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CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA Tributação Direta das Pessoas Jurídicas 2013 1 CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 2 Entidade Qualquer organização econômica dotada ou não de personalidade jurídica (ex.: PF, PJ, fundos de investimento, condomínio etc.) Patrimônio Conjunto de Ativo e Passivo da Entidade. Conceitos Iniciais CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 3 Ativo • são todos os bens e direitos pertencentes à Entidade para uso, troca ou consumo. • na verdade, são apenas direitos, uma vez que a Entidade não possui propriamente o bem, mas um direito sobre o mesmo. • geralmente, são os bens e direitos de sua propriedade. • avaliáveis monetariamente (em dinheiro) • que representam benefícios presentes ou futuros. Conceitos Iniciais CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 4 Ativo • bens: máquinas, terrenos, estoques, dinheiro (moeda), ferramentas, veículos, instalações, etc. • direitos: contas a receber, duplicatas a receber, títulos a receber, ações de outras Entidades, depósitos em contas bancárias, títulos de créditos, etc. Conceitos Iniciais CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 5 Ativo • propriedade: se o bem ou o direito não for de propriedade da Entidade, em princípio, não constará do seu Ativo. => todavia, deverão constar do Ativo o valor relativo a bens ou direitos decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle com relação aos referidos bens e direitos, mesmo que inexistente o respectivo direito de propriedade (ex.: bem arrendado ou alugado) Conceitos Iniciais CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 6 Ativo • valor objetivo: uma Entidade, por exemplo, que possui uma “marca” conhecida no mercado não poderá evidenciá-lo como Ativo, embora seja um bem intangível de sua propriedade. => exceção : quando a marca for adquirida de terceiros. Conceitos Iniciais CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 7 Ativo • benefícios presentes ou futuros: se a Entidade tiver um “título a receber” de uma empresa falida, ele não será Ativo, pois não há a possibilidade de convertê-lo em dinheiro, não trazendo benefício algum para a sua portadora. � itens tais como: carro acidentado, barco afundado, aeronave destruída, estoque obsoleto, bens destruídos por incêndio ou por inundação são Ativos que não trazem mais benefícios para a Entidade. � portanto, devem ser baixados do Ativo. Conceitos Iniciais CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 8 Passivo • são todas as obrigações exigíveis da Entidade, ou seja, as dívidas com terceiros que serão cobradas, reclamadas a partir da data do seu vencimento. • dívidas com terceiros = “capital de terceiros” Conceitos Iniciais CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 9 Passivo • terceiros: abrange o conjunto de pessoas com quem a Entidade tem dívidas: � fornecedores (de mercadorias) � funcionários (salários) � governo (impostos) � bancos (empréstimos bancários) � encargos sociais (FGTS, Previdência Social) � encargos financeiros (financiamentos). Conceitos Iniciais CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 10 Passivo • duas acepções de Passivo: � acepção específica (mais comum) – somente obrigações com terceiros � acepção lata – obrigações com terceiros + patrimônio líquido Conceitos Iniciais CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 11 Patrimônio Líquido • representa o total das aplicações dos proprietários na Entidade. • ou, ainda, a parte do patrimônio que efetivamente sobra para seu proprietário após somar bens e direitos e subtrair do total das obrigações. • o investimento inicial dos proprietários é denominado, contabilmente, Capital. Conceitos Iniciais CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 12 Patrimônio Líquido • se houver outras aplicações por parte dos proprietários, teremos acréscimo ao Capital. • por representar recursos que pertencem à própria sociedade até a sua extinção, o Patrimônio Líquido é denominado Capital Próprio ou Não Exigível. Conceitos Iniciais CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 13 Balanço Patrimonial Reflete a posição financeira em determinado momento de uma Entidade (normalmente, em 31 de dezembro). Representação gráfica: ATIVO (lado esquerdo) PASSIVO + PATRIMONIO LÍQUIDO (lado direito) CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 14 Balanço Patrimonial Origens e Aplicações • todos os recursos que entram numa Entidade passam pelo Passivo ou Patrimônio Líquido. • os recursos (financeiros ou materiais) são originários dos proprietários (PL), fornecedores, governo, bancos etc. (Passivo) que representam as Origens de recursos. • o Ativo, por sua vez, evidencia todas as Aplicações de recursos: aplicação no caixa, em estoque, em máquinas, em imóveis, etc. CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 15 Balanço Patrimonial Origens e Aplicações o ATIVO sempre será igual ao PASSIVO + PL Balanço Patrimonial ATIVO PASSIVO e PL $$$ $$ $ Origem de recursos $$$$$$$$$$$ $$$$$$De terceiros e próprio Aplicações CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 16 Balanço Patrimonial Equação Contábil Básica ATIVO = PASSIVO + PL PL = ATIVO - PASSIVO ou Ativo Passivo + PL CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 17 Balanço Patrimonial Origens e Aplicações • idealmente, a principal origem de recurso para a Entidade deve ser o lucro. • o lucro é a remuneração ao capital investido na Entidade pelos proprietários. CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 18 Balanço Patrimonial Grupo de Contas Para facilitar a compreensão e interpretação do Balanço, existe uma preocupação constante em estabelecer uma adequada distribuição de contas. A classificação dos grupos de contas encontra-se descrita no art. 178 da Lei das S/A (Lei nº 6.404/76, com as alterações da Lei nº 11.941/2009): • ativo circulante • ativo não circulante • passivo circulante • passivo não circulante • patrimônio líquido CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 19 Balanço Patrimonial Curto e Longo Prazo • normalmente, curto prazo em contabilidade significa um período compreendido até o final do exercício social seguinte. • longo prazo, por sua vez, designa um período superior ao final do exercício social seguinte. • também curto e longo prazo estarão associados a liquidez de ativos e passivos, ou seja, a facilidade de transformar um ativo/obrigação em dinheiro. CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 20 Balanço Patrimonial Grupo de Contas ATIVO CIRCULANTE - classificam-se neste grupo os itens de maior liquidez (facilidade de transformar em dinheiro) que serão transformados em dinheiro, consumidos ou vendidos a curto prazo (Capital de Giro). Principais Contas: � Caixa � Bancos � Contas a Receber � Estoques CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 21 Balanço Patrimonial Grupo de Contas ATIVO NÃO CIRCULANTE - classificam-se neste grupo os itens de menor liquidez que serão transformados em dinheiro, consumidos ou vendidos a longo prazo. Subdivide-se em: • Ativo Realizável a Longo Prazo • Investimentos • Imobilizado • Intangível CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 22 Balanço Patrimonial Grupo de Contas ATIVO NÃO CIRCULANTE (cont.) Ativo Realizável a Longo Prazo Principais Contas: � Empréstimos a Coligadas � Títulos a Receber CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 23 Balanço Patrimonial Grupo de Contas ATIVO NÃO CIRCULANTE (cont.) Investimento • são aplicações que nada têm a ver com a atividade da Entidade. Por exemplo: a compra de ações de outras empresas, imóveis alugados a terceiros, obras de arte. Principais Contas: � Investimentos em Controladas � Investimentos em Coligadas � Obras de Arte CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 24 Balanço Patrimonial Grupo de Contas ATIVO NÃO CIRCULANTE (cont.) Imobilizado • bens corpóreos destinados à manutenção da atividade operacional da Entidade. Principais Contas: � Máquinas e Equipamentos � Móveis eUtensílios � Imóveis (fábrica) � Veículos CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 25 Balanço Patrimonial Grupo de Contas ATIVO NÃO CIRCULANTE (cont.) Intangível • bens incorpóreos destinados à manutenção da atividade operacional da Entidade. Principais Contas: � Patentes � Marcas CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 26 Balanço Patrimonial Grupo de Contas PASSIVO CIRCULANTE – evidencia todas as dívidas com terceiros que serão pagas a curto prazo. Principais Contas: � Fornecedores � Salários a Pagar � Impostos a Pagar � Empréstimos bancários CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 27 Balanço Patrimonial Grupo de Contas PASSIVO NÃO CIRCULANTE – compreende as obrigações com terceiros que serão liquidadas a longo prazo. Principais Contas: � Financiamentos � Empréstimos de Sócios CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 28 Balanço Patrimonial Grupo de Contas PATRIMÔNIO LÍQUIDO – representa os investimentos dos proprietários (Capital) mais o Lucro Acumulado (não distribuído aos proprietários e ainda não incorporados ao Capital). Principais Contas: � Capital Social � Reservas de Capital (Reserva de Ágio/Deságio, Reserva de Correção Monetária) � Reservas de Lucros (Reserva para Contingências) � Lucros/Prejuízos Acumulados CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 29 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) É um resumo ordenado das receitas e das despesas da Entidade em determinado período (normalmente 12 meses) para conhecer seu resultado (lucro ou prejuízo). DRE Cia. Sucesso Receita $ 90.000 Despesa ($ 40.000) Lucro $ 50.000 DRE Cia. Fracasso Receita $ 90.000 Despesa ($ 110.000) Prejuízo ($ 20.000) CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 30 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Receita • corresponde, em geral, ao resultado (preço) da venda de mercadorias ou da prestação de serviços. • refletida no Balanço Patrimonial através da entrada de dinheiro no Caixa (receita à vista) ou entrada em forma de direitos a receber (ex. duplicatas a receber) CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 31 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) Despesa • é todo sacrifício, todo o esforço da Entidade para obter receita. • refletida no Balanço através da redução do Caixa ou de reduções de outras contas do ativo, como é o caso de desgaste de máquinas (depreciação). CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 32 Interação entre Balanço Patrimonial e a DRE Balanço Patrimonial Ativo Circulante Ativo Não Circulante Passivo Circulante Passivo Não Circulante Patrimônio Líquido : Capital Lucros Acumulados Resultado do Exercício XXX Demonstração do Resultado do Exercício Receita (-) Despesas (=) Resultado do Exercício XXX (Lucro ou Prejuízo) Contas Patrimoniais Contas de Resultado CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA A. Circulante Caixa Bancos Duplicatas a Receber (-)Provisão Devedores Duvidosos Estoques A. Não Circulante Longo Prazo Empréstimos a Coligadas Empréstimos a Diretores A. Não Circulante Imobilizado Imóveis (-) Depreciação Acum. Imóveis Veículos (-) Depreciação Acum. Veículos Móveis e Utensílios (-) Depreciação Acum. Móv. Utens. A. Não Circulante Investimentos Ações de Cias. Controladas Imóveis para Alugar A. Não Circulante Intangíveis Patentes Marcas Balanço Patrimonial da Cia Nacional em 31/12/2001 P. Circulante Fornecedores Impostos a Recolher Salários a Pagar Contas a Pagar P. Não Circulante Financiamentos Patrimônio Líquido Capital Subscrito (-) Capital a Integralizar (=) Capital Integralizado Reserva de Capital Reserva de Lucros Legal Estatutária para Contingência Lucros Acumulados Resultado do Exercício xxx Demonstração do Resultado do Exercício Receita Bruta (-) Deduções Receita Líquida (-) Custos de Produção/Venda Lucro Bruto (-) Despesas Operacionais Lucro Operacional (-) Despesas não Operacionais (+) Receitas não Operacionais Lucros Antes do IR (LAIR) (-) Provisão para IR Lucro Depois do IR (-) Participação de Debêntures (-) Participação dos Empregados (-) Participação da Administração (-) Participação das Partes Beneficiárias (-) Contribuições e Doações Lucro Líquido (Resultado do Exerc.) xxx CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 34 Técnica da Partida Dobrada Balanço Patrimonial Ativo Passivo + PL Razonete Título da Conta Débito Crédito Os leigos em Contabilidade, geralmente, são levados a pensar que Débito significa algo desfavorável, e Crédito algo favorável. Na realidade, isto não ocorre pois tais denominações são simplesmente convenções contábeis. Aplicação Origem CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA 35 Técnica da Partida Dobrada A natureza da conta é que determinará o lado a ser utilizado para os aumentos e o lado para as diminuições. qualquer conta Ativo débito crédito $ aumentos $ diminuições qualquer conta Passivo débito crédito $ aumentos$ diminuições qualquer conta PL débito crédito $ aumentos$ diminuições CONTABILIDADE INTRODUTÓRIA Patrimônio Líquido Ativo Balanço Patrimonial Passivo Caixa (lado do débito) (lado do crédito) Financiamentos (lado do débito) (lado do crédito) Capital (lado do débito) (lado do crédito) + – Para AUMENTAR, DÉBITO Para DIMINUIR, CRÉDITO Para DIMINUIR, DÉBITO Para AUMENTAR, CRÉDITO Para DIMINUIR, DÉBITO Para AUMENTAR, CRÉDITO +– +– FIM 37 IMPOSTO DE RENDA PESSOAS JURÍDICAS Integração IRPJ, IRPF e IRF IRPJ 2013 1 2 RETENÇÃO NA FONTE – BENEFICIÁRIO PJ Rendimento IRF CSL PIS COFINS Prestação de serviços de natureza profissional (cf. lista) 1,5% 1% 0,65% 3% Representação comercial ou mediaçao de negócios 1,5% 1% 0,65% 3% Publicidade e propaganda 1,5% 1% 0,65% 3% Serviços prestados por cooperativa de trabalho 1,5% 1% 0,65% 3% Factoring 1,5% 1% 0,65% 3% Limpeza, conservação, segurança e locação MDO 1% 1% 0,65% 3% Fornecimento de bens e serviços para órgão público federal (A) 1% 0,65% 3% (A) 15% x (receita x percentual conforme Lucro Presumido) Retenção na fonte sobre pagamentos efetuados de PJ para PJ 3 RETENÇÃO NA FONTE – BENEFICIÁRIO PJ Rendimento IRF CSL PIS COFINS Juros sobre o capital próprio 15% - - - Rendimento de Aplicação Financeira (Renda Fixa) (B) - - - (B) Alíquotas de 15%, 17,5%, 20% e 22,5%, conforme o prazo de investimento Retenção na fonte sobre pagamentos efetuados de PJ para PJ 4 RETENÇÃO NA FONTE – BENEFICIÁRIO PJ Prestação de serviços de natureza profissional, conforme lista taxativa contida no art. 647 do RIR/99, a qual inclui: – Administração de bens ou negócios – Advocacia – Arquitetura – Consultoria – Contabilidade – Economia – Engenharia (exceto construção civil) – Ensino e treinamento – Medicina – Odontologia 5 RETENÇÃO NA FONTE – BENEFICIÁRIO PJ Tratamento dos tributos retidos na fonte – Os valores retidos poderão ser deduzidos, pelo contribuinte, do valor do imposto e contribuições de mesma espécie devidos. – Portanto, a retenção é feita a título de antecipação do valor do tributos efetivamente devidos pelo contribuinte. 6 ISENÇÃO Distribuição de Dividendos – Desde 1996, a distribuição de dividendos ao sócio ou acionista encontra-se isenta do imposto de renda. – Aplica-se ao sócio ou acionista PF ou PJ, residente ou não no Brasil. – Isenção alcança IRPF, IRPJ, IRF, CSL, PIS, COFINS • Isenção tanto na fonte quanto na declaração de rendimentos. – ParBcipação nos Lucros e Resultados (PLR) ≠ Dividendo 7 INVESTIMENTO EM PJ Conferência de Bens em Integralização de Capital por Pessoa Física – Avaliação do bem pelo valor da declaração ou pelo valor de mercado • Valor da declaração: não há ganho de capital •Valor superior ao da declaração: ganho de capital tributável – Tributação do ganho de capital na PF (sócio ou acionista) 8 INVESTIMENTO EM PJ Conferência de Bens em Integralização de Capital por Pessoa Física – Exemplo – PF aumenta capital social de PJ conferindo bem imóvel, até então registrado na Declaração por $500.000. – Conferência do imóvel por $500.000 • PF baixa imóvel e registra quotas da PJ por $500.000 • Não há ganho de capital tributável – Conferência do imóvel por $700.000 • PF baixa imóvel e registra quotas da PJ por $700.000 • PF deverá recolher IR sobre $200.000, a título de ganho de capital 9 INVESTIMENTO EM PJ Lei n. 9.249/95 Art. 23. As pessoas físicas poderão transferir a pessoas jurídicas, a título de integralização de capital, bens e direitos pelo valor constante da respectiva declaração de bens ou pelo valor de mercado. § 1º Se a entrega for feita pelo valor constante da declaração de bens, as pessoas físicas deverão lançar nesta declaração as ações ou quotas subscritas pelo mesmo valor dos bens ou direitos transferidos, não se aplicando o disposto no art. 60 do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, e no art. 20, II, do Decreto-Lei nº 2.065, de 26 de outubro de 1983. § 2º Se a transferência não se fizer pelo valor constante da declaração de bens, a diferença a maior será tributável como ganho de capital. 10 INVESTIMENTO EM PJ Restituição da Participação no Capital ao Sócio, mediante Entrega de Bens – PJ (e não o sócio) poderá avaliar o bem a ser entregue pelo valor contábil (custo no balanço) ou pelo valor de mercado. • Valor contábil: não há ganho de capital • Valor superior ao contábil: ganho de capital tributável – Tributação do ganho de capital na PJ (e não no sócio ou acionista) 11 INVESTIMENTO EM PJ Restituição da Participação no Capital ao Sócio, mediante Entrega de Bens – Exemplo – PJ restitui toda a participação que determinado sócio possui, entregado-lhe imóvel, registrado contabilmente por $300.000. – Se o imóvel for avaliado pelo valor contábil $300.000 • Sócio baixa quotas e registra imóvel pelo mesmo valor da participação extinta (pode haver divergência com o fisco, se este exigir o registro pelo valor contábil na PJ) • O valor da Declaração pode ou não ser igual ao valor contábil do imóvel na PJ (normalmente não é) • Não há ganho de capital tributável 12 INVESTIMENTO EM PJ Restituição da Participação no Capital ao Sócio, mediante Entrega de Bens – Se o imóvel for avaliado a valor de mercado, superior ao valor contábil ($400.000) • Sócio baixa quotas e registra o imóvel pelo valor da avaliação a mercado ($400.000) • A diferença entre o valor da avaliação a mercado e o valor contábil do bem ($100.000) constituirá ganho de capital, tributável na PJ • A diferença entre o valor do imóvel registrado na Declaração e o valor das quotas baixadas será considerado rendimento isento / não-tributável na declaração 13 INVESTIMENTO EM PJ Lei n. 9.249/95 Art. 22. Os bens e direitos do ativo da pessoa jurídica, que forem entregues ao titular ou a sócio ou acionista. a título de devolução de sua participação no capital social, poderão ser avaliados pelo valor contábil ou de mercado. § 1º No caso de a devolução realizar-se pelo valor de mercado, a diferença entre este e o valor contábil dos bens ou direitos entregues será considerada ganho de capital, que será computado nos resultados da pessoa jurídica tributada com base no lucro real ou na base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido devidos pela pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido ou arbitrado. 