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A língua é o único meio universalmente empregado pelos homens para fazer da cultura o assunto de suas interações.
Diversos meios: face a face (oral) ou registros > fitas, discos, livros, jornais, revistas, impressos, cartazes (propagáveis através de gerações).
FUNÇÃO SOCIAL DA LÍNGUA. 
O que um indivíduo vê, pressente, imagina, descobre ou inventa pode ser nomeado pela palavra.
O conhecimento é socializado e integrado à cultura coletiva através da língua.
História externa > Estudo que a companha os passos de uma língua desde a origem.
História interna > Dá conta das mudanças nessa trajetória.
A constituição do léxico de uma língua reflete as circunstâncias históricas vividas pelas comunidades às quais serve ou serviu.
A língua portuguesa é de origem latina. O latim é a língua que modificada pelo uso ao longo de vários séculos na Península Ibérica deu origem ao português.
A formação do léxico português
A base lexical latina foi ampliada por palavras pertencentes às línguas dos povos que habitavam a Península Ibérica antes das invasões romanas. 
Posteriormente: germânicos e árabes expandiram e diversificaram o léxico.
Séculos XII ou XIII > primeiros escritos em português. 
Palavras latinas - cerca de 80% do léxico ; 
Palavras pré-romanas, germânicas e árabes - cerca de 20% do léxico.
CONSTITUIÇÃO DO LÉXICO PORTUGUÊS.
Palavras pré-romanas: 
Barranco, bezerro, bruxa, cama, carrasco, mato, morro, várzea.	
Palavras germânicas: 
bando, espora, luva, guerra, guardar, jardim, rico, sala, trégua.
Palavras árabes (amplo acervo): 
a)Cargo, ocupação, profissões – alferes, almoxarifado, alfaiate, almocreve; 
b)Plantas, alimentos – açúcar, alecrim, algodão, arroz, laranja; 
c)Animais – atum, javali; 
d)Artigos de luxo, instrumentos – almofada, marfim, alfinete, rabeca, alaúde; 
e)Unidade de medida e conceitos matemáticos – algarismo, cifra, alqueire, arroba; 
APRENDEMOS que a língua é o único meio universalmente empregado pelos homens para fazer da cultura o assunto de suas interações. b) que se estuda a formação de uma língua acompanhando a sua história externa e a sua história interna. c) que a língua portuguesa é de origem latina. d) que 80% do nosso léxico é de base latina. e) que 20% do nosso léxico vêm das contribuições dos povos que habitaram a Península Ibérica antes e depois dos romanos, sobretudo germânicos e árabes.
História romana 
assim como a itália hoje se apresenta com uma intensa variação cultural, linguística e política, a itália primitiva também apresenta essa mesma intensa variedade de perfis, com o agravante que há poucos meios arqueológicos para se perfazer esse estudo. 
o conhecimento linguístico diferenciado do qual alguns resquícios foram deixados e que hoje servem como fonte de estudo apresenta-se como uma forma de revelação dessa complexidade organizacional. 
habiitada desde o paleolítico, entretanto é no neolítico que o uso do cobre se dá e nessa época que se concentram as grandes transformações. segundo testemunham epitáfios de túmulos e sepulcros, indica-se aí a existência de uma comunidade linguística pré-indo-europeia. 
na metade do segundo milênio antes de cristo, surgem os indo-europeus e o desenvolvimento das técnicas de uso do bronze, seguido mais tarde pelo trabalho com o ferro, cujas técnicas são trazidas pelos nórdicos, cerca de 800 a.c., conhecidos como vilanovianos (porque se acentaram em vila nova). esse grupo conquistou a úmbria e a etrúria. o fim do domínio vilanoviano coincide com a chegada dos helenos. 
é importante salientar que as invasões indo-europeias trouxeram o florescimento de importantes falares itálicos, como é o caso do osco (falado ao sul do lácio) e o úmbrio (falado ao nordeste do lácio), ao lado do latim (no próprio lácio). 
no séc. viii a.c., duas colonizações são fundamentais para se compreender futuros processos pelos quais a itália passará e passa até os dias atuais. são elas a colononização grega e o aparecimento da civilização etrusca. 
quanto ao primeiro fato, destaca-se a extensa área ocupada pelos gregos, chama da de magna grécia, que se refere a toda a parte meridional da península. essa presença grega teve uma grande importância para a região conquistada, pois esses colonizadores deixaram um tesouro cultural, próprio desse povo na antiguidade. apesar dessa riqueza no plano do conhecimento das artes, filsofia, línguas e técnicas industriais, nunca conseguiram manter uma unidade política, sempre com grandes divergências de pensamento e lutas internas, o que contribuiu para um fácil declínio. 
os etruscos deixaram vestígios de uma profunda admiração e influência pelos gregos. 
