...quando o observador analisa o objeto, o objeto se modifica ?
Raoni Arraes
há 12 anos
Caro Silvio, isso se chama Etnografia. E não há essa questão de quando o pesquisador analisa um objeto esse objeto não se modifica. O que acontece que há visões desse mesmo objeto, a forma que interagimos com eles vai nos trazer respostas diferentes, isso varia de pesquisador pra pesquisador. As teorias mais clássicas é a de Malinowski e Geertz. Malinowski é conhecido como criador do metdod etnografico, utilizado na Antropologia de Campo, ele foi um dos primeiros a quebrar o paradigma de Antropologo de Escritorio (ex: Mauss) e de Varanda, e passar a interagir com os atores sociais que está pesquisando. Geertz rompe com o ideal de Malinowski, que mostra a sua visão como a real daquela situação, e Geertz, já tenta buscar mostrar como ele acha que os atores sociais se vem naquela condição.
Atualmente há muitas vertentes da etnografia, há indigens, negra, genero e por ai vai. Mas o que você realmente procura é etnografia.
Maurício Modesto
há 12 anos
Tem um certo quê de dialética clássica aí, não? "Um homem não toma banho duas vezes no mesmo rio, porque nem o homem nem o rio serão os mesmos." (Heráclito, em tempos mais remotos)
Mas enfim, prosseguindo, creio que isto esteja ligado a epistemologia moderna. Hilton Japiassu define dois tipos de epistemologia: a global e a específica, e dentro dessas definições Trindade pontua que:
"Todo conhecimento torna-se, devido à necessária vinculação do meio ao indivíduo que pertence ao próprio meio, um autoconhecimento. Essa interação faz-se cogente pela gênese unívoca entre os muitos integrantes do mundo da vida, sem olvidar que o homem é um desses integrantes [...] Ocorre, deste modo, um acoplamento estrutural entre o sistema nervoso do observador e o meio, proporcionando, assim, uma mútua transformação/adaptação. O ser é modificado pelo meio ao qual o próprio ser pertence e modifica."
Recomendo uma pesquisa mais relacionada a epistemologia em si do que a teorias do conhecimento.
Espero ter ajudado.
Silvio M. Duarte
há 12 anos
Claro que ajudou, sempre ajuda.