14 INVESTIMENTO EM PJ Lei n. 9.249/95 § 2º Para o titular, sócio ou acionista, pessoa jurídica, os bens ou direitos recebidos em devolução de sua participação no capital serão registrados pelo valor contábil da participação ou pelo valor de mercado, conforme avaliado pela pessoa jurídica que esteja devolvendo capital. § 3º Para o titular, sócio ou acionista, pessoa física, os bens ou direitos recebidos em devolução de sua participação no capital serão informados, na declaração de bens correspondente à declaração de rendimentos do respectivo ano-base, pelo valor contábil ou de mercado, conforme avaliado pela pessoa jurídica. § 4º A diferença entre o valor de mercado e o valor constante da declaração de bens, no caso de pessoa física, ou o valor contábil, no caso de pessoa jurídica, não será computada, pelo titular, sócio ou acionista, na base de cálculo do imposto de renda ou da contribuição social sobre o lucro líquido. 15 COMPARAÇÃO PF x PJ Retenção na fonte por PJ nos pagamentos feitos para PJ ou PF 16 COMPARAÇÃO PF x PJ Retenção na fonte por PJ nos pagamentos feitos para PJ ou PF 17 COMPARAÇÃO PF x PJ Retenção na fonte por PJ nos pagamentos feitos para PJ ou PF 18 EXERCÍCIO O Sr. Luciano Amargo possui 3 apartamentos e aufere mensalmente o montante total de R$ 30.000,00 (R$ 10.000 cada) em função da locação de referidos imóveis. Analisar, apresentando os números, qual a forma mais vantajosa para o Sr. Luciano Amargo sofrer a tributação sobre esses rendimentos (tributação na PF ou PJ-Lucro Presumido?). Para tanto, considerar o seguinte: o Sr. Luciano Amargo possui 2 filhos em idade escolar, pagando mensalidades de R$ 800 para cada filho. Durante o exercício, Luciano incorreu em despesas com médicas de R$ 5.000. Há, ainda, despesas com o plano de saúde que custa R$ 2.500 por mês. 19 1ª OPÇÃO Renda dos 3 apartamentos sendo tributada na PF APURAÇÃO DO IRPF Rendimentos Tributáveis Recebidos de PJ 30.000 x 12 360.000,00 Dedução - Dependentes 3 x 1.974,72 5.924,16 (-) Dedução - Instrução (limite de dedução) 2 x 3.091,35 6.182,70 (-) Dedução - Despesas Médicas 5.000 + (12 x 2.500) 35.000,00 (-) BASE DE CÁLCULO 312.893,14 (=) Alíquota Aplicável 27,50% (x) VALOR APURADO 86.045,61 (=) Parcela a Deduzir 9.078,38 (-) IMPOSTO DEVIDO 76.967,23 (=) 20 2ª OPÇÃO Renda dos 3 apartamentos sendo tributada na PJ/Lucro Presumido Receita Bruta 360.000,00 Coeficiente de Presunção 32% (x) Base de Cálculo IRPJ/Lucro Presumido 115.200,00 (=) alíquota básica IRPJ 15% (x) IRPJ (alíquota básica) 17.280,00 (=) Base de Cálculo IRPJ/Adicional (desconto de 240.000) 0,00 alíquota adicional IRPJ 10% (x) IRPJ (alíquota básica) 0,00 (=) IRPJ Devido (alíquota básica + adicional) 17.280,00 IRPJ DEVIDO Base de Cálculo CSL/Lucro Presumido 115.200,00 alíquota CSL 9% (x) CSL DEVIDA E A PAGAR 10.368,00 (=) CSL DEVIDA IRPJ/CSL/PIS/COFINS 40.788,00 IRPJ/CSL/PIS/COFINS - LUCRO PRESUMIDO Receita Bruta 360.000,00 alíquota PIS/Cofins 3,65% PIS/COFINS DEVIDOS 13.140,00 PIS/COFINS DEVIDOS 21 3ª OPÇÃO Renda de 2 apartamentos sendo tributada na PJ/Lucro Presumido Renda de 1 apartamento sendo tributada na PF APURAÇÃO DO IRPF Rendimentos Tributáveis Recebidos de PJ 10.000 x 12 120.000,00 Dedução - Dependentes 3 x 1.974,72 5.924,16 (-) Dedução - Instrução (limite de dedução) 2 x 3.091,35 6.182,70 (-) Dedução - Despesas Médicas 5.000 + (12 x 2.500) 35.000,00 (-) BASE DE CÁLCULO 72.893,14 (=) Alíquota Aplicável 27,50% (x) VALOR APURADO 20.045,61 (=) Parcela a Deduzir 9.078,38 (-) IMPOSTO DEVIDO 10.967,23 (=) 22 Receita Bruta 240.000,00 Coeficiente de Presunção 32% (x) Base de Cálculo IRPJ/Lucro Presumido 76.800,00 (=) alíquota básica IRPJ 15% (x) IRPJ (alíquota básica) 11.520,00 (=) Base de Cálculo IRPJ/Adicional (desconto de 240.000) 0,00 alíquota adicionalIRPJ 10% (x) IRPJ (alíquota básica) 0,00 (=) IRPJ Devido (alíquota básica + adicional) 11.520,00 IRPJ DEVIDO Base de Cálculo CSL/Lucro Presumido 76.800,00 alíquota CSL 9% (x) CSL DEVIDA E A PAGAR 6.912,00 (=) CSL DEVIDA IRPJ/CSL/PIS/COFINS 27.192,00 IRPJ/CSL/PIS/COFINS - LUCRO PRESUMIDO Receita Bruta 240.000,00 alíquota PIS/Cofins 3,65% PIS/COFINS DEVIDOS 8.760,00 PIS/COFINS DEVIDOS 3ª OPÇÃO Renda de 2 apartamentos sendo tributada na PJ/Lucro Presumido Renda de 1 apartamento sendo tributada na PF 23 3ª OPÇÃO Renda de 2 apartamentos sendo tributada na PJ/Lucro Presumido Renda de 1 apartamento sendo tributada na PF IRPJ / CSL / PIS / COFINS 27.192,00 APURAÇÃO IRPJ / CSL / PIS / COFINS - LUCRO PRESUMIDO APURAÇÃO DO IRPF IRPF 10.967,23 TOTAL DEVIDO Total Devido 38.159,23 24 4ª OPÇÃO Renda de 1 apartamento sendo tributada na PJ/Lucro Presumido Renda de 2 apartamentos sendo tributada na PF APURAÇÃO DO IRPF Rendimentos Tributáveis Recebidos de PJ 20.000 x 12 240.000,00 Dedução - Dependentes 3 x 1.974,72 5.924,16 (-) Dedução - Instrução (limite de dedução) 2 x 3.091,35 6.182,70 (-) Dedução - Despesas Médicas 5.000 + (12 x 2.500) 35.000,00 (-) BASE DE CÁLCULO 192.893,14 (=) Alíquota Aplicável 27,50% (x) VALOR APURADO 53.045,61 (=) Parcela a Deduzir 9.078,38 (-) IMPOSTO DEVIDO 43.967,23 (=) 25 Receita Bruta 120.000,00 Coeficiente de Presunção 32% (x) Base de Cálculo IRPJ/Lucro Presumido 38.400,00 (=) alíquota básica IRPJ 15% (x) IRPJ (alíquota básica) 5.760,00 (=) Base de Cálculo IRPJ/Adicional (desconto de 240.000) 0,00 alíquota adicional IRPJ 10% (x) IRPJ (alíquota básica) 0,00 (=) IRPJ Devido (alíquota básica + adicional) 5.760,00 IRPJ DEVIDO Base de Cálculo CSL/Lucro Presumido 38.400,00 alíquota CSL 9% (x) CSL DEVIDA E A PAGAR 3.456,00 (=) CSL DEVIDA IRPJ/CSL/PIS/COFINS 13.596,00 IRPJ/CSL/PIS/COFINS - LUCRO PRESUMIDO Receita Bruta 120.000,00 alíquota PIS/Cofins 3,65% PIS/COFINS DEVIDOS 4.380,00 PIS/COFINS DEVIDOS 4ª OPÇÃO Renda de 1 apartamento sendo tributada na PJ/Lucro Presumido Renda de 2 apartamentos sendo tributada na PF 26 Renda de 1 apartamento sendo tributada na PJ/Lucro Presumido Renda de 2 apartamentos sendo tributada na PF IRPJ / CSL / PIS / COFINS 13.596,00 APURAÇÃO IRPJ / CSL / PIS / COFINS - LUCRO PRESUMIDO 4ª OPÇÃO APURAÇÃO DO IRPF IRPF 43.967,23 TOTAL DEVIDO Total Devido 57.563,23 27 CONCLUSÃO Tributação dos 3 imóveis na PJ 40.788,00 2a OPÇÃO 1a OPÇÃO Tributação dos 3 imóveis na PF 76.967,23 3a OPÇÃO Tributação de 2 imóveis na PJ e 1 imóvel na PF 38.159,23 4a OPÇÃO Tributação de 2 imóveis na PF e 1 imóvel na PJ 57.563,23 28 F I M IMPOSTO DE RENDA PESSOAS JURÍDICAS Lucro Presumido Lucro Arbitrado Simples Nacional IRPJ 2013 1 2 CONCEITOS INICIAIS �O IRPJ não incide sobre o lucro contábil das pessoas jurídicas. �Incide somente sobre um lucro legal, determinado conforme as regras estabelecidas pela legislação tributária. 3 CONCEITOS INICIAIS �Existem três sistemáticas para a determinação do lucro das pessoas jurídicas: −Lucro Real −Lucro Presumido −Lucro Arbitrado 4 LUCRO REAL: – É o resultado líquido apurado na escrituração comercial, ajustado pelas adições, exclusões e compensações admitidas ou impostas pela legislação tributária. CONCEITOS INICIAIS 5 LUCRO PRESUMIDO: −É o lucro determinado através da aplicação de um percentual sobre os valores globais da receita auferida pela pessoa jurídica. −Este percentual ou coeficiente é expressamente previsto em lei e varia em função da atividade da empresa. CONCEITOS INICIAIS 6 LUCRO ARBITRADO: −É o valor determinado, geralmente pela autoridade fiscal, através da aplicação de percentual sobre a receita da empresa no caso de descumprimento das normas da legislação tributária de forma a impossibilitar a apuração pelo método do lucro real ou do lucro presumido. −Esta sistemática corresponde a um montante aproximadamente 20% superior ao do lucro presumido. CONCEITOS INICIAIS 7 CONTRIBUINTES DO IRPJ: −Pessoas jurídicas �pessoas jurídicas de direito privado, inclusive empresas públicas e sociedade de economia mista �filiais, sucursais, agências ou representações no país das PJ com sede no exterior (“estabelecimento permanente”) �comitentes domiciliados no exterior, quando os resultados das operações realizadas por seus mandatários ou comissários no País (“doing business in Brazil”) CONCEITOS INICIAIS 8 CONTRIBUINTES DO IRPJ: −Empresas individuais: �as firmas individuais −empresário pessoa física que efetua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis �as pessoas físicas que promoverem a incorporação de prédios em condomínio ou loteamento de terrenos. CONCEITOS INICIAIS 9 CONTRIBUINTES DO IRPJ: −Empresas individuais (cont.): �as pessoas físicas que, em nome individual, explorem, habitual e profissionalmente, qualquer atividade econômica de natureza civil ou comercial, com o fim especulativo de lucro, mediante venda a terceiros de bens ou serviços => equiparação não se aplica às pessoas físicas que exerçam as profissões de, por exemplo, médico, engenheiro, advogado, dentista, veterinário CONCEITOS INICIAIS 10 CONTRIBUINTES DO IRPJ: −Sociedades cooperativas −Sociedades em conta de participação −Sociedades em comum (sociedade de fato) CONCEITOS INICIAIS 11 Não são contribuintes do IRPJ: −Condomínios edilícios �tributação no condômino −Consórcios de empresas �tributação em cada empresa consorciada Todavia, condomínios e consórcios são obrigados a reter e recolher tributos (IRF e contribuições) nos pagamentos efetuados a terceiros CONCEITOS INICIAIS 12 Entidades imunes: −Templos de qualquer culto −Instituições de educação, sem fins lucrativos −Entidades de assistência social, sem fins lucrativos Entidades isentas: −Instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis, sem fins lucrativos. CONCEITOS INICIAIS Lucro Presumido 13 14 LUCRO PRESUMIDO 1. Apuração da Base de Cálculo −Não se estende a todas as empresas. Algumas são obrigadas à apuração pelo lucro real. −A empresa poderá subtrair de sua receita bruta os valores relativos a: � vendas canceladas �descontos concedidos incondicionalmente e �impostos não cumulativos, incidentes sobre a venda, cobrados destacadamente (IPI e ICMS de substituição). 15 1. Apuração da Base de Cálculo Percentuais de presunção (IRPJ): 1,6% - revenda de combustível a consumidor final; 8% - indústria, comércio, transporte de carga e serviços hospitalares; 16% - serviços de transporte; 32% - prestação de serviços em geral, intermediação de negócio e administração e locação de bens móveis e imóveis e direitos de qualquer natureza. LUCRO PRESUMIDO 16 1. Apuração da Base de Cálculo Percentuais de presunção (cont.): 100% - Receitas concernentes a atividades não compreendidas no objeto social da empresa; 100% - Receitas financeiras em geral 100% - Ganhos de capital LUCRO PRESUMIDO 17 −Caso uma empresa realize atividades enquadradas em dois ou mais grupos em que os percentuais estabelecidos pela legislação sejam distintos, o seu lucro presumido deverá ser apurado em relação à receita bruta de cada atividade, separadamente. −Para se chegar à base de cálculo do imposto, devem ser somadas ao lucro presumido as demais receitas que a empresa tenha eventualmente percebido no período. LUCRO PRESUMIDO 18 1.1 - Adições à Base de Cálculo −Demais receitas que a empresa tenha eventualmente percebidono período: �juros ativos, não decorrentes de aplicações financeiras; �descontos financeiros obtidos; �aluguéis de bens do ativo permanente, caso a empresa não possua objeto social administração e locação de bens móveis e imóveis e direitos de qualquer natureza; LUCRO PRESUMIDO 19 1.1 - Adições à Base de Cálculo (cont.) �os rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre empresas controladoras, controladas, coligadas ou interligadas, exceto se a mutuária for instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil; �os ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em bolsa de valores, de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão; LUCRO PRESUMIDO 20 1.1 - Adições à Base de Cálculo (cont.) �os juros relativos a impostos ou contribuições a serem restituídos ou compensados; �as variações monetárias ativas; �os rendimentos e ganhos líquidos produzidos por aplicações financeiras de renda fixa e variável (não descontado o IRRF); �as multas ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoas jurídicas, ainda que a título de indenização, em virtude de rescisão de contrato; LUCRO PRESUMIDO 21 1.1 - Adições à Base de Cálculo (cont.) �valores recuperados, correspondentes a custos e despesas, salvo se a empresa comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro real ou que se refiram ao regime de tributação com base no lucro presumido ou arbitrado; �juros relativos à remuneração do capital próprio; LUCRO PRESUMIDO 22 1.1 - Adições à Base de Cálculo (cont.) �o valor dos encargos suportados pela mutuária que exceder o limite calculado com base na taxa libor, para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América, pelo prazo de 6 meses, acrescidos de 3% anuais a título de spread proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros, quando pagos ou creditados a pessoa vinculada no exterior e o contrato não for registrado no Banco Central do Brasil; LUCRO PRESUMIDO 23 1.1 - Adições à Base de Cálculo (cont.) �a diferença de receita correspondente ao valor calculado com base na taxa a que se refere o item anterior e o valor contratado, quando este for inferior, caso o contrato, não registrado no Banco Central do Brasil, seja realizado com mutuária definida como pessoa vinculada domiciliada no exterior. LUCRO PRESUMIDO 24 Não se pode confundir os percentuais utilizados para a apuração da base de cálculo do imposto com a alíquota do tributo. Possui duas etapas: 1) apuração da base de cálculo; 2) cálculo do imposto através da multiplicação do valor encontrado na primeira etapa pela alíquota estipulada pela legislação. LUCRO PRESUMIDO 25 2. Alíquota −A alíquota do Imposto de Renda incidente sobre o lucro das pessoas jurídicas é de 15%, independente da forma de apuração. 3. Adicional do IR −A parcela do lucro da pessoa jurídica que exceder ao montante de R$ 20.000,00 por mês do período de apuração, em qualquer forma de apuração, estará sujeita a incidência do adicional do IR, à razão de 10%. LUCRO PRESUMIDO 26 3. Adicional do IR Dessa forma, o imposto devido corresponderá a 15% do valor da base de cálculo obtida através de qualquer sistemática de apuração, acrescido de 10% do montante que ultrapassar o limite mensal de R$ 20.000,00. Como nesta modalidade a apuração é trimestral, estará sujeito ao adicional o montante de lucro que exceder R$ 60.000,00. LUCRO PRESUMIDO 27 4. Deduções do imposto apurado com base no lucro presumido a) o valor do IR retido na fonte que tenha incidido sobre as receitas incluídas na base de cálculo; b) o valor do IR recolhido indevidamente ou a maior em períodos anteriores. LUCRO PRESUMIDO 28 5. Período de apuração −A apuração do IRPJ pelo lucro presumido deve ser realizada trimestralmente, podendo o imposto ser recolhido em quota única, ou em até três parcelas iguais e sucessivas. LUCRO PRESUMIDO 29 6. Vantagens do lucro presumido −Simplicidade: dispensa a obrigatoriedade de escrituração contábil, com exceção do livro de registro de inventário e do Livro Caixa. −Pode significar um excelente planejamento tributário para as empresas que possuam um percentual de lucro em relação à receita bruta superior ao coeficiente previsto pela legislação tributária para seu ramo de atividade. LUCRO PRESUMIDO 30 7. Contribuição Social sobre o Lucro (CSL) −Tem por base de cálculo o lucro das empresas. −A legislação determina que sejam aplicadas as mesmas normas de apuração do IRPJ, devendo inclusive ser determinada segundo a mesma sistemática de apuração utilizada para o IR (lucro presumido, real ou arbitrado). LUCRO PRESUMIDO 31 7. Contribuição Social sobre o Lucro (CSL) −Relativamente a fatos geradores ocorridos a partir de jan/2003, a alíquota da CSL é de 9%. LUCRO PRESUMIDO 32 7. Contribuição Social sobre o Lucro (CSL) −Se a empresa optar pela tributação através do lucro presumido, a base de cálculo da CSL corresponderá à somatória das seguintes parcelas: �32% da receita bruta da empresa prestadora de: a) serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; b) intermediação de negócios; c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). LUCRO PRESUMIDO 33 7. Contribuição Social sobre o Lucro (CSL) �12% da receita bruta das demais empresas; �100% demais receitas e ganho de capital; �100% rendimentos de renda fixa ou variável. LUCRO PRESUMIDO 34 Caso Prático - 1 A empresa Auto Posto São Paulo Ltda. tem por objeto social, simultaneamente, a venda de combustíveis a consumidor final, a venda de produtos alimentícios, de limpeza etc. (loja de conveniência) e a prestação de serviços de borracharia. Com base no Demonstrativo de Resultado abaixo, apurar o IR e a CSL devidos pela empresa no 1º trimestre de 2005. LUCRO PRESUMIDO 35 LUCRO PRESUMIDO DEMOSTRATIVO DO RESULTADO DO PERÍODO - 1º TRIMESTRE - 2005 (isoladamente considerado) Receita da venda de combustíveis 1.200.000,00 Receita da venda de mercadorias 500.000,00 Receita da prestação de serviços de borracharia 20.000,00 RECEITA BRUTA TOTAL 1.720.000,00 PIS (Receita Total + Resultados Financeiros) (11.186,50) COFINS (Receita Total + Resultados Financeiros) (51.630,00) RECEITA LÍQUIDA 1.657.183,50 Custo (185.183,50) LUCRO BRUTO 1.472.000,00 Despesas operacionais (870.800,00) LUCRO OPERACIONAL 601.200,00 RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS 20.000,00 Ganho de Capital alienação de bem imóvel 20.000,00 RESULTADOS FINANCEIROS 1.000,00 Rendimento de aplicação de renda fixa (bruto)* 1.000,00 RESULTADO NO PERÍODO (lucro contábil) 622.200,00 *Alíquota de 20% quando prazo de aplicação for entre 6 meses e um dia e 12 meses 36 LUCRO PRESUMIDO APURAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA - LUCRO PRESUMIDO RECEITA BRUTA VALOR (R$) PERCENTUAL BASE DE CÁLCULO Receita - combustíveis 1.200.000,00 1,6% 19.200,00 Receita - mercadorias 500.000,00 8% 40.000,00 Receitas - borracharia 20.000,00 32% 6.400,00 LUCRO PRESUMIDO 65.600,00 Acréscimos 21.000,00 (resultado não operc. e financ.)* BASE DE CÁLCULO - IR 86.600,00 Imposto de Renda (15%) 12.990,00 Adicional IR (10% x R$26.600,00) 2.660,00 IMPOSTO 15.650,00 Deduções (IR - fonte sobre renda fixa) (200,00) IMPOSTO DE RENDA DEVIDO 15.450,00 * incluído o valor bruto do rendimento de aplicação em renda fixa 37 APURAÇÃO DA CSL- LUCRO PRESUMIDO RECEITA VALOR PERCENTUAL BASE CÁLCULO Receita Bruta 1.700.000,00 12% 204.000,00 Receita Bruta 20.000,00 32% 6.400,00 Acréscimos 21.000,00 (result. não operac. e financ.)* BASE DE CÁLCULO - CSL 231.400,00 CSL A RECOLHER (9%) 20.826,00 * incluído o valor bruto do rendimento de aplicação em renda fixa LUCRO PRESUMIDO 38 �Nesse exemplo, o IR e a CSL devidos pela empresa Auto Posto São Paulo Ltda. apurados através da sistemática do lucro presumido são, respectivamente, de R$ 15.450,00 e de R$ 20.826,00. LUCRO PRESUMIDO 39 �É interessante ressaltar que, apesar de o resultado do período de apuração (1º trimestre de 2005) ter sido R$ 622.200,00, a base de cálculo do IR da empresa foi R$ 86.600,00. �Pode-se, assim, constatar que o lucro tributado pelo IRPJ não corresponde ao verdadeiro lucro da empresa (lucro contábil), mas sim a um lucro determinado conforme as regras da sistemática de apuração utilizada. LUCRO PRESUMIDO 40 1. Contribuição ao PIS por empresa tributada pelo IR com base no Lucro Presumido ou Lucro Arbitrado A Contribuição ao Programa de Integração Social – PIS incide à alíquota de 0,65%, é cumulativa e tem como base de cálculo a totalidade das receitas auferidas pela empresa. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS SOBRE A RECEITA 41 Deduções da Receita Bruta para cálculo do PIS/Cofins Lei 9.718/98, art. 3°: § 1° - Entende-se por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. −dispositivo revogado pela Lei nº 11.941/2009 42 Deduções da Receita Bruta para cálculo do PIS/Cofins § 2° - Para fins da determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2°, excluem- se da receita bruta: (...) I – as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; 43 II – as reversões de provisões operacionais e recuperações de créditos baixados como perda que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimento avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita; Deduções da Receita Bruta para cálculo do PIS/Cofins 44 III – (suspenso) IV – a receita decorrente da venda de bens do ativo permanente (receitas não operacionais). Deduções da Receita Bruta para cálculo do PIS/Cofins 45 Isenção de PIS e COFINS: •Exportação de mercadorias; •Prestação de serviços ao exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisa; •Fornecimento de mercadoria e serviço para consumo a bordo em tráfego internacional; CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS SOBRE A RECEITA 46 Isenção de PIS e COFINS: •Frete de transporte internacional; •Venda para comercial exportadora com fim específico de exportação. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS SOBRE A RECEITA 47 3. COFINS por empresa tributada com base no Lucro Presumido ou Lucro Arbitrado A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social - COFINS tem por base de cálculo a totalidade das receitas auferidas, ressalvadas as mesmas exceções aplicáveis ao PIS, e alíquota de 3%. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS SOBRE A RECEITA Lucro Arbitrado 48 49 LUCRO ARBITRADO 1. Forma de Apuração −Nessa sistemática, a base de cálculo do IR é arbitrada pela autoridade fiscal através da aplicação de determinados percentuais sobre a receita bruta da pessoa jurídica, ou, caso esta não seja conhecida, sobre outros valores relativos ao patrimônio ou atividade da sociedade. 50 −A apuração pelo lucro arbitrado é aplicada ao contribuinte que descumpre as obrigações da legislação para a apuração do IR pelo lucro real ou presumido, qualquer que seja sua forma de constituição social. Nesse sentido, esta sistemática somente é aplicável quando: �o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver escrituração nas formas das leis comerciais ou fiscais ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal; LUCRO ARBITRADO 51 �a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraude ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para: •identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; •determinar o lucro real; �o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o livro caixa, nos quais deverá estar escriturada a movimentação financeira, inclusive bancária; LUCRO ARBITRADO 52 �o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de escriturar os seus livros comerciais de modo que demonstre, além dos próprios rendimentos, os lucros reais apurados nas operações de conta alheia, em cada ano-calendário; �o contribuinte que possuir patrimônio líquido superior a R$ 1.800.000,00 no balanço patrimonial imediatamente anterior, não apresentar, quando requisitado pelo fisco, os arquivos em meios magnéticos ou assemelhados dos sistemas de processamento eletrônico de dados, utilizados para registrar negócios e atividades econômicas, escriturar livros ou elaborar documentos de natureza contábil ou fiscal, nos prazos fixados pela legislação em vigor; LUCRO ARBITRADO 53 �o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, livro razão ou fichas utilizadas para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no livro Diário; �o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro presumido. �o contribuinte não regularizar a escrituração do Livro Diário ou Livro Caixa, no prazo previsto na intimação, sem prejuízo da exigência de multa; LUCRO ARBITRADO 54 2. Percentuais de Aplicação Sobre a Receita Bruta −Na hipótese de ser conhecida a receita bruta da pessoa jurídica, sobre ela serão aplicados percentuais para a apuração da base de cálculo do IR (1,92%; 9,6%; 19,2% e 38, 4%) −Caso as atividades realizadas pela empresa enquadrem- se em duas ou mais faixas percentuais, a autoridade aplicará os percentuais indicados em relação à receita proveniente de cada uma das atividades, separadamente. LUCRO ARBITRADO 55 3. Percentuais no Caso de a Receita Bruta não ser Conhecida −Nessa hipótese, a autoridade fiscal tomará por base outros valores relativos à empresa e respectivos percentuais, que variam de 0,12 a 1,5%. −Ao valor do lucro arbitrado apurado através da aplicação dos percentuais indicados sobre a receita bruta ou sobre os demais valores referidos, a autoridade fiscal acrescerá: LUCRO ARBITRADO 56 �o ganho de capital, demais receitas e resultados positivos decorrentes das receitas não compreendidas nos itens anteriores; �rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras; �o lucro inflacionário acumulado, bem como o saldo de lucros cuja tributação tenha sido diferida de períodos-base anteriores; �demais parcelas de valores controlados na parte B do Livro de Apuração do Lucro Real, que deveriam ter sido adicionadas ao lucro real; LUCRO ARBITRADO 57 �os valores recuperados, correspondentes a custos e despesa, inclusive com perdas no recebimento de créditos, salvo se a pessoa jurídica comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro real ou que se refirama período no qual se tenha submetido ao regime de tributação com base no lucro presumido ou arbitrado; �juros sobre o capital próprio auferidos; LUCRO ARBITRADO 58 �valor dos encargos suportados pela mutuária que exceder o limite calculado com base na taxa Libor, para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América, pelo prazo de seis meses, acrescida de três por cento anuais a título de spread, proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros, quando pagos ou creditados a pessoa vinculada no exterior e o contrato não for registrado no Banco Central do Brasil LUCRO ARBITRADO 59 �a diferença de receita correspondente ao valor calculado com base na taxa a que se refere o item acima e o valor contratado, quando este for inferior, caso o contrato, não registrado no Banco Central do Brasil, for realizado com mutuária definida como pessoa vinculada domiciliada no exterior; �as multas ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurídica, ainda que a título de indenização, em virtude de rescisão de contrato. LUCRO ARBITRADO 60 −Quando a empresa for submetida à apuração do IR através da sistemática do lucro arbitrado, esta modalidade abrangerá todo o período de apuração (trimestre). −O contribuinte poderá, no entanto, optar pela tributação através do lucro real em relação aos demais trimestres não submetidos ao arbitramento, desde que disponha da escrituração exigida pela legislação comercial e fiscal exigida por aquela forma de tributação. −No mesmo sentido, poderá o contribuinte optar pela tributação pelo lucro presumido nos demais trimestres, desde que não esteja obrigado à utilização da sistemática do lucro real. LUCRO ARBITRADO 61 4. Contribuição Social Sobre o Lucro −No caso de a pessoa jurídica ter seu lucro arbitrado pela autoridade fiscal, a CSL será calculada sobre o montante de 12% da receita bruta da empresa (32% no caso de prestadora de serviços), adicionado do ganho de capital, rendimentos e ganhos líquidos de aplicações financeiras e demais resultados positivos. −Na hipótese de a receita bruta não ser conhecida, a CSL será calculada a partir do lucro arbitrado na forma do item 3. LUCRO ARBITRADO 62 4. Contribuição Social Sobre o Lucro −A alíquota aplicável é a mesma utilizada na apuração pelo lucro presumido e pelo lucro real, ou seja, 9%. LUCRO ARBITRADO Simples Nacional 63 64 SIMPLES NACIONAL 1. Conceito −O Simples Nacional ou Supersimples consiste em um regime unificado de apuração e recolhimento de impostos e contribuições federais, estaduais e municipais. −Estados e Municípios são obrigados a participar �os tributos excluídos estão expressos na legislação. −Vigência desde 1/7/2007 �anteriormente, existia o Simples Federal, de adesão facultativa para Estados e Municípios. 65 SIMPLES NACIONAL 1. Conceito −Podem optar pelo Simples Nacional as microempresas (ME) empresas de pequeno porte (EPP), assim consideradas a sociedade empresária, a sociedade simples e o empresário que, em 2012: a) no caso das microempresas, aufira, em cada ano calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00; b) no caso das empresas de pequeno porte, aufira, em cada ano calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00. 66 SIMPLES NACIONAL 2.1 Tributos abrangidos (LC 123/06) −IRPJ −IPI −CSL −PIS/Cofins −Contribuição Previdenciária Patronal −ICMS −ISS 67 SIMPLES NACIONAL 2.2 Tributos não abrangidos (LC 123/06) −Imposto de Importação −Imposto de Exportação −ITR −IR sobre rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em aplicações de renda fixa ou variável −IR relativo aos ganhos de capital auferidos na alienação de bens do ativo permanente 68 SIMPLES NACIONAL 2.2 Tributos não abrangidos (LC 123/06) −Imposto de Renda na Fonte relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela pessoa jurídica a pessoas físicas −IPI e PIS/Cofins devidos na importação −FGTS −Contribuição Previdenciária do Empregado −ICMS-ST e ICMS devido na importação −ISS-ST e ISS devido na importação 69 SIMPLES NACIONAL 3. Não podem optar pelo Simples Nacional a ME ou a EPP (alguns exemplos): a) de cujo capital participe outra pessoa jurídica; b) que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede no exterior; c) de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 3.600.000,00 no ano calendário; 70 SIMPLES NACIONAL 3. Não podem optar pelo Simples Nacional a ME ou a EPP (alguns exemplos): d) cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa não beneficiada pelo Estatuto, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 3.600.000,00 no ano calendário; e) que participe do capital de outra pessoa jurídica; f) que exerça atividade de instituição financeira; g) constituída sob a forma de sociedade por ações; 71 SIMPLES NACIONAL 3. Não podem optar pelo Simples Nacional a ME ou a EPP (alguns exemplos): h) cujo sócio seja domiciliado no exterior; i) que exerça as seguintes atividades: �factoring; �transporte intermunicipal ou interestadual de passageiros; �prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, bem como a prestação de serviços de instrutor, de corretor, de despachante ou de qualquer tipo de intermediação de negócios. 72 SIMPLES NACIONAL 4. Base de Cálculo Receita bruta auferida no mês, separada conforme se tratar de: �revenda de mercadorias; �venda de mercadorias industrializadas pelo contribuinte; �prestação de serviços ou locação de bens móveis; �venda de mercadorias sujeitas a substituição tributária e tributação concentrada em uma única etapa (monofásica) �outros casos 73 SIMPLES NACIONAL 5. Alíquotas (variável cf. atividade e valor da receita bruta anual) •Para efeito de determinação da alíquota, o sujeito passivo utilizará a receita bruta acumulada nos 12 meses anteriores ao do período de apuração. •A depender do tipo de receita auferida, haverá uma tabela específica de alíquota a ser aplicada. 74 SIMPLES NACIONAL Receita Bruta em 12 meses (em R$) Alíquota IRPJ CSLL Cofins PIS/Pasep CPP ICMS Até 180.000,00 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25% De 180.000,01 a 360.000,00 5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86% De 360.000,01 a 540.000,00 6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33% De 540.000,01 a 720.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56% De 720.000,01 a 900.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58% De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82% De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84% De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87% De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07% De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10% De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38% De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41% De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45% De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48% 5. Alíquotas (variável cf. atividade e valor da receita bruta anual) 75 F I M LUCRO PRESUMIDO EXERCÍCIO 1. Calcule o IRPJ, a CSL e as contribuições ao PIS e Cofins devidos na sistemática do Lucro Presumido pelaCompanhia Prata da Casa Ltda., tendo por base os seguintes dados do trimestre: receita bruta de venda de mercadorias 1.000.000 receita bruta de prestação de serviços 500.000 venda de mercadorias canceladas 50.000 ganho de capital na venda de bem do ativo imobilizado 250.000 rendimentos de aplicação financeira de renda fixa 30.000 despesas operacionais na venda de mercadorias 350.000 despesas operacionais na prestação de serviços 200.000 IRF – retenção realizada pelo cliente da prestação de serviços 15.000 DADOS: Percentuais de presunção IRPJ: 1,6% - revenda de combustível a consumidor final; 8% - indústria, comércio, transporte de carga e serviços hospitalares; 16% - serviços de transporte; 32% - prestação de serviços em geral, intermediação de negócio e administração e locação de bens móveis e imóveis e direitos de qualquer natureza. 100% - Receitas concernentes a atividades não compreendidas no objeto social da empresa; 100% - Receitas financeiras em geral 100% - Ganhos de capital Percentuais de presunção CSL: 12% da receita bruta das demais empresas; 32% da receita bruta da empresa prestadora de: a) serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; b) intermediação de negócios; c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); 100% demais receitas e ganho de capital; 100% rendimentos de renda fixa ou variável. Alíquota Básica do IRPJ: 15% Alíquota CSL: 9% Adicional de IRPJ: 10% (sobre a parcela do lucro tributável que ultrapassar R$ 20.000 ao mês) Alíquota do PIS: 0,65% Alíquota da COFINS: 3% AULA 2 – IRPF e IRF GABARITO (a) Imposto de Renda na Fonte como antecipação (IRF-A) (b) Recolhimento Mensal Obrigatório (RMO) Janeiro 686,67 Janeiro Fevereiro 686,67 Fevereiro Março 686,67 Março 143,2 Abril 53,47 Abril Maio 2.184,44 Maio Junho 2.184,44 Junho Julho 2.184,44 Julho 273,6 Agosto 2.130,97 Agosto Setembro 3.244,44 Setembro Outubro 5.994,44 Outubro Novembro 3.244,44 Novembro Dezembro 3.244,44 Dezembro Total 26.525,53 Total 416,8 (c) Imposto de Renda por alíquota fixa - tributação definitiva (IR-AF) (d) Imposto de Renda na Fonte Exclusivo - alíquota fixa (IRF-E) Janeiro Janeiro Fevereiro Fevereiro Março Março Abril 7.500,00 Abril Maio Maio 400,00 Junho 1.575,00 Junho Julho Julho Agosto 7.800,00 Agosto 600,00 Setembro 840,00 Setembro 78,75 Outubro Outubro Novembro Novembro Dezembro Dezembro 125,97 Total 17.715,00 Total 1.204,72 DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL Exercício 2013 Ano base 2012 Nome do Contribuinte Titular Bernardo Ribeiro de Menezes CPF 123.456.789-00 Rendimentos Tributáveis Recebidos de PJ pelo Titular 154.000,00 Rendimentos Tributárveis Recebidos de PF pelo Titular 6.670,00 Rendimentos Isentos e Não-Tributáveis 259.630,00 Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva na Fonte 9.066,66 Rendimentos Sujeitos à Tributação Definitiva 118.100,00 Apuração do IRRF Devido no Ano Rendimentos Tributáveis 160.670,00 Deduções Contribuição à Previdência 3.600,00 Dependentes 3.949,44 Despesas com instrução 6.182,70 Despesas Médicas 12.960,00 Base de Cálculo 133.977,86 Imposto Devido 27.765,53 Imposto Pago IRF-A 26.525,53 Carnê-leão 416,80 IR-AF 17.715,00 IR-E 1.204,72 Imposto a Pagar ou a Restituir 823,20 DECLARAÇÃO DE BENS E DIREITO Sítio "Boi Bravo", Piracicaba/SP Apartamento, Santos/SP Fusca 1970, versão de colecionador 0,006.000,00 Valor em 31/12/2010 Valor em 31/12/2011 250.000,00 0,00 372.000,00 0,00 RESOLUÇÃO ANALÍTICA DO EXERCÍCIO RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS – APURAÇÃO IRF-A Como se depreende dos dados do exercício, os rendimentos recebidos pelo indivíduo A, foram pagos, pelas respectivas pessoas jurídicas, conforme quadro abaixo: Fonte Pagadora Rendimento PJ 1 salários PJ 2 honorários PJ 3 aluguel PJ 4 pro labore PJ 5 salários e gratificação O cálculo do IRF-A deverá ser realizado com a utilização da tabela progressiva, sendo calculado a medida em que a fonte pagadora disponibilizar o respectivo rendimento, conforme fórmula a seguir (embora o exercício não tenha pedido a dedução de despesas na formação da base de cálculo do IRF-A): rendimento bruto dedução de dependentes (na fonte em que aplicável (-) dedução da contribuição previdenciária (-) BASE DE CÁLCULO (=) alíquota aplicável (x) VALOR APURADO (=) parcela a deduzir (-) VALOR DE RETENÇÃO (=) Assim, de acordo com o art. 111 do RIR/99, e consideradas as alterações posteriores na legislação tributária, aplicaremos a seguinte tabela progressiva para a apuração mensal do IRF-A, relativamente aos rendimentos produzidos no exercício 2013, ano-base 2012: Rendimentos Pagos pela PJ1 Rendim. Bruto Alíquota Parcela a Deduzir Valor IRF-A Jan 5.000,00 27,50% 756,53 618,47 Fev 5.000,00 27,50% 756,53 618,47 Mar 5.000,00 27,50% 756,53 618,47 Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total 15.000,00 1.855,41 Rendimentos Pagos pela PJ2 Rendim. Bruto Alíq. Parcela a Deduzir Valor IRF-A Jan 900,00 isento 0,00 Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total 900,00 0,00 Rendimentos Pagos pela PJ3 Rendim. Bruto Alíquota Parcela a Deduzir Valor IRF-A Jan 2.500,00 15,00% 306,80 68,2 Fev 2.500,00 15,00% 306,80 68,2 Mar 2.500,00 15,00% 306,80 68,2 Abr 2.350,00 7,50% 122,78 53,47 Mai 2.350,00 7,50% 122,78 53,47 Jun 2.350,00 7,50% 122,78 53,47 Jul 2.350,00 7,50% 122,78 53,47 Ago Set Out Nov Dez Total 16.900,00 418,48 Rendimentos Pagos pela PJ4 Rendim. Bruto Alíquota Parcela a Deduzir Valor IRF-A Jan Fev Mar Abr Mai 10.500,00 27,50% 756,53 2.130,97 Jun 10.500,00 27,50% 756,53 2.130,97 Jul 10.500,00 27,50% 756,53 2.130,97 Ago 10.500,00 27,50% 756,53 2.130,97 Set 10.500,00 27,50% 756,53 2.130,97 Out 10.500,00 27,50% 756,53 2.130,97 Nov 10.500,00 27,50% 756,53 2.130,97 Dez 10.500,00 27,50% 756,53 2.130,97 Total 84.000,00 17.047,76 Rendimentos Pagos pela PJ5 Rendim. Bruto Alíquota Parcela a Deduzir Valor IRF-A Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set 6.800,00 27,50% 756,53 1.113,47 Out 16.800,00 27,50% 756,53 3.863,47 Nov 6.800,00 27,50% 756,53 1.113,47 Dez 6.800,00 27,50% 756,53 1.113,47 Total 37.200,00 7.203,88 É importante notar que, em outubro/2012, o Sr. Bernardo Ribeiro de Menezes recebeu salário e gratificação da mesma fonte pagadora (PJ 5).Este fato determina que as verbas sejam tributadas de forma conjunta pelo IRF-A, e não de forma separada. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS – APURAÇÃO RMO OU “CARNÊ-LEÃO” De acordo com o art.106 do RIR/99: “Art. 106. Está sujeita ao pagamento mensal do imposto a pessoa física que receber de outra pessoa física, ou de fontes situadas no exterior, rendimentos que não tenham sido tributados na fonte, no País, tais como6: I – emolumentos e custas dos serventuários da Justiça, como tabeliães, notários, oficiais públicos e outros, quando não forem remunerados exclusivamente pelos cofres públicos; II – os rendimentos recebidos em dinheiro, a título de alimentos ou pensões, em cumprimento de decisão judicial, ou acordo homologado judicialmente, inclusive alimentos provisionais; 6 Trata-se de lista meramente exemplificativa; assim, quaisquer rendimentos percebidos pela pessoa física, pagos por outra pessoa física ou por fonte localizada no exterior (e que não tenham sido tributados na fonte), sujeitam-se a esta forma de apuração do imposto de renda. III – os rendimentos recebidos por residentes ou domiciliados no Brasil que prestem serviços a embaixadas, repartições consulares, missões diplomáticas ou técnicas ou a organismos internacionais de que o Brasil faça parte; IV – os rendimentos de aluguéis recebidos de pessoas físicas.” O cálculo do RMO, por sua vez, deverá ser realizado com a utilização da tabela progressiva, sendo calculado a medida em que o contribuinte for recebendo esses rendimentos. Como exemplo, caso o contribuinte aufira no mesmo mês diversos rendimentos, todos eles deverão ser somados, para, então, se chegar ao imposto devido (embora o exercício não tenha pedido a dedução de despesas da base de cálculo do RMO): rendimento 1 (aluguel recebido da PF x) rendimento 2 (aluguel recebido da PF y) (+) rendimento 3 (honorários recebidos da PF z) (+) SOMATÓRIA DOS RENDIMENTOS (=) dedução dos dependentes (-) dedução da contribuição previdenciária (-) livro caixa (-) alíquota aplicável (x) VALOR APURADO (=) parcela a deduzir (-) VALOR DO RECOLHIMENTO (=) Obs.: Aqui também pode-se deduzir dependentes, como no IRF-A. A escolha da dedução é livre. Assim, os rendimentos sujeitos a esta forma de apuração, bem como o montante do RMO (“Carnê-leão”) devido, serão os seguintes: Rendimentos Pagos pela PF1 Rendim. Bruto Alíquota Parcela a Deduzir Valor RMO Jan Fev Mar 3.000,00 15,00% 306,8 143,2 Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Total 3.000,00 143,20 Rendimentos Pagos pela PF2 Rendim. Bruto Alíquota Parcela a Deduzir Valor RMO Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul 3.670,00 22,50% 552,15 273,6 Ago Set Out Nov Dez Total 3.670,00 273,60 RENDIMENTOS SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO DEFINITIVA POR ALÍQUOTA FIXA – APURAÇÃO IR-AF Em geral, o cálculo do IR-AF ocorrerá da seguinte forma: rendimento bruto alíquota aplicável (x) VALOR DO RECOLHIMENTO (=) Especificamente na hipótese de apuração do ganho de capital, o cálculo do IR-AF deverá ser efetuado do seguinte modo: preço de venda do bem custo de aquisição (-) BASE DE CÁLCULO (ganho de capital) (=) alíquota aplicável (x) VALOR DO RECOLHIMENTO (=) Assim, os rendimentos sujeitos ao IR-AF, no caso apresentado, e os respectivos valores do IR-AF devido, são os seguintes: preço de venda do bem 300.000,00 custo de aquisição 250.000,00 (-) BASE DE CÁLCULO (ganho de capital) 50.000,00 (=) alíquota aplicável 15,00% (x) VALOR DO RECOLHIMENTO 7.500,00 (=) ALIENAÇÃO DO SÍTIO EM ABRIL preço de venda do bem 400.000,00 custo de aquisição 372.000,00 (-) BASE DE CÁLCULO (ganho de capital) 28.000,00 (=) alíquota aplicável 15,00% (x) VALOR DO RECOLHIMENTO 4.200,00 (=) ALIENAÇÃO DO APARTAMENTO EM AGOSTO preço de venda do bem 30.000,00 custo de aquisição 6.000,00 (-) BASE DE CÁLCULO (ganho de capital) 24.000,00 (=) alíquota aplicável 15,00% (x) VALOR DO RECOLHIMENTO 3.600,00 (=) ALIENAÇÃO DO AUTOMÍOVEL EM AGOSTO RENDIMENTOS SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVA NA FONTE – APURAÇÃO IRF-E O cálculo do IRF-E poderá ocorrer, conforme o rendimento de que se trata, de uma das seguintes formas: • através da aplicação de alíquota fixa, sobre o rendimento bruto (exemplo de cálculo considera a aplicação financeira): rendimento bruto alíquota aplicável (x) VALOR DA RETENÇÃO (=) • através da aplicação da tabela progressiva (exemplo de cálculo considera o valor recebido a título de 13º salário): rendimento bruto dedução de dependentes (-) dedução da contribuição previdenciária (-) BASE DE CÁLCULO (=) alíquota aplicável (x) VALOR APURADO (=) parcela a deduzir (-) VALOR DE RETENÇÃO (=) Assim, os rendimentos sujeitos ao IRF-E, no caso apresentado, e os respectivos valores do IRF-E devido, são os seguintes: Rendim. Bruto Prazo Investim. Alíquota IRF-E Valor IRF-E Jan Fev Mar Abr Mai 2.000,00 200 dias 20,0% 400,00 Jun Jul Ago 4.000,00 900 dias 15,0% 600,00 Set 350,00 60 dias 22,5% 78,75 Out Nov Dez 450,00 400 dias 17,5% 78,75 Total 6.800,00 1.157,50 RENDIMENTOS DE APLICAÇÃO EM RENDA FIXA 13o Salário quitado em Dezembro 1a parcela de novembro 1.133,33 2a parcela de dezembro 1.133,33 (+) base de cálculo (ganho de capital) 2.266,66 (=) alíquota aplicável 7,5% (x) valor apurado 170,00 (=) parcela a dexuzir 122,78 (-) valor da retenção 47,22 (=) ELABORAÇÃO DA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL Rendimentos Tributáveis Recebidos de PJ Rendimento Bruto IRF-A PJ 1 15.000,00 1.855,41 PJ 2 900,00 0,00 PJ 3 16.900,00 418,48 PJ 4 84.000,00 17.047,76 PJ 5 37.200,00 7.203,88 total 154.000,00 26.525,53 Rendimentos Tributáveis Recebidos de PF Rendimento Bruto RMO PJ 1 3.000,00 143,20 PJ 2 3.670,00 273,60 total 6.670,00 416,80 Apuração do CAO ou Valor a Restituir Rendimentos tributáveis Recebidos de PJ 154.000,00 Rendimentos tributáveis Recebidos de PF 6.670,00 (+) RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS NA DECLARAÇÃO 160.670,00 (=) Dedução - Contribuição Previdenciária 3.600,00 (-) Dedução - Dependentes (2 x 1.974,72) 3.949,44 (-) Dedução - Instrução (2 x 3.091,35) 6.182,70 (-) Dedução - Despesas Médicas 12.960,00 (-) BASE DE CÁLCULO 133.977,86 (=) Alíquota Aplicável 27,50% (x) VALOR APURADO 36.843,91 (=) Parcela a Deduzir 9.078,38 (-) IMPOSTO NA DECLARAÇÃO DE AJUSTE 27.765,53 (=) Antecipação de imposto - IRF-A 26.525,53 (-) Antecipação de imposto - RMO ou Carnê-leão 416,80 (-) IMPOSTO A PAGAR OU A RESTITUIR 823,20 OBSERVAÇÕES FINAIS Lista de rendimentos isentos • Bolsa de estudos FAPESP – RIR, art. 39, inciso VII VII - as bolsas de estudo e de pesquisa caracterizadas como doação, quando recebidas exclusivamente para proceder a estudos ou pesquisas e desde que os resultados dessas atividades não representem vantagem para o doador, nem importem contraprestação de serviços (Lei nº 9.250, de 1995, art. 26) • Herança – RIR, art. 39, inciso XV XV - o valor dos bens adquiridos por doação ou herança, observado o disposto no art. 119 (Lei nº 7.713, de 1988, art. 6º, inciso XVI, e Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, art. 23 e parágrafos); • Indenização por rescisão do contrato de trabalho, aviso prévio e FGTS – RIR, art. 39, inciso XX XX - a indenização e o aviso prévio pagos por despedida ou rescisão de contrato de trabalho, até o limite garantido pela lei trabalhista ou por dissídio coletivo e convenções trabalhistas homologados pela Justiça do Trabalho, bem como o montante recebido pelos empregados e diretores e seus dependentesou sucessores, referente aos depósitos, juros e correção monetária creditados em contas vinculadas, nos termos da legislação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS (Lei nº 7.713, de 1988, art. 6º, inciso V, e Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, art. 28); • Caderneta de poupança – RIR, art. 39, inciso VIII VIII - os rendimentos auferidos em contas de depósitos de poupança (Lei nº 8.981, de 1995, art. 68, inciso III); IMPOSTO DE RENDA PESSOAS FÍSICAS IRPF 2013 1 IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 2 Formas de Apuração e Recolhimento do IRPF 1- Imposto sobre a Renda na Fonte por Antecipação (IRF-A) 2- Imposto sobre a Renda na Fonte Exclusivo (IRF-E) 3- Imposto sobre a Renda por Alíquota Fixa 4- Recolhimento Mensal Obrigatório (RMO) 5- Complementação Anual Obrigatória (CAO) 6- Recolhimento Complementar Facultativo (RCF) 3 1- IR na Fonte por Antecipação (IRF-A) - a fonte pagadora tem a obrigação de calcular e descontar o valor do imposto; - em regra, aplica-se aos pagamentos efetuados por pessoa jurídica a pessoa física: (Pagamento) Pessoa Jurídica Pessoa Física IRF-A IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 4 1- IR na Fonte por Antecipação (IRF-A) (cont.) -Algumas deduções permitidas para apuração (Exercício 2013): - contribuições previdenciárias oficiais; - contribuições para entidade de previdência complementar; - R$ 164,56 por dependente; - pensão judicial (inclusive prestação de alimentos); - até R$ 1.637,11 correspondentes à parcela isenta dos rendimentos provenientes de aposentadoria e pensão. - Compensa-se com o imposto devido na declaração de ajuste anual (CAO)? SIM IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 5 1- IR na Fonte por Antecipação (IRF-A) (cont.) IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS rendimento bruto dedução de dependentes (-) dedução da contribuição previdenciária (-) BASE DE CÁLCULO (=) alíquota aplicável (x) VALOR APURADO (=) parcela a deduzir (-) VALOR DE RETENÇÃO (=) 6 1- IR na Fonte por Antecipação (IRF-A) (cont.) Exercício 2013 / Ano-Base 2012 IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS Base de cálculo Mensal em R$ Alíquota % Parcela a deduzir até 1.637,11 - - de 1.637,12 até 2.453,50 7,5 122,78 de 2.453,51 até 3.271,38 15 306,80 de 3.271,39 até 4.087,65 22,5 552,15 acima de 4.087,65 27,5 756,53 7 2- IR na Fonte Exclusivo (IRF-E) - incide, de forma definitiva, sobre rendimentos pagos a pessoa física, estando sob responsabilidade da fonte pagadora a apuração, o desconto e o recolhimento do imposto devido; - sujeitam-se a essa forma de tributação: rendimentos de aplicações financeiras, rendimentos pagos a residentes ou domiciliados no exterior, 13º salário etc. IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 8 2- IR na Fonte Exclusivo (IRF-E) (cont.) - não se sujeitam a essa forma de tributação: - rendimentos de cadernetas de poupança e juros de letras hipotecárias; - juros produzidos por Bônus do Tesouro Nacional e Notas do Tesouro Nacional; - rendimentos produzidos por Títulos da Dívida Agrária; - rendimentos do Fundo Nacional de Desenvolvimento. IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 9 2- IR na Fonte Exclusivo (IRF-E) (cont.) - nos ganhos auferidos em aplicações de renda fixa, a alíquota varia de acordo com o prazo de aplicação (entre 15% e 22,5%) - Lei nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004 / IN n° 487/04 - Compensa-se com o imposto devido na declaração de ajuste anual (CAO)? NÃO prazo 180d 360d 720d 22,5% 20% 17,5% 15% IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 10 2- IR na Fonte Exclusivo (IRF-E) (cont.) Rendimentos em Aplicação Financeira de Renda Fixa rendimento bruto alíquota aplicável (x) VALOR DA RETENÇÃO (=) IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 11 2- IR na Fonte Exclusivo (IRF-E) (cont.) 13º Salário rendimento bruto dedução de dependentes (-) dedução da contribuição previdenciária (-) BASE DE CÁLCULO (=) alíquota aplicável (x) VALOR APURADO (=) parcela a deduzir (-) VALOR DE RETENÇÃO (=) IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 12 3- IR por Alíquota Fixa (tributação definitiva) - incide, de forma geral, sobre ganhos de capital e sobre ganhos em aplicações de renda variável, sendo sua apuração e recolhimento de responsabilidade do próprio contribuinte que aufere a renda. - alíquota aplicável: ganhos de capital e renda variável = 15%, (exceto nas operações day trade, em que a alíquota é de 20%) - Compensa-se com o imposto devido na declaração de ajuste anual (CAO)? NÃO IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 13 Ganho de Capital Bens Imóveis - A partir de 16/6/2005, isenção de IR sobre o ganho de capital na alienação de imóvel quando dentro de 180 dias se aplicar o produto da venda na aquisição de outros imóveis residenciais localizados no País. OBS: benefício que só poderá ser utilizado a cada 5 anos pelo mesmo beneficiário. Base legal: art. 39 da Lei nº 11.196/05 IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 14 Ganho de Capital (cont.) Bens Imóveis - Aplicação dos Fatores de Redução (FR1=1/1,0060m1 e FR2=1/1,0035m2) para a apuração da base de cálculo do IR. Onde: -“m1”: número de meses decorridos entre a data de aquisição do imóvel e novembro de 2005. - “m2”: número de meses decorridos entre dezembro de 2005 ou o mês da aquisição do imóvel, se posterior, e o de sua alienação. - Para imóveis adquiridos até dezembro de 1995, o FR1 será aplicado a partir de janeiro de 1996. IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 15 Ganho de Capital (cont.) Alienação do único imóvel - Ganho de capital auferido na alienação do único imóvel que o titular possua, cujo valor de alienação seja de até R$ 440.000,00, é isento do IR. Base legal: art. 39, inciso III, RIR/99 Imóveis adquiridos até dezembro de 1988 - Na alienação de imóveis adquiridos até 1988, aplica-se um percentual fixo de redução sobre o ganho de capital apurado, segundo o ano de aquisição do bem (redução varia de 5% a 100%). Base legal: art. 139/RIR IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 16 Ganho de Capital (cont.) Bens de pequeno valor É isento o ganho de capital auferido na alienação de bens e direitos de pequeno valor, ou seja, aqueles com valor de alienação, no mês, igual ou inferior a: I)R$ 20.000,00, no caso de alienação de ações negociadas no mercado de balcão; II)R$ 35.000,00, nos demais casos. Base legal: art. 38 da Lei nº 11.196/05 IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 17 Ganho de Capital (cont.) IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS preço de venda do bem custo de aquisição (-) BASE DE CÁLCULO (ganho de capital) (=) alíquota aplicável (x) VALOR DO RECOLHIMENTO (=) 18 4- Recolhimento Mensal Obrigatório (RMO) (Carnê-Leão) - incide sobre: (i) rendimentos recebidos de pessoas físicas; (ii) rendimentos provenientes de fontes no exterior; (iii) acréscimos patrimoniais não justificados por outros rendimentos. - a apuração é feita da mesma forma utilizada para apuração do IRF-A, com a diferença de que a responsabilidade pela apuração e recolhimento é do próprio contribuinte, e não da fonte pagadora. IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 19 4- Recolhimento Mensal Obrigatório (RMO)cont. Livro Caixa - A pessoa física, que exerce suas atividades de maneira autônoma, pode deduzir da receita decorrente do exercício de sua atividade profissional, despesas que correrem por sua conta, desde que sejam escrituradas em livro Caixa. (Ex.: eletricista, dentista, etc.) - Compensa-se com o imposto devido na declaração de ajuste anual (CAO)? SIM Base legal: (art. 76, § 2º, RIR/99) IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 20 4- Recolhimento Mensal Obrigatório (RMO)cont. rendimento 1 (aluguel recebido da PF x) rendimento2 (aluguel recebido da PF y) (+) rendimento 3 (honorários recebidos da PF z) (+) SOMATÓRIA DOS RENDIMENTOS (=) dedução dos dependentes (-) dedução da contribuição previdenciária (-) livro caixa (-) alíquota aplicável (x) VALOR APURADO (=) parcela a deduzir (-) VALOR DO RECOLHIMENTO (=) IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 21 5- Complementação Anual Obrigatória – CAO (Declaração de Ajuste Anual) - Anualmente, o contribuinte deve entregar à Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB) sua Declaração de Ajuste Anual (DAA), na qual é apurado o imposto sobre a renda devido, no ano, decorrendo dessa apuração: • valor complementar de imposto a pagar (complementação anual obrigatória); ou • valor de imposto pago a maior, que será restituído ao contribuinte. IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 22 5- Complementação Anual Obrigatória – CAO (cont.) Deduções (Exercício 2013 / Ano-Base 2012) - Contribuição à Previdência Social - Contribuição à Previdência Privada e FAPI - Dependentes (R$ 1.974,72 por dependente) - Despesas com Instrução (limitadas a R$ 3.091,35 para o contribuinte e idêntico valor para cada dependente) - Despesas Médicas - Pensão Alimentícia Judicial - Livro Caixa (se o contribuinte o escriturar, para registrar despesas profissionais) IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 23 5- Complementação Anual Obrigatória – CAO (cont.) Obrigatoriedade de entrega da Declaração de Ajuste Anual (Exercício 2013 / Ano-Base 2012): a) recebeu rendimentos tributáveis na declaração em montante superior a R$ 24.556,65; b) recebeu rendimentos isentos, não-tributáveis ou com tributação exclusiva na fonte em montante superior a R$ 40.000,00; c) participou do quadro societário de empresa como titular, sócio ou acionista, ou de cooperativa; d) que exerça a atividade rural e obtenha renda bruta superior a R$ 122.783,25 ou pretenda compensar prejuízos. IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 24 5- Complementação Anual Obrigatória – CAO (cont.) e) obteve ganho de capital na alienação de bens ou direitos; f) realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas; g) teve a posse ou a propriedade, em 31 de dezembro, de bens ou direitos de valor superior a R$ 300.000,00; h) passou à condição de residente no Brasil; e i) optou pela isenção de IR sobre ganho de capital na venda de imóvel residencial (prazo de 180 dias). IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 25 5 – Complementação Anual Obrigatória – CAO (cont.) Exercício 2013 / Ano-Base 2012 . IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS Base de cálculo Anual em R$ Alíquota % Parcela a deduzir até 19.645,32 - - de 19.645,33 até 29.442,00 7,5 1.473,40 de 29.442,01 até 39.256,56 15 3.681,55 de 39.256,57 até 49.051,80 22,5 6.625,79 acima de 49.051,80 27,5 9.078,38 26 5- Recolhimento Complementar Facultativo (RCF) (Mensalão) - Pode ser efetuado pelo contribuinte para antecipar o pagamento do imposto devido na Declaração de Ajuste Anual, no caso de recebimento de duas ou mais fontes pagadoras, pessoa física e jurídica, ou mais de uma pessoa jurídica. Este recolhimento deve ser efetuado no curso do ano-calendário. - Compensa-se com o imposto devido na declaração de ajuste anual (CAO)? SIM IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS 27 EXEMPLO •Recebimento de salário mensal no valor de R$ 10.000,00 no ano de 2012. IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS Rendimento Bruto 10.000,00 Alíquota Aplicável 27,50% (x) Valor Apurado 2.750,00 (=) Parcela a Deduzir 756,53 (-) IRF-A 1.993,47 (=) 28 EXEMPLO •Recebimento de rendimento de aplicação financeira de renda fixa de 365 dias, no valor de R$ 10.000,00 no ano de 2012. IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS Rendimento Bruto 10.000,00 Alíquota Aplicável 17,50% (x) IRF-E 1.750,00 (=) 29 EXEMPLO •Venda de imóvel por R$ 1.000.000,00, cujo custo de aquisição era de R$ 990.000,00, no ano de 2012 (sem reduções). IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS preço de venda do bem 1.000.000,00 custo de aquisição 990.000,00 (-) BASE DE CÁLCULO (ganho de capital) 10.000,00 (=) alíquota aplicável 15,00% (x) IR-AF 1.500,00 (=) 30 EXEMPLO •Recebimento de aluguel pago por pessoa física, no valor de R$ 10.000,00 no ano de 2012. IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS Rendimento Bruto 10.000,00 Alíquota Aplicável 27,50% (x) Valor Apurado 2.750,00 (=) Parcela a Deduzir 756,53 (-) RMO 1.993,47 (=) 31 EXEMPLO •12 salários mensais de R$ 10.000,00 no ano de 2012 •12 aluguéis mensais de R$ 10.000,00 pagos por PF •IRF-A de R$ 23. 