esse grupo constituiu-se como o mais importante da itália pré-romana. de origem controversa, pois é fácil pensar em pelo menos três hipóteses para a origem desse povo: a setentrional, a autóctone e a oriental, embora somente as duas últimas sejam mais prováveis e, de preferência, combinadas. a oriental é, contudo a mais conhecida e aceita. a partir dela, compreende-se que os etruscos teriam vindo da ásia menor. os aspectos linguístico, religioso e artístico são os veios pelos quais se pode aceitar bem essa hipótese. estreitas semelhanças artísticas com civilizações da ásia menor são detetadas, doutrinas e práticas religiosas também são bem semelhantes (das quais se destaca o exame das entranhas da vítima), e, finalmente, não é à toa que se identificam afinidades entre o idioma etrusco e o falado na ilha de lemnos, anteriormente à ocupação dos atenienses, além de uma onomástica comum à dos lídios lícios. 
populacionalmente reduzidos, mas donos de uma severa e complexa organização militar, os etruscos conseguiram se expandir na península, chegando ao lácio e esbarrando inicialmente na também organizada sociedade helênica, na região da magna grécia. 
tinham uma vida estruturada no plano político-social. pelos afrescos encontrados, é possível identificar reis, exércitos, religiosos, juízes. no plano econômico, é importante apontar as técnicas agrícolas e o conhecimento industrial, do qual são ressaltadas as técnicas de construção, de manuseio de minerais e de navegação. 
esse poderio só entra em decadência no séc. v, quando romanos, gregos e celtas os combatem ferrenhamente. 
o lácio, região que abraçaria a futura capital do mundo mediterrâneo, é geograficamente privilegiado. de um lado o tibre, rio de mais de quatrocentos quilômetros de extensão, e de outro as sete colinas. considerado uma encruzilhada de vias comerciais terrestre e fluvial, ligava a etrúria à capânia e os apeninos ao mar. 
formado por diferentes povos, pode-se dizer que seus grandes fundadores foram, de fato, os etruscos, que unificaram as aldeias, fundando a urbs. a tradição lendária não admitiu esse fato e lançou uma imagem forte de dois gêmeos criados por uma loba, os irmãos rômulo e remo. 
a realeza surge então ainda sob forte um pulso etrusco, cujos setes primeiros reis ainda guardavam suas condições e tradições. 
com a instituição da república, dois fatos importantes devem ser mencionados: a organização republicana e as conquistas dos plebeus. dessa forma, plebeus conseguem mudar o plano sócio-político republicano. em primeiro lugar, suas reivindicações ganharam força porque as classes eram antagônicas, de modo que uma não sobreviveria sem a outra. em segundo, destaca-se a atuação extremamente hábil e enérgica dos tribunos da plebe, grupo de magistrados que atuavam com o objetivo bem definido de defender os interesses dessa classe. em treceiro, as greves militares, seguida do quarto aspecto, o da redução do número de patrícios em decorrência das inúmeras guerras. 
a política externa romana, desde a expulsão dos etruscos até a primeira guerra púnica, abrange, resumidamente, a supremacia de roma no lácio, a invasão gaulesa, a conquista da itália central e a da itália meridional. 
na primeira guerra púnica, os romanos conquistam messina e expulsam os cartagineses da sicília, combatendo-os via mar, o que os levou a se fixar como potência marítima.
com esse ganho.
Talvez o mais importante nome na história política de todos os tempos, césar se caracterizava pelo senso político, autodomínio, audácia, ambição e inteligência. 
ainda no papel de cônsul, seu gênio de estadista já aflorava. fez votar leis agrárias, ratificou os atos de pompeu no oriente, publicou o que se passava no senado com a acta senatus e criou, com o mesmo espírito, a acta urbis, além de responsabilizar os governantes por seus abusos. 
em meio a muitas conspirações e lutas pelo poder, pompeu se firma cada vez mais em roma, enquanto césar atua em outras regiões, mas os desmandos e a arbitrariedade do primeiro faz com que o senado chame césar a roma. ele recusa e decide atravessar o rubicão, episódio célebre de seus escritos. essas tensões desencadeiam uma guerra civil que encerra o período da república. 
antes disso, césar é cada vez mais chamado a intervir nos grandes conflitos, de forma que se torna ditador e precisa de toda a sua habilidade como político e estrategista. consegue cumprir sua missão, recebe honrarias e até uma divinização, tão apropriada ao antigo povo romano. 
vale ressaltar que sua passagem pela história de roma foi tão marcante que todos os governantes depois dele receberam seu nome. o nome césar foi eternizado como título de governante. 
ainda durante a época dos triunviratos um outro então jovem nome ganha força: otávio. inicialmente cuida do lado ocidental das terras subjugadas a roma, enquanto marco antônio, associado a cleópatra, cuida do oriente. 
