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DPC0411 - Processo Civil IV - Prof Puoli - T 181-12 (2011)

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL – RECURSOS TEORIA GERAL - PUOLI 
AULA 1 – PERDI 
AULA 2 – 28/02/2011 - Cheguei atrasada 
Efeitos provisórios – 
Leitura menos ampla ao duplo grau de jurisdição. 
Contexto da polemica: duplo grau de jurisdição: 
Questionamento: duplo grau de jurisdição está previsto na constituição federal? Duplo grau 
é uma garantia indispensável para que tenhamos um processo civil democrático e legitimo. 
Não está expresso no texto constutucional – não há regra absolutamente expressa e precisa 
– então de onde vem o entendimento no sentido de que o duplo grau seria principio 
constitucional? Na medida em que a própria CF dá uma estruturação judiciaria , cuidando 
de prever instancias , hierarquia etc.. se entende que implicitamente tal principio está 
previsto na CF. 
O devido processo legal está ligado a existência de um processo razoavelmente justo. Nesse 
sentido, alguns afirmam que seria inerente ao devido processo legal a existência do dulpo 
grau de jurisdição. Não existe definição precisa do que seja um devido processo legal, mas 
sim um conjunto de ideais por meio dos quais verifica-se que o devido processo legal está 
sendo observado (como a ampla defesa, juiz natural, igualdade entre as partes e 
imparcialidade). 
DUPLO GRAU – fundamental para a legitimação do sistema e para a entrega de 
oportunidades aos jurisdicionados em geral. 
Hoje em dia, parte da doutrina passa a ser mais rigorosa – o constituinte poderia ter 
previsto o duplo grau de forma expressa, mas não o fez! Justificativa disso poderia ser que 
o constituinte não considerou o duplo grau como tão imprescindível para a realização de 
um processo justo. Doutrinadores dão leitura critica ao duplo grau, e alguns dizem 
que não seria uma garantia constitucional e que, portanto, pode ser limitado no 
momento de edição das leis processuais. 
Encruzilhada importante: 
Defensores da leitura ampla do duplo grau: nesse caso, legislações restritivas seriam 
consideradas inconstitucionais. Todavia, em leituras mais criticas e restritivas seria possível 
uma maior limitação. Novo CPP – leitura mais critica do duplo grau, consagrando a maior 
restrição a hipóteses de cabimento e consequências do ato de recorrer. 
Obs: atualmente as execuções provisórias estão sendo ampliadas. Escolhas politicas: 
resultado rápido vs justiça e segurança. 
Prós e contrários ao segundo grau de jurisdição: 
Prós: (i) maior qualidade na decisão e diminuição das situações de decisões injustas, (ii) 
eliminação da possibilidade de erros jurisdicionais (juiz pode errar e, por isso, entrego a 
sociedade um instrumento para trabalhar esse erro). (iii) maior experiência do magistrado 
ao longo de sua progressão na carreira. Direito está atrelado a valores, ao dia a dia e a busca 
de razoável interpretação dos acontecimentos. Devo estar atento aquilo que na vida ocorre, 
o que só acontece depois de algum tempo de vida. Com base nessa bagagem, o 
desembargador tenderá a dar decisões mais corretas e mais justas. (iv) magistrado que sabe 
que terá o seu trabalho revisto seria mais cuidadoso antes de proferir a sua decisão. 
Contras: (i) perpetuação da controvérsia: na medida em que recorro o momento de 
transito em julgado fica adiado, havendo repercussão no que tange a capacidade do 
processo de trazer resultados rápidos a vida das pessoas.(obs: Tribunal de justiça do rio de janeiro 
julgava apelação em 6 meses!!! Capacidade do aparelho jurisdicional: problema – cobertor curto é 
incontornável – dinheiro público não é suficiente). Politica do CNJ: metas de eficiência – 
preocupação com o valor eficiência é relevante. (ii) desprestigio ao poder judiciário – se 
conferi ao juiz a capacidade de julgar, como posso depois revisar/puxar o tapete na decisão 
que foi dada. Ideia de que duplo grau traz desprestigio ao juiz de primeiro grau. (iii) maior 
experiência não é garantia de resultado mais justo e menor incidência de erro, o que 
dependerá da atualidade do julgador. (iv) menor qualidade e preocupação no momento de 
proferir as sentenças: “faço sentença de qualquer jeito”, uma vez que poderá ser reformada 
pelo tribunal. (v) inutilização do principio da oralidade, o qual busca “propiciar maior 
contato entre partes, advogados e juiz que julgará – no que tange a coleta da prova, em 
especial na hora da prova oral – tomada de depoimento pessoal e testemunhas”. Maior 
sensibilidade do juiz que teve contado direto com a prova. Com o segundo grau tal 
benefício é anulado, uma vez que todas as provas são realizadas no âmbito da primeira 
instancia. 
Será que seria razoável imaginar a eliminação completa dos recursos?? Hoje é 
consenso a impossibilidade de eliminação total do duplo grau de jurisdição. Agora, os 
efeitos colaterais de um duplo grau muito generoso estão se mostrando – não há 
possibilidade de julgamento com rapidez na segunda instância. Se efeito colateral é tão 
danoso, o que poderemos fazer para solucionar a questão, sem que exista um impedimento 
tão grande ao duplo grau?? Ex. JECC – impossibilita a interposição de alguns tipos de 
recursos – no caso de demandas mais simplificadas. Ideia é compatibilizar a briga por 
justiça e por rapidez. Para conseguir rapidez o sistema passa a trabalhar com uma 
ideia de risco. Soluções: aumentar as execuções provisórias, retirar efeito suspensivo do 
recurso, penalizar/sancionar o abuso de direito de recorrer – recurso manifestamente 
procrastinatório (situação com existência de sumula do superior tribunal – impossibilidade 
de recursos). Tenho que buscar maneiras no âmbito infraconstituicional de resolver esses 
problemas. Garantir o direito de recorrer, mas aperfeiçoar o sistema, de modo a 
trabalhar melhor com os efeitos colaterais. 
