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Equipamentos Estáticos 1 CURSO DE FORMAÇÃO DE OPERADORES DE REFINARIA EQUIPAMENTOS ESTÁTICOS 2 Equipamentos Estáticos Equipamentos Estáticos 3 CURITIBA 2002 EQUIPAMENTOS ESTÁTICOS CARLOS V. REIS COLABORADOR: RUI FERNANDO COSTACURTA Equipe Petrobras Petrobras / Abastecimento UN´s: Repar, Regap, Replan, Refap, RPBC, Recap, SIX, Revap 4 Equipamentos Estáticos Módulo Equipamentos Estáticos Ficha Técnica UnicenP – Centro Universitário Positivo Oriovisto Guimarães (Reitor) José Pio Martins (Vice Reitor) Aldir Amadori (Pró-Reitor Administrativo) Elisa Dalla-Bona (Pró-Reitora Acadêmica) Maria Helena da Silveira Maciel (Pró-Reitora de Planejamento e Avaliação Institucional) Luiz Hamilton Berton (Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa) Fani Schiffer Durães (Pró-Reitora de Extensão) Euclides Marchi (Diretor do Núcleo de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas) Helena Leomir de Souza Bartnik (Coordenadora do Curso de Pedagogia) Marcos José Tozzi (Diretor do Núcleo de Ciências Exatas e Tecnologias) Antonio Razera Neto (Coordenador do Curso de Desenho Industrial) Maurício Dziedzic (Coordenador do Curso de Engenharia Civil) Júlio César Nitsch (Coordenador do Curso de Eletrônica) Marcos Roberto Rodacoscki (Coordenador do Curso de Engenharia Mecânica) Carlos V. Reis (Autor) Rui Fernando Costacurta (Colaborador) Marcos Cordiolli (Coordenador Geral do Projeto) Iran Gaio Junior (Coordenação Ilustração, Fotografia e Diagramação) Carina Bárbara R. de Oliveira (Coordenação de Elaboração dos Módulos Instrucionais) Juliana Claciane dos Santos (Coordenação dos Planos de Aula) Luana Priscila Wünsch (Coordenação Kit Aula) Angela Zanin Leoni Néri de Oliveira Nantes Érica Vanessa Martins (Equipe Kit Aula) Carina Bárbara Ribas de Oliveira (Coordenação Administrativa) Cláudio Roberto Paitra Marline Meurer Paitra (Diagramação) Cíntia Mara Ribas Oliveira (Coordenação de Revisão Técnica e Gramatical) Contatos com a equipe do UnicenP: Centro Universitário do Positivo – UnicenP Pró-Reitoria de Extensão Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza 5300 81280-320 Curitiba PR Tel.: (41) 317 3093 Fax: (41) 317 3982 Home Page: www.unicenp.br e-mail: mcordiolli@unicenp.br e-mail: extensao@unicenp.br Contatos com a Equipe da Repar: Refinaria Presidente Getúlio Vargas – Repar Rodovia do Xisto (BR 476) – Km16 83700-970 Araucária – Paraná Mario Newton Coelho Reis (Coordenador Geral) Tel.: (41) 641 2846 – Fax: (41) 643 2717 e-mail: marioreis@petrobras.com.br Uzias Alves (Coordenador Técnico) Tel.: (41) 641 2301 e-mail: uzias@petrobras.com.br Décio Luiz Rogal Tel.: (41) 641 2295 e-mail: rogal@petrobras.com.br Ledy Aparecida Carvalho Stegg da Silva Tel.: (41) 641 2433 e-mail: ledyc@petrobras.com.br Adair Martins Tel.: (41) 641 2433 e-mail: adair@petrobras.com.br Equipamentos Estáticos 5 Apresentação É com grande prazer que a equipe da Petrobras recebe você. Para continuarmos buscando excelência em resultados, dife- renciação em serviços e competência tecnológica, precisamos de você e de seu perfil empreendedor. Este projeto foi realizado pela parceria estabelecida entre o Centro Universitário Positivo (UnicenP) e a Petrobras, representada pela UN-Repar, buscando a construção dos materiais pedagógicos que auxiliarão os Cursos de Formação de Operadores de Refinaria. Estes materiais – módulos didáticos, slides de apresentação, planos de aula, gabaritos de atividades – procuram integrar os saberes téc- nico-práticos dos operadores com as teorias; desta forma não po- dem ser tomados como algo pronto e definitivo, mas sim, como um processo contínuo e permanente de aprimoramento, caracterizado pela flexibilidade exigida pelo porte e diversidade das unidades da Petrobras. Contamos, portanto, com a sua disposição para buscar outras fontes, colocar questões aos instrutores e à turma, enfim, aprofundar seu conhecimento, capacitando-se para sua nova profissão na Petrobras. Nome: Cidade: Estado: Unidade: Escreva uma frase para acompanhá-lo durante todo o módulo. 6 Equipamentos Estáticos Sumário 1 TUBULAÇÕES – ACESSÓRIOS/LIGAÇÕES............................. 7 1.1 Tubulações ............................................................................ 7 1.2 Classificação dos Tubos ........................................................ 7 1.3 Uso dos Principais Tipos de Tubos ....................................... 7 1.3.1 Tubos de Aço Carbono .............................................. 7 1.3.2 Tubos de Aço-Liga e Aço Inoxidável ........................ 7 1.3.3 Tubos de Materiais Metálicos não Ferrosos ............... 7 1.4 Diâmetros Comerciais ........................................................... 7 1.5 Espessuras de Paredes dos Tubos .......................................... 7 1.6 Acessórios/ligações ............................................................... 8 1.6.1 Acessórios de Tubulações .......................................... 8 1.6.2 Ligações de Tubulações ............................................. 9 1.6.3 Isolamento Térmico de Tubulações ......................... 10 2 VÁLVULAS ................................................................................ 11 2.1 Definição ............................................................................... 11 2.1.1 Classificação e Principais Tipos de Válvulas ........... 11 2.1.2 Válvulas que permitem o fluxo em apenas uma direção ............................................................. 11 2.1.3 Válvulas que controlam a pressão a montante – ou Válvulas de segurança, alívio e contra pressão ... 11 2.1.4 Válvulas que controlam a pressão a jusante – ou Válvulas redutoras e reguladoras de pressão ....... 11 2.2 Principais Componentes das Válvulas ................................. 11 2.2.1 Corpo de Válvula ..................................................... 11 2.2.2 Castelo ..................................................................... 12 2.2.3 Mecanismos Internos e Gavetas ............................... 13 2.2.4 Meios de Operação de Válvulas ............................... 13 2.3 Detalhes Particulares de cada Tipo e Válvulas .................... 14 2.3.1 Detalhes Particulares de cada Tipo e Válvulas ......... 14 2.3.1 Válvula de Gaveta ................................................... 14 2.3.2 Válvula Macho ........................................................ 15 2.3.3 Válvula Globo ......................................................... 16 2.3.4 Válvulas de Controle ............................................... 17 2.3.5 Válvula Borboleta .................................................... 17 2.3.6 Válvulas de Diafragma ............................................ 18 2.3.7 Válvulas de retenção ................................................ 18 2.3.8 Válvulas de Segurança e de Alívio .......................... 19 3 PURGADORES .......................................................................... 20 3.1 Introdução ........................................................................... 20 3.1.1 Remoção do Condensado ........................................... 20 3.2 Tipos ................................................................................ 20 3.2.1 Purgador de Bóia ..................................................... 20 3.2.2 Purgador de Panela Invertida ................................... 21 3.2.3 Purgador Termostático de Fole ................................ 21 3.2.4 Purgador Termodinâmico ........................................ 21 3.3 Tabela Comparativa para Purgadores .................................. 22 3.4 Outros Dispositivos Separadores ........................................ 23 3.5 Filtros para Tubulações ....................................................... 23 3.5.1 Filtros Provisórios e Permanentes ............................ 24 4 PERMUTADORES DE CALOR ................................................. 25 4.1 Introdução .............................................................................. 25 4.2 Descrição Geral ...................................................................... 26 4.2.1 Permutador de Espelhos Fixos ................................. 26 4.2.2 Permutador de tampa flutuante ................................ 28 4.2.3 Permutador de Tubos em “U” .................................. 28 4.3 Materiais Usados em Permutadores de Calor ...................... 28 4.4 Escolha do Fluido ............................................................... 29 4.5 Instrumentação do Permutador de Calor ............................. 29 4.6 Operação ............................................................................. 29 4.6.1 Normas de Operação ............................................... 29 4.6.2 Causas de Perda de Eficiência ................................. 30 4.7 Manutenção ......................................................................... 30 4.7.1 Limpeza ................................................................... 30 4.7.2 Testes de Pressão ..................................................... 30 4. 8 Componentes dos Trocadores ............................................. 31 4.8.1 Componentes ........................................................... 31 5 TANQUES ................................................................................ 32 5.1 Finalidade ........................................................................... 32 5.2 Classificação quanto à função ............................................. 32 5.2.1 Tanques de Armazenamento .................................... 32 5.2.2 Tanques de Resíduo ................................................. 32 5.2.3 Tanques de Mistura ................................................. 32 5.3 Classificação quanto ao tipo de teto .................................... 32 5.3.1 Tanques de Teto Fixo .............................................. 32 5.3.2 Tanques de Teto Flutuante ....................................... 32 5.4 Acessórios ........................................................................... 33 5.4.1 Respiração ............................................................... 33 5.4.2 Válvula de Pressão e Vácuo ..................................... 33 5.4.3 Agitador .................................................................. 33 5.4.4 Sistema de Aquecimento ......................................... 33 5.4.5 Isolamento Térmico ................................................. 33 5.4.6 Sistema de Medição ................................................. 33 5.5 Diques ................................................................................ 33 6 TORRES ................................................................................ 34 6.1 Finalidades .......................................................................... 34 6.2 Tipos ................................................................................ 34 6.2.1 Torre de Bandejas .................................................... 34 6.2.2 Bandejas com Borbulhadores .................................. 35 6.2.3 Bandejas Valvuladas ................................................ 35 6.2.4 Bandejas Perfuradas ................................................ 35 6.2.5 Bandejas Gradeadas ................................................. 36 6.2.6 Panelas .................................................................... 36 6.3 Torres Recheadas ................................................................ 36 6.3.1 Recheios .................................................................. 37 6.3.2 Suporte de Recheio .................................................. 37 7 FORNOS ................................................................................ 38 7.1 Utilização (dos fornos nas plantas de processo de petróleo) .............................................................................. 38 7.2 Características gerais dos fornos ......................................... 38 7.3 Classificação geral dos fornos ............................................. 38 7.3.1 Quanto à utilização .................................................. 38 7.4 Fornos Reatores .................................................................. 39 7.4.1 Reformadores para unidades de hidrogênio e amônia .................................................................. 39 7.4.2 Fornos de pirólise .................................................... 39 7.4.3 Quanto ao aspecto construtivo ................................. 39 7.4.4 Cilindro vertical em seção de convecção ................. 39 7.4.5 Cilíndrico vertical com seção de convecção horizontal ............................................... 40 7.4.6 Tipo de cabine com tubos horizontais ..................... 40 7.4.7 Tipo Caixa com câmara de Combustão Independente ........................................................... 40 7.4.8 Tipo Caixa com Queimadores nas Paredes .............. 41 7.4.9 Tipo Cabine com Altar ............................................ 41 7.5 Estrutura e carcaça metálica ................................................ 41 7.6 Refratários ........................................................................... 41 7.7 Tubos ................................................................................ 42 7.7.1 Tubos de radiação .................................................... 42 7.7.2 Tubos de Convecção ................................................ 42 7.8 Curvas e cabeçote de retorno ............................................... 42 7.9 Suportes dos tubos .............................................................. 42 7.10 Queimadores ....................................................................... 42 7.11 Chaminé e abafadores ......................................................... 43 7.12 Sopradores de fuligem / ramonadores ................................. 43 8 CALDEIRAS ............................................................................... 44 8.1 Considerações gerais ........................................................... 44 8.2 Classificação das caldeiras .................................................. 44 8.2.1 Caldeiras Flamotubulares ........................................ 44 8.2.2 Caldeiras Aquotubulares .......................................... 45 8.2.3 Classificação quanto à tiragem ................................ 45 8.2.4 Classificação quanto à circulação ............................ 45 8.3 Elementos principais de uma caldeira ................................. 45 8.3.1 Tubulão de vapor ..................................................... 45 8.3.2 Tubulão de água ...................................................... 46 8.3.3 Feixe convectivo ...................................................... 46 8.4 Paredes de água ................................................................... 46 8.5 Superaquecedores ............................................................... 46 8.5.1 Generalidades .......................................................... 46 8.5.2 Tipos ....................................................................... 46 8.5.3 Fatores de influência operacional ............................ 47 8.6 Pré-aquecedores .................................................................. 47 8.6.1 Generalidades .......................................................... 47 8.6.2 Classificação ............................................................ 47 8.6.3 Corrosão .................................................................. 47 8.7 Economizadores .................................................................. 47 8.8 Queimador .......................................................................... 48 8.8.1 Queimador ............................................................... 48 8.8.2 Distribuidor de ar .................................................... 48 8.8.3 Queimador de óleo combustível .............................. 48 8.9 Ramonador (ou soprador de fuligem) .................................. 48 8.10 Internos do Tubulão ............................................................ 49 8.10.1 Separadores de vapor ............................................... 49 8.10.2 Ciclones ................................................................... 49 8.11 Válvulas ............................................................................... 49 8.11.1 Válvulas de Bloqueio ............................................... 49 8.11.2 Válvula de Retenção ................................................ 49 8.11.3 Válvulas de Controle ............................................... 49 8.11.4 Válvulas de Segurança ............................................. 49 8.11.5 Válvulas de purga de superfície ............................... 49 8.11.6 Válvulas de purga de fundo ..................................... 50 8.11.7 Válvulas de “vent” ................................................... 50 8.12 Termos usuais em trabalhos de caldeiras ............................. 