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9) Explique as diferenças existentes nas hipóteses de Simonsen e Furtado a respeito da não industrialização do Brasil após a sua independência política.
O Brasil era um país onde grande parte da população era escrava, assim se tinha um mercado interno restrito, a onde a economia de base exportadora estava relativamente estagnada, o que não gerava divisas e também não permitia uma grande acumulação de capitais. E por ser controlado por grandes proprietários de terra e negros, existia assim uma dificuldade de um crescimento da indústria.
Celso Furtando via à industrialização como importante passo para o processo de desenvolvimento. Contudo para Furtado, não seria uma política protecionista adota pelo governo, como dizia Simonsen, que faria o Brasil pós-independência se industrializar de forma rápida como ocorreu nos Estados Unidos. 
Para Furtado só a proteção a indústria era insuficiente para fazer com que ela crescesse, pois faltavam condições fundamentais para que a produção industrial pudesse se desenvolver. Para Celso Furtado era necessário que houvesse um mercado interno (pois sem mercado interno não existe a possibilidade dos produtos industrializados serem vendidos); divisas para que pudesse importar máquinas, equipamentos e também matérias–primas; capitais e uma classe social que fosse capaz de propor um projeto industrializante. 
“A causa principal de grande atraso relativo da economia brasileira na primeira metade do século XIX foi, portanto, o estancamento de suas exportações” e “Fomentar a industrialização nessa época (século XIX), seu apoio de uma capacidade para importar em expansão, seria tentar o impossível em um país totalmente carente de base técnica” – Furtado, 1920. Assim, podemos perceber que apenas um sistema que protegesse a indústria não adiantaria no processo de industrialização brasileira.
Essas características citadas por Furtado prevaleciam devido aos “sentidos da colonização”, ou seja, monocultura para exportação, trabalho escravo e a concentração do poder nas mãos dos grandes proprietários agrários. Porém, durante o século XIX, pode-se observar transformações necessárias a industrialização brasileira. 
Os colonos portugueses não conseguiam reproduzir no Brasil as mesmas técnicas de produtivas, pois era uma região diferente. Onde solo e clima influenciaram para tal.
Foi à expansão do café que proporcionou inicialmente essas transformações, pois possibilitou a ampliação das receitas de exportação, gerando divisas que ora permitem desenvolvimento industrial, ora a modernização da infra-estrutura e certa urbanização, como por exemplo, as estradas de ferro. Em conjunto com uma classe dirigente dos cafeicultores associados ao poder do Estado, embora não fossem ainda industrializados. 
Contudo, o principal aspecto, segundo Furtado, para que não houvesse a industrialização era a presença da mão de obra escrava. Da qual o declínio veio a ocorrer com o fim do tráfico negreiro, em 1850, gerando o problema da mão de obra. 
Portanto, a Independência não trouxe efeitos econômicos significativos, a economia agrária exportadora. O processo da industrialização se iniciou embrionariamente ao longo das consequências da economia cafeeira. 
18 ) Explique a reforma fiscal de 1915 e o contexto em que ela é desenvolvida.
	Os anos entre o fim do período de ajuste recessivo da virada do século e a desaceleração econômica que antecedeu a primeira guerra mundial marcam um ciclo de crescimento que, em termos de duração e extensão do progresso material. Depois de mais de uma década de estagnação econômica, entre os anos de 1900 e 1913 o produto agregado cresceu mais de 4% ao ano, assim a formação de capital da indústria continuou em aceleração. 
	A adoção do padrão ouro, em 1906 vinculou a estabilidade monetária doméstica ao comportamento do balanço de pagamentos, acentuando, dessa forma, o caráter pró-ciclico dos déficits e superávits externos da economia primaria exportadora. Assim, até o inicio da guerra em 1914, as acontecimentos exógenos que afetariam os mercados internacionais do café e da borracha e também o fluxo de capital europeu de longo prazo, seriam decisivos para que se pudesse determinar o nível de atividade interna da economia. Em 1912, começaram a surgir os primeiros indícios que a balança de pagamentos estava se deteriorando devido às tendências desfavoráveis que começavam a ocorrer, os credores externos passaram a não querer mais emprestar dinheiro para o financiamento de obras públicas. Para que a estabilidade cambial fosse mantida sem grandes perdas de reservas e sem os possíveis problemas internos que isso iria gerar era necessário que esse momento de queda da balança de pagamentos.
