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Rio, 5 de março de 2012
Processo do Trabalho
E-mail: darcio@puc-rio.br / Grupo de Discussão: facebook.com/groups/alunosdpt
(Os slides serão enviados por e-mail)
Conflitos trabalhistas
Os conflitos trabalhistas geralmente são interpretados pela ótica de subordinação e dependência econômica que existe entre o empregado e o empregador, que representam a maior parte dos conflitos que chegam à Justiça do Trabalho. A Justiça do Trabalho surgiu como o primeiro Juizado de Pequenas Causas do Brasil. As relações de trabalho latu sensu envolvem, porém, também conflitos de outras espécies – como os conflitos sindicais, que podem ocorrer das mais diversas formas. Além disso, existem também conflitos entre os sindicatos e os seus associados. Existem também conflitos entre trabalhadores da mesma empresa ou conflitos entre patrões subordinados à mesma Convenção – mas esses não chegam à Justiça do Trabalho. Sendo assim, estudaremos o processo do trabalho, que soluciona conflitos entre trabalhadores e patrões, conflitos intersindicais e conflitos entre sindicatos e seus associados.
Na CLT, os conflitos trabalhistas são divididos entre conflitos individuais e conflitos coletivos. Estudaremos nesse período a resolução de conflitos individuais. 
A solução dos conflitos evoluiu com o tempo. Inicialmente, surgiu a autodefesa (ou autotutela) – a utilização de violência física para impor a sua vontade e fazer valer o seu direito. Atualmente, genericamente trata-se de um crime – chamado de exercício arbitrário das próprias razões. O direito de greve, no direito do trabalho, é uma exceção a isso, conforme lei no. 7.783/89. Ele é autorizado por lei, e, portanto, é lícito. 
A autocomposição ocorre quando as partes chegam a um consenso a respeito da forma de solução de um conflito. O direito do trabalho constitui direito indisponível, sendo assim, não são autorizadas concessões recíprocas para alcançar uma transação (exceto no caso de Acordo e Convenção Coletiva). Apenas nas Comissões de Conciliação Prévia, que são uma forma de resolução de conflitos individuais, pode ser realizada a autocomposição. Tais comissões são autorizadas pelo artigo 625-A da CLT, e são uma faculdade – podem ou não ser instituídas, mas, caso sejam, tornam-se obrigatórias. O artigo 625-D indica que, se ela existir, o conflito deve ser levado à justiça do trabalho apenas caso já tenha passado pela Comissão de Conciliação Prévia. Porém, conforme o artigo 5º inciso XXXV da CRFB/88 indicava, ao mesmo tempo, que não se pode impedir o trabalhador de ir à Justiça. Sendo assim, os tribunais de direito do trabalho decidiram que a submissão à Comissão de Conciliação Prévia seria um requisito para a instalação de processo trabalhista. O STF, depois, em ação direta de inconstitucionalidade, mediante uma interpretação conforme a constituição, suspendeu a vigência do artigo 625-D no que diz respeito à obrigatoriedade à prévia submissão à Comissão de Conciliação Prévia. Sendo assim, atualmente a obrigatoriedade está suspensa. 
O acordo feito em uma Comissão de Conciliação Prévia, porém, é favorável por fazer título executivo extrajudicial, ou seja, pode ser executado imediatamente na justiça mediante processo de execução (o processo de conhecimento torna-se desnecessário), o que garante segurança tanto ao trabalhador quanto ao empregador. Assim, as demandas judiciais foram reduzidas desde que as Comissões tornaram-se uma possibilidade. Além disso, à princípio nessas Comissões não ocorre coação porque tais comissões são paritárias, e os representantes dos trabalhadores são contemplados com estabilidade.
A heterocomposição é a solução do conflito por uma terceira pessoa – a forma clássica é a resolução jurisdicional do conflito. Alguns autores colocam a arbitragem e a mediação como outras modalidades de heterocomposição de conflitos. A arbitragem é unanime quanto a ser forma de resolução de conflitos por meio da hetercomposição. Já a mediação causa polêmica – alguns indicam que trata-se apenas de um instrumento para alcançar a autocomposição. Devido à hiposuficiência, a arbitragem, conforme o TST, não poderá solucionar os dissídios individuais de direito do trabalho.

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