50 Equipamentos Estáticos 7 1Tubulações –Acessórios/Ligações 1.1 Tubulações Tubulações são condutos fechados desti- nados ao transporte de fluidos. As tubulações são constituídas de tubos de tamanhos padro- nizados, colocados em série. Usam-se tubulações para o transporte de todos os fluidos, materiais pastosos, líquidos e gasosos. Na prática, são chamados de tubos, somente os condutos rígidos. Os condutos fle- xíveis recebem a denominação de tubos flexí- veis, mangueiras ou mangotes. 1.2 Classificação dos Tubos Os tubos podem ser classificados em me- tálicos ou não metálicos. a) Tubos Metálicos Ferrosos: Aço Carbono; Aço Liga (à base de Cr, Mo Ni, Si); Aço inoxidável; Ferro Fundido; Ferro Forjado. b) Tubos Metálicos não Ferrosos: Cobre e ligas de cobre (latão, bronze); Alumínio; Chumbo; Níquel; Outros metais; etc. c) Tubos Não Metálicos: Cimento-amianto; PVC; Borracha; Concreto; Vidro; Plástico; etc. 1.3 Uso dos Principais Tipos de Tubos 1.3.1 Tubos de Aço Carbono Representam a maior parte das tubulações utilizadas na refinaria. São usados para trans- ferir hidrocarbonetos, vapor, água, gases, etc. Suas limitações são, no que diz respeito, a produtos químicos corrosivos e ao fator tem- peratura. 1.3.2 Tubos de Aço-Liga e Aço Inoxidável São usados para serviços especiais tais como fluidos corrosivos, fluidos à altas tem- peraturas, etc. Os elementos de liga mais usa- dos são: – Cr e Mo, para altas temperaturas e – Ni para baixas temperaturas. 1.3.3 Tubos de Materiais Metálicos não Ferrosos São usados geralmente para fins específi- cos, que envolvem pequenos diâmetros (ar de instrumento, tubos de permutador, entre outros). 1.4 Diâmetros Comerciais Os tubos são identificados por um núme- ro chamado “diâmetro nominal” (DN). A uni- dade é a polegada (símbolo: "). Uma polegada equivale a 2,54 cm. De DN 1/8" até 12", esse valor não corres- ponde a nenhuma dimensão física dos tubos; e de DN 14" a 36" o diâmetro nominal coincide com o diâmetro externo (D. Ext.) dos tubos. Assim, o valor fixo dos tubos de 1/8" a 12" é o diâmetro externo, sempre maior que o diâmetro nominal. Exemplo: DN 4" → D. Ext. = 4,5" DN 8" → D. Ext. = 8,6" Acima de 30", os tubos são padronizados, fabricados com costura, sob encomenda. 1.5 Espessuras de Paredes dos Tubos Para cada um dos diâmetros nominais, fa- bricam-se tubos com diversas espessuras de parede. Esta espessura é padronizada e recebe o nome de “Schedule” (Sch). Quanto mais alto o Sch, maior será a espessura da parede do tubo. Exemplo: DN 8" → D. Ext. = 8,6" → Sch 40 = 0,32" DN 8" → D. Ext. = 8,6" → Sch 80 = 0,5" 8 Equipamentos Estáticos Figura 1.1 – Espessura de parede de tubos. Existem tubos para outras finalidades que não simplesmente o transporte de fluidos. São os tubos usados em permutadores, fornos, cal- deiras, etc, que servem também para aumen- tar a área de troca de calor. Exigem, na maio- ria dos casos especificações especiais. Para esses tubos, o diâmetro externo cor- responde ao diâmetro nominal (DN), e a espes- sura de parede que varia grandemente, é desig- nada pela própria medida de espessura em mm, décimo de polegada, entre outras unidades. Exemplo: Tubo DN 3/4" → D. Ext. = 3,4" Tubo DN 2" → D. Ext. = 2" 1.6 Acessórios/ligações 1.6.1 Acessórios de Tubulações Os acessórios de tubulações são os meios utilizados para conectar tubos, válvulas, outros acessórios e equipamentos. Além de ligar, os acessórios servem também para mudar a dire- ção, variar o diâmetro da tubulação, fazer deri- vações, interromper ligações, etc. Os acessórios podem ser soldados, rosqueados ou flangelados. Classificam-se conforme sua função nas tubulações: a) Para mudar a direção em tubos, usa-se: (Figura 1.2 e 1.3) – Curvas de raio longo: 45º, 90º; – Curvas de raio curto: 45º, 90º; – Joelhos de 45º e 90º. b) Para derivação em tubos: (Figura 1.4 e 1.5) – T normal; – Selas; – Cruzetas. c) Para variar o diâmetro em tubos: (Fi- gura 1.6 e 1.7) – Redução concêntrica; – Redução excêntrica. d) Para ligações de tubos entre si: (Figura 1.8 e 1.9) – Luvas; – Uniões; – Flanges. Conclusão do exemplo: como o D. Ext. é fixo (8,6") para um mesmo DN (8"), então ao au- mentarmos o n.º de schedule a espessura de pare- de aumenta e conseqüentemente o diâmetro in- terno diminui. (Figura 1.1). Tubo Luva rosqueada Solda Luva soldada Curva 90° Curva 90° com pé Curva 45° D. Ext. D. Int. Sch. Figura 1.2 – Acessórios flangelados. Figura 1.3 – Acessórios para solda do topo. Figura 1.4 Acessórios flangelados. Figura 1.5 – Acessórios para solda do topo. Figura 1.6 – Acessório flangelado. Figura 1.7 – Acessórios para solda do topo. Figura 1.8 – Ligações rosqueadas e ligações soldadas. Curva 90° Raio Longo Curva 45° Cruzeta “Tê” Sela “Tê” Redução Redução Concêntrica Redução Excêntrica Equipamentos Estáticos 9 Figura 1.9 – Ligações rosqueadas e união flangelada. Tubo Parafuso PorcaFlanges Tubo Junta Solda Tubo Porca União rosqueada Figura 1.10 – Acessório para solda do topo. e) Para fechar a extremidade de um tubo: – CAP; (Figura 1.10.) – Bujões; (Figura 1.11.) – Flanges cegos. (Figura 1.12.) Figura 1.12 – Flange cego. f) Para isolar trechos de tubulações e equi- pamentos; – Raquetes; (Figura 1.13) – Figuras-Oito. (Figura 1.14) Raqueta Figura 1.13 Lado cheio Lado vazado Figura 1.14 1.6.2 Ligações de Tubulações a) Ligações Rosqueadas (Figura 1.4) É um dos métodos mais antigos para liga- ção de tubulações, pois é de baixo custo e fá- cil execução. Sua utilização é limitada a tubos de pequenos diâmetros (até 4") e para ligações de baixa pressão. b) Ligações Soldadas (Figura 1.5) É o sistema mais usado para a ligação de tubos, acima de 2", para aços de qualquer tipo e metais não ferrosos soldáveis. Para a execu- ção das soldas existem normas que regulamen- tam o tipo de eletrodo, o tipo de inspeção, o tratamento térmico, etc. c) Ligações Flangeadas (Figura 1.6) As ligações flangeadas compreendem, normalmente, dois (02) flanges, jogo de para- fusos, porcas e uma junta. São ligações facil- mente desmontáveis, empregadas em uma sé- rie de situações, tais como: – acoplar tubulação a uma válvula; – acoplar tubulações aos equipamentos; – permitir montagens e desmontagens fá- ceis. Existem diversos tipos de flanges. Os mais usuais são: de pescoço, integral, sobreposto, rosqueado, de encaixe, cego, etc. Quanto à face, pode-se ter: face lisa, com ressalto, ma- cho e fêmea, etc. Tubo Solda União soldada Porca “Cap” Tubo PorcaParafuso Flange cego Junta de vedação Figura 1.11 – Bujão (cabeça quadrada) 10 Equipamentos Estáticos AnotaçõesOs flanges, confeccionados de materialforjado, podem ser classificados segundo a pressão nominal de projeto. As classes de pres- sões para flanges são: 125, 150, 300, 400, 600, 900, 1.500 e 2.500 lbs/pol2. Os flanges mais usados em refinaria correspondem às classes de 150 e 300 lbs/pol2. As dimensões dos flanges (espessura, n.º de parafusos, diâmetro externo) variam com as classes de pressão. Em todas as ligações com flanges, existe sempre uma junta que é o elemento de vedação. O material da junta deverá ser deformável e elástico, para compensar as irregularidades das faces dos flanges, estratégia que confere vedação perfeita. Deverá também ser especi- ficado, visando suportar as variações de tem- peratura e pressão. Existem diversos tipos de juntas. As mais comuns na refinaria são: – Espirotálicas: Juntas planas com es- piral metálico recheado de amianto. São usadas para fluidos à altas temperatu- ras, situação em que um vazamento torna-se extremamente perigoso. – Nitripak: Juntas planas, fabricadas com papelão recheado de tela metáli- ca. Usadas para fluidos à alta pressão e a baixas temperaturas. – Papelão grafitado: Juntas planas fa- bricadas com papelão e grafite. Usadas para fluídos à baixa pressão e baixa temperatura. 1.6.3 Isolamento Térmico de Tubulações Os isolamentos térmicos, com freqüência, têm por finalidade, reduzir as trocas de calor do tubo para o meio ambiente, ou vice-versa. São constituídos, geralmente, de material à base de cálcio ou lã de rocha. Os isolamentos térmicos podem ser utili- zados por duas razões, com finalidades espe- cíficas diferentes: a) Motivo Econômico As perdas de calor de um fluido para o exterior, representam um desperdício da energia empregada no aquecimento. A utilização de isolamento térmico resul- ta, portanto, em economia de energia. b) Proteção Pessoal O isolamento térmico pode também ser necessário para evitar queimaduras caso o operador encoste-se na tubula- ção, ou ainda, em algumas situações, para evitar o desconforto da excessiva irradiação de calor. Equipamentos Estáticos 11 2Válvulas 2.1 Definição Válvulas são dispositivos usados para es- tabelecer, controlar e interromper a passagem de fluidos em tubulações. Dentro deste concei- to global, as válvulas podem ter, no entanto, funções e características específicas que permi- tem uma classificação segundo seu emprego. 2.1.1 Classificação e Principais Tipos de Válvulas Válvulas que controlam o fluxo em qualquer direção a) Válvulas de Bloqueio São aquelas que se destinam, primor- dialmente, a estabelecer ou interrom- per o fluxo, ou seja, devem só funcio- nar completamente abertas ou comple- tamente fechadas. Tipos mais usados: válvula gaveta; válvula macho; válvula esfera. b) Válvulas de Regulagem de Fluxo Destinam-se para o controle de fluxo e podem, devido a isto, trabalhar em qualquer posição. Tipos mais usados: válvula globo; válvula agulha; válvula de controle; válvula borboleta; válvula de diafragma. 2.1.2 Válvulas que permitem o fluxo em apenas uma direção a) válvula de retenção de portinhola; b) válvula de retenção tipo plug; c) válvula de retenção de esfera; d) válvula de pé. 2.1.3 Válvulas que controlam a pressão a montante São também conhecidas como válvulas de segurança, alívio e contra pressão 2.1.4 Válvulas que controlam a pressão a jusante São também conhecidas como válvulas re- dutoras e reguladoras de pressão 2.2 Principais Componentes das Válvulas 2.2.1 Corpo de Válvula O corpo ou carcaça é a parte da válvula que se conecta à tubulação e contém o orifício de passagem do fluido. As válvulas são peças sujeitas à manutenção e, por isso, devem ser, em princípio, facilmente desmontáveis. Tanto as válvulas rosqueadas, como as flangeadas obedecem a este conceito. No en- tanto, com o desenvolvimento dos processos de solda, passaram também a ser empregadas válvu- las com extremidades para solda de soquete e para solda de topo. A desmontagem dessas válvulas é bem mais difícil, mas em compensação, não há riscos de vazamentos na tubulação. São os seguin- tes os principais casos de emprego de cada tipo de extremidade em válvulas: a) Extremidades flangeadas Sistema usado em quase todas as vál- vulas, de qualquer material, emprega- do em tubulações industriais de mais de 2". (Figura 2.1) Figura 2.1 – Válvula gaveta. Volante Pino graxeiro Haste Sobreposta Gaxetas Castelo Flangeado Corpo Gaveta Flange Sede 12 Equipamentos Estáticos b) Extremidades para solda de soquete Sistema usado, principalmente, em vál- vulas de aço, de menos de 2", em que a solda de topo é ineficiente. c) Extremidades rosqueadas Sistema usado em válvulas menores de 4" em tubulações que não conduzem fluidos corrosivos ou venenosos. d) Extremidades para solda de topo Sistema usado em válvulas de aço, de mais de 2", em serviços com pressões muito altas ou com fluidos em que se exija eliminação absoluta do risco de vazamento. 2.2.2 Castelo O castelo é a parte da válvula que suporta e contém as peças móveis de controle de flu- xo. O castelo é fixado ao corpo de maneira a permitir rápida desmontagem e fácil acesso ao interior da válvula. São três os meios usuais de ligação do castelo ao corpo: a) Castelo e corpo rosqueados É o sistema mais barato, usado apenas em pequenas válvulas de baixa pres- são (Figura 2.2). b) Castelo preso ao corpo por uma por- ca solta de união Usado para válvulas pequenas, de alta pressão. Permite uma vedação bem melhor que o castelo rosqueado. Esta válvula deve ser de boa qualidade (Fi- guras 2.2 e 2.3). Figura 2.2 – Válvula gaveta castelo rosqueado. Volante Porca de aperto Sobreposta Gaxetas Castelo Rosqueado Haste c/ rosca interna Corpo Gaveta Extremos rosqueados c) Castelo aparafusado Sistema usado para válvulas grandes sob qualquer pressão, por ser mais ro- busto e permitir melhor vedação (Fi- guras 2.4 e 2.5). Figura 2.3 – Válvula globo. Volante Haste c/ rosca externa Sobreposta Castelo aparafusado Tampão Sede Sentido de fluxo Figura 2.4 – Válvula gaveta castelo aparafusado. Volante Sobrecastelo Haste com roca externa Sobreposta Gaxetas Castelo aparafusado Junta Corpo Gaveta Sedes Flanges Equipamentos Estáticos 13 Figura 2.6 – Válvula gaveta com redução de engrenagens. Volante Engrenagens de redução Castelo Flange Figura 2.5 – Válvula de fecho rápido. Alavanca de operação Guia da alavanca Haste deslizante Gaxeta Castelo aparafusado Gaveta Flange c) Operação automática: – pelo próprio fluido; – por meio de molas ou contrapesos. Para operação manual, empregam-se vo- lantes e alavancas em válvulas de até 12". Para válvulas maiores, usam-se os sistemas de en- grenagem e parafuso sem fim, com o objetivo de suavizar a operação. Figura 2.7 – Válvulas com volante com corrente e com haste de extensão. a) Válvula acima do operador b) Válvula abaixo do operador Volante Volante para corrente Piso de operação Haste de extensão Para a operação manual de válvulas situa- das fora do alcance do operador, utilizam-se volantes ou alavancas com correntes, ou ain- da hastes de extensão (Figura 2.7). 2.2.3 Mecanismos Internos e Gavetas O mecanismo móvel interno da válvula (haste e peças de fechamento) e a sede chama- se “trim” da válvula. São as peças mais im- portantes da válvula, geralmente, feitas de ma- teriais de melhor qualidade do que os da car- caça, porque estão sujeitas a grandes esforços e à forte corrosão. Devem ter também uma usinagem cuidadosa para que a válvula tenha fechamento estanque. Na maioria das válvulas, a haste atravessa o castelo, indo para fora do corpo. Para evitar vazamento pela haste, existem gaxetas conven- cionais com porca de aperto, ou, mais rara- mente, sistemas especiais de vedação como retentores, foles, entre outros. Quando a haste é rosqueada (como acontece na maioria das válvulas), a rosca deve, de preferência, estar por fora da gaveta, por ser um sistema de cons- trução mais barato. 2.2.4 Meios de Operação de Válvulas Há uma variedade muito grande de siste- mas usados para a operação de válvulas: a) Operação manual, por meio de: – volante; – alavancas; – engrenagens; (Figura 2.6) – parafusos sem fim; etc. b) Operação motorizada: – hidráulica; – pneumática; – elétrica. 14 Equipamentos Estáticos A operação motorizada é empregada ape- nas nos seguintes casos: – Em válvulas comandadas à distância; – Em válvulas situadas em posições ina- cessíveis; – Em válvulas muito grandes, cuja ope- ração manual seja difícil. Nos sistemas de operação motorizada, hi- dráulica ou pneumática, a haste da válvula é comandada por um êmbolo ou um diafragma, sujeito à pressão de um líquido ou ar compri- mido. O comando hidráulico, mais raro na prá- tica do que o comando pneumático, é usado quase somente, para válvulas muito grandes. A operação motorizada pneumática é o sis- tema mais usado nas válvulas comandadas por instrumentos automáticos. É preciso não con- fundir válvulas comandadas por instrumentos automáticos com válvulas de operação auto- mática. Existem dois sistemas de operação moto- rizada elétrica de uso corrente: – Motor elétrico, acionando o volante da válvula por meio de engrenagens de redução. Este sistema é usado apenas em válvulas de grande tamanho para tornar a operação mais fácil e mais rá- pida. – Solenóide, cujo campo magnético mo- vimenta, diretamente por atração, a haste da válvula. Este sistema pode ser empregado apenas para pequenas vál- vulas, freqüentemente por relés elétri- cos ou instrumentos automáticos. 