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Área Temática – Educação de Jovens e Adultos e a Escola. Tema : Andragogia ou Pedagogia na Educação de Adultos? Resumo Esta pesquisa, busca aprimorar os conhecimentos que temos sob as diversas formas, de como o adulto age em determinadas situações de sua vida. Podemos apresentar de uma forma sucinta, o Modelo Andragógico sobre a teoria de alguns filósofos. A Andragogia, que inicialmente visava a Educação de Adultos, surge como um modelo de aplicabilidade universal e atual. A Educação de Adultos, que é a proposta andragógica, existe desde o início dos tempos. É na própria Bíblia, temos vários exemplos de abordagens indiretas, utilização de parábolas, capazes de gerar reflexões e conclusões, tanto para os que viveram naquela época, como para os que acessam essa fonte de crescimento, informação e conhecimento. Procuramos questionar e responder a todos os enfoques que surgem com relação ao adulto, desde sua transformação em ser adulto, até sua vivência como ser adulto. A andragogia, estuda o adulto por completo, sua vida, seu trabalho, seus sentimentos, suas habilidades, seus conceitos, seus gostos, seu comportamento, enfim, tudo que está relacionado com o seu ser. Então nos questionamos, porque não Andragogia e sim Pedagogia? Se são adultos, se são pessoas com experiências e bagagens de vida, se são consideradas adultas, porque não podem então ter uma educação especifica para tal? Faremos uma série de abordagens sobre a questão da educação de adultos e da necessidade urgentes do aprofundamento desta nova ciência “Andragogia”, baseada em vários teóricos do mundo e em nossa própria experiência. Introdução O termo andragogia foi utilizado pela primeira vez por um professor alemão Alexander Kapp, em 1833, para descrever a teoria educativa de Platão. Mas, com o tempo, caiu no esquecimento. Anos mais tarde, no princípio do século XX, se volta a mencionar este conceito por Eugen Rosenback, referindo-se ao conjunto de elementos curriculares próprios para educação de adultos como: os professores, métodos e filosofia. A partir da década de 70, a Europa e América do Norte, começam a se referir a este termo com mais freqüência, como sendo especificamente os métodos, técnicas, fins e todo currículo destinado à educação integral da população adulta. Nos últimos tempos, se tem dado uma grande importância aos estudos sobre a Andragogia, ao ponto, de existirem cursos para professores em Andragogia como na Universidade de Rafael Urdaneta, que propõe como objetivo, formação de profissionais para identificação, evolução e solução dos problemas, que são encontrados na educação de Adultos, no contexto de um desenvolvimento integral, que visualize o adulto na situação de aprendiz, como indivíduo capaz de contribuir na realização profissional de crescimento pessoal e intervenção comunitária e social. Entre os materiais que falam sobre esta formação, se incluem a Psicologia do Aprendizado do Adulto, Estratégias Metodológicas da aprendizagem do Adulto, Andragogia no Contexto Social, Bases Teóricas da Andragogia, Geração de projetos de Investigação em Andragogia I, Programas Andragógicos I e II. O título que se outorga e o do “ Magister Scientiarum em Andragogia”. A Andragogia veio para revolucionar a sociedade, ou seja, transformar o adulto, em super adulto. O método andragógico, favorece e estimula o adulto a aprender, eles estão dispostos a iniciar um processo de aprendizagem, desde que compreendam sua utilidade. O adulto precisa saber o que está estudando, para que está estudando e se irá favorecer-lhe futuramente. Precisamos nos alertar para o fato de que o adulto já tem uma bagagem de vida, ele precisa apenas estar reforçando seus conhecimentos e para isso é necessário, alguém que tenha um conhecimento a mais que ele. O desafio maior ao lidar com a aprendizagem de adultos, é entrar em contradição com os seus conhecimentos e fazer-lhe concordar com algo que discordava e discordar de algo que concordava. É importante, que o adulto sinta a necessidade de aprender algo novo e não o faça por fazer. A Andragogia proporciona a oportunidade para que o adulto que decide aprender, participe ativamente em sua própria aprendizagem e intervenha nas rotinas e programas, bem como na realização