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Le.com Teoria Geral do Estado I Teoria Geral do Estado: noção, objeto e método • Antiguidade Grego-Romana - Platão, Aristóteles e Cícero à homem: animal político (é o que o diferencia dos demais) . O todo vem antes das partes – o indivíduo não é nada na sociedade . Preocupação acentuada pela indicação da melhor forma de convivência social • Idade Média - Santo Agostinho, São Tomás de Aquino e Marsílio de Pádua . Tentam Justificar a ordem existente, a partir de considerações de natureza teológica (cristianismo) • Século XVI - Maquiavel “O Príncipe” (1513) . Principado civil = cidadão que se torna príncipe de sua pátria com o favor de seus concidadãos. Ele ascende ao principado ou com o favor do povo ou com aquele dos grandes . Contra a inimizade do povo um príncipe jamais pode estar garantido, por serem muitos; dos grandes, porém, pode-se assegurar porque são poucos. . A um príncipe é necessário ter o povo como amigo. à fazer com que os seus cidadãos sempre e em qualquer circunstância tenham necessidade do Estado e dele mesmo, e estes, então, sempre lhe serão fiéis. . O príncipe deve ter dois temores: _ ordem interna: parte de seus súditos _ ordem externa: parte dos potentados estrangeiros . O príncipe deve dar pouca importância às conspirações se o povo lhe é benévolo; mas quando este lhe seja adverso e o tenha em ódio, deve temer tudo e a todos. . O príncipe deve estimar os grandes, mas não se fazer odiado pelo povo. • Século XVII - Bodin (França) – religioso e jurista “Os seis livros da República” . O monarca deveria garantir que o seu poder se destacasse, se sobressaísse aos demais poderes . Descreve as competências do executivo. - Hobbes (Inglaterra) “O Leviatã” . O homem é o lobo do homem. . Só o Estado pode garantir a segurança das pessoas à é preciso a concentração do poder – todos devem abdicar em favor do governante - Grotus (Holanda) “Do Direito da Guerra e da Paz” . Supremacia do comércio marítimo . Manutenção da paz . Obra de grande importância para o Direito Internacional • Século XVIII - Locke : limitação do poder - Montesquieu : “O Espírito das Leis” → só o poder limita o poder - Rousseau : senso comum de qualidade de vida - Federalistas (Jay, Hamilton e Madson) à “As fundações do pensamento político moderno” - Quentin Skinner - Estado Moderno : o poder do Estado, e não do governantes, passou a ser considerado a base do governo - Ação maquiavelista : demonstra-se bem maio do que à primeira vista seria de se esperar. - Para explicar por que um agente faz o que faz, é preciso se referir ao seu vocabulário, já que este se delineia como um dos fatores a determinar sua ação. - A explicação do comportamento político depende do estudo do pensamento político. - Paz Cívica : somente possível com a desvinculação dos poderes do Estado para com determinada fé. - Bodin : distingue o Estado de seus cidadãos, e os poderes do Estado dos poderes do governante. Estado seria uma autoridade puramente civil, ao qual se atribuem poderes com objetivos tão somente civis. Origem da Sociedade • Sociedade Natural - Aristóteles : “o homem é naturalmente um animal político” - Cícero : “a espécie humana não nasceu para o isolamento e para a vida errante, mas com uma disposição que, mesmo na abundância de todos os bens, a leva a procurar o apoio comum” à Disposição natural dos homens para a vida associativa - São Tomas de Aquino : “o homem é, por natureza, animal social e político, vivendo em multidão, ainda mais que todos os outros animais, o que se evidencia pela natural necessidade.” à Sociedade é um fato natural, determinado pela necessidade que o homem tem de cooperação de seus semelhantes para a consecução dos fins de sua existência. à Consciente de que necessita da vida social, o homem deseja e procura favorecê-la - Conclusão : a sociedade é produto da conjugação de um simples impulso – associativo e natural e da cooperação da vontade humana • Contratualismo à sociedade: produto de um contrato hipotético celebrado entre os homens à só a vontade humana justifica a existência da sociedade - “O Leviatã”, T.Hobbes . Homem vive inicialmente em “estado de natureza” . “Estado de natureza” : situação de desordem que se verifica sempre que os homens não tem suas ações reprimidas (ou pela voz da razão ou pela presença de instituições políticas eficientes). Nela, o homem é egoísta, luxurioso, inclinado a agredir os outros, condenando-se, por isso mesmo, a uma vida solitária, pobre, repulsiva, animalesca e breve. . “Guerra de todos contra todos” : tem como ponto de partida a igualdade natural de todos os homens, pois todos são capazes de agredir uns aos outros. . Duas leis fundamentais da natureza 1] cada homem deve esforçar-se pela paz, enquanto tiver a esperança de alcançá- la; e quando não puder obtê-la, deve buscar e utilizar todas as ajudas e vantagens da guerra. 