Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Cap´ıtulo 2 Espac¸os Vetoriais 5a L i¸c a˜ o (27/ 03/ 2007) 2.1 Espac¸os Vetoriais Definic¸a˜o 23. Um conjunto V 6= ∅, provisto de duas operac¸o˜es, uma chamada ”soma” + : V × V → V , e outra chamada ”produto por um escalar” • : R × V → V , tais que, para quaisquer u, v, w ∈ V , e α, β ∈ R verifica as condic¸o˜es seguintes, e´ um espac¸o vetorial real, i) (u + v) + w = u + (v + w) ii) u + v = v + u iii) Existe 0 ∈ V tal que u + 0 = 0 + u = u(chamado vetor nulo de V ) iv) D ado u ∈ V existe −u ∈ V tal que u + (−u) = 0 v) α.(u + v) = α.u + α.v vi) α.(u + v) = α.u + α.v vii) (α.β)u = α.(β.u) viii) 1.u = u O b serv ac¸a˜o 1 3. S e ao inve´s de termos como escalares, nu´meros reais, tivermos nu´meros complexos, V sera´ um espac¸o vetorial complexo. O b serv ac¸a˜o 1 4 . S e v ∈ V , dizemos que v e´ um vetor. O espac¸o vetorial V = M2×2(R) os vetores sa˜o matrizes. E x em p lo 31 . O espac¸o V = R3 = {(x1, x2, x3); xi ∈ R} e´ um espac¸o vetorial real com as operac¸o˜es usuais. O vetor zero ou nulo e´ (0 , 0 , 0 ). S e u = (u1, u2, u3) ∈ R 3, vamos ter que −u = (−u1,−u2,−u3) ∈ R 3. E x em p lo 32. O espac¸o V = Rn = {(x1, x2, ..., xn); xi ∈ R, ∀i = 1, 2, .., n} e´ um espac¸o vetorial real com as operac¸o˜es usuais. 19 20 CAPI´TULO 2. ESPAC¸OS VETORIAIS O vetor zero e´ (0 , 0 ,,,,, 0 ). S e u = (u1, u2, .., un) ∈ R 3, teremos que −u = (−u1,−u2, ..,−un) ∈ R n. E x em p lo 33. O espac¸o V = Mm×n(R) e´ um espac¸o vetorial real com as operac¸o˜es usuais. Em particular, V = M2×2(R)e´ um espac¸o vetorial real. O vetor nulo ou zero e´ a matriz ( 0 0 0 0 ) . E x em p lo 34 . V = Pn, o conjunto dos polinoˆmios com coeficientes reais de grau n. O vetor nulo ou zero e´ o polinoˆmio 0.xn + 0.xn−1 + ... + 0.x + 0. 6a L i¸c a˜ o (29/ 03/ 2007) 2.2 S ub espac¸os Vetoriais D en tro d e u m esp a c¸ o v eto ria l V , p o d em o s a ch a r su b c o n ju n to s W q u e eles p ro - p rio s sa˜ o esp a c¸ o s v eto ria is. P o is, se so m a m o s d o is v eto res d e W , a so m a e´ o u tro v eto r d e W . T a m b e´m , se m u ltip lic a m o s u m n u´ m ero p o r u m v eto r, o v eto r resu l- ta n te p erten ce a W . D izem o s q u e o c o n ju n to W e´ ” fech a d o ” c o m rela c¸ a˜ o a` so m a e a` m u ltip lic a c¸ a˜ o p o r esc a la r. E ste su b c o n ju n to W c a ra c teriz a u m su b esp a c¸ o d e u m esp a c¸ o v eto ria l V . Definic¸a˜o 24 . Um subconjunto W 6= ∅ de um espac¸o vetorial V , dizemos