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DEPARTAMENTO DE ECONOMIA / PUC-Rio Microeconomia II Prof. Marcos Antonio C. da Silveira Bibliograa: Varian, nona edição, cap.24; Cabral, cap.9 Nota de Aula 8: Monopólio Características Principais • Uma única rma na indústria (apenas um vendedor) — Compradores comportam-se competitivamente — Poder de mercado encontra-se no lado da oferta • Barreira à entrada de novas rmas no mercado mesmo no longo prazo • Curva de demanda que o monopolista enfrenta é a curva de demanda de mercado • Função demanda do mercado: t = G(s) CG(s) Cs ? 0 • Inversa da função demanda do mercado: s = S (t) � G31(t) CS (t) Ct ? 0 • Monopolista restrito pela curva de demanda do mercado (apenas um grau de liberdade): escolhe preço ou quantidade • Existência de monopólio depende da extensão da indústria de referência — Único cinema de uma cidade é um monopolista no mercado de cinema — Porém, concorre com teatros e concertos no mercado de diversões • Parâmetros da curva de demanda do mercado: — Renda dos consumidores — Preferências dos consumidores — Preços dos outros bens da economia • Exemplos de monopólios: — Monopólios articiais: intervenção governamental — Monopólios naturais (resultado das tecnologias de produção) são mais raros 1 Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Receita do monopolista • Função receita total: UW (t) = S (t) t • Função receita média: UPh(t) � UW (t) t = S (t) t t = S (t) Receita média é igual ao preço • Função receita marginal: UPj(t) � CUW (t) Ct = Dz }| { CS (t) Ct t + Ez }| { S (t) • Decomposição da receita marginal: — D ? 0$ perda de receita devido à redução do preço das ”q” unidades ”infra- marginais” — E A 0$ ganho de receita com a venda da unidade adicional — Corolário: CS (t) Ct ? 0 =, UPj(t) ? S (t) — Ilustração gráca • Receita total como integral da função de receita marginal: UW (t) = S (t) t = Z t 0 UPj({)g{ • Função lucro da rma monopolista: � (t) = UW (t)� FW (t) = S (t) t � FW (t) 2 Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Objetivo da Firma Monopolista • Objetivo da rma monopolista: maximização de lucros • Função lucro da rma: � (t) = UW (t)� FW (t) = S (t) t � FW (t) • Problema da rma: produzir tP que maximiza função lucro � (t), ou seja, tP = argmax tD0 � (t) tP é o nível de produção ótimo ou de equilíbrio da rma monopolista • Preço de equilíbrio sP : sP = S ¡ tP ¢ • Firma maximiza lucro � no sentido econômico (supra-normal) • � = 0 signica lucro econômico zero, mas lucro contábil (normal) positivo: receita da rma cobre os custos tangíveis e o custo de oportunidade • Hipótese de maximização de lucro é razoável? 3 Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Equilíbrio da Firma no Longo Prazo • Função lucro da rma no longo prazo: � (t) = UW (t)� FW (t) = S (t) t � FW (t) onde FW (t) é a função custo total de longo prazo • Ausência de custo xo no longo prazo, ou seja, todos os fatores de produção variáveis no longo prazo =, FW (0) = 0 • Problema da rma: produzir tP tal que tP = argmax tD0 �(t)z }| { UW (t)� FW (t) • Restrição t � 0 =, para calcular tP > é preciso comparar o lucro na solução de fronteira t = 0 com o lucro da solução de máximo local tO • Solução de fronteira t = 0 (rma sai do mercado): t = 0 =, FW (0) = 0 =, � (0) = UW (0)� FW (0) = 0 • Solução de máximo local (tO A 0): — Condição marginal de primeira ordem: C�(tO) Ct = 0+, C�(tO) Ct = CUW (tO) Ct � CFW (tO) Ct = 0 +, UPj(tO)z }| { CUW (tO) Ct = FPj(tO)z }| { CFW (tO) Ct — Condição marginal de segunda ordem: resultado (??) =, C2�(tO) Ct2 = C2UW (tO) Ct2 � C2FW (tO) Ct2 ? 