2] cada um deve consentir, se os demais também concordam, e enquanto se considere necessário para a paz e a defesa de si mesmo, em renunciar ao seu direito a todas as coisas, e a satisfazer-se, em relação aos demais homens, com a mesma liberdade que lhe for concedida com respeito a si próprio. . Estado : poder visível, que mantenha os homens dentro dos limites consentidos e os obrigue, por temor ao castigo, a realizar seus compromissos e à observância das leis da natureza . Mesmo um mau governo é melhor do que o estado de natureza . Para cumprir seus objetivos, o poder do governo não deve sofrer limitações (mesmo que o governante faça algo moralmente errado, sua vontade não deixa de ser lei e a desobediência a ela é injusta) . Ações não podem ser consideradas um pecado até o momento em que se tome conhecimento de uma lei que as proíba, o que será impossível até o momento em que sejam feias as leis, e nenhuma lei pode ser feita antes de se Ter concordado quanto a pessoa que deverá fazê-la . Encontra-se na obra de Hobbes uma clara sugestão ao absolutismo, sendo certo que suas idéias exerceram grande influência. - “Do Espírito das Leis”, Montesquieu . “Estado natural” : o homem sentiria, antes de tudo, sua fraqueza; estaria constantemente atemorizado e se sente inferior (dificilmente alguém se sente igual a outrem). . Quando os homens se unem em sociedade, passam a sentir-se fortes; a igualdade natural que existia entre eles desaparece e o estado de guerra começa. . Leis naturais 1] o desejo de paz 2] o sentimento das necessidades, experimentado principalmente na procura de alimentos 3] a atração natural entre os sexos opostos, pelo encanto que inspiram um ao outro e pela necessidade recíproca 4] o desejo de viver em sociedade, resultante da consciência que os homens tem de sua condição e de seu estado - “Segundo Tratado sobre o Governo Civil”, J.Locke . Do estado de natureza _ “estado natural” : homens vivendo juntos segundo a razão, sem um superior comum na terra com autoridade para julgar entre eles _ os dois direitos do “estado de natureza” são : 1] punição do crime, a título de prevenção e para impedir que ele se reproduza (direito que pertence a todos) 2] obtenção de reparação (direito exclusivo da vítima) à magistrado, a quem foi conferido o direito comum de punir, pode frequentemente perdoar a punição das infrações criminais, se o bem público não exige a aplicação da lei, mas não pode perdoar a reparação devida à vítima pelo dano sofrido. _ o governo civil é a solução adequada para as inconveniências do estado de natureza . Do estado de guerra _ “estado de guerra” : a força, ou uma intenção declarada de força, sobre a pessoa de outro, onde não há superior comum na terra para chamar por socorro. O uso da força sem direito sobre a pessoal de um homem provoca um estado de guerra, haja ou não um juiz comum. _ onde entra em jogo a violência e danos são causados, ainda que por mãos daqueles que deveriam administrar a justiça, continua se tratando de violência e danos, apesar do nome, das aparências ou das formas de lei pois a lei tem por finalidade proteger e reparar os inocentes, através de sua aplicação justa a tudo o que está sob sua tutela. _ para evitar este estado de guerra é uma das razões principais porque os homens abandonaram o estado de natureza e se reuniram em sociedade . Da sociedade política ou civil _ a primeira sociedade existiu entre marido e mulher, e serviu de ponto de partida para aquela entre pais e filhos, a qual, com o tempo, foi acrescentada àquela entre patrão e servidor. à A sociedade conjugal resulta de um pacto voluntário entre homem e mulher e esta sociedade se acompanha de ajuda e assistência mútuas. _ cada vez que um homem entra na sociedade civil e se torna membro de uma comunidade civil, renuncia ao seu poder de punir ofensas contra a lei da natureza na realização de seu próprio julgamento particular, mas tendo delegado ao legislativo o julgamento de todas as que podem apelar ao magistrado. _ a monarquia absoluta é, na verdade, incompatível com a sociedade civil, e por isso não poderia constituir de forma alguma um governo civil. . Do início das sociedades políticas _ quando qualquer número de homens decide constituir uma comunidade ou um governo, isto os associa e eles formam um corpo político em que a maioria tem o direito de agir e decidir pelo restante. Cada homem, consentindo com tal, se obriga diante de todos os membros daquela sociedade, a se submeter a decisão da maioria e concordar com ela. - “Do Contrato Social e Discurso sobre Economia Política”, J.J.Rousseau. . Igualdade como um dos objetivos fundamentais da sociedade . Povo como soberano – “soberano” não serve para designar uma pessoa mas, sim, o conjunto do corpo político enquanto elabora leis. . Existem interesses coletivos distintos dos interesses de cada membro da coletividade. . “Ordem social” : direito sagrado, que serve de base a todos os demais. . Contrato social : encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associado, e pela qual cada um, unindo-se a todos, não obedeça, portanto, senão a si mesmo, ficando, assim, tão livre como dantes. . Vontade geral : síntese das vontades de todos; tende constantemente a utilidade pública. . Sociedade visa proteger a liberdade natural, e não aniquilá-la. As Sociedades Políticas Os agrupamentos humanos caracterizam-se como sociedades quando tem um fim próprio e, para sua consecução, promovem manifestações de conjunto ordenadas e se submetem a um poder. No tocante à sociedade humana globalmente considerada, verificamos que o fim a atingir é o bem comum • Elementos característicos das sociedades - finalidade social - ordem social e ordem jurídica - poder social • Categorias de grupos sociais, segundo as finalidades que as movem (segundo Filippo Carli) 1] Sociedades que perseguem fins não-determinados e difusos (família, cidade, estado...) 