e evolução de suas atividades educativas, em condições de igualdade com seus companheiros, participantes e com seu professor. Isto associado a um ambiente, de aprendizagem adequada, determinada como o que poderíamos chamar de boa práxis andragógica. Ao trabalhar com a aprendizagem de adultos, devemos tomar bastante cuidado para o fato de que não podemos mostrar uma realidade que não é a dele, pois ele possui saberes, ele sabe fazer, ele consegue descobrir como fazer, ele tem noção do nervosismo, ele sabe a importância de manter a calma, por pior que seja a situação, ele sabe também, que na grande maioria das vezes, não tem controle sobre suas atitudes e emoções. Referencial Teórico O que os filósofos pensam a respeito da aprendizagem dos adultos? Um estudo clássico do pré-condutismo, Adult learning (Thorndike, 1928), no qual se ressaltam as possibilidades do adulto como agente aprendiz, e revalorizado, importantes trabalhos se produzem nos Estados Unidos (Verner y Davison, 1971), Cross, 1979), França (Leon, 1973) e Canadá (Linderman, 1961; Tough, 1971) descobrindo-se assim, a veia das investigações no campo da educação de adultos. Pablo Cazau- Entende-se por andragogia a disciplina que se ocupa da educação e aprendizagem de adultos. A palavra clássica “pedagogia” se aplica a educação de crianças como estabelece a etimologia. De acordo com Jiménez Ortiz, o conceito de Andragogia é um neologismo proposto pela UNESCO em substituição a palavra pedagogia, para designar a ciência da formação dos homens, de maneira que não haja confusão com a educação de crianças, sendo uma educação permanente. Knowles, 1970- os adultos já possuem uma bagagem de conhecimentos, têm experiências, o que não lhes permitem ser tratados como crianças. E é a partir delas, que se formam o seu ensino aprendizagem, levando o professor a dar maior ênfase ao aluno, do que a aula propriamente dita, o que na maioria das vezes, está completamente fora da sua realidade. Segundo a filosofia de Néri, a Andragogia é a abordagem adequada para educar pessoas mais velhas. O aprendiz adulto, gosta de interferir e tomar decisões sobre o conceito e o desenrolar do curso. P. Cross, em 1981- busca integrar outras estruturas teóricas de aprendizado de adultos, como a andragogia de Knowles, o aprendizado experimental de Rogers e a psicologia lifespan. Cross, apresenta um modelo de alfabetização de adultos, que consiste em características pessoais e características situacionais, onde a primeira consiste na idade, fases da vida e estágios de desenvolvimento e as características situacionais, consistem em um aprendizado em tempo parcial versus aprendizado em tempo integral e assim por diante. Linderman, 1926, pesquisou as melhores formas de como educar adultos para a American Association for Adult Education, percebendo assim, erros quanto aos métodos aplicados com os adultos. ‘‘ Nós aprendemos aquilo que fazemos. A experiência é o livro-texto do aprendiz’’. Para Márquez, andragogia é a disciplina educativa, que trata de compreender o adulto, desde todos os seus componentes humanos, sendo psicológico, biológico e social. Para Alcalá, Andragogia é a ciência e a arte, que sendo parte da Antropogogía e estando inserida na educação permanente, se desenvolve através de uma práxis fundamentada nos princípios de participação e horizontalidade, cujo processo ao ser orientado com características sinérgicas pelo facilitador de aprendizagem, permite incrementar o pensamento a auto-sugestão, a qualidade de vida e a criatividade do adulto com o propósito de proporcionar uma oportunidade para que pense na sua auto-realização. Alcalá ainda diz que, a práxis andragógica é um conjunto de ações, atividades e tarefas que ao serem administradas, aplicando princípios e estratégias andragógicas adequadas, são possíveis de facilitar o processo de aprendizagem do adulto. Segovia, diz que: Antes de se ter uma teoria da psicologia a cerca do adulto em situação de aprendizagem, uma série de autores (Kidd, 1973:VIII), começam a reclamar uma teoria do aprendizado adulto. Com base em planejamentos de Jean Piaget. Antônio Battro, chega a suspeitar “... que la epistemologia genética (...) no es más uma teoria restringida a las psicogenesis de las nociones cientificas em el niño. Sin