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O que é Anomia ?

O que é anomia no Direito ? Ela existe ainda hoje?

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Enviado por Lorenna Botelho' há 12 anos

Respostas

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Paulo Oliveira

há 12 anos

Primeiro vamos entender o que é anomia: "Segundo a concepção de Durkheim, o conceito de anomia expressa a crise, a perda de efetividade ou o desmoronamento das normas e dos valores vigentes em uma sociedade, como conseqüência do seu rápido e acelerado desenvolvimento econômico e de suas profundas alterações sociais que debilitam a consciência coletiva, entendida como uma espécie de poder regulador necessário que serve de moderador aos ilimitados apetites e expectativas individuais, viabilizando-as em um contexto que mantenha o equilíbrio e a harmonia."

Agora sua relação com o direito: O direito intervém precisamente porque há comportamento de desvio no meio social, sendo o direito a resposta social a conduta anômica, independente da posição teórica que o observador tome, o direito é sempre entendido como norma social obrigatória. Kelsen reconhece que o direito é também uma ordem de coação exterior que se converte numa especifica técnica social, deixando que o direito funcione precisamente porque existe o comportamento contrário a ele e que o direito não pode ser infringido ou violado pelos comportamentos antijurídicos, acentuando que ele desempenha sua função graças à antijuridicidade.

Ela existe hoje? Pode e vai existir, situações no direito em que irão aparecer anomias, contudo, não quer dizer que o ocorrido ficará sem uma decisão, pois conforme a LICC, art.4º "Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com analogia, os costumes e os princípios gerais do direito".

Espero que tenha ajudado, se gostou não deixa de aprovar, boa sorte!

 

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Brena Carvalho

há 12 anos

anomia designa situações nas quais muitas pessoas violam as normas geralmente aceitas pelo grupo e se comportam de forma anômala, em claro desrespeito à conduta considerada "normal" pela sociedade.

A anomia no Direito ocorre justamente porque determinados tipos de comportamento são amplamente considerados desviantes e essas noções de desvio são aplicadas de maneira diferenciada às pessoas dentro da sociedade. Logo, o Direito surge como aparelho repressor dos comportamentos anômicos.

Evidentemente, a anomia apresenta-se nos dias atuais.

 

PARA COMPLEMENTAÇÃO:

Durkheim tem uma teoria sobre crime e desvio (crime e anomia). Ele via o crime e o desvio como fatos sociais; ambos seriam inevitáveis e necessários nas sociedades modernas. Para ele, o desvio preenche duas funções importantes:

1) Adaptável: ao introduzir novas ideias e desafios na sociedade, o desvio age como uma força inovadora, que gera mudanças;

2) Manutenção da fronteira entre o "bom" e o "mau" comportamento na sociedade.

 

Espero ter sido útil! =)

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Rodrigo Souza

há 12 anos

ANOMIA E ANTINOMIA*

 
Anomia

A anomia pode ser concebida de duas formas: em virtude de ausência de normas mesmo; ou, ainda, embora existindo essas normas, a sociedade não lhes dá o devido valor, continuando a praticar as condutas por elas proibidas como se tais normas não existissem, pois que confiam na impunidade.

Por mais paradoxal que possa parecer, aquilo que chamamos de inflação legislativa, ou seja, o número excessivo de normas, pode nos conduzir à sensação de anomia, isto é, quanto mais normas, maior a sensação de ausência de leis, em face do sentimento de impunidade.

Como bem observado por Ralf Dahrendorf, "o caminho para a anomia seria um caminho ao longo do qual as sanções iriam sendo progressivamente enfraquecidas. Os responsáveis deixam de aplicar as sanções; indivíduos e grupos são isentos delas. A impunidade torna-se cotidiana".


Para René Ariel Dotti, "a primeira das propostas fundamentais para reverter esse quadro de anomia que envolve o sistema criminal consiste na necessidade de se levar a frente um amplo movimento de descriminalização e despenalização. Somente por esse caminho será possível resgatar o prestígio do magistério penal que ficou profundamente abalado nas últimas décadas diante da massificação dos processos de incriminação e da conseqüente ineficácia das reações penas contra o delito". 



Antinomia

Antinomia, na precisa definição de Bobbio, é aquela "situação que se verifica entre duas normas incompatíveis, pertencentes ao mesmo ordenamento jurídico e tendo o mesmo âmbito de validade".

Se houver uma relação de contrariedade entre normas existentes num mesmo ordenamento juridico, qual delas deverá ser aplicada?

Se, por exemplo, uma norma proíbe determinado comportamento, enquanto outra, existente no mesmo ordenamento jurídico, determina que se realize aquele mesmo comportamento proibido pela outra norma, qual das duas deverá ser aplicada?

Com a finalidade de resolver o problema da antinomia jurídica, Bobbio propõe a aplicação dos seguintes critérios:

a) o critério cronológico;

b) o critério hierárquico;

c) o critério da especialidade.

Assim, de acordo com o primeiro critério, devemos verificar se houve entre as normas distância temporal, de modo que a segunda , editada posteriormente, revogue a primeira.

Pelo critério hierárquico e de acordo com um sistema de Constituição rígida, devemos aplicar a hierarquia das normas segundo a visão piramidal, tendo a Constituição no seu vértice, de modo que em qualquer confronto entre, por exemplo, uma lei ordinária e a Constituição, esta deverá prevalecer.

Pode acontecer, contudo, que os dois critérios anteriores não consigam resolver o problema, pois as normas foram editadas simultaneamente, bem como gozam do mesmo status hierárquico, a exemplo do confronto entre duas leis ordinárias. Nesse caso, poderá ser aplicada, ainda, o critério da especialidade, no qual a lei especial afastará a aplicação daquela tida como geral.

Os princípios que se propõem a resolver o conflito aparente de normas penas serão analisados a seguir.


*Rogério Greco, ob. citada

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