seguinte trecho: “Nesse sentido o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral: Súmula 1 do TSE: Proposta a ação para desconstituir a decisão que rejeitou as contas, anteriormente à impugnação, fica suspensa a inelegibilidade (Lei Complementar 64/1990, art. 1.º, I, g). No entanto, o Tribunal assentou que a mera propositura da ação anulatória, sem a obtenção de provimento liminar ou tutela antecipada, não suspende a inelegibilidade (Ac.-TSE, de 24.08.2006, no RO 912; de 13.09.2006, no RO 963; de 29.09.2006, no RO 965 e no REsp 26.942; e de 16.11.2006, no AgRgRO 1.067, dentre outros). TSE – O fato de o TSE ter dado nova interpretação à ressalva da alínea g do inciso I do art. 1.º da LC 64/1990, passando a exigir um pronunciamento administrativo ou judicial que suspenda os efeitos da decisão de rejeição de contas, não implica violação ao art. 5.º, II, XXXV e LVII, da Constituição Federal (Embargos de Declaração no Agravo Regimental no Recurso Ordinário 1.132/PB, rel. Min. Caputo Bastos, j. 28.11.2006, v.u.).” p. 80 – Substituir o texto do item 3.8.7.5 Condenação Criminal pelo que segue: Nos termos do disposto na LC 64/1990, art. 1.º, I, e, a condenação criminal transitada em julgado ou pronunciada por órgão judiciário colegiado gera inelegibilidade por 8 anos após o cumprimento da pena nos seguintes crimes: contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público; contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência; contra o meio ambiente e a saúde pública; os crimes eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade; de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública; de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos; de redução à condição análoga à de escravo; contra a vida e a dignidade sexual ou praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando. Vale destacar que estão excluídos os crimes culposos, aqueles definidos em lei como de menor potencial ofensivo e os crimes de ação penal privada. Tendo em vista a edição da LC 135/2010, o autor acrescentou novos subitens ao capítulo 3. Nesse sentido, sugerimos o leitor a fazer uma leitura completa da respectiva norma, que disponibilizamos ao final deste roteiro. p. 88/89 – Substituir o parágrafo “A legislação exige, quando do registro (...)”, pelo que segue: A legislação exige, quando do registro dos estatutos do partido no Tribunal, que se demonstre o caráter nacional do partido, consistente no apoio de, ao menos, meio por cento do eleitorado que efetivamente votou nas últimas eleições para a Câmara dos Deputados, considerando apenas os votos válidos, distribuídos por um terço dos estados federados e com, ao menos, um décimo por cento dos votos em cada um deles. Naturalmente, essas regras visam afastar partidos com fortes características regionais, tendo em vista que a Constituição determina que as agremiações terão caráter nacional. As listas de apoio, divididas por zonas eleitorais, conterão o número do título de eleitor de cada simpatizante e caberá ao escrivão eleitoral a conferência das assinaturas. O simpatizante analfabeto manifestará seu apoio mediante aposição da impressão digital (TSE – Resolução nº 21.853/2004). As listas serão publicadas em cartório e qualquer interessado poderá impugnar os nomes nela contidos, no prazo de cinco dias da publicação. p. 89 – Acrescentar ao penúltimo parágrafo “Estando devidamente (...)”, o seguinte texto: Em seguida ao deferimento do registro, o partido deverá informar ao TSE o número da inscrição no CNPJ. p. 96 (1) – Após o 1º parágrafo acrescentar o seguinte texto: A sanção em face da troca de partidos, após a eleição, alcança todos os cargos eletivos, e não apenas as candidaturas do sistema proporcional. Por outro lado, a Justiça Eleitoral poderá afastar a sanção da perda do cargo caso considere restar caracterizada justa causa para o parlamentar ou chefe do Poder Executivo deixar o partido. Basicamente, restará caracterizada a justa causa para a desfiliação partidária sem perda do cargo em face de grave discriminação pessoal do partido para com o mandatário; fusão ou incorporação do partido; criação de novo partido e mudança substancial da ideologia do partido. p. 96 (2) – No 2º parágrafo acrescer à Resolução 22.610 o ano de 2007. p. 96 (3) – Acrescentar no final da página o texto que segue: Tendo em vista tratar-se de assunto relativamente novo no cenário do direito eleitoral, vale observar a interpretação que o TSE tem sobre o tema: a) a eventual resistência interna à futura pretensão de concorrer à prefeitura ou a intenção de viabilizar essa candidatura por outra sigla não caracterizam justa causa para a desfiliação partidária, pois a disputa e a divergência internas fazem parte da vida partidária (RO 1.761/MT, Rel. Min. Marcelo Ribeiro). b) A mudança de agremiação partidária de filiados que não exercem mandato eletivo constitui matéria interna corporis e escapa ao julgamento da Justiça Eleitoral, não configurando hipótese de cabimento de representação perante o c. Tribunal Superior Eleitoral. A Resolução-TSE 22.610/2007, que disciplina o processo de perda do mandato eletivo, bem como de justificação de desfiliação partidária, não é aplicável, uma vez que os suplentes não exercem mandato eletivo (TSE – AgR-Rp 1.399/ SP, DJe de 18.03.2009). c) A constitucionalidade da Resolução – TSE 22.610/2007, que regulamenta os processos de perda de mandato eletivo e de justificação de desfiliação partidária, foi afirmada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento das ADIs 3.999 e 4.086. d) Apenas o primeiro suplente do partido detém legitimidade para pleitear a perda do cargo eletivo de parlamentar infiel à agremiação pela qual foi eleito, uma vez que a legitimidade ativa do suplente condiciona-se à possibilidade de sucessão imediata na hipótese da procedência da ação. Precedentes. Nos termos do art. 1.º, § 2.º, da Resolução-TSE 22.610/2007, o ajuizamento da ação de decretação de perda de cargo eletivo é facultado àquele que detenha interesse jurídico ou ao Ministério Público, caso o partido político não ajuíze a ação no prazo de 30 dias contados da desfi liação (TSE – Petição 019, DJe 13.09.2010, p. 62) e) A expressiva votação obtida por parlamentar, que logrou votos superiores ao quociente eleitoral, não o exclui da regra de fidelidade partidária (TSE – Petição 2766, DJe 29.04.2009, tomo 80, p. 57/58). p. 97 (1) – Acrescentar após o 2º parágrafo o seguinte texto: Nos termos do art. 17 da lei de regência dos partidos políticos, considera-se deferida a filiação partidária com o atendimento das regras estatutárias do partido. Os filiados têm iguais direitos e deveres. p. 97 (2) – Acrescentar ao final do 3º paragráfo “Será desligado (...)” o seguinte trecho: A inelegibilidade não gera automática desfiliação. p. 98 – Acrescentar antes do item 4.8 o seguinte: O filiado poderá sofrer somente as sanções expressamente tipificadas no estatuto do partido e desde que observada a ampla defesa. p. 102 – Acrescentar após o parágrafo “As sobras de campanha (...)”, o texto que segue: O art. 31 da Lei 9.096/1995 traz rol das entidades que estão proibidas de fazer doações para os partidos políticos: “Art. 31. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade de qualquer espécie, procedente de: I – entidade ou governo estrangeiros; II – autoridade ou órgãos públicos, ressalvadas as dotações referidas no art. 38; III – autarquias, empresas públicas ou concessionárias de serviços públicos, sociedades de economia mista e fundações instituídas em virtude de lei e para cujos recursos concorram órgãos ou entidades governamentais; IV – entidade de classe ou sindical”. p. 105 – Acrescentar ao parágrafo “Da decisão que desaprovar (...)”, o texto que segue: A Justiça Eleitoral tem prazo de cinco anos para julgar as contas, sob pena de não mais poder fazer incidir eventual sanção de suspensão do fundo partidário. p. 114 – Acrescentar após o parágrafo “A Justiça Eleitoral tem o poder (...)”, o texto que segue: Rodrigo López Zílio explana sobre a função consultiva da Justiça Eleitoral: “A função consultiva é característica extremamente peculiar e própria da Justiça Eleitoral. (...) A importância da consulta cresce progressivamente na medida em que a composição das Cortes Eleitorais modificam-se substancialmente e com frequência, por força do rodízio bienal, ocorrendo, invariavelmente, em face da mudança da composição dos membros do Tribunal, oscilação no entendimento acerca de determinadas matérias eleitorais. (...) A consulta não pode ser sobre uma situação determinada e concreta, sendo somente possível versar sobre situação em ‘tese’ (...) Por não ter caráter normativo, não enseja ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade e, por não ter caráter decisório não cabe a interposição de recurso.” p. 114 – Substituir o texto do parágrafo “Vera Michels defende que, ...”, pelo que segue: Vera Michels, por outro lado, defende que, das respostas às consultas, podem ser interpostos, apenas, embargos de declaração se houver obscuridade, omissão ou contradição ou, ainda, recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal. Vale frisar que o TSE não admite recursos das consultas. A meu ver, os embargos de declaração devem sempre ser admitidos, pois, além de esclarecer, tem a fi nalidade de aprimorar a prestação jurisdicional e podem, analogicamente, ser admitidos em face das consultas. São legitimados para formular consultas, perante o TSE, o Presidente da República, o Governador, o Senador, o Deputado Federal, o Procurador Regional Eleitoral, o Corregedor Regional Eleitoral e o diretório nacional de partido político. Por outro lado, em face dos Tribunais Regionais Eleitorais terá legitimidade o Vereador, o Deputado Estadual, o Governador, o Prefeito, o Juiz Eleitoral, o Promotor Eleitoral e o diretório regional de partido político. Observa-se que o TSE é restritivo em relação ao conhecimento das consultas, não as admitindo sobre casos concretos ou questões muito amplas. p. 116 – Acrescentar ao final do parágrafo “Em relação à classe (...)”, o texto que segue: Os advogados que compõem a Corte podem, concomitantemente, advogar fora do âmbito da Justiça Eleitoral (STF – ADIN –MC 1127). “A incompatibilidade com o exercício da advocacia não alcança os juízes eleitorais e seus suplentes, em face da composição da Justiça eleitoral estabelecida na Constituição (...)” (STF, Pleno, ADI 1127/DF, Relator Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Min. Ricardo Lewandowski, j. 17.05.2006). p. 121 – Acrescentar após a transcrição do art. 37, o seguinte texto: Todos os membros da Junta Eleitoral têm garantida as prerrogativas da magistratura compatíveis com sua função. Especificamente, possuem a inamovibildade. p. 128 – Acrescentar antes do parágrafo “Joel Cândido (...)”, o seguinte texto: A principal sanção em face da propaganda irregular é a cominação de multa. Interessante notar que a Lei 9.504/1997 geralmente utiliza a UFIR como índice de atualização das multas. Como se sabe, a UFIR foi extinta pela Medida Provisória 2.095-76/00 quando correspondia a R$ 1,0641. Nesse ponto, tendo em vista que a legislação está desatualizada, seguiremos as resoluções do TSE, que regulam a propaganda eleitoral e já trazem convertido o valor da multa de UFIR para reais. p. 129 – Acrescentar ao final do parágrafo “A propaganda partidária é (...)”, pelo texto que segue: Caso a infração ocorra nas inserções, o partido perderá o tempo equivalente a cinco inserções, no semestre seguinte. p. 129/130 – Substituir o parágrafo “A propaganda intrapartidária é permitida (...)”, pelo texto que segue: A propaganda intrapartidária é permitida quinze dias antes da convenção partidária e visa atingir, exclusivamente, os convencionais, isto é, aqueles que escolherão os candidatos que disputarão a eleição por determinado partido político. Não admite o uso do rádio, televisão ou outdoor. Todavia, é possível a colocação de cartazes próximo ao diretório partidário. Toda propaganda deverá ser retirada, imediatamente, após a convenção. A sanção na hipótese de descumprimento dessa norma é multa variável entre R$ 5.000,00 e R$ 25.000,00 ou o equivalente ao custo da propaganda, se este for maior (art. 36, § 3.º, da Lei 9.504/1997). p. 130 (1) – Acrescentar após o parágrafo “Por último, a propaganda (...)”, o texto que segue: A propaganda será apresentada, obrigatoriamente, em português e não poderá criar, artificialmente, na opinião pública, estados mentais (mensagens subliminares), emocionais ou passionais. Deverá mencionar sempre o partido responsável. p. 130 (2) – Não foi reproduzida na nova edição a seginte jurisprudência: “(...) Entende-se como ato de propaganda...”. p. 132 (1) – Acrescentar antes do parágrafo “O valor da multa (...)”, o texto que segue: Nas eleições de 2010, a Justiça Eleitoral enfrentou a questão e indicou parâmetros para a delimitação entre o lícito e o ilícito nas manifestações anteriores a 6 de julho. “Para se identificar a realização de propaganda extemporânea, é preciso afirmar que, antes de 6 de julho do ano eleitoral, levou-se a candidatura a conhecimento geral com utilização dos seguintes expedientes: a) divulgação da ação política que se pretende desenvolver; b) divulgação das razões que induzam a concluir que o beneficiário é o mais apto ao exercício de função pública; c) pedido de voto explícito ou implícito. Destarte, a propaganda eleitoral antecipada pode acontecer de modo expresso ou indireto (mensagens subliminares), desde que reúna elementos que denotem o seu propósito eleitoral. A divulgação de adesivos em que se veicula logomarca com sigla e símbolo do partido, cargo público, nome do candidato e slogan funcionam como mecanismo de aproximação do pré-candidato ao eleitor, o que configura propaganda eleitoral e não mera promoção pessoal. Nesse entendimento, o Tribunal, por unanimidade, desproveu o agravo regimental” (Agravo Regimental no Agravo de Instrumento no 10.419/SP, rel. Min. Aldir Passarinho Junior, em 11.05.2010.) “Configura propaganda eleitoral discurso que não se limita a indicação de uma pessoa como candidata, mas vai além: de forma clara, embora indireta, expõe quem seria seu candidato, quem merece seu apoio, aquele que ele espera que seja eleito. Não se pode pretender que os titulares de mandato eletivo parem de dar continuidade a sua atuação de agente político. É natural que participem de inaugurações e, nessas ocasiões, profiram discursos. Contudo, não lhes é facultado, nesses ou em outros momentos, incutir candidatos ou pré-candidatos no imaginário do eleitor, ainda que de forma disfarçada. Nesse sentido, a propaganda extemporânea é caracterizada pela divulgação de que tal ou qual candidato seria mais apto; pela divulgação da expectativa de que tal candidato seja eleito, levando o eleitor a crer na aptidão da candidatura divulgada e no apoio, incutindo-lhe a força de um carisma e credibilidade. A configuração de propaganda eleitoral antecipada não depende exclusivamente da conjugação simultânea do trinômio candidato, pedido de voto e cargo pretendido. Nesse sentido, o pedido de voto não é requisito essencial para a confi guração do ilícito, desde que haja alusão à circunstância associada à eleição. Para a identificação desse trabalho antecipado de captação de votos, é comum que o julgador se depare com atos que, embora tenham a aparência da licitude, possam configurar ilícitos, como a propaganda antecipada, que podem acabar por ferir a igualdade de oportunidade dos candidatos no pleito. Na presente hipótese, a aplicação da teoria da fraude à lei significaria que, embora determinado discurso ou participação em inaugurações possam ser considerados lícitos, se analisados superficialmente, o exame destes em seu contexto