Ex. processo que poderia ser usado contra decisões contra as quais não cabe nenhum 
recurso: MANDADO DE SEGURANÇA 
AULA 3 – 14/03/2011 
Principio da voluntariedade: tema ligado a manifestação de vontade. Conceito de 
recurso: “remédio voluntário, idôneo a ensejar dentro de um mesmo processo reforma, invalidação e 
esclarecimento ou integração de decisão judicial que se impugna”. Conceito trata da ideia de 
voluntariedade, necessidade de manifestação de vontade da parte interessada. 
 Há uma dúvida para parte da doutrina com relação a remessa de ofício ou reexame 
necessário: no código de processo civil instituto está instituído no art. 475 Do CPC. 
Remessa é realizada independentemente de pedido, mas pelo simples dever de oficio 
daquele que judica. Qual o espirito deste instituto? Haverá um reexame da decisão por 
ordem da própria lei. Situação que haverá necessária revisão da decisão antes que esta 
comece a surtir seus efeitos, independentemente da vontade de qualquer das partes 
envolvidas. 
Quais os casos: decisões contra fazenda pública, por exemplo: legislador entendeu existir - 
interesse publico a exigir que assim seja feito. 
Polemica no âmbito do principio de voluntariedade – para parte da doutrina o reexame 
necessário sequer seria uma espécie de recurso, mas um sucedâneo recursal. Para outra 
parte, seria considerado uma exceção ao principio da voluntariedade. 
Principio da colegialidade. Quantidade de Julgadores com participação ativa na tomada 
da decisão. Decisões devem ser tomadas em um colegiado. Maior oportunidade para 
debate a respeito do tema e melhor condição para verificar outras nuanças daquela situação 
e aumentar, portanto, a qualidade da decisão a ser tomada. Maior grau de justiça da decisão. 
Ponto negativo: menor celeridade. Tendência de se aumentar a quantidade de casos em que 
o relator poderá decidir sozinho – julgamento monocrático. 
Exceções ao principio: Art. 557 DO CPC: relator negará provimento ao recurso que seja –
(i) manifestamente
inadmissível – juiz deve estar absolutamente seguro para assim decidir – 
muita cautela; (ii) recurso prejudicado – faltam condições de admissibilidade ou recurso 
perdeu o seu objeto (ex. já paguei a dívida), (iii) confronto com sumula ou jurisprudência 
dominante do respectivo tribunal, ou dos tribunais superiores ou do supremo tribunal 
federal (legislador está sentindo que para o sistema funcionar melhor deve-se dar maior 
prestígio aos precedentes judiciais). Sistema atual está dando maior prestígio aos 
precedentes de modo a aumentar o grau de segurança jurídica e rapidez. – aproximação ao 
sistema anglo saxão. 
Art. 557 - O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, 
prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, 
do Supremo Tribunal Federal ou de Tribunal Superior 
Autorização para julgamento monocrático é possível somente para negar provimento ao 
recurso. 
Art. 557, §1º, A: situação em que o relator pode dar provimento ao recurso, reformando 
a decisão da instancia inferior. Lei é um pouco mais restritiva: manifesto confronto com 
súmula ou jurisprudência dominante do STF ou de um tribunal superior. 
§ 1º-A - Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com 
jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator 
poderá dar provimento ao recurso 
Essas situações mostram essa tendência de mitigar o principio da colegialidade em nome de 
permitir maior eficiência do sistema, sem a necessidade de passar por outros julgadores. 
Autorizações legais ampliando as condições nas quais julgadores podem decidir sozinhos – 
são constitucionais desde que legislador tenha deixado uma brecha para de alguma forma 
forçar o colegiado. 
Ex. agravo interno : recurso previsto no CPC para forçar as decisões colegiadas (mas 
existe a possibilidade de aplicação de multa no caso do agravo ser manifestamente 
protelatório). 
Observação: agravo de instrumento – recurso que cabe contra decisões interlocutórias. 
Relator pode negar desde logo provimento ao recurso, sem se quer abrir vista para o 
agravado – se incorrer em alguma situação do art. 557 CPC??? SIM. Não existe ferimento 
ao principio do contraditório, ante a inexistência de qualquer prejuízo ao agravado. 
E quanto ao art. 577, §1º, a: pode? Não, porque nesse caso haveria prejuízo ao agravado, o 
que causaria uma violação ao principio do contraditório e ampla defesa. Agravado tem o 
direito de pelo menos ser ouvido, podendo depois ser proferida a decisão monocrática. 
Art. 97 CF Sempre que houver a necessidade de decretar a inconstitucionalidade (controle 
difuso) de uma regra legal essa decisão tem que ser tomada pelo PLENARIO DO 
TRIBUNAL. E caso não exista órgão pleno, deverá ser julgado pelo órgão especial. Todo 
texto legislativo sai do forno com uma presunção de constitucionalidade, inclusive porque 
tem uma comissão de comissão de justiça no CN. – verificação prévia de 
constitucionalidade – nível federal e em assembleias legislativas de vereadores. Controle de 
constitucionalidade – art. 97 – legislador exige um “plus” – julgamento pelo plenário ou 
órgão especial do tribunal. Art. 480 e seguintes no âmbito do CPC. Se a decisão da câmera 
for no sentido da constitucionalidade não é necessário o julgamento pelo pleno. 