2] Sociedades que perseguem fins determinados e são voluntárias no sentido de que a participação nelas é resultado de escolha consciente e livre 3] Sociedades que perseguem fins determinados e são involuntárias, uma vez que seus membros participam delas por compulsão (o exemplo mais típico é a participação numa igreja) • Espécies de sociedade 1] Sociedades de fins particulares - tem finalidade definida, voluntariamente escolhida por seus membros - suas atividades visam, direta e imediatamente, àquele objetivo que inspirou sua criação 2] Sociedades de fins gerais - objetivo, indefinido e genérico, é criar as condições necessárias para que os indivíduos e as demais sociedades que nela se integram consigam atingir seus fins particulares. Isso não quer dizer que ela determina as ações humanas, mas, tão só, que ela considera todas aquelas ações - a participação nestas sociedades quase sempre independem de um ato de vontade - são comumente denominados “sociedades políticas” Origem e Formação do Estado Estado (do latim ‘status’ = estar firme), significando situação permanente de convivência e ligada à sociedade política. à Aparece pela primeira vez em “O Príncipe” de Maquiavel (séc.XVI) • Teorias sobre a época do aparecimento do Estado - O Estado, como a própria sociedade, sempre existiu - O Estado como meio para atender às necessidades ou as conveniências das sociedades já existentes - Estado seria somente aquele em que há uma sociedade política dotada de certas características muito bem definidas (alguns consideram que a data oficial em que o mundo ocidental se apresenta organizado em Estados é a de 1648, ano em que foi assinada a Paz de Westfália). • Teorias para a explicação da formação originária dos Estados - Natural (ou espontâneo) à Estado se formou naturalmente . Origem familiar ou patriarcal . Origem em atos de força, violência ou conquista . Origem em causas econômicas ou patrimoniais . Origem no desenvolvimento interno da sociedade - Contratual à Foi a vontade de alguns homens, ou então de todos os homens, que levou a criação do Estado • A criação de Estados por formação derivada, isto é, a partir de Estados preexistentes, é o processo mais comum atualmente. Há dois tipos: 1] Fracionamento : quando uma parte do território de um Estado se desmembra e passa a constituir um novo Estado. 2] União : quando esta implica a adoção de uma constituição comum, desaparecendo os Estados preexistentes que aderiram a essa união • A maneira mais definida de se afirmar a criação de um novo Estado é através do reconhecimento pelos demais Estados. Evolução Histórica do Estado Não se pode dispor cronologicamente, em ordem sucessiva apoiada na História, os exemplares de Estado que tenham existido uns após os outros, pois os tipos estatais não tem um curso uniforme, muitas vezes exercendo influência em períodos descontínuos. Para efeitos didáticos, faz-se a diferenciação entre diversas épocas da história da Humanidade, em sucessão cronológica evidenciando as características do Estado em cada época. • Estado Antigo - Embora seja comum a referência ao Estado Grego, na verdade não se tem notícia da existência de um Estado único, englobando toda a civilização helênica. - Característica fundamental é a cidade-Estado (polis) como a sociedade política de maior expressão. • Estado Romano - Base familiar da organização - Experimentou várias formas de governo - O cristianismo foi uma das bases da unidade do Estado Romano • Estado Medieval - Um dos períodos mais difíceis, tremendamente instável e heterogêneo - Principais características 1] Cristianismo . base da aspiração à universalidade . a própria Igreja estimulou a afirmação do Império como unidade política . houve diversos conflitos entre a Igreja (poder espiritual) e os governantes (poder temporal) 2] Invasões dos bárbaros . constituíram um fator de grave perturbação e de profundas transformações na ordem estabelecida. . introduziram novos costumes e estimularam as próprias regiões invadidas a se afirmarem como unidades políticas independentes, daí resultando o aparecimento de numerosos Estados 3] Feudalismo . enorme valorização da posse da terra, pois era dela que provinham todos os meios de subsistência. . vassalagem (relação jurídica de caráter pessoal) . servidão . feudo tinha sua própria ordem jurídica, desvinculada do Estado → descentralização • Estado Moderno - Elementos essenciais: 1] Território 2] Povo 3] Soberania 4] Finalidade - Alguns consideram a Paz de Westfália (1648) como o marco inicial Soberania • Histórico - Estado da Antiguidade . não se encontra qualquer nação que se assemelhe à soberania . não se chegou ao conceito, pois não havia a oposição entre o poder do Estado e outros poderes - Idade Média . duas soberanias concomitantes no início: senhorial e real . ao final, os monarcas já tem supremacia – ninguém lhes disputa o