pode revelar que o bem jurídico tutelado pelas normas regentes da matéria foi, efetivamente, maculado. O § 3o do art. 36 da Lei 9.504/1997 exige o prévio conhecimento do beneficiário da propaganda. Nesse entendimento, o Tribunal, por unanimidade, recebeu o agravo regimental como recurso e, por maioria, deu-lhe provimento para julgar procedente a representação e aplicar ao primeiro representado a multa no valor de dez mil reais, nos termos do voto do Ministro Felix Fischer” (Representação no 205-74/DF, rel. Min. Henrique Neves, em 25.03.2010). p. 132 (2) – Acrescentar após o parágrafo “É permitida a propaganda ...”, o texto que segue: É proibido às entidades listadas no art. 24 da Lei 9.504/1997, tais como as concessionárias e permissionárias de serviços públicos, doar ou ceder cadastro eletrônico de seus clientes, em favor de candidatos ou partidos ou coligações (art. 57-E da citada lei). p. 133/134 – Acrescentar ao final do parágrafo “Os alto-falantes (...)” o texto que segue: Não há previsão de multa para a hipótese de descumprimento dessa regra, isto é, caberá apenas a apreensão do aparelho. p. 134 – Substituir o parágrafo “Nos demais bens particulares (...)”, pelo texto que segue: Nos demais bens particulares, a propaganda é livre e não depende de autorização da Justiça Eleitoral. Vale destacar que a propaganda em bens particulares deverá ser gratuita. Será possível a afixação de cartazes ou faixas desde que não sejam maiores que 4 metros quadrados. Da mesma forma, tentativas de burlar a regra, por meio de vários cartazes justapostos perfazendo, no total, mais que 4 metros quadrados não têm sido aceitos pela jurisprudência. O artigo 37, § 2.º, da Lei das Eleições estipula: “Em bens particulares, independe de obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral a veiculação de propaganda eleitoral por meio da fi xação de faixas, placas, cartazes, pinturas ou inscrições, desde que não excedam a 4m² (quatro metros quadrados) e que não contrariem a legislação eleitoral, sujeitando-se o infrator às penalidades previstas no § 1º.” A penalidade em caso de desobediência a essa regra não se confunde com a sanção prevista para utilização de outdoors. A colocação de placas de tamanho superior a 4 metros quadrados, sem caráter comercial, prevê multa variável entre R$ 2.000,00 e R$ 8.000,00 e só será aplicada caso o infrator não retire a propaganda no prazo determinado pela Justiça Eleitoral. Por outro lado, no caso de outdoor a sanção consiste em multa variável entre, aproximadamente, R$ 5.320,50 e R$ 15.961,50 e a ciência do benefi ciário é presumida, isto é, deverá pagar a multa independentemente da retirada do artefato. “A partir da nova disciplina introduzida pela Lei nº 9.504/97, para fins de aplicação das sanções previstas no parágrafo 2º do artigo 37 e no parágrafo 8º do artigo 39, ambos da Lei n° 9.504/97, em decorrência da veiculação de propaganda eleitoral irregular, cumpre distinguir entre as placas ou os engenhos publicitários sem e com destinação ou exploração comercial. 2. Havendo exploração comercial, e, verificada a existência de propaganda eleitoral em bens particulares por meio de placas ou engenhos que ultrapassem a dimensão de 4m2, equipara-se a outdoor, incidindo a penalidade prevista no art. 39, § 8.º da Lei nº 9.504/97. 3. Ausente exploração comercial, o engenho é equiparado à placa, sujeitando-se o infrator às penalidades previstas no parágrafo 1º do artigo 37 da Lei n° 9.504/97, consoante o disposto no parágrafo 2º do referido dispositivo legal. 4. No caso dos autos a propaganda eleitoral é incontroversa, de sorte que, veiculada por meio de engenho publicitário, sem exploração comercial e superior a 4m2, atrai as penalidades previstas no parágrafo 1º do artigo 37 da Lei n° 9.504/97, consoante o disposto no parágrafo 2º do referido dispositivo legal” (TSE – Recurso em Representação nº 186773, Relator Min. Joelson Costa Dias, Publicado em Sessão, data 24.08.2010). Na hipótese de eventual ação de responsabilidade civil do proprietário do bem em face do candidato ou do partido, a Justiça Estadual será a competente para dirimir a lide, pois a questão não possui correlação direta com as eleições. p. 135 – Após o parágrafo “A teor do disposto no art. 37, § 3º, da Lei 9.504/1997 (...)”, acrescentar o texto que segue: Vale frisar que a mesa diretora não tem poder de polícia sobre a propaganda, isto é, caso verifique irregularidades, deve representar à Justiça ou ao Ministério Público Eleitoral, mas não poderá, de ofício, determinar a retirada ou a regularização da propaganda. p. 137 – Substituir o parágrafo “A divulgação de pesquisa sem registro (...)”, pelo texto que segue: A divulgação de pesquisa sem registro tem por sanção multa para os responsáveis entre R$ 53.205,00 a R$ 106.410,001.Também serão punidas as empresas de comunicação que divulgarem pesquisa não registrada.2 p. 138 (1) – Item 6.4.10 Outoors - No 1º parágrafo, substituir os valores R$ 5.000,00 e R$ 15.000,00 por: R$ 5.320,50 e R$ 15.961,50. p. 138 (2) – Substituir o parágrafo “Visando evitar interpretações díspares (...)”, pelo texto que segue: Visando evitar interpretações díspares sobre o que deve ser considerado outdoor, o Tribunal Superior Eleitoral passou a considerar como tal o engenho publicitário, metálico ou de madeira, explorado comercialmente. Atualmente, resta proibido também o painel de tamanho superior a 4 metros quadrados, colocado nos comitês eleitorais. Obs.: Não foi reproduzido, na 4ª edição, o julgado citado após o parágrafo acima (Agravo Regimental no Recurso Especial Eleitoral 26.421/PE). p. 141 (1) – Após o parágrafo “A partir do dia primeiro de julho (...)”, acrescentar o seguinte: Questão interessante foi a recente declaração, pelo Supremo Tribunal Federal, de inconstitucionalidade da legislação eleitoral que proibia as emissoras de trazerem programas que ridicularizassem os candidatos ou partidos políticos. Nossa Corte constitucional deu interpretação conforme à Constituição para a legislação restritiva objetivando adaptá-la ao princípio da liberdade de expressão, possibilitando aos programas humorísticos que permanecessem tendo por objeto os candidatos e partidos. Pessoalmente, não me agrada este posicionamento. Referidos programas, muitas vezes, tratam de forma agressiva e vulgar os candidatos e partidos. Não nos parece adequado e útil para o desenvolvimento da democracia, a referida liberação. Fica a indagação. Considerando que os humoristas podem se manifestar livremente, então por que não incluir os repórteres, colunistas, apresentadores e demais profi ssionais de rádio e televisão? “Ação que impugna os incisos II e III do art. 45 da Lei 9.504/97, assim vernacularmente postos: ‘Art. 45. A partir de 1º de julho do ano da eleição, é vedado às emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e noticiário: (...) II – usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido ou coligação, ou produzir ou 1 TSE – Resolução 23.190/2010 – art. 17. 2 TSE – Recurso Ordinário 717, de 04.09.2003, rel. Min. Peçanha Martins. veicular programa com esse efeito; III – veicular propaganda política ou difundir opinião favorável ou contrária a candidato, partido, coligação, a seus órgãos ou representantes;’ (...) Por fim, quanto ao inciso II do art. 45 da Lei 9.504/97, tenho por necessária a suspensão de sua eficácia. É que o dispositivo legal não se volta, propriamente, para aquilo que o TSE vê como imperativo de imparcialidade das emissoras de rádio e televisão. Visa a coibir um estilo peculiar de fazer imprensa: aquele que se utiliza da trucagem, da montagem ou de outros recursos de áudio e vídeo como técnicas de expressão da crítica jornalística, em especial os programas humorísticos. Suspensão de eficácia, claro, que não imuniza tal setor de atividade jornalística quanto à incidência do inciso III do art. 45 da Lei 9.504/97, devidamente interpretado conforme a parte deliberativa desta decisão. 