embargo, el sistema piagetiano autoriza, es más, exige, completar esa visión com una psicogénesis de los procesos mentales del adulto(...) y con un estudio critico-historico de la evolución de las sociedades humanas”. Em termos semelhantes, se pronuncia o educador espanhol Carlos Dias (1975:57-74), que reclama dos epistemólogos (genéticos) e psicólogos, uma maior preocupação pelos processos de conhecimento das pessoas adultas. Os fatos estudados desde a perspectiva da psicologia, apontam resultados que demandam respostas práticas (pedagógicas-andragógicas) para as quais, a opinião de uma conhecida autora brasileira (Mello, 1974:242) não se tem conseguido todavia um plano de didática, com resultados muito positivos quando se trata de aprendizagem complexa, que envolvem vários aspectos intelectuais, motores e afetivos que comprometem toda a personalidade de quem quer aprender. Não é casual que, com efeito desses esforços investigativos, se produzam um renascimento, quanto ao uso dos métodos ativos de aprendizagem em contextos andragógicos, tanto de caráter formal como informal. Flechsig (1976:8-10), estabelece sete aspectos básicos que distinguem os projetos de aprendizagem: a) Relação com o mundo real – a aprendizagem se verifica em situações que se referem a problemas atuais do contorno físico e social do aluno; b) Relação com os interesses de quem aprende – os projetos de aprendizagem contém problemas que estão relacionados diretamente com os interesses dos alunos; c) Orientação para a elaboração de produtos – os projetos de aprendizagem tendem a integrar o aprendizado e a ação. A meta a alcançar e a elaboração de um produto (no sentido mais amplo da palavra), que contribua à melhorar o meio ambiente, físico e social; d) Trabalho interdisciplinar – não se tem noção, da quantidade dos problemas da vida, que o saber quer solucionar, ocorre não com muita freqüência, que se pode alcançar a solução de um problema do ambiente real, por meio somente de uma discussão científica; e) Os projetos de aprendizagem, precisam conter por isso, sempre várias matérias, inclusive aquelas que não se ensinam na escola; Relação com o Trabalho Seria um grande passo lucrativo a ser tomado pelas empresas, desenvolver um projeto de alfabetização de jovens e adultos, pois como precisam de mão de obra especializada e contam com funcionários que conhecem bem a prática mas falta a teoria, desenvolvendo algo que vise ensinar o adulto em si, seria o essencial. Algumas empresas já o fizeram. E deu certo, pois a partir do momento em que se dá ênfase a vida de uma pessoa, quer seja um aluno, quer seja um trabalhador, quer seja um professor, uma criança, etc, esta pessoa se sentirá mais segura, de tudo que ela for realizar, quer seja um trabalho escolar, quer seja na vida profissional, pessoal, tudo muda. A andragogia é isso. É a forma mais adequada de combater o fracasso de uma empresa, o fracasso escolar (quando se trata de adultos), e de aumentar a auto-estima de uma pessoa adulta. A Andragogia é o referencial pedagógico de algumas empresas, como é o caso do grupo FIAT. Os diretores do CETEM, afirmam que a formação dos instrutores, baseia-se nos seus princípios. Os métodos e procedimentos didáticos que são utilizados no seu processo de treinamento, são todos voltados para a educação de adultos. Quantas injustiças seriam evitadas se as empresas tomassem consciência desta realidade e investissem neste programa, ou em programas com competência para adultos, que principalmente respeite suas individualidades, experiências e partisse para o novo a partir dessas experiências. Todos aprendem, basta que haja respeito e não se ignore o que já se sabe. Psicologia do Adulto Convencionalmente, consideramos adulta a toda pessoa que tem entre 18 e setenta anos. Mas, especificamente se considera adulto, a pessoa maior de 18 anos, cujas condições de vida, requerem um processo educativo em diferentes níveis de seu desenvolvimento individual e social. Papalia e Olds (1997), consideram que a idade adulta, existe a partir dos 20 anos e estabelece três tipos de adulto: 1 – idade adulta temporana – 20 a 40 anos 2 – idade adulta intermediária – 40 a 65 anos 3 – idade adulta tardia – depois dos 65 anos de idade, sendo esta a ultima fase da vida de uma pessoa. As