 Sumula vinculante n. 10 do STF – “viola a clausula de reserva do plenário a decisão de órgão 
fracionário, que embora não declare expressamente a inconstitucionalidade da lei, afasta a sua incidência no 
todo ou em parte”. 
Exceções que não preciso encaminhar ao plenário: quando órgão especial já disse que esta 
lei é inconstitucional; ou quando STF já decidiu a esse respeito. 
Art 481 
Parágrafo Único - Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao 
órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes 
ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. 
Princípio da taxatividade: somente a recurso previsto expressamente em lei. Não é 
admitida a interpretação ampliativa. Previsão no art. 496 do CPC – principal sede desta 
ideia de taxatividade do recurso. Todavia, quando muito o legislador poderá criar alguns 
outros recursos – o que tem que ser feito sempre por normas de direito federal – art. 22, I 
da CF. Portanto, existem outros recursos previstos por ex. art. 532, 544, 557, § 1º CPC ; 
leis esparsas – juizados especiais – recurso inominado (art. 41) 
Principio da unicidade ou unirrecorribilidade: princípio da singularidade recursal. 
Contra cada decisão caberá apenas um recurso. Qual seria a ideia do legislador de fazer essa 
restrição? Tentar evitar confusões. Princípio implicitamente é tirado de uma interpretação 
sistemática do art. 496 e 162 do CPC. 
Situações de dúvida: caracterização de algumas decisões como sentenças ou decisões 
interlocutórias: somente vou entender como sentença decisão que esgota todas as questões 
postas no processo. 
Recurso adesivo: prerrogativa para com relação a algo contra o qual eu naõ recorri, se o 
lado de lá recorrer eu vou aderir ao recurso dele. 
Ex. açaõ de cobrança – as duas partes perdem 50%/50%. Somente uma das partes apela, a 
outra parte na hora de oferecer a sua resposta poderá oferecer um recurso adesivo. 
Teríamos dois capítulos dentro de uma sentença. Esse recurso seria um ferimento ao 
principio da unirrecorribilidade? 
Principio da fungibilidade recursal: algo que posso utilizar no lugar daquilo que seria 
correto. Algumas situações nas quais poderia utilizar o recurso errado no lugar do certo. 
Para o caso de dúvida razoável a respeito do recurso cabível, onde poderá haver essa 
substituição do recurso errado pelo recurso certo. 
Art. 810 do antigo CPC expressamente falava dessa possiblidade de fungibilidade. No novo 
código, não existe qualquer regra expressa sobre esse principio. Contudo, o legislador não 
foi absolutamente claro, e continuou deixando algumas dúvidas a respeito de qual recurso 
seria cabível. Doutrina e jurisprudência defendem a validade deste principio ! quais os 
requisitos?: (i) deve existir uma dúvida razoável, principio não é admitido no caso de erros 
grosseiros – analise do caso concreto, indícios dessa dúvida: divergência jurisprudencial, 
doutrina divergente; (ii) qual será o prazo? Boa parte da doutrina afirma que devo usar o 
prazo do recurso correto – para evitar joguete dos advogados que perdem um prazo. 
Ex. lei de custas judiciais 1050/50 – art. 17 – prevê a apelação sobre decisões concernentes 
a custas judiciais. Parte da jurisprudência entende que o correto seria o agravo e parte da 
jurisprudência entende que o correto é apelação 
Principio da reformatio inpejus: qual é o desejo de quem recorre? Quero melhorar a 
repercussão pratica da decisão para mim. Mesmo que exista já um pacifico entendimento 
no sentido de que sentença deveria ser reformada de forma prejudicial ao apelante, 
apelação não pode ser julgada de forma prejudicial, diminuindo o que ganhei na sentença 
anterior (no caso de não haver apelação da outra parte). recorrente não pode ser 
prejudicado por seu próprio recurso. 
AULA 04 -21/03/2011 
Requisitos de admissibilidade do recurso: matéria discutida em semestres anteriores 
que vem a mente com propósitos parecidos: pressupostos processuais e condições da ação. 
Tanto no inicio do desenvolvimento da relação processual, tanto na fase do recurso é feita 
a verificação de aspectos formais (intimidade com a relação processual ) com o objetivo de 
“filtrar”. E por outro lado, no caso em que esses requisitos formais não estiverem 
devidamente preenchidos, impossibilita o conhecimento do recurso. 
Todo o recurso
poderá passar por dois momentos de julgamento/analise: o primeiro 
momento é o juízo de admissibilidade: se o pedido – anulação ou reforma de decisão 
judicial – apresenta um cabimento minimamente (ficaremos adstritos aos requisitos 
formais) . se sim, passarei ao juízo de mérito recursal, no qual teremos a analise especifica 
daquilo que está sendo solicitado. 
 Na medida em que seja negada a presença destes requisitos formais, o recurso não poderá 
ter continuidade. 
Questão de nomenclatura: analise mais técnica/quase que pura da teoria geral dos recursos 
– verifico que os requisitos de admissibilidade estão presentes e, portanto, conheço do 
recurso ou ainda - não conheço do recurso, porque intempestivo, etc... 
