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Enviado por Marco Jorge em

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Os contratos bancários e o Código de Defesa do Consumidor - CDC 
 
Quando da adoção do CDC, alguns estudiosos do Direito não concebiam a 
incidência do mesmo nas relações ditas de Direito Econômico, tais como as de 
natureza bancária, financeira, securitária e de fornecimento de crédito, apesar 
de, àquela época, já em outros países encontrarem-se tais serviços submetidos 
às leis protetivas do consumo e consumidor. 
 Tal discussão teve sua culminância quando houve a impetração, junto ao 
STF, da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) número 2591, em dezembro 
de 2001, onde alegava-se que não poderiam ser consideradas relações de 
consumo as cadernetas de poupança, os depósitos bancários, os contratos de 
crédito e todas as operações bancárias, ativas ou passivas. Para tais pessoas, 
havia em tal consideração uma ofensa ao artigo 192 da Constituição Federal. 
Segundo eles, a regulação do Sistema Financeiro Nacional é matéria de lei 
complementar, e não de lei ordinária, como é o caso do CDC. 
 Vários juristas famosos se pronunciaram àquela época. Destacamos o que 
disse o Ministro Nelson Jobim, o qual distinguia serviços bancários de operações 
bancárias. Os primeiros, segundo ele, deviam ser regidos pelo CDC. Como 
exemplo, mencionou a emissão de talões de cheques, consultas em terminais de 
atendimento, consultas de saldos e extratos, entre outros. Mas, as operações 
bancárias, tais como depósitos, financiamentos e empréstimos, não 
configurariam relação de consumo, logo, segundo tal Ministro, deveriam ser 
reguladas pelo Sistema Financeiro Nacional. 
 No entanto, de acordo com o enunciado número 297, da Súmula da 
Jurisprudência do STJ, julgada em 12/05/2009, foi reconhecida a regulação de 
atividades das instituições financeiras pelo CDC, logo, tal questão já se encontra 
totalmente pacificada. 
O CDC enuncia, em seu artigo terceiro, caput, o termo produto, e, no 
parágrafo primeiro do mesmo artigo, quando conceitua produto, fala de bem 
material ou imaterial. Tal disposição serve de base para a defesa de tal 
argumentação, pois o CDC inclui todos os bens materiais e imateriais como 
 
 
 
 
 
 
 
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produtos lato sensu e, especialmente, um sistema que não especifica os tipos 
contratuais utilizados, mas sim a atividade em si e geral dos fornecedores. A 
lógica do CDC está em que o produto financeiro é o crédito, a captação, a 
administração, a intermediação e a aplicação de recursos financeiros do mercado 
para o consumidor e que a caracterização do fornecedor vem da operação 
bancária e financeira geral oferecida no mercado e não só dos contratos 
concluídos. 
 
 
Contratos bancários e CDC 
 
Outras razões que servem para justificar a aplicação do CDC aos contratos 
bancários dizem respeito ao fato de que o CDC, em momento algum, visa 
regulamentar a questão de juros, pois trata apenas de juros moratórios, fixando-
os em 2% do valor da prestação devida. 
Além disso, os serviços bancários, como já vimos, têm como característica 
a onerosidade, configurando a remuneração direta e indireta, logo, estão 
abrangidos no parágrafo segundo do artigo terceiro do CDC, que conceitua 
serviço aquele prestado mediante remuneração, sendo indiferente se a 
remuneração for direta (mediante taxas) ou indireta (usando-se de dinheiro de 
terceiros, as instituições financeiras obtêm lucros).

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