características especiais do aprendizado no adulto dependem em grande parte da psicologia própria para a idade evolutiva. Por isso examinaremos previamente algumas destas peculiaridades da condição adulta, tomando as perspectivas de três autores diferentes: a) Etimologicamente a palavra adulto, do latim adultus, significa crescer. O crescimento da espécie humana se diferencia das demais espécies, se manifestam de maneira ininterrupta e permanente desde o ponto de vista psico-social e biológico, que finaliza em um dado momento a alcançar o máximo desenvolvimento de sua fisiologia e morfologia orgânica. Poderia-se definir como a plenitude vital que levantam os seres humanos em um dado momento de sua existência, sendo variável segundo as espécies biológicas. Em muitas, este estado aparece temporano ou cedo e em outras mais tarde. O período de crescimento e desenvolvimento se prolonga consideravelmente na espécie humana e a diferencia das demais, se desenvolvendo em etapas sucessivas, em forma relativa até alcançar progressivamente a fase adulta. b) Por outro lado os autores que se dedicam a estudar, Andragogia aceitam como características do adulto, entre outras, as seguintes: é uma pessoa capaz de: procriar, assumir responsabilidades com sabedoria em torno de certos assuntos inerentes a sua vida social e tomar decisões com plena liberdade. c) A “Adultez” como etapa de integração biológica, psicológica, social e ergológica. É um momento de alcançar a plenitude vital, pois na fase adulta, temos a capacidade de procriar, de participar no trabalho produtivo e de assumir responsabilidades inerentes à vida social, para atuar com independência e tomar nossas próprias decisões com inteira liberdade. d) As características mais importantes dos adultos são: a. Estas características são mais ou menos universais, o adulto jovem de hoje se apresenta como altamente contestador e conflitivo, questionador da sociedade, da ciência e da tecnologia, resultante das atitudes paternalistas, dinâmico, procura uma qualidade de vida humana com fortes exigências de que se respeite sua possibilidade de crescer como pessoa e se o aceite como critico, racional e criativo. b. O estudante universitário, precisamente por ser adulto, reclama a rigidez e inflexibilidade pedagógica com que é tratado por seus professores que infligem indiretamente o processo de auto-realização, aspiração natural e a própria juventude dos adultos em geral. As experiências sexuais e sociais do adulto e suas responsabilidades são de tal magnitude que o separam substancialmente do mundo das crianças. Os adultos têm mais experiências , os adultos têm experiências de tipos diferentes, e as experiências dos adultos estão organizadas de forma diferente. Para compreender o estudante adulto que vem em busca de conhecimentos é importante conhecer esta ampla gama de experiências que integram sua vida. Vemos assim, que estes autores destacam como características centrais da idade adulta, o crescimento, a integração e plenitude vital, e a existência de novas experiências. É interessante destacar, que o adulto também está crescendo, ao contrário de certos mitos populares, do tipo “a criança está crescendo, mas o adulto já cresceu”. Estas e outras características, serão necessárias levar em conta, para entender como é o aprendizado nos adultos. Contextualização Andragogia/ Pedagogia Características da Aprendizagem Pedagogia Andragogia Relação Professor/Aluno O que mais importa é a experiência do professor e o conteúdo a ser ensinado. O saber do aluno não tem utilidade nenhuma. O adulto quando vai a uma escola, ele vai porque tem necessidade. Ele traz uma bagagem de conhecimentos e são através deles, que o professor poderá trabalhar a forma mais adequada de ensino aprendizagem. Motivos da aprendizagem O aluno (criança), deve aprender aquilo que o professor passar. O adulto quer aprender aquilo que lhe interessar, o que precisam saber, para fazer uso na sociedade. Motivação O aluno é motivado através de classificações escolares, apreciações do professor, estímulos . O adulto aprende algo novo, para sua motivação, satisfação, exigindo clareza em todos os conhecimentos adquiridos, motivando-o numa aprendizagem interativa. Relação com a Educação Na Andragogia, como já foi