Na prática, essa nomenclatura é exercida na prática de primeiro e segundo graus. Já nos 
tribunais superiores costuma existir um uso – quase que promiscuo – desta nomenclatura, 
principalmente o STJ. 
 E no caso de julgamento de mérito, qual é a nomenclatura adequada? No caso de não 
acolhimento: não provimento do recurso (= decisão mantida); caso contrário (recurso 
aceito), será dou provimento ao recurso total ou parcial. 
Requisitos de admissibilidade NÃO influenciam o mérito – inexistência de teoria de 
asserção, por exemplo. 
 Na medida em que não estarei tratando de requisitos do direito material, nesse caso 
concreto, o ordenamento de dá uma segunda chance? E se os demais requisitos formais 
foram atendidos? 
Juízo de admissibilidade – lei me dá a oportunidade de tentar denovo?, uma segunda 
chance? As decisões sobre admissibilidade em si são recorríveis? 
 Sim, interponho uma apelação, e o juízo de primeira instancia não recebe o recurso. Tal 
decisão é passível de recurso. Se decisão passou pelo primeiro filtro da instancia inferior e 
relator entende que requisitos não estão presentes. Este acordão será passível de 
interposição de recurso. 
O tipo de recurso que caberá contra essas decisões varia conforme a situação – poderá ser 
agravo de instrumento, eventualmente recurso especial/extraordinário. Dupla analise dos 
requisitos de admissibilidade – primeiro o próprio juiz e depois o tribunal. 
Retratabilidade do juiz de primeiro lugar com relação a decisão de Não RECEBIMENTO 
DO RECURSO é possível! (vale lembrar que a retratabilidade, em regra, não é possível 
quanto ao conteúdo da sentença) 
Conforme o recurso o nosso sitema vai prever i) um juizo único de admissibilidade; ii) um 
juízo duplo de admissibilidade e iii) órgãos diferentes de análise. 
Apelação: endereçada ao juízo de primeiro grau – que faz o primeiro juízo de 
admissibilidade e depois o envia para a segunda instancia, a qual, antes do julgamento do 
mérito, também faz o seu juízo de admissibilidade (duplo juízo de admissibilidade). 
Agravo de instrumento: decisão interlocutória que me trouxe gravame – extraio cópias dos 
autos e encaminho o agravo DIRETAMENTE ao tribunal respectivo (Juizo único de 
admissibilidade – no âmbito do tribunal). 
No caso de tribunais superiores - recurso extraordinário e especial também haverá um 
duplo juízo. Primeiro na instancia inferior (presidente do tribunal local) e em segundo 
lugar na instancia superior. 
Requisitos – o que se analisa? 
I) cabimento do recurso – recorro ao principio da taxatividade – o processo 
brasileiro está estruturado com a seguinte ideia – somente haverá possibilidade de 
se anular uma decisão judicial quando a própria lei te dá esta chance. Ou ainda, 
tive um uso equivocado do recurso – princípio da fungibilidade do recurso, no 
caso da inexistência de erro grosseiro. 
II) Legitimidade para recorrer – quem será o sujeito legitimo para interpor recurso – 
as pessoas que fazem parte daquela ação processual. Quais são as maneiras 
principais para isso? Autor e réu, e também terceiros que passaram a integrar a 
relação processual. Excepcionalmente, art. 499 prevê a oportunidade de terceiro 
prejudicado – é necessário provar a existência de interesse jurídico que está sendo 
prejudicado pela decisão. Exemplo dessa situação: perícia – logo depois da perícia 
ser entregue o perito pede honorários absurdos. Juiz concede honorários muito 
baixos. Perito pode apelar pedindo a fixação de honorários maiores. Também o 
MP, no caso de ser fiscal da lei. 
Art. 499 - O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo 
Ministério Público. 
§ 1º - Cumpre ao terceiro demonstrar o nexo de interdependência entre o seu interesse de 
intervir e a relação jurídica submetida à apreciação judicial. 
§ 2º - O Ministério Público tem legitimidade para recorrer assim no processo em que é parte, como 
naqueles em que oficiou como fiscal da lei. 
 
Obs: Assistência simples: somente tenho relação com o assistido. Assitencia litisconsorcial 
– minha relação também se dá de algum modo com a parte contrária. Assistente simples 
somente poderá recorrer no caso da existência de recurso da parte assistida, não podendo 
ir contra a vontade do assistido. Já na assistência litisconsorcial admite-se que o assistente 
recorra ainda que contra a vontade do assistido. 
III) Interesse de recorrer: decisão de algum modo me foi prejudicial, nessa situação de 
prejuízo, aí tenho interesse de recorrer. O interesse de recorrer se configura em 
termos práticos (facticos), se de algum modo mexi na esfera de direitos da pessoa 
de uma maneira prática, nesse caso tenho o interesse de recorrer. Esse gravame se 
dá na medida em que exista sucumbência, em termos práticos tive um déficit em 
meus direitos por causa da decisão. O interesse de agir também se prende a 
questão de capítulos eventuais que a decisão tenha (mínimo de dois capítulos 
mérito e sucumbência). 
Gravame está presente com relação a matéria de fundo, ou somente quanto a 
sucumbência, o gravame era único, ou passível de segmentação? Interesse de agir 
existe na medida em que aquele que tem interesse de recorrer mostre um déficit 
factico – esfera de direitos diminuídas. 
Obs: Art. 500: no caso de uma das partes interpor recurso diante de uma sucumbência 
reciproca, a outra parte pode, nas contrarrazões, aderir no recurso de uma das partes. 