14. Ante o exposto, defiro parcialmente a liminar, ad referendum do Plenário deste Supremo Tribunal Federal, para suspender a eficácia do inciso II do art. 45 da Lei 9.504/97 e conferir ao inciso III do mesmo dispositivo a seguinte interpretação conforme à Constituição: considera- se conduta vedada, aferida a posteriori pelo Poder Judiciário, a veiculação, por emissora de rádio e televisão, de crítica ou matéria jornalísticas que venham a descambar para a propaganda política, passando, nitidamente, a favorecer uma das partes na disputa eleitoral, de modo a desequilibrar o ‘princípio da paridade de armas’” (STF, ADI 4451 MC/DF, Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade, Relator Min. Ayres Britto, j. 26.08.2010). p. 141 (2) – Acrescentar ao final do parágrafo “Na propaganda eleitoral de rádio e televisão (...)” o texto seguinte: Todavia, é possível incluir no programa, ao fundo, fotografias ou cartazes de candidatos a eleição majoritária. Não caracteriza irregularidade trazer depoimento de outro candidato pedindo votos para quem cedeu o horário. p. 142 (1) – Substituir o parágrafo “O tempo de televisão é de aproximadamente (...)” pelo seguinte: O tempo de televisão é de aproximadamente cinquenta minutos por dia para o rádio e cinquenta para a televisão, sendo um terço dividido igualmente e dois terços na proporção do número de Deputados Federais de cada partido ou coligação eleitos nas últimas eleições. p. 142 (2) – No parágrafo “Em eventual segundo turno (...)”, excluir o trecho “(...) ou seja, dois períodos diários de vinte minutos cada um”. p. 142/143 – Excluir os seguintes parágrafos: “Durante o período de propaganda (...)” e “A utilização ilegal (...)”. p. 144 – substituir o parágrafo “MUNICÍPIO SEM TV (...)” pelo seguinte: MUNICÍPIO SEM TV: Há um problema, que é a ausência de retransmissora de rádio ou televisão em muitos municípios brasileiros. Nessa hipótese, a legislação prevê, nas eleições para prefeitos e vereadores, que a Justiça Eleitoral, se houver viabilidade técnica, garantirá a veiculação de propaganda eleitoral gratuita (art. 48 da Lei 9.504/1997). Todavia, a norma esclarece que apenas haverá esta veiculação se o município tiver mais de 200.000 eleitores, isto é, se estiver apto à realização de segundo turno. p. 145 (1) – Após o parágrafo “DISTRIBUIÇÃO INTERNA DE TEMPO (...)”, acrescentar o seguinte: Questão controversa diz respeito à exclusão de determinado candidato de qualquer aparição na propaganda eleitoral. Embora os partidos e coligações possam privilegiar mais uns candidatos que outros, não nos parece possível excluir totalmente um dos candidatos de ter seu nome veiculado na propaganda eleitoral do partido. Afinal, os meios de comunicação social, especialmente rádio e televisão, são essenciais para que a candidatura de alguém, principalmente nas eleições proporcionais, saia do anonimato e haja, efetivamente, um mínimo de igualdade de oportunidades entre as candidaturas. p. 154 (1) – No parágrafo “O comitê financeiro (...)”, excluir o trecho “Os candidatos a Vice e os suplentes (...)”. p. 154 (2) – No parágrafo “Vale frisar que as instituições bancárias (...)”,excluir o trecho: “Coprovado que houve dinheiro de campanha (...)”. p. 155 – Substituir o parágrafo “Nenhum partido político poderá receber doações (...)”, pelo seguinte: Nenhum partido ou candidato poderá receber doações, de nenhuma espécie, das seguintes instituições: governo ou entidade estrangeira, órgão da administração direta ou indireta ou ainda permissionária e concessionária de serviços públicos, entidades do sistema S (SESI, SENAI, SEBRAE etc.), de entidades de utilidade pública, sindicatos, órgãos de classe, entidades fi lantrópicas e religiosas, organização não governamental que receba dinheiro público, entidades esportivas, organização da sociedade civil de interesse público e cartórios de serviços notariais e de registro. As Cooperativas que, segundo jurisprudência recente do TSE, não poderiam efetivar doações, foram expressamente autorizadas a fazê-lo, pela Lei 12.034/2009. Porém, permanece proibida a doação de cooperativa que tenha por associados concessionários ou permissionários que recebam dinheiro público. p. 156/157 – Substituir os parágrafos “As pessoas físicas podem fazer doações (...)”, “As doações podem ser feitas pela internet (...)” e “Nada impede que se faça doação (...)” pelo seguinte: As pessoas físicas podem fazer gastos, sem necessidade de contabilização, no valor máximo de 1.000 UFIR, ou R$ 1.064,103, para os candidatos de sua preferência, desde que esses valores não sejam reembolsáveis. Importa esclarecer que não é possível a doação em dinheiro sem contabilidade, mas o gasto do eleitor em favor de determinada candidatura. Mesmo assim, essa autorização, prevista no art. 27 da Lei das Eleições, é criticada por parte da doutrina, pois pode facilitar o “caixa dois” nas eleições. As doações podem ser feitas pela internet, inclusive por cartão de crédito, desde que haja identificação do doador e emissão de recibo. As doações somente poderão ser feitas por pessoa física, sendo vedado o parcelamento. Está vedada a doação por cartão de crédito empresarial, inclusive corporativos utilizados por servidores públicos, e também os cartões emitidos no exterior. As taxas cobradas das administradoras de cartão serão consideradas como despesas de campanha e deverão constar nas prestações de contas. Eventual fraude cometida pelo 3 Interessante notar que a Lei 9.504/1997 ainda utiliza a UFIR. Como se sabe, a UFIR foi extinta pela Medida Provisória 2.095-76/00 quando correspondia a R$ 1.064,10. doador, sem conhecimento do candidato, não gera nenhuma espécie de sanção para o candidato. Nada impede que se faça doação para o partido político e esse repasse o valor para a campanha das candidaturas. Trata-se de prática comum nas eleições que, atualmente, está expressamente autorizada pela legislação eleitoral. Deverá o partido, porém, contabilizar referidas doações de forma individualizada identificando o beneficiário. p. 161 – Após o trecho “(...) Distribuição de material de construção (...)”, acrescentar o seguinte: Vale frisar que o eventual ressarcimento de despesas não descaracteriza o abuso (TSE – REsp 25.770). p. 163 – Substituir o parágrafo “É proibida a concessão (...)” pelo seguinte: É proibida a concessão de aumento para servidores públicos, sendo permitido, entretanto, o reajuste que não ultrapasse a inflação do ano das eleições. Em algumas situações a Justiça Eleitoral tem flexibilizado essa norma. Nesse sentido: p. 166/167 – Após a citação “TRT 2ª Região – Lei Eleitoral (...)”, acrescentar o seguinte: Ao contrário do que muitas pessoas pensam, não há proibição para a realização ou continuidade de concurso público.4 p. 167 – Substituir o texto do item 7.3 pelo seguinte: A sanção pelo desrespeito aos preceitos em comento consiste em multa variável entre R$ 5.320,50 e R$ 106.410,00,5 duplicada em caso de reincidência, e cancelamento do registro de candidatura ou da diplomação, nas seguintes hipóteses: cessão de bens móveis e imóveis para fins eleitorais, material que exceda a prerrogativa parlamentar, cessão indevida de servidor, distribuição irregular de bens e serviços, transferência voluntária de recursos para os estados e municípios, pronunciamento em rede de rádio e televisão não autorizada, nos três meses que antecedem o pleito e, no mesmo período, propaganda institucional irregular, comparecimento de candidato à inauguração de obras públicas ou pagamento de shows artísticos com dinheiro público em inaugurações. Como já citado, o desrespeito ao § 1.