2.3 Detalhes Particulares de cada Tipo e Válvulas 2.3.1 Válvula de Gaveta É o tipo de válvula mais importante e de uso mais generalizado. São utilizadas princi- palmente nos serviços de bloqueio nas linhas de água, óleos e líquidos em geral (desde que não sejam muito corrosivos ou voláteis), para quaisquer diâmetros, e também para o bloqueio de vapor e ar em linhas de diâmetro acima de 8". Em todos estes serviços, as válvulas de gaveta são usadas para qualquer pressão ou temperatura (Figura 2.1). O fechamento dessas válvulas é feito pelo movimento de uma peça chamada gaveta, que se desloca paralelamente ao orifício da válvu- la e perpendicularmente ao sentido de escoa- mento do líquido. Quando completamente abertas, a perda de carga causada por este tipo de válvula é desprezível. Apenas devem trabalhar comple- tamente abertas ou completamente fechadas, isto é, são válvulas de bloqueio e não de re- gulagem. Quando parcialmente abertas, cau- sam laminagem da veia fluida, acompanhada de cavitação e violenta erosão. Observa-se que as válvulas gaveta são sempre de fechamento lento, sendo impossí- vel fechá-las instantaneamente: o tempo ne- cessário para o fechamento será tanto maior quanto maior for a válvula. Essa é uma grande vantagem das válvulas gavetas, porque, desta maneira, pode-se controlar o efeito dos golpes de ariete. As válvulas gaveta dificilmente dão um fechamento absolutamente estanque. Por ou- tro lado, na maioria das aplicações práticas, tal fechamento não é necessário. A gaveta das válvulas pode ser em cunha ou paralela. As gavetas de cunha são de maior quali- dade e dão, devido a ação da cunha, um fecha- mento mais seguro do que as gavetas parale- las, embora sejam de construção e manuten- ção mais difícil. Emprega-se, nas válvulas gaveta, três sis- temas diferentes de movimentação da haste: Haste ascendente com rosca externa É o sistema usado nas válvulas grandes e de boa qualidade. A haste tem apenas movi- mento de translação e o volante, preso ao cas- telo por uma porca fixa, apenas movimento de rotação. A rosca da haste é externa à válvula Figura 2.8 – Válvula comandada por cilindro hidráulico. Conexões para o líquido acionador Cilindro Hidráulico Gaxetas Haste deslizante Gaveta Equipamentos Estáticos 15 estando, assim, livre, do contato com o fluido. A extensão da haste acima do volante dá uma indicação visual imediata da posição de aber- tura ou de fechamento da válvula, sendo esta a principal vantagem do sistema (Figura 2.4). Haste ascendente com rosca interna É a disposição mais usual em válvulas pequenas e também em válvulas grandes de qualidade inferior. A haste, dentro da válvula, juntamente com o volante, tem movimentos de translação e rotação. Não há indicação vi- sual da posição de abertura ou fechamento (Fi- gura 2.2). Haste não ascendente A haste, juntamente com o volante tem apenas movimento de rotação. Somente a ga- veta da válvula que se atarraxa na extremida- de da haste, tem movimento de translação. É um sistema barato, de construção fácil, usado em válvulas pequenas de qualidade inferior. Alguns problemas são característicos du- rante a operação de válvulas gavetas: – Em caso de alta pressão, é difícil a ope- ração de uma válvula gaveta. Há casos em que se torna necessário o uso de chaves apropriadas aplicadas ao volan- te, há outros em que a válvula possui um desvio: na abertura ou fechamento da válvula utiliza-se o desvio para evi- tar alto diferencial de pressão na ope- ração. – As gaxetas requerem atenção, uma vez que podem apresentar um pequeno va- zamento com o uso. É importante que sejam reapertadas ou trocadas em épo- cas apropriadas. – Ao se abrir ou fechar completamente a válvula, ela pode se trancar. Existe uma pequena folga que permite inverter li- geiramente o sentido de rotação do vo- lante sem que se altere a posição da ga- veta. – Quando a válvula não está vedando completamente não é boa norma for- çar seu fechamento: as causas podem ser depósitos na sede, defeito na sede, etc. A operação indevida pode agravar o problema. Na maioria das vezes, ocor- re a quebra da bucha. – Tanto a má lubrificação como o aperto demasiado das gaxetas podem acarretar dificuldades na operação da válvula. Variantes das válvulas gavetas Uma variante da válvula gaveta é a válvu- la de fecho rápido. Nessas válvulas, a gaveta é manobrada por uma alavanca externa fechan- do-se com um movimento único da alavanca (Figura 2.5). 2.3.2 Válvula Macho Aplica-se, principalmente, nos serviços de bloqueio de gases para qualquer diâmetro, tem- peratura ou pressão e também no bloqueio rápi- do de água, vapor e líquidos em geral para pe- quenos diâmetros e baixas pressões (Figura 2.9). Figura 2.9 – Válvula macho. Engraxadeira Alavanca de manobra Sobreposta Gaxetas Sedes Macho Orifício de passagem Rasgos de Lubrificação Válvula macho Posição aberta Posição fechada Cortes em projeção horizontal Nessas válvulas, o fechamento é feito pela rotação de uma peça (macho) existente no in- terior do corpo da mesma. São válvulas de fe- cho rápido, porque bloqueiam com 1/4 de volta do macho ou da haste. As válvulas macho são, fundamentalmen- te, válvulas de bloqueio. Quando totalmente abertas, a perda de carga é mínima e, quando parcialmente fechadas, a turbulência impede uma vazão regularizada. Existem dois tipos gerais de válvulas ma- cho: com e sem lubrificação. Nas válvulas com lubrificação, há um sis- tema de injeção de lubrificantes sob pressão, através do macho, para melhorar a vedação e evitar que o mesmo fique preso. Essas válvu- las são empregadas geralmente em serviços com gases. 16 Equipamentos Estáticos 2.3.3 Válvula Globo Em válvulas globo, o fechamento é feito por meio de um tampão que se move contra o orifício da válvula, que, geralmente, está em posição paralela ao sentido do fluxo. As vál- vulas globo podem trabalhar em qualquer po- sição e fechamento, isto é, são válvulas de re- gulagem. Causam, entretanto, em qualquer posição de fechamento, fortes perdas de car- gas. As válvulas globo dão um fechamento Figura 2.12 – Válvula Angular. Porca de aperto Gaxetas Haste com rosca Tampão Trajetória do fluído Castelo de união Porca Agulha SedeTrajetória do fluido Figura 2.11 – Válvula de 3 vias. Figura 2.10 – Válvula de esfera. Haste Orifício de passagem Alavanca de manobra Engaxetamento Anéis retentores Macho (esfera oca) Posição aberta Macho Corte em projeção horizontal As válvulas sem lubrificação, de boa qua- lidade, usadas para gases, têm sedes removí- veis, feitas de material resiliente (teflon, neo- prene, etc.), dando ótima vedação estanque. Variantes da válvula Macho Uma das variantes da válvula macho cor- responde às válvulas de esfera. Neste caso, o macho é uma esfera que gira sobre um diâ- metro, deslizando entre anéis retentores. As vantagens das válvulas de esfera sobre a de gaveta são o menor tamanho, peso e custo, melhor vedação e menor facilidade de opera- ção (Figura 2.10). bem melhor que as válvulas de gaveta, de for- ma que é possível conseguir, principalmente em válvulas pequenas, um fechamento abso- lutamente estanque (Figura 2.3). As válvulas globo devem ser instaladas de modo que o fluido entre sempre pela face in- ferior do tampão. Essa disposição tem a van- tagem de poupar as gavetas, porque a pressão não fica agindo permanentemente sobre elas e também de permitir, em muitos casos, o reen- gaxetamento com a válvula em serviço. Variantes de válvula globo Válvulas Angulares Essas válvulas têm os bocais de entrada e saída a 90°. Permite perdas de cargas menores que a válvula globo comum. Devido à posi- ção do orifício de passagem (Figura 2.12). Válvula Agulha O tampão nestas válvulas é substituído por uma peça cônica agulha, que permite um con- trole mais delicado da vazão. É usado em li- nha até 2” (Figura 2.13). Outra variante das válvulas macho são as válvulas de 3 ou 4 vias, onde o macho nesss válvulas é furado em “T” em “L” ou em cruz, dispondo a válvula de 3 ou 4 bocais para liga- ção às tubulações (Figura 2.11) Figura 2.13 – Válvula Agulha. Equipamentos Estáticos 17 Válvula sem sede É uma variante das válvulas angulares em que o tampão consiste de um êmbolo que des- liza do corpo da válvula. Estas válvulas são empregadas para a descarga de caldeiras (Fi- gura 2.14). Figura 2.14 – Válvula sem sede. Êmbolo Retentores Válvulas em “Y” Essas válvulas apresentam a haste a 45° com o corpo, de maneira tal que a trajetória da corrente fluida fica quase retilínea. Em conse- qüência disso as perdas de carga ficam redu- zidas um valor mínimo. Essas válvulas são usadas para bloqueio e regulagem de vapor (Figura 2.15). Figura 2.15 – Válvula em “Y”. Tampão Sede Trajetória do fluido 2.3.4 Válvulas de Controle Essas válvulas são usadas em combina- ção com instrumentos automáticos, que as comandam à distância, para controlar a vazão ou a pressão de um fluido. A válvula em si é quase semelhante a uma válvula globo sendo operada, na maioria das vezes, por meio de um diafragma sujeito à pressão de ar compri- mido. Há um instrumento automático que comada a pressão de ar, que por sua vez faz variar a posição de abertura da válvula. A ope- ração nas válvulas de controle é feita, geral- mente, pelo diafragma em um sentido (para abrir ou fechar) e por uma mola regulável no outro sentido (Figura 2.16). Figura 2.16 – Válvula de Controle. Mola regulável (para abrir a válvula) Admissão de ar comprimido (para fechar a válvula) Diafragma flexível Indicador de posição de abertura Haste GaxetasSobreposto Tampões duplos balanceadosSedes 2.3.5 Válvula Borboleta Usada para tubulações de grande diâme- tro (mais de 20'’), sujeitas a baixas pressões, sem a exigência de vedação perfeita. O fecha- mento da válvula é feio por meio de uma peça circular que pivota em torno de um eixo per- pendicular ao sentido de escoamento do flui- do (Figura 2.17). Figura 2.17 (a) – Válvula Borboleta. Figura 2.17 (b) – Válvula Borboleta. Eixo DiscoCorpo Volante Alavanca Corpo da válvula (entre os flanges)Disco defechamento Flanges da tubulação Abe rto Fechado 18 Equipamentos Estáticos Figura 2.18 – Válvula de Diafragma. 2.3.7 Válvulas de retenção Estas permitem a passagem de fluido ape- nas em sentido, fechamento automaticamen- te, por diferença de pressões exercidas pelo próprio fluido, se houver tendência à inversão no sentido de escoamento. São, por isso, vál- vulas de operação automática. Um caso típico do uso de válvulas de re- tenção é na linha de recalque de bombas em paralelo, para evitar o retorno do fluido atra- vés das bombas paradas. Outro caso é do uso dessas válvulas na linha de carregamento de um tanque para evitar um possível esvaziamento. Existem três tipos principais de válvula de retenção: Válvula de retenção de portinhola É o tipo mais comum de válvula de reten- ção. Seu fechamento é feito por uma portinhola articulada, que se assenta no orifício da vál- vula. As válvulas de portinhola não devem ser usadas em tubulações sujeitas a freqüentes in- versões de fluxo, porque, nesse caso, têm ten- dência a vibrar fortemente (Figura 2.19.). Algumas válvulas desse tipo têm uma ala- vanca externa, com a qual a portinhola pode ser aberta ou fechada, à vontade, quando ne- cessário. Válvulas de retenção tipo plug O fechamento da válvula é feito por meio de um tampão, semelhante ao das válvulas glo- bo, cuja haste desliza em uma guia interna. Essas válvulas causam perdas de carga muito grandes e por isso são pouco usadas em linhas de diâmetro acima de 6'’. São adequadas ao trabalho com gases e vapores (Figuras 2.20). Válvula de retenção de esfera São semelhantes às válvulas de retenção tipo plug, sendo porém, o tampão substituído por uma esfera. É o tipo de válvula de retenção cujo fe- chamento é mais rápido. Essas válvulas, mui- to boas para fluidos de alta viscosidade, são fabricadas e usadas apenas para diâmetro de até 2” (Figura 2.21). Volante Haste Castelo Tampão Sede Posição fechada Diafragma flexível (aberto) Figura 2.19 – Válvula de retenção de portinhola. Flange de entrada Tampa Flange de saída Eixo TampãoSede Figura 2.20 – Válvula de retenção tipo plug. Tampa Tampão Guia Pino Sede SaídaEntrada Figura 2.21 – Válvula de retenção de esfera. Entrada Esfera Saída 2.3.6 Válvulas de Diafragma Muito usadas para fluidos perigosos, cor- rosivos, tóxicos, inflamáveis, etc, as válvu- las de diafragma não apresentam gaxetas. Seu fechamento é feito por meio de um diafrag- ma flexível apertado contra a sede. O meca- nismo móvel que controla o diafragma fica completamente fora do contato com o fluido (Figura 2.18). Equipamentos Estáticos 19 Variantes das válvulas de retenção Válvulas de pé São válvulas de retenção especiais para manter a escorva nas linhas de sucção de bom- bas. São semelhantes às válvulas de retenção tipo plug (Figura 2.22). Figura 2.22 – Válvula de pé. Válvulas de retenção e fechamento São semelhantes às válvulas globo, com tampão capaz de deslizar sobre a haste. Na posição aberta, funcionam como válvulas de retenção de levantamento e, na posição fecha- da, como válvulas de bloqueio. São usadas nas linhas de saída de caldeiras (Figuras 2.23). Bocal de saída Pino Guia Tampão Grade de entrada 2.3.8 Válvulas de Segurança e de Alívio Controlam a pressão à montante, abrindo- se automaticamente, quando essa pressão ul- trapassa um determinado valor para o qual a válvula foi ajustada (pressão de ajuste). Figura 2.23 – Válvula de retenção e fechamento. Haste rosqueada Haste do tampãoGuia Tampão Entrada Saída A construção dessas válvulas é semelhante à das válvulas globo angulares. O tampão é mantido fechado contra a sede pela ação de uma mola, com parafuso de regulagem, ou de um contrapeso externo de posição ajustável. Regula-se tensão ou posição do contrapeso, de maneira a se ter a desejada pressão de aber- tura da válvula (Figura 2.24). Figura 2.24 – Válvula de segurança. Porca de regulagem Mola Bocal de saída Tampão Sede Bocal de entrada As válvulas de mola são as mais comuns. A mola pode ser interna, dentro do castelo da válvula, ou externa, preferindo-se esta última disposição para serviços com fluidos corrosi- vos, muito viscosos, ou gases liqüefeitos que possam congelar, prendendo a mola. Essas válvulas são chamadas de “seguran- ça”, quando destinadas a trabalhar com flui- dos elásticos (vapor, ar, gases), e de alívio, quando destinadas trabalhar com líquidos, que são fluidos incompressíveis. A construção das válvulas de segurança e de alívio é basicamente a mesma, a principal diferença reside no per- fil das sedes e do tampão. Nas válvulas de se- gurança, o desenho desses perfis é feito de tal forma que a abertura total da válvula ocorra imediatamente após a “pressão de ajuste”, e o fechamento repentinamente abaixo da “pres- são de ajuste”. Nas válvulas de alívio, a aber- tura é gradual, atingindo o máximo com 110% a 125% da “pressão de ajuste”. As válvulas de segurança costumam ter uma alavanca externa com a qual é possível fazer-se manualmente o disparo da válvula para teste. 20 Equipamentos Estáticos 3.1 Introdução Purgadores são equipamentos utilizados para eliminar condensados das tubulações que transportam vapor ou ar comprimido. Os bons purgadores além de remover condensado, re- movem também o ar e outros gases inconden- sáveis que possam existir. O aparecimento de condensado em tubu- lações de vapor pode se dar devido à perda de calor para o meio ambiente, arraste de gotícu- las, colocação em operação de determinado trecho de tubulação fria ou trechos de tubula- ções bloqueadas. O aparecimento de condensado em tubu- lações de ar comprimido ocorre em conseqüên- cia da condensação da umidade do ar ou do arraste do óleo de lubrificação dos compres- sores. 3.1.1 Remoção do Condensado Remove-se o condensado existente nas li- nhas de vapor pelas seguintes razões: – Conservar a energia do vapor, pois o condensado não tem ação motora (má- quina a vapor) nem ação aquecedora eficiente (o vapor aquece cedendo ca- lor de condensação). A entrada de con- densado nas turbinas causa danos irre- paráveis em suas palhetas. – Evitar vibrações e martelos hidráulicos nas tubulações causados pelo arrasta- mento do condensado e encontro do vapor com bolsões de condensado. – Reduzir os efeitos de corrosão. Remove-se o condensado das linhas de ar comprimido, porque os arrastes de óleo ou água danificam os instrumentos e prejudicam o processo em que o ar é utilizado. 3.2 Tipos Os purgadores podem ser classificados em: – Purgadores Mecânicos: Agem por di- ferença de densidade. a) Purgadores de bóia; b) Purgadores de panela invertida. – Purgadores Termostáticos – Agem por diferença de temperatura. a) Purgadores de expansão metálica; b) Purgadores de expansão líquida; c) Purgadores de expansão balancea- da (fole). – Purgadores Especiais: a) Purgadores termodinâmicos; b) Purgadores de impulso. 3.2.1 Purgador de Bóia Consiste em uma caixa com uma entrada de vapor e uma saída de condensado. A saída do condensado é fechada por uma válvula co- mandada por bóia; quando há condensado, a bóia flutua e abre a saída do condensado, que é expulso pela própria pressão do vapor. É necessário que a força de flutuação da bóia seja suficiente, através das alavancas, para vencer a pressão do vapor, que tende a fechar a válvula. Esse purgador tem descarga contínua e não permite a saída de ar e de outros gases. É empregado para baixas pressões de va- por (até 35 Kgf/cm2), quando se deseja des- carga rápida e contínua e quando não há ne- cessidade de eliminação de ar (Figura 3.1). Figura 3.1 – Purgador de Bóia. 3Purgadores Válvula termostática Entrada(vapor + condensado) Bóia Válvula de saída Saída (condensado) Equipamentos Estáticos 21 3.2.2 Purgador de Panela Invertida É o tipo de purgador mais usado em tubu- lações de vapor. Consiste em uma caixa com entrada de vapor e saída de condensado, den- tro da qual existe uma panela com fundo para cima, comandando a válvula que fecha a saí- da do condensado. Para o início de operação, o purgador deve estar cheio de água; a panela fica pousada no fundo, abrindo a válvula, por onde sai o ex- cesso de água. O vapor, quando chega, é lançado dentro da panela, de onde é expulsa a água (que esca- pa pela saída), até que a quantidade de água Figura 3.2 – Purgador de Panela Invertida. dentro da panela, tornando-se pequena, faz com que a panela flutue, fechando a válvula de saída. O ar contido na panela sai pelo pe- queno furo existente no fundo da panela, por onde escapa também um pouco de vapor; o ar acumula-se, então, no topo do purgador e o vapor é condensado por saturação do ambiente. Chegando mais condensado, a panela enche- se de água, perde flutuação e afunda, abrindo a válvula. A pressão do vapor faz sair o ar acumu- lado e o condensado, até que, diminuindo a quan- tidade de condensado dentro da panela, a flutuação é restabelecida, fechando-se a vál- vula e repetindo-se, assim, o ciclo (Figura 3.2). 