IV) Súmula impeditiva de recursos: sede legal é art. 518, §1ºdo CPC. Para que eu 
tenha uma valorização das súmulas estarei tratando de sistema jurídico que dá 
prestígios a seus precedentes. Durante muito tempo no brasil, a Súmula era mero 
argumento de persuasão, sem qualquer efeito prático no processo. O que hoje tem 
sido alterado. Momento de dar maior prestígio aos precedentes principalmente 
quando já estiverem simulados. Alteração da admissibilidade do recurso. Polêmica 
na doutrina – quando aplico a sumula para não recorrer estamos diante de uma 
decisão de admissibilidade ou de mérito? Maioria da doutrina entende que é 
admissibilidade. Quando que o 518 pode ser aplicado? Quando decisão dada em 
instância inferior estiver em conformidade com decisão do STF ou STJ. Regra que 
está no capítulo da apelação, mas doutrina entende que essa regra também pode 
ser aplicada em outros recursos (exceto stf e stj). Em casos de juízo único, todavia, 
a repercussão prática desse 518 é mínima, porque já posso aplicar o 557. 
Art. 518 - Interposta a apelação, o juiz, declarando os efeitos em que a recebe, mandará dar vista 
ao apelado para responder.324 
§ 1º O juiz não receberá o recurso de apelação quando a sentença estiver em conformidade 
com súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal 
V) Tempestividade: observância do prazo previsto na lei. Caso contrário, recurso não 
será conhecido por inaptidão. Art. 508 dá a regra geral de prazos para vários 
recursos. 
Art. 508 - Na apelação, nos embargos infringentes, no recurso ordinário,
no recurso especial, no 
recurso extraordinário e nos embargos de divergência, o prazo para interpor e para responder é de 
15 (quinze) dias.315 
 
VI) Regularidade formal: É necessário mostrar concretamente o erro da decisão dada – 
sentença. Trf não conheceu recursos baseados nas razoes anteriores (de primeira 
instancia), mesmo no caso de serem teses tributárias. Preciso expor minhas razoes 
recursais e realizar o meu pedido. Tenho que ir no protocolo específico – hoje existem 
Protocolos integrados. Obs: possibilidade de utilização de peticionamento eletrônico. 
VII) Preparo: (mesmo papel das custas iniciais que devo recorrer) Para prosseguir a minha 
caminhada no processo devo pagar as custas e o porte de remessa/retorno 
(necessidade de transportar os volumes de um local para outro). Art. 511: preparo tem que 
estar anexado no próprio momento do recurso, existindo somente a chance para 
complemento. 
No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela 
legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de 
deserção. 
 
VIII) Não pode ter existido fatos impeditivos: art.501, 402 e 503. Desistência, renúncia ao 
direito de recorrer e preclusões lógicas – pago o valor de condenação ao autor – atitude 
incompatível logicamente com o direito de recorrer. Tribunal nesse caso não irá julgar o 
recurso no mérito. 
Art. 501 - O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos 
litisconsortes, desistir do recurso. 
 
Art. 502 - A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte 
Art. 503 - A parte, que aceitar expressa ou tacitamente a sentença ou a decisão, não poderá 
recorrer. 
Parágrafo único - Considera-se aceitação tácita a prática, sem reserva alguma, de um ato 
incompatível com a vontade de recorrer. 
 
AULA 05 – 28/03/2011 
EFEITOS DOS RECURSOS: 
Primeiro efeito, intuitivo e lógico, da utilização de um recurso: impedir que haja ou 
preclusão ou o transito em julgado. Efeito de obstar a incidência ou do transito em 
julgado (sentença/acórdãos) ou da preclusão (decisões interlocutórias que são dadas ao 
longo da tramitação do feito em primeiro grau - agravo). 
No momento em que interponho o recurso eu obsto essa incidência, eu impeço que ocorra 
o transito em julgado = efeito obstativo. 
Todo o recurso por uma escolha da parte interessada pode abraçar todos os temas objeto 
da decisão ou ainda selecionar os temas com relação os quais incidirá a impugnação. 
Alguns efeitos que não são abordados pela doutrina em geral: diferenças de enfoque 
conforme os livros estudados. (livro prf. Barbosa Moreira, Nelson Nery Junior,). Algumas 
incongruências entre os efeitos indicados pela doutrina mais minimalista e que são 
polêmicos: 
- efeito extensivo: situações em que a despeito do recurso ter sido utilizado por uma parte 
específica, haveria uma extensão, inclusive do efeito obstativo, na esfera de direitos 
de outros interessados. Ex: nos casos de litisconsorte unitário, decisão tem que ser 
necessariamente uniforme (bem jurídico é um só e ele é indivisível.). Nos casos de 
obrigação solidária, TODOS os solidariamente obrigados são obrigados a recorrer. 
Portanto, em outras situações deve-se verificar a existência de prejudicialidade, quando 
poderá existir alguma extensão. Art. 509 CPC. 
Art. 509 - O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou 
opostos os seus interesses. 
Embargos de declaração: efeito de permitir a nova contagem do prazo por inteiro – regra 
expressa no CPC. Nem entra no conceito mais genérico de efeito extensivo. 
- efeito expansivo: adespeito do pedido recursal estar confinado a determinado tema, na 
prática o recurso, caso acolhido, expandiria seus efeitos para além daquele pedido 
especificadamente considerado. 
