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Micro II EAE 0205 2ºSemestre 2011 Noturno 19 de Agosto de 2011 Provinha #1 � Revisão de Cálculo e Micro I - Gabarito Questão 1 (40 pontos) Seja uma economia composta por um con- sumidor e 2 bens. Suponha também que este consumidor tem prefer- ências completas e monotônicas sobre ambos os bens. Sabemos que a função utilidade indireta do indivíduo é V (px, py, I)= I ∗ (p−1x +p−1y ) i) (5 pontos) Qual é a função dispêndio deste indivíduo? Justifique. A menor renda necessária para que o indivíduo alcance o nível de utilidade U = V (px, py, I) é I = E(px, py, U) , ou seja, a função dispêndio será: E(px, py, U)= U (p−1x +p −1 y ) ii) (10 pontos) Encontre a função de demanda hicksiana para os bens x e y. Para encontrar a função de demanda hicksiana basta aplicar o Lema de Sheppard à função dispêndio obtida no item anterior, então: xh= ∂E(px,py,U) ∂px =U ∗ (−1) ∗ (p−1x + p−1y )−2 ∗ (−1) ∗ (px)−2= Up2x∗(p−1x +p−1y )2 yh= ∂E(px,py,U) ∂py = U ∗ (−1) ∗ (p−1x + p−1y )−2 ∗ (−1) ∗ (py)−2= Up2y∗(p−1x +p−1y )2 iii) (12,5 pontos) Encontre a função de demanda marshalliana para os bens x e y. (Dica: Teorema do envelope) Utilize as seguintes identidades: ∂V (px,py,I) ∂pi = ∂L ∂pi , i = x; y ∂V (px,py,I) ∂I = ∂L ∂I L = U(x, y) + λ(−px ∗ x− py ∗ y + I) A dica do exercício era para derivar a Identidade de Roy. 1 Partindo do Lagrangeano temos que: (1) ∂V (px,py,I) ∂px = ∂L ∂px = −λ ∗ x (2) ∂V (px,py,I) ∂py = ∂L ∂py = −λ ∗ y (3) ∂V (px,py,I) ∂I = ∂L ∂I = λ Se substituirmos (3) em (1) e (3) em (2), e isolarmos x e y, teremos en- contrado as expressões para as respectivas demandas marshallianas a partir da função utilidade indireta, a Identidade de Roy: xm = −(∂V (px,py,I)∂px )/( ∂V (px,py,I) ∂I ) Analogamente para y: ym = −(∂V (px,py,I)∂py )/( ∂V (px,py,I) ∂I ) Aplicando a identidade de Roy para a função utilidade indireta em questão, teremos que: ∂V (px,py,I) ∂px = −I p2x ; ∂V (px,py,I) ∂px = −I p2y ; ∂V (px,py,I) ∂I = I (p−1x +p −1 y ) Portanto: xm = I p2x∗(p−1x +p−1y ) e ym = I p2y∗(p−1x +p−1y ) iv) (12,5 pontos) Encontre a função de utilidade direta. A utilidade direta deve depender apenas da quantidade de x e y. Portanto devemos �sumir� com as demais variáveis. Partindo da expressão obtida no item (i), se isolarmos U temos que: E(px, py, U)= U (p−1x +p −1 y ) => U = E(px, py, U) ∗ (p−1x +p −1 y ) Sabemos que a função dispêndio pode ser escrita como: E(px, py, U)=px∗xh+py∗yh=px∗xm+py∗ym=px∗x+py∗y, as quantidades demandadas devem ser iguais seja maximizando utilidade, seja minimizando dispêndio (dualidade). Então, U = (px ∗ x+ py ∗ y)∗(p−1x +p−1y ) => U = x+pxpy x + py px y +y (*) Observe que ainda não chegamos na função utilidade direta, pois na ex- pressão acima ainda aparecem os preços. 