com o suicídio de marco antônio, o oriente passa às mãos de otávio, que passa a ser senhor único de todo o mundo romano. com o fim das guerras e vitória de otávio, a república sucumbe totalmente e começa a época do império. 
após o desaparecimento de marco antônio e a tomada de poder de otávio, o regime novo é inicialmente denominado “principado”, e, por isso, otávio, o princeps, o primeiro cidadão, o imperator caesar augustus. 
alguns episódios do governo do então césar augusto (otávio) são célebres: retomada do poder dos tribunos da plebe, passa a ser o princeps, recebe o título de augustus, divinizado com uma auréola sagrada, acumula também os poderes de censor e de legislador, torna-se sumo pontífice, proclama-se pai da pátria. 
augusto realizou de fato importantes reformas e implantou ações de diversos níveis em vários âmbitos. por meio de regras rígidas de arrecadação, obteve um aumento considerável de receita. implantou as reformas financeira, judiciária, administrativa , religiosa, social e moral. reorganizou os tribunais civis e criminais e deu poderes bastante amplos de decisão jurídica a si próprio. 
Costumes romanos: 
os antigos romanos tinham o hábito de barbear-se e de banhar-se frequentemente, de modo que as casas de banho públicas, as termas eram muito populares. 
dentre os hábitos mais comuns, há a abundância das refeições, embora se perseguisse uma alimentação bem balanceada. isso significa dizer que elas eram leves e frequentes. 
quanto aos divertimentos, os romanos apresntavam uma lista de opções bem variada. havia festas familiares, como casamentos, recebimento de toga viril, ao lado de festas públicas, como solenidades de caráter religioso, militar, circense – o mais popular de todos -- e teatral. 
quanto à religião, já se pode imaginar que, com tantas influências de povos diferentes que formaram o povo romano e, porteriormente, com tantos povos conquistados, havia uma grande profusão de hábitos religiosos e de crenças. apesar disso, o que ficou para a história de um modo generalizado foi a religião politeísta, que contou com os conhecidos deuses da mitologia romana. 
esses deuses têm uma correspondência quase direta do politeísmo grego e seus rituais também são muito parecidos, com sacrifícios de animais, oferendas, leitura de auspícios e um imenso respeito às vontades dos deuses. esses rituais e crenças ganharam novo impulso vital no governo de otávio, no império.
No âmbito administrativo, implementou uma redução no quadro de senadores e firmou suas atribuições rigidamente. estruturou um quadro de funcionários capaz de atender às necessidades administrativas de todo o império. 
no âmbito religioso, procurou trazer uma nova cor aos costumes e à moralidade. para tanto, revitalizou o politeísmo e os deuses antigos, ao lado da criação de novos cultos e rituais. 
no campo social, uma nova hierarquia é estabelecida e leis bastante rígidas em relação aos escravos são postas. incentivou a natalidade, para crescimento da população. 
nas artes, ressaltam-se os campos da literatura, ao qual forneceu grande incentivo, que resultou em numerosoas epopeias e poesias líricas, e o campo da arquitetura. com bastante facilidade, elencam-se produtos desses incentivos como a construção de palácios, templos, fóruns, aquedutos, teatros, arcos de triunfo, termas, pontes, estradas etc. 
sua política externa é eminentemente defensiva, cujos principais instrumentos são um exército permanente e sempre pronto e investimento na diplomacia, que lhe rendeu um ganho na fronteira militar até o eufrates, possibilitando-lhe submeter a armênia. 
quanto ao exército, vale registrar que era um das mais importantes recursos de que se dispunha. com trabalho assíduo e intermitente, o legionário, quando dava baixa de suas atividades, poderia retirar uma boa quantia em dinheiro e ganhava um lote de terras para sua sobrevivência, dentre outras vantagens e privilégios. 
a legião imperial se organizava, desde mário, com identificação de número, nome e sobrenome, tamanha a complexidade dessa instituição. 
a cavalaria era distribuída em quatro corpos: coortes mistas, cavalaria legionária, cavalaria das alas, corpos de cavaleiros indígenas (compostos por membros temporários ao serviço militar). 
houve também as coortes pretorianas, grupo de destaque por ter influência política, tendo tido papel decisivo na escolha de alguns imperadores. formada por italianos propriamente ditos e depois por provinciais escolhidos, tal grupo era estruturado por infantes e cavaleiros. 
para se ter uma ideia da complexidade da organização, citam-se os cargos de prefeito de acampamento (patrulhas das fronteiras e o legado de legião, que tinha poder sobre os tribunos. 