falado, buscamos abrir novos caminhos de clareza e compreensão, para a pessoa adulta. O aprendizado adulto é um processo participatório contínuo, que se inicia com um indivíduo e uma experiência . Ele ajuda o aprendiz a dar significado à experiência. Na aprendizagem com os adultos, devemos explorar suas características, através de abordagens e métodos apropriados, produzindo maior eficácia nas atividades educativas. O professor precisa se transformar num tutor eficiente de atividades de grupos, devendo demonstrar a importância prática do assunto a ser estudado, deve transmitir o entusiasmo pelo aprendizado, a sensação de que aquele conhecimento fará diferença na vida dos alunos. Na aprendizagem com os adultos, exploramos a personalidade e o mundo de um indivíduo de modo a criar mudanças na vida e no mundo do outro. O aprendizado adulto é ter a vida como educação, enquanto alguns possam ser autodidatas as motivações para aprender, mudar e crescer, não vêm somente de fontes internas, mas também de vários fatores externos, pois a vida é Educação. O processo de aprendizagem do aprendizado do aluno, dura toda a vida e é necessário para manter- se em evolução. O Modelo de educação que temos hoje, não respeita esta situação, não respeita as diversidades culturais, quanto mais as idades. Se houvesse esse respeito e se considerasse a experiência dos alunos, seria tudo mais fácil de resolver. Na educação de adultos (alfabetização) é preciso observar atentamente os fatores psicológicos dos adultos, como: Rotineiro, tem hábitos adquiridos, conformados, observador, experiente, independente e inteligente. É necessário deixar de lado alguns preconceitos como: - não aprendem porque tem muita dificuldade de aprender coisas novas; - o adulto não tem boa memória para coisas novas; - o adulto tem pouco interesse ou curiosidade; Estes preconceitos sociais contra o adulto (analfabeto) por exemplo e àqueles com pouca instrução, o deixam inibidos e os fazem ter as características psicológicas acima, pois não conseguem entrar na sociedade como um Ser Integral. Pois tudo para eles é mais difícil, vindo da própria sociedade. Pois são pessoas normais, que apenas não tiveram condições de estudar no tempo adequado por vários motivos que exigiu sua própria condição social e econômica. É preciso dar a oportunidade para estas pessoas aprenderem, o fato de não terem diplomas não significa que não tem experiência, e que não podem fazer nada de novo. É preciso olhar, para nossos, prédios, casas, metrôs e tantas coisas que quem faz não tem diploma, só tem diploma quem manda fazer. Vivemos a sociedade do conhecimento onde não basta apenas ter diploma tem que saber fazer, então porque não investir na educação de Jovens e adultos? Esta aí esta nova ciência bem especifica que deve ser explorada a “Andragogia”, para estabelecer novos parâmetros quanto à educação de adultos em todas as suas instancias. Seja educacional seja profissional. Características da aprendizagem adulta. a) Aprendizagem do adulto – A qualquer idade, a aprendizagem é um processo pessoal, pois ninguém aprende por ninguém, implica numa troca de conhecimentos, de condutas e de experiências sociais, como resultado de uma necessidade interna e de uma demanda do meio ambiente. Há aprendizagens que requerem um professor e outras não. b) Prevost disse: aprender é incorporar em si mesmo eixos, verdades e sensações que antes não eram externas e até desconhecidas. Aprender é converter em substância intelectual ou sensitiva própria, o que anteriormente não pertencia a ela. Aprender é aumentar a vida, é o meio essencial do crescimento interior. A aprendizagem ocorre quando a pessoa está preparada para aprender, pois o conhecimento se constrói a partir do que a pessoa já sabe e depende, tanto do propósito e interesse do indivíduo, como do grau de desenvolvimento das capacidades intelectuais, inerentes a pessoa. Assim, a aprendizagem começa quando na mente do indivíduo surge um problema, uma resposta inconclusa e um estado de confusão e incerteza, começa também quando a pessoa aceita o desafio do desconhecido, do controvertido e se lança a buscar soluções. Segundo Bienei, os melhores estudantes adultos, são aqueles que desde cedo tiveram que resolver seus próprios problemas e superar suas