º, do art. 37, da Constituição Federal, tem cominada a mesma sanção.6 Entretanto, admite análise casuística tendo em conta a gravidade do fato, possibilitando a aplicação do princípio da proporcionalidade sem a cassação do registro ou da diplomação (TSE – Recurso Especial 24.883). p. 173 – Substituir o parágrafo “Outra modalidade correspondente (...)” pelo seguinte: Outra modalidade corresponde ao sistema eleitoral proporcional. Nessa espécie, utilizada para os demais cargos do Poder Legislativo, a eleição depende do quociente eleitoral, ou seja, divide-se o número de votos válidos, excluídos os brancos e nulos, pelo número de vagas, possibilitando saber quantos votos cada partido necessitará para conseguir uma vaga. Após, encontra-se o quociente partidário, isto é, divide-se o quociente eleitoral pelos votos 4 TSE – Resolução 21.806/2004. 5 TSE – Resolução 23.191/2010 – art. 50, § 4º. 6 CF/88 – Art. 37, § 1.º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. dados a determinado partido ou coligação. Estarão eleitos os candidatos mais votados de cada partido. A título de ilustração, se, após a obtenção do quociente eleitoral, verificar-se que o Partido dos Trabalhadores obteve cinco vagas no parlamento, estarão eleitos os cinco candidatos mais votados do partido. Inegavelmente, esse sistema privilegia as minorias, fortalece os partidos políticos e torna o parlamento um reflexo da vontade popular, pois busca que o total de votos dado a determinado partido corresponda ao número de cadeiras que terá no Congresso. p. 176 – Substituir o parágrafo “No mínimo, 30% e, no máximo (...)” pelo seguinte: No mínimo, 30% e, no máximo, 70% dos candidatos às eleições proporcionais serão de determinado sexo, sob pena do indeferimento de todas as candidaturas. Nas coligações, a regra se aplica para o número total. O TSE afastou a dúvida sobre qual base de cálculo deve ser considerada para aplicação dos referidos percentuais. “Candidatos para as eleições proporcionais. Preenchimento de vagas de acordo com os percentuais mínimo e máximo de cada sexo. 1. O § 3.º do art. 10 da Lei nº 9.504/97, na redação dada pela Lei nº 12.034/2009, passou a dispor que, ‘do número de vagas resultante das regras previstas neste artigo, cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo’, substituindo, portanto, a locução anterior ‘deverá reservar’ por ‘preencherá’, a demonstrar o atual caráter imperativo do preceito quanto à observância obrigatória dos percentuais mínimo e máximo de cada sexo. 2. O cálculo dos percentuais deverá considerar o número de candidatos efetivamente lançados pelo partido ou coligação, não se levando em conta os limites estabelecidos no art. 10, caput e § 1.º, da Lei nº 9.504/97. 3. Não atendidos os respectivos percentuais, cumpre determinar o retorno dos autos ao Tribunal Regional Eleitoral, a fim de que, após a devida intimação do partido, se proceda ao ajuste e regularização na forma da lei. Recurso especial provido” (TSE, Recurso Especial Eleitoral nº 78432, Publicado em Sessão, data 12.08.2010). p. 178 – Substituir o trecho “A Súmula 3 (...)” até “Na hipótese de intervenção (...)” pelo seguinte: Poderá o juiz deferir prazo de 72 horas para complementação da documentação. A Súmula 3 do Tribunal Superior Eleitoral cuida especificamente dessa questão: “No processo de registro de candidatos, não tendo o juiz aberto prazo para o suprimento de defeito da instrução do pedido, pode o documento, cuja falta houver motivado o indeferimento, ser juntado com o recurso ordinário”. Se a convenção partidária de nível inferior se opuser, na deliberação sobre coligações, às diretrizes legitimamente estabelecidas pelo órgão de direção nacional, nos termos do respectivo estatuto, poderá esse órgão anular a deliberação e os atos dela decorrentes. Caso a convenção regional ou local desrespeite as diretrizes da direção nacional do partido, quanto às coligações, esta poderá anular a convenção de nível inferior. Nesse caso, eventuais novas candidaturas deverão ser efetivadas no prazo de 10 dias da data da intervenção. p. 183 (1) – Após o parágrafo “O eleitor, para votar (...)”, acrscentar o seguinte: A questão relativa ao documento com foto foi objeto, nas eleições de 2010, de Ação Direta de Inconstitucionalidade. A exigência de documento com foto foi introduzida pela Lei 12.034/2009. Lei 9.504/97 – art. 91-A: “No momento da votação, além da exibição do respectivo título, o eleitor deverá apresentar documento de identificação com fotografia.” (Incluído pela Lei 12.034, de 2009) Questionou-se a constitucionalidade da norma, pois esta difi cultaria o exercício da cidadania, principalmente pelos cidadãos mais pobres e com menos escolaridade formal. Em sede de liminar, o Supremo Tribunal Federal decidiu exigir, apenas, o documento ofi cial com foto, isto é, excluiu a necessidade da apresentação do título de eleitor e do documento com foto. Fundamentou-se nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade: “O Tribunal, por maioria e nos termos do voto da Relatora, contra os votos dos Senhores Ministros Gilmar Mendes e o Presidente, Ministro Cezar Peluso, concedeu liminar para, mediante interpretação conforme conferida ao artigo 91-A, da Lei nº 9.504/97, na redação que lhe foi dada pela Lei nº 12.034/2009, reconhecer que somente trará obstáculo ao exercício do direito de voto a ausência de documento ofi cial de identidade, com fotografi a. Ausente, justifi cadamente, o Senhor Ministro Joaquim Barbosa, com voto proferido na assentada anterior” (ADI 4.467, Plenário, 30.09.2010). p. 183 (2) – Substituir o parágrafo “Por outro lado (...)” pelo seguinte: Por outro lado, a partir das eleições presidenciais de 2010, passou a ser permitido o voto em trânsito, para as eleições presidenciais, dos eleitores que estiverem nas capitais dos Estados. A votação ocorre em urnas especiais instaladas nas capitais dos Estados (Código Eleitoral, art. 233-A). p. 184 – Substituir o parágrafo “Visando garantir a legitimidade (...)” pelo seguinte: Visando garantir a legitimidade e a segurança do voto eletrônico, haverá, a partir de 2014, o voto impresso conferido pelo eleitor. Atualmente, existe votação paralela, para fins de verificação do funcionamento das urnas sob condições normais de uso, em uma urna por Estado (TSE – Resolução 23.205). Da mesma forma, é permitido o uso e identificação do eleitor por meio de sua biometria. p. 198 – Após o parágrafo “O art. 94 da Lei 9.504/1997 estipula (...)” acrescentar o seguinte: Além dessa, temos duas novas prioridades: a Lei 12.034/2009 alterou o art. 16 da Lei 9.504/1997, para prever que a ação de impugnação ao registro de candidaturas terá prioridade sobre as demais ações eleitorais e deverá transitar em julgado até 45 dias das eleições; a LC 135/2010 introduziu a prioridade em processos de abuso de poder econômico e político (art. 26-B da LC 64/1990). Como é notório, quando se prioriza tudo, não se prioriza nada. Nesse porém, a legislação eleitoral regrediu de forma flagrante. p. 200 – Após o trecho “TSE – Representação. Propaganda irregular. Recurso (...)”, acrescentar o seguinte: Da mesma forma e pelas mesmas razões, não se aplica o art. 191 do Código de Processo Civil – prazo em dobro para litisconsortes com procuradores diferentes (TSE – Agravo de Instrumento 31.488 DJe 18.08.2010, p. 95-99). p. 203 – Substituir o parágrafo “É inelegível o candidato que possui óbice (...)” pelo seguinte: Da mesma forma, a candidatura poderá ser impugnada em face de ausência de algum dos requisitos de registrabilidade previstos no art. 11, § 1.º, da Lei nº 9.504/1997: “§1º O pedido de registro deve ser instruído com os seguintes documentos: I – cópia da ata a que se refere o art. 8.º; II – autorização do candidato, por escrito; III – prova de filiação partidária; IV – declaração de bens, assinada pelo candidato; V – cópia do título eleitoral ou certidão, fornecida pelo cartório eleitoral, de que o candidato é eleitor na circunscrição ou requereu sua inscrição ou transferência de domicílio no prazo previsto no art. 9.