Situação em que foi julgado o mérito da pretensão: sentença de procedência e outro lado 
recorre pedindo apenas a improcedência ou questionando apenas uma parte deste mérito ( 
ex. réu somente pede a diminuição da condenação de 50 para 40 reais, pedido quantitativo 
de uma diferença de 10 reais). Tribunal entende haver uma situação de litispendência 
(existência de outra demanda entre as parte) – demanda deverá ser julgada extinta. Réu 
somente queria uma redução de 10 reais, o efeito da decisão, todavia, foi além daquilo 
solicitado pelo réu. 
2º exemplo: sou réu de uma demanda e, ao longo desta, realizei um determinado pedido de 
prova, perícia, por exemplo. Interposição de agravo contra decisão que indeferiu o pedido 
de prova pericial. Juiz julga a demanda procedente e o advogado perde o prazo para a 
apelação. Todavia, o agravo é julgado procedente para a produção da prova pericial. 
Agravo acarretará a anulação de todos os atos anteriores, inclusive a da sentença proferida. 
Repercussão pratica da decisão acaba indo além do pedido propriamente dito. 
- efeito translativo: meu recurso tem sempre um efeito devidamente delimitado ao meu 
pedido, contudo, na medida em que recorro, seriam automaticamente transladadas ao 
tribunal a possibilidade de conhecimento das questões de ordem pública. 
A demanda, na primeira instancia, foi devidamente acolhida. Réu não recorre. Advogado 
do autor recorre contra a fixação de honorários. No julgamento, relator entende que caso 
de carência da ação, extinguindo processo inteiro sem julgamento de mérito. Critica: se não 
houve apelação do réu, houve o transito em julgado com relação à condenação. 
Transito em julgado possui status constitucional: inconstitucionalidade dos efeitos 
translativos e, consequentemente, dos expansivos (apenas no que toca ao primeiro 
exemplo). 
- efeito substitutivo: previsto no art. 512 do CPC: decisão proferida no âmbito do recurso 
substitui a decisão proferida na instancia inferior. Somente substituirá se houver alteração. 
O acordão substitui em todos os seus efeitos a decisão da primeira instância. 
Art. 512 - O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a sentença ou a decisão recorrida no que 
tiver sido objeto de recurso. 
- efeito devolutivo: possibilidade de saber em relação a quais matérias a analise do tribunal 
poderá acontecer. Quais temas foram devolvidos para a apreciação do tribunal. Quais 
temas há autorização para o tribunal julgar. 
Art. 515 - A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. 
 
Embargos de declaração – terei efeito devolutivo? Quem analisa o recurso é o próprio 
órgão que relatou a decisão embargada. Tema é controverso, mas maioria da doutrina – 
professor, inclusive, entende que sim. 
Agravo de instrumento: devolutividade é nítida. Agravo retido: efeito devolutivo dependerá 
da existência da apelação, condição para que o recurso surta seus efeitos = efeito 
devolutivo é diferido, ou seja, fica adiado. 
Extensão do efeito devolutivo: art. 515, caput do CPC: tantum devolutum quantum 
apelatum. Somente haverá devolução nos limites do pedido formulado. Vedação a 
reformatium in pejus: recurso não pode prejudicar o recorrente, pois recurso está sempre 
confinado ao meu pedido. 
Ex. pedido de danos materiais e morais: na primeira instancia somente ganhei o dano 
material e ainda em valor menor do que o pedido. O recurso somente abrange o dano 
material. Tribunal somente poderá analisar os danos materiais que poderá ter o seu valor 
aumentado, mas nunca diminuido. 
Repercussão do principio dispositivo do processo civil. As partes devem escolher e 
deliberar aquilo que lhes interessa. 
Profundidade do efeito devolutivo: §1ºe 2º do CPC art. 515. Quais matérias poderão 
servir de fundamentos para a decisão do tribunal. Diferentemente do que acontece na 
extensão,
na profundidade o efeito devolutivo é amplo. Todos os temas debatidos nos 
autos poderão ser novamente analisados no âmbito do tribunal. 
§ 1º - Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões 
suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro. 
§ 2º - Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um 
deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais. 
§ 4º - Constatando a ocorrência de nulidade sanável, o tribunal poderá determinar a realização 
ou renovação do ato processual, intimadas as partes; cumprida a diligência, sempre que 
possível prosseguirá o julgamento da apelação.322 
Ex. ação de cobrança. Réu defende a existência de dois vícios: coação e erro. Sentença de 
improcedência, em razão da existência de erro. Autor recorre. O tribunal troca o 
fundamento da decisão, mantendo, todavia, a decisão de improcedência. 
Art. 515 §3º (2002) exceção ao efeito devolutivo (extensivo): tese da causa madura. 
§ 3º - Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o tribunal pode 
julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em 
condições de imediato julgamento. 321 
 
Ex: na decisão de primeira instancia, houve julgamento de extinção da causa sem 
julgamento de mérito. Apelação contra a existência de sentença terminativa. Se levarmos o 
efeito ao pé da letra, tribunal poderia no máximo anular a sentença e remeter a primeira 
instancia para o julgamento do mérito. 
Nos casos de causas maduras (somente temas de direito ou provas já feitas), tribunal pode 
proferir julgamento do mérito da demanda. Não há na jurisprudência de qualquer 
precedente declarador da inconstitucionalidade da regra, mas tese vem sendo aceita por 
causa da efetividade. 
Haveria a necessidade de pedido expresso da parte, de aplicação do §3º? 
1ªcorrente: não haveria necessidade de pedido expresso, em razão da prevalência do 
principio da efetividade. 