que e´ um subespac¸o vetorial de V , se: a) S e ∀u, v ∈ W tivermos u + v ∈ W. b) S e ∀α ∈ R, u ∈ W tivermos α.u ∈ W. O b serv ac¸a˜o 1 5 . Q ualquer subespac¸o W de V conte´m o vetor nulo, como con- sequ¨eˆncia da condic¸a˜o (iii) da definic¸a˜o de espac¸o vetorial. O b serv ac¸a˜o 1 6 . T odo espac¸o vetorial admite pelo menoc dois subespac¸os ve- toriais (chamados subespac¸os triviais), o conjunto formado pelo vetor nulo ou zero e o pro´prio espac¸o vetorial V . E x em p lo 35 . O espac¸o V = R3 = {(x1, x2, x3); xi ∈ R, i = 1, 2, 3} e W = {(x1, 0, x3); xi ∈ R, i = 1, 2, 3} e´ um subespac¸o vetorial de V . E x em p lo 36 . O espac¸o V = Rn = {(x1, x2, ..., xn); xi ∈ R, ∀i = 1, 2, .., n}, W = {(0, x2, ..., xn); xi ∈ R, ∀i = 1, 2, .., n} e´ um subespac¸o vetorial real. E x em p lo 37 . O espac¸o V = Mn(R) e W o conjunto das matrizes triangulares superiores. E x em p lo 38 . D ado o sistema linear homogeˆneo 2x + 4y + z = 0 x + y + 2z = 0 x + 3y − z = 0 2.2. SUB ESPAC¸OS VETORIAIS 21 C onsideramos W o conjunto dos vetores soluc¸a˜o do sistema. R esulta que W e´ um subespac¸o vetorial de M3×1(R). E x em p lo 39 . D ado o sistema linear homogeˆneo de n inco´gnitas. W o conjunto dos vetores soluc¸a˜o do sistema e´ um subespac¸o vetorial de Mn×1(R). E x em p lo 4 0 . S e V = R2 e W e´ uma reta deste plano que na˜o passa pela origem. W na˜o e´ subespac¸o de V , pois ex istem u e v em W tal que u + v /∈ W . T ambe´m, observar que o vetor zero ou nulo na˜o pertence a W . E x em p lo 4 1 . V = R2, W = { (x, x2), x ∈ R } NA˜ O e´ subespac¸o vetorial de V . S e escolhemos u = (1 , 1 ) e v = (2 , 4 ), temos que u + v = (3, 5) /∈ W . L ogo, W na˜o e´ subespac¸o vetorial de V . E x em p lo 4 2. D ado o sistema linear na˜o homogeˆneo 2x + 4y + z = 1 x + y + 2z = 1 x + 3y − z = 0 C onsideramos W o conjunto dos vetores-soluc¸a˜o do sistema. T emos que a soma de dois vetores-soluc¸a˜o nem sempre e´ um vetor soluc¸a˜o. P ortanto, W na˜o e´ um subespac¸o vetorial de M3×1(R). 7a L i¸c a˜ o (03/ 04/ 2007) T eorem a 7 (In tersec¸ a˜ o d e S u b esp a c¸ o s). D ados W1 e W2 subespac¸os de um espac¸o vetorial V , enta˜o a intersec¸a˜o W1 ∩W2 e´ tambe´m um subespac¸o de V . Dem onstrac¸a˜o - O b serv a m o s q u e W1∩W2 6= ∅, p o is a m b o s su b esp a c¸ o s c o n teˆm o v eto r n u lo o u zero d e V . S eja m x, y ∈ W1 ∩W2, tem o s q u e x, y ∈ W1 ⇒ x + y ∈ W1. D e fo rm a sim ila r, x, y ∈ W2 ⇒ x + y ∈ W2, seg u e-se q u e x + y ∈ W1 ∩W2. A g o ra , seja