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Introdução Juscelino Kubitschek foi eleito presidente do Brasil nas eleições de 1955, assumindo o cargo em 1956 e permanecendo nele até 1961. O período entre 1956 e 1963 é ainda classificado com democrático-populista iniciado pós 2ª Guerra Mundial. Economicamente falando, esse período também refere-se a continuidade (até 1962) de um longo ciclo de expansão iniciado na recuperação brasileira aos efeitos da Grande Depressão. O governo de JK foi marcado pelo comprometimento do setor público com uma política desenvolvimentista. Nesse contexto de expansão e desenvolvimento econômico, Kubitschek lança o seu Plano de Metas, que, no geral, foi bem sucedido tendo a maioria de suas metas alcançadas. A economia cresceu aceleradamente com certa estabilidade de preços e em um cenário político aberto e democrático A proposta do Plano de Metas era baseada no lema “50 anos em 5”. A ideia era contemplar investimentos de cinco áreas principais: energia, transporte, alimentação, indústrias de base e educação. Esses ajudariam no desenvolvimento econômico e na modernização do país. Vale ressaltar que esse programa do governo deu continuidade ao processo de substituição por importação que o Brasil vivia desde anos anteriores. Em 1956, a economia brasileira apresentava um quadro de grandes desequilíbrios: grandes déficits fiscais agravados por dificuldades de financiamento externo. Nesse contexto, dado que a adoção de políticas contracionistas seriam politicamente insustentáveis para o governo (as tentativas anteriores de contração do crédito para controlar a inflação foram provisórias), assim, foi adotado um conjunto de políticas heterodoxas, que aumentava o gasto público apesar dos graves desequilíbrios macroeconômicos. Essa decisão por crescimento ao invés de estabilidade, também chamada de desenvolvimentismo, estava em desacordo com as políticas ortodoxas recomendadas à época pelo FMI e reforçou a visão de que economias subdesenvolvidas só conseguiam se industrializar com alguma inflação e sem buscar preços controlados com estagnação. DESENVOLVIMENTO O Brasil vinha passando, desde a década de 1930, por um processo de substituição A Energia: Foi crescente a afirmação das empresas públicas de energia elétrica neste período, o Plano de Metas propôs a reorganização do setor: as empresas federais investiriam na produção, ficando a distribuição com o setor privado. O plano destinou para o setor de energia mais de 43% dos investimentos, dos quais cerca de 55% foram para a área de energia elétrica. Com a criação da empresa estatal Petrobrás, havia-se definido uma política petrolífera que, por um lado, perseguia a substituição integral das importações de combustíveis líquidos, através da instalação de parque refinador, e, por outro lado, previa, com a implantação de um programa, de prospecções, a ampliação da produção nacional de petróleo. Em relação à energia nuclear, 100% da meta foi alcançada com novas prospecções, implantação de termelétricas e instalação de um reator da Universidade de São Paulo. Ainda no setor energético, o programa propunha uma modificação estrutural na indústria carvoeira em crise devido à maior utilização do diesel na rede ferroviária, que deixou sem procura os tipos inferiores de carvão, de produção obrigatória. O Trasporte: Neste setor, o Plano de Metas procurava intensificar o processo de transformação da anterior estrutura de transportes. herdada da fase primário-exportadora. Para tal, Previa assim, inversões concentradas no reequipamento dos sistema ferroviário, na ampliação e pavimentação das rodovias e na melhoria dos portos e modernização da frota comercial. A meta de transportes arrebanhou 30% dos recursos orçamentários do plano. O serviço de pavimentação das rodovias atingiu 100% do previsto, e a abertura de novas rodovias ultrapassou 150% da meta inicial. O incremento portuário foi da ordem de 57% do projeto, e a implantação da indústria aeronáutica proporcionou a construção de 13 novas aeronaves para o país. O reaparelhamento de ferrovias conseguiu 76% do objetivo inicial, e a construção de novas estradas de ferro somente 20%, dada a explícita “opção rodoviária” assumida pelo governo JK. A Alimentação: No setor de alimentação, a intenção primordial era diminuir a dependência do país das importações de trigo, que sempre pesaram na balança comercial brasileira. Contudo cumpriu-se apenas 24 % da meta, dada as más condições de produtividade do grão no território brasileiro. Entretanto, em termos de armazéns e silos, e na construção de frigoríficos e matadouros, 80% dos objetivos iniciais foram cumpridos. No ramo de mecanização fabricação de tratores, a meta prevista foi largamente ultrapassada. Por fim, o ramo de fertilizantes atingiu 250% da produção planejada. A Indústria de Base: Nos objetivos previstos, a siderurgia atingiu 100%, a produção de alumínio 80%, de níquel 70%, de cimento 90% e a de minérios de ferro 94% das metas. O planejado era implantar a indústria automobilística e, ao mesmo tempo, dotá-la de um aparato produtivo, aumentando o índice de nacionalização dos veículos produzidos. Para tanto, implantou-se a indústria de borracha sintética e natural, que atingiu 100% do previsto, e a de material elétrico, que também atingiu plenamente a meta. A Educação: O setor de educação foi contemplado com apenas 3,4% dos investimentos inicialmente previstos e abrangia uma única meta. Formação de pessoal técnico era a meta 30, que prescrevia a orientação da educação para o desenvolvimento e não falava em ensino básico. Houve estimulo a formação