3.2.3 Purgador Termostático de Fole Consiste em uma caixa contendo no inte- rior um pequeno fole que comanda a válvula de saída do condensado. O fole contém um líquido de ponto de ebulição inferior ao da água. O purgador funciona pela diferença de temperatura que existe sempre, para a mesma pressão, entre o vapor e o condensado. O va- por, por ser mais quente, vaporiza o líquido dentro do fole, que se dilata, fecha a válvula e impede, portanto, a saída do vapor. O conden- sado e o ar, como são mais frios, contraem o fole que abre a válvula deixando-os escapar. Esse tipo de purgador é empregado para mé- dias e baixas pressões (até 35 kgf/cm2), prin- cipalmente quando se tem grande volume de ar a eliminar. A descarga de condensado é in- termitente, demorada, e a perda de vapor é re- lativamente grande. Não pode ser empregado para vapor superaquecido (Figura 3.3). Figura 3.3 – Purgador Termostático de Fole. 3.2.4 Purgador Termodinâmico É um aparelho de construção extremamen- te simples, cuja única peça móvel é um disco que trabalha dentro de uma pequena câmara, abrindo ou fechando, simultaneamente, as pas- sagens que dão para a entrada de vapor e para a saída de condensado (Figura 3.4). Válvula (aberta) Orifício Válvula (fechada) Bolhas de Ar e Vapor Vapor Entrada Panela Invertida (afundada) Saída Condensado Panela Invertida (flutuando) Válvula (aberta) Vapor Condensado Panela Invertida (afundada) Purgador Aberto (Descarga de Condensado) Purgador Fechado (Chegada de Vapor) Purgador Aberto (Descarga de Condensado) Fole Saída Válvula En tra da 22 Equipamentos Estáticos Figura 3.4 – Purgador Termodinâmico. O funcionamento de um purgador termo- dinâmico encontra-se descrito a seguir: O con- densado ou o ar chegando ao purgador são empurrados pela pressão do vapor, levantam o disco e escapam para fora. Quando o vapor chega ao purgador, a princípio também esca- pa; mas, logo em seguida, o jato de vapor em alta velocidade passando por baixo do disco, cria uma zona de baixa pressão (Teorema de Bernoulli) e o disco abaixa-se tendendo a fe- char a saída do vapor. Assim que o disco co- meça a abaixar, parte do vapor que sai para a câmara acima do disco, e a pressão do vapor força, então, o disco para baixo. Ao mesmo tempo, o movimento do disco causa uma re- dução na seção de saída do vapor; em conse- qüência, a velocidade aumenta e a depressão Bóia 35 50 000 Sim Não Não Pouca Regular Panela Invertida 180 15 000 Não Sim Sim Pouca Bastante Panela Aberta 100 6 000 Não Sim Sim Pouca Bastante Expansão Metálica 50 4 000 Não Sim Sim Bastante Regular Expansão Líquida 35 4 000 Não Sim Não Bastante Regular Expansão Balanceada 35 1 000 Não Sim Não Bastante Regular Termodinâmico 100 3 000 Não Sim Sim Regular Quase Nenhuma Impulso 100 5 000 Não Não Sim Regular Quase Nenhuma Tipo Pressão Máxima do Vapor (kg/cm2) Capacidade Máxima (kg/h) Descarga Contínua Eliminação do Ar Resistência a Golpes de Ariete Perda de Vapor Necessidade de Manutenção 3.3 Tabela Comparativa para Purgadores O quadro seguinte apresenta um resumo comparativo das principais características dos tipos mais importantes de purgadores de vapor: causada também, o disco encosta-se, então, na sede, fechando a saída do vapor. O disco fica, assim, em equilíbrio (a mes- ma pressão nas duas faces) até que o vapor re- petido em cima começa a condensar, a pressão cai, o disco sobe, repetindo-se todo o ciclo. Esse purgador, barato, pequeno, simples e de baixa manutenção, está sendo empregado cada vez mais para linhas de vapor e de aque- cimento, desde que a quantidade de conden- sado não seja muito grande. Não deve ser usado quando a contrapres- são do condensado for maior do que 50% da pressão do vapor, ou quando a pressão do va- por for inferior a 0,7 kgf/cm2. Pode ser empre- gado para altas pressões e altas temperaturas. Pressão Zona de BaixaPressão Condensado Vapor Condensado Vapor Tampa Disco Móvel(suspenso) Condensado Ar Sede Condensado Ar Pressão Vapor Orifício de Entrada Orifício de Saída Purgador Aberto (descarga de condensado) Purgador Fechando-se (chegada de vapor) Purgador Fechado Secção AA Equipamentos Estáticos 23 3.4 Outros Dispositivos Separadores Além dos purgadores de vapor, outros dis- positivos separadores são também usuais em tubulações industriais. As operações mais co- mumente efetuadas por esses aparelhos são as seguintes: – Separação de água e/ou óleo em tubos de ar comprimido e de outros gases; – Separação de poeiras e sólidos em tu- bos de gasolina e de outros líquidos leves; – Separação de ar em tubos de vapor. Os princípios gerais de funcionamento da maioria desses aparelhos são flutuação, inér- cia, capilaridade e absorção. Alguns separa- dores aproveitam-se, simultaneamente, de mais de um dos fenômenos mencionados. Os aparelhos que trabalham por flutuação, são inteiramente semelhantes aos purgadores de bóia, são empregados na separação e eli- minação de água e de outros líquidos nas tu- bulações de ar e de gases em geral. Esses se- paradores, que são sempre peças pequenas (fa- bricadas com até 2” de diâmetro nominal), são muito usados para a drenagem da água forma- da em tubulações de ar comprimido e, por isso, denominados às vezes de “purgadores de água”. O princípio da inércia é utilizado nos apa- relhos destinados a separar líquidos e sólidos em suspensão (inclusive poeiras) em tubula- ções de gases. Nesses separadores, a corrente de gás, carregada de partículas líquidas ou só- lidas, é obrigada a mudar de direção várias ve- zes em grande velocidade. Nessas mudanças de direção, as partículas líquidas ou sólidas separam-se por serem mais pesadas (devido à inércia) e são, então, recolhidas e eliminadas. Os separadores que agem por capilari- dade servem, principalmente, para a coleta e eliminação de ar e de água em tubulações de líquidos leves. Nesses aparelhos, a corrente lí- quida atravessa elementos de tela fina ou de palhas especiais, onde se formam, por diferen- ça de capilaridade, bolhas de ar ou gotículas de água que são depois coletadas. Os separadores de absorção são apare- lhos no interior dos quais existem elementos de substâncias especiais capazes de absorver e reter o material que se deseja separar. A veia fluida atravessa esses elementos, onde a ab- sorção ocorre geralmente por meio de reações químicas. Os elementos absorventes têm uma vida relativamente curta, ao final da qual de- vem ser substituídos. Os desumidificadores de silicagem ou de alumina, empregados para re- mover umidade em correntes de ar ou de ou- tros gases, funcionam segundo este princípio. 3.5 Filtros para Tubulações Os filtros (strainers, filters) são também aparelhos separadores destinados a reter poei- ras, sólidos em suspensão e corpos estranhos, em correntes de líquidos ou gases. Duas clas- ses de filtro são de uso comum em tubulações industriais: a dos filtros provisórios e dos per- manentes. Os filtros provisórios são peças que se intercalam nas tubulações, próximo aos bocais de entrada dos equipamentos (bombas, com- pressores, turbinas, etc.), para evitar que su- jeiras e corpos estranhos, deixados durante a montagem das mesmas, penetrem nesses equi- pamentos quando o sistema for posto em fun- cionamento. Depois que as tubulações já esti- verem em funcionamento normal por algum tempo, e tiverem, portanto, sido completamen- te lavadas pelo próprio fluido circulante, os filtros provisórios deverão ser removidos. É Entrada vapor + água Furo Saída (Vapor) Visor de nível Gotas d’água Purgador Filtro Dreno Separador para vapor com drenagem automática por purgador Figura 3.5 – Separadores de Inércia. Gás Gás líquido Chicana Gotas de líquido Visor de nível Dreno Líquido acumulado 24 Equipamentos Estáticos obrigatória a colocação de filtros provisórios na entrada de todos os equipamentos que pos- sam ser danificados pela presença de corpos estranhos, pois, por mais bem feita que tenha sido a limpeza prévia das tubulações, é im- possível garantir-se que não haja poeiras, ter- ra, ferrugem, rebarbas de solda, pontas de ele- trodos e outros materiais estranhos no interior das mesmas. Os filtros permanentes, como o próprio nome indica, são acessórios instalados nas tu- bulações de um modo definitivo. Os princi- pais casos de emprego dos filtros permanen- tes envolvem: – Tubulações com fluidos sujos que sem- pre possam apresentar corpos estra- nhos; – Casos em que se deseje uma purifica- ção rigorosa e controlada do fluido circulante; – Tubulações de entrada de equipamen- tos muito sensíveis a corpos estranhos, tais como bombas de engrenagens, me- didores volumétricos, certos tipos de purgadores, etc. 3.5.1 Filtros Provisórios e Permanentes Os filtros provisórios mais comuns são os discos de chapa perfurada ou os anéis de cha- pa fina com uma cesta de tela (Figura 3.6). Ambos são introduzidos entre dois flanges quaisquer, onde ficam presos. Os filtros de cesta de tela devem ter uma área de filtragem de no mínimo 3 a 4 vezes em relação à seção transversal útil da tubulação. Para facilitar a colocação e posterior reti- rada dos filtros provisórios deve-se colocar uma peça flagelada (carretel, redução, joelho, etc.) na estrada dos equipamentos que devam ser providos de filtros provisórios. O filtro fi- cará preso a um dos flanges dessa peça, com a cesta de tela dentro da peça: para remover o filtro, bastará desacoplar os flanges e retirar a peça inteira. Os filtros permanetes consistem, geral- mente, em uma caixa de aço de ferro fundido, ou de bronze, com os bocais para tubulaçoes de entrada e de saída, no interior da qual exis- tem os elementos de filtragem e chicanas para conduzirem a veia fluida (Figura 3.7). Os ele- mentos filtrantes e os materiais de construção dos mesmos variam de acordo com o fluido circulante, com o grau de filtragem desejado, com o tamanho do filtro, etc. Figura 3.7 – Filtros Permanentes. Entre os elementos filtrantes mais comuns estão: – Grades metálicas, chapas perfuradas, telas metálicas (filtragem grosseira de líquido); – Telas finas, feltro, “nylon”, porcelana, papel, etc. (filtragem fina de líquido); – Palhas metálicas, feltro, camurça, etc. (filtragem de gases). Conforme o modelo do filtro, os elemen- tos filtrantes podem ter a forma de cestas ci- líndricas, cones, discos, cartuchos, etc. Anotações Figura 3.6 – Filtro Provisório. Cesta de tela Chapa intercalada entre dois flanges Tampa Entrada Cesta de tela Saída Cesta de tela Dreno Para diâmetros maiores Entrada Saída Tampa e dreno Para diâmetros menores Equipamentos Estáticos 25 4Permutadoresde Calor 4.1 Introdução O permutador de calor é um equipamento onde dois fluidos, com temperaturas diferen- tes, trocam calor através de uma interface me- tálica. No processamento de uma Refinaria de Petróleo, o permutador de calor é empregado não só para economizar calor, mas também para atender às necessidades de processo. De acordo com o fim a que se destina, este tipo de equipamento pode ser enquadrado con- forme a seguinte classificação geral: a) Aquecimento a.1. – Aquecedor Quando aquece o fluido do processo por meio de vapor de água ou outro meio qualquer (Figura 4.1). Figura 4.1 – Aquecedor de regeneração de soda. a.2. – Refervedor Quando vaporiza um líquido por meio de vapor d’água ou outro fluido quen- te. Utilizado para prover calor às torres de destilação, vaporiza parte do produ- to de fundo (Figura 4.2). Figura 4.2 – Refervedor de Torre de Separação. a.3. – Gerador de Vapor Quando gera vapor d’água, aproveitan- do calor de um líquido quente provenien- te do processo (Figura 4.3). Figura 4.3 – Gerador de vapor da unidade de craqueamento catalítico fluido. b) Resfriamento b.1 – Resfriador Quando resfria fluidos do processo atra- vés da utilização de água como meio de resfriamento. O abaixamento de temperatura dos líquidos a serem arma- zenados evita as perdas de produtos leves (Figura 4.4). Figura 4.4 – Resfriador de Querosene. b.2 – Condensador Quando condensa um fluido pelo uso de água como fluido refrigerante. Em- pregado para recuperação de vapores de colunas de destilação, bem como para condensação do vapor exausto de turbinas, reduz a pressão de descarga das mesmas (Figura 4.5). Vapor 10 kg/cm2 Condensado NaOH TIC Torre de Separação Vapor Refervedor Conden- sado Butano Vapor d’água saturado Tambor de SeparaçãoFraciona-dora Resfriador Água de Refrigeração Querosene para tanque 26 Equipamentos Estáticos Figura 4.5 – Condensador de torre de destilação atmosférica. b.3 – Resfriador a ar Quando resfria vapores ou líquidos, passando por feixes de tubos tipo ser- pentina e usando corrente de ar impul- sionada por pás movidas a motor elé- trico (Figura 4.6). Figura 4.6 – Resfriador a Ar. c) Intercambiadores Quando há troca de calor entre dois flui- dos do processo. Executa dupla função: aquece um fluido por meio do uso de outro mais quente que se resfria. Não há perda de calor (Figura 4.7). Figura 4.7 – Aquecimento de petróleo. Chicanas – orientam o fluxo do casco, de forma a manter os tubos na posição desejada e evitar que sofram esforços de reflexão; Espaçadores – mantêm o conjunto de chicanas em posição. 4.2 Descrição Geral 4.2.1 Permutador de Espelhos Fixos A Figura 4.8 mostra um exemplo de permutador de espelhos fixos, cujas partes es- senciais são: Casco – parte externa central do permu- tador; Carretéis e tampas dos carretéis – par- tes externas extremas do permutador; Feixe Tubular – constituído de espelhos que mantêm os tubos na posição desejada. Neste tipo de permutador, os espelhos são sol- dados ao casco e servem também como flanges aos quais os carretéis são parafusados; Figura 4.8 – Permutador de espelhos fixos. Supondo um fluido quente passando pelo lado dos tubos e um fluido frio passando pelo lado do casco ( Figura 4.9). O fluido quente entra através de um carretel, enquanto o flui- do frio entra pelo bocal inferior do casco, per- corre o caminho determinado pelas chicanas e sai do permutador pelo bocal superior. O fluido quente, ao percorrer os tubos, cede calor, através da interface metálica, ao fluido frio que percorre o casco. Considere T1 – temperatura de entrada do fluido quente; T2 – temperatura de saída do fluido quente; t1 – temperatura de entrada do fluido frio e t2 – temperatura de saída do fluido frio. Tem-se que T1 T2 e t1 t2 em virtude do pro- cesso de troca de calor sensível, entre os flui- dos, ocorrido dentro do permutador. Figura 4.9 – Fluxos no casco e no feixe. Torre Condensadores Água de Refrigeração Ar M Gasóleo Petróleo Querosene Diesel 2 3 1 4 5 6 7 4 3 2 1. Casco 5. Chicanas 2. Carretel 6. Espaçador 3. Tampa do Carretel 7. Tubos 4. Espelho t2 T2 t1 T1Fluido quente Fluido frio Equipamentos Estáticos 27 Figura 4.10 – Permutador de Calor (vista externa). Figura 4.11 – Permutador de Calor (vista interna). A função das chicanas é acarretar tur- bulência no fluido que percorre o lado do casco (Figura 4.12). Este estado de turbu- lência resulta em maior eficiência na troca de calor. Figura 4.12 – Detalhe das chicanas. Quando os dois fluidos percorrem o per- mutador na mesma direção, diz-se que estão em paralelo; quando em direções opostas, como apresentado na figura 4.9, diz-se que estão em contra-corrente Este último é o flu- xo normalmente utilizado. A Figura 4.13 mostra os perfis de temperatura de dois flui- dos em paralelo e em contra-corrente ao lon- go do permutador. No fluxo em contra-corren- te, a temperatura do fluido frio pode ultrapas- sar a menor temperatura do fluido quente, o que não pode ocorrer no fluxo em paralelo. O permutador da Figura 4.9 é de uma pas- sagem no casco, já que o fluido frio percorre o mesmo uma só vez. Este tipo de casco é o mais comum em refinarias de petróleo, embora se- jam utilizados também os de duas passagens no casco, os de fluxo divididos por defletores e os demais tipos apresentados na Figura 4.14. Evidentemente, cada um deles apresenta apli- cação e interesse específicos. Figura 4.14 – Tipos de Casco. De maneira análoga, o permutador apre- senta uma passagem nos tubos, pois estes se constituem em uma única seção de passagem. É comum permutadores que apresentam vári- as passagens nos tubos, com divisões nos car- retéis que encaminham o fluido dentro dos tu- bos, formando os passes. A Figura 4.15 mostra os arranjos dos divisores de passes para diversos números de passagens. Números crescentes de passes, tan- to nos tubos como no casco, determinam uma velocidade maior dos fluidos, o que favorece a troca térmica. Nos permutadores de espelhos fixos, o lado externo dos tubos é inacessível à limpeza mecânica e inspeção, por isso são utilizados apenas quando o fluido do lado do casco é lim- po e não há problemas de corrosão. Saída tubos Entrada casco Orifício para instrumento Vent (suspiro) Tampa do carretel Entrada tubos Carretel Casco Saída casco Flange do casco Tampa do casco (boleado) Espelho Flutuante Chapa defletora Tampa do flutuante Chapa quebra jato ou chapa de sacrifício Carretel Chicana Feixe de tubos Espelho fixo Chapa defletora Contra-corrente Paralelo ExtensãoExtensão Te m p.Te m p. Flui do quen te Fluido quente T2 T2 T1 T1 t1 t1 t2 t2 Flu ido frio Flui do frio Casco de uma pasagem Casco de duas passagens com chicana longitudinal Casco com fluxo bifurcado Casco com duplo fluxo bifurcado Casco com fluxo dividido Refervedor tipo caldeira Casco Perfurações Figura 4.13 – Perfis de temperatura. Figura 4.15 – Divisores de passes. Espelhos Permutador de entrada de retorno Esquema dos passes 2 Passes 4 Passes 6 Passes 28 Equipamentos Estáticos 4.2.2 Permutador de tampa flutuante Este permutador, apresentado na Figura 4.16, é de feixe removível. De um lado, o fei- xe tem espelho fixo parafusado entre os flanges do carretel e do casco. Do outro lado, o espe- lho flutuante é fixado entre a tampa do flutu- ante (que caracteriza o permutador) e o anel bipartido. O casco é fechado por meio da tam- pa do casco. A remoção do carretel, da tampa do casco e da tampa flutuante permite a retirada do fei- xe pelo lado do espelho fixo. Este tipo de permutador permite limpeza mecânica e inspeção do lado externo dos tu- bos, já que o feixe pode ser removido, além disso não apresenta dificuldades decorrentes de dilatação diferencial entre o feixe tubular e o casco. Figura 4.17 – Permutadores de Tubos em “U”. Figura 4.16 – Permutador de Tampa Flutuante. 