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ENTOMOLOGIA FLORESTAL ANO 2011 Pg.41 C) Calibração dos Pulverizadores Trataremos da regulagem dos pulverizadores através de fórmulas. O volume de pulverização e a vazão podem ser determinados através de fórmulas, tais como: Onde: Q = volume de pulverização (l/ha) q = vazão por bico ou total (l/min) V = velocidade de trabalho (Km/h) f = faixa de pulverização, por bico ou total, em metro 600 = fator de conversão de unidades Observação: quando se utilizar vazão por bico, a faixa de pulverização deverá ser por bico; quando se utilizar vazão total, a faixa de pulverização deverá ser total. A quantidade de produto químico a ser colocado por tanque é obtida pela fórmula: Onde: Pr = quantidade de produto químico por tanque, em Kg ou l Ct = capacidade do tanque, em l Q = volume de pulverização, em l/ha D = dose de defensivo, em Kg/ha ou l/ha Exemplo: Calcular o volume de pulverização (Q) e a quantidade de inseticida (Pr) que deve ser diluída no tanque de um pulverizador de barra, operando nas seguintes condições: Capacidade do tanque Ct = 600 l Faixa tratada por bico f = 0,5 m Capacidade de trabalho V= 4,0 Km/h Vazão por bico q = 0,52 l/ha Dose do inseticida D = 0,5 l/ha Sendo assim, tem-se: A) Volume de pulverização VOLUME DE PULVERIZAÇÃO Q = 600 X q V X f VAZÃO q = Q X V X f 600 Pr = Ct . D Q ENTOMOLOGIA FLORESTAL ANO 2011 Pg.42 Q = q X 600 = 0,52 X 600 = 156 l/ha V X f 4,0 X 0,5 B) Quantidade de inseticida por tanque Pr = Ct X D = 600 X 0,5 = 1,92 l/tanque Q 156 4.7.5. COMPATIBILIDADE Os inseticidas mesmo apresentando um largo espectro de ação sobre diferentes pragas, não conseguem eliminar as diferentes pragas que podem ocorrer simultaneamente. Isto leva à necessidade de se empregar mais de um tipo de produto. Todavia, as misturas nem sempre são possíveis de serem efetuadas devido aos problemas de incompatibilidade. Normalmente, não ocorrem problemas nas misturas feitas com os organo- sintéticos; o problema surge ao misturar inseticidas com fungicidas, adubos foliares, acaricidas, reguladores de crescimento e até mesmo com óleos minerais. A fim de que esses problemas sejam evitados bastam consultar tabelas e seguir as recomendações, mas como as tabelas existentes são incompletas e no caso de não se saber qual será o resultado da mistura, pode-se preparar a mistura em pequenas quantidades e verificar o resultado. 4.7.6. NORMAS DE SEGURANÇA PARA APLICAÇÃO DE INSETICIDAS O uso de inseticidas demanda que determinadas normas de segurança sejam seguidas, com o propósito de que sejam evitados danos à saúde humana e dos animais bem como ao ambiente. Abaixo, encontram-se relacionadas algumas normas de segurança: Verter o líquido cuidadosamente do frasco e retirar com o máximo cuidado quando for pó seco; Manter as embalagens afastadas de crianças ou animais. Após a utilização total do produto, enterrar o vasilhame e nunca reutilizá-lo; Não utilizar um vasilhame de um determinado produto, para guardar outro produto com outro ingrediente ativo; Não desentupir bicos com a boca; Não beber, fumar, comer ou transportar comestíveis nos locais de aplicação de inseticidas; Não permitir que pessoas ou animais entrem em áreas tratadas; Não pulverizar ou polvilhar árvores, estando-se embaixo da copa, devendo o operador manter uma distância de segurança; Utilizar botas, luvas, máscaras, macacões ou pelo menos camisa de manga comprida e chapéu ou outro objeto que cubra a cabeça, durante as aplicações (Figura 19); Tomar banho com bastante água e sabão, após as aplicações; As roupas usadas durante as aplicações, deverão ser lavadas imediatamente após o término do trabalho; ENTOMOLOGIA FLORESTAL ANO 2011 Pg.43 As máscaras devem ser conservadas no rosto, também quando se esvaziam sacos de inseticidas nos tanques dos pulverizadores ou polvilhadeiras; Durante a aplicação de produtos muito tóxicos o operador não deverá permanecer sozinho, no caso de uma emergência; Aplicar o inseticida a favor do vento e nunca contra; Conservar as máscaras em perfeito estado, depois do uso, estas deverão ser guardadas em local seco; Lavar muito bem as mãos antes de comer, beber, fumar, tocar os olhos, lábios, boca etc.; Não fornecer leite ao intoxicado. Deve-se lavá-lo inicialmente com água fria e colocá-lo na sombra. No caso de ingestão provocar o vômito com água morna e salgada. Nas intoxicações com piretróides não utilizar esse processo; Para fosforados e carbamatos o sulfato de atropina é o antídoto. O Contrathion também pode ser administrado, exceto para carbamatos; Nos casos de intoxicações com piretróides não administrar gorduras, óleos ou álcool. Deve-se administrar 15-30 g de sulfato de sódio ou magnésio dissolvido em água. No hospital, fazer com que o intoxicado passe por cautelosa lavagem gástrica com água morna, seguida de instilação de óleo mineral; submeter o enfermo a um eletrocardiograma, com o intuito de detectar possíveis anormalidades ventriculares. Não administrar epinefrina ou efedrina; Em casos de intoxicações chamar o médico o mais depressa possível ou conduzir o intoxicado até o hospital. Os antídotos só deverão ser fornecidos ao intoxicado no caso da impossibilidade de um atendimento médico; Não aplicar inseticidas próximos a vertentes, lagoas, rios etc., principalmente, quando estiverem em cota inferior; Evitar aplicações com ventos fortes; Evitar aplicações em períodos de floradas, porém quando necessárias realizá-las nos períodos de menor atividade dos polinizadores; Procurar selecionar inseticidas mais seletivos evitando-se os que produzam maiores prejuízos às abelhas e inimigos naturais. ENTOMOLOGIA FLORESTAL ANO 2011 Pg.44 FIGURA 19 - EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL A SEREM UTILIZADOS DE ACORDO COM A CLASSE TOXICOLÓGICA DO INSETICIDA. 