Na época da pax romana, a maior parte do tempo causou certa inatividade aos militares, o que levou augusto a criar manobras e exercícios para combater a ociosidade de seus homens. 
passou a existir também no império a possibilidade de ascenção profissional para o militar. antes, o simples soldado poderia aceder à categoria de centurião somente. dessa época em diante, ele poderia ultrapassá-la. o centurião poderia tornar-se legado, prefeito de acampamento, prefeito de legião e até general. o comando supremo, e outras palavras, pode chegar às mãos de um bárbaro, dependendo, obviamente, de seu merecimento. 
além desses grupos que patrulhavam fortemente as fronteiras, havia exército reserva acantonado na itália, na dalmácia e na espanha. outrossim, uma marinha de guerra bastante arrojada também se organiza, com diversas esquadras e bases na itália, na síria e no egito. 
seu governo finda com sua tranquila morte no ano 14 d.c. 
seguiram-se a otávio muitas dinastias, cada uma com um grupo razoável de governantes, como a júlio-cláudia, galba-vitélio-otão, os flávios, os antoninos, os severos, a época de anarquia, os ilírios e, finalmente, o império cristão, em que também se sucedem uma série de governantes e de dinastias. 
apesar de a história política ter um imenso peso, devido às consequências fortíssimas que se instalaram em todo o mundo conhecido à época, há que se observar também alguns outros aspectos bastante interessantes dessa cultura que mudou o curso da história.
HISTÓRIA EXTERNA DA LÍNGUA PORTUGUESA – AULA 2 
Mapa 1 - Paul Tessier 
Divisão da Península em duas províncias: 
a)Hispânia Citerior (do lado de cá) (nordeste). 
b)Hispânia Ulterior (além, posterior) (sudoeste). 
A romanização 
Em 27 a. C, Augusto divide a hispânia ulterior em
duas – Lusitânia (norte) e Bética (sul) A romanização fez-se de maneira mais rápida e completa no sul do que no norte. Os povos da Galícia conservaram por mais tempo sua cultura.
INVASÕES DA PENÍNSULA IBÉRICA 
409 – Invasão germânica; 
Vândalos, suevos e alanos > hegemonia dos suevos. 
585 – Invasão dos visigodos; 
Tentativa de reunificar a Península.
A contribuição dos suevos e dos visigodos à língua e à cultura foi mínima.
Papel negativo do domínio suevo, até 585, e visigodo, após e até 711: rompimento da unidade romana.
O latim escrito se mantém como única língua de cultura. 
O latim falado evolui rapidamente e se diversifica.
Invasão muçulmana – 711 
Grande influência na língua (árabe) e na cultura, inclusive na religião (islamismo).
Reconquista 
Parte do Norte e empurra os “mouros” para o sul. 
No século XII, durante a Reconquista, nasce o reino independente de Portugal
A Espanha que se mantém muçulmana domina os inimigos cristãos. 
Cronologia das Reconquistas lusitanas e formação do território português: 
Coimbra- 1064; 
Santarém e Lisboa – 1147; 
Évora – 1168; 
Faro – 1249; 
Espanha Só em 1492, o resto da Península Ibérica é resgatado pelos Reis Católicos e dá-se a formação do território espanhol.
FORMAÇÃO DAS LÍNGUA IBÉRICAS Formação de três línguas: Galego-português (oeste); Castelhano (centro); Catalão (leste); Essas línguas nasceram no norte e foram levadas para o sul durante a Reconquista.
FORMAÇÃO DO ESTADO PORTUGUÊS 
Nesse tempo, o reino autônomo de Portugal já existia e a parte meridional do seu território estava quase inteiramente “reconquistada”. 
Portugal constituiu-se no século XII, quando Afonso I (Afonso Henriques), filho do conde Henrique de Borgonha, se tornou independente do seu primo Afonso VII, rei de Castela e de Leão.
Galego-português 
Durante todo o período compreendido entre o começo do século XIII e meados do século XIV, bem depois, por conseguinte, do fim da Reconquista, a língua comum é esse galego-português nascido no Norte.
O galego-português é a língua da primitiva poesia lírica peninsular, que foi conservada fundamentalmente em três compilações: 1) O Cancioneiro da Ajuda (copiado em fins do século XIII ou princípios do século XIV). 2) Cancioneiro da Vaticana, copiado no século XVI na Itália; 3) Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa século XVI, copiado também na Itália;
OS CANCIONEIROS 
Estes cancioneiros contêm três categorias de poesias: 
1) as cantigas d’amigo (poemas de amor, por vezes com traços populares, em que fala a mulher); 
2) cantigas d’amor (poemas mais eruditos, de frequente inspiração provençal, nos quais é o homem quem fala); 
3) as cantigas d’escarnho e de mal dizer (poemas satíricos, não raro extremamente grosseiros).
Já foram apresentadas algumas situações muito importantes de diferenciação entre latim literário e latim vulgar. Entretanto, é importante relembrar que o latim vulgar era eminentemente uma língua falada pelo povo (vulgus) não escolarizado,da qual poucas fontes chegaram até nós. Além disso, a literatura e os documentos até então produzidos se aproximavam em larga escala do latim literário das classes cultas.
