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1 Aplicações de EDO Baseado no Livro do Zill & Cullen 2 Modelagem Nas ciências de um modo geral, objetivamos escrever ou modelar, algum fenômeno físico para a linguagem matemática. O modelo matemático que geralmente descreve algum fenômeno é, geralmente, uma equação diferencial ou um sistema de equações diferenciais, seja ela ordinária ou parcial. Vamos estudar alguns modelos já conhecidos de EDO de primeira e até segunda ordem São eles: 3 CRESCIMENTO POPULACIONAL EXPONENCIAL: A taxa de crescimento (ou decrescimento) de uma população P é proporcional a população presente naquele instante. Ou seja, Onde k é uma constante de proporcionalidade. De fato, se a população crescer dP/dt > 0, e assim k > 0. LOGÍSTICO (não cai na prova 1): Em casos de superpopulação, há deteriorações do meio ambiente, poluição, competição por alimentos e energia e estes podem causar um efeito inibidor no crescimento da população. Se a, a > 0, é uma taxa média de nascimento, vamos supor que a taxa média de mortalidade seja proporcional a população P no instante t. Logo, se (1/P)(dP/dt) é taxa de crescimento por indivíduo em uma população, então, kP dt dP = 4 Onde b é uma constante positiva de proporcionalidade. Se multiplicamos a equação acima por P obtemos: Obs: Esta mesma edo é usada em cronologia do Carbono 14, que serve para datar fósseis ou múmias através da quantidade desta substância que se desintegra por radioatividade ao longo de anos. O isótopo do Carbono 14 é produzido na atmosfera pela ação de radiações cósmicas no nitrogênio. A razão entre a quantidade de C-14 para carbono ordinário na atmosfera parece ser uma constante e, como conseqüência, a proporção da quantidade de isótopo presente em todos os seres vivos é a mesma proporção da quantidade da atmosfera. Quando um organismo morre a absorção de C-14 , através da respiração e alimentação, cessa. Assim, pela quantidade de C-14 presente num fóssil podem ser medidas quantidades remanescentes de carbono-14 mesmo depois de muito tempo. E assim, estimar sua idade pelo conhecimento da meia-vida do C-14. )( bPaP dt dP −= bPa dt dP P −=⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛−⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛= óbito de média taxa nascimento de média taxa1 5 Observação 2 (Meia-Vida) : Em física, meia- vida é uma medida de estabilidade de uma substância radioativa. A meia-vida é simplesmente o tempo gasto para metade dos átomos de uma quantidade inicial se desintegrar ou se transmutar em átomos de outro elemento. Quanto maior a meia-vida de uma substância mais estável ela é. No caso do ultra rádio, Ra-226, a meia vida é cerca de 1700 anos. Em 1700 anos, metade de uma dada quantidade de Ra-226 é transmutada em Radônio, Rn-222. O isótopo de urânio mais comum, U-238 tem meia-vida de 4.500.000.000 anos que será transmutada em Chumbo (Pb-206). A meia-vida do Carbono 14 é de aproximadamente 5600 anos. Alguns autores consideram 5745 anos. 6 EXEMPLO 1: Crescimento Exponencial (Datação do C-14) Num castelo inglês existe uma velha mesa redonda de madeira que muitos afirmam ser a famosa Távola Redonda do Rei Arthur. Por meio de um contador Geiger (instrumento que mede a radioatividade) constatou-se que a massa M existente na mesa, no ano de 1999, é 0,894 vezes a massa Mo de C-14 que existe num pedaço de madeira viva com o mesmo peso da mesa. Mo é também a massa de C-14 que existia na mesa quando esta foi feita há t anos. A mesa pode ser a famosa Távola Redonda? Obs.: a lendas sobre o Rei Arthur remontam aos séculos 11-12. 7 EXEMPLO 2:Crescimento Logístico (Modelo de epidemia). Analisaremos um modelo simplificado para propagação de uma doença, dotado das hipóteses: i) Uma fração x de uma determinada população tem uma doença infecciosa. Assim, uma fração S = (1-x) não a tem. ii) A variação de x é proporcional a x e S. Em conseqüência destas hipóteses, temos que o modelo é dado pela equação )1( xkx dt dx −= Quando t → ∞, x → 1: mais cedo ou mais tarde cada pessoa vai contrair a doença, não importando quantas pessoas estavam infectadas inicialmente, a menos que a condição inicial xo seja igual a 0 (zero), pois neste caso teríamos x = 0 para todo t. Felizmente, este modelo é muito simplificado e não leva em consideração, por exemplo, a possibilidade de que as pessoas infectadas sejam isoladas ou que se recuperem da doença. Resolva!!! 