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Adulterations detected.400, 401 A conseqüência dessas revelações foi a lei de 6 de agosto de 1860: for preventing the adulteration of articles of food and drink,402 uma lei ineficaz, pois, como é natural, observa-se a mais alta delicadeza contra todo freetrader403 que se propõe, por meio da compra e venda de mercadorias adulteradas, to turn an honest penny.404, 405 O próprio comitê formulou, mais ou menos ingenuamente, sua convicção de que o comércio livre significaria substancialmente o comércio com matérias falsificadas ou, como os ingleses jocosamente os denominam, “matérias sofisticadas”. De fato essa espécie de “sofistas” sabe melhor que Protágoras como fazer preto de branco e branco de preto, e melhor que os eleatas406 demonstrar, ad oculos,407 a mera apa- rência de todo real.408 De qualquer modo, o comitê dirigiu a atenção do público para seu “pão de cada dia” e com isso para a panificação. Ao mesmo tempo, ressoou em meetings409 e em petições ao Parlamento o grito dos oficiais de padeiros de Londres, contra o sobretrabalho etc. A grita tornou-se tão insistente que o sr. H. S. Tremenheere, membro da comissão de 1863, já várias vezes mencionada, foi nomeado comissário real de in- quérito. Seu relatório,410 juntamente com as declarações das testemu- nhas, tocou não o coração, mas o estômago do público. O inglês apegado MARX 363 400 Adulterações detectadas. (N. dos T.) 401 Alúmen, ralado fino ou misturado com sal, é um artigo normal de comércio que leva o nome significativo de baker’s stuff.* * Material de padeiro. (N. dos T.) 402 Para impedir a adulteração de produtos alimentícios e bebida. (N. dos T.) 403 Livre-cambista. (N. dos T.) 404 Ganhar um pêni honesto. (N. dos T.) 405 Fuligem é conhecida como uma forma muito enérgica de carbono e constitui um adubo que os limpa-chaminés capitalistas vendem a arrendatários ingleses. Em 1862, um juryman* inglês teve de decidir num processo se fuligem misturada com 90% de pó e areia, sem conhecimento do comprador, era fuligem “verdadeira” no sentido “comercial” ou fuligem “adulterada” no sentido “legal”. Os amis du commerce** decidiram que era fuligem comercial “verdadeira” e rejeitaram a queixa do arrendatário, que ainda teve de pagar as custas do processo. * Jurado. (N. dos T.) ** Amigos do comércio. (N. dos T.) 406 Orientação idealista na filosofia grega antiga, dos séculos VI e V a.C. Seus representantes mais significativos foram Xenofonte, Parmênides e Zenon. Os eleatas procuraram, entre outras coisas, comprovar que o movimento e a variedade dos fenômenos existiam não na realidade, mas somente em pensamento. (N. da Ed. Alemã.) 407 Aos olhos. (N. dos T.) 408 O químico francês Chevalier, em um tratado sobre as sophistications* das mercadorias, apresenta para muitos dos mais de 600 artigos, que passa em revista, 10, 20, 30 diferentes métodos de adulteração. Acrescenta que não conhece todos os métodos e que não menciona todos que conhece. Para o açúcar, dá 6 espécies de adulteração, 9 para o azeite de oliva, 10 para a manteiga, 12 para o sal, 19 para o leite, 20 para o pão, 23 para a aguardente, 24 para a farinha, 28 para o chocolate, 30 para o vinho, 32 para o café etc. Nem mesmo o bom Deus escapa desse destino. Ver CARD, Rouard de. De La Falsification des Substances Sacramentelles. Paris, 1856. * Adulterações. (N. dos T.) 409 Comícios políticos. (N. dos T.) 410 Report etc. Relating to the Grievances Complained of by the Journeymen Bakers etc. Londres, 1862; e Second Report etc. Londres, 1863.