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Competência do Ministério Público para julgar parlamentares e as prerrogativas.

Após ampla investigação, os Ministérios Públicos Federal e Estadual concluíram que determinados Deputados Federais e Estaduais, todos pertencentes à mesma legenda partidária, haviam recebido vantagem pecuniária para que votassem favoravelmente a determinados projetos legislativos de interesse de grandes empreiteiras do País. Considerando que a conduta dos parlamentares, a teor do art. 37, § 4º, da CR/88 e da Lei nº 8.429/92, configuraria ato de improbidade, os membros do Ministério Público, com atribuição, ajuizaram ações em face daqueles, em primeira instância, pleiteando a aplicação das penalidades cabíveis.


Ao tomarem conhecimento do ajuizamento das ações, os Presidentes das Casas Legislativas a que pertenciam os ilustres parlamentares afirmaram o seguinte:


a) o juízo monocrático não teria competência para processar e julgar as ações;


b) os parlamentares não poderiam ser punidos pela prática dos referidos atos;


c) as Casas Legislativas, a qualquer tempo, teriam autonomia para suspender o trâmite das ações.


À luz do sistema constitucional pátrio, esclareça, de forma fundamentada, se são corretas as assertivas referidas no parágrafo anterior.

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Enviado por Nayara Paiva há 12 anos

Respostas

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Paulo Oliveira

há 12 anos

Olha Nayara, vou tentar ser o mais sucinto possível:

a) O juízo monocrático não teria competência para processar e julgar as ações;

Realmente não será julgado em primeira instância. Os juízes de primeira instância são incompetentes para processar e julgar causas de improbidade administrativa em que sejam réus os Chefes do Poder Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeito) e seus auxiliares imediatos (Ministros e Secretários de Estado e de Município), membros das Corporações Legislativas (Senadores, Deputados e Vereadores), membros do Poder Judiciário (Magistrados em geral), membros do Ministério Público (Procuradores da República e da Justiça, Promotores), os membros dos Tribunais de Contas (Ministros e Conselheiros), os representantes diplomáticos e demais autoridades que atuem com independência funcional no desempenho de atribuições governamentais

b) Os parlamentares não poderiam ser punidos pela prática dos referidos atos; e

Na verdade, esses agentes políticos se submetem a um regime jurídico especial, somente respondendo por crime de responsabilidade, não podendo ser processados, por conta do mesmo fato, por improbidade.

O crime de responsabilidade não convive com a sanção de improbidade no sistema constitucional brasileiro. Fatos que se inserem concomitantemente nos dois ordenamentos apenas podem ser processados no âmbito de apenas um deles. Se o seu sujeito agiu, ao tempo do fato, na qualidade de agente político, somente poderá responder por crime de responsabilidade.

Resumindo:

A)Não, pois esta função é do STF o juiz monocrático não é ele.
B)Sim, ele pode ser punido por que não é processo civil.(art53 p2)
C)Não, so pode em processo criminal. 

Espero ter ajudado, boa sorte se gostou da resposta não esquece de aprová-la!

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Priscila Brito

há 12 anos

Excelente resposta Paulo Oliveira.

 

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