poder e sua vontade não sofre qualquer restrição . “Les Six Livres de la République”, de Jeau Bodin, foi a primeira obra teórica a desenvolver o conceito de soberania à Soberania é o poder absoluto e perpétuo de uma República [Estado], palavra que se usa tanto em relação aos particulares quanto em relação aos que manipulam todos os negócios de estado de uma República. Só pode existir nos Estados aristocráticos e populares. à A soberania coloca o seu titular, permanentemente, acima do direito interno e o deixa livre para acolher ou não o direito internacional, só desaparecendo o poder soberano quando se extinguir o próprio Estado. - Século XVIII . “O Contrato Social”, de J.J.Rousseau . titularidade da soberania : povo . o contrato social gera um corpo político 1] Estado, quando passivo 2] Soberano, quando ativo 3] Poder, quando comparado com os semelhantes . soberania : inalienável e indivisível . o poder soberano, completamente absoluto, sagrado e inviolável, não ultrapassa nem pode transgredis os limites das convenções gerais. - Século XIX . soberania : como expressão de poder político . Alemanha : teoria da personalidade jurídica do Estado, que acabará sendo apontado como o veradeiro titular da soberania - Século XX . soberania : 1] Kelsen – expressão da unidade de uma ordem 2] Heller e Reale – qualidade essencial do Estado 3] Jellinek – nota essencial do poder do Estado à Noção de soberania está sempre ligada a uma concepção de poder . soberania (em termos políticos): poder incontrastável de querer coercitivamente e de fixar as competências à Não se preocupa em ser legítimo ou jurídico, importando apenas que seja absoluto, não admitindo confrontações, e que tenha meios para impor suas determinações → isso estimulou um verdadeiro egoísmo entre os Estados . soberania (concepção puramente jurídica): o poder de decidir em última instância sobre a atributividade das normas à Poder jurídico utilizado para fins jurídicos Não há Estados mais fortes ou mais fracos . soberania (fundamento culturalista – Miguel Reale): o poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência. . características _ una : porque não se admite num mesmo Estado a convivência de duas soberanias _ indivisível : porque ela se aplica a universalidade dos fatos ocorridos no Estado _ inalienável : pois aquele que a detem desaparece quando ficar sem ela _ imprescritível : porque jamais seria verdadeiramente superior se tivesse prazo certo de duração (todo poder soberano aspira a existir permanentemente e só desaparece quando forçado por uma vontade superior) • Teorias Justificadoras do Poder Soberano - Teorias Teocráticas . predominantemente na Idade Média e no período absolutista do Estado Moderno . “todo poder vem de Deus” . direito divino sobrenatural . titular da soberania: o monarca - Teorias Democráticas . soberania se origina do próprio povo . fases sucessivas 1] Titular da soberania : próprio povo (situado fora do Estado) 2] Titular da soberania : nação (povo concebido numa ordem integrante) 3] Titular da soberania : Estado à O titular da soberania só pode ser uma pessoa jurídica • Objeto e Significação - O poder soberano se exerce sobre os indivíduos, que são a unidade elementar do Estado, não importando que atuem isoladamente ou em conjunto. - Os cidadãos do Estado estão sempre sujeitos ao seu poder soberano - Os que não são cidadãos do Estado, estão sujeitos ao poder soberano deste, quando se encontram dentro de seu território. Território Onde se pode “aplicar a soberania. Foi com a delimitação do território que se pode assegurar a eficácia do poder e a estabilidade da ordem. • Teorias - Burdeau : território é apenas o quadro natural, dentro do qual os governantes exercem suas funções - Kelsen : delimitação torna possível a vigência simultânea de muitas ordens estatais. O território é o espaço ao qual se circunscreve a validade da norma jurídica estatal, pois, embora a eficácia de suas normas possa ir além dos limites territoriais, sua validade como norma jurídica estatal depende de um espaço certo, ocupado com exclusividade. - Laband : Estado atua como proprietário do território (direito real de natureza pública) - Jellinek : o direito do Estado ao território é um reflexo da dominação sobre as pessoas. Por isso que as invasões de território são consideradas ofensas à personalidade jurídica do Estado - Ranelleti : território é o espaço dentro do qual o Estado exerce seu poder de império - Paulo Bonavides : . território-patrimônio: característica do Estado Medieval (não faz diferenciação entre imperium e dominium) . território-objeto: relação do Estado com seu território é tão somente uma relação de domínio .território-espaço: território é a extensão espacial da soberania do Estado . território-competência: território como o âmbito de validade da ordem jurídica do Estado • Aspectos Fundamentais - Não existe Estado sem território - O território estabelece a delimitação da ação soberana do Estado - O território é o objeto de direitos do Estado - Princípio da impenetrabilidade Reconhecer ao Estado o monopólio de ocupação de determinado espaço, sendo impossível que no mesmo lugar e ao mesmo tempo convivam duas ou mais soberanias - 1945: aprovação