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Comunicação e Política Aula 5.

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A cultura da mídia e o 
Triunfo do Espetáculo.
Douglas Kellner. 
Profa. Isabel Spagnolo – Aula 5. 
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Genealogia dos espetáculos = Exibição Pública. 
Grécia Clássica: festivais de dramaturgias e de poesias, batalhas retóricas públicas, guerras sangrentas e violentas. 
Roma Antiga: orgias, oferta de pão e circo, batalhas políticas e o espetáculo do Império com as paradas e os monumentos em honra aos Césares vitoriosos e seus exércitos. 
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Era Moderna: Maquiavel aconselhou seu príncipe sobre o uso produtivo do espetáculo para o governo e o controle da sociedade. Os imperadores e reis dos estados modernos cultivaram os espetáculos como parte de seus rituais de poder e governo. 
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Era Contemporânea: o desenvolvimento de novas multimídias e da tecnologia da informação nascem os tecnoespetáculos que encontram como fonte os mais diversos setores da sociedade: a religião, os esportes, a economia, a política. 
Os megaespetáculos determinam o perfil da sociedade, ao mesmo tempo que se torna um fator marcante da globalização.
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O que é espetáculo, segundo Douglas Kellner. 
Para o autor, a cultura do espetáculo tanto é oriunda de uma nova configuração da economia, sociedade, política e vida cotidiana, quanto está se tornando um dos princípios organizacionais ou produtor da economia, da política, sociedade e vida cotidiana. 
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Os media fazem com que o espetáculo seja um meio de divulgação, reprodução, circulação e venda de mercadorias. 
Os espetáculos são tecnologicamente sofisticados para atender às expectativas do público e aumentar os lucros. 
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Interferências
A = O entretenimento invadiu a notícia e a informação, em uma cultura de tablóide, do tipo infoentretenimento, que se torna cada vez mais popular. 
B = A vida político-social é cada vez mais moldada pelo espetáculo. Os conflitos sociais e políticos estão cada vez mais presentes nas telas da cultura das mídias, 
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que apresenta o espetáculo de casos sensacionalistas de assassinatos, bombardeios terroristas, escândalos sexuais envolvendo celebridades e políticos, bem como a crescente violência da atualidade. 
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Função da Cultura da Mídia
Não aborda apenas os grandes momentos da vida comum, mas proporciona material farto para fantasias e sonhos, modelando o pensamento, o comportamento e as identidades. 
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Mídia
A mídia se tornou parte do cotidiano. Sob a influência de uma cultura imagética multimídia, os espetáculos sedutores fascinam os ingênuos e a sociedade de consumo, envolvendo-os na semiótica de um mundo novo de entretenimento, informação e censura. 
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A experiência e a vida cotidianas são assim moldadas e mediadas pelos espetáculos da cultura da mídia e pela sociedade de consumo. 
A economia do espetáculo é a economia do entretenimento, uma vez que negócios e entretenimento se fundem. 
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A economia do entretenimento está se tornando o principal aspecto dos negócios: TVs, filmes, parques temáticos, cassinos, etc. Se tornam os maiores setores da economia nacional. 
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Um site deve ser um espetáculo interativo: produtos para a venda, música, vídeos para baixar, jogar, prêmios, informações e links para outros sites. 
As corporações colocam seus logotipos nos produtos e anúncios, nos espaços da vida cotidiana e em eventos esportivos importantes, programas de tv, merchandising e onde quer que 
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consigam atingir os olhares do comprador em potencial. 
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Celebridades
 São os ícones da cultura das mídias, deuses e deusas. Uma celebridade é uma estrela no campo do esporte, do entretenimento ou da política. 
As celebridades também se tornam marcas para vender seus produtos. 
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Para Neal Gabler, na era do espetáculo, a própria vida está se tornando um filme e nós criamos nossas próprias vidas como se fosse um gênero para cinema ou tv, no qual nos tornamos imediatamente intérpretes e platéias de um grande espetáculo em desenvolvimento. 
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O espetáculo na mídia é um culto à celebridade, que proporciona os principais padrões e ícones da moda, do visual e da personalidade. 
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Espetáculo, segundo Guy Debord.
Para o autor, espetáculo não tem a ver necessariamente com exibição pública e é oriundo das sociedades nas quais reinam as modernas formas de produção.
Para ele, o espetáculo foi criado a partir da Revolução Industrial quando a produção de mercadorias em série foi desenvolvida. 
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Debord não fez uma crítica à mídia, mas ao capitalismo. Seus estudos foram desenvolvidos durante a década de 60, período em que a filosofia marxista foi revisitada por intelectuais, especialmente os franceses. 
Nesse contexto, o conceito de espetáculo só pode ser compreendido a partir dos conceitos marxistas de classe dominante
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 e classe dominada, ideologia, reificação e fetiche da mercadoria. 
Para Debord, o homem fez uma passagem do ser para o ter e para o parecer. 
Sua relação não é mais com a mercadoria, mas com a imagem de mercadorias e valores associados aos senso comum.
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Para Guy Debord, o espetáculo está relacionado à ideologia difundida pela classe dominante. Essa ideologia explica a origem das relações sociais e se associa ao senso comum. Ex: Os pobres existem porque Deus os quer pobres. 
Nesse contexto, a justificativa quanto à má distribuição de riquezas fica por conta de Deus e não da exploração da classe 
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dominante (a que possui em suas mãos os meios de produção da economia) sobre a classe dominada. 
A falta de conhecimento do indivíduo como agente de construção da sociedade e suas instituições levou Karl Marx a desenvolver o conceito de alienação social. 
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Dentro dessa perspectiva, o indivíduo aceita a sociedade como ela se apresenta e sofre tantas outras ações que o mantém em estado de alienação. 
A reificação e o fetichismo da mercadoria são outras formas de alienação. Nesses dois processos, há uma inversão entre sujeito e objeto. A reificação ou coisificação se dá quando o homem 
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transforma-se em coisa motivado pelo fetiche, no qual o objeto se transforma em sujeito. 
Ex: Diante de uma mercadoria parece que a mesma fala com ele. Uma mulher entra numa loja e se depara com um vestido. Ela olha pra ele e ele diz pra ela:
- Me leve. 
- Não posso, já estou endividada. 
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- Mas, você trabalha tanto, merece usar isso. 
-Não tenho dinheiro. 
-Compre no cartão. 
- Já ultrapassei o limite. 
- Faça no cheque em seis vezes, você não vai nem sentir. 
 
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No final desse “diálogo”, a mulher já está no balcão preenchendo os cheques e levando o vestido. 
Houve, nesse caso, uma inversão de valores. A mercadoria passou a ter vida e transformou-se em sujeito, enquanto o sujeito virou uma coisa nas mãos da mercadoria. 
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Para Marx, todos estamos envolvidos nesse processo até mesmo aqueles que produzem as mercadorias. 
Portanto, toda a sociedade capitalista funciona dentro de um esquema de alienação e o espetáculo funciona dentro dessa mesma lógica como uma suspensão da vida real. 
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Os indivíduos não se relacionam mais num plano real, mas no plano das imagens. 
A diferença entre o conceito de Debord e Kellner sobre o espetáculo é que para o primeiro, o espetáculo está ligado aos conceitos marxistas que criticam a sociedade capitalista e Kellner vincula o 
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espetáculo à exibição pública e estuda casos específicos da sociedade americana.

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