Os poucos documentos escritos em latim vulgar se perderam pela ação do tempo, como inscrições em muros e cemitérios; pela ação da Igreja Católica, que destruiu muitas fontes de pesquisa pela suposta natureza herege de seu conteúdo, como é o caso de alguns tratados de magia; ou simplesmente por não terem sido copiados.
O fato é que uma língua que foi falada há tantos séculos atrás, sem a existência dos recursos tecnológicos de que dispomos hoje para registrar a voz humana em qualquer situação, não poderia mesmo contar com muitas fontes. Das que restaram, são as mais conhecidas:
O appendix probi, atribuído ao gramático latino Valério Probo (daí “apêndice de probo”), que elaborou uma lista de “erros” e suas respectivas “correções”.
Peregrinatio ad loca sancta, relato de viagens da monja Etéria (Aetheria), e Mulomedicina chironis, um tratado de veterinária, são obras em que o latim vulgar aparece somente em determinadas situações.
Comédias - Histórias em que são representadas pessoas do povo, como acontece na obra Satyricon, de Petrônio, na qual Trimalquião comete vários barbarismos ao lado de construções surpreendentemente cultas.
Alguns doutores da Igreja, como Santo Agostinho, incluíram em seus textos alguns vulgarismos para tornar suas mensagens acessíveis a pessoas sem a devida instrução.
As tábuas execratórias (tabellae defixionum) são boas fontes de estudo do latim vulgar, já que os romanos, ao registrar por escrito suas pragas e maldições, o fizeram na língua vulgar.
Os poucos graffiti de Pompeia (inscrições encontradas nas paredes da cidade de Pompeia)  que restaram, por serem eminentemente populares, em que aparece, entre outras ocorrências, ama em lugar de amat.
Epitáfios em cemitérios também eventualmente apresentam alguns exemplos, como puellas ao invés de puellae.
As alterações do latim vulgar para o Romance e deste para as línguas neolatinas não deixaram registro escrito. Mas as diferenças que aparecem no estabelecimento das línguas neolatinas permitem reconhecer certas regularidades em cada uma delas.
Do latim imperial ou tardio, apontam-se como principais alterações em direção ao galego-português:
A redução das dez vogais clássicas para as sete que utilizamos hoje:
I longo-----i
I breve----e
E longo---e
E breve---ɛ
A breve---a
A longo---a
O breve--  
O longo—o
U breve—o
U longo--u
A redução dos ditongos clássicos latinos para [  ] e [e]: caecum > cego e foedum > feo;
Na fonética:
[kl] > [λ] e [dȝ],    oculum > oclu > olho ou ojo (em castelhano).
Na fonética:[kt] > [yt] e [tʃ], nocte > noyte> noite ou noche (em castelhano), conforme quadro abaixo (Teyssier, 2006)
Em castelhano, vogais abertas ditongaram-se quando tônicas, diferentemente do galego-português, que ignora essa ditongação: - petra > piedra (castelhano) e pedra (galego-português)
- Grupos iniciais pl-, fl- e cl- > ch [tʃ] e >  [λ], em castelhano: plenu > ch~eo e lleno (castelhano)
- Queda de –l- intervocálico: colore > color > coor, em galego-português (cor, posteriormente)
- Queda do –n- intervocálico: luna> l~ua, em galego-português (lua, posteriormente).
Na morfologia e na sintaxe: o sistema de flexão dos casos acaba por desaparecer e ficam apenas as duas formas de acusativo; singular ou plural
Na morfologia e na sintaxe: as desinências dos antigos casos desaparecem e fixam-se a ordem dos elementos no discurso e o uso de preposições;
o gênero neutro também desparece, ficam somente masculino e feminino;
Quanto aos verbos, as formas sintéticas são frequentemente substituídas pelas perífrases. O futuro, antes feito com desinências próprias, como amabo, por exemplo, passa a amare habeo;
Surgem artigos definidos lo, la, los, las a partir do demonstrativo ille;
Na formação do vocabulário: A grande massa de palavras que compõem o vocabulário são herdadas diretamente do latim.
Na formação do vocabulário:
As influências que resultaram em importantes contribuições são: 
- palavras de origem germânica, como guerra, ganso, estaca, etc;
- palavras de origem árabe: arroz, azeite, alface, alfinete, almofada, açúcar, arrabalde, etc.
Os romanos exploravam economicamente as regiões dominadas e impunham o direito romano.
Permitiam a utilização da língua materna e respeitavam as tradições religiosas dos vencidos.
O latim e as outras línguas Consideravam motivo de grande honra para si o uso do latim pelos vencidos. As línguas com as quais o latim entrou em contato eram muito diferentes entre si.