da Carta das Nações Unidas → Foram oficialmente extintos os territórios coloniais Povo È necessário o elemento pessoal para a constituição e a existência do Estado, uma vez que sem ele não é possível haver Estado e é para ele que o Estado se forma. - População : mera expressão numérica, demográfica ou econômica, que abrange o conjunto de pessoas que vivem no território de um Estado ou mesmo que se achem nele temporariamente. O fato de alguém se incluir na população de um Estado nada revela quanto ao vínculo jurídico entre a pessoa e o Estado. Assim, essa expressão não tem sentido jurídico e não pode ser usada como sinônimo de povo. - Nacionalidade : indica o membro de uma nação, mas tomando esta com o sentido de Estado - Nação : comunidade de base histórico-cultural, pertencendo a ela, em regra, os que nasceram num certo ambiente cultural feito de tradições e costumes, geralmente expresso numa língua comum, tendo um conceito idêntico de vida e dinamizado pelas mesmas aspirações de futuro e os mesmos ideais coletivos. - Povo : conjunto dos indivíduos que, através de um momento jurídico, se unem para constituir o Estado, estabelecendo com este um vínculo jurídico de caráter permanente, participando da formação da vontade do Estado e do exercício do poder soberano. > aspecto subjetivo: o Estado é sujeito do poder público e o povo, como seu elemento componente, participa dessa condição. > aspecto objetivo: o povo é objeto da atividade do Estado > situações . os indivíduos, enquanto objetos do poder do Estado, estão numa relação de subordinação e são, portanto, sujeitos de deveres . enquanto membros do Estado, os indivíduos se acham, quanto a ele e aos demais indivíduos, numa relação de coordenação, sendo, neste caso, sujeitos de direito. - Jellinek . cidadãos : todos os que participam da constituição do Estado, havendo, entretanto, uma categoria especial de cidadãos, que são os que tem “cidadania ativa”, isto é, que exercem certas atribuições que o próprio Estado reconhece como suas. . Exigências de atitudes do Estado _ atitudes negativas, pois a subordinação dos indivíduos é disciplinada pelo direito, impedindo o Estado de ir além de certos limites _ atitudes positivas, uma vez que o Estado é obrigado a agir para proteger e favorecer o indivíduo _ atitudes de reconhecimento, pois em certas circunstâncias há indivíduos que agem no interesse do Estado e este é obrigado a reconhecê-los como órgãos seus Finalidade e Função do Estado • Classificação de caráter mais geral - Fins objetivos: . universais – fins comuns a todos os Estados de todos os tempos Platão e Aristóteles à Teoria organicista: entende o Estado como um fim em si mesmo, negando a existência de finalidade objetiva à Doutrina mecanicista: negam a existência de finalidade, sustentando que a vida social é uma sucessão de acontecimentos inelutáveis, que nã podem ser dirigidos para um certo fim . particulares – cada Estado tem seus fins particulares, que resultam das circunstâncias em que são condicionantes de sua história à Jellinek: essas teorias confundem os fins com os interesses desses Estados, ou até mesmo de seus governos - Fins objetivos: O que importa é o encontro da relação entre os Estados e os fins individuais. • Classificação Segundo os Objetivos a Atingir - Fins expansivos: . grande amplitude aos fins do Estado, preconizam o seu crescimento desmensurado, a tal ponto que se acaba anulando o indivíduo . Essas teorias, que estão na base dos Estados totalitários, são de duas espécies a) Utilitárias : quando indicam como bem supremo o máximo desenvolvimento material, mesmo que isso se obtenha com o sacrifício da liberdade e de outros valores fundamentais da pessoa humana. A idéia do “Estado de bem-estar” é uma das expressões dessa linha de pensamento, sustentando que a consecução de uma situação material bem favorável dará aos homens plena satisfação, desaparecendo todas as necessidades b) Éticas : absoluta supremacia de fins éticos dão ao Estado a condição de fonte de mora, onipotente e onipresente, não tolerando qualquer comportamento que não esteja rigorosamente de acordo com a moral oficial - Fins Limitados . reduzindo ao mínimo as atividades do Estado . dão ao Estado a posição de mero vigilante da ordem social, não admitindo que ele tome iniciativas, sobretudo em matéria econômica . Estado-polícia : função de preservação da segurança . Estado-liberal : função de proteger a liberdade individual . Estado de Direito : (teorias contratualistas) → aplicador rigoroso do direito, e nada mais do que isso - Fins Relativos . teoria solidarista . os elementos essencialmente produtores da cultura geral de um povo residem nos indivíduos e na sociedade, não no Estado, embora este produza efeitos sociais . conservar, ordenar e ajudar são as três categorias a que se pode reduzir a vida do Estado à Pode –se concluir que o fim do Estado é o bem comum, o conjunto de todas as condições de vida social que consintam e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana. O Conceito de Estado • Conceitos que se ligam mais a noção de força - O Estado é visto como força que se põe a si próprio e que, por suas próprias virtudes, busca a disciplina jurídica. - Duguit: o Estado