º; VI – certidão de quitação eleitoral; VII – certidões criminais fornecidas pelos órgãos de distribuição da Justiça Eleitoral, Federal e Estadual; VIII – fotografia do candidato, nas dimensões estabelecidas em instrução da Justiça Eleitoral, para efeito do disposto no § 1.º do art. 59. IX – propostas defendidas pelo candidato a Prefeito, a Governador de Estado e a Presidente da República”. “Registro de candidato. Não atendimento dos requisitos legais: fotografia irregular, ausência de certidões de objeto e pé, requerente não quite com a Justiça Eleitoral e não filiado ao partido político em questão, inelegibilidade decorrente do art. 1.º, inciso I, alínea ‘ e’ da Lei Complementar nº 64/90, com a redação dada pela Lei nº 135/2010 (Ficha Limpa). Indeferimento” (TRESP, Registro de Candidato 543.914, Publicado em Sessão, Data 23.08.2010). É inelegível o candidato que possui óbice legal à época do pedido de registro, mesmo que esse impedimento já não mais exista na data da eleição. Contudo, a Lei nº 12.034/2009 estabeleceu que deve o juiz levar em consideração “as alterações, fáticas ou jurídicas, supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade”. p. 207 (1) – Após o parágrafo “Todos os pedidos de registo (...)” acrescentar o seguinte: A consequência jurídica da procedência da ação de impugnação está prevista no art. 15, caput, da Lei das Inelegibilidades: “Art. 15. Transitada em julgado ou publicada a decisão proferida por órgão colegiado que declarar a inelegibilidade do candidato, ser-lhe-á negado registro, ou cancelado, se já tiver sido feito, ou declarado nulo o diploma, se já expedido.” p. 207 (2) – Substituir o texto do item 9.3.2 pelo seguinte: A investigação tem por objeto proteger a legitimidade e normalidade do pleito contra o abuso do poder econômico, do poder político, ou uso indevido dos meios de comunicação social em benefício de candidato ou de partido político. O ato ilícito não precisa ter potencial lesivo para alterar o resultado das eleições, mas será levada em consideração a gravidade das circunstâncias.7 As consequências jurídicas da procedência da ação serão a declaração de inelegibilidade por 8 anos, a contar da data das eleições em que ocorreu o ilícito, e a cassação do registro de candidatura ou do diploma com a perda do cargo. “LC 64/90 – Art. 22, XIV: ‘julgada procedente a representação, ainda que após a proclamação dos eleitos, o Tribunal declarará a inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído para a prática do ato, cominando-lhes sanção de inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à eleição em que se verificou, além da cassação do registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado pela interferência do poder econômico ou pelo desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos meios de comunicação, determinando a remessa dos autos ao Ministério Público Eleitoral, para instauração de processo disciplinar, se for o caso, e de ação penal, ordenando quaisquer outras providências que a espécie comportar’”. De acordo com a nova redação dada pela Lei Complementar 135/2010, em regra, a declaração de inelegibilidade não dependerá do trânsito em julgado da ação, desde que haja decisão colegiada. p. 208 – Substituir o texto do item 9.3.5 pelo seguinte: Pode ser ajuizada a partir da data do deferimento da candidatura, tendo por prazo final para sua apresentação, a data das eleições, no que se refere às condutas vedadas (abuso do poder político), estipuladas no art. 73 da Lei das Eleições. Especificamente, no caso de abuso de poder econômico, inclusive nas ações fundamentadas no artigo 41-A da Lei das Eleições, será possível a interposição da ação até a data da diplomação. Todavia, a representação poderá ter por objeto fatos ocorridos antes do registro das candidaturas. Nesse sentido vale citar: “TSE – O rito previsto no art. 22 da Lei Complementar nº 64/90 não estabelece prazo decadencial para o ajuizamento da ação de investigação judicial eleitoral. Por construção jurisprudencial, no âmbito desta c. Corte Superior, entende-se que as ações de investigação judicial eleitoral que tratam de abuso de poder econômico e político podem ser propostas até a data da diplomação porque, após esta data, restaria, ainda, o ajuizamento da Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) e do Recurso Contra Expedição do Diploma (RCED). (REspe nº 12.531/SP, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ de 1º.9.1995 RO nº 401/ES, Rel. Min. Fernando Neves, DJ de 1º.9.2000, RP nº 628/DF, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo, DJ de 17.12.2002). O mesmo argumento é utilizado nas ações de investigação fundadas no art. 41-A da Lei 9.504/97, em que também assentou-se que o interesse de agir persiste até a data da diplomação (REspe 25.269/SP, Rel. Min. Caputo Bastos, DJ de 20.11.2006). Já no que diz respeito às condutas vedadas (art. 73 da Lei nº 9.504/97), para se evitar o denominado ‘armazenamento tático de indícios’, estabeleceu-se que o interesse de agir persiste até a data das eleições, contando-se o prazo de ajuizamento da ciência inequívoca da prática da conduta (QO no RO 748/PA, Rel. Min. Carlos Madeira, DJ de 26.08.2005; REspe 25.935/SC, Rel. Min. José Delgado, Rel. Designado Min. Cezar Peluso, DJ de 20.06.2006)” (RO nº 1453 – Belém/PA – Rel. Min. Félix Fischer – DJe de 05.04.2010, p. 207-209). 7 LC 64/90 – artigo 22, XVI p. 214 – Substituir o parágrafo “Pode ser declarada a inelegibilidade (...)” pelo seguinte: Questão polêmica sobre a qual os Tribunais tem alteradoconstantemente o entendimento, diz respeito à possibilidade de declaração de inelegibilidade na AIME. Parece- nos que não háóbice a referida declaração, pois difi cilmente as situações objeto da AIME não seriam alguma das previstas no art. 1.º da LC 64/1990. Todavia, não é esta a posição atual do TSE que entende que a inelegibilidade deverá ser veiculada por meio de investigação judicial eleitoral. “TSE – De fato, a citada alínea d alude expressamente à hipótese de ‘representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral’ por abuso do poder econômico ou político, ou seja, processo de natureza específi ca. Tal inelegibilidade se relaciona com a sanção prevista no art. 22, XIV, da LC nº 64/90, in verbis: ‘Art. 22. (...) XIV – julgada procedente a representação, ainda que após a proclamação dos eleitos, o Tribunal declarará a inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído para a prática do ato, cominando-lhes sanção de inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à eleição que se verifi cou, além da cassação do registro ou diploma do candidato diretamente benefi ciado pela interferência do poder econômico ou pelo desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos meios de comunicação (...)’ Embora tenha como imprópria a referência a ‘sanção de inelegibilidade’, pois inelegibilidade não constitui sanção, nem pena, certo é que tanto o inciso XIV do art. 22, quanto a alínea d, mencionam como causa da inelegibilidade a procedência, exclusivamente, de ‘representação’. No caso, porém, a condenação do candidato por abuso do poder econômico, em segunda instância, ocorreu em sede de ação de impugnação de mandato eletivo, segundo se infere da cópia do acórdão (fl s. 36-55), e não de representação. Sendo assim, somente por interpretação ampliativa é que se poderia estender a hipótese da alínea d a outros casos que não os de representação, inclusive aos de ação de impugnação de mandato eletivo. Acontece que, por se tratar de norma de caráter restritivo, como o são as normas que regem as inelegibilidades, não se pode estender a inelegibilidade da alínea d aos casos de procedência de ação de impugnação de mandato eletivo” (Recurso Ordinário 387038 – 12.8.2010). p. 218 – Substituir o parágrafo “Legitimados são os ofendidos (...)” pelo seguinte: Legitimados são os ofendidos. Trata-se da única ação eleitoral em que o Ministério Público não possui legitimidade ativa. Porém, oficiará no processo como fiscal da lei. Frise- -se que terceiro que não seja candidato, partido político ou coligação não tem legitimidade exercer direito de resposta na seara eleitoral.8 p. 220 – Após o parágrafo “O art. 58, de forma pormenorizada (...)” inserir o seguinte: Em face de provimento de recurso que venha a revogar o direito de resposta que já tenha sido exercido, deverá ser restituído o tempo na propaganda eleitoral no rádio e televisão, para o partido ou coligação prejudicados. p. 221 – Após o parágrafo “O art. 41-B da Lei das Eleições (...)” inserir o seguinte: 8 TSE – Representação 3.596-37, Rel. Min. Marco Aurélio, em 21.10.2010. As únicas exceções a esse procedimento são o direito de resposta, previsto no art. 58 da mesma lei, que é regido por procedimento próprio, o abuso de poder político (art. 73 da Lei 9.504/1997) e as representações fundamentadas nos artigos 30-A, 41-A e 81, § 4.