921,64 e RMO (carnê-leão) de R$ 23.921,64 •Dois dependentes •Despesas médicas durante o ano de 2012, no valor de R$ 20.000,00 IMPOSTO DE RENDA – PESSOAS FÍSICAS Rendimento Bruto Tributável na Declaração 240.000,00 Despesa com dependentes 3.949,44 (-) Despesa médica 20.000,00 (-) Base de cálculo 216.050,56 (=) Alíquota Aplicável 27,5% (x) Valor Apurado 59.413,90 (=) Parcela a Deduzir 9.078,38 (-) IRPF Devido na DAA 50.335,52 (=) IRF-A + RMO 47.843,28 (-) Valor a Pagar (Valor a Restituir) 2.492,24 (=) FIM 32 IMPOSTO DE RENDA PESSOAS JURÍDICAS Momento da Realização da Renda e Renda em Transações Internacionais IRPJ 2013 2 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Código Tributário Nacional Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza, tem como fato gerador a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica: I – de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II – de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. 3 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Relevância da Distinção entre Disponibilidade Jurídica e Disponibilidade Econômica da Renda • Tributação da renda somente quando já efetivamente recebida (financeiramente) pelo titular? ou seria possível... • Tributação da renda já produzida, embora ainda não entregue ao seu titular? 4 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Disponibilidade da Renda – Rubens Gomes de Sousa, Henry Tilbery, Bulhões Pedreira (1) Disponibilidade jurídica refere-se à renda produzida e ainda não recebida • fruto pendente, já produzido, mas ainda não colhido • o contribuinte possui título jurídico para o recebimento da renda, já podendo fazer uso ou tirar proveito do respectivo direito • regime de competência (“accrual basis”) 5 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Disponibilidade da Renda – Rubens Gomes de Sousa, Henry Tilbery, Bulhões Pedreira (2) Disponibilidade econômica refere-se à renda já percebida • fruto não apenas produzido, mas também já colhido • a renda já está nas mãos do seu titular • regime de caixa (“cash basis”) 6 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Outro enfoque – Ricardo Mariz de Oliveira Distinção conforme origem lícita ou ilícita de renda (1) disponibilidade jurídica resultaria do ato regulado pelo direito (ex. renda do trabalho) (2) disponibilidade econômica resultaria do ato não regulado pelo direito ou de ato ilícito (ex. renda do jogo de azar) 7 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Outro enfoque – Luís Eduardo Schoueri Renda independe da existência de título jurídico (1) disponibilidade jurídica resultaria do ato regulado pelo direito (consideração jurídica do patrimônio) (2) disponibilidade econômica resultante de evento econômico de uso e gozo de determinado bem, ainda que sem título jurídico, mas como se proprietário fosse (consideração econômica do patrimônio). 8 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA De toda forma... • ... há consenso na doutrina de que tanto é tributável a renda percebida quanto a renda auferida, embora ainda nãorecebida efetivamente (pagamento). •A escolha por uma ou outra opção é uma questão de política fiscal. No Brasil, em regra: - as PF são tributadas cf. regime de caixa - as PJ são tributadas cf. regime de competência � Lucro Real: sempre regime de competência � Lucro Presumido: opção regime de caixa ou de competência 9 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Regime de Competência • Caracteriza-se por atribuir a determinado período de apuração (período competente) o momento em que determinado acréscimo ao patrimônio deva ser computado como receita. • Ou, ainda, o momento em que determinado custo, despesa ou encargo deva ser atribuído ao patrimônio. 10 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Regime de Competência • Reconhecimento das receitas, custos e despesas quando definitiva e incondicionalmente incorporadas ao patrimônio, ainda que não recebidas em moeda. • Contrapõe-se ao regime de caixa (“cash basis”), segundo o qual as mutações patrimoniais ativas e passivas somente são consideradas quando recebidas ou pagas em moeda. 11 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Regime de Competência • Assim, no contrato de compra e venda, a receita não é reconhecida no fechamento do contrato nem no vencimento do prazo, mas na entrega da mercadoria (tradição) porque é neste momento que o vendedor transfere a propriedade do bem e cumpre com sua obrigação. • O cumprimento da obrigação pelo vendedor é requisito para o reconhecimento da receita. 12 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Regime de Caixa • No regime de caixa, o reconhecimento da receita pelo vendedor fica condicionado: � ao cumprimento da respectiva obrigação (normalmente, a entrega da mercadoria ao comprador, via tradição); e � ao efetivo recebimento (normalmente, o recebimento do dinheiro) 13 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Regime de Competência x Regime de Caixa • Prevalência técnica do regime de competência na identificação dos fatos que conduzem à mutação do patrimônio da pessoa ao longo do tempo. • O patrimônio não se resume ao dinheiro detido, pois engloba igualmente outros direitos e outras obrigações que essa pessoa tenha. • O regime de caixa ignora as mutações patrimoniais não-financeiras. 14 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Realização da Renda Quando se diz que a renda encontra-se realizada, significa dizer que se atingiu o momento a partir do qual existe renda efetivamente percebida (normalmente, “dinheiro em mãos”) ou auferida juridicamente, que já pode ser usada e, portanto, também tributada. 15 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Realização da Renda Teoria da renda-produto • realização quando o “fruto” se destaca da árvore (= separação da renda) • pagamento, crédito, entrega, emprego e remessa Teoria da renda-acréscimo patrimonial • realização quando se compara a situação inicial e final do patrimônio num dado período 16 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Não houve realização da renda... IMPOSTO DE RENDA - RETENÇÃO NA FONTE - ACIONISTA. O artigo 35 da Lei nº 7.713/88 e inconstitucional, ao revelar como fato gerador do imposto de renda na modalidade "desconto na fonte", relativamente aos acionistas, a simples apuração, pela sociedade e na data do encerramento do período-base, do lucro líquido, já que o fenômeno não implica qualquer das espécies de disponibilidade versadas no artigo 43 do Código Tributário Nacional, isto diante da Lei nº 6.404/76. Pleno do STF – RE 172.058 – DJ de 13/10/1995 17 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA E o que significa a realização do ativo? • A realização do ativo designa os efeitos decorrentes de baixas de ativos, por vendas, perdas, depreciações, amortizações ou exaustões. • Realização do Ativo = Baixa do Ativo do Balanço 18 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Periodicidade • Há necessidade de unir todas as aquisições de renda e proventos ocorridas durante o período de apuração, para compor um único fato gerador, redundando na submissão a determinada periodicidade. • decorrência dos princípios constitucionais da universalidade e da progressividade 19 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Periodicidade • Cada fato aquisitivo de disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou provento, de per si, não é suficiente para fazer nascer a obrigação tributária. • A obrigação tributação somente nascerá quando estiver completo o ciclo de formação do acréscimo patrimonial. 20 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Periodicidade • Ocorrência do fato gerador em 31/12 ou 1/1? • Súmula 584 do STF - “Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração” 21 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Periodicidade • A Súmula STF 584 reflete entendimento antigo, anterior a 1985. � À época, sustentava-se que havia dois momentos para a formação do fato gerador, que poderiam ser diferentes: � um de aquisição da disponibilidade da renda, e � outro, fixado pela lei, para o nascimento da obrigação tributária. � Por isso a alíquota majorada de IR, válida a partir de 1º de janeiro do Ano 2 podia ser aplicada sobre a renda auferida ou percebida durante todo o Ano 1. 22 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Periodicidade • posteriormente, a jurisprudência firmou-se no sentido de que o fato gerador do imposto anual ocorria na data de encerramento do período- base, razão pela qual a legislação posterior não podia lhe atingir (RE 103.553, de 8.5.1986). • a legislação também foi alterada: para os períodos-base encerrados a partir de 1986, regidos pela Lei 7.450, o fato gerador ocorria na data em que se encerrasse cada período-base. 23 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Momento da Retenção do IRF Pagamento � o pagamento é o ato de disponibilização pelo devedor (que é a fonte pagadora, sujeito passivo por responsabilidade) ao credor (que é o contribuinte), da renda ou do provento cuja disponibilidade jurídica já foi adquirida por este. 24 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Momento da Retenção do IRF Crédito � não é qualquer contrapartida contábil de um débito, mas o crédito que gera efeito jurídico de atribuição do direito de recebimento pelo credor � ato da fonte de colocar a renda à disposição do beneficiário � a fonte reconhece a dívida devida e vencida, e a disponibiliza em conta contábil individual para o credor 25 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Momento da Retenção do IRF Emprego � a fonte utiliza a renda em favor do beneficiário, segundo as instruções deste. � aplicação financeira em nome do beneficiário � pagamento do credor do beneficiário 26 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Momento da Retenção do IRF Entrega � colocação do valor devido ao beneficiário nas mãos de um terceiro, consoante instruções do beneficiário � portador autorizado 27 MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Momento da Retenção do IRF Remessa � efetivação do pagamento mediante o envio do dinheiro por interposta pessoa (banco) � geralmente, transferências para o exterior MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Reconhecimento de Receita Fora do Período Competente • em período anterior ao competente: normalmente não causa problema, constituindo mera infração, sem punição. • poderá haver prejuízo para o fisco se as alíquotas dos períodos envolvidos forem diferentes. • em período posterior ao competente: constitui postergação indevida, cujos efeitos devem ser anulados, com aplicação de punição e cobrança de juros. MOMENTO DA REALIZAÇÃO DA RENDA Reconhecimento de Despesa Fora do Período Competente • em período anterior ao competente: constitui redução indevida, cujos efeitos devem ser anulados,com aplicação de punição e cobrança de juros. • em período posterior ao competente: normalmente não causa problema, constituindo mera infração, sem punição. • poderá haver prejuízo para o fisco se as alíquotas dos períodos envolvidos forem diferentes. RENDA EM TRANSAÇÕES INTERNACIONAIS Critérios adotados pelo Brasil para tributação da renda: • pelo critério da fonte de pagamento: podem ser alcançados pela tributação todos os valores caracterizados como rendas ou proventos originados de qualquer fonte de pagamento situada no território nacional, ou seja, desde que submetida à lei brasileira. • pelo critério da residência ou domicílio: podem ser alcançados pela tributação todos os valores caracterizados como rendas ou proventos obtidos em qualquer lugar do mundo por residentes ou domiciliados no Brasil 30 RENDA EM TRANSAÇÕES INTERNACIONAIS Remessa de rendimentos do Brasil para o exterior (de forma bem simplificada) Importação IRF CIDE-Royalties PIS/Cofins ISS Serviços Não-Técnicos 25% não há 9,25% até 5% Serviços Técnicos (1) 15% 10% 9,25% até 5% Royalties e Marcas 15% 10% não há não há Compra de Mercadorias (2) não há não há 9,25% não há 31 (1) IN SRF 252/02 considera serviço técnico o trabalho, obra ou empreendimento cuja execução dependa de conhecimentos técnicos especializados, prestados por profissionais liberais ou de artes e ofícios; (2) Considerar a eventual incidência de tributos aduaneiros (imposto de importação, IPI e ICMS) RENDA EM TRANSAÇÕES INTERNACIONAIS Remessa de rendimentos do exterior para o Brasil (de forma bem simplificada) Exportação IRPJ CSL PIS/Cofins ISS Venda de mercadorias 25% 9% (*) imune / isenta não há Prestação de serviços 25% 9% (*) imune / isenta isento (*) discute-se judicialmente a extensão da imunidade das receitas de exportação (art. 149, par. 2o da CF/88) para a CSL, mas a jurisprudência do STF tem sido contrária. 32 RENDA EM TRANSAÇÕES INTERNACIONAIS Tributação do Lucro Auferido no Exterior Código Tributário Nacional Art. 43 ... § 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. § 2o Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo. 33 RENDA EM TRANSAÇÕES INTERNACIONAIS Tributação do Lucro Auferido no Exterior Medida Provisória nº 2.158-35/2001 Art. 74. Para fim de determinação da base de cálculo do imposto de renda e da CSLL, nos termos do art. 25 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, e do art. 21 desta Medida Provisória, os lucros auferidos por controlada ou coligada no exterior serão considerados disponibilizados para a controladora ou coligada no Brasil na data do balanço no qual tiverem sido apurados, na forma do regulamento. 34 RENDA EM TRANSAÇÕES INTERNACIONAIS Tributação do Lucro Auferido no Exterior • o prejuízo auferido por controladas ou coligadas no exterior de empresa brasileira não poderá ser compensado com o lucro auferido em operações no Brasil. • o lucro auferido por controladas ou coligadas no exterior de empresa brasileira poderá ser compensado com o prejuízo auferido em operações no Brasil. 35 RENDA EM TRANSAÇÕES INTERNACIONAIS Tributação do Lucro Auferido no Exterior ADI 2588 (julgamento “quase” concluído) • analisa a inconstitucionalidade do art. 43 § 2º do CTN (LC 104) e do art. 74 da MP 2158 • pela inconstitucionalidade (4): Marco Aurélio, Sepúlveda Pertence (aposentado), Ricardo Lewandowski e Celso de Mello • pela constitucionalidade (4): Nelson Jobim (aposentado), Eros Grau (aposentado), Ayres Britto (aposentado) e Cezar Peluso (aposentado) • pela inconstitucionalidade parcial: Ellen Gracie (aposentada) • impedido de votar: Gilmar Mendes • pela inconstitucionalidade para “paraísos fiscais”: Joaquim Barbosa 36 RENDA EM TRANSAÇÕES INTERNACIONAIS Tratados Internacionais contra Bitributação (1) Os tratados internacionais limitam a aplicação da legislação nacional � os tributos são instituídos por lei e não por tratado � não se deve analisar se um tratado permite ou autoriza a tributação, mas sim se ele a limita � o poder de tributar de um dado país é limitado, não importando se é país de fonte ou de residência 37 RENDA EM TRANSAÇÕES INTERNACIONAIS Tratados Internacionais contra Bitributação (2) Os tratados internacionais definem termos de forma diferente � geralmente, sobre o tipo de renda e conceito de residente. � primeiro, deve-se analisar uma definição sob a égide da legislação nacional. � depois, deve-se aplicar o tratado, “ignorando” a legislação nacional. 38 RENDA EM TRANSAÇÕES INTERNACIONAIS Tratados Internacionais contra Bitributação (3) Conceitos básicos: país de fonte e país de residência � país de residência: o que tributa a renda em bases universais. � a função do conceito de residência no tratado é determinar qual país deve evitar a dupla tributação – art. 4º da convenção-modelo (tie-breaker) � receita de aluguel: a fonte está localizada no país onde se localiza o imóvel e não no país onde se localiza o devedor. � receita de juros: a fonte se localiza no país de residência do devedor e não onde a sua conta bancária está localizada. 39 RENDA EM TRANSAÇÕES INTERNACIONAIS Tratados Internacionais contra Bitributação (4) Os tratados não contêm regra definindo sujeito tributário 40 RENDA EM TRANSAÇÕES INTERNACIONAIS Tratados Internacionais contra Bitributação (5) Convenção-Modelo da OCDE vale-se da estrutura cedular e traz regras distintas para tributação dos rendimentos a) rendimentos dos bens imobiliários (artigo 6º) b) lucros (artigo 7º) c) lucros de navegação marítima, interior e aérea (artigo 8º) d) lucros de empresas associadas (artigo 9º) e) dividendos (artigo 10) f) juros (artigo 11) g) royalties (artigo 12) h) ganho de capital (artigo 13) i) rendimentos pessoais (artigos 15 a 20) j) outros rendimentos (artigo 21) 41 RENDA EM TRANSAÇÕES INTERNACIONAIS Tratados Internacionais contra Bitributação (6) Redação padrão para definição de competência Quando um residente de um Estado contratante receber rendimentos de (dividendos, juros, royalties etc.) provenientes do outro Estado contratante, então esses rendimentos: (a) serão tributados no Estado contratante (b) somente serão tributados no Estado contratante (c) serão tributados no outro Estado contratante (d) somente serão tributados no outro Estado contratante Sempre que houver alusão a “somente”, a competência será exclusiva; acaso não haja tal referência, ambos os Estados podem exercer a sua pretensão tributária. 