como uma força material irresistível, sendo essa força limitada e regulada pelo direito. - Heller: Estado como unidade de dominação - Burdeau: Estado é um institucionalização do poder • Conceitos que se ligam mais à noção jurídica - Não ignoram a presença da força do Estado - Ranelletti: integração de elementos não-jurídicos para, através de um momento jurídico, chegar-se ao Estado - Del’Vecchio: estado é a unidade de um sistema jurídico que tem em si mesmo o próprio centro autônomo e que é possuidor da suprema qualidade de pessoa - Jellinek: Estado como corporação (ordenação jurídica de pessoas) territorial dotada de um poder de mando originário. - Kelsen: Estado como ordem coativa normativa da conduta humana - Noção de Estado, para ser completa, pode dar ênfase maior ao fator jurídico, sem, no entanto, ignorar os fatores não-jurídicos indispensáveis à Estado : ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em determinado território. • Poder do Estado - Estado como Poder . Burdeau : Estado como institucionalização do poder . o Estado é poder, e por isso seus atos obrigam . o poder é o próprio Estado como expressão ordenada da idéia de convivência que prepondera no grupo - Poder como elemento essencial do Estado . sendo o Estado uma sociedade, não pode existir sem um poder . Jellinek : _ há duas espécies de poder a) poder não-dominante > se encontra em todas as sociedades que não o Estado > não dispõe de força para obrigar com seus próprios meios à execução de suas ordens. b) poder dominante > é originário → Estado Moderno se afirma a si mesmo como o princípio originário dos submetidos → impossibilidade em que se acha o submetido de se subtrair ao poder dominante. _ poder do Estado já se acha contido no conceito de ordem jurídica - Poder do Estado como poder político . incondicionado e preocupado em assegurar sua eficácia, sem qualquer limitação - Poder do Estado como poder jurídico . nascido do direito e exercido exclusivamente para a consecução de fins jurídicos . Kelsen : _ presença permanente do jurídico nos três elementos constitutivos do Estado (território, povo e poder) _ base de toda vida social: ordem jurídica _ poder ou dominação estatal: todos os homens estão submetidos às normas _ poder do Estado = poder coativo (normas estatais, determinando certos comportamentos, prescrevem a coação para o caso de desobediência, porque são normas jurídicas) _ poder de dominação irresistível → sentido estritamente jurídico _ ordem estatal é suprema; não sofre limitações . Crítica à teoria kelseniana _ se, mesmo no início, já existe uma ordem jurídica, seria necessário explicar de onde deriva o poder coativo dessa ordem → impasse, pois sempre será necessário remontar a uma ordem jurídica anterior _ explicação de Kelsen: norma fundamental hipotética, cujo caráter jurídico só pode ser suposto, uma vez que não foi posta por ninguém. → Não se pode admitir o poder do Estado como estritamente jurídico, nem como estritamente político. Qualquer sociedade humana revela sempre a presença de uma ordem jurídica e de um poder. Não há organização sem presença de direito, não há poder que não seja jurídico Estado, Direito e Política Não é possível estabelecer uma nítida separação entre o jurídico e o político. É impossível compreender o Estado e orientar sua dinâmica sem o direito e a política, pois toda fixação de regras de comportamento se prende a fundamentos e finalidades, enquanto a permanência de meios orientados para certos fins depende de sua inserção em normas jurídicas. • Estado e Direito - Estado deve procurar o máximo de juridicidade - Caráter de ordem jurídica, na qual estão sintetizados os elementos componentes do Estado • Estado e Política - Cassiber : política é a arte de unificar e organizar as ações humanas e dirigidas para um fim comum - Max Weber : política é o conjunto de esforços feitos com vistas a participar do poder ou a influenciar a divisão do poder, seja entre Estados, seja no interior de um único Estado - Função do caráter político do Estado : coordenar os grupos e os indivíduos em vista de fins a serem atingidos, impondo a escolha dos meios adequados → devem ser levados em conta os dualismos fundamentais . necessidade e possibilidade . indivíduos e coletividade . liberdade e autoridade • Estado e Nação - Conceito de Nação . pura criação artificial . largamente explorado no século XVIII para levar a burguesia, economicamente poderosa, à conquista do poder político . com a Revolução Americana e a Revolução Francesa, a Nação passa a ser identificada com o próprio Estado . Século XIX : em nome da grandeza das Nações, há uma intensa corrida imperialista, voltada especialmente contra os territórios da África e da Ásia . Século XX : duas guerras mundiais baseadas, em parte, no pretexto de reunir numa só unidade política os componentes da mesma Nação e, além disso, no desejo de afirmar a existência de Nações superiores. - Diferenciação entre Estado e Nação . base sociológica . Estado → sociedade _ as sociedades se formam por atos de vontade, não se exigindo que os seus membros tenham afinidades espirituais ou psicológicas _ cria-se uma sociedade, ligando-se reciprocamente por vínculos jurídicos, podendo conseguir