º, da Lei das Eleições, cujo rito é o do art. 22 da Lei Complementar 64/1990. p. 223 – Substituir o parágrafo “A representação prevista no art. 41-A (...)”, pelo seguinte: A representação prevista no art. 41-A da Lei das Eleições pode condenar o candidato à multa, cassação do registro ou da diplomação e, em face da alteração trazida pela LC 135/2010, a declaração de inelegibilidade por 8 anos. Caso o candidato não tenha sido eleito, deverá, mesmo assim, ser condenado a pagar multa e à inelegibilidade. O mesmo ocorrerá com terceiros, não candidatos, que participarem do ato ilícito. p. 226 – Substituir o texto do item 9.8.5 pelo seguinte: É a mesma da ação de impugnação ao registro de candidatura. p. 247/248 – Substituir o trecho “Portanto, o interrogatório, também na seara eleitoral (...)” até “Portanto, com o recebimento da denúncia, o réu terá (...)” pelo seguinte: Portanto, a meu ver, o interrogatório, também na seara eleitoral, deveria se efetivar no final do procedimento. Por outro lado, importa frisar que o Tribunal Superior Eleitoral tem posicionamento divergente. “TSE – (...) as indigitadas inovações legislativas só incidiriam em relação ao rito estabelecido em lei especial, caso não houvesse disposições específicas, o que não é o caso em exame. No entanto, como bem pontuado pela Corte Regional, ‘não há como afirmar que a nova disciplina ocasionou mudanças no rito da ação penal eleitoral do juízo de primeiro grau, pois havendo conflito entre lei geral e especial, aplica-se o disposto na lei especial, no caso, as disposições do Código Eleitoral (arts. 355 a 364)’ (fl. 70). Na espécie, há previsão específica no Código Eleitoral do procedimento criminal a ser seguido no juízo de primeiro grau, a teor do art. 359, que assim dispõe: Art. 359. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para o depoimento pessoal do acusado, ordenando a citação deste e a notificação do Ministério Público. Parágrafo único. O réu ou seu defensor terá o prazo de 10 (dez) dias para oferecer alegações escritas e arrolar testemunhas” (HC nº 652/BA, DJe de 19.11.2009, rel. Min. Arnaldo Versiani). Portanto, com o recebimento da denúncia, segundo a interpretação que ora prepondera, será designada data para interrogatório e, após, o réu terá o prazo de 10 dias para oferecer alegações, ou seja, a defesa prévia. Nessa fase processual, deverá requerer diligências e ofertar o rol de testemunhas. O processo prosseguirá com a oitiva das testemunhas de acusação e de defesa. Por fim, as partes oferecerão alegações finais no prazo de 5 dias (art. 360 do Código Eleitoral) e, não havendo mais diligências a serem realizadas, o juiz prolatará sentença, cabendo recurso de apelação no prazo de 10 dias (art. 362 do Código Eleitoral). p. 262 – Após o trecho “TRE/SP – Processo crime. Art. 344 do Código Eleitoral (...)” acrescentar o seguinte: Por outro lado, o TSE não tem aplicado a referida sanção. “TSE – O não comparecimento de mesário no dia da votação não confi gura o crime estabelecido no art. 344 do CE, pois prevista punição administrativa no art. 124 do referido diploma, o qual não ontém ressalva quanto à possibilidade de cumulação com sanção de natureza penal” (HC nº 638, j. em 28.04.2009). Parece-nos, em face da literalidade do disposto no art. 344, que nada tem de inconstitucional, que o julgado do Tribunal Regional de São Paulo está correto. p. 277 – Antes do resumo esquemático inserir o seguinte item (e renumerar os seguintes a partir de então): 11.3 O MINISTÉRIO PÚBLICO E A QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO Setores do Ministério Público, também do eleitoral, têm defendido a possibilidade de determinar a quebra, sem autorização judicial prévia, do sigilo bancário de candidatos, partidos ou doadores de campanha, objetivando dar maior eficácia às suas atividades institucionais. Embora existam posicionamentos divergentes na jurisprudência, por ora prevalece a impossibilidade. Todavia, é permitido ao Ministério Público que obtenha da Secretaria da Receita Federal do Brasil a informação sobre o faturamento do ano anterior da pessoa jurídica ou os rendimentos da pessoa física para verificar se houve ou não doação acima dos limites legais. “Constitui prova ilícita aquela colhida mediante a quebra do sigilo fiscal do doador, sem autorização judicial, consubstanciada na obtenção de dados relativos aos rendimentos do contribuinte, requeridos diretamente pelo Ministério Público à Secretaria da Receita Federal, para subsidiar a representação por descumprimento dos arts. 23, § 1.º, I, e 81, § 1.º, da Lei nº 9.504/97. 2. Ressalva-se a possibilidade de o Parquet requerer à Receita Federal somente a informação quanto à compatibilidade entre o valor doado pelo contribuinte à campanha eleitoral e as restrições impostas na legislação eleitoral, que estabelece o limite de dez por cento dos rendimentos brutos de pessoa física e de dois por cento do faturamento bruto de pessoa jurídica, auferidos no ano anterior à eleição. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (TSE – ARESPE nº 28.218/SP, Rel. designado Min. Marcelo Ribeiro, DJe de 03.08.2010). LEI COMPLEMENTAR Nº 135, DE 4 DE JUNHO DE 2010 Altera a Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, que estabelece, de acordo com o § 9o do art. 14 da Constituição Federal, casos de inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras providências, para incluir hipóteses de inelegibilidade que visam a proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do mandato. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: Art. 1o Esta Lei Complementar altera a Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, que estabelece, de acordo com o § 9o do art. 14 da Constituição Federal, casos de inelegibilidade, prazos de cessação e determina outras providências. Art. 2o A Lei Complementar no 64, de 1990, passa a vigorar com as seguintes alterações: “Art. 1o ................................................................................................................................... I – ............................................................................................................................................ .................................................................................................................................................... c) o Governador e o Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal e o Prefeito e o Vice- Prefeito que perderem seus cargos eletivos por infringência a dispositivo da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término do mandato para o qual tenham sido eleitos; d) os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes: 1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público; 2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência; 3. contra o meio ambiente e a saúde pública; 4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade; 