42 RENDA EM TRANSAÇÕES INTERNACIONAIS Tratados Internacionais contra Bitributação (7) Métodos para mitigar ou eliminar a dupla tributação - método da isenção: consiste em eximir da tributação, total ou parcialmente, as rendas derivadas de fontes estrangeiras. - método da imputação (“tax credit”): o Estado da Residência tributa a renda global do contribuinte, permitindo, entretanto, um crédito pelo imposto pago no Estado da Fonte, podendo este crédito estar sujeito ou não a uma limitação 43 44 F I M IMPOSTO DE RENDA PESSOAS JURÍDICAS L u c r o R e a l ( I ) PIS/Cofins Não-Cumulativo IRPJ 2013 2 LUCRO REAL 1. Pessoas Jurídicas obrigadas à tributação pelo Lucro Real – empresas que tenham apurado receita bruta total superior a R$ 48 milhões (R$ 72 milhões a partir de 2014) no ano-calendário anterior, ou proporcional ao número de meses do período-base, quando inferior a 12 meses;– sejam instituições financeiras ou equiparadas; – tenham lucros, rendimentos ou ganhos de capital originados no exterior; 3 – queiram usufruir benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do IR; – tenham efetuado pagamento do IR mensal pelo regime de estimativa; – explorem a atividade de factoring. LUCRO REAL 4 E quem não estiver obrigado ao Lucro Real? As pessoas jurídicas que não estiverem obrigadas à tributação pelo Lucro Real poderão também utilizar esta sistemática de apuração, facultativamente. LUCRO REAL 2. Fórmula básica do Lucro Real – Ao contrário da sistemática do Lucro Presumido, pela qual se apura a base de cálculo do IR a partir dos valores globais da receita bruta da pessoa jurídica, na tributação pelo método do Lucro Real chega-se à base de cálculo do imposto através do: lucro contábil da empresa, ajustado pelas adições, exclusões e compensações previstas pela legislação. LUCRO REAL – Exclusões: exclui valores na apuração fiscal considerados na apuração contábil • receitas não passíveis de tributação (ex. dividendos) • dedução a título de benefício fiscal – Adições: inclui valores na apuração fiscal considerados na apuração contábil • despesas indedutíveis – Compensação: o resultado tributável passível de tributação no período é diminuído pelos resultados negativos registrados em períodos anteriores, observados limites e condições. LUCRO REAL 7 2. Fórmula básica do Lucro Real Lucro Contábil ( + ) Adições ( - ) Exclusões . ( = ) Lucro Real antes da Compensação ( - ) Compensação de saldo negativo (prejuízo fiscal) ( = ) Lucro Real LUCRO REAL 8 Portanto, o Lucro Real não é apurado através do confronto entre todas receitas tributáveis e todas despesas dedutíveis. Lucro Contábil Receita de vendas 100.000 Custo (40.000) Salários (10.000) Multa de trânsito ( 1.000) Brindes (10.000) Dividendos 5.000 Lucro Contábil 44.000 Lucro Fiscal Receita de vendas 100.000 Custo (40.000) Salários (10.000) Multa de trânsito - o - Brindes - o - Dividendos - o - . Lucro Real 50.000 LUCRO REAL 9 Lucro Contábil Receita de vendas 100.000 Custo (40.000) Salários (10.000) Multa de trânsito ( 1.000) Brindes (10.000) Dividendos 5.000 Lucro Contábil 44.000 Livro de Apuração do Lucro Real Lucro Contábil 44.000 Adições (+) Multa de trânsito 1.000 (+) Brindes 10.000 Exclusões (-) Dividendos (5.000) Lucro Real 50.000 LUCRO REAL O Lucro Real é apurado a partir do Lucro Contábil 10 3. Períodos de Apuração No Lucro Real, o contribuinte pode optar pela apuração trimestral ou anual, conforme melhor lhe convier. • diversamente do Lucro Presumido, no qual o período de apuração do imposto é obrigatoriamente trimestral LUCRO REAL 11 3.1 Período de Apuração Trimestral Se a opção do contribuinte for a apuração trimestral, o IR deverá ser recolhido em quota única ou em até três parcelas mensais, tal qual ocorre no Lucro Presumido. • A vantagem da opção por esta forma de apuração é duvidosa, uma vez que vincula a compensação de prejuízos fiscais eventualmente verificados no trimestre ao limite de 30% do imposto devido no período seguinte (conforme se verá mais adiante). LUCRO REAL 12 3.2 Período de Apuração Anual – No caso de a opção ser pelo regime de apuração anual, a legislação determina que o contribuinte recolha antecipações mensais do IR. – O montante das referidas antecipações pode ser determinado por duas formas diferentes: • lucro real acumulado do período ou • estimativa. LUCRO REAL 13 3.2.1 Recolhimento Mensal com Base no Lucro Real Acumulado do Período – Nesse caso, o recolhimento mensal é feito com base no Lucro Real apurado em balancete patrimonial acumulado levantado, mês a mês, pelo contribuinte. – A apuração levará em conta o resultado parcial auferido desde 1º de janeiro do ano-base até o último dia do mês de referência. LUCRO REAL 14 3.2.2 Antecipação Mensal com Base no Lucro Estimado – A apuração da antecipação mensal se dará com base na receita bruta da empresa, de forma semelhante à realizada no Lucro Presumido. – Os coeficientes utilizados para apuração da base de cálculo do lucro estimado são os mesmos do Lucro Presumido. LUCRO REAL 15 3.2.2 Antecipação Mensal com Base no Lucro Estimado A vantagem oferecida por esta forma de apuração das antecipações mensais é a dispensa de realização de balanços patrimoniais mensais pela pessoa jurídica, facultando-se a realização de balancetes de suspensão e redução do imposto, conforme descrito no próximo subitem. LUCRO REAL 16 3.2.2.1 Balancetes de Redução ou Suspensão – A empresa que optar pela apuração anual com antecipações mensais por estimativa poderá reduzir ou suspender o recolhimento das parcelas mensais do IR, desde que verifique, com base em balancete patrimonial levantado para esse fim, que o montante já antecipado é superior ao devido em relação ao período verificado. – A apuração levará em conta o resultado parcial auferido desde 1º de janeiro do ano-base até o último dia do mês de referência. LUCRO REAL 17 3.3 E ao final do período-base anual... é apurado o lucro real anual, mediante confronto entre receitas tributáveis e despesas dedutíveis (mediante a técnica de ajuste do lucro contábil) e verificado o montante do imposto realmente devido no ano. LUCRO REAL 18 3.3 E ao final do período-base anual... – caso a somatória das antecipações mensais seja inferior ao montante devido, o contribuinte deverá recolher a diferença. – caso seja superior, o contribuinte poderá, à sua opção, pedir a sua restituição ou compensá-lo com o montante devido no período seguinte. LUCRO REAL 19 3.4 Caso Prático 1 A Comercial Ramos S/A apurou os seguintes valores em decorrência da venda de mercadorias: Apurar: (i) Lucro Real Trimestral e (ii) antecipações devidas no Lucro Real Anual LUCRO REAL Receitas Custos/Despesas Janeiro 100.000 50.000 Fevereiro 130.000 60.000 Março 180.000 150.000 TOTAL 410.000 260.000 20 Lucro Real Trimestral Receita Trimestral 410.000 Custo/Despesa 260.000 Lucro Real Trimestral 150.000 Alíquota Básica 15% IRPJ (a) 22.500 Adicional (acima de 60.000) 90.000 Alíquota Adicional 10% IRPJ (b) 9.000 IRPJ (a+b) devido no trimestre 31.500 LUCRO REAL LUCRO REAL 22 3.4 Caso Prático 2 A Comercial Ferreira S/A apurou os seguintes valores em decorrência da venda de mercadorias: Apurar: (i) Lucro Real Trimestral e (ii) antecipações devidas no Lucro Real Anual LUCRO REAL Receitas Custos/Despesas Janeiro 100.000 50.000 Fevereiro 130.000 60.000 Março 180.000 500.000 TOTAL 410.000 610.000 23 Lucro Real Trimestral Receita Trimestral 410.000 Custo/Despesa 610.000 Lucro Real Trimestral (200.000) Alíquota Básica 15% IRPJ 0 LUCRO REAL LUCRO REAL PIS/COFINS NÃO- CUMULATIVO 25 26 1. Contribuintes da Sistemática Não-Cumulativa – Contribuintes sujeitos ao Lucro Real do IRPJ/CSL 2. Contribuintes da Sistemática Cumulativa –Lista taxativa contida no art. 8º da Lei 10.637 (PIS) e art. 10 da Lei 10.833 (Cofins), por exemplo: • instituições financeiras • contribuintes do Lucro Presumido ou do Lucro Arbitrado • órgãos, autarquias e fundações públicas • receitas decorrentes da prestação de serv. telecomunicação PIS/COFINS NÃO -CUMULATIVOS 27 1. Base de Cálculo – o valor do faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil – o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoajurídica. PIS/COFINS NÃO -CUMULATIVOS 28 3.1 Não Integra a Base de Cálculo: • saídas isentas ou não alcançadas pela incidência da contribuição ou sujeitas à alíquota zero. • as receitas não-operacionais, decorrentes da venda de ativo permanente. • as receitas auferidas pela pessoa jurídica revendedora, na revenda de mercadorias sujeitas à substituta tributária de PIS/Cofins. PIS/COFINS NÃO -CUMULATIVOS 29 • as receitas de venda de álcool para fins carburantes. • as receitas referentes a vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos. • as receitas referentes a reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas. PIS/COFINS NÃO -CUMULATIVOS 30 • o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita. • decorrentes de transferência onerosa de créditos de ICMS originados de operações de exportação. PIS/COFINS NÃO -CUMULATIVOS 31 4. Isenção • exportação de mercadorias para o exterior. • prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas. • vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação. PIS/COFINS NÃO -CUMULATIVOS 32 • receitas financeiras (alíquota zero) – referida isenção não se aplica aos juros sobre o capital próprio • demais casos PIS/COFINS NÃO -CUMULATIVOS 33 5. Alíquotas Normais • 1,65% para Contribuição ao PIS • 7,6% para Cofins PIS/COFINS NÃO -CUMULATIVOS 34 6. Cálculo do PIS/Cofins Não-Cumulativos 1ª Etapa: Aplicação da alíquota sobre a base de cálculo. 2ª Etapa: Cálculo dos créditos 3ª Etapa: Cálculo da contribuição efetivamente devida = diferença entre os resultados das 1ª e 2ª Etapas. PIS/COFINS NÃO -CUMULATIVOS 35 7. Hipóteses de Geração de Crédito: • bens adquiridos para revenda, exceto em relação àqueles submetidos à substituição tributária ou regime monofásico. • bens e serviços utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à venda ou à prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes. • energia elétrica e energia térmica. PIS/COFINS NÃO -CUMULATIVOS 36 • aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa. • contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica, exceto de optante pelo SIMPLES. • máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços. PIS/COFINS NÃO -CUMULATIVOS 37 • edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa. • bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada pelas contribuições. • armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos de revenda e insumo, quando o ônus for suportado pelo vendedor. PIS/COFINS NÃO -CUMULATIVOS 38 • vale-transporte, vale-refeição ou vale- alimentação, fardamento ou uniforme fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção => Questão controvertida : conceito de « insumo » e hipóteses de creditamento de PIS e COFINS (RFB / CARF/ STJ ) PIS/COFINS NÃO -CUMULATIVOS 39 7.1 Somente Gera Direito de Crédito: • os bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País. • os custos e despesas incorridos, pagos ou creditados a pessoa jurídica domiciliada no País. • os bens e serviços adquiridos e os custos e despesas incorridos a partir do mês em que se iniciar a aplicação das Lei n. 10.637/2002 e 10.833/2003. PIS/COFINS NÃO -CUMULATIVOS 40 7.2 Não Gera Direito de Crédito: • o valor de mão-de-obra paga a pessoa física. • o valor da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição, inclusive no caso de isenção, esse último quando revendidos ou utilizados como insumo em produtos ou serviços sujeitos à alíquota 0 (zero), isentos ou não alcançados pela contribuição. PIS/COFINS NÃO -CUMULATIVOS 41 7.3 Alíquotas para fins de Creditamento • 1,65% para Contribuição ao PIS • 7,6% para Cofins PIS/COFINS NÃO -CUMULATIVOS 42 1. Exemplo RECEITAS: - venda de mercadorias 400.000,00 - prestação de serviços 100.000,00 - financeira 15.000,00 CUSTOS E DESPESAS: - aquisição de mercadorias para revenda 200.000,00 - mão-de-obra 10.000,00 - energia elétrica 5.000,00 - aluguel de máquinas pago à PJ 1.000,00 PIS/COFINS NÃO -CUMULATIVOS 43 Cálculo do PIS 1a. Etapa Receita Tributável (Base de Cálculo) 500.000,00 PIS parcial (x 1,65%) 8.250,00 2a. Etapa Total dos Custos Creditáveis 206.000,00 Valor do Crédito (x 1,65%) 3.399,00 3a. Etapa Contribuição ao PIS Devida (1a. – 2a.) 4.851,00 PIS/COFINS NÃO -CUMULATIVOS 44 Cálculo da Cofins 1a. Etapa Receita Tributável (Base de Cálculo) 500.000,00 PIS parcial (x 7,6%) 38.000,00 2a. Etapa Total dos Custos Creditáveis 206.000,00 Valor do Crédito (x 7,6%) 15.656,00 3a. Etapa Cofins Devida (1a. – 2a.) 22.344,00 PIS/COFINS NÃO -CUMULATIVOS 45 F I M IMPOSTO DE RENDA PESSOAS JURÍDICAS L u c r o R e a l ( I I ) IRPJ 2013 2 1. Adições ao Lucro Real. – deve-se adicionar ao lucro contábil as despesas consideradas pela legislação tributária como indedutíveis. – o mesmo vale para as adições extra contábeis, ou seja, aquelas que representam valores não registrados na contabilidade. • reversão da depreciação acelerada incentivada. LUCRO REAL 3 – as adições são controladas exclusivamente no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR). LUCRO REAL 4 1.1 Despesas Dedutíveis. – são dedutíveis as despesas operacionais, assim consideradas aquelas necessárias à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora de receitas. • as despesas dedutíveis devem ser necessárias, normais e usuais ao ramo de atividade da empresa. • art. 299 do RIR/99 (Decreto nº 3.000/99). LUCRO REAL 5 LUCRO REAL 1.2 Despesas Indedutíveis. – a contrario sensu, serão indedutíveis as despesas incorridas pela empresa, porém desnecessárias a sua atividade e à manutenção de sua fonte produtora de receitas. • tais despesas são consideradas pela legislação fiscal como sendo mera liberalidade da empresa e, como tal, não podem afetar o lucro tributável. 6 1.2.1 Principais Despesas Indedutíveis. – multas punitivas (art. 344, § 5º, RIR/99) – brindes (art. 249, par. único, VIII, RIR/99) – contraprestações de arrendamento mercantil (leasing) e de aluguel de bens móveis; despesas de depreciação, amortização, manutenção, reparo, conservação, impostos, taxas, seguros e quaisquer outros gastos com bens móveis ou imóveis, desde que não relacionados intrinsecamente com a atividade da empresa (art. 305, RIR/99) LUCRO REAL 7 – despesas com alimentação de sócios, acionistas e administradores (art. 249, par. único, V, RIR/99) – despesas com royalties e assistência técnica que excedam os limites estabelecidos na legislação (arts. 353, inciso IV, alínea “b”, e inciso V, alínea “b”, 354, inciso III e 355, todos do RIR/99) – a Contribuição Social sobre Lucro (CSL), registrada como custo ou despesa operacional (art. 249, par. único, IX, RIR/99) LUCRO REAL 8 – gratificações pagas a dirigentes da pessoa jurídica(art. 303, RIR/99) – ajustes decorrentes da aplicação das regras dos preços de transferência (art. 240, § 7º, RIR/99) – ajustes decorrentes de Distribuição Disfarçada de Lucro – DDL (art. 467, RIR/99) – tributos com exigibilidade suspensa na forma do artigo 151, II a IV do CTN (art. 344, § 1º, RIR/99) LUCRO REAL 9 – contribuições não compulsórias e doações, exceto (art. 249, par. único, VI e VII, RIR/99): � seguros e planos de saúde, e benefícios complementares assemelhados aos da previdência social, instituídos em favor dos empregados e dirigentes da pessoa jurídica (limitadas a 20% do total de salários dos empregados e da remuneração dos dirigentes da empresa) � as de incentivo à cultura LUCRO REAL 10 � as efetuadas a instituições de ensino e pesquisa cuja criação tenha sido autorizada por lei federal e que preencham os requisitos dos incisos I e II do artigo 213 da Constituição Federal (limitadas a 1,5% do lucro operacional da empresa) � as doações a entidades filantrópicas e de assistência social (limitadas a 2% do lucro operacional da pessoa jurídica) LUCRO REAL 11 1.3 Provisões. Todas são indedutíveis, com exceção de: – Férias – 13º Salário – Provisões Técnicas para a atividade de Previdência Privada, Seguro e Capitalização, cuja constituição é exigida pela legislação especial a elas aplicável LUCRO REAL 1.4 Tratamento Fiscal de Algumas Despesas Depreciação (normal) de bens do ativo imobilizado Automóvel adquirido por $100 em 31.3 do Ano 1 Taxa de depreciação anual: 20% (5 anos) Início da Depreciação: funcionamento do bem (1.4) LUCRO REAL Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Taxa Deprec. Anual 15% 20% 20% 20% 20% 5% Custo de Aquisição 100 100 100 100 100 100 Depreciação Acum. (15) (35) (55) (75) (95) (100) Custo Líquido Contábil 85 65 45 25 5 0 9 meses 12 meses 12 meses 12 meses 12 meses 3 meses Despesa Contábil/Fiscal 15 20 20 20 20 5 Depreciação Acelerada de Bens do Ativo Imobilizado Máquina com vida útil normal estimada em 5 anos, poderá ser totalmente depreciada em 2 anos, para fins fiscais. LUCRO REAL Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Taxa Deprec. Anual 15% 20% 20% 20% 20% 5% Custo de Aquisição 100 100 100 100 100 100 Depreciação Acum. (15) (35) (55) (75) (95) (100) Custo Líquido Contábil 85 65 45 25 5 0 9 meses 12 meses 12 meses 12 meses 12 meses 3 meses Despesa Contábil 15 20 20 20 20 5 Ajuste Fiscal no LALUR 35 30 (20) (20) (20) (5) 1.4 Tratamento Fiscal de Algumas Despesas Tributos • em regra, dedutíveis cf. regime de competência – anteriormente, dedutibilidade estava condicionada ao pagamento do tributo • tributos com exigibilidade suspensa, por força dos inc. II a IV do art. 151 do CTN não são dedutíveis LUCRO REAL 14 Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I - moratória; II - o depósito do seu montante integral; III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. V - a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; VI - o parcelamento. LUCRO REAL 15 • Imposto de renda, em qualquer modalidade, é considerado despesa indedutível. – CSL também é considerada despesa indedutível na apuração do Lucro Real. • Multas por infrações fiscais são indedutíveis – exceção: multas de natureza compensatória e as impostas por infração de que não resulte falta ou insuficiência de pagamento de tributo. LUCRO REAL 16 1.4 Tratamento Fiscal de Algumas Despesas Despesas com Licenciamento de Tecnologia • são despesas com o licenciamento de tecnologia: – royalties pela exploração de patentes invenção – uso de marcas de indústria ou comércio – assistência técnica, cientifica, administrativa etc. • tais despesas são dedutíveis sob certas condições, a saber: LUCRO REAL 17 – registro do contrato no BACEN – averbação do contrato no INPI – o valor da despesa não seja superior ao percentual máximo estabelecido pelo Ministério da Fazenda (geralmente 5%) , multiplicado pelo valor da receita líquida de vendas dos produtos fabricados ou vendidos. • se somente marca: 1% • se marca + royalties + assistência técnica: percentual estabelecido pelo MF (geralmente 5%) LUCRO REAL 18 19 2. Exclusões do Lucro Real. – A legislação do IR determina que certos valores computados no lucro contábil das pessoas jurídicas sejam excluídos para efeito da apuração da base de cálculo do imposto pela sistemática do Lucro Real. LUCRO REAL 20 2.1 As principais exclusões admitidas são: • as receitas provenientes da valorização de participações societárias avaliadas pelo patrimônio líquido (equivalência patrimonial). • receita proveniente da distribuição de dividendos por outras empresas das quais a pessoa jurídica possua participação no capital social (inclui resultado positivo do MEP). LUCRO REAL 21 • provisões feitas em períodos de apuração anteriores e convertidas em perdas efetivas. • diferimento de receitas decorrentes de contratos com órgãos públicos (art. 409 do RIR/99). • perdas em renda variável que excederam os ganhos no período de apuração anterior e que serão compensadas com resultados positivos do período em curso (art. 250, parágrafo único, alínea “e” do RIR/99). LUCRO REAL 22 3. Compensação de Prejuízos Fiscais – As pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Real podem compensar os prejuízos fiscais e as bases negativas de CSL