0 • Solução de máximo global (tP): tP = ½ tO ;� ¡ tO ¢ A 0 0 ; � (tO) � 0 4 Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira • Preço ótimo e lucro do monopolista se tP = tO: sP = S ¡ tO ¢ �P = � ¡ tO ¢ = UW (tO)� FW (tO) = S ¡ tO ¢ tO � FW (tO) • Conclusões: — Firma sai do mercado com lucro � econômico negativo — Barreira à entrada de novas rmas =, Monopolista pode ter lucro econômico � positivo no longo prazo • Nem sempre é possível armar que solução máximo global tP = solução de máximo local tO Por que? Existência de custo quase-xo =, Descontinuidade na função lucro � (t) em t = 0 5 Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Equilíbrio da Firma no Curto Prazo • No curto prazo, existe custo xo de produção (FI A 0) • Função custo de curto prazo da rma: custo totalz }| { FW (t) = custo variávelz }| { FY (t) + custo xoz}|{ FI Atenção: custo variável marginal = custo total marginal +, FYPj(t)z }| { CFY (t) Ct = FPj(t)z }| { CFW (t) Ct • Função lucro de curto prazo da rma: � (t) = UW (t)� FW (t) = UW (t)� FY (t)� FI • Problema da rma: produzir tP tal que tP = argmax tD0 �(t)z }| { UW (t)� FY (t)� FI • Solução de fronteira (t = 0): FY (0) = 0 =, � (0) = �FI ? 0 • Solução de máximo local ¡tO A 0¢: — Condição marginal de primeira ordem: C�(tO) Ct = 0+, C�(tO) Ct = CUW (tO) Ct � CFY (tO) Ct = 0 +, UPj(tO)z }| { CUW (tO) Ct = FYPj(tO)z }| { CFY (tO) Ct = FPj(tO)z }| { CFW (tO) Ct — Condição marginal de segunda ordem: resultado (??) =, C2�(tO) Ct2 = C2UW (tO) Ct2 � C2FY (tO) Ct2 ? 0 6 Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira • Solução de máximo global ¡tP¢ satisfaz: tP= ½ tO ;� ¡ tO ¢ A �FI 0 ; � (tO) � �FI • Preço ótimo e lucro do monopolista qdo sP = tO: sP = S ¡ tO ¢ �P = � ¡ tO ¢ = UW (tO)� FW (tO) = S ¡ tO ¢ tO � FW (tO) • Conclusões: — No curto prazo, rma produz quantidade ótima positiva quando receita total supera custo variável — Quantidade ótima pode ser positiva mesmo com lucro econômico � negativo 7 Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Poder de Mercado e Elasticidade-Preço da Demanda • Elasticidade-preço da demanda (�) : medida da variação proporcional da quanti- dade demandada em resposta a uma variação porporcional do preço, ou seja, t = G(s) � = � variação proporcional na demandaz }| { {G (s) G(s) variação proporcional no preçoz}|{ {s s = � {G (s) G(s) s {s = � {G (s) {s s G(s) �$ {s3<0 � CG (s) Cs s G(s) Logo, elasticidade-preço da demanda (�) denida formalmente como � = � [s] � � CG (s) Cs s G(s) A 0 • Elasticidade-preço da demanda como função da quantidade: calcule a elasticidade � quando a rma produz uma quantidade t qualquer? s = S (t) � G31(t) =, � [S (t)] � � CG (S (t)) Cs S (t) G(S (t)) = � CG (S (t)) Cs S (t) t • Relação entre receita marginal e elasticidade-preço da demanda: UPj(t) = S (t) · 1� 1 � [S (t)] ¸ (1) Derivação: UW (t) = S (t) t =, CUW (t) Ct = S (t) + CS (t) Ct t = S (t) + CS (t) Ct t S (t) S (t) = S (t) · 1 + CS (t) Ct t S (t) ¸ = teorema da derivada da função inversaz }| { S (t) " 1 + 1 CG(S (t)) Cs 1 S (t) t # = S (t) · 1� 1 � [S (t)] ¸ Corolário: � [S (t)] = 1 =, UPj(t) = 0 � [S (t)] A 1 =, UPj(t) A 0 � [S (t)] ? 1 =, UPj(t) ? 