α ∈ R, u ∈ W1 ∩W2. C o m o W1 e´ su b esp a c¸ o d e V , α.u ∈ W1. W2 ta m b e´m e´ su b esp a c¸ o d e V , lo g o α.u ∈ W2, lo g o α.u ∈ W1 ∩W2. � E x em p lo 4 3. S e V = R3 e W1 e W2 sa˜o planos que passam pelo eixo Z , a intersec¸a˜o W1 ∩W2 e´ o eixo Z . E x em p lo 4 4 . S e V = Mn×n(R) e W1 = {matrizes triangulares superiores} , W2 = {matrizes triangulares inferiores} , enta˜o W1∩W2 = {matrizes diagonais} . O b serv ac¸a˜o 1 7 . A reunia˜o de dois subespac¸os de V na˜o e´ um subespac¸o de V . E x em p lo 4 5 . S e V = R3 e W1 e W2 sa˜o retas que passam pela origem, enta˜o W1 ∪W2 e´ o ”feixe”formado pela duas retas, que na˜o e´ subespac¸o vetorial de R 3. 22 CAPI´TULO 2. ESPAC¸OS VETORIAIS T eorem a 8 (S o m a d e S u b esp a c¸ o s). S ejam W1 e W2 subespac¸os de um espac¸o vetorial V , enta˜o a soma W1 + W2 = {v = w1 + w2; w1 ∈ W1, w2 ∈ W2} e´ um subespac¸o de V . Dem onstrac¸a˜o - (E x erc ı´c io ) E x em p lo 4 6 . S e V = R3 e W1 e W2 sa˜o retas que passam pela origem, enta˜o W1 + W2 e´ o plano que conteˆm ambas retas. E x em p lo 4 7 . S e V = R3 e W1 ⊂ R 3 e´ um plano e W2 e´ uma reta contida neste plano, ambos passando pela origem, enta˜o W1 + W2 = W1. E x em p lo 4 8 . S e V = M2(R), W1 = { [ a b 0 0 ] ; a, b ∈ R } e W2 = { [ 0 0 c d ] ; c, d ∈ R } , enta˜o W1 + W2 = M2(R). Definic¸a˜o 25 (S o m a D ireta ). S ejam W1 e W2 subespac¸os de um espac¸o vetorial V tais que W1 ∩W2 = {0} e W1 + W2 = V , dizemos V e´ a soma direta de W1 e W2, e denotamos W1 ⊕W2 = V. Definic¸a˜o 26 (C o m b in a c¸ a˜ o L in ea r). S ejam V um espac¸o vetorial real, v1, v2, .., vn vetores de V e a1, a2, .., an nu´meros reais, enta˜o o vetor v = a1v1 + a2v2 + .. + anvn e´ um vetor chamado combinac¸a˜o linear de v1, v2, .., vn. O b serv ac¸a˜o 1 8 . F ixados os vetores v1, v2, .., vn em V , o conjunto W de todos os vetores que sa˜o combinac¸a˜o linear destes, e´ um subespac¸o vetorial de V . Expl´ıcitamente, W = {v = a1v1 + a2v2 + .. + anvn; a1, a2, .., an ∈ R} . Definic¸a˜o 27 (S u b esp a c¸ o G era d o ). W = {a1v1 + a2v2 + .. + anvn ; a1, a2, .., an ∈ R} . o subespac¸o vetorial de V , e´ chamado subespac¸o gerado por v1, v2, .., vn e usamos a notac¸a˜o W = [v1, v2, .., vn]. O b serv ac¸a˜o 1 9 . W = [v1, v2, .., vn] e´ o menor subespac¸o de V que conteˆm o conjunto de vetores {v1, v2, .., vn} , no sentido que se ex iste outro subespac¸o W de V que contenha {v1, v2, .., vn} , enta˜o V ⊂ W . E x em p lo 4 9 . S e V = R3, v ∈ V, v 6= 0. Enta˜o W = [v] = {α.v; α ∈ R} e´ a reta que conte´m o vetor v. E x em p lo 5 0 . S e v1, v2 ∈ R 3, sa`o tais que α.v1 6= v2 para todo α ∈ R, enta˜o W = [v1, v2] sera´ o plano que passa pela origem e conte´m v1 e v2. O bservamos que se v3 ∈ [v1, v2], enta˜o [v1, v2, v3] = [v1, v2] . E x em p lo 5 1 . S e V = R2, v1 = (1, 0), v2 = (0, 1). T emos que V = [v1, v2]. P ois, se (x, y) ∈ V, sabemos que (x, y) = x(1, 0)+y(0, 1), equivale v = x.v1+y.v2. 2.2. D EPEN D EˆN CIA E IN D EPEN D EˆN CIA LIN EAR 23 E x em p lo 5 2. S e v1 = [ 1 0 0 0 ] , v2 = [ 0 1 0 0 ] . Enta˜o [v1, v2] = { [ a b 0 0 ] ; a, b ∈ R } 8a L i¸c a˜ o (10/ 04/ 2007) 2.2 D epen d eˆn cia e In d epen d eˆn cia L in ear Definic¸a˜o 28 . S ejam V um espac¸o vetorial e v1, v2, .., vn ∈ V. D izemos que o conjunto {v1, v2, .., vn} e´ linearmente independente (L I), se a equac¸a˜o a1v1 + a2v2 + ... + anvn = 0⇒ a1 = a2 = ... = an = 0 No caso contra´rio, isto e´, ex ista algum ai 6= 0 dizemos que {v1, v2, .., vn} e´ linearmente dependente (L D ) T eorem a 9 . {v1, v2, .., vn} e´ L D se, e somente se um destes vetores e´ com- binac¸a˜o linear dos outros. Dem onstrac¸a˜o - S e {v1, v2, .., vn} e´ L D , p o r d efi n i¸c a˜ o ex iste a lg u m ai 6= 0, en ta˜ o vi = − 1 ai [a1v1 + ... + ai−1vi−1 + ai+ 1vi+ 1 + .. + anvn] L o g o , vi = − a1 ai v1 + ...− ai−1 ai vi−1 − ai+ 1 ai vi+ 1 + ..− an ai vn Isto e´, vi e´ c o m b in a c¸ a˜ o lin ea r d o s o u tro s v eto res. R ec ı´p ro c a m en te, se vk = b1v1 + ... + bk−1vk−1 + bk+ 1vk+ 1 + .. + bnvn tem o s q u e b1v1 + ... + bk−1vk−1 + (−1)vk + bk+ 1vk+ 1 + .. + bnvn = 0 co m ak = −1 6= 0 P o rta n to , {v1, v2, .., vn} e´ L D . � E x em p lo 5 3. V = R3. S ejam v1, v2 ∈ V .{v1, v2} e´ L D s.s.s. v1 = λ v2. Neste caso, ambos vetores esta˜o na mesma reta, que passa pela origem. E x em p lo 5 4 . V = R3. S ejam v1, v2, v3 ∈ V .{v1, v2, v3} e´ L D s.s.s. os treˆs vetores estiverem no mesmo plano, que conte´m a origem. E x em p lo 5 5 . V = R2, e1 = (1, 0), e2 = (0, 1) ∈ V, e1, e2 sa˜o L I, pois se a1e1 + a2e2 = 0, enta˜o a1(1, 0) + a2(0, 1) = (0, 0) ⇔ (a1, a2) = (0, 0) ⇔ a1 = 0, a2 = 0 E x em p lo 5 6 . V = R3, e1 = (1, 0, 0), e2 = (0, 1, 0), e3 = (0, 0, 1) ∈ V . Enta˜o e1, e2, e3 sa˜o L I. 24 CAPI´TULO 2. ESPAC¸OS VETORIAIS 2.4 B ase d e um Espac¸o Vetorial Definic¸a˜o 29 . Um conjunto de vetores {v1, v2, .., vn} de V , e´ uma base de V , se: (i) {v1, v2, .., vn} e´ L I. (ii) [v1, v2, .., vn] = V E x em p lo 5 7 . V = R2, e1 = (1, 0), e2 = (0, 1) ∈ V .