8 Lei de Resfriamento de Newton A Lei de Resfriamento de Newton diz que a taxa de variação de temperatura T(t) de um corpo em resfriamento é proporcional à diferença entrea temperatura do corpo e a temperatura constante do meio ambiente, isto é, Onde k é uma constante de proporcionalidade. Exemplo: O corpo de uma vítima de assassinato foi descoberto. O perito da polícia chegou à 1:00h da madrugada e, imediatamente, tomou a temperatura do cadáver, que era de 34,8oC. Uma hora mais tarde ele tomou novamente a temperatura e encontrou 34,1oC. A temperatura do quarto onde se encontrava a vítima era constante a 20oC. Estime a hora em que se deu a morte, admitindo que a temperatura normal de uma pessoa viva é de 36,5oC. )( mTTkdt dT −= 9 CIRCUITOS EM SÉRIE A edo que descreve os circuitos RL em série, segundo a Lei de Kirchoff é: )(tERi dt diL =+ )(1 tEq C Ri =+ Em que L e R são constantes conhecidas como a indutância e a resistência, respectivamente. A corrente é a solução do sistema. A queda de tensão em um capacitor C é dado por q(t)/C em que q é a carga no capacitor. Assim num circuito RC a segunda lei de Kirchoff nos dá: Mas a corrente i e a carga q estão relacionadas por i = dq/dt, logo a equação diferencial linear )(1 tEq Cdt dqR =+ 10 Exemplo: Uma bateria de 12 volts é conectada a um circuito em série no qual a indutância é de ½ henry e a resistência é de 10 ohms. Determinar a corrente i se a corrente inicial é zero. Obs.: Os circuitos RLC em série, de acordo com a segunda Lei de Kirchoff é uma edo de segunda ordem para a carga q(t): )(12 2 tEq Cdt dqR dt qdL =++ Não cai na Prova 1 11 Queda Livre A aceleração de uma partícula é sempre constante, ou seja, g dt dv = Exemplo: Lança-se uma pedra do solo, verticalmente para cima com uma velocidade inicial de 20m/s. a) Quanto tempo levará e qual será a sua velocidade quando a pedra atingir novamente o solo? b) Quanto tempo levará a pedra para atingir a altura máxima e qual será essa altura? (Considere nula a resistência do ar e g=10m/s2. Respostas: a) t = 4s; v = -20m/s b) t = 2s; s(max) = 20m 12 Exercícios: Lista III, parte 2, páginas 113 e 114, exercícios 1, 3, 5, 9, 11, 13, 15 e 17. Exemplo: Um homem usando um pára-quedas salta de uma grande altura. O peso do conjunto do homem e do pára-quedas é de 80Kg. Seja v(t) sua velocidade no instante t (medido em segundos) depois da queda. Durante os primeiros 16s, a resistência do ar é v/2. Posteriormente, enquanto o pára- quedas está aberto, a resistência do ar é 8v. Encontre uma expressão para v(t), em qualquer instante t, maior que 16s. (g=10m/s2). Se um corpo de massa m se move sob a influência de alguma força F(t), com a presença de uma força de resistência, que é proporcional à v(t), então da segunda lei de Newton temos: kvtF dt dvm −= )( 13 Sistema Massa – Mola (não cai na Prova 1) O cálculo do deslocamento vertical x(t) de uma massa atada a uma bola combina duas leis empíricas: A Segunda lei de Newton e a Lei de Hooke. A primeira delas diz que a força resultante que atua sobre um sistema em movimento é F=ma, em que m é a massa e a, a aceleração. A lei de Hooke diz que a força restauradora de uma mola esticada é proporcional ao deslocamento x, onde x é o deslocamento da mola quando uma massa é atada em sua extremidade e o sistema está em posição de equilíbrio (a massa está pendurada na mola e não há movivento). Assim, na ausência de outras forças ou de amortecimento atuando no sistema, a edo é: kx dt xdm −=2 2 O sinal de subtração indica que a força restauradora da mola atua em direção oposta ao movimento, isto é, na direção da posição de equilíbrio. Na prática, essa edo de segunda ordem é escrita na forma: Onde w2 = k/m. 022 2 =+ xw dt xd