Logo Passei Direto
Buscar

FDCC-Apostila-Aula-02-Direito Comercial-Aspectos Teóricos e Práticos

User badge image

Enviado por Alex Almeida em

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

CURSO SUPERIOR TECNOLÓGICO EM GESTÃO HOSPITALAR 
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DO DIREITO COMERCIAL E DO CONSUMIDOR (FDCC) 
PROFESSOR: FÁBIO LUIS URIARTE 
 
1 
 
AULA 02 
DIREITO COMERCIAL – ASPECTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS 
 
História � Embora alguns autores mencionem a existência de normas mercantis em épocas re-
motas (ex.: Código de Hamurabi; o empréstimo a risco – Nauticum foenus – dos gregos; as normas de 
comércio marítimo romanas (Lex Rhodia de Jactu), o Direito Comercial começou a tomar forma na Idade 
Média, quando a economia, até então visando o consumo apenas para subsistência, transformou-se em 
sistema dinâmico, onde as riquezas e a produção começaram a circular em direção a um mercado con-
sumidor. Surgem as "guilder" (corporações de ofício), associações de comerciantes, destinadas à prote-
ção dos interesses da nova classe social emergente – burguesia capitalista – e a dirimir questões entre 
artesãos e comerciantes. 
 
Direito Comercial – Conceito ���� é o conjunto de normas jurídicas que disciplinam as atividades 
das empresas e dos empresários comerciais, bem como os atos considerados comerciais, ainda que não 
diretamente relacionados às atividades das empresas. 
 
 Comércio – Conceito econômico ���� é a atividade humana, de caráter especulativo, que consiste 
em pôr em circulação a riqueza produzida, tornando disponíveis bens e serviços. 
 
 Comércio – Conceito jurídico ���� é o complexo de operações efetuadas entre produtor e consu-
midor, exercidas de forma habitual, visando o lucro, com o propósito de realizar, promover ou facilitar a 
circulação de produtos da natureza e da indústria. 
 
Ato de comércio é aquele praticado pelos comerciantes, relativo ao exercício de sua atividade, e 
aquele considerado como tal pela lei, em cada ordenamento jurídico. A conceituação civilística é impos-
sível, devendo ser examinada a disposição legal correspondente, que, ou descreve as características bá-
sicas (sistema descritivo) ou enumera os atos considerados mercantis (sistema enumerativo, que pode 
ser exemplificativo ou taxativo). 
 
 Os elementos essenciais que caracterizam o comércio, conforme conceituação jurídica clássica 
são: Mediação, finalidade de lucro e profissionalidade. 
 
A finalidade de lucro, classicamente considerada como essencial, vem perdendo sua importância, 
entendendo¬se que pode não estar presente em determinados atos de natureza comercial. Por exem-
plo, o aval dado a um título de crédito não tem, por si só, finalidade lucrativa, embora seja instituto de 
natureza tipicamente comercial. 
 
O Estado, entendido como poder público encarregado de zelar pelo equilíbrio social, atua princi-
palmente no sentido de coibir a obtenção de lucros exorbitantes, de vedar abusos econômicos e de ar-
recadar impostos. 
 
O critério utilizado para a aplicação do Direito Comercial, em sua origem, era o subjetivo. O direi-
to aplicável e a competência dos tribunais eram determinados pela qualidade do sujeito, que devia ser 
comerciante (mercator). 
 
A partir da Revolução Francesa (1789-1799), o Direito Comercial passa a orientar-se no sentido 
de aplicar o critério objetivo. Desapareceu como direito profissional, sendo, então, aplicado conforme a 
 
CURSO SUPERIOR TECNOLÓGICO EM GESTÃO HOSPITALAR 
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DO DIREITO COMERCIAL E DO CONSUMIDOR (FDCC) 
PROFESSOR: FÁBIO LUIS URIARTE 
 
2 
 
natureza do ato praticado, sem depender da qualificação daquele que o praticou. O Código Comercial 
francês, de 1807, enumerou os atos considerados mercantis. 
 
No Brasil, o Direito Comercial, em grande parte, é disciplinado pela Lei n.° 556, de 25.06.1850, o 
nosso Código Comercial. Exceto por alguns dispositivos (como, por exemplo, "Das Companhias", Parte 
Primeira, Título XV, Cap. II; "Das Letras, das Notas Promissórias e Créditos Mercantis", Parte Primeira, Tí-
tulo XVI; "Das Quebras", Parte Terceira), o Código Comercial de 1850 vigora até hoje. 
 
Superadas as fases subjetiva e objetiva, situa-se hoje o Direito Comercial no chamado período 
subjetivo moderno, que corresponde ao Direito Empresarial, pelo qual se aplicam as normas jurídicas 
desse ramo do Direito sempre que se trata de exercício profissional de qualquer atividade econômica 
organizada, destinada à produção e à circulação de bens e serviços. 
 
Características marcantes do Direito Comercial: 
� Cosmopolitismo: É um ramo do Direito marcadamente internacional; 
� Dinamismo: É um ramo do Direito em rápida evolução; 
� Onerosidade: A atividade mercantil envolve, via de regra, atos não gratuitos; 
� Simplicidade: O Direito Comercial busca formas menos rígidas do que o Direito Civil, o que 
se traduz numa aplicação mais rápida do direito; 
� Fragmentarismo: O Direito Comercial não forma um sistema jurídico completo; 
� Solidariedade: Embora não exclusiva do Direito Comercial, é característica marcante, pois vi-
sa à garantia do crédito. 
Direito Comercial x Direito Civil ���� Embora o Direito Comercial seja considerado um direito de 
tendências profissionais, enquanto o Direito Civil disciplina as relações jurídicas entre as pessoas como 
tais, e não como profissionais, não existem claras delimitações entre os dois campos do Direito. Existem 
atos jurídicos de Direito Comercial que são regulados pelo Direito Civil, como algumas obrigações e con-
tratos, cujas regras gerais são aplicáveis a ambos os ramos. Outros atos, como o penhor, regulado pelo 
Direito Civil, podem tornar se comerciais, se a natureza da obrigação é mercantil. 
 
QUESTÕES: 
 
1) Com relação aos aspectos históricos do Direito Comercial, quando este começou a tomar forma e 
em que circunstâncias isto se deu? 
2) Qual o conceito de Direito Comercial? 
3) Em seu entendimento, existe diferença de conceito econômico e jurídico para “Comércio”? Justifi-
que. 
4) O que é ato de comércio? 
5) Quais são os elementos essenciais que caracterizam o comércio, conforme conceituação jurídica 
clássica? 
6) Por qual motivo a finalidade de lucro, classicamente considerada como essencial, vem perdendo sua 
importância? 
7) Qual é a função do Estado, enquanto poder público encarregado de zelar pelo equilíbrio social? 
8) Explique como se deu a mudança de critério subjetivo para objetivo na aplicação do Direito Comer-
cial? 
9) Explique a mudança de nomenclatura de Direito Comercial para Direito Empresarial. 
10) Quais são as características marcantes do Direito Comercial? 
11) As delimitações entre os campos do Direito Comercial e Direito Civil são claras? Explique.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Mais conteúdos dessa disciplina

Mais conteúdos dessa disciplina