apurados em anos-calendários anteriores na proporção de 30% Lucro Líquido Ajustado, independentemente do regime de tributação (trimestral ou anual). Lucro Líquido Ajustado = Lucro Líquido Contábil (antes do IR) ajustado pelas Adições e Exclusões LUCRO REAL – No Lucro Real trimestral, a limitação de 30% aplica-se a cada trimestre. • vale dizer, o prejuízo fiscal apurados num trimestre somente poderão ser utilizados na proporção de 30% do lucro líquido ajustado dos trimestres posteriores, o que representa uma desvantagem da apuração trimestral em relação à apuração anual. – É importante ressaltar que a compensação refere- se à base de cálculo e não ao montante de imposto devido. • a limitação é sobre o Lucro Real do período, e não sobre o montante acumulado de prejuízo. LUCRO REAL 23 24 3.1 Perda do Direito à Compensação dos Prejuízos Fiscais – A pessoa jurídica não poderá compensar seus próprios prejuízos fiscais se entre a data da apuração e da compensação houver ocorrido, cumulativamente, modificação: • do seu controle acionário; e • do ramo de atividade. LUCRO REAL 25 – A pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não poderá compensar prejuízos fiscais da sucedida. • no caso de cisão parcial, a pessoa jurídica cindida poderá compensar os seus próprios prejuízos, proporcionalmente à parcela remanescente do patrimônio. LUCRO REAL 26 4. Ganho e Perda de Capital – Resultados na alienação ou desapropriação, baixa por perecimento, extinção, desgaste, obsolescência ou exaustão ou na liquidação de bens do ativo permanente. • Questão: Desapropriação gera tributação? LUCRO REAL 27 Em regra: ganho ou perda de capital equivale Ativo Imobilizado Máquina trituradora 100.000 (custo de aquisição original) Depreciação acum. (40.000) Custo Líquido Contábil 60.000 Ganho ou Perda de Capital Preço de Alienação= – Custo Contábil do Bem LUCRO REAL 28 – Existem hipóteses nas quais o custo de aquisição definido pela lei fiscal é diferente do custo contábil • ágio amortizado contabilmente e depreciação fiscal acelerada – Possibilidade de diferira tributação se o recebimento ocorrer no todo ou em parte após o término do ano calendário seguinte ao da contratação. LUCRO REAL 29 F I M IMPOSTO DE RENDA PESSOAS JURÍDICAS Avaliação de Investimentos em outras Sociedades IRPJ 2013 2 Introdução. A existência da pessoa jurídica, enquanto centro de imputação de direitos e obrigações, leva o Direito a adotar o princípio da independência das pessoas jurídicas, gerando, no ordenamento, regras próprias para as relações entre entidades integrantes de um grupo empresarial. Tal determinação imposta pelo ordenamento jurídico não pode escapar da constatação econômica de que, por trás de uma estrutura jurídica complexa, com diversas participações societárias, subjaz uma única realidade econômica. Investimento em Outras Sociedades 3 Esta afirmação fica clara quando se considera um grupo, composto por diversas empresas holdings, em caráter de subordinação, até que se chegue, ao final, a uma empresa operativa. Admita-se que cada uma das holdings mantenha como único bem de seu ativo a participação naquela subseqüente e, assim, sucessivamente. Esquematicamente, teríamos: Investimento em Outras Sociedades 4 Investimento em Outras Sociedades Empresa Operacional Holding C Holding B Holding A Para a apuração do valor patrimonial do grupo, poderíamos simplesmente somar os patrimônios das empresas que o compõem? 5 Investimento em Outras Sociedades Empresa Operacional Holding A Não. Trata-se de um único patrimônio, relativo a uma única realidade empresarial que subjaz a toda a estrutura jurídica. 6 Empresa A Empresa B Investimento em Outras Sociedades Investimento = Participação Societária (Ações ou Quotas) diversas relações possíveis investidora controladora coligada investida controlada coligada 7 � Método do Custo � Método da Equivalência Patrimonial (MEP) Métodos de Avaliação de Investimentos 8 Quem deve aplicar o Método do Custo? • todos aqueles que não estiverem obrigados à aplicação do MEP. Métodos de Avaliação de Investimentos 9 Quem deve aplicar o MEP? Decreto-lei n. 1.598/77 Art 21. Em cada balanço o contribuinte deverá avaliar o investimento pelo valor de patrimônio líquido da coligada ou controlada, de acordo com o disposto no artigo 248 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 Métodos de Avaliação de Investimentos 10 RIR/99 (reflete art. 248 da LSA até 31.12.2007) Art. 384. Serão avaliados pelo valor de patrimônio líquido os investimentos relevantes da pessoa jurídica (Lei nº 6.404, de 1976, art. 248, e Decreto- Lei nº 1.598, de 1977, art. 67, inciso XI): I - em sociedades controladas; e II - em sociedades coligadas sobre cuja administração tenha influência, ou de que participe com vinte por cento ou mais do capital social. Métodos de Avaliação de Investimentos 11 § 1º São coligadas as sociedades quando uma participa, com dez por cento ou mais, do capital da outra, sem controlá-la (Lei nº 6.404, de 1976, art. 243, § 1º). § 2º Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores (Lei nº 6.404, de 1976, art. 243, § 2º). Métodos de Avaliação de Investimentos 12 § 3º Considera-se relevante o investimento (Lei nº 6.404, de 1976, art. 247, parágrafo único): I - em cada sociedade coligada ou controlada, se o valor contábil é igual ou superior a dez por cento do valor do patrimônio líquido da pessoa jurídica investidora; II - no conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor contábil é igual ou superior a quinze por cento do valor do patrimônio líquido da pessoa jurídica investidora. Métodos de Avaliação de Investimentos 13 Portanto, quem deve aplicar o MEP? Toda empresa que preencher cumulativamente as seguintes condições: a) o investimento deve ser em uma sociedade coligada ou controlada, isto é, a participação societária deverá ser igual ou superior a 10% do capital da sociedade investida; Métodos de Avaliação de Investimentos b) o investimento deve ser relevante, ou seja, o valor contábil do investimento em sociedade coligada ou controlada deve ser igual ou superior a 10% do valor do patrimônio líquido da empresa investidora ou, no caso de ter mais de uma sociedade coligada ou controlada, aquele valor, no conjunto, deverá ser igual ou superior a 15%; e c) o investimento deve ser em sociedade sobre cuja administração tenha influência, ou de que participe com 20% ou mais do capital social. Métodos de Avaliação de Investimentos 15 Lei n. 11.638/2007 •referida lei dá nova redação ao art. 248 da Lei das S/A e amplia os investimentos submetidos ao MEP (efeitos a partir de 1.1.2008). •contudo, todas as alterações introduzidas pela Lei n. 11.638 que modifiquem o critério de reconhecimento de receita, custos e despesas não terão efeitos fiscais para as pessoas sujeitas ao Regime Tributário de Transição – RTT, conforme Lei n. 11.941. Métodos de Avaliação de Investimentos A B C D E 100% 70% 40% 5% 8% Entre A e B (relação de controle) Entre A e D (pelo menos coligação) Entre B e C (relação de controle) Entre B e E Entre D e E aplica MEP aplica CUSTO (exceto se investimento for relevante ou hover influência na administração) Métodos de Avaliação de Investimentos 17 O que é o Método do Custo? • o Método do Custo (“cost method”) fundamenta-se no valor histórico de aquisição da ação ou quota, que geralmente é utilizado na avaliação dos demais bens do ativo, inclusive investimentos temporários ou não relevantes. • em regra, o valor da participação societária avaliada pelo Método do Custo não se altera com o passar do tempo. Método do Custo 18 • os lucros oriundos da participação avaliada pelo Método do Custo deverão ser registrados como receita da investidora somente depois de formalizado o ato de distribuição dos dividendos, não afetando o valor contábil do investimento constante do ativo. • na alienação ou liquidação do investimento, o valor da participação deverá ser baixado do ativo para as contas de resultado da empresa investidora, a fim de apurar eventual ganho ou perda de capital. Método do Custo 19 O que é o MEP? • MEP (“equity method”) constitui um mecanismo de avaliação do valor das participações societárias permanentes consideradas relevantes, baseado na evolução do patrimônio líquido (PL) da sociedade investida. • se o PL dessa sociedade investida aumenta, por ter apurado lucro no exercício, o valor da participação societária da investidora também aumentará. O inverso também é verdadeiro. Método da Equivalência Patrimonial 20 Aplicando o MEP. 1º) Apuração do valor atualizado do investimento Método da Equivalência Patrimonial Valor do Patrimônio Líquido da Investida Percentual que a Investidora possui no Capital Social da Investida x 21 2º) O valor obtido substituirá o valor da última avaliação feita (constante da conta contábil de investimento, no ativo). � a diferença entre tais valores – i.e., a contrapartida para aumento ou diminuição do valor do investimento – deverá ser registrada em conta de resultado denominada “ajuste de equivalência” ou “resultado de equivalência” – a crédito, se aumento (receita) – a débito, se diminuição (despesa) Método da Equivalência Patrimonial Investimento em B 1000 Capital Social 800 Reservas 450 Resultado do Exercício 250 TOTAL DO PL 1500 ATIVO DA EMPRESA A PL ATUALIZADODA EMPRESA B Exemplo: Empresa A (investidora) detém 80% do capital social da Empresa B (investida) e necessita atualizar seu investimento, por ocasião do encerramento do ano-base. Método da Equivalência Patrimonial Valor Atual do Investimento em B: 80% x 1500 = 1200 Contrapartida em Resultado de Equivalência: crédito de 200 conta de ativo 1000 (1) 200 antiga avaliação pelo MEP = 1.000 1200 atual avaliação pelo MEP = 1.200 200 (1) Resultado do MEP conta de resultado Investimento na Empresa B Método da Equivalência Patrimonial Tratamento Fiscal do Resultado do MEP • o resultado positivo do ajuste não constitui receita tributável (exclusão no LALUR) • o resultado negativo do ajuste não constitui despesa dedutível (adição no LALUR) ATENÇÃO: Os lucros auferidos por empresas brasileiras em investimentos no exterior não estão isentos de IRPJ/CSL. Há discussão se o resultado positivo do MEP já poderia ser tributado no Brasil. Método da Equivalência Patrimonial Então o MEP é totalmente neutro para fins fiscais? • embora o resultado do MEP não seja tributável ou dedutível para fins fiscais, o valor do investimento atualizado pelo MEP constitui custo de aquisição para apuração de ganho ou perda de capital, estes passíveis de tributação ou dedução. Método da Equivalência Patrimonial 26 Lucros ou Dividendos Distribuídos (tratamento no MEP) • o valor dos lucros ou dividendos distribuídos pela Investida deverá ser registrado pela Investidora como diminuição da conta patrimonial de investimento no ativo (mero “efeito caixa”). • não há reflexo nas contas de resultado da Investidora. Método da Equivalência Patrimonial 27 Momento do Registro do Ajuste do MEP • ao final do período-base de apuração (trimestral ou anual) • no momento em que ocorrer incorporação, fusão ou cisão • por ocasião da liquidação ou alienação do investimento Método da Equivalência Patrimonial Ágio e Deságio na Aquisição de Investimento • o parâmetro de avaliação do investimento sujeito ao MEP é o valor do PL da investida (proporcional à participação detida pela investidora no capital da investida) • a aquisição de participação por valor superior ou inferior ao referido parâmetro constitui, respectivamente, ágio ou deságio. Método da Equivalência Patrimonial 28 • ágio (deságio) é a diferença positiva (negativa) entre e • por ocasião da aquisição do investimento, o respectivo custo deverá ser desdobrado em: – valor do investimento cf. MEP – ágio /deságio Método da Equivalência Patrimonial custo de aquisição valor do investimento cf. MEP 29 • na constituição do ágio/deságio, as contas de resultado da Investidora não são afetadas. • trata-se de mero desdobramento do custo de aquisição do investimento. • o desdobramento é necessário porque as evoluções de uma e outra conta contábil estarão submetidas a diferentes critérios de avaliação. Método da Equivalência Patrimonial 30 • ágio e deságio também não se confundem com o resultado de equivalência (receita ou despesa) • após a data da aquisição, todas as variações ocorridas no patrimônio líquido da investida serão automaticamente refletidas no valor do investimento (MEP) da investidora. Método da Equivalência Patrimonial 31 Método da Equivalência Patrimonial �Exemplo (1) Empresa A adquire 90% do capital da Empresa B, por 900 - pagamento das participação foi feita à vista e em dinheiro. - em favor do sócio da Empresa B. - na data da aquisição, o PL da Empresa B valia $1000. Caixa Investimento em B Capital Social 900 (1) (1) 900 500 Reservas de Lucros 500 Empresa A Empresa B 90% Método da Equivalência Patrimonial �Exemplo (2) (mesmas condições do exemplo 1) �Empresa A adquire 90% do capital da Empresa B, por 1200 Caixa Investimento em B Capital Social 1200 (1) (1) 900 500 Empresa A Reservas de Lucros 500 Empresa B Ágio em B (1) 300 90% Método da Equivalência Patrimonial �Exemplo (3) (mesmas condições do exemplo 1) �Empresa A adquire 90% do capital da Empresa B, por 700 Caixa Investimento em B Capital Social 700 (1) (1) 900 500 Reservas de Lucros 500 Deságio em B 200 (1) Empresa A Empresa B 90% Fundamentos Econômicos para Ágio/Deságio (a) valor de mercado de bens do ativo da sociedade investida superior ou inferior ao custo registrado na sua contabilidade; (b) valor de rentabilidade da sociedade investida, com base em previsão dos resultados nos exercícios futuros; e (c) fundo de comércio, intangíveis e outras razões econômicas. Método da Equivalência Patrimonial 35 Amortização Fiscal do Ágio/Deságio • amortização contábil e amortização fiscal submetem-se a diferentes parâmetros • a amortização fiscal do ágio (deságio) gera despesa dedutível (receita tributável). • se o ágio ou deságio não for amortizado, ele conserva a função de compor o custo de aquisição para fins de apuração de ganho ou perda de capital, em eventual alienação ou liquidação do investimento. Método da Equivalência Patrimonial A partir de 1998 (Lei nº 9.532/97), a amortização fiscal do ágio passou a ficar condicionada, em linhas gerais: (i) ao tipo de fundamentação econômica (somente os ágios baseados na diferença entre valor de mercado e valor contábil dos bens da investida e na expectativa de rentabilidade futura são amortizáveis); Método da Equivalência Patrimonial 37 (ii) à união entre o ágio e o bem, o direito ou a atividade que o fundamentou, através dos atos de incorporação, fusão ou cisão envolvendo as sociedades investidora e investida; e (iii) à observância das restrições quanto ao prazo mínimo de amortização (cinco anos, se o fundamento for a expectativa de rentabilidade futura). Método da Equivalência Patrimonial 38 Método da Equivalência Patrimonial Ágio e deságio apurado pela diferença entre valor contábil e valor de mercado de ativos: • lançado em contrapartida à conta que registra o bem ou o direito que lhe deu causa. • amortização: integrará o custo do bem ou direito pra efeito de apuração de ganho ou perda de capital, depreciação, amortização ou exaustão – afeta resultado fiscal. 39 Método da Equivalência Patrimonial Ágio e Deságio apurado com base na expectativa de rentabilidade futura • lançado em conta do ativo diferido • amortização: a) Ágio: poderá ser amortizado, inclusive para fins de apuração do Lucro Real, à razão de 1/60 (um sessenta avos), no máximo – prazo mínimo de cinco anos para apropriação da despesa. 40 Método da Equivalência Patrimonial Ágio e Deságio apurado em fundo de comércio ou por outras razões econômicas • lançado em contrapartida a conta de ativo permanente, integrando o custo de aquisição do investimento para efeito de apuração de ganho ou perda de capital. • não sujeito à amortização. 41 Método da Equivalência Patrimonial • poderá ser deduzido como perda no encerramento da atividade da empresa, se comprovada a inexistência do fundo ou do intangível que lhe deu causa, afetando o resultado fiscal apenas nesse caso. 42 43 F I M IMPOSTO DE RENDA PESSOAS JURÍDICAS Normas Específicas Antielisão - Distribuição Disfarçada de Lucros; - Preços de Transferência; - Subcapitalização; IRPJ 2013 DISTRIBUIÇÃO DISFARÇADA DE LUCROS 2 3 - tem por finalidade evitar a transferência de lucros para sócios/acionistas; - encontra-se prevista nos arts. 60 a 62 do Decreto-lei nº 1.598/77 e nos arts. 20 e 21 do Decreto-lei nº 2.065/83 (consolidados no art. 464 e ss do RIR/99); - DDL: negócios realizados entre a pessoa jurídica e as pessoas a esta ligadas em que se presumeque houve favorecimento; Distribuição Disfarçada de Lucros 4 � Pessoas Ligadas: - sócio ou acionista, inclusive se for outra pessoa jurídica; - administrador (sem subordinação) ou o titular da pessoa jurídica; - cônjuge e os parentes até o terceiro grau, inclusive por afinidade, do sócio pessoa física, do administrador ou titular. Distribuição Disfarçada de Lucros 5 � Presunção de DDL nas seguintes transações: - alienação de bem ou direito, por valor notoriamente inferior ao de mercado, a pessoa ligada; - aquisição de bem de pessoa ligada por valor notoriamente superior ao de mercado; - perda de direito à aquisição de bem pela pessoa jurídica em favor da pessoa ligada (e.g. sinal, depósito); - transferência de direito de subscrição de valores imobiliários a pessoa ligada sem pagamento ou por valor inferior ao de mercado; Distribuição Disfarçada de Lucros 6 � Presunção de DDL nas seguintes transações (cont.): - pagamento de aluguéis, royalties ou assistência técnica em montante que excede notoriamente o valor de mercado; - realização de outros negócios em condições de favorecimento; => Importâncias pagas ou creditadas à pessoa ligada que caracterizem favorecimento. Distribuição Disfarçada de Lucros 7 �Questão controvertida: “valor de mercado” - valor que se pode obter pelo bem ou direito no mercado (transações com terceiros); - quando o bem não tiver mercado: a) valores atribuídos a negociações recentes envolvendo bens semelhantes; b) valor determinado por laudo de avaliação; => nessa hipótese inverte-se o ônus da prova. Distribuição Disfarçada de Lucros 8 � Consequências: a) diferença entre o valor de mercado e o valor da operação em condições de favorecimento deverá ser adicionada para fins de IRPJ e CSL; VM = 100 / VO = 80 ⇒100-80 = 20 (Adição ao Lucro Real) b) diferença entre o custo de aquisição do bem pela PJ e o valor de mercado não será dedutível para fins de IRPJ e CSL CA = 100 / VM = 70 => 100-70 = 30 (despesa indedutível – Adição ao Lucro Real) Distribuição Disfarçada de Lucros 9 � Exceções (não caracterizam DDL): - devolução de participação no capital social de bens ou direitos avaliados a valor contábil ou de mercado; - a integralização de capital em bens ou direitos, por pessoa física, pelo valor constante na respectiva declaração de bens; => Exclui-se a presunção da DDL: a prova de que o negócio foi realizado no interesse da pessoa jurídica e em condições estritamente comutativas ou em que a PJ contrataria com terceiros. Distribuição