dificuldades. Neste contexto se define a aprendizagem do adulto baseado em: - aprender a conhecer. Desenvolver habilidades, destrezas, hábitos, atitudes e valores, que lhe permita adquirir as ferramentas da compreensão, como meio para entender o mundo em que vive, viver com dignidade, comunicar-se com os demais e valorizar a vantagens do conhecimento e da investigação; - aprender a fazer – desenvolver sua capacidade de inovar, criar estratégias, meios e ferramentas, que permitam combinar os conhecimentos teóricos e práticos com o comportamento sócio-cultural, desenvolver aptidões para trabalhar em equipe e capacidade de iniciativa, assumindo responsabilidades; - aprender a ser – desenvolver a integridade física intelectual, social, afetiva e ética da pessoa, em sua qualidade de adulto, de trabalhador, de membro de uma família, de estudante de cidadão. Examinemos agora com maior cuidado algumas características especiais da aprendizagem dos adultos. a) conhecimento útil – Fainholc diz que, o adulto quer respostas que se relacionem diretamente com sua vida, as probabilidades residem em que ele as adapte as experiências de sua vida, mediante estimulações qualitativas e experiências vitais, que lhe permitam fazer novas considerações. Vê-se que as atividades na educação do adulto, devem obter conhecimentos aplicáveis, para participar delas. Se não desistirá. O eixo no qual o estudante adulto é diferente do estudante infantil nos permite compreender o que Havighurst chama de “momento propicio para ensinar”. Este momento chega quando uma pessoa necessita de um conhecimento ou técnica que o ajude a resolve algum problema vital e ocupacional. b) A experiência – Os adultos são motivados a aprender, à medida que esse aprendizado satisfaça suas necessidades de experiências e interesses. A orientação adulta e aprendizado, estão centrados na vida; portanto, nas unidades apropriadas para o aprendizado adulto, usa-se situações reais. Desde já, nem todos os adultos vão acumulando as mesmas experiências. Primeiro, as diferenças individuais das pessoas se acumulam com a idade. A experiência é o recurso mais rico da aprendizagem no adulto. Os adultos têm uma necessidade profunda de autodireção, por isso o professor, deve comprometer-se a um processo mútuo de investigação em lugar de transmitir só conhecimento e avaliar segundo este. c) Funcionamento psicológico – O adulto não aprende como uma criança. Tigh afirma, que isso se deve a um distinto funcionamento psicológico e do tipo de atividade que realizam, no qual repercute em suas formas de aprender e também na metodologia didática, que devemos empregar. Estas são algumas das condições de aprendizagem de adultos que encontramos com mais freqüência.: a) – formam grupos heterogêneos em: idade, interesses, motivação, e experiências; b) O papel do estudante é marginal (à margem) ou provisório; c) Os interesses giram em torno do bem estar, ascensão ao trabalho, e a auto-estima; d) Os objetivos são claros e concretos, elegidos e valorizados; e) As vitórias e êxitos, são desejados intensamente e com ansiedade; f) Existe preocupação pelo fracasso; g) Insegurança diante das críticas; h) Geralmente, traz o peso de experiências de aprendizagens frustradas, que o prejudicam com relação a acreditar de que é capaz de adquirir novos conhecimentos; i) fontes de conhecimento heterogêneas às vezes contraditórias; j) Maior concentração em classe (sala de aula) - que favorece o aproveitamento do tempo em classe; k) Possui mecanismos de compreensão para superar as deficiências e os recursos da experiência; l) Necessita de alternativas e variedades, por sua relativa capacidade de um esforço intelectual prolongado. É necessário que o formador seja um incentivador da aprendizagem. Necessita saber, como aprende o trabalhador semiqualificado e o qualificado, para poder estabelecer a orientação adequada dos conhecimentos e metodologias de aprendizagem, podendo dirigir os desenvolvimentos de capacidades que se necessita potencializar e melhorar. Outras características psicológicas que incidem no modo de aprender do adulto são finalmente, as seguintes: Trabalham, não tem tempo, se cansam mais rápido, estão mais motivados, não tem hábitos de tomar notas, nem de estudo, são mais responsáveis, são mais