5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública; 6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; 7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos; 8. de redução à condição análoga à de escravo; 9. contra a vida e a dignidade sexual; e 10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando; f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou com ele incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos; g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição; h) os detentores de cargo na administração pública direta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem condenados em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes; .......................................................................................................................... j) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição; k) o Presidente da República, o Governador de Estado e do Distrito Federal, o Prefeito, os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa, das Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos desde o oferecimento de representação ou petição capaz de autorizar a abertura de processo por infringência a dispositivo da Constituição Federal, da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término da legislatura; l) os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena; m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por decisão sancionatória do órgão profissional competente, em decorrência de infração ético-profissional, pelo prazo de 8 (oito) anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso pelo Poder Judiciário; n) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, em razão de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou de união estável para evitar caracterização de inelegibilidade, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão que reconhecer a fraude; o) os que forem demitidos do serviço público em decorrência de processo administrativo ou judicial, pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário; p) a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas responsáveis por doações eleitorais tidas por ilegais por decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão, observando-se o procedimento previsto no art. 22; q) os magistrados e os membros do Ministério Público que forem aposentados compulsoriamente por decisão sancionatória, que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de processo administrativo disciplinar, pelo prazo de 8 (oito) anos; ........................................................................................................................................... § 4o A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I deste artigo não se aplica aos crimes culposos e àqueles definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de ação penal privada. § 5o A renúncia para atender à desincompatibilização com vistas a candidatura a cargo eletivo ou para assunção de mandato não gerará a inelegibilidade prevista na alínea k, a menos que a Justiça Eleitoral reconheça fraude ao disposto nesta Lei Complementar.” (NR) “Art. 15. Transitada em julgado ou publicada a decisão proferida por órgão colegiado que declarar a inelegibilidade do candidato, ser-lhe-á negado registro, ou cancelado, se já tiver sido feito, ou declarado nulo o diploma, se já expedido. Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput, independentemente da apresentação de recurso, deverá ser comunicada, de imediato, ao Ministério Público Eleitoral e ao órgão da Justiça Eleitoral competente para o registro de candidatura e expedição de diploma do réu.” (NR) “Art. 22. ................................................................................................................................ .................................................................................................................................................. XIV – julgada procedente a representação, ainda que após a proclamação dos eleitos, o Tribunal declarará a inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído para a prática do ato, cominando-lhes sanção de inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à eleição em que se verificou, além da cassação do registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado pela interferência do poder econômico ou pelo desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos meios de comunicação, determinando a remessa dos autos ao Ministério Público Eleitoral, para instauração de processo disciplinar, se for o caso, e de ação penal, ordenando quaisquer outras providências que a espécie comportar; XV – (revogado); XVI – para a configuração do ato abusivo, não será considerada a potencialidade de o fato alterar o resultado da eleição, mas apenas a gravidade das circunstâncias que o caracterizam. ............................................................................................................................................” (NR) “Art. 26-A. Afastada pelo órgão competente a inelegibilidade prevista nesta Lei Complementar, aplicar-se-á, quanto ao registro de candidatura, o disposto na lei que estabelece normas para as eleições.” “Art. 26-B. O Ministério Público e a Justiça Eleitoral darão prioridade, sobre quaisquer outros, aos processos de desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de autoridade até que sejam julgados, ressalvados os de habeas corpus e mandado de segurança. § 1o É defeso às autoridades mencionadas neste artigo deixar de cumprir qualquer prazo previsto nesta Lei Complementar sob alegação de acúmulo de serviço no exercício das funções regulares. § 2o Além das polícias judiciárias, os órgãos da receita federal, estadual e municipal, os tribunais e órgãos de contas, o Banco Central do Brasil e o Conselho de Controle de Atividade Financeira auxiliarão a Justiça Eleitoral e o Ministério Público Eleitoral na apuração dos delitos eleitorais, com prioridade sobre as suas atribuições regulares. § 3o O Conselho Nacional de Justiça, o Conselho Nacional do Ministério Público e as Corregedorias Eleitorais manterão acompanhamento dos relatórios mensais de atividades fornecidos pelas unidades da Justiça Eleitoral a fim de verificar eventuais descumprimentos injustificados de prazos, promovendo, quando for o caso, a devida responsabilização.” “Art. 26-C. O órgão colegiado do tribunal ao qual couber a apreciação do recurso contra as decisões colegiadas a que se referem as alíneas d, e, h, j, l e n do inciso I do art. 1o poderá, em caráter cautelar, suspender a inelegibilidade sempre que existir plausibilidade da pretensão recursal e desde que a providência tenha sido expressamente requerida, sob pena de preclusão, por ocasião da interposição do recurso. § 1o Conferido efeito suspensivo, o julgamento do recurso terá prioridade sobre todos os demais, à exceção dos de mandado de segurança e de habeas corpus. § 2o Mantida a condenação de que derivou a inelegibilidade ou revogada a suspensão liminar mencionada no caput, serão desconstituídos o registro ou o diploma eventualmente concedidos ao recorrente. § 3o A prática de atos manifestamente protelatórios por parte da defesa, ao longo da tramitação do recurso, acarretará a revogação do efeito suspensivo.” Art. 3o Os recursos interpostos antes da vigência desta Lei Complementar poderão ser aditados para o fim a que se refere o caput do art. 26-C da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, introduzido por esta Lei Complementar. Art. 4o Revoga-se o inciso XV do art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990. Art. 5o Esta Lei Complementar entra em vigor na data da sua publicação. Brasília, 4 de junho de 2010; 189o da Independência e 122o da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto Luis Inácio Lucena Adams Este texto não substitui o publicado no DOU de 7.6.2010