4.7.7. RECEITUÁRIO AGRONÔMICO O Receituário Agronômico foi instituído no Brasil através da Portaria Ministerial nº 007.181, de 13/01/81, do Ministério da Agricultura, publicada no Diário Oficial da União de 15/01/81, com vigência determinada a partir de 13/03/81. A Lei nº 7.802, de 11/07/89, chamada “Lei dos Agrotóxicos”, dispôs sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagem, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins e outras providências. Posteriormente, o CONFEA através da Resolução nº 344, de 27/07/90, definiu as categorias profissionais habilitadas a assumir a responsabilidade técnica na prescrição de produtos agrotóxicos, sua aplicação e atividades afins, tornando os Engenheiros Florestais e Agrônomos igualmente habilitados a assumirem as responsabilidades técnicas contidas no artigo 2º, da citada resolução. A receita deverá ser prescrita para cada problema fitossanitário e deverá conter diversos aspectos. A prescrição da receita só tem validade para as recomendações de uso aprovadas no registro de defensivos agrícolas, acarretando em uma maior responsabilidade do responsável técnico na indicação do agrotóxico, tendo em vista a exigência de conhecimentos mais profundos sobre ambiente e saúde pública.(Fig. Receit.) 4.7.8. O USO DE INSETICIDAS NA ÁREA FLORESTAL O uso de inseticidas na área florestal deve obedecer certas recomendações, a fim de evitar danos ao ambiente. ENTOMOLOGIA FLORESTAL ANO 2011 Pg.45 No tratamento de madeira os inseticidas podem ser empregados, porém sempre obedecendo às normas de segurança. Em viveiros de mudas de espécies florestais a aplicação de inseticidas pode ser feita, pois as mudas com pouca quantidade foliar não podem sofrer danos elevados sem que isto acarrete na morte ou na péssima formação do indivíduo a ser transportado para o campo. Todavia, cuidados com a instalação do viveiro devem ser relevados, procurando-se evitar a derriçagem dos inseticidas em áreas vizinhas ou em aguados como também evitar que o mesmo atinja lençóis freáticos, podendo vir a contaminar cursos d’água. A quantidade de inseticida a ser empregada em viveiros florestais deverá ser a mínima possível, procurando-se sempre buscar outros métodos de controle como o mecânico, físico, biológico, cultural etc. No campo deve-se lembrar que uma floresta plantada, embora constitua um sistema simplificado, trata-se de uma cultura perene a qual possui uma biodiversidade maior a de uma cultura agrícola temporária. Consequentemente, as preocupações e responsabilidades no tocante ao uso de inseticidas devem ser aumentadas, procurando-se evitar desequilíbrios biológicos nesse sistema. As aplicações de inseticidas devem ser reduzidas a um mínimo possível sendo sempre recomendável o emprego do manejo integrado de pragas, o qual emprega diferentes métodos de controle. Além da redução devem ser escolhidos inseticidas com menor impacto sobre as populações de inimigos naturais e sobre polinizadores. Na tabela 4 encontram-se agrotóxicos e suas respectivas toxicidades para abelhas. TABELA 4 - TOXICIDADE DE ALGUNS DEFENSIVOS PARA AS ABELHAS. (IN: AMARAL & ALVES, 1979) ATUALIZ. Grupo I Muito Tóxicos Grupo II Moderadamente Tóxicos Grupo III Pouco Tóxicos Aldicarb Amiditiom Aletrim Aldrim Canfeno clorado Aramite Azimfos Coumafos Bacillus thuringiensis Carbaril DDT Binapacril Carbofenotiom Demetom Clorfensom Carbofuram Dimetilam Clorobenzilate Clordane Dioxatiom Dicamba Clorpirifos Disulfotom Diurom Diazinom Dodecacloro Diclone Dibrom Etiom Dicofol Diclorvos Endossulfam Dinocap Dicrotofos Endrim Dodecacloro (iscas) Dieldrim Fenclorfos Enxofre Dimetoato Forate Fermate EPN Metoxicloro Folcid Fenitrotiom Perthane Maneb Fentiom Forate Manzate Heptacloro Fosalone Menazom Lindane Piramat Monurom Malatiom Rotane Nemagom Metacide Nicotina Mevinfos Óxido cuproso Monocrotofos Parzate Paratiom Rotenona Fosmet Simazine Fosfamidom Tetradifom Propoxur Tiram TEPP Triclorfom Zineb ENTOMOLOGIA FLORESTAL ANO 2011 Pg.46 Em época de florada deve-se evitar as aplicações de inseticidas, porém nem sempre isso é possível e como alternativa deve-se realizar essas aplicações nos períodos de menor pico de atividades das abelhas, recomendando-se após às 16:00 horas. A simplicidade do método de controle químico pode levar a resultados nem sempre satisfatórios, como o aparecimento de pragas resistentes, ressurgência das populações, mortalidade de aves, peixes, inimigos naturais etc. Por esses motivos o uso de inseticidas em florestas plantadas deve ser sempre empregado em último caso, devendo-se sempre lançar mão do manejo integrado de pragas (MIP).