{e1, e2} e´ uma base de V , conhecida como base canoˆnica de R2. E x em p lo 5 8 . O conjunto {(1, 1), (0, 1)} tambe´m e´ uma base de V = R2. C om efeito, se a(1, 1) + b(0, 1) = (a, a + b) = (0, 0) ⇔ a = 0, b = 0. V amos verificar que [(1, 1), (0, 1)] = R2, se (x, y) ∈ R2, temos que (x, y) = x(1, 1) + (y − x)(0, 1). E x em p lo 5 9 . O conjunto {(0, 1), (0, 2)} NA˜ O e´ base de V = R2. S e a(0, 1) + b(0, 2) = (0, a + 2b) = (0, 0) ⇔ a = −2b. E x em p lo 6 0 . O conjunto {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)} e´ uma base de V = R3, chamada base canoˆnica de R3, denotada por {e1, e2, e3}. T emos que (i) {e1, e2, e3} e´ L I. (ii) S e (x, y, z) ∈ R3, enta˜o xe1 + ye2 + ze3. E x em p lo 6 1 . O conjunto {(1, 0, 0), (0, 1, 0)} NA˜ O e´ uma base de V = R3. E´ L I, mas na˜o gera todo R3. P ois [(1, 0, 0), (0, 1, 0)] 6= R3. E x em p lo 6 2. O conjunto { [ 1 0 0 0 ] , [ 0 1 0 0 ] , [ 0 0 1 0 ] , [ 0 0 0 1 ]} e´ uma base de V = M2×2(R). 9a L i¸c a˜ o (12/ 04/ 2007) T eorem a 1 0 . S e v1, v2, .., vn sa˜o vetores na˜o nulos que geram um espac¸o veto- rial V . Enta˜o, dentre estes vetores podemos obter uma base de V . Dem onstrac¸a˜o - C A S O I: S e {v1, v2, .., vn} e´ L I, en ta˜ o este c o n ju n to e´ u m a b a se. C A S O II: S e {v1, v2, .., vn} e´ L D , en ta˜ o u m d estes v eto res e´ c o m b in a c¸ a˜ o d o s o u tro s, p o r ex em p lo se vn e´ c o m b in a c¸ a˜ o lin ea r d o s o u tro s, {v1, v2, .., vn−1} a in d a g era V . D e fo rm a sim ila r, a n a lisa m o s o s c a so s I e II p a ra {v1, v2, .., vn−1}, d ep o is d e u m n u´ m ero fi n ito d e a n a´ lise o b tem o s u m su b c o n ju n to {v1, v2, .., vr} c o m r ≤ n, o q u a l e´ L I e g era V , o u seja , e´ u m a b a se d e V . � T eorem a 1 1 . S e V e´ um espac¸o vetorial gerado por v1, v2, .., vn, enta˜o qualquer conjunto com mais de n vetores e´ L D . 2.4 . B ASE D E UM ESPAC¸O VETORIAL 25 Dem onstrac¸a˜o - C o m o [v1, v2, .., vn] = V , p elo teo rem a a n terio r, ex iste u m su b c o n ju n to {v1, v2, .., vr} b a se d e V , c o m r ≤ n. S eja m w1, w2, ..., wm v eto res d e V , c o m m > n. P o r d efi n i¸c a˜ o d e b a se ex istem esc a la res aij ta is q u e (1) ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ w1 = a11v1 + a12v2 + ... + a1rvr w2 = a21v1 + a22v2 + ... + a2rvr ................................................. ................................................. wm = am1v1 + am2v2 + ... + amrvr C o n sid erem o s a eq u a c¸ a˜ o (2) c1w1 + c2w2 + ... + cmwm = 0 S u b stitu in d o (1) em (2), o b tem o s c1(a11v1 + a12v2 + ... + a1rvr) + c2(a21v1 + a22v2 + ... + a2rvr) +... + cm(am1v1 + am2v2 + ... + amrvr) = 0 R eo rd en a n d o , tem o s q u e (a11c1 + a21c2 + ... + am1cm)v1 + (a12c1 + a22c2 + ... + am2cm)v2 +... + (a1rc1 + a2rc2 + ... + amrcm)vr = 0 C o m o {v1, v2, .., vr} e´ L I, resu lta q u e a11c1 + a21c2 + ... + am1cm = 0 a12c1 + a22c2 + ... + am2cm = 0 .......................................... .......................................... a1rc1 + a2rc2 + ... + amrcm = 0 T em o s u m sistem a lin ea r h o m o g eˆn eo c o m r eq u a c¸ o˜ es e m in c o´ g n ita s, c o m r ≤ n < m, o q u a l a d m ite u m a so lu c¸ a˜ o n a˜ o triv ia l, isto e´, ex iste ci n a˜ o n u lo , im p lic a q u e w1, w2, ..., wm e´ L D . � C orol´ario 2. Q ualquer base de um espac¸o vetorial V tem sempre o mesmo nu´mero de elementos. Este nu´mero e´ chamdao de dimensa˜o de V , e´ denotado por dim V . Dem onstrac¸a˜o - S eja m {v1, v2, .., vn} e {w1, w2, ..., wm} b a ses d e V . C o m o v1, v2, .., vn g era m V e w1, w2, ..., wm sa˜ o L I, p o r teo rem a a n terio r, m ≤ n. T a m b e´m , w1, w2, ..., wm g era m V e v1, v2, .., vn sa˜ o L I, lo g o n ≤ m. P o rta n to n = m . � 26 CAPI´TULO 2. ESPAC¸OS VETORIAIS E x em p lo 6 3. V = R2, {(1, 0), (0, 1)} e {(1, 1), (0, 1)} sa˜o bases de V , enta˜o dim V = 2 . E x em p lo 6 4 . V = R3, {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1} e´ a base canoˆnica de V , enta˜o dim V = 3 . E x em p lo 6 5 . V = M2×2(R), enta˜o dim V = 4 . O b serv ac¸a˜o 20 . Q uando V admite uma base finita, dizemos que V e´ um espac¸o vetorial de dimensa˜o finita. T eorem a 1 2. Q ualquer conjunto L I de vetores de um espac¸o vetorial V de dimensa˜o finita pode ser completado e formar uma base de V . Dem onstrac¸a˜o - S eja d im V = n e v1, v2, .., vr v eto res L I. S e [v1, v2, .., vr] = V , en ta˜ o {v1, v2, .., vr} e´ u m a b a se d e V . S e ex iste vr+ 1 ∈ V ta l q u e vr+ 1 /∈ [v1, v2, .., vr], en ta˜ o {v1, v2, .., vr, vr+ 1} e´ L I (C O N F E R IR !). S e [v1, v2, .., vr, vr+ 1] = V , en ta˜ o {v1, v2, .., vr, vr+ 1} e´ a b a se p ro c u ra d a . E m o u tro c a so , ex iste vr+ 2 ∈ V ta l q u e vr+ 2 /∈ [v1, v2, .., vr, vr+ 1], en ta˜ o {v1, v2, .., vr, vr+ 1, vr+ 2} e´ L I (C O N F E R IR !). S e [v1, v2, .., vr, vr+ 1, vr+ 2] = V , c o n c lu ı´ a p ro v a . S e n a˜ o , p ro sseg u im o s u sa n d o o m esm o a rg u m en to . C o m