a finalidade almejada sem que desapareçam as diferenças culturais existentes no início . Nação → comunidade _ a comunidade é independente da vontade _ existe como fato antes mesmo que os seus membros tomem consciência de que ela existe _ a circunstância de pertencerem à mesma comunidade faz com que os seus membros tenham sentimentos comuns, experimentem estados psicológicos também comuns e, como consequência última, desenvolvam costumes comuns . Diferenças fundamentais entre sociedade e comunidade Sociedade (Estado) [a] natural ou voluntária, agrupa os homens em torno de um objetivo [b] existência: pressupõe vínculos jurídicos entre seus membros [c] existe, necessariamente, um poder social reconhecido pela ordenação jurídica Comunidade ( Nação) [a] independente da vontade; única aspiração é a preservação da própria comunidade [b] comportamentos comuns apenas pelos sentimentos comuns [c] podem existir centros de influência → Pode ocorrer que os componentes de uma sociedade, por força de uma convivência prolongada, forçados a agir de maneira semelhante em função de interesses comuns, acabem por reduzir ou até eliminar suas diferenças de sentimentos, criando-se então uma comunidade. → Nada impede que os membros de uma comunidade resolvam compor uma sociedade para atingir certo objetivo. - Plurinacionalismo . facilidades de comunicação e a mobilidade dos indivíduos de um Estado para outro → diminuição na coincidência entre Estado e Nação . dentro de um mesmo Estado → grupos sociais claramente distintos por sua cultura e por seus costumes . atualmente : raros os Estados efetivamente nacionais . busca de unificação jurídica, respeitando e harmonizando as diferenças culturais . imagem nacional _ criação do Estado para obter maior integração de seu povo _ reduzir as causas de conflitos internos _ simbólica e de efeitos emocionais, a fim de que os componentes da sociedade política se sintam mais solidários A Separação dos Poderes e as Funções do Estado • Antecedentes da separação dos Poderes - Aristóteles : considerava injusto e perigoso atribuir-se a um só indivíduo o exercício do poder - Marsílio de Pádua . “Defensor Pacis”, séc. XIV . distinção entre poder legislativo e executivo . povo → primeiro legislador príncipe → função executiva - Maquiavel . “O Príncipe”, séc. XVI . França → três poderes : legislativo (Parlamento), executivo (rei) e judiciário independente - Locke . “Segundo Tratado sobre o Governo”, séc.XVII . Estado Inglês executivo → rei “o poder de fazer o bem público sem se subordinar a regras” → rei - Montesquieu . legislativo, executivo e judiciário → harmônicos e independentes entre si • O por que da separação - Assegurar a liberdade dos indivíduos → quanto maior for a concentração do poder, maior será o risco de um governo ditatorial - intenção de enfraquecer o poder do Estado → impôs a separação dos poderes como um dos dogmas do Estado moderno, chegando-se mesmo a sustentar a impossibilidade de democracia sem esta • Sistema de freios e contrapesos - Espécies de atos que o Estado pode praticar . atos gerais : só podem ser praticados pelo poder legislativo emissão de regras ferais e abstratas . atos especiais : executivo dispõe de meios concretos para agir atos são limitados pelos atos gerais do legislativo - poder judiciário : ação fiscalizadora, obrigando cada poder a permanecer nos limites de sua respectiva esfera de competências • Críticas - sistema de separação de poderes: meramente formalista, jamais tendo sido praticado - jamais conseguiu assegurar a liberdade dos indivíduos ou o caráter democrático do Estado - sempre há uma interpenetração entre os poderes órgão de um dos poderes pratica atos que, a rigor, seriam de outro - o poder do Estado é uno e indivisível → é normal e necessário que haja muitos órgãos exercendo o poder soberano do Estado, mas a unidade do poder não se quebra por tal circunstância - tentativas que permitem aumentar a eficiência do Estado, mantendo a aparência da separação dos poderes . delegação de poderes . transferência constitucional de competências As Declarações de Direitos e os Direitos Fundamentais • Século XVII - Jusnaturalismo - Hugo Grócio : Direito Natural como a qualidade moral que tornava justo e certo que um homem fizesse ou tivesse algo - Proposições : 1] Há direitos naturais demonstráveis pela razão. São eternos e absolutos, válidos para todos os homens em todos os tempos e em todos os lugares. 2] O Direito Natural é um grupo de regras, suscetíveis de verificação por meio da razão, que asseguram perfeitamente todos esses direitos. 3] O Estado existe tão só para assegurar aos homens esses direitos naturais. 