2 Já derivamos que: xh= U p2x∗(p−1x +p−1y )2 e xm = I p2x∗(p−1x +p−1y ) yh= U p2y∗(p−1x +p−1y )2 e ym = I p2y∗(p−1x +p−1y ) Se tomarmos a razão entre as quantidades entre os bens x e y, obtemos: x y= xh yh = xm ym= p2y p2x => py px = √ x√ y e px py = √ y√ x Substituindo as razões de preço acima em (*), obtemos a função utilidade direta: U = x+ pxpy x+ py px y + y =U = x+ √ y√ x x+ √ x√ y y + y = x+ y + 2 √ x ∗ y U(x, y) = (x0,5 + y0,5)2 Questão 2 (20 pontos) Uma firma possui duas plantas com funções custos distintas. A planta 1 apresenta a seguinte função custo total: C1(Y1) = 0, 5Y 2 1 . A planta 2 apresenta a seguinte função custo total: C2(Y2) = Y2. Calcule o custo total que o produtor proprietário dessas duas plantas irá incorrer se decidir produzir 1,5 unidades. A firma decide o quanto produzir em cada planta a partir do custo marginal. Cmg1(Y1) = Y1e Cmg2(Y2) = 1 Observe que até o nível de produção Y = 1, Cmg1(Y1)<Cmg2(Y2). Portanto para níveis de produção Y ≤ 1, a firma aloca toda a produção na planta 1. Porém, a partir desse nível de produção o custo marginal de produzir na planta 1 passa a ser maior que o de produzir na planta 2 (que é constante), assim toda a produção que exceder Y=1 será produzida na planta 2. Como a firma deseja produzir Y = Y1 + Y2 = 1, 5 => Y1 = 1e Y2 = 0, 5 O custo total será, portanto: CT (Y )=0, 5(Y 21 ) + Y2= 0, 5 ∗ 1 + 0, 5 = 1 Questão 3 (40 pontos) Considere um indivíduo que vive dois perío- dos e que maximiza sua utilidade intertemporal. No período 1, ele recebe uma dotação ω, que deve ser alocada entre o consumo nos 3 2 períodos. Sua decisão no período 1 é alocar ω entre consumo e poupança. Já no período 2, ele consome o que poupou no período 1, acrescido de juros. O problema do indivíduo. Maxc1,c2u(c1, c2)=ln(c1) + 1 (1+θ) ln(c2) sujeito a (1) c1 = ω − s; (2) c2 = s(1 + r); Em que, s é a taxa de poupança, c1 é o consumo no período 1, c2 é o consumo no período 2, ω é a dotação inicial, r é a taxa de juros e θ é a taxa de desconto intertemporal (0≤ θ ≤ 1) i) (20 pontos) Qual é a taxa de poupança ótima (s*) em função da dotação inicial (ω) e da taxa de desconto intertemporal (θ)? Encontre também a trajetória de consumo ótima. Se substituirmos c1 e c2 no problema de maximização, obtemos um problema de maximização envolvendo apenas uma variável (s), uma vez que as demais variáveis são parâmetros (são dadas). O problema passa a ser então: Maxsu(c1, c2)=ln(ω − s) + 1(1+θ) ln(s(1 + r)) Basta então, derivar e igualar a zero; ∂u(c1,c2) ∂s = −1 ω−s + 1 (1+θ) (1+r) s(1+r) = 0 ω − s = s(1 + θ) => s∗ = ω2+θ Para encontrar c1∗ e c2∗ basta substituir s∗ em (1) e (2). Assim: c1∗ =ω − ω2+θ=ω(2+θ)−ω2+θ =ω(1+θ)2+θ c2∗ =ω(1+r)2+θ ii) (20 pontos) Qual é o efeito ceteris paribus sobre a poupança de um aumento da taxa de desconto intertemporal (θ)? E da dotação inicial (ω)? Explique. O efeito ceteris paribus de um aumento em θsobre s∗, ou seja, o quanto 4 s∗varia diante de um aumento em θ, mantido tudo o mais constante pode ser medido pela derivada parcial ∂s∗ ∂θ = − ω(2+θ)2 < 0. Assim, um aumento da taxa de desconto intertemporal diminui a poupança, o que faz sentido, uma vez que há uma diminuição da importância do consumo no período 2 sobre a utilidade do indivíduo � o indivíduo valoriza mais o presente. Analogamente medimos o efeito ceteris paribus de um aumento em ω sobre s∗através da derivada parcial ∂s∗∂ω = 12+θ > 0. Ou seja, o aumento da dotação ini- cial tem um impacto positivo sobre a poupança � aumenta o montante disponível para se dividir entre consumo presente e consumo futuro, aumentando conse- qüentemente a poupança. 5