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O que significa jurisprudência no Direito Romano?

Como fonte do direito romano como acontecia a jurisprudência ?

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Enviado por Genilson Gonçalo há 12 anos

Respostas

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Gilmara Lima

há 12 anos

O direito romano valorizava a solução dos casos concretos; realizar o direito era
solucionar um conflito real e existente, num dado momento, em uma dada comunidade,
envolvendo determinadas pessoas. Cada caso concreto era um mundo sob o qual deveria o
jurista meditar e buscar a solução mais justa, compreendendo como justo, um justo real, para
o caso concreto, e não um justo ideal, improvável, inexistente e inatingível. 

A tradição romana foi estruturada sob a realização da justiça para os casos concretos.
As fórmulas elaboradas pelos jurisconsultos tinham pouca ou nenhuma preocupação em
definir conceitos fundamentais do direito. A elaboração das fórmulas dos jurisconsultos e seu
registro ocorreu apenas por meio dos edicta dos magistrados, tornando a jurisprudência desse
período uma criação coletiva e não individual (SCHULZ, 1953, p. 60).

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Guilherme Burzynski Dienes

há 12 anos

Através dos pretores urbanos, que lidavam com as questões referentes aos cidadãos romanos, e peregrinos que lidavam com as questões das zonas rurais. A maioria dos casos cíveis eram decididos por um único pretor (iudex unus) inicialmente, e posteriormente foram estabelecidas cortes de diversos pretores para decidir casos complexos.

Ex: corte de centumviri

 

Fonte: MOUSOURAKIS, George. The Historical and Institutional Context of Roman Law. Hampshire: Ashgate Publishing Limited, 2003.

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Stephanne Medeiros

há 12 anos

"Mais que às fórmulas dos autores e mais que à consideração das obras de doutrina, é necessário, para ter visão justa da questão, atentar para um outro fator que é a existência e o desenvolvimento das compilações ou repositórios de jurisprudência. Estas compilações ou repositórios não são escritos para o uso de historiadoresdo direito ou sociólogos, nem para o prazer de seus leitores; elaborados para uso dos práticos juristas, eles só se explicam se a jurisprudência for, no verdadeiro sentido desta expressão, uma fonte de direito; a sua quantidade e a sua qualidade são covenientes para indicar o grau de importânciaque, na família romano-germânica, a jurisprudência possui como fonte de direito.( René, David, 2002, p. 148) Os Grandes Sistemas do Direito Contemporâneo.

 

alcance do direito jurisprudencial. A jurisprudência abstém-se de criar regras de direito, porque esta é, segundo os juízes. tarefa reservada ao legislador e às autoridades governamentais ou administrativas chamadas a complementar a sua obra. Dever-se-á considerar que, apesar desta posição de modéstia, as regras de direito sejam de fato criadas pelos juízes? Entre as regras de direito jurisprudencial e regras de direito formuladas pelo legislador existem, em todo o caso, duas importantes diferenças. A primeira diz respeito à importãncia relativa, num dado sistema, de umas e outras. A jurisprudência move-se dentro de quadros estabelecidos para o direito pelo legislador, enquanto a atividade do lesgislador visa precisamente estabelecer estes quadros. O alcance do direito jurisprudencial é, por isto, limitado, sendo a situação nos países da família romano-germânica, neste aspecto, exatamente o inverso da que é admitida nos países da common law.

As "regras de direito" estabelecidas pela jurisprudência, em segundo lugar, não têm a mesma autoridade que as formuladas pelo legislador. São regras frágeis, suscetíveis de serem rejeitadas ou modificadas a todo tempo, no momento do exame duma nova espécie. A jurisprudência não está vinculada pelas regras que ela estabeleceu; ela não pode mesmo invocá-las, de modo geral, para justificar a decisão que vai proferir. Se numa nova decisão os juízes aplicam uma regra que já tinham anteriormente aplicado, isto não é devido à autoridade que esta regra adquiriu pelo fato de a terem consagrado; com efeito esta regra não tem nenhum efeito imperativo.

É sempre possível uma mudança da jurisprudência, sem que os juízes estejam obrigados a justificá-la. Ela não ameaça os quadros, nem os próprios princípios do direito. A regra jurisprudencial apenas subsiste e é aplicada enquanto os juízes - cada juíz- a considerarem como boa. Concebe-se que , nestas condições, se hesite em falar aqui da regra.

A rejeição da regra do precedente, segunda à qual os juízes devem ater-se às regras que eles aplicaram num caso concreto, não é um mero acaso. A regra de direito tem sido sempre considerada, desde a Idade Média, nos países da família romano-germânica, como devendo ser de origem doutrinal ou legislativa, porque importa que ela seja feita ponderadamente de modo a abarcar um série de casos típicos que ultrapassam os limites e se libertam das contigências de um processo determinado. No plano dos princípios parece-nos importante que o juiz não se transforme em legislador. É isto que se procura nos países da família romano-germânca; a fórmula segundo a qual a jurisprudência não é uma fonte de direito parece-nos ser inexata, mas exprime uma verdade se a corrigirmos, afirmando que a jurisprudência não é uma fonte de regras de direito. Non exemplis, sed legibus, judicandum est (René, David, p. 150,151) Os Grandes Sistemas do Direito Contemporâneo

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