o n o m a´ x im o tem o s n v eto res L I em V , a p o´ s d e u m n u´ m ero fi n ito d e p a sso s o b tem o s a b a se q u e c o n te´m o s v eto res d a d o s. � C orol´ario 3. S e dim V = n, qualquer conjunto de n vetores L I forma uma base de V . Dem onstrac¸a˜o - S e n a˜ o fo sse b a se, p o d em o s c o m p leta r o c o n ju n to a te´ ter u m a b a se c o m m a is d e n v eto res em V (⇒ / ⇐). � T eorem a 1 3. S e U e W sa˜o subespac¸os de um espac¸o vetorial de dimensa˜o finita, enta˜o dim U ≤ dim V e dim W ≤ dim V . A le´m disso, d im(U + W ) = d imU + d imW − d im(U ∩W ) Dem onstrac¸a˜o - (E x erc ı´c io ) T eorem a 1 4 . S e β = {v1, v2, .., vn} e´ uma base de V , enta˜o cada vetor de V tem escrita u´nica como combinac¸a˜o linear dos v1, v2, .., vn. Dem onstrac¸a˜o - C o m o [v1, v2, .., vn] = V , se v ∈ V, v = a1v1 + ... + anvn. S u p o n h a m o s q u e v = b1v1 + ... + bnvn, p ro v a rem o s q u e ai = bi, ∀i = 1, 2, .., n. T em o s q u e 0 = v − v = (a1 − b1)v1 + ... + (an − bn)vn {v1, v2, .., vn} e´ L I, lo g o ai = bi, ∀i = 1, 2, .., n. � 2.4 . B ASE D E UM ESPAC¸O VETORIAL 27 Definic¸a˜o 30 . S e β = {v1, v2, .., vn} e´ uma base de V , e v ∈ V, v = a1v1 + ... + anvn, dizemos que a1, a2, ..., an sa˜o as coordenadas de v com relac¸a˜o a` base β, e denotamos [v]β = a1 a2 ... ... an E x em p lo 6 6 . V = R2, β = {(1, 0), (0, 1)} base de R2. T emos que (4, 3) = 4(1, 0) + 3(0, 1), logo [(4, 3)]β = [ 4 3 ] S e β1 = {(1, 1), (0, 1)} base de R 2. T emos que (4, 3) = 4(1, 1) + (−1)(0, 1), logo [(4, 3)]β1 = [ 4 −1 ] O b serv ac¸a˜o 21 . A ordem dos elementos da base infl ui na matriz de coorde- nadas de um vetor com relac¸a˜o a esta base. P or exemplo, se β = {(1, 0), (0, 1)} enta˜o [(4, 3)]β = [ 4 3 ] S e consideramos β1 = {(0, 1), (1, 0)} enta˜o [(4, 3)]β = [ 3 4 ] E x em p lo 6 7 . S ejam V = {(x, y, z) ; x + y − z = 0} , W = {(x, y, z) ; x = y}. T emos que V = [(1, 0, 1), (0, 1, 1)] , W = [(1, 1, 0), (0, 0, 1)] R esulta que V + W = [(1, 0, 1), (0, 1, 1), (1, 1, 0), (0, 0, 1)] S e (x, y, z) ∈ R3, escrevemos (x, y, z) = α(1, 0, 1) + β(0, 1, 1) + γ(1, 1, 0) + δ(0, 0, 1) R esolvendo, tem-se α = x, β = y, γ = 0, δ = z − x− y 28 CAPI´TULO 2. ESPAC¸OS VETORIAIS D aqui V + W = R3. Usando teorema anterior d imR3 = d imV + d imW − d im(V ∩ W ) ⇔ 3 = 2 + 2 − d im(V ∩ W ) ⇒ d im(V ∩W ) = 1 C alculamos V ∩W , ou seja V ∩W = {(x, y, z) ; x + y − z = 0, x = y} = {(x, y, z) ; x = y = z/2} = [(1, 1, 1/2)] . 