4.2.3 Permutador de Tubos em “U” O permutador com tubos em “U”, mos- trado na Figura 4.17, possui um feixe consti- tuído de tubos curvados em forma de “U” e mandrilados ao espelho. Os tubos podem ex- pandir-se livremente, o que elimina, neste tipo de permutador, a necessidade de: espelho flu- tuante, tampa flutuante, um dos flanges do casco e a tampa do casco. O menor raio de curvatura sem deformar o diâmetro externo dos tubos determina a omissão de alguns tubos no centro do feixe. Neste tipo de permutador, o feixe de tu- bos pode ser removido do casco para limpe- za e inspeção da área externa dos tubos. O fluido que escoa no lado dos tubos deve ser limpo, para evitar sujamento excessivo dos mesmos. 4.3 Materiais Usados em Permutadores de Calor A “Tubular Exchanger Manufactors Association” (TEMA) publica normas para projeto e construção de permutadores de cas- co e tubo. Estas especificações servem para três classes de permutadores: Classe R, para condições severas de pro- cessamento de petróleo e produtos químicos, serviços rigorosos, em que se deseja obter se- gurança e durabilidade; Classe C, para condições moderadas de operação, tendo em vista a máxima economia e o mínimo tamanho, condizentes com as ne- cessidades de serviço; Classe A, para condições severas de tem- peratura e fluidos altamente corrosivos. Os materiais especificados para tubos e cascos são: a) Tubos Podem ser lisos ou aletados. Os tubos lisos, padronizados em 4 diâme- tros (3/4", 1", 1 1/4" e 1 1/2"), são mais comumente encontrados na indústria. Os tubos aletados aumentam a troca de calor devido ao aumento da área externa de troca, porém, acarretam maior perda de pres- são no lado do casco (Figura 4.18). Figura 4.18 – Tubos Aletados. Os materiais utilizados obedecem às es- pecificações mínimas para uma determinada aplicação: aço carbono, normalmente utiliza- do para meios agressivos; aços ligas, latões, bronzes, ligas de alumínio e duplex, utiliza- dos em diversos meios corrosivos. b) Casco Pode ser construído a partir de tubos com até 24" de diâmetro nominal, ou, de chapas calandradas e soldadas a partir de 13" de diâ- metro. Fabricado normalmente em aço car- bono, no entanto também podem ser feitos em aço liga e ligas de alumínio quando de tubo,e em aço liga, ligas de níquel e ligas de cobre quando de chapa. Equipamentos Estáticos 29 4.4 Escolha do Fluido O permutador já está construído para receber determinados líquidos nos tubos e no casco. Não há regras fixas que estabele- çam qual tipo de fluido deve passar pelos tubos. Evidentemente, a escolha do fluido que passa pelos tubos ou pelo casco deve aten- der às melhores condições para o processo, menor custo de construção e fácil manuten- ção. De uma maneira geral, passam pelos tubos: a) Fluidos mais sujos Com depósitos, coque, sedimentos, ca- talisadores, etc. É mais fácil remover a sujeira dos tubos do que do casco. b) Fluidos mais corrosivos Além de ser mais econômico usar tu- bos resistentes à corrosão do que um casco com a mesma propriedade, é mais fácil substituir tubos furados do que casco. c) Fluidos com maior pressão Porque o casco tem menor resistência em virtude do seu maior diâmetro. d) Fluidos menos viscosos A menos que a perda da pressão deva ser muito baixa. e) Água de resfriamente Por facilidade de limpeza. f) Fluidos de menor vazão volumétri- ca, em vista do casco oferecer mais es- paço. Entre líquidos de propriedades semelhantes, devem passar pelos tubos aqueles de maior pres- são, maior temperatura e os mais corrosivos. 4.5 Instrumentação do Permutador de Calor A instrumentação varia com a finalidade do permutador no processo. Assim, instrumen- tos medidores de temperatura, vazão e pres- são podem ser encontrados nas tubulações de entrada ou saída de um permutador, de acordo com as necessidades de controle do processo. É regra geral que, num resfriador ou em um conjunto de resfriadores, deve haver um indicador de temperatura (Thi). 4.6 Operação 4.6.1 Normas de Operação a) Condições de Segurança A temperatura e a pressão limites, em que devem trabalhar os tubos e o casco, especifi- cadas do permutador, não devem ser ultrapas- sadas. Assim, nos resfriadores, a temperatura de saída da água não deve exceder de um cer- to valor (50ºC) para evitar deposição de sais. b) Aquecimento e resfriamento Tanto na partida como na parada, os per- mutadores de calor devem ser aquecidos ou resfriados lentamente. Isto é particularmente importante quando as temperaturas de opera- ção são elevadas. A rápida entrada de um lí- quido à alta temperatura pode provocar desi- gualdades de expansão nos tubos, causando va- zamentos nos mesmos e deformação do feixe. c) Partida e Parada Na partida, entra primeiro o fluido mais frio. Se o fluido mais frio está ligeiramente quente, deixa-se o mesmo, então, entrar lentamente. Quanto mais quente o fluido, mais lenta deve ser a sua penetração no permutador de calor. Na parada, bloqueia-se primeiramente a entrada do fluido mais quente. Se isto não for observado, podem ocorrer vazamentos nos tubos. d) Suprimento de água Falhas no suprimento de água para um resfriador podem trazer sérias conseqüências. Quando o fluido a resfriar é muito quente, a interrupção da água provoca um grande aque- cimento do equipamento. Se a água voltar, então, a circular, haverá um resfriamento brus- co do permutador. Esta mudança rápida de temperatura afrouxa parafusos e abre as jun- tas. É necessário, portanto, um fluxo contínuo de água para um resfriador. e) Condensado Deve-se sempre drenar a água de um refervedor ou aquecedor para evitar o fenô- meno chamado martelo hidráulico, que ocor- re conforme descrito a seguir: Suponha água acumulada nos tubos do refervedor. Abrindo- se a válvula do vapor d’água, este vai condu- zir a água a uma grande velocidade até encon- trar um obstáculo, onde provoca um grande choque. Este impacto severo, o martelo hidráu- lico, pode causar ruptura do material. 30 Equipamentos Estáticos 4.6.2 Causas de Perda de Eficiência a) O permutador está sujo e não há troca eficiente de calor. b) A tubulação ligada ao permutador não dá a vazão para qual o aparelho foi pro- jetado. c) As condições de operação diferem da- quelas para as quais o permutador de calor foi projetado. 4.7 Manutenção 4.7.1 Limpeza A eficiência do permutador de calor de- pende da limpeza dos tubos. Durante a opera- ção, depósitos de sais, ferrugem, coque, areia, pó de coque, folhas, fibras vegetais, camadas de graxa, corpo de micro-organismos, etc. acumulam-se dentro e fora dos tubos, o que prejudica a troca de calor e também aumenta a queda de pressão do fluido. O permutador de calor que durante a ope- ração tem sua eficiência reduzida deve ser lim- po durante a parada da unidade seja limpo e inspecionado, desde que não tenha flexibili- dade de parar durante a campanha. Entre os vários processos de limpeza do permutador de calor, podem ser citados os se- guintes: a) Limpeza por água em contra-corrente É utilizada em condensadores e resfriado- res que utilizam água salgada não tratada como fluido refrigerante. O processo consiste em inverter o fluxo d’água nos tubos, com o equi- pamento em operação, possibilitando a remo- ção dos detritos frouxamente agregados aos tubos, através de dreno apropriado. b) Limpeza por vapor Para limpeza por este processo, o permu- tador de calor é retirado de operação, embora não precise ser desmontado. Passa-se vapor pelo casco e pelos tubos, de forma a entrar por um respirador e carregar a sujeira por um dre- no. Este método é eficiente para remover ca- madas de graxa ou depósitos agregados frou- xamente nos tubos e no casco do permutador (“Steam out”). c) Limpeza química O processo de limpeza química consiste na circulação, em circuito fechado, no lado dos tubos e no lado do casco, de uma solução áci- da adicionada de um inibidor de corrosão. A solução desagrega os resíduos, o que permite a remoção dos mesmos, e o inibidor impede o ataque do metal pela solução. Após a limpe- za, é feita a neutralização mediante tratamento com uma solução alcalina fraca, seguido de abundante circulação de água. Evidentemen- te, o permutador de calor, não precisa ser des- montado. d) Limpeza mecânica Neste caso, o permutador precisa ser des- montado. O pessoal de manutenção retira a tampa do carretel, a tampa do casco e a tam- pa flutuante. Camadas de graxa, lama e sedi- mentos frouxos podem ser removidos dos tubos por meio de arames, escovas ou jatos d’água. Se os sedimentos internamente aos tubos estão muito agregados, entupindo-os, então são usadas máquinas perfuratrizes. Es- tas constam, essencialmente, de um eixo metálico que, girando dentro dos tubos, ex- pulsa os detritos. 4.7.2 Testes de Pressão Após a parada para inspeção e manuten- ção dos permutadores de calor, há necessida- de de submetê-los a teste de pressão a fim de verificar a resistência mecânica das juntas sol- dadas, da mandrilagem dos tubos e a estan- queidade dos dispositivos de vedação. Os testes de pressão são efetuados com água, porém, quando isto não for possível, poderá ser feito o teste pneumático. No teste do casco, poderão, em geral, ser localizados os seguintes vazamentos: – Mandrilagem dos tubos; – Junta entre casco e espelho fixo; – Tubos; – Casco e suas conexões. O teste do feixe de tubos permite, geral- mente, localizar vazamentos nos seguintes pontos: – Junta da tampa do carretel; – Junta entre carretel e espelho fixo; – Junta da tampa flutuante; – Carretel, sua tampa e conexões; – Tampa flutuante. Nas figuras 4.19 a, b e c e 4.20 a e b, são apresentados os testes efetuados em permu- tadores de tampa flutuantes e de tubos em “U”. Equipamentos Estáticos 31 Figura 4.19 – a) Teste do Casco ou 1” teste. Figura 4.19 b) Teste do Feixe Tubular ou 2” teste. Figura 4.19 – c) Teste da Tampa do Casco Boleado ou 3” teste. Figura 4.19 – Teste do Permutador de Tampa Flutuante. Figura 4.20 – b) Teste do Feixe Tubular ou 2” teste. Figura 4.20 – Teste do Permutador de Tubos em “U”. Figura 4.20 – a) Teste do Casco ou 1” teste Figura 4.21 01. Carretel; 02. Tubos em “U”; 03. Flange de Cabeça Fixa; 04. Tampa do Carretel; 05. Bocal; 06. Espelho Fixo; 07. Tubo; 08. Casco; 09. Tampa do Casco; 10. Flange do Casco; 11. Tirante; 12. Bocal do Casco; 13. Flange da Tampa do Casco; 14. Espelho Flutuante; 15. Tampa do Flutuante; 16. Flange do Flutuante; 17. Anel Bipartido do Flutuante; 18. Conexão para Suspiro (vent); 19. Conexão para Dreno; 20. Conexão para Instrumento; 21. Berço de Apoio; 22. Alça para Suspensão; 23. Colarinho de Reforço; 24. Pescoço do Bocal; 25. Chicana Transversal; 26. Chicana Longitudinal; 27. Defletor. Figura 4.22 Figura 4.23 25 5 3 26 12 21 7 11 8 11 28 10 18 19 16 22 14 9 15 17 1910 13122126 28 21 21 29 10 6 2452026 1 3 4 27 23 21 257729 6 11 15 20 1 26 21 12523 3 22 4 23 8 23 27 26 23 5 20 6 2 191178 192121231221 10 24 4. 8 Componentes dos Trocadores 4.8.1 Componentes Os números que seguem correspondem aos colocados nos círculos, das figuras 4.21, 4.22 e 4.23. Casco pressurizado Tubos pressurizados Casco pressurizado Casco pressurizado Tubos pressurizados 32 Equipamentos Estáticos 5Tanques 5.1 Finalidade Os tanques têm fundamental importância para o processamento de petróleo. Neles são estocadas as cargas para as unidades de pro- cesso e seus derivados. São utilizados também para estocar insumos para o processamento (óleo combustível, amônia, metanol, etc.). 5.2 Classificação quanto à função 5.2.1 Tanques de Armazenamento Destinados ao estoque de produtos de alimentação, produtos derivados e insumos à pressão atmosférica. 5. 2.2 Tanques de Resíduo Produtos fora de especificação ou pro- venientes de operações indevidas são envia- dos para estes tanques, onde aguardam o re- processamento. 5.2.3 Tanques de Mistura Usados para obtenção de misturas de produtos, ou produtos e aditivos. Exemplo: – Tanques de gasolina; – Tanques de soluções cáusticas. 5.3 Classificação quanto ao tipo de teto Quanto ao tipo de teto, os tanques são clas- sificados em: – Tanque de teto fixo, e – Tanque de teto flutuante. 5.3.1 Tanques de Teto Fixo Normalmente, possuem uma estrutura de sustentação do teto que varia em função do tamanho do mesmo. O tipo de teto fixo mais utilizado em refi- narias de petróleo é o de teto cônico (em for- ma de um cone voltado para cima com o vérti- ce no centro) (Figura 5.1). São utilizados somente para os derivados de petróleo mais pesados (asfalto, gasóleo, óleo diesel, etc.) e para produtos químicos (soda cáustica, amônia, etc.). Figura 5.1 – Tanque de teto fixo. 1. Aquecedor Tipo Radiador 2. Suspiro 5. 3.2 Tanques de Teto Flutuante Os tanques de teto flutuante são utiliza- dos para armazenamento de produtos com fra- ções leves (petróleo, naftas, gasolinas, etc.) (Figura 5.2). O teto flutuante no produto ar- mazenado evita a formação de espaço com vapor. 01. Teto Flutuante; 02. Flutuador; 03. Pé de Apoio do Teto; 04. Dreno do Teto; 05. Câmara de Vedação; 06. Escada Móvel do Teto; 07. Anel de Reforço do Costado; 08. Agitador; 09. Indicador de Nível (Li); 10. Bóia; 11. Dreno Tipo Sifão; 12. Tubo para Medição Figura 5.2 – Tanque de Teto Flutuante. 2 1 M 8 25 7 12 6 4 1 3 10 9 11 Equipamentos Estáticos 33 5.4 Acessórios Os tanques possuem diversos acessórios, entretanto, serão abordados apenas os princi- pais, tendo sido os demais reservados para apostila específica. 5.4.1 Respiração Alguns tanques pequenos de teto fixo pos- suem uma conexão com ou sem válvula, no teto aberta direcionado para atmosfera. Esta conexão visa evitar a formação de vácuo ou pressão durante as operações de recebimento ou envio e apresenta uma tela para evitar a entrada de chama ocasional. 5.4.2 Válvula de Pressão e Vácuo Seu uso é obrigatório em tanques de teto fixo. Tem a função de evitar a formação de vácuo ou pressão alta durante as operações. Nestes tanques, o vapor está em equilíbrio com o líquido. À noite, com a redução da tempera- tura, há entrada de ar, enquanto, durante o dia, essa válvula propicia a saída de ar + vapores devido à elevação da temperatura. Alguns tanques pequenos de teto fixo, possuem um sistema que evita a formação de vácuo. Esse sistema é usado, quando há pos- sibilidade de formação de mistura explosiva dentro do tanque, devido à pequena quantida- de de vapores de hidrocarbonetos. Normal- mente, esses tanques armazenam produtos não inflamáveis, que, no entanto, podem estar con- taminados por pequenas quantidades de hidro- carbonetos. 