A comunicação no Império. A fala dos vencedores (o latim) + a fala dos vencidos (dialetos locais) = bilinguismo.
Variedades do latim
O latim e suas variedades. 
popular (falado): exército, comerciantes e colonos; 
erudito (escrito): magistrados, jurisdição e da escola;
O termo romania ( e seus cognatos) 
romanus > romania X bárbaros; 
latine loqui (latim da escola - culto)
romanice loqui (latim falado - vulgar) 
barbarice loqui (línguas não românicas)
A origem do romance. 
romanice: “à maneira dos romanos” ou “segundo os costumes romanos” 
romance: qualquer composição escrita em uma das línguas vulgares
A România atual. România: área ocupada por línguas de origem latina. Diferenças entre os domínios do Império Romano e a influência do latim hoje.
Por que o latim não conseguiu manter-se como a língua falada em todo o Império? 
a)romanização superficial; 
b)superioridade cultural dos vencidos; 
c)superposição de populações não romanas; 
Como as línguas românicas foram levadas aos novos continentes? 
Movimentos colonialistas e grandes navegações (século XVI); 
Propagação do catolicismo – Portugal e Espanha;
Onde se falam línguas românicas? 
português (lusofonia): 
Europa: Portugal, Ilha da Madeira; 
Américas – Brasil; 
Ásia - Macau, Timor, Goa; 
África – Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé Príncipe;
Onde se falam línguas românicas? 
espanhol: América do Sul, Europa e América do Norte; 
francês: América do Norte, Europa, África; 
italiano: Europa e África;
Você viu na aula de hoje 
a) Que o latim difundiu-se pelas regiões dominadas pelos romanos e, junto com a língua, a maioria dos povos vencidos adotou a sua cultura; 
b) Que em muitas regiões dominadas pelo Império romano, o latim conviveu com os dialetos locais por décadas.
c) Que o termo romania designava a unidade linguística e cultural de grande parte das regiões dominadas pelos romanos mesmo após a queda do Império. 
d) Que o termo România indica as áreas geográficas de permanência de línguas românicas nos dias de hoje. 
e) Que o termo romance referia-se a qualquer texto escrito em uma das línguas vulgares na Idade Média.
Conforme já foi apontado na exemplificação da aula 3, na região da lusitânia, ocorrem:
-[kl] > [λ]:   oculum > oclu > olho;
-[kt] > [yt]:  nocte > noyte > noite; 
-o galego-português que ignora a ditongação das vogais abertas operada pelo castelhano, como por  exemplo petra > pedra (x pietra);
-grupos iniciais pl-, fl- e cl- > ch [tʃ]: plenu>ch~eo  (til em cima do “e”);
-queda de –l- intervocálico: colore>color>coor em galego-português (>cor, posteriormente);
-queda do –n- intervocálico: luna> l~ua, em galego-português (>lua, posteriormente)(til em cima do “u”).
Além dessas ocorrências nos planos fonético e fonológico, observam-se também outras de natureza diversa.
Quanto à morfologia e à sintaxe, as transformações do latim ao galego-português são muito semelhantes às que ocorrem com as outras línguas latinas. As modificações são fortíssimas e extremamente profundas, o que torna o assunto muito complexo para ser retomado em brevíssimas palavras, mas como principais pontos, indicam-se:
A declinação nominal simplifica-se e acaba por desaparecer, sobrevivendo apenas duas formas – o acusativo singular e o plural.
As relações sintáticas anteriormente expressas pelos casos passam a ser reconhecidas por uma ordem mais fixa na frase e pelo uso de preposições.
Os gêneros se reduzem a masculino e feminino, ocorrendo o desfazimento do neutro.
O sistema verbal sofre intensa reorganização e proliferam as formas perifrásticas:
Exemplo: o futuro simples amabo é substituído pela forma perifrástica amare habeo, que origina a forma atual amarei.
Inexistente no latim clássico, surge o artigo definido, advindo do pronome demonstrativo latino ille no acusativo: Illum, illam, illos, illas originam lo, la, los, las e, mais tarde, o, a, os, as.
Quanto ao vocabulário, ele se forma principalmente pelas palavras latinas herdadas diretamente na continuação histórica das alterações sócio-político-
-econômicas e linguísticas.v
A esse imenso repertório latino original, somam-se novas palavras, advindas por empréstimos às línguas dos povos que já estavam na Península Ibérica antes da chegada dos romanos, como barro, manteiga, veiga, sapo, esquerdo, etc. (cf. TEYSSIER, 2001).
Dois grupos contribuíram sobremaneira com o vocabulário latino: os germânicos e os árabes.