exigentes, querem profissionalismo e gostam de participar. Dificuldades de aprendizagem do adulto – Segundo Garcia Arretio, existem algumas das dificuldades do adulto em relação à aprendizagem entre elas: - A perspectiva de alcançar altas metas sonhadas na adolescência, se reduz. Às vezes à apenas uma exigência prática; - Diminui a curiosidade juvenil; - a inteligência se paralisa e a memória diminui. Não se interessam pelas teorias e idéias abstratas, preferem os problemas da vida real; - reduz a reação sensorial e perspectiva, pela qual o aprendizado se torna mais lento; - Quem tem pouca experiência no estudo se acha pouco dotado para o desafio de determinadas metas do tipo intelectual; - Para os adultos, custa muito se adaptar a novas situações; - Cansaço e escassez de tempo para dedicar esforço intelectual. A educação de adulto Entende-se por educação de adultos o processo de formação que se inicia com os maiores de 18 anos que não tiveram acesso ao sistema educativo, ou que por algum motivo tiveram que sair sem termina-lo ou conclui-lo. Este processo permite ao adulto desenvolver aptidões, enriquecer conhecimentos, melhorar suas competências profissionais e técnicas para enfrentar os desafios da sociedade frente ao mundo do trabalho, da família, da comunidade, do meio ambiente e da saúde em contextos distintos sócio-culturais. Esta proposta se define como sendo a pedagogia do adulto como um conjunto de teorias, metodologias, técnicas e estratégias que orientam o ensino e aprendizagem individual e social do adulto, considerando em primeiro lugar, o desenvolvimento de suas potencialidades como pessoa: sua auto-estima, seus valores, seu relacionamento com o ambiente, com as distintas forças sociais e com seus direitos e deveres como cidadão. Em Segundo lugar, considera o desenvolvimento do adulto como ser social, para que possa relacionar-se com o outro, trabalhar em equipe, conhecer o mundo, participar da igualdade de direitos entre homem e mulher comprometidos consigo mesmo, com o bem estar e a paz. Em terceiro lugar, considera o desenvolvimento do adulto como ser produtivo – com mentalidade aberta para a reflexão e a troca, com capacidade de adaptação as novas circunstâncias e climas organizacionais, para que satisfaça seus próprios interesses de caráter pessoal e profissional e para que atue, de acordo com as regras das instituições e estas da sociedade. Algumas considerações importantes a se levar em conta quando se trata de projetos educativos para adultos: a) é importante respeitar a demanda de estudantes de qualquer idade em circunstância pessoal, tanto se este quer o certificado ou se quer somente enriquecer sua vida mediante alguns estudos constantes, periódicos ou ocasionais. Portanto é evidente que os meio para o aprendizado adulto são distintos das formas de aprendizagem escolar, devem ser os próprios de uma educação aberta, na qual cada aluno de maneira autônoma, seja capaz de aprender a aprender e traçar seu próprio currículo. b) O estudante, a quem nos dirigimos tem suas próprias características de autonomia e responsabilidade, que são vantagens do ponto de vista motivacional, mas que ao mesmo tempo, implica uma maior complexidade por quem dirige a classe de alunos. O adulto realiza um grande esforço para dedicar parte de seu tempo a estudar. Quase nunca tem tempo para desfrutar até com sua própria família. Em muitos casos pretende, mediante este esforço, conseguir habilidades que o ajudem em sua profissão, o que pode vir a complementar sua vida econômica, portanto, aprende para trocar de vida. Ele determina suas expectativas de aprendizagem e motivo. c) As universidades latino-americanas, sem exagerar, são escolas primárias muito bem organizadas e de alto nível. À maioria dos professores universitários, acreditam e tratam e se convencem, que os estudantes, são “crianças” a quem podem impor suas idéias e seus caprichos, decidir por eles, estabelecer às regras do jogo que devem ser aceitas com submissão. É um grande erro, esquecer ou desconhecer uma realidade tão explicita, quanto à condição de alunos adultos que são os estudantes universitários, pois assim estamos negando sua capacidade de tomar decisões e em assumir responsabilidades na vida social. Tal tratamento provocará nos estudantes