Disfarçada de Lucros PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA 10 11 • norma antielisiva específica; • tem por finalidade evitar a transferência de lucros para uma jurisdição que tenha uma tributação mais favorável; • aplica-se a partes relacionadas (transações intragrupo) ou pessoas residentes em países com tributação favorecida ou sob regime fiscal privilegiado (paraísos fiscais); • normas de preços de transferência existentes na legislação de diversos países. Preços de Transferência 12 Formas de transferência de lucros para o exterior: • superfaturamento nas importações; • subfaturamento nas exportações; • distorções na taxa de juros de empréstimos. Preços de Transferência 13 � Objetivo das Regras de Preços de Transferência: - combater a perda de renda tributável mediante procedimentos de neutralização dos respectivos efeitos; - identificação de um preço parâmetro para compará-lo ao da transação; � Critério de aferição da aceitabilidade das operações: - parâmetro considerado “normal no mercado”; - figura do princípio do arm’s length e dificuldade de sua aferição; Preços de Transferência 14 � Peculiaridades das Regras de Preços de Transferência Brasileiras (Lei n. 9.430/96): • adoção de margens fixas de lucro (presunções); ⇒Praticabilidade x capacidade contributiva • possibilidade de escolha dos métodos pelo contribuinte; • inexistência de APA’s; • inexistência de previsão de ajustes correlatos (art. 9º CM- OCDE); Preços de Transferência 15 � Pessoas vinculadas (art. 23): - matriz, filial ou sucursal; - PF ou PJ cuja participação societária caracterize-a como controladora ou coligada na forma da legislação societária; - PJ que esteja sob controle societário ou administrativo comum ou quando pelo menos 10% do capital social de cada uma das sociedades pertencer a uma mesma PF ou PJ; - PF ou PJ que seja associada, na forma de consórcio ou condomínio, em qualquer empreendimento; Preços de Transferência 16 � Pessoas vinculadas (cont.): - PF que for parente ou afim até o terceiro grau, cônjuge ou companheiro de qualquer de seus diretores ou de seu sócio ou acionista controlador; - PF ou PJ que goze de exclusividade como agente, distribuidor ou concessionário. Preços de Transferência 17 Preços de Transferência Lei n. 9.430/96 Art. 18. Os custos, despesas e encargos relativos a bens, serviços e direitos, constantes dos documentos de importação ou de aquisição, nas operações efetuadas com pessoa vinculada, somente serão dedutíveis na determinação do lucro real até o valor que não exceda ao preço determinado por um dos seguintes métodos: 18 1. Métodos Aplicáveis às Importações: a) Preços Independentes Comparados (PIC); - bens idênticos ou similares (mercado brasileiro ou exterior); - operações de compra e venda do interessado ou terceiros; b) Preços de Revenda menos Lucro (PRL); - até Lei n. 12.715/2012 b.1) 60% (bens importados forem aplicados na produção); b.2) 20% (nas demais hipóteses); Preços de Transferência 19 1. Métodos Aplicáveis às Importações (cont.): b) Preços de Revenda menos Lucro (PRL) - após Lei n. 12.715/2012 => variação do percentual conforme setor de atividade: b.1) 40% (farmacêuticos, fumo, equipamentos óticos, etc.); b.2) 30% (produtos químicos, vidros, celulose e papel e metalurgia); e b.3) 20% (demais setores). c) Custo de Produção mais Lucro (CPL); => margem de lucro presumida de 20% d) Preço de Cotação na Importação (PCI) - após Lei n. 12.715/2012 Preços de Transferência 20 Preços de Transferência Lei n. 9.430/96 Art. 19. As receitas auferidas nas operações efetuadas com pessoa vinculada ficam sujeitas a arbitramento quando o preço médio de venda dos bens, serviços ou direitos, nas exportações efetuadas durante o respectivo período de apuração da base de cálculo do imposto de renda, for inferior a noventa por cento do preço médio praticado na venda dos mesmos bens, serviços ou direitos, no mercado brasileiro, durante o mesmo período, em condições de pagamento semelhantes. 21 2. Métodos Aplicáveis às Exportações: a) Preço de Venda nas Exportações (PVEx) b) Preço de Venda por Atacado diminuído do Lucro (PVA); => margem de lucro presumida de 15% c) Preço de Venda a Varejo diminuído do Lucro (PVV); => margem de lucro presumida de 30% Preços de Transferência 22 2. Métodos Aplicáveis às Exportações (cont.): d) Custo de Aquisição ou Produção mais Lucro (CAP); => margem de lucro presumida de 15% e) Preço sobre Cotação na Exportação (PECEX); - após Lei n. 12.715/2012 Obs: os percentuais de margens predeterminadas estabelecidos para a importação ou exportação poderão ser alterados pelo MF de ofício ou a requerimento da parte interessada (art. 20 Lei n. 9.430/96 – introduzida pela Lei n. 12.715/2012) Preços de Transferência 23 2. Métodos Aplicáveis às Exportações (cont.): � Regras de safe harbour: dispensa da aplicação de regras de preços de transferência nas exportações, quando: a) a receita de exportações não exceda 5% de sua receita líquida (representatividade); b) o lucro líquido apurado decorrentede suas exportações para vinculadas seja inferior a 10% (lucratividade); Preços de Transferência 24 Preços de Transferência Lei n. 9.430/96 Art. 22. Os juros pagos ou creditados a pessoa vinculada somente serão dedutíveis para fins de determinação do lucro real até o montante que não exceda ao valor calculado com base em taxa determinada conforme este artigo acrescida de margem percentual a título de spread, a ser definida por ato do Ministro de Estado da Fazenda com base na média de mercado, proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros (Redação dada pela Lei n. 12.766/2012). 25 3. Métodos Aplicáveis aos Juros : � Até 2013: - contratos não registrados no BACEN: Libor + 3% anuais - contratos registrados no BACEN: juros na taxa registrada � Após 2013: - não faz qualquer diferença entre contratos registrados (ou não) no BACEN; - taxa de juros determinada pela lei: - de mercado dos títulos soberanos no mercado externo (R$ ou USD); - LIBOR; - acrescida do spread definido por ato do MF; Preços de Transferência SUBCAPITALIZAÇÃO 26 27 Subcapitalização Formas de financiamento de uma sociedade: � Integralização de capital � Empréstimo Subcapitalização (thin capitalization): � Desproporção entre o capital social de uma sociedade e seu passivo; � Nível de endividamento superior àquele que a sociedade obteria junto ao mercado; 28 Subcapitalização Aspectos não tributários: • Empréstimo: - questão relacionada à preferência de crédito de terceiros em relação aos créditos próprios; - possibilidade de remuneração dos sócios independentemente de lucro na sociedade; • Capital: - sócio participa do risco do negócio; quanto maior o capital, maior a garantia de terceiros credores; - mais burocrático; pressupõe uma série de atos societários; 29 Subcapitalização Aspectos tributários: - vantagem do ponto da carga tributária no investimento por empréstimo em relação ao investimento em capital; • Empréstimo: juros – IRF 15%; • Capital: dividendos – isentos (pré-tributação 34%); => Vantagem tributária do investimento por meio de empréstimo: 19% => Tentativa de atenuação dessa vantagem pela possibilidade de pagamento de JCP (sobre PL); 30 Subcapitalização Medidas normalmente adotadas pelos países para combater a Subcapitalização: • Reclassificação do pagamento excessivo de juros como dividendos: tratamento tributário de dividendos; • Indedutibilidade do pagamento excessivo de juros: tratamento tributário de juros, porém indedutíveis para fins de apuração do IRPJ; 31 Questão: O que pode se considera como endividamento excessivo para fins de subcapitalização? � Razão entre dívida/capital (debt to equity ratio); - Somente dívida com partes relacionadas (também partes não relacionadas situadas em paraísos fiscais); - Fixação de um coeficiente dívida/capital determinado; - Coeficiente varia de país para país; Subcapitalização 32 � Regras de Subcapitalização adotadas pelo Brasil ( arts. 24 e 25 da Lei n. 12.249/2010) - Adota o critério da indedutibilidade dos juros pagos se o coeficiente de endividamento for superior ao legal (despesas são consideradas não necessárias à atividade da empresa); - Adota uma Razão entre dívida/capital (debt to equity ratio) diferente conforme se trate de empréstimos efetuados por residente em “paraíso fiscal” ou não; - Aplica-se somente em relação aos juros pagos ou creditados por fonte situada no Brasil a PF ou PJ domiciliada no exterior; Subcapitalização 33 • não paraíso fiscal: (a) Com participação na sociedade brasileira: 2 x 1 – nível de endividamento com parte relacionada pode ser igual a 2 vezes o valor da participação desta no PL (art. 24, I); (b) Sem participação na sociedade brasileira: 2 x 1 – nível de endividamento com parte relacionada pode ser igual a 2 vezes o valor do PL da investida brasileira (art. 24, II); => Limite geral: dedutibilidade dos juros está condicionada a que o valor do somatório dos endividamentos não seja superior a 2 vezes o valor do somatório das participações de todas as vinculadas; Subcapitalização 34 • paraíso fiscal: (a) irrelevante a existência de participação na sociedade brasileira: 1 x 3 – nível de endividamento com todas as entidades situadas em “paraíso fiscal” pode ser igual a 30% do valor do PL da investida brasileira; � Paraíso fiscal: em realidade a legislação fala em países ou dependências com tributação favorecida ou regime fiscal privilegiado (art. 24 e 24-A da Lei n. 9.430/96) Subcapitalização 35 � Conceito de pessoa vinculada: - aquele previsto na legislação de preço de transferência (e.g. matriz, filial, sucursal, coligada, distribuidor com exclusividade) � Inaplicabilidade das Regras de Subcapitalização: - captação de recursos do exterior por instituições financeiras para repasse no mercado brasileiro (art. 24, § 7º; e art. 25; § 5º); Subcapitalização 36 � Incluem-se no cálculo do endividamento: - todas as formas e prazos de financiamento, independentemente de registro no BACEN (art. 24, § 1º e art. 25, § 1º); - o endividamento de pessoas residentes no Brasil em que pessoa vinculada seja: avalista, fiador, procurador ou interveniente; � Cálculo do endividamento e do PL: - calculado conforme média ponderada mensal (art. 25, § 4º); Subcapitalização FIM 37 IMPOSTO DE RENDA PESSOAS JURÍDICAS Juros sobre o Capital Próprio Reorganização Societária IRPJ 2013 JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO 2 3 Juros sobre o Capital Próprio Lei n. 9.249/95 Art. 9º. A pessoa jurídica poderá deduzir, para efeitos da apuração do lucro real, os juros pagos ou creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a título de remuneração do capital próprio, calculados sobre as contas do patrimônio líquido e limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP. § 1º O efetivo pagamento ou crédito dos juros fica condicionado à existência de lucros, computados antes da dedução dos juros, ou de lucros acumulados e reservas de lucros, em montante igual ou superior ao valor de duas vezes os juros a serem pagos ou creditados. Juros sobre o Capital Próprio § 2º Os juros ficarão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte à alíquota de quinze por cento, na data do pagamento ou crédito ao beneficiário. § 3º O imposto retido na fonte será considerado: I - antecipação do devido na declaração de rendimentos, no caso de beneficiário pessoa jurídica tributada com base no lucro real; II - tributação definitiva, no caso de beneficiário pessoa física ou pessoa jurídica não tributada com base no lucro real, inclusive isenta, ressalvado o disposto no § 4º; 5 Juros sobre o Capital Próprio § 5º No caso de beneficiário sociedade civil de prestação de serviços, submetida ao regime de tributação de que trata o art. 1º do Decreto-Lei nº 2.397, de 21 de dezembro de 1987, o imposto poderá ser compensado com o retido por ocasião do pagamento dos rendimentos aos sócios beneficiários. § 6º No caso de beneficiário pessoa jurídica tributada com base no lucro real, o imposto de que trata o § 2º poderá ainda ser compensado com o retido por ocasião do pagamento ou crédito de juros, a título de remuneração de capital próprio, a seu titular, sócios ou acionistas. 6 Juros sobre o Capital Próprio § 7º O valor dos juros pagos ou creditados pela pessoa jurídica, a título de remuneração do capital próprio, poderá ser imputado ao valor dos dividendos de que trata o art. 202 da Lei nº 6.404, de15 de dezembro de 1976, sem prejuízo do disposto no § 2º. § 8º Para os fins de cálculo da remuneração prevista neste artigo, não será considerado o valor de reserva de reavaliação de bens ou direitos da pessoa jurídica, exceto se esta for adicionada na determinação da base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido. 7 Juros sobre o Capital Próprio Os Juros sobre o Capital Próprio (JCP) são calculados sobre as contas do patrimônio líquido: � capital social � reservas de capital � reservas de resultados � lucros ou prejuízos acumulados � Resultado do Exercício não é considerado O cálculo dos JCP está limitado à variação diária da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP 8 Juros sobre o Capital Próprio Pagamento dos JCP depende da aprovação da assembléia geral dos acionistas ou da reunião dos sócios � do mesmo modo que a distribuição de dividendos É possível imputar o valor pago a título de JCP aos dividendos obrigatórios a que tem direitos os acionistas ou sócios � não é obrigatório 9 Juros sobre o Capital Próprio Ao contrário dos dividendos, os JCP são dedutíveis na apuração das bases de cálculo do IRPJ e da CSL • redução do IRPJ/CSL = aprox. 34% x JCP Limites de dedutibilidade dos JCP: o maior valor entre as seguintes contas: • 50% do Lucro Líquido do Exercício • 50% do saldo de Lucros Acumulados e Reserva de Lucros 10 Juros sobre o Capital Próprio Momento da dedutibilidade: � com o pagamento efetivo dos JCP � com o crédito contábil do passivo com identificação dos beneficiários 11 Juros sobre o Capital Próprio Pagamento de JCP acumulado relativo a anos anteriores � discussão sobre o momento da dedutibilidade � regime de competência x regime de caixa � ajustes relativos a variação do patrimônio ao longo dos diversos anos � limites de dedutibilidade apurados de acordo com os índices do ano em que se realizar o pagamento 12 Juros sobre o Capital Próprio Discussão sobre a Natureza Jurídica dos JCP Juros � receita/despesa financeira � jurisprudência administrativa e judicial Dividendos � juros somente remuneram a concessão de créditos � possibilidade de imputar os JCP aos dividendos obrigatórios. � CVM Juros sobre o Capital Próprio Balanço Patrimonial em 31.12.2010 Capital Social 300.000 Reservas de Lucros 70.000 Lucros Acumulados 50.000 Patrimonio Líquido (Base para JCP) 420.000 Resultado do Exercício de 2010 40.000 Juros sobre Capital Próprio - JCP JCP (420.000 x 6% TJLP) 25.200 Limites de Dedutibilidade 50% x Resultado do Exercício de 2010 (40.000 x 50%) 20.000 50% x Reserva de Lucros e Lucros Acum. (120.000 X 50%) 60.000 JCP Dedutíveis 25.200 REORGANIZAÇÕES SOCIETÁRIAS 14 15 Aumento de Capital Social O aumento do capital social pode ter origens diversas: � novos aportes � aproveitamento de reservas de lucros Sócio Pessoa Jurídica realizando novo aporte: � em dinheiro: não gera tributação para investidor � em bens ou direitos: comparar o valor de avaliação feito para fins de aumento de capital com o custo contábil de aquisição => se diferente, ganho ou perda de capital 16 Aumento de Capital Social Aumento do capital social mediante aproveitamento de reservas de lucros � não há tributação 17 Restituição de Capital Social Restituição da Participação no Capital ao Sócio, mediante Entrega de Bens – Sociedade investida (e não o sócio investidor) poderá avaliar o bem a ser entregue pelo valor contábil (custo no balanço) ou pelo valor de mercado. • Valor contábil: não há ganho de capital • Valor superior ao contábil: ganho de capital tributável – Tributação do ganho de capital na sociedade investida (e não no sócio ou acionista) 18 Exemplo – Soc. Investida restitui toda a participação que determinada Soc. Investidora possui, entregado-lhe imóvel, registrado contabilmente por $300.000. Se o imóvel for avaliado pelo valor contábil $300.000 • Investidora baixa quotas e registra imóvel pelo mesmo valor da participação extinta. • Não há ganho de capital tributável Restituição de Capital Social 19 Se o imóvel for avaliado por valor superior ao contábil (valor de mercado de $400.000) • Investidora baixa quotas e registra o imóvel pelo valor da avaliação a mercado ($400.000) • A diferença entre o valor da avaliação a mercado e o valor contábil do bem ($100.000) constituirá ganho de capital, tributável na Soc. Investida • A diferença entre o valor do imóvel registrado na contabilidade da Investidora e o valor das quotas baixadas será considerado rendimento isento / não- tributável. Restituição de Capital Social Considere Empresa A e Empresa B, sem qualquer relacionamento societário prévio Incorporação, Fusão ou Cisão 1200 2000 1000 200 Bancos Máquinas Capital Reserva Lucros EMPRESA A 400 500 600 500 Bancos Imóvel Capital Reserva Lucros EMPRESA B Empresa A incorpora Empresa B Incorporação, Fusão ou Cisão 1200 1000 2000 400 500 1600 2500 600 200 500 700 Bancos Imóvel Capital Reserva Lucros Máquinas EMPRESA A Considere que a Investidora A possui 100% de participação no capital da Investida B Incorporação, Fusão ou Cisão 1200 2000 1000 200 Bancos Invest. em B Capital Reserva Lucros INVESTIDORA A 400 500 600 500 Bancos Imóvel Capital Reserva Lucros INVESTIDA B Investidora A incorpora Investida B Incorporação, Fusão ou Cisão 1200 2000 400 1600 600 200 Bancos Imóvel INVESTIDORA A Capital Reserva Lucros Considere que a Investidora A possui 60% de participação no capital da Investida B Incorporação, Fusão ou Cisão 400 500 600 500 Bancos Imóvel Capital Reserva Lucros INVESTIDA B 1600 2000 600 200 Bancos Invest. em B Capital Reserva Lucros INVESTIDORA A Investidora A incorpora Investida B Incorporação, Fusão ou Cisão 1600 2000 400 200 2000 2200 600 200 200 400 Bancos Imóvel INVESTIDORA A Capital Reserva Lucros A incorporação de 40% do patrimônio da Investida B deve ser considerado como aumento de capital na incorporadora. Em virtude da incorporação da Investida B, a Investidora A deverá emitir novas ações em favor dos demais acionistas da Investida B, então detentores de 40% do capital. Portanto, os demais acionista da investida B passarão a ser acionistas da Investidora A Incorporação Reversa: Investida B incorpora Investidora A Incorporação, Fusão ou Cisão Na incorporação reversa, o resultado patrimonial deverá ser o mesmo da incorporação dita “direta”. Apenas quem deverá receber novas ações (em razão da extinção da Investidora A, pela incorporação) serão os acionistas da Investidora A. 27 Principais efeitos fiscais oriundos da incorporação, fusão ou cisão � perda dos prejuízos fiscais acumulados pela incorporada (a incorporadora conserva seus prejuízos). � se cisão parcial, a perda será proporcional ao valor do patrimônio líquido vertido para a sociedade cindida. � início da amortização fiscal do ágio/deságio Incorporação, Fusão ou Cisão 28 F I M