Consoante Teyssier (2001), os primeiros trouxeram itens lexicais ligados, sobretudo, aos campos semânticos da guerra (guerra, guardar, trégua, roubar, espiar, etc.), da indumentária (fato, ataviar) e do trabalho no campo (estaca, espeto, ganso, marta, brotar, etc.).
Os segundos deixaram suas marcas nos campos semânticos da agricultura (arroz, azeite, azeitona, açucena, alface, javali, etc.) e das profissões (alcaide, almoxarife, alfândega, alferes, etc.). Nesta herança, é notável a sobrevivência da contribuição da preposição até, que vem de hatta, com o mesmo sentido com que a utilizamos.
Curiosamente, quase todas as palavras do português que começam com al- são de origem árabe e sofreram lusitanização, ocorrendo a aglutinação de al-, artigo árabe, ao substantivo, como ocorre com algodão, por exemplo.
Além do vocabulário latino popular (aquele grande conjunto latino herdado ao longo da história) e das palavras trazidas à língua por empréstimo, há também o vocabulário erudito, composto por palavras criadas, em todas as épocas, fundamentadas no conhecimento do latim e do grego, como automóvel, telefone, digitar, etc. e o ainda o semierudito, composto por palavras “resgatadas” em um estágio anterior a certas alterações, como ocorre, por exemplo, com plano, que veio de planu-. Na evolução natural, transformou-se em chão, mas foi resgatada como plano, em época posterior.
Assim, ficam como certas que essas modificações já preparam o terreno para a estrutura que será o galego-português consolidado, inaugurando-se nessa ocasião uma nova fase linguística.
A despeito de várias propostas de classificação, a mais reconhecida é a que divide a história da língua em período arcaico, que vai até camões, e moderno, que começa justamente com a publicação de “os lusíadas”.
É certo que o período arcaico começou antes do séc. XIII, mas como não há registros que atestem e comprovem esse novo uso, opta-se pela manutenção da escritura do famoso testamento de D. Afonso II.
Por outro lado, também já é possível reconhecer muitas inovações desde a publicação da obra de camões para os dias atuais.
No entanto, ainda não há marco proposto para a identidade de uma nova fase dessa história.
Metaplasmo: significa transformação
Metaplasmo, como o nome já indica, significa transformação, constituindo, portanto, as mudanças fonético-fonológicas por quais passam várias palavras.
Dessa forma, faz-se importante reconhecer que tais processos sempre estão presentes em qualquer língua e em qualquer tempo.
Os quatro grandes grupos são alterações que se dão por aumento, supressão, transposição e transformação, a saber:
POR AUMENTO/ POR SUPRESSÃO / POR TRANSPOSIÇÃO / POR TRANSFORMAÇÃO
dolore>dolor>door>dor
Apócope do e, seguida de síncope do l, e finalmente crase do o.
veritate>veridade>verdade
Sonorização de t para d, seguida da síncope do i.
oculu>oculo>oclo>olho
Harmonização vocálica do o ou metafonia ou assimilação vocálica, seguida de síncope do u e, finalmente, palatização.
lupu>lupo>lopo>lobo
Dissimilação da vogal u para o ou metafonia, seguida de harmonização vocálica de u para o ou metafonia ou assimilação vocálica, sonorização de p para b.
 
voce>voze>voz
Sonorização de [s] para [z] e apócope do e.
 
acume>agume>gume
Sonorização de [k] para [g] e aférese do a.
 
ipse>epse>esse
Harmonização vocálica ou assimilação de i para e e assimilação total regressiva de p para [s].
Sociolinguística do latim vulgar
Todas as línguas variam: 
a)horizontalmente – estratificação da sociedade; 
b)verticalmente – diferenças geográficas; 
c)uso da língua – diferenças estilísticas individuais contextuais; 
Literatura latina: aristocrática e artificial
Cícero e Virgílio: ideal de urbanitas (latim literário ou clássico) X ideal de rusticitas (latim vulgar)
As línguas românicas derivam das 
variedades populares do latim 
Latim vulgar > proto-romance: ponto de partida para as línguas neolatinas
O que
é latim vulgar Vulgar > “reles”, “baixo” (vulgaridade) O latim vulgar era a expressão própria das camadas populares mais humildes da sociedade romana. Há diversas referências na literatura clássica latina à existência de uma língua denominada rusticitas / peregrinitas e sanções a ela.
Os ditongos clássicos ae, oe e au no proto-romance (latim vulgar) tornam-se (é), (ê) e (ó).
Assim: Kaekilius > kekilius Praetor > pretor Aedus > edus
A estrutura do proto-romance é mais 
suscetível à incorporação de termos exóticos. 
parabolé (grego) > palavra 
bracae e bertium (celtas) > bragas e berço 
werra (germânico) > guerra
O latim vulgar não sucede o latim clássico: ambos conviveram. 