	O comportamento desfavorável das exportações de borracha havia sido compensado pelo aumento significativo no preço do café resultado da política de defesa do café. Contudo, uma ação antitruste, em 1913, obrigou que os estoques de café antigos fossem vendidos, revertendo a alta dos preços. Esse mesmo ano é o inicio de um período marcado por uma permanente crise de liquidez gerada pela operação do padrão-ouro depois da reversão da posição da balança de pagamentos, que se estendeu até o inicio da guerra. Mesmo assim, o governo achou necessária a manutenção do padrão ouro, já que ainda acreditava-se conseguir uma acomodação financeira adicional no exterior. Contudo, o que aconteceu foi uma queda dos depósitos feitos na caixa de conversão gerando assim um arrocho monetário que deixou a economia brasileira em uma grave recessão antes mesmo do inicio da guerra. 
	O inicio da guerra teve conseqüências imediatas sobre o comercio internacional, e afetou o fluxo de pagamentos externos, a receita tributária e a indústria do café. A primeira medida do governo foi fechar a caixa de conversão e autorizar uma considerável emissão de notas inconversíveis, que serviu para aliviar momentaneamente a liquidez e as despesas do governo. Conforme o comércio se normalizava, surgiram pressões para a depreciação do câmbio, tornando ainda mais precária a situação do governo, nesse contexto foi assinando um novo funding loan. O funding loan de 1914 somado a outros acordos similares serviu para que a taxa de cambio pudesse se estabilizar. 
	As exportações brasileiras não foram afetadas logo em 1915. O grande problema para o comércio de exterior brasileiro dói o da estagnação das importações aos níveis já extremamente deprimidos que haviam atingido ao fim da recessão de 1913/14. A redução do volume de importação ameaçava por sua vez, a transformar o desequilíbrio fiscal do governo federal em uma crise fiscal permanente, caso a dependência de receita em relação à tarifa não fosse modificada. A emissão de emergência trouxe um alivio momentâneo para as condições de crédito, e a oferta de moeda voltara a cair no primeiro semestre de 1915 nesse contexto, o governo se viu obrigado a tomar medidas mais radicais a fim de ajustar a economia ao novo entorno internacional, principalmente para afastar a economia da depressão em que se encontrava por dois anos.
	Em meados de 1915, o governo tentou alcançar um equilíbrio financeiro do setor publico e reverter à substancial aperto de liquidez vigente. Para poder ajustar a receita às novas condições criadas pela guerra, o governo aumentou consideravelmente os impostos de consumo sob a maioria produtos e manteve o volume de despesas baixo, assim foi possível que o déficit orçamentário se reduzisse. O governo também autorizou uma nova emissão de notas do tesouro e de títulos federais a longo prazo, e utilizou a maior parte desses recursos para cobrir os atrasados acumulados pelo excesso de despesas do governo e a outra parte foi destinada para o Banco do Brasil, pois para o governo o banco poderia ajudar a estabilizar as condições de crédito. Contudo, a “inelasticidade” do sistema bancário (limitada capacidade de criação de credito devido aos altos encaixes com que operavam). 
	A contração da oferta de moeda resultante afetavadiretamente a atividade urbana e dava lugar a críticas constantes, que a partir de 1915, fortaleceram a opinião que o Banco do Brasil poderia minimizar os problemas através de medidas como o redesconto e também ampliando as suas redes de agências. Embora a atribuição da capacidade de redesconto e de outras funções de autoridade monetária ao Banco do Brasil tivesse que esperar a década seguinte, os anos de guerra presenciaram o inicio do grande desenvolvimento da base regional de suas operações.
	A superação da crise de liquidez facilitou o ajustamento real da economia brasileira às mudanças ocasionadas pela guerra nos fluxos de comércio internacional. O fato mais marcante foi à queda continua dos termos de troca, mesmo depois de seu colapso anterior ao inicio da guerra. Embora, a estrutura de importações não tenha alterado significativamente, a das exportações alterou-se. A interrupção do suprimento de algumas fontes tradicionais de certas matérias- primas e alimentos, que o Brasil podia suprir altos preços então vigentes, permitiu o crescimento em varias indústrias de processamento de alimentos. Com as largas margens de ociosidade existentes no inicio da guerra, as restrições a importação causaram uma notável recuperação da produção industrial doméstica a partir de 1915. O comportamento das importações de bens de capital para a indústria durante a guerra e a capacidade de oferta ainda extremante limitada dos produtores domésticos de equipamento indicam não ter ocorrido grande expansão da capacidade produtiva da indústria brasileira nesse período.