de cursos superiores voltados para a administração, em termos mais gerais, acreditava-se que, com uma elite bem preparada, o país se beneficiaria e poderia estender progressivamente a educação ao conjunto da população. Brasília: Menos de três meses depois de tomar posse na presidência, JK deu o primeiro passo para construir uma nova capital no centro do país. A idéia de transferir a capital federal vinha de muito longe, do tempo do Império, sem que os governantes fizessem muito para tirá-la do papel. Disposto a fazer dela a "meta-síntese" do ambicioso Plano de Metas com que chegou à presidência. Com capital oriundo de empréstimos internacionais, JK conseguiu finalizar e inaugurar Brasília. O plano cobria ao todo 30 metas, e Brasília só entrou no final, como um acréscimo, passando a ser a meta número 31. Foi ao longo do governo que ela assumiu a função de condensar o programa de JK e de simbolizar a idéia de que era possível dar um salto no tempo. Com capital oriundo de empréstimos internacionais, JK conseguiu finalizar e inaugurar Brasília. CONCLUSÃO: Se por um lado o Plano alcançou os resultados esperados, por outro, foi responsável pela consolidação de um capitalismo extremamente dependente que sofreu muitas críticas e acirrou o debate em torno da política desenvolvimentista. A entrada de multinacionais gerou empregos, porém, deixou nosso país mais dependente do capital externo. A dívida externa aumentou 1,5 bilhões de dólares, chegando ao todo a 3,8 bilhões de dólares. Foi ainda agravada pelas altas remessas de lucros das empresas estrangeiras de "capital associado" e pelo conseqüente aumento do déficit na balança de pagamentos. O investimento na industrialização deixou de lado a zona rural, prejudicando o trabalhador do campo e a produção agrícola. O país ganhou uma nova capital, porém a dívida externa, contraída para esta obra, aumentou significativamente. A migração e o êxodo rural descontrolados fizeram aumentar a pobreza, a miséria e a violência nas grandes capitais do sudeste do país. Ao apostar na indústria automobilística, Juscelino praticamente abandonou as estradas de ferro e o desenvolvimento ferroviário, o que teria causado prejuízos ou isolamento a certas cidades. A opção pelas rodovias é considerada por muitos, danosa aos interesses do país, que seria mais bem servido por uma rede ferroviária. Desse modo, O Plano de Metas foi bem-sucedido, acabando com o modelo de substituição de importaçõesno país. O PIB cresceu a 7% em média no período, e a renda per capita dobrou com relação à década anterior. Não obstante o crescimento econômico, o processo inflacionário incomodou bastante a população brasileira na gestão JK. O alto nível de preços corroeu grande parte dos ganhos salariais dos trabalhadores. Algumas marcas negativas permaneceram. Após o governo JK, a inflação se tornou uma preocupação constante para os brasileiros. Nos últimos dez anos, inclusive, os governos abandonaram os planos de desenvolvimento, trabalhando apenas com planos de estabilização, para domar o 'monstro'. O crescimento econômico passou para segundo plano. Basta observar que a taxa média de crescimento dos últimos dez anos não chega a 2,5%. Nos anos JK, a taxa de crescimento era de 7%. Não é correto associar o JK ao endividamento que o Brasil a partir de então construiu. Na verdade, Juscelino começou sim, mas nada que fosse insolúvel no ponto de vista de pagamento. O governo militar ampliou muito a dívida e, por uma questão ideológica, acabaram jogando a culpa disso tudo no JK, mas no fundo é um processo que se inicia em meados da década de 50 que vem tendo seqüência até a década de 70 pelo menos. Ao longo do Plano houve um alargamento das funções do Estado, O setor público no Brasil é o proprietário das atividades dos transportes marítimo, fluvial e ferroviário, da produção e refino de petróleo e combustíveis atômicos. Controla a maior parcela do setor siderúrgico, intervém diretamente nas atividades dos principais setores de exportação e é o principal produtor e exportador de minério de ferro. O setor público também regula direta e indiretamente o mercado cambial e é o regulador direto de atividades de extração do sub-solo. É isoladamente o maior banqueiro comercial, realiza toda a comercialização de borracha nativa e intervém no mercado de capitais. Ocorreu, assim, uma estatização formal da economia, ou seja, a existência de um estado que é um importante produtor nos setores estratégicos da economia e controlador das faixas de decisão privada. Além das mudanças no papel do Estado existem outras mudanças na evolução do Plano de metas. As duas mais importantes são: a estreita solidariedade forjada entre a indústria de bens de capital e a política de investimentos públicos e a dependência de capital de giro, por parte das empresas, de créditos abertos pelos bancos oficiais. BIBLIOGRAFIA: http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/governo_jk.htm http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos/Economia/PlanodeMetas http://pt.wikipedia.org/wiki/Plano_de_Metas http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAfVAAE/plano-metas-objetivos-resultados http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2006/02/17/448003/50-anos-em-5.html http://www.brasilescola.com/historiab/juscelino-kubitschek.htm http://www.historiabrasileira.com/brasil-republica/plano-de-metas/ http://tiagoxavier.com.br/industrializacao-brasileira-plano-de-metas-de-juscelino-kubitschek http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/governo-juscelino-kubitschek-1956-1961-anos-dourados-e-brasilia.jhtm