É possível que o fosse falado pela aristocracia em situações informais (não confundir com sermo vulgaris que é o latim clássico falado coloquialmente pelos aristocratas).
Latim: literário: aristocracia: falado e escrito
vulgar: plebeus (falado)
Latim vulgar (proto-romance) 
Variedades regionais
Línguas românicas 
Aproximação das duas línguas se dá paulatinamente. 
Igreja > São Jerônimo > vulgata (latim popular) > Novo Testamento 
Itala vetus: versões da Bíblia feitas a partir do grego e cheias de expressões populares
“Melius este reprehendant nos grammatici quam non intelliganti populi.” Santo Agostinho Concílio de Tours (813) Orientação para que se traduzam as homilias na língua românica ou na germânica.
Você viu na aula de hoje que 
a)O latim tinha variedades regionais e sociais; 
b)Que conviviam duas línguas: o latim clássico (literário) e o latim vulgar; 
c)Que o latim vulgar é o proto-romance, ou seja, é a origem das línguas românicas; 
d)Que após alguma resistência, até a Igreja se rendeu ao latim vulgar e o adotou nos seus textos para se aproximar do povo. 
e)Que o latim literário permaneceu como era nos seus tempos de apogeu por ser escrito. 
Por que são poucas as fontes do latim vulgar? Quem escrevia usava a variedade culta – imitação dos modelos clássicos. Modelos clássicos > norma gramatical da escrita. Texto escrito > oficial, literário, jurídico.
Por que são poucas as fontes do latim vulgar? 
O proto-romance não é o latim falado, mas não é uma língua escrita. 
Havia outras variedades de latim em uso no Império Romano.
Por que são poucas as fontes do latim vulgar? 
O uso consciente dos romances na escrita só ocorreu na última etapa da emancipação. 
As línguas românicas nascem quando substituem o latim como línguas escritas na redação de textos práticos, literários ou religiosos.
Separação do latim escrito e do latim falado 
Percebe-se que o latim escrito (literário) já não tinha mais nenhum contato com a língua falada (proto-romance). 
Alguns textos opõem intencionalmente duas formas de latim: o clássico e o vulgar.
“latio rure “edus” quodi in urbe “haedus”
Fontes do latim vulgar 
Literatura: Cícero, Tertuliano > retórica; 
Gramática: Varrão; 
Poesia: Catulo; 
Deixaram observações esparsas sobre os “erros” e os hábitos verbais dos indoutos do seu tempo.
Fontes do latim vulgar Entre muitas outras ocorrências, percebe-se, pelo Appendix probi , no latim vulgar: 
a)O uso do diminutivo – iculus, reduzido para – icla em “neptis non nepticla”; 
b)A passagem do “u” breve para “o” em “columna non colomna”; 
c)A alternância do “b” intervocálico com “v” em “plebes non plevis”. 
Fontes do latim vulgar 
Obras em que o latim vulgar penetra parcialmente. 
“Peregrinatio a Loca Sancta” (monja Etheria (ou Egéria), século V; 
Mulomedicina Chironis; 
Escassa erudição dos autores é a razão para as passagens em latim vulgar.
Fontes do latim vulgar 
“Satyricon” – Petronius Arbiter 
Personagem Trimalquião (novo-rico) – sua fala é cheia de barbarismos e de hipercorreções e seus modos também denotativos de sua classe social original.
Fontes do latim vulgar 
Santo Agostinho e a Igreja (vulgata e itala vetus) 
„melius est reprehendanti grammatici 
quam non intelliganti populi”
Fontes do latim vulgar 
Inscrições: tabuinhas execratórias; 
Graffiti de Pompeia; 
“Quisquis ama valia, peria qui noscit amare” 
Inscrições cristãs > tumulares; 
“Anastasia et Laurentia, puellas Dei, quas nos 
precesserunt in sonum pacis”
Termos latinos vulgares transmitidos por empréstimo às línguas não-românicas vizinhas. As mais importantes línguas como fontes do LV são o gótico, o alto-alemão, o grego e os dialetos berberes da África.
As fontes do latim vulgar não têm a mesma importância: nem tudo do Appendix Probi passou para as línguas românicas; as inscrições apresentam melhor conservação e a data quase exata, mas contêm algumas aberrações;
Nas obras literárias, o latim vulgar constitui a parte menos volumosa; 
Na vulgata, por exemplo, a parte morfológica e sintática é primorosa e irrepreensível; 
Os empréstimos conservam o latim vulgar às vezes mais fielmente do que as línguas românicas;
Resumindo: 
a)São poucas as fontes do latim vulgar porque o proto-romance quase não era escrito; 
b)Quando se passou a escrever em substituição ao latim, surgiram as línguas românicas; 
c)As fontes do latim vulgar são esparsas, mas demonstram a sua existência e as mais recorrentes maneiras de expressão do povo latino;

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