0 Ilustração Gráca 8 Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira • Corolário: Monopolista opera na parte da curva de demanda com � � 1> ou seja, tP A 0 =, � £ S ¡ tP ¢¤ � 1 Porque isto acontece? tP A 0 (solução de máximo local) =, UPj(tP) = FPj(tP) � 0 =, � £ S ¡ tP ¢¤ � 1 • No mercado puramente competitivo, � �$4. Logo, UPj(t) = S (t) 9 Medida do Poder de Monopólio (Markup) • Elasticidade-preço demanda não diretamente observada. Na prática, como medir o grau de poder de monopólio? • Suponha produção ótima tP A 0= Então, segue de (1) que: UPj(tP) = S ¡ tP ¢ · 1� 1 �P ¸ = FPj(tP) (2) onde �P � � £ S ¡ tP ¢¤ • Reescrevendo condição (2), markup da rma é denido pela expressão abaixo: S ¡ tP ¢ = pdunxsz }| { 1£ 1� 1�P ¤FPj(tP) • Como �P � 1 em equilíbrio, então pdunxs � 1 • Quanto menor a elasticidade-preço �P , maior o markup • Qual a relação entre o markup e o poder de monopólio do monopolista? • Firmas em concorrência perfeita não têm poder de mercado: �FS �$4 =, pdunxs$ 1 • Grande poder de monopólio não signica necessariamente lucro elevado. Porque? Lucro também do custo médio de produção 10 Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Ineciência Alocativa do Monopólio • Caso monopolista se comportasse competitivamente, produziria tFS tal que S ¡ tFS ¢ = FPj ¡ tFS ¢ (3) Neste caso, produção do monopolista tFS é Pareto-eciente • Na realidade, monopolista não se comporta competitivamente: produção ótima tP tal que UPj(tP) = FPj(tP) (4) • Produção do monopolista tP inferior à produção competitiva tFS Pareto-eciente, ou seja, tP ? tFS Logo, produção do monopolista tP é Pareto-ineciente (socialmente sub-ótima) • Comparando uma indústria organizada como monopólio e a mesma indústria or- ganizada como concorrência perfeita, pode-se armar que: — Produção do monopólio menor que a da concorrência perfeita — Preço do monopólio maior que a da concorrência perfeita 11 Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira • Medida da ineciência do monopólio — Perda de peso morto (deadweight loss GZO): GZO � tFSZ tP [S (t)� FPj(t)] gt • Comparado com concorrência perfeita, monopólio resulta em... — aumento do excedente do produtor (monopolista) — redução do excedente dos consumidores — apenas parte da perda do excedente dos consumidores é transferida para o monopolista • Qual a relação entre o grau de poder de monopólio e o tamanho da perda de peso morto? • Outros custos do monopólio: recursos desperdiçados para manter poder de mer- cado 12 Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Causas do Monopólio • Barreiras articiais impostas pelo governo (reserva de mercado) — Exemplo: patentes • Monopólio natural: resultado da tecnologia — Rendimentos crescentes de escala — Quasi-xed costs (I ): indústrias com vultosos investimentos de infra-estrutura, como os serviços públicos 13 Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Regulação do Monopólio • Ineciência do monopólio justica intervenção governamental • Formas de correção: — Tabelamento de preços (ilustração gráca) — Operação do monopólio pelo governo — Política de abertura comercial: exposição à competição externa • Problemas gerais com a intervenção: — Custos com a criação e a manutenção de agências regulatórias — Problema de agente-principal — Diculdade prática de identicação da curva de demanda e de custo do mo- nopolista • Diculdade de tabelamento de preços de monopólios naturais — Se custos quasi-xos são muito elevados, solução Pareto-eciente implica lucro negativo para o monopolista — Neste caso, monopolista precisaria ser subsidiado • Tabelamento pelo custo médio: "rate of return regulation • "Price cap regulation" 14 Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira Bernardo Leão Teixeira