4] O direito positivo, o direito aplicado e executado pelos tribunais é o meio do Estado para obrigar moralmente • Século XVIII – Século das Declarações - mesmos fatores que geraram os movimentos pela criação do Estado Constitucional - Colônia de Virgínia : primeira Declaração de Direitos - Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão . agosto de 1789: Assembléia Nacional francesa . muito maior repercussão . caráter universal: direitos individuais, válidos para todos os homens de todos os tempos e de todos os países . art.II : “O fim de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão” . art.XVI : “Toda sociedade na qual a garantia dos direitos não está assegurada, nem a separação dos poderes determinada, não tem Constituição” - A predominância do liberalismo assegurou a prevalência da orientação passiva do Estado, como simples conservador dos direitos dos que já os possuíam, sem nada fazer pelos que não tinham qualquer direito a conservar • Século XX - Constituição de Weimar (1919) . grande destaque aos direitos sociais . não continha disposições sobre os direitos fundamentais, os quais, entretanto, eram mencionados nas Constituições dos Territórios alemães . Livro II : “Direito e Deveres Fundamentais do Cidadão Alemão” - Pós Segunda Guerra Mundial : idéia de uma nova Declaração → consciência de que os indivíduos que não tem direitos a conservar são os que mais precisam do Estado - Carta das Nações Unidas (ONU) . base jurídica para a permanente alão conjunta dos Estados, em defesa da paz mundial - Declaração Universal dos Direitos do Homem . dezembro de 1948 . proclamação: significando que sua existência independe de qualquer vontade ou formalidade . nenhum indivíduo ou entidade, nem os governos, os Estados ou a própria Organização das Nações Unidas, tem legitimidade para retirá-las de qualquer indivíduo . consagrou três objetivos fundamentais 1] Certeza dos direitos: fixação prévia e clara dos direitos e deveres 2] Segurança dos direitos: série de normas que tendem a garantir que, em qualquer circunstância, os direitos fundamentais serão respeitados 3] Possibilidade dos direitos: se procura assegurar a todos os indivíduos os meios necessários à fruição dos direitos . praxe de incluir nas próprias Constituições um capítulo referente aos direitos e garantias individuais, justamente porque incorporados ao direito positivo dos Estados, aquelas normas adquirem eficácia . representou um grande progresso, mas sua efetiva aplicação ainda não foi conseguida O Estado Constitucional • Estado Constitucional - Estado enquadrado num sistema normativo fundamental - Criação moderna - Começou a nascer em 1215, quando os barões da Inglaterra obrigaram o rei João Sem Terra a assinar a Magna Carta, jurando obedecê-la e aceitando a limitação de seus poderes • Objetivos que resultaram no constitucionalismo - Afirmação da supremacia do indivíduo - Necessidade de limitação do poder dos governantes . luta contra o absolutismo dos monarcas - racionalização do poder (influência do Iluminismo) > Primeira Constituição Escrita : Virgínia (1776) > Primeira Constituição a ser posta em prática : EUA (1787) > Constituição com maior repercussão : França (1789/1791) → maior universalidade → de lá se expandiu para outras partes do mundo • Características do constitucionalismo - Caráter revolucionário : a limitação dos poderes dos monarcas sempre se fazia contra a vontade deles - Caráter revolucionário . instrumento de afirmação política de novas classes econômicas . consagrou mudanças estruturais . implicou em limitações ao governo e ao Estado - Caráter simbólico . gerou monarquias constitucionais • Sentido material e formal da Constituição - Material . refere-se a substância - Formal . lei fundamental posta . tornou possível as monarquias constitucionais e as ditaduras constitucionais • Requisitos Mínimos para uma constituição autêntica - separação dos poderes - diferenciação das tarefas - método racional - direitos individuais e das liberdades fundamentais • Titular do poder constituinte - Sempre o povo! - É ilegítima a Constituição que reflete os valores e as aspirações de um indivíduo ou de um grupo Personalidade Jurídica do Estado • Concepção - Contratualistas : idéia de coletividade dotada de interesses diversos dos de cada um de seus componentes - Publicistas alemães (séc.XIX) . temas, até então considerados essencialmente e exclusivamente políticos, foram aceitos também como objeto da dogmática jurídica . Savigny → personalidade jurídica do Estado : ficção → pessoas jurídicas : sujeitos artificiais, criados pela lei . Kelsen → Estado : personificação da ordem jurídica / sujeito artificial → não pode existir uma pessoa jurídica real - Teorias . ficcionistas : Estado – pessoa jurídica → produto de uma convenção . realistas : “organicismo biológico” → Estado como uma pessoa grande _ Gerber : Estado é um organismo moral, existente por si _ Laband : Estado é um sujeito de direito, uma pessoa jurídica com capacidade para participar de relações jurídicas _ Jellinek : → “sujeito jurídico” : capacidade criada mediante a vontade da ordem jurídica → o homem é um pressuposto da capacidade jurídica, uma vez que todo direito é uma relação entre seres humanos • Análise de Groppali - abstração : processo pelo qual se afirma o Estado como pessoa jurídica - a vontade de um sujeito que não tem vida física, mas é criado pelo direito, deve ser considerada como a vontade das pessoas físicas que constituem seus órgãos e que se põe como sua vontade direta • Conclusões - as pessoas físicas, quando agem como órgãos do estado, externam uma vontade que só pode ser imputada a este e que não se confunde com as vontades individuais - para que o Estado tenha direitos e obrigações, deve ser reconhecido como pessoa jurídica