5.4.3 Agitador Dispositivo cuja finalidade é movimentar o produto, a fim de homogeneizar as misturas de petróleo, gasolinas, entre outras. Normal- mente, essa homogeneização é feita pela agi- tação do produto, por meio de uma hélice, acoplada a um eixo acionado por um motor elétrico. 5.4.4 Sistema de Aquecimento Utilizado para aumentar a fluidez de al- guns produtos de petróleo sujeitos a congela- mento, em condições de temperatura ambien- te. Esse aquecimento é feito através de serpen- tinas de vapor. 5.4.5 Isolamento Térmico Sua finalidade, é diminuir a perda de ca- lor nos tanques de produtos aquecidos. Nor- malmente, são isolados os tanques de asfalto e resíduos de vácuo, pois operam em alta tem- peratura. Raros são os tanques que utilizam isola- mento térmico externamente em função do alto custo do investimento e da manutenção dos mesmo. 5.4.6 Sistema de Medição Este sistema consta de uma bóia que flu- tua com o nível do produto, ao longo de dois fios que servem como guia. O centro da bóia é ligado a uma trena, que, após passar por uma série de roldanas, apresenta a leitura direta num visor colocado externamente no tanque. Os tanques da área de transferência e es- tocagem normalmente, são dotados do siste- ma de “TELEMETRIA”. Este sistema é o mais moderno e possibilita a leitura, à distância, do nível e da temperatura do produto. A medição deve ser feita com toda a pre- cisão, pois um erro de milímetros, pode repre- sentar uma diferença bastante significativa no volume. A aferição desses sistemas é feita por meio de trena, a prumo, que se faz descer manualmente através do tubo de medição. Nesse caso, usa-se uma pasta especial que acusará uma marca bem clara da interface água-hidrocarboneto. 5.5 Diques A finalidade do dique é conter um possí- vel vazamento grande, com ou sem incêndio, evitando dessa forma que se alastre para ou- tras áreas. Por norma de segurança, todos os tanques destinados a armazenar produto inflamável, tóxico ou químico são dotados de diques. O volume do dique tem que ser, no mínimo, igual ao do tanque. Anotações 34 Equipamentos Estáticos 6Torres 6.1 Finalidades Servem para separar ou absorver componen- tes de misturas homogêneas. A separação é feita por meio da destilação, daí o nome de torre de destilação. A absorção é feita em torres absorve- doras, com finalidade de separar produtos corro- sivos ou indesejáveis no produto final. Torres extrativas, retificadoras, fraciona- doras, etc. 6.2 Tipos Existem duas classes fundamentais de ti- pos de torres: – Torres de Pratos ou Bandejas; – Torres Recheadas. 6.2.1 Torre de Bandejas É composta de um casco cilíndrico vertical, com duas calotas, normalmente elipsoidais. No interior, são montadas as bandejas espaçadas umas das outras, em número variado de acordo com a função da torre (Figuras 6.1 e 6.2). A altu- ra e o diâmetro da torre são desterminadas em função do volume dos vapores e dos líquidos. Nas torres de destilação, o líquido entra lateralmente na parte inferior, os produtos va- porizados sobem através das bandejas e bor- bulham num nível de líquido que se forma em cada bandeja. O líquido por sua vez, após a formação do nível, escoa por vertedores laterais ou centrais, formando-se assim duas correntes, uma des- cendente de líquido e outra ascendente de va- por e gases (Figura 6.2). Assim sendo, numa torre de destilação, à medida que os vapores de hidrocarbonetos vão subindo, borbulham no meio líquido e se conden- sam a uma determinada pressão e temperatura. A temperatura do líquido varia ao longo de uma torre de destilação, diminuindo em direção ao topo da torre. Desta forma, as fra- ções de hidrocarbonetos mais pesados conden- sam-se nas bandejas do fundo, enquanto as frações mais leves, nas bandejas do topo. Vertedouro Líquido descendo Dowcomer Vapores Figura 6.1 – Esquema de uma Torre de Destilação Atmosférica. Nafta pesada Querosene Diesel leve Diesel pesado Resíduo atmosférico Cru pré vaporizado Figura 6.2 – Esquema de Funcionamento de uma Torre de Destilação. As retiradas laterais de produtos são pos- síveis, com a instalação de equipamentos in- ternos que podem ser panelas ou calhas cole- toras. Equipamentos Estáticos 35 Há diversos tipos de pratos ou bandejas, classificados quanto ao princípio de funcionamento em: 6.2.2 Bandejas com Borbulhadores As bandejas com borbulhadores consistem basicamente de uma chapa com furos, sobre os quais são montados os borbulhadores. O uso deste tipo é, atualmente, muito pouco encontrado, estando presente apenas em equipamentos, mais antigos (Figura 6.3). Figura 6.3 6.2.3 Bandejas Valvuladas Contêm furos nos quais são colocadas as válvulas (Figura 6.4), cuja abertura varia com o fluxo de vapor, de maneira a não permitir vazamentos de líquidos. Seu uso é cada vez maior devido ao baixo custo e alto rendimento. Figura 6.4 – Borbulhador Tipo Válvula. O líquido que cai do prato superior forma nível na bandeja inferior, determinado pela al- tura do vertedor. O parâmetro altura do líqui- do é fundamental para que os vapores ascen- dentes possam borbulhar, caso contrário pas- sariam direto pela válvula e o produto mais pesado não condensaria (Figura 6.4). Válvula fechada Válvula aberta Figura 6.5 – Esquema de Bandeja Valvulada. Figura 6.6 – Bandeja Perfurada. Prato Vertedor Bobulhador Massa Aerada Vertedoro Válvula Líquido Vapor Orifícios 6.2.4 Bandejas Perfuradas 36 Equipamentos Estáticos 6.2.5 Bandejas Gradeadas São encontradas nas torres de extração lí- quido-líquido em contra-corrente. Extração líquido-líquido é a denominação empregada para qualquer operação em que um composto, dissolvido em uma fase líquida, é transferido para um outra fase também líquida. A unidade de desasfaltação a propano da Repar por exemplo utiliza torres extratoras gra- deadas para extrair gasóleo (soluto) do resí- duo de vácuo (solução), utilizando propano lí- quido como solvente (Figura 6.7) As bandejas gradeadas, constituídas por células de formato hexagonal, são arranjadas de modo a proporcionarem o máximo de con- tato, entre a carga e o solvente. Figura 6.7 – Esquema de uma Torre Extratora. 6.2.6 Panelas São dispositivos instalados nas torres com a finalidade de remover frações líquidas ao longo da torre de destilação. Estas retiradas podem ser parciais ou totais, para tanto os dis- positivos são diferentes: a) Panela de Retirada Total Dá-se este nome quando o líquido da pa- nela não transborda para a bandeja inferior. Usa-se normalmente para retiradas de líqui- dos com função de refluxo, quando o volume circulante é muito grande (Figura 6.8). Vapor Figura 6.8 – Panela de Retirada Total. b) Panela de Retirada Parcial Dá-se esse nome quando o líquido da panela transborda para a bandeja inferior. (Figura 6.9) Figura 6.9 – Panela de Retirada Parcial. 6.3 Torres Recheadas São torres que contêm elementos de di- versas formas ou recheios ao invés de bande- jas, cuja finalidade é prover uma grade área que, em operação, funciona como superfície de contato entre líquido e vapor. Da mesma forma que nas torres de bande- jas, os vapores são ascendentes e o líquido descendente. Este tipo de torre é utilizado para absor- ver, por exemplo, frações de H2S contidas nas correntes de gases. Faz-se uma contra-corren- te na torre, com dietanolamina (DEA). Este Gasóleo (ODES) + Solvente Vapor condensado Resíduo de vácuo Solvente Asfalto Equipamentos Estáticos 37 líquido, ao descer, absorve o H2S contido no gás. Dessa forma, sai, no topo, o gás isento de H2S e, no fundo da torre, sai a DEA rica em H2S (Figura 6.10). Nos últimos anos, as refinarias têm subs- tituído regiões com bandejas nas torres de vá- cuo, por leitos recheados, com a finalidade de reduzir a queda de pressão e aumentar, conse- qüentemente, o rendimento do processo. 6.3.2 Suporte de Recheio O suporte de recheio deve ser robusto, a fim de resistir ao peso do mesmo e aos esfor- ços resultantes da circulação dos processos durante a operação. Entretanto, deve ter tam- bém uma grande área livre para permitir a pas- sagem do líquido, sem causar inundação da torre. Os tipos mais usados, são: a) Grades de aço e b) Placas de aço perfuradas (Figura 6.12). Figura 6.10 – Esquema de uma Torre Recheada. 6.3.1 Recheios Um bom recheio, deve possuir as seguin- tes características: – Apresentar grande superfície interfacial, entre líquido e vapor; – Ser quimicamente inerte para os flui- dos processados; – Possuir boa resistência mecânica, a fim de evitar quebras; – Ser de baixo custo. Os recheios mais comumente usados são: Figura 6.11 a) Anéis de Rashig b) Cela de Intalox c) Anéis Vazados d) Anéis Pall-Ring Figura 6.12 – Suporte de recheio. Gás isento de H2S DEA Gás + H2S DEA rica em H2S Figura 6.11a Figura 6.11b Figura 6.11c Figura 6.11d 38 Equipamentos Estáticos 7Fornos 7.1 Utilização (dos fornos nas plantas de processo de petróleo) Nas refinarias de petróleos e indústrias petroquímicas, os fornos tubulares são incor- porados ao processo com a finalidade de for- necer calor, produzido pela queima de com- bustíveis e transmitindo-o por radiação, con- vecção e condução ao fluido, que circula numa serpentina de tubos. Os fornos são equipamentos de grande im- portância nas plantas de processo, pois a utiliza- ção de chama proveniente da queima de com- bustíveis é ainda a melhor maneira de se aque- cer grandes vazões de fluidos a altas temperatu- ras, ou fornecer calor para reações químicas. No primeiro caso, são denominados simplesmente “fornos” e, no segundo, “fornos reatores”. Em uma unidade de destilação, os fornos de aquecimento representam cerca de 20% do investimento total e, no caso dos fornos reato- res, esta parcela é bem maior, pois constituem- se em um dos principais equipamentos destas unidades. Cabe destacar a necessidade, cada vez mais acentuada, de melhor se conhecer os for- nos, tendo em vista os crescentes custos dos óleos combustíveis, consumidos pelos fornos e ainda a de se manter a operação segura dos mesmos. Observa-se, ainda, que de toda a energia consumida por uma unidade média, 75 a 80% é obtido por meio de queima de derivados com- bustíveis nos fornos e caldeiras. 7.2 Características gerais dos fornos O forno tubular é um equipamento proje- tado para transferir um fluxo de calor, de tal forma que se forem mantidas constantes a va- zão e a temperatura de entrada, também será constante a temperatura de saída. É necessário gerar no forno, uma quanti- dade de calor que supra o processo e compen- se também as perdas. Este calor é gerado pela queima de uma quantidade suficiente de com- bustíveis através dos maçaricos instalados, normalmente, na base ou nas paredes laterais da câmara de combustão do forno ou zona de radiação. Os tubos são, geralmente, colocados próximo às paredes laterais e ao teto da câma- ra de combustão, onde o calor é principalmente transferido por radiação são também coloca- das em outra região chamada de “câmara ou zona de convecção”, onde o calor é principal- mente transferido por convecção. O ar necessário à combustão pode ser ad- mitido no forno pela depressão (pressão nega- tiva) reinante na câmara de combustão, devi- do à tiragem feita pela chaminé, ou através e ventiladores de tiragem forçada, quando o for- no é dotado de pré-aquecimento de ar. A capacidade ou tamanho de um forno é traduzida pela carga térmica total que deve ser absorvida pelo (s) fluido (s). A grande maio- ria dos fornos situam-se na faixa de 10 a 350 milhões de Btu/h (2,5 a 90 x 106 kcal/h). 7.3 Classificação geral dos fornos 7.3.1 Quanto à utilização Fornos de Aquecimento Pré-aquecedores de carga de torres fracio- nadas Os fornos deste tipo são bastante comuns em unidades de processos. Típicos são os for- nos das torres de destilação atmosférica e a vácuo. A carga usualmente líquida é pré-aquecida em trocadores de calor, a fim de se obter o melhor rendimento térmico da unidade, sain- do do forno parcialmente vaporizada. Refervedores de torres fracionadas O fluido sai do fundo da torre de destila- ção, circula pelo forno e retorna, à torre, parcial- mente vaporizado e ligeiramente aquecido. Equipamentos Estáticos 39 Refervedores são encontrados em refina- rias de petróleo, por exemplo, nas torres de pré-flash. Aquecedores de carga de reatores Os fornos deste tipo têm como objetivo ele- var a temperatura da carga ao nível necessário para ocorrer a reação química em um reator a jusante do forno. Neste caso, enquadram-se, por exemplo, os fornos existentes em unidades de reforma catalítica, hidrocraqueamento e planta de pro- dução de estireno. As condições de entrada e saída do forno variam muito, dependendo da aplicação. 7.4 Fornos Reatores Nesta categoria de fornos, estão aqueles em cujas serpentinas ocorrem reações químicas. Geralmente, estes fornos são especialmen- te projetados em função de cada aplicação e seus projetistas procuram patenteá-los. Cons- tituem-se em equipamentos de alto custo e tec- nologia sofisticada. 7.4.1 Reformadores para unidades de hidrogênio e amônia A carga, geralmente, gás natural ou nafta, reage com vapor d’água, nos tubos do refor- mador, produzindo hidrogênio, monóxido de carbono e dióxido de carbono. Geralmente, são fornos tipo caixa com tubos verticais cheios de catalisador. Um pro- jetista usa, para estes reformadores, pressões na ordem de 500 psig (36 kgf/cm2) e tempera- tura de saída de 1.500 °F (815°C). 7.4.2 Fornos de pirólise A carga consiste em hidrocarbonetos sa- turados principalmente, que são aquecidos a altas temperaturas e baixas pressões produzin- do hidrocarbonetos insaturados como etileno, propileno, butadieno, etc. As reações ocorrem em presença de vapor d’água. Estes fornos são geralmente do tipo cai- xa. As temperaturas de saída são da ordem de1.600°F (870°C), enquanto a pressão cor- responde a cerca de 50 psig (4.5 kgf/cm2 abs.) 7.4.3 Quanto ao aspecto construtivo A padronização dos projetos de fornos é muito difícil devido à diversidade de apli- cação requerida, o que acarreta a necessida- de de se projetar cada forno para cada aplicação (Alguns projetistas possuem projetos “standards” para fornos radiantes de carga térmica até 10 x 103 Btu/h). Devido a isto, há muitas variações no “layout”, no projeto e no aspecto construtivo dos fornos. A principal classificação dos fornos tubu- lares é baseada na posição dos tubos na seção de radiação ou na forma da carcaça metálica externa, dando origem a fornos verticais ou horizontais. Os fornos verticais exigem me- nor área para construção e, em geral, levam a um menor investimento. 7.4.4 Cilindro vertical sem seção de convecção (Figura 7.1) Neste tipo de forno, os tubos são posicio- nados verticalmente ao longo da câmara de combustão de formato cilíndrico. Os queima- dores são posicionados no piso do forno. São fornos de baixa eficiência, baixo cus- to, com cargas térmicas típicas na faixa de até a 20 x 106 Btu/h (5,0 x 106 kcal/h). Atualmente, estes fornos têm pequena aplicação devido a sua baixa eficiência con- trapondo-se aos altos preços do petróleo. No entanto, podem ser utilizados em serviços de operação esporádica, como fornos de partida. O termo “all radiant”, também emprega- do para este tipo de forno, não é adequado, pois, embora o forno só possua zona de radia- ção, parte do calor total absorvido deve-se ao mecanismo de convecção, uma vez que o es- coamento dos gases de combustão provoca as correntes de convecção, principalmente na re- gião entre os tubos e a parede de refratários. Figura 7.1 40 Equipamentos Estáticos 7.4.5 Cilíndrico vertical com seção de convecção horizontal (Figura 7.2) Estes fornos possuem as seções de radia- ção e convecção. Na seção de radiação, os tu- bos são dispostos verticalmente ao longo da câmara de combustão, e, na seção de convec- ção, os tubos são arranjados horizontalmente e posicionados acima da câmara de combus- tão. Esta configuração permite um projeto eco- nômico e altamente eficiente, com um míni- mo de área de construção. As cargas térmicas típicas são de 10 a 200 x 106 Btu/h (2,5 a 50 x 106 kcal/h). Figura 7.2 7.4.6 Tipo de cabine com tubos horizontais (Figura 7.3) Nesta classe, enquadram-se a grande quan- tidade de fornos de aquecimento da atualidade. Os tubos são arranjados horizontalmente tan- to na câmara de combustão, quanto no teto in- clinado e na zona de convecção. Os queimadores podem ser colocados no piso ou nas paredes verticais não cobertas pe- los tubos. Este é um projeto econômico, com alta eficiência e bastante comum em unidades de processos, principalmente na destilação de petróleo. As cargas térmicas típicas variam de 10 a 200 x 106 Btu/h (2,5 50 x 106 kcal/h). Figura 7.3 7.4.7 Tipo Caixa com câmara de Combustão Independente (Figura 7.4) Os tubos da zona de radiação são arranja- dos horizontalmente ao longo da paredes late- rais e dos tetos das duas câmaras de combus- tão. A zona de convecção fica situada na parte superior, com os tubos também na posição ho- rizontal. A parede divisória permite um controle de combustão, independente das câmaras. Os quei- madores são posicionados no piso do forno. É também um projeto econômico e com alta eficiência, que envolve cargas térmicas típicas de 100 a 250 x 106 Btu/h (25 a 65 x 106 kcal/h). Figura 7.4. Equipamentos Estáticos 41 7.4.8 Tipo Caixa com Queimadores nas Paredes (Figura 7.5) Os tubos de zona de radiação são arranja- dos horizontalmente ao longo das paredes la- terais do teto da câmara de combustão. Os tu- bos da zona de convecção são também hori- zontais e posicionados acima da câmara de combustão. Os queimadores são montados nas paredes laterais não cobertas pelos tubos. As cargas tér- micas típicas estão entre 5 e 50 x 106 Btu/h (de 1,25 a 12,5 x 106 kcal/h). Figura 7.5 Figura 7.6 7.5 Estrutura e carcaça metálica Obviamente, a finalidade da estrutura metálica de um forno é a de sustentar o peso do forno e, ainda, os esforços devido aos ven- tos. Os suportes dos tubos apoiam-se direta- mente nas vigas. Observa-se que a estrutura não está sujei- ta às altas temperaturas dos gases de combus- tão, pois está colocada externamente aos re- fratários. As chapas que formam a carcaça metálica apóiam-se na estrutura e servem para susten- tar os refratários (quando forem de fibra ce- râmica ou concreto refratário) e garantir a estanqueidade do forno, não permitido a entra- da do ar. Geralmente, são chapas de aço carbo- no 3/16"ou 1/4". 