10a L i¸c a˜ o (17/ 04/ 2007) 2.5 M ud an c¸a d e B ase S eja m β = {v1, v2, ..., vn} e β1 = {w1, w2, ..., wn} d u a s b a ses o rd en a d a s d e u m m esm o esp a c¸ o v eto ria l V . D a d o v ∈ V , p o d e ser esc rito v = x1v1 + x2v2 + ... + xnvn o u ta m b e´m , (∗) v = y1w1 + y2w2 + ... + ynwn T em o s a s rela c¸ o˜ es [v]β = x1 ... ... xn , [v]β1 = y1 ... ... yn C o m o β = {v1, v2, ..., vn} e´ b a se d e V , o s v eto res wi p o d em ser esc rito s c o m o u m a c o m b in a c¸ a˜ o lin ea r d o s uj , isto e´, w1 = a11v1 + a21v2 + ... + an1vn w2 = a12v1 + a22v2 + ... + an2vn ................................................ ................................................ wn = a1nv1 + a2nv2 + ... + annvn S u b stitu in d o em (* ), tem o s q u e: v = y1(a11v1 + a21v2 + ... + an1vn) + y2(a12v1 + a22v2 + ... + an2vn)+ ... + yn(a1nv1 + a2nv2 + ... + annvn) v = (a11y1 + a12y2 + .. + a1nyn)v1 + .. + (an1y1 + an2y2 + .. + annyn)vn M a s v = x1v1 + x2v2 + ... + xnvn, e c o m o a esc rita e´ u´ n ic a , tem -se: x1 = a11y1 + a12y2 + .. + a1nyn ............................................... ............................................... xn = an1y1 + an2y2 + .. + annyn 2.5 . M UD AN C¸A D E B ASE 29 P o d em o s reesc rev er, n a fo rm a x1 ... ... xn = a11 ... ... a1n ..... ..... ..... .... ..... ..... ..... .... an1 ..... .... ann . y1 ... ... yn D en o ta m o s [I] β1 β = a11 ... ... a1n ..... ..... ..... .... ..... ..... ..... .... an1 ..... .... ann P o rta n to , [v]β = [I] β1 β . [v]β1 A m a triz [I] β1 β e´ ch a m a d a m a triz d e m u d a n c¸ a d e b a se β1 p a ra a b a se β. E x em p lo 6 8 . S ejam β = {(2,−1), (3, 4)} , β1 = {(1, 0), (0, 1)} , bases de R 2. D e um ca´lculo direto, temos que: w1 = (1, 0) = (4/11)(2, 1) + (1/11)(3, 4), w2 = (−3/11)(2, 1) + (2/11)(3, 4) P ortanto [I] β1 β = [ a11 a12 a21 a22 ] = [ 4/11 −3/11 1/11 2/11 ] S e v = (5,−8), podemos achar [v]β, do modo seguinte [(5,−8)]β = [I] β1 β . [(5,−8)]β1 = [ 4/11 −3/11 1/11 2/11 ] . [ 5 −8 ] = [ 4 −1 ] ou seja, (5,−8) = 4(2, 1)− 1(3, 4). O b serv ac¸a˜o 22. C om uma ana´lise similar, podemos ter: [v]β1 = [I] β β1 . [v]β O b serv ac¸a˜o 23. A s matrizes [I] β1 β e [I] β β1 sa˜o invers´ıveis e ( [I] β1 β ) −1 = [I] β β1 E x em p lo 6 9 . No u´ltimo exemplo, podemos obter [I] β1 β a partir de [I] β β1 . P ois [I] β β1 e´ fa´cil de ser calculada (2,−1) = 2(1, 0)− 1(0, 1) (3, 4) = 3(1, 0) + 4(0, 1) D aqui [I] β β1 = [ 2 3 −1 4 ] Enta˜o [I] β1 β = ([ 2 3 −1 4 ])−1 = [ 4/11 −3/11 1/11 2/11 ]