universitários, sendo adultos, reações negativas e sentirem `a necessidade de praticar condutas de crianças, como são tratados. Protestam os estudantes, pela inflexibilidade curricular, os torturantes sistemas de avaliação, a falta de participação nas decisões acadêmicas, a obrigatoriedade de estar no recinto universitário, a imposição disciplinar de teorias, fora da realidade real de suas vidas e experiências, sendo obrigados a aceitar passivamente sem discussão, conceitos que têm que repetir, para serem promovidos em seus estudos. Esta atitude eminentemente pedagógica, de ignorar a condição adulta do estudante universitário, limita a possibilidade de desenvolver hábitos independentes em seus estudantes, para sua autoformação presente e futura. Desaprender é a parte mais importante do aprendizado e constitui uma das maiores fontes de resistência interna do indivíduo. Disse Grosso que, uma das experiências mais dolorosas do adulto é desaprender seus hábitos adquiridos ao longo de sua vida. Portanto, toda intervenção educativa para o adulto, deve considerar este fator de suma importância. É na desaprendizagem que o adulto encontra sua “segunda oportunidade”. A oportunidade de fazer de sua vida atual uma vida nova, onde o compartir familiar, a gestão corporativa e a atitude cidadã são nutridas por novas e estimulantes idéias que nos fazem mais felizes e prósperos. ‘ Conclusão Apresentamos acima, várias senão todas as características do adulto, tais como quem são, o que são, como são, o que querem e o que precisam. Não é deste século mas de séculos atrás a necessidade de uma metodologia especifica para tratar com os Adultos, sejam estudantes ou trabalhadores. Todos sabem desta necessidade e no entanto se envolvem apenas com a “pedagogia”ou seja com a aprendizagem das crianças, como se elas nunca fossem se tornar adultas e que ao longo de sua vida intelectual precisam ser tratadas tal e qual sua evolução. Não se pode dizer o tempo todo que é assim que se faz. Tem que chegar o tempo de perguntar como é que você faz? O que você pensa disso? Vamos aprender juntos? Todos, teóricos, professores, filósofos, empresários todos em todos os segmentos sabem da necessidade de tratar o ser humano como ser humano que cresce e tem habilidades, idéias, individualidades e vontades, mas ninguém age fica só na teoria. Se pretende criar um Cidadão participativo, criativo e ativo dizendo sempre como se deve fazer? Como podemos pensar neste Ser Integral, que não tem direito nem de aprender com identidade legitima. É preciso repensar a educação de adultos com prioridade e compromisso. Não se pode deixar como esta, pois nosso país está sendo destruído por completo, e destruído por falta de compromisso e prioridade com a educação correta. Esperamos com este trabalho alertar os diversos setores do nosso país compromissados com a educação de jovens e Adultos a pensarem com seriedade neste problema. Responsáveis pelo trabalho acima: Ferreia, Maria da Conceição de Lima – Assistente da Coordenação Estadual de São Paulo, na Educação de Formadores para Educação de Jovens e Adultos.(ONG) Oliveira, Sônia Macedo de, Pedagoga, Pós-graduada, Coordenadora Estadual de São Paulo na Formação de Formadores para Educação de Jovens e Adultos (ONG) Bibliografia. Knowles, Malcom, 1990, The Adult Learner: a neglected species. 4a. Edicao, Texas, USA, Golf publishing Company. Knowles, Malcom, 1984 , Andragogy in action, Cambridge book co. Oliveira, Ari Batista de, 1999, Andragogia, Facilitando a aprendizagem. Educação do trabalhador, v.3, CNI-SESI Ortiz Jiménez Goria, “Que es la educación a disntacia?, Tight, M. 1983. Adult Learning and education. London, Croom Helm. Marques ª – Andragogia- Proposta política para uma cultura democrática- em el Primer Encontro Nacional de Educação e Pensamento. Santo Domingo, Republicana. Sites www.senioridade.com.br/andragogia.htm www.secrel.com.br/usuarios/cdevhs/texto3.thm www.cefetsp.br www.planetaeducacao.com.br www.geocities.com www.unesr.edu.ve Teses e sínteses Freire P., “Uma Pedagogia para el Adulto”, Editorial Espacio Freire P., 1993 – Uma Pedagogia para el Adulto, Espacio Editorial. Buenos Aires, Argentina. Pablo Cazau Lic. Em Psicologia e Professor de ensino Medio e Superio em Psicologia. Buenos Aires, Julho 2001