2ª corrente: pedido do interessado deve ser expresso (prof acha que seria a posição da 
maioria da jurisprudência). 
Exemplo: apelo contra a carência de ação. Tribunal desconsidera a carência de ação, porém 
julga a ação improcedente. Jurisprudência preponderante considera que não é o caso de 
reformatio in pejus, sendo um risco assumido pelo apelante! 
Doutrina considera que ser um princípio passível de analise e julgamento em outros 
recursos que não a apelação. 
4º - Constatando a ocorrência de nulidade sanável, o tribunal poderá determinar a realização 
ou renovação do ato processual, intimadas as partes; cumprida a diligência, sempre que 
possível prosseguirá o julgamento da apelação. 
Pequenos erros formais também podem ser supridos pelo tribunal, ainda que não tenha 
havido pedido a respeito dele – qual a ideia? Aumentar a efetividade. 
Exemplo: verificou-se que procuração não estava assinada por ambos os representantes de 
empresa, (mas apenas um). Tribunal poderá pedir que parte supra este erro formal, 
assinando a procuração (ao invés de anular todos os atos posteriores a nulidade). 
- efeito suspensivo: em regra as apelações fazem com que os efeitos da sentença fiquem 
suspensos, de modo a evitar que as decisões da primeira instancia possam desde logo fazer 
efeitos na vida das pessoas. Não sabemos a proporção de recursos que são 
aceitos/conhecidos – não há uma estatística plena. 
No caso dos agravos, a regra é que não exista o efeito suspensivo, o qual tem de ser 
requerido pela parte e analisado pelo relator. 
No âmbito da apelação, para não ter efeito suspensivo a lei tem de ser expressa. Situações 
nas quais o legislador já fez essa escolha (art 520): 
I - homologar a divisão ou a demarcação;330 
II - condenar à prestação de alimentos;331 
III - julgar a liquidação de sentença; 
IV - decidir o processo cautelar; 
V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes;334 
VI - julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem; 
VII - confirmar a antecipação dos efeitos da tutela. 
Inciso VII: Situação peculiar – casos de urgência. 
Outras leis que somente preveem o efeito devolutivo e não o suspensivo: leis de locações, 
ação civil pública. 
Novo CPC – inexistência de efeito suspensivo como regra. 
Depois de proferida uma decisão de segunda instancia o recurso somente terá efeito 
devolutivo. 
Art. 542 § 2º - Os recursos extraordinário e especial serão recebidos no efeito devolutivo. 
- multa por litigância de má-fé : efeito eventual do recurso, no caso de abuso de uma das 
partes (recurso meramente procrastinatório) 
AULA – 11/04/2011 
Classificação dos recursos: 
1. Total (abrange todos os temas) ou parcial (parte dos temas). 
Qual o interesse prático dessa classificação: coisa julgada / preclusão de modo geral. Na 
medida de meu recurso existirá o efeito de obstar a formação de preclusão ou de coisa 
julgada, o que se dá conforme o tamanho do meu pedido recursal. Temas que não foram 
abordados pelo recurso transitam em julgado. 
2. Fundamentação dos recursos: (i) fundamentação livre e (ii) fundamentação 
vinculada; 
Na ciência jurídica os nomes geralmente denunciam o conteúdo. (i) fundamentação livre – 
recursos onde o legislador deixa a livre escolha da parte a fundamentação que irá utilizar 
(mais nítida incidência do princípio do duplo grau de jurisdição). Aqui entra a possibilidade 
de atacarmos não apenas fundamentos de fatos, mas também de direito daquilo que foi 
dito. Maior espaço para buscar uma revisão jurídica e também valorativa quanto a própria 
prova – consigo esta maior liberdade para trabalhar com as questões de prova, analise mais 
justa com relação as conclusões extraídas das provas. 
Por outro lado (ii) fundamentação vinculada: (vinculação na lei e cf) legislador estabelece 
elementos que necessariamente deverão se fazer presentes no recurso, de modo que se 
estes elementos exigidos não estiverem presentes não conseguirei dar prosseguimento a 
minha pretensão recursal. Espaço apenas para a discussão de questões de direito. Para os 
recursos de fundamentação livre, basta a sucumbência. Já nos casos de recursos de 
fundamentação vinculava, deve existir demonstração dos requisitos indicados pela lei. 
Exemplos: recurso especial = devo demonstrar infringência a lei federal ou ainda que os 
tribunais apresentam decisões divergentes. Recurso extraordinário: devo demonstrar que 
decisão afrontou regra constitucional. Fundamentação já tipificada por lei – ou me vinculo 
a requisitos exigidos pelo legislador, ou a possibilidade de meu recurso prosseguir se 
extinguirá. Embargos de declaração: com base no art. 535 do CPC somente cabem em 3 
situações. 
3. Recurso principal e recurso adesivo 
Recurso principal – decisão judicial que trouxe gravame a parte, a qual, observando o prazo 
da lei, manifesta a sua vontade de recorrer. 
Recurso adesivo – “adesão ao recurso principal” . lembramos que: acessório segue o 
destino do principal. 
Recurso em que não me utilizei da primeira oportunidade que tive para recorrer para 
verificar se parte contrária realizaria a interposição do recurso. Se recurso principal é 
repelido durante o exame de admissibilidade não seria possível a interposição do recurso 
adesivo. Recurso adesivo deve ser interposto no prazo de RESPOSTA A APELAÇÃO. 
Recurso adesivo é Totalmente vinculado ao destino do recurso principal. Mas para todos 
os efeitos, se trata de um recurso, de modo que todos os requisitos de admissibilidade 
genéricos devem ser observados. 