7.6 Refratários Têm as seguintes finalidades: a) Isolar a câmara de combustão dos ele- mentos estruturais; b) Irradiar o calor não absorvido pelos tu- bos para dentro da câmara; c) Evitar perdas de calor para o exterior; d) Evitar que os gases de combustão, que contêm compostos de enxofre, atinjam as chapas da carcaça metálica onde se condensariam formando ácidos corro- sivos. Como facilmente pode-se deduzir, os ma- teriais refratários empregados em um forno devem ter: a) Capacidade de resistir a altas tempera- turas; 7.4.9 Tipo Cabine com Altar (Figura 7.6) Fornos iguais ao item n.º 7.4.6, porém possuem uma parede divisória de refratári- os (altar), que separa a câmara de combus- tão em duas células independentes, e per- mite, assim, melhorar a distribuição de ca- lor ao longo da altura da câmara de com- bustão, bem como controlar individualmente cada célula. Os queimadores podem ser colocados nas paredes ou no piso, sempre inclinados para o altar. As cargas térmicas típicas variam de 20 a 100 x 106 Btu/h (5 a 25 x 106 kcal/h). 42 Equipamentos Estáticos b) Resistência mecânica elevada; c) Resistência a erosão; d) Resistência a ataques químicos de áci- dos, bases, metais, etc., que podem ser encontrados nos gases de combustão de óleos combustíveis. Os principais tipos de materiais refratários e isolantes são: – tijolos refratários; – concretos refratários; – fibras cerâmicas. 7.7 Tubos 7.7.1 Tubos de radiação Os tubos da seção de radiação são sempre lisos, pois a utilização de tubos aletados em uma seção em que as taxas de calor são muito elevadas provocaria a formação de pontos quentes nos tubos e acarretaria a falha prema- tura do material. O diâmetro varia de 2" a 8", entretanto 4" corresponde ao diâmetro nominal que, geral- mente, leva à configuração mais econômica. O comprimento usual é de 10 a 20 m para os fornos com tubos horizontais. 7.7.2 Tubos de Convecção Geralmente são aletados ou pinados, com a finalidade de se aumentar o coeficiente de troca de calor externo aos tubos. No Brasil, devido à utilização de óleos combustíveis pe- sados, a escolha recai nos tubos pinados, que apresentam menor tendência a reter cinzas em relação aos aletados. As duas primeiras filas de tubos de con- vecção são sempre lisas, por estarem sujeitas, também, à troca de calor por radiação. Os tubos que formam estas duas primei- ras filas são denominados de “tubos de prote- ção” ou tubos escudos. Os diâmetros dos tubos de convecção são, geralmente, menores que os de radiação. Quanto ao arranjo, deve-se observar que, enquanto na radiação, procura-se espaçar os tubos para obter uma boa distribuição do ca- lor; na convecção, procura-se aproximar os tubos, de maneira a obter uma alta velocidade dos gases e, portanto, uma boa troca de calor. 7.8 Curvas e cabeçote de retorno A utilização de cabeçotes de retorno mandri- lados, tem como finalidade a aplicação de limpeza mecânica interna aos tubos dos fornos com flui- dos sujeitos ao craqueamento. A limpeza através de vapor d’água e ar, permite usar curvas de retorno, de custo bem mais baixo que o cabeçote. Estas curvas de retorno são colocadas às extremidades dos tubos. A utilização de cabeçotes de retorno re- quer que estes sejam instalados externamente à câmara de combustão, para evitar altos flu- xos de calor. A caixa que contém os cabeçotes é denominada caixa de cabeçotes. Quando se utiliza curva de retorno, estas podem locali- zar-se dentro da câmara. Na seção de convecção, utilizando cabe- çotes ou curvas de retorno, recomenda-se usá- los externos à câmara, em caixas de cabeço- tes. Quando colocados inteiramente, favore- cem a formação de caminhos preferenciais para os gases de combustão. Os raios das curvas de retorno são geral- mente escolhidos de tal forma, que a distância centro a centro dos tubos seja de dois diâme- tros nominais. 7.9 Suportes dos tubos São projetados para suportar: os pesos dos tubos e fluido, os esforços de atrito devido à dilatação térmica e do ∆T (gradiente de tem- peratura) ao longo de sua altura. Usualmente, são colocados espaçados em, no máximo, 35 diâmetros nominais ou 6 m. Fabricados a partir de materiais nobres, tais como ligas contendo 25% de Cr, e 20% Ni, ou ainda, ligas com 50% de Cr e 50% de Ni. Observa-se que os suportes não recebem qualquer resfriamento, como ocorre nos tu- bos que são “resfriados” pelo fluido em es- coamento. As serpentinas verticais são simplesmen- te suportadas pelo topo e guiadas por pinos soldados às curvas de retorno ao fundo. 7.10 Queimadores As funções dos queimadores são: liberar combustíveis e ar para a câmara de combus- tão; promover a mistura do combustível com o ar; dar condições para a contínua queima da mistura combustível-ar e, no caso de combus- tíveis líquidos, atomizar e vaporizar o com- bustível. Equipamentos Estáticos 43 7.11 Chaminé e abafadores A Chaminé tem como finalidades: – Lançar os gases de combustão a uma altura tal, que provoque a dispersão dos mesmos, minimizando a poluição. – Fornecer a tiragem necessária, isto é, permitir que, por diferença de densida- des, os gases, ao subirem, succionem o ar para a combustão. – Manter todo o forno em pressões leve- mente negativas, a fim de evitar fugas de gases pelas paredes, o que poderia aquecer a estrutura do forno. A função do abafador da chaminé é ajus- tar o perfil de tiragem do forno, controlando a tiragem na região diretamente abaixo da se- ção de convecção do forno. Os abafadores podem ser de folha única ou de folhas múltiplas, quando a chaminé ti- ver grandes diâmetros. São operados manual- mente do solo, através de cabos. Em caso de grandes abafadores, é possível manuseá-los com operadores pneumáticos. 7.12 Sopradores de fuligem / ramonadores Os gases de combustão de óleo combustí- vel, ao passarem pela região de convecção, geralmente formada por tubos pinados, tendem a formar depósitos que prejudicam notavel- mente a transferência de calor. Os principais constituintes destes depósitos são: enxofre, vanádio, sódio e cinzas, Destes constituintes, as cinzas são os principais responsáveis pela alta taxa de deposição. O método mais usual de se remover, em operação, estes depósitos é o emprego de ja- tos de vapor d’água sobre a superfície dos tu- bos, através do uso de sopradores de fuligem. Anotações 44 Equipamentos Estáticos 8Caldeiras 8.1 Considerações gerais Na acepção ampla, caldeira é um troca- dor de calor que tem por finalidade a produ- ção de vapor a partir de um fluido vaporizante e energia térmica. A energia térmica pode ser obtida através da queima de um combustível sólido, líquido ou gasoso ou por intermédio de resistências elétricas. As usinas termonu- cleares utilizam a fissão do urânio 235. No presente material, serão abordados apenas os geradores de vapor de água, dora- vante derivados de caldeiras. Em termos práticos, a geração de vapor é obtida através dos geradores de vapor propri- amente ditos (caldeiras) e pelo aproveitamen- to de calor residual desenvolvido em alguns tipos de processos, como é o caso das refinarias de petróleo. 8.2 Classificação das caldeiras As caldeiras podem ser classificadas con- forme qualquer das características seguintes: uso, pressão de serviço, fonte de aquecimen- to, conteúdo nos tubos, tipo de fornalha, prin- cípio de funcionamento, etc. Existem duas classes de geradores de va- por bem definidas: – Flamotubulares (tubos de fogo) e – Aquatubulares (tubos de água). 8.2.1 Caldeiras Flamotubulares São aquelas em que os gases quentes pro- venientes da combustão passam no interior dos tubos, ficando externamente aos tubos a água, como mostra a Figura 8.1. Figura 8.1. Gases quentes Tubo Água vaporizada Existem vários tipos de caldeiras Flamo- tubulares, dentre as quais são destacadas a vertical (Figura 8.2) e a horizontal (Figura 8.3). Figura 8.2 – Caldeira Flamotubular Vertical. Figura 8.3 – Caldeira Flamotubular Horizontal. As caldeiras flamotubulares apresentam vantagens tais como: – construção fácil, com relativamente poucos custos; – são bastante robustas; – não exigem tratamento de água muito cuidadoso; – exigem pouca alvenaria. Como desvantagens das caldeiras flamo- tubulares, podem ser levantados os seguintes aspectos: – pressão limitada: máximo até 15 atm, devido à espessura da chapa dos corpos cilíndricos crescer com o diâmetro; – partida lenta, em função do grande vo- lume de água; – pequena taxa de vaporização (produção de vapor por unidade de superfície de aquecimento); Chaminé Damper (controle de tiragem) Vapor saturado Nível Tubos de fogo Fornalha Alim. de água Saída de vapor Chaminé Tubos de fogo Nível Fornalha Equipamentos Estáticos 45 – circulação deficiente de água; – oferecem dificuldades para instalação de superaquecedores economizadores e pré-aquecedores de ar; – pequena capacidade. O uso das caldeiras flamotubulares é bas- tante restrito (em pequenas indústrias, hospi- tais, hotéis, para aquecimento interno, etc.). 8.2.2 Caldeiras Aquotubulares São aquelas em que as chamas e os gases de combustão envolvem os tubos, circulando água internamente nos tubos, conforme ilus- tra o esquema da Figura 8.4. Figura 8.4. As caldeiras aquotubulares são usadas nos modernos projetos industriais, pois podem pro- duzir grandes quantidades de vapor a eleva- das temperaturas. A produção de vapor neste tipo de caldeira atinge até 750 ton/h, a pressões da ordem de 200 t. 8.2.3 Classificação quanto à tiragem – Tiragem natural: O fluxo de gases (ti- ragem) é conseguido unicamente pela ação da chaminé devido à diferença de densidades ao longo da mesma, provo- cada pela diferença de temperatura dos gases de combustão. – Tiragem mecânica forçada: O fluxo dos gases é obtido através da instalação de um ventilador na linha de ar de com- bustão, forçando-o a entrar na câmara de combustão. A pressão na câmara de combustão deste tipo de equipamento normalmente é positiva. – Tiragem mecânica induzida: O fluxo dos gases é obtido através da instala- ção de um ventilador na saída dos ga- ses, induzindo, assim, os gases a per- correr o gerador de vapor. – Tiragem mecânica balanceada: Insta- lam-se dois ventiladores, o de tiragem forçada vence as perdas de carga até a entrada da câmara de combustão, e o de tiragem induzida vence o restante das perdas de cargas. 8.2.4 Classificação quanto à circulação – Circulação natural: a circulação de água através dos elementos tubulares é conseguida pela diferença de densida- des existente entre os tubos geradores de vapor (“Risers”) “A” e os tubos economizadores (não vaporizantes ou “DOWN COMERS”) “B”, conforme ilustrado nas Figuras 8.5. e 8.7. Figura 8.5 – Circulação natural. – Circulação forçada: A circulação de água é conseguida pela instalação de uma bomba no circuito. São normal- mente caldeiras de alta pressão, devi- do a pequenas diferenças entre a den- sidade do vapor saturado e do líquido saturado, dificultando a circulação na- tural. Figura 8.6 – Circulação forçada. 8.3 Elementos principais de uma caldeira Uma caldeira, é, normalmente, constituí- da dos seguintes elementos principais: Figu- ras 8.5; 8.6; 8.7; 8.8. 8.3.1 Tubulão de vapor Tambor localizado na parte superior da caldeira, onde água e vapor saturado estão em equilíbrio, na temperatura de saturação corres- pondente à pressão do mesmo. Saída de vapor Água Água + vapor Maçaricos Gases de combustão Nível de água Vapor + água A B Calor Tambor de vapor Vapor Só água Tambor de água; ou de lama Descarga Só água Convecção EconomizadorEntrada Saída Radiação Bomba 46 Equipamentos Estáticos 8.3.2 Tubulão de água Localizado na parte inferior da caldeira cheio d´água, normalmente, em dimensões me- nores do que o anterior. 8.3.3 Feixe convectivo É um feixe de tubos interligando os tam- bores de vapor e de água. A troca de calor com os gases quentes dá-se por convecção. 8.4 Paredes de água São paredes formadas por tubos, interli- gando os tambores de água e de vapor. As pa- redes de água (laterais, frontais, teto e fundo) geram um espaço vazio denominado “Câma- ra de Combustão”. Os itens de 3.1 até 3.4 cons- tituem a caldeira propriamente dita, que é a parte responsável pela produção de vapor saturado. 8.5 Superaquecedores 8.5.1 Generalidades Os equipamentos de acionamento a vapor são projetados para operar com vapor supera- quecido. Para se conseguir vapores com estas características, são usados os superaquecedo- res, aparelhos destinados a elevar a tempera- tura do vapor saturado sem aumentar, no en- tanto, sua pressão. As vantagens do uso do vapor superaque- cido são basicamente duas: a primeira, é me- ramente contar com maior disponibilidade de energia, e a segunda, a mais importante, é o aumento de rendimento das turbinas, devido, principalmente ao maior salto entálpico dis- ponível. O total de ganhos de calor ou energia, com vapor superaquecido é de aproximadamente 3% para cada 60°C de superaquecimento. O superaquecedor consiste em dois cole- tores, um de entrada e um de saída, ligados por um feixe tubular reto ou curvo, localizado perto ou logo acima dos espaços ocupados pelos elementos geradores de calor. Apesar dos vários tipos existentes, todos utilizam, como fonte de calor, os gases de com- bustão. O superaquecedor é um aparelho a que se deve dispensar cuidados especiais, a fim de que não se danifique. Por isso, deve ser protegido do calor excessivo da fornalha. Uma das prote- ções oferecidas ao superaquecedor é a “cortina d’água”, que é constituída por parte do feixe tubular da caldeira, que fica situado entre a for- nalha e o superaquecedor. Mas apenas a “corti- na d’água” não é proteção suficiente para o supe- raquecedor no acendimento das caldeiras. Na partida durante o acendimento de caldeiras com superaquecedores, a queima ini- cial deve ser baixa até que haja vaporização e conseqüentemente a circulação do vapor atra- vés do superaquecedor. A partir desse momen- to, pode-se elevar o grau de combustão grada- tivamente, obedecendo a uma curva de aque- cimento, fornecida pelo fabricante, até atingir a pressão de trabalho. 8.5.2 Tipos a) Quanto à ligação ao gerador de vapor, os superaquecedores podem ser inte- grais, quando integrantes de caldeira, ou independentes, quando a fonte de calor é proveniente de uma fornalha independente. b) Quanto à transferência de calor, podem ser classificados em de radiação ou de convecção. Nos de radiação, a superfí- cie do superaquecimento fica exposta diretamente às chamas, enquanto que os de convecção são protegidos pela cortina d’água, e a transferência de ca- lor ocorre quando só gases passam pela superfície de superaquecimento. Saída Tambor de vapor Parede de água Tambor de água Água Mistura vapor + água Vapor saturado Vapor superaquecido Figura 8.7 – Diagrama de circulação. Equipamentos Estáticos 47 8.5.3 Fatores de influência operacional Além dos fatores construtivos, como lo- calização e tipo de superaquecedor, uma série de fatores operacionais influenciam no grau de superaquecimento do vapor: – excesso de ar; – temperatura da água de alimentação; – taxa de vaporização; – título do vapor; – número de equipamentos auxiliares consumidores de vapor saturado. Quanto maior for o excesso de ar, mais elevado será o grau de superaquecimento, pois o excesso de ar reduz o calor e aumenta a ve- locidade dos gases na fornalha. Diminuindo a vaporização, aumenta o calor disponível por unidade de massa de vapor no superaquecedor de convecção. Um aumento na temperatura de alimenta- ção, para o mesmo consumo do combustível, irá diminuir o superaquecimento, pois aumen- tará a taxa de vaporização, aumentando o vo- lume de vapor no superaquecedor, para a mes- ma quantidade de calor disponível. Qualquer umidade que acompanhe o va- por saturado ao superaquecedor provoca osci- lação no grau de superaquecimento; se por uma circunstância qualquer, houver um arraste para o superaquecedor, diminuirá o título do vapor, com conseqüente redução de superaquecimento. 8.6 Pré-aquecedores 8.6.1 Generalidades Pré-aquecedores são aparelhos destinados a aproveitar o calor dos gases de combustão para aquecer o ar necessário para combustão. A instalação ou não de um pré-aquecedor e o seu dimensionamento dependem de fato- res econômicos e de engenharia. Os fatores econômicos mais importantes são: – custo original do equipamento; – custos de operação e – custos de manutenção. Os fatores de engenharia envolvidos são: – espaço; – características do combustível e – temperaturas desejadas para a entrada de ar e a saída do gás. Com os combustíveis comuns, em iguais condições de fornalha, a eficiência de uma caldeira como um todo aumenta de cerca de 2,5% para cada 50°C de queda na temperatura de saída do gás. O pré-aquecedor que aquece o ar para tem- peraturas acima de 150°C proporciona uma economia de 5 a 10% de combustível. O pré-aquecedor de ar acelera a combus- tão em todas as cargas, melhora a combustão em baixas cargas e aumenta a eficiência. 8.6.2 Classificação Os pré-aquecedores podem ser classifi- cados, de acordo com o princípio de sua ope- ração, em: a) recuperativos e b) regenerativos. Nos pré-aquecedores recuperativos, o ca- lor proveniente do gás de combustão é trans- ferido para o ar através de uma superfície me- tálica. Nos pré-aquecedores do tipo regenerati- vo, o calor é transferido do tipo Ljungstron é um dos mais representativos. É constituído de um envólucro metálico isolado, no interior do qual gira um rotor inteiramente metálico, di- vidido em compartimentos (Figura 8.8). Figura 8.8 – Pré-aquecedor do tipo regenerativo. 8.6.3 Corrosão O pré-aquecedor é o elemento que utili- za o calor do gás, após a sua passagem pela fornalha, superaquecedor e economizador, onde, portanto, a temperatura já é mais baixa. Como conseqüência, problemas como corro- são dos tubos, depósito de fuligem e cinzas nas superfícies de troca podem ocorrer. Furos de tubos, nos pré-aquecedores de recuperação, podem exigir um consumo extra de energia pelos ventiladores. 8.7 Economizadores O economizador é o aparelho que tem a finalidade de absorver o calor sensível dos gases de combustão, para aquecer a água de alimentação de caldeiras. Assim, os gases, já com temperaturas mais baixas que na forna- lha, cedem mais calor, resultando maior eco- nomia para o sistema. 48 Equipamentos Estáticos Internamente, os economizadores (no caso de não ter havido eliminação dos gases) estão sujeitos à corrosão, devido ao oxigênio dis- solvido e ao baixo valor de pH. Como a corrosão é muito menor na faixa de pH alcalino, é conveniente, muitas vezes, corrigir o pH da água de alimentação para 8 ou 9. Externamente, devido à baixa temperatu- ra da água de alimentação, os tubos do econo- mizador podem provocar a condensação da umidade dos gases de combustão, acelerando a corrosão. Quando isto acontece na presença de produtos de combustão de enxofre, a taxa de corrosão aumenta, à medida que a tempe- ratura for reduzida. À medida que o teor de enxofre aumenta, o ponto de orvalho do gás também aumenta, agravando assim as condições de corrosão. Experiências mostram que a taxa de cor- rosão ácida pode ser reduzida a limites segu- ros mantendo a temperatura da água de ali- mentação acima de certos valores mínimos. Figura 8.9 – Componentes principais de gerador de vapor. 8.8 Queimador É o conjunto de elementos com função de suprir o calor excessivo à geração de vapor, através da queima de combustíveis. Pode ser dividido em “queimador” pro- priamente dito e “distribuidor de ar”. 8.8.1 Queimador É o equipamento que prepara o combus- tível a ser queimado na caldeira. Existem queimadores de óleo combustí- vel, queimadores de gás combustível e quei- madores de CO (monóxido de carbono); Dentre estes, destacam-se os queimado- res de óleo combustível. 8.8.2 Distribuidor de ar O maçarico é o elemento que se destina a receber o óleo e atomizá-lo para o interior da fornalha. Consta da peça de ligação, onde pe- netram o óleo e o vapor; do corpo; que conduz o óleo e o agente pulverizador; e do bico ou pulverizador, colocado no corpo, na extremi- dade oposta à peça de ligação. A pulverização é conseguia com o auxílio de um agente pulverizador, que pode gerar comprimido, vapor d’água ou mecanismos de pulverização mecânica. Em suma, as finalidades do queimador são: – pulverizar o combustível; – misturar intimamente o óleo, já em né- voa, com o ar; – manter as proporções entre o ar e o óleo. 8.8.3 Queimador de óleo combustível É provido de “DAMPER” ou “Registro” que regulam a entrada do ar fornecido do com- bustível através do Soparador de ar. 8.9 Ramonador (ou soprador de fuligem) Durante a operação normal da caldeira, verificam-se depósitos de fuligem nos tubos, resultantes da queima do combustível. Esta fuligem tem de ser retirada, pois atua como um isolante. Em vista disso, são instalados nas caldeiras, entre as fileiras de tubos, aparelhos destinados a limpar, periodicamente, o lado de fogo das caldeiras, removendo os depósitos de fuligem. Esta limpeza deve ser efetuada duas vezes por dia, no mínimo antes de qualquer parada da caldeira e sempre com a caldeira em operação, com cargas elevadas (para evitar explosões no percurso dos gases). O romonador é constituído, basicamen- te, de um tubo perfurado, ligado a uma rede de vapor (Figura 8.10). Figura 8.10 – Soprador de fuligem. Maçaricos Alimentação de água Ar Vapor saturado 2 1 5 3 1 6 8 7 (1) Tambor de vapor (2) Tambor de lama (3) Feixe tubular (4) Fornalha (5) Superaquecedor (6) Economizador (7) Pré-aquecedor de ar (8) Chaminé Equipamentos Estáticos 49 8.10 Internos do Tubulão 8.10.1 Separadores de vapor São legítimos filtros de vapor, constituí- dos de chapas corrugadas, dispostas ao longo da tubulação, por onde o vapor saturado deve passar, antes de atingir as canalizações que o levarão ao coletor de entrada do superaquece- dor. Têm a finalidade de reter as partículas lí- quidas ou sólidas arrastadas pelo vapor. 8.10.2 Ciclones São dispositivos destinados a produzir um retardamento temporário ao escoamento de um fluido, fazendo-o mudar de direção; em com- binação com defletores de vapor do tipo “pla- ca”, orientam os fluxos de vapor e da água. Observar os internos das figuras 8.11.a e 8.11.b. Vapor + água Água Vapor saturado Vapor + água Vapor saturado Figura 8.11.a – Acessórios internos do tambor de vapor. Vapor saturado Vapor + água Vapor + água Vapor saturado Figura 8.11.b – Acessórios internos do tambor de vapor. 8.11 Válvulas 8.11.1 Válvulas de Bloqueio São válvulas colocadas em linha de água, combustível, ar e vapor, com a finalidade ex- clusiva de isolamento do sistema. 8.11.2 Válvula de Retenção Colocadas nas diversas linhas, com a fi- nalidade de evitar o retorno do fluxo. 8.11.3 Válvulas de Controle Colocadas nas várias linhas com a finali- dade de controlar o fluxo, quer automática, quer manualmente. 8.11.4 Válvulas de Segurança São dispositivos que se destinam a des- carregar, automaticamente, para a atmosfera, parte do vapor, quando a pressão na caldeira atingir certo limite, prevenido, assim, a cria- ção de qualquer situação de insegurança. Das válvulas de segurança, exigem-se cer- tos requisitos, tais como: – abrir e fechar a pressões determinadas; – abrir e fechar rapidamente sem trepi- dação e – vedar perfeitamente, quando fechada. As válvulas de segurança estão colocadas no superaquecedor e tubulão superior, deven- do abrir numa seqüência pré-determinada. 8.11.5 Válvulas de purga de superfície Instaladas numa tubulação, próxima ao nível de água no tubulão superior, destinam- se a retirar, constantemente, uma quantidade de água “concentrada”, a fim de manter a con- centração de sais solúveis e de materiais em suspensão. 50 Equipamentos Estáticos 8.11.6 Válvulas de purga de fundo Instaladas em tubos ligados aos tubulões inferiores e aos coletores, destinadas a reduzir as quantidades de sólidos e sais, que se depo- sitam em forma de lama, no fundo das caldeiras. Somente devem ser dadas descargas de fundo com as caldeiras fora de operação ou em baixa carga. 8.11.7 Válvulas de “vent” Instaladas na parte superior do tubulão de vapor e dos superaquecedores bem como em outros pontos altos, para escape de ar, quando se enche a caldeira ou quando se dá partida. 8.12 Termos usuais em trabalhos de caldeiras Os termos usados nos serviços de caldei- ras são muitos. Alguns dos mais importantes estão relacionados a seguir: Rendimento Específico: é a relação en- tre a massa do vapor produzido pela massa de combustível gasto. Rendimento térmico: é a relação entre o calor absorvido pelo vapor gerado e o calor desprendido pelo combustível queimado. Superfície de aquecimento: é o conjun- to de superfícies metálicas, através das quais ocorre a transferência de calor entre o gás de combustão e a água ou o vapor. Capacidade d’água: é a quantidade de água que uma caldeira contém, com o nível normal de operação. Taxa de vaporização: é a produção de va- por por unidade de superfície de aquecimento. Capacidade: é a quantidade de vapor pro- duzido por unidade de tempo. Tempo de vaporização: é o intervalo de tempo entre o acendimento e o momento em que a caldeira começa a produzir vapor, nas condições especificadas. Consumo: é a quantidade de combustível gasta por unidade de tempo. Pressão de regime: é a pressão normal de funcionamento de uma caldeira. Pressão máxima: é a pressão máxima com a qual a caldeira pode funcionar. Temperatura de superaquecimento: é a temperatura do vapor na saída do superaque- cedor. “Make-up”: é a porção de água introdu- zida no sistema da caldeira para compensar o condensado não retornado e as purgas efetuadas. “Blow-down”: é a descarga da água sob pressão para reduzir a concentração de sais na água da caldeira. Ramonagem: é a limpeza das superfícies externas dos tubos com sopro de vapor. Tiragem: é o fluxo de ar que supre a for- nalha do oxigênio necessário à combustão e retira os gases resultantes. Tiragem forçada: é o fluxo de ar que su- pre a fornalha. Tiragem induzida: é o fluxo de gases re- tirados da caldeira. Anotações Equipamentos Estáticos 51 No UnicenP, a preocupaçªo com a construçªo e reconstruçªo do conhecimento estÆ em todas as açıes que sªo desenvolvidas pelos pró- reitores, diretores de Nœcleos, coordenadores de Cursos e professores. Uma equipe coesa e unida, em busca de um só objetivo: a formaçªo do cidadªo e do profissional, que Ø capaz de atuar e modificar a sociedade por meio de suas atitudes. Preparar este cidadªo e este profissional Ø uma responsabilidade que esta equipe assume em suas atividades no Centro UniversitÆrio Positivo, que envolvem, principalmente, as atividades em sala de aula e laboratórios, bem como a utilizaçªo contínua dos recursos disponibilizados pela Instituiçªo em seu câmpus universitÆrio. Esta equipe trabalha em trŒs nœcleos bÆsicos da Ærea de graduaçªo Nœcleo de CiŒncias Humanas e Sociais Aplicadas, Nœcleo de CiŒncias Biológicas e da Saœde, Nœcleo de CiŒncias Exatas e Tecnológicas alØm das Æreas de pós- graduaçªo e de extensªo. O UnicenP oferece em seus blocos pedagógicos 111 laboratórios, clínicas de fisioterapia, nutriçªo, odontologia e psicologia, farmÆcia-escola, biotØrio, central de estagio, centro esportivo e salas de aula, nos quais Ø encontrada uma infra-estrutura tecnológica moderna que propicia a integraçªo com as mais avançadas tØcnicas utilizadas em cada Ærea do conhecimento. 52 Equipamentos Estáticos Principios Éticos da Petrobras A honestidade, a dignidade, o respeito, a lealdade, o decoro, o zelo, a eficÆcia e a consciŒncia dos princípios Øticos sªo os valores maiores que orientam a relaçªo da Petrobras com seus empregados, clientes, concorrentes, parceiros, fornecedores, acionistas, Governo e demais segmentos da sociedade. A atuaçªo da Companhia busca atingir níveis crescentes de competitividade e lucratividade, sem descuidar da busca do bem comum, que Ø traduzido pela valorizaçªo de seus empregados enquanto seres humanos, pelo respeito ao meio ambiente, pela observância às normas de segurança e por sua contribuiçªo ao desenvolvimento nacional. As informaçıes veiculadas interna ou externamente pela Companhia devem ser verdadeiras, visando a uma relaçªo de respeito e transparŒncia com seus empregados e a sociedade. A Petrobras considera que a vida particular dos empregados Ø um assunto pessoal, desde que as atividades deles nªo prejudiquem a imagem ou os interesses da Companhia. Na Petrobras, as decisıes sªo pautadas no resultado do julgamento, considerando a justiça, legalidade, competŒncia e honestidade. Sumário 1.1 Tubulações 1.2 Classificação dos Tubos 1.3 Uso dos Principais Tipos de Tubos 1.3.1 Tubos de Aço Carbono 1.3.2 Tubos de Aço-Liga e Aço Inoxidável 1.3.3 Tubos de Materiais Metálicos não Ferrosos 1.4 Diâmetros Comerciais 1.5 Espessuras de Paredes dos Tubos 1.6 Acessórios/ligações 1.6.1 Acessórios de Tubulações 1.6.2 Ligações de Tubulações 1.6.3 Isolamento Térmico de Tubulações 2.1 Definição 2.1.1 Classificação e Principais Tipos de Válvulas 2.1.2 Válvulas que permitem o fluxo em apenas 2.1.3 Válvulas que controlam a pressão a montante - 2.1.4 Válvulas que controlam a pressão a jusante - 2.2 Principais Componentes das Válvulas 2.2.1 Corpo de Válvula 2.2.2 Castelo 2.2.3 Mecanismos Internos e Gavetas 2.2.4 Meios de Operação de Válvulas 2.3 Detalhes Particulares de cada Tipo e Válvulas 14 2.3.1 Válvula de Gaveta 2.3.2 Válvula Macho 2.3.3 Válvula Globo 2.3.5 Válvula Borboleta 2.3.6 Válvulas de Diafragma 2.3.7 Válvulas de retenção 2.3.8 Válvulas de Segurança e de Alívio 20 3.1.1 Remoção do Condensado 3.2 Tipos 3.2.1 Purgador de Bóia 3.2.2 Purgador de Panela Invertida 3.2.3 Purgador Termostático de Fole 3.2.4 Purgador Termodinâmico 3.3 Tabela Comparativa para Purgadores 3.4 Outros Dispositivos Separadores 3.5 Filtros para Tubulações 3.5.1 Filtros Provisórios e Permanentes 4.2 Descrição Geral 4.2.1 Permutador de Espelhos Fixos 4.2.2 Permutador de tampa flutuante 4.2.3 Permutador de Tubos em "U" 4.3 Materiais Usados em Permutadores de Calor 4.4 Escolha do Fluido 4.5 Instrumentação do Permutador de Calor 4.6 Operação 4.6.1 Normas de Operação 4.6.2 Causas de Perda de Eficiência 4.7 Manutenção 4.7.1 Limpeza 4.7.2 Testes de Pressão 4. 8 Componentes dos Trocadores 4.8.1 Componentes 5.2 Classificação quanto à função 5.2.1 Tanques de Armazenamento 5.2.2 Tanques de Resíduo 5.2.3 Tanques de Mistura 5.3 Classificação quanto ao tipo de teto 5.3.1 Tanques de Teto Fixo 5.3.2 Tanques de Teto Flutuante 5.4 Acessórios 5.4.1 Respiração 5.4.2 Válvula de Pressão e Vácuo 5.4.3 Agitador 5.4.4 Sistema de Aquecimento 5.4.5 Isolamento Térmico 5.4.6 Sistema de Medição 5.5 Diques 33 6.2 Tipos 6.2.1 Torre de Bandejas 6.2.2 Bandejas com Borbulhadores 6.2.3 Bandejas Valvuladas 6.2.4 Bandejas Perfuradas 6.2.5 Bandejas Gradeadas 6.2.6 Panelas 6.3 Torres Recheadas 6.3.1 Recheios 6.3.2 Suporte de Recheio 7.1 Utilização (dos fornos nas plantas de processo de 7.2 Características gerais dos fornos 7.3 Classificação geral dos fornos 7.3.1 Quanto à utilização 7.4 Fornos Reatores 7.4.1 Reformadores para unidades de hidrogênio 7.4.2 Fornos de pirólise 7.4.3 Quanto ao aspecto construtivo 7.4.4 Cilindro vertical em seção de convecção 7.4.5 Cilíndrico vertical com seção de 7.4.6 Tipo de cabine com tubos horizontais 7.4.7 Tipo Caixa com câmara de Combustão 7.4.8 Tipo Caixa com Queimadores nas Paredes 7.4.9 Tipo Cabine com Altar 7.5 Estrutura e carcaça metálica 7.6 Refratários 7.7 Tubos 7.7.1 Tubos de radiação 7.7.2 Tubos de Convecção 7.8 Curvas e cabeçote de retorno 7.9 Suportes dos tubos 7.10 Queimadores 7.11 Chaminé e abafadores 7.12 Sopradores de fuligem / ramonadores 8.1 Considerações gerais 8.2 Classificação das caldeiras 8.2.1 Caldeiras Flamotubulares 8.2.2 Caldeiras Aquotubulares 8.2.3 Classificação quanto à tiragem 8.2.4 Classificação quanto à circulação 8.3 Elementos principais de uma caldeira 8.3.1 Tubulão de vapor 8.3.2 Tubulão de água 8.3.3 Feixe convectivo 8.4 Paredes de água 8.5 Superaquecedores 8.5.1 Generalidades 8.5.2 Tipos 8.6 Pré-aquecedores 8.6.1 Generalidades 8.6.2 Classificação 8.6.3 Corrosão 8.7 Economizadores 8.8 Queimador 8.8.1 Queimador 8.8.2 Distribuidor de ar 8.8.3 Queimador de óleo combustível 8.9 Ramonador (ou soprador de fuligem) 8.10 Internos do Tubulão 8.10.1 Separadores de vapor 8.10.2 Ciclones 8.11 Válvulas 8.11.1 Válvulas de Bloqueio 8.11.2 Válvula de Retenção 8.11.3 Válvulas de Controle 8.11.4 Válvulas de Segurança 8.11.5 Válvulas de purga de superfície 8.11.6 Válvulas de purga de fundo 8.11.7 Válvulas de "vent" 8.12 Termos usuais em trabalhos de caldeiras