Art. 500, ii: hipóteses de cabimentos: apelação, embargos infringentes, ou recurso especial e 
extraordinário. Deve ter ocorrido
sucumbência reciproca: art. 500 do CPC (prejuízo para 
autor e réu). Ideia de propiciar estratégias, de modo que parte não se sinta desde logo 
obrigada a recorrer. 
Art. 500 - Cada parte interporá o recurso, independentemente, no prazo e observadas as 
exigências legais. Sendo, porém, vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles 
poderá aderir a outra parte. O recurso adesivo fica subordinado ao recurso principal e se rege pelas 
disposições seguintes:307 
I - será interposto perante a autoridade competente para admitir o recurso principal, no 
prazo de que a parte dispõe para responder;308 
II - será admissível na apelação, nos embargos infringentes, no recurso extraordinário e no 
recurso especial;309 
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal, ou se for ele declarado 
inadmissível ou deserto. 
 Se recurso principal não vier a ser julgado em seu mérito, o recurso adesivo também vai 
perecer. Oportunidade de recorrer é condicionada, primeiramente, a interposição de um 
recurso principal e em segundo lugar que, ao final, recurso principal seja julgado em seu 
mérito. 
4. Recursos ordinários e extraordinários: 
Ordinários: busca de um grau maior de justiça. Possibilidade de discussão dos fatos (debate 
da conclusão do judiciário com relação aos fatos). Ampla possibilidade de reexame das 
provas. Já nos chamados recursos extraordinários temos fundamentação mais fechada e 
tipificada que exclui a possibilidade de analise quanto a fatos e provas. O que são embargos 
de divergência: estão previstos no art. 546 do CPC – entendimentos 
conflitantes/divergência de entendimento em uma decisão colegiada. 
Art. 546 - É embargável a decisão da turma que:403 
I - em recurso especial, divergir do julgamento de outra turma, da seção ou do órgão 
especial;404 
Il - em recurso extraordinário, divergir do julgamento da outra turma ou do plenário.405 
Parágrafo único - Observar-se-á, no recurso de embargos, o procedimento estabelecido no 
regimento interno.406 
Extraordinários: possibilidade de filtros de admissibilidade muito mais rigorosos. – 
somente será admitido na medida que sociedade dele tirar alguma vantagem. 
AÇÕES AUTÔNOMAS DE IMPUGNAÇÃO DE DECISÃO JUDICIAL: 
Qual a diferença entre recurso e ação autônoma de impugnação? 
Ações autônomas: formação de uma nova relação jurídica processual. Por vezes essa 
segunda relação vai procurar mudar situações até já transitadas em julgado outras vezes 
coisas havidas em processos ainda em julgamento. 
Exemplo: ação rescisória (art. 485, 487/495): demanda anterior foi julgada em seu mérito 
e que já transitou em julgado(formando coisa julgada material). Segurança jurídica: casos 
expressamente delimitados e que devem sempre ser interpretados de forma restritiva: 
Art. 485 - A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: 
I - se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; 
II - proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente; 
III - resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão 
entre as partes, a fim de fraudar a lei; 
IV - ofender a coisa julgada; 
V - violar literal disposição de lei; 
Vl - se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou seja 
provada na própria ação rescisória; 
Vll - depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de 
que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de Ihe assegurar pronunciamento favorável; 
VIII - houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em que se 
baseou a sentença; 
IX - fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa; 
Quais são os objetivos básicos da rescisória: desconstituir decisão de mérito transitada em 
julgado ou ainda a realização de um novo julgamento desde logo. Exemplo : impedimento 
do juiz – para a parte basta a anulação do processo interior, com a posterior realização de 
um novo julgamento por meio de juiz competente; 
Ex.2 ação anulatória: (art. 486): situações de cabimento: sentenças meramente 
homologatórias. 
Art. 486 - Os atos judiciais, que não dependem de sentença, ou em que esta for meramente 
homologatória, podem ser rescindidos, como os atos jurídicos em geral, nos termos da lei civil. 
Expressão rescisão deveria ser substituída por anulaçaõ 
Art. 269 – outras situações do 269 temos mera homologação: transação, renúncia. 
Cabimento de anulatória nos casos de vícios de manifestação da vontade – erro, coação, 
etc... 
Falta de citação (art. 485): pode ser anulado mesmo após passados os dois anos do transito 
em julgado – prazo prescricional da lei civil; 
Ex.3 - reclamação: (doutrina majoritária, não é unanime): caso de afrontas das decisões 
dos tribunais superiores. 
Novo cpc: tende a dar maior relevância prática as reclamações. 
Ex. 4 - mandado de segurança contra ato judicial: decisões proferidas em processos 
judiciais. Lei do mandado de segurança em seu art. 5º, inc. II e III – fecha possiblidade de 
MS para: recursos com efeito suspensivo e decisões transitadas em julgado. Exemplo: 
agravo – caso de agravo de instrumento posso pedir efeito suspensivo ou tutela antecipada 
recursal. Não cabem recursos das decisões que negam tutela antecipada ou efeito 
suspensivo, podendo-se, portanto, utilizar o MS. 
Novo CPC: busca de limitação dos recursos: retirada de um ou outro tipo de recurso, 
retirada dos efeitos suspensivo do recurso, diminuição do número de preclusões. Mas deve 
haver cautela nessa matéria. Sucumbência recursal para quem insiste em interpor recurso ao 
qual não é dado provimento.

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