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ROTEIRO DE AULA PRÁTICA COMPORTAMENTO ELÁSTICO DE UM LAMINADOR José María R. Caccioppoli Comportamento elástico de um laminador 50 COMPORTAMENTO ELÁSTICO DE UM LAMINADOR 1 - OBJETIVO Determinar experimentalmente o comportamento elástico de um laminador de laboratório. 2 - APARELHAGEM • Laminador Fröhling, de 40 ton. de capacidade, diâmetro dos cilindros de 200 mm, instrumentado com células de cargas de compressão, com interfases A/D, computadorizado. • Relógio comparador montado em uma base de medições. • Chapas diversas (corpos de prova) a serem laminadas. 3 - PROCEDIMENTO Para a determinação experimental da deformação elástica de um laminador e do seu(s) módulo(s) de rigidez, serão laminadas algumas chapas de larguras e/ou espessuras diferentes, eventualmente também de materiais diferentes, porém todas elas mantendo a abertura inicial dos cilindros “g” fixa. O valor da abertura “g” será avaliado experimentalmente, assim como as cargas P de laminação e as espessuras finais hf obtidas para cada passe de laminação. 3.1 - Preparação do sistema Escolha um conjunto de corpos de prova (chapas) que podem ser de diferentes materiais e/ou espessuras e/ou larguras, porém que sejam “consistentes”, ou seja, que todas elas possam ser laminadas para uma abertura dos cilindros “g” fixa para todas as operações de laminação. Verifique as ligações elétricas de todo o sistema de operação e de medições do laminador. Obedeça a seqüência de operações necessárias (energização do sistema, carregamento de “software” específico, etc.) necessárias para iniciar as diferentes operações de laminação, segundo determinações e orientações do Operador Técnico responsável pelos equipamentos. Através do “Sistema de Operação e Controle do Laminador”, utilizando o módulo “Ajuste de Posição dos Cilindros” e em função do conjunto de chapas escolhido, posicione os cilindros de laminação de forma que todo o conjunto de chapas possa ser então laminado, mantendo fixa essa posição. 3.2 - Medição da abertura inicial “g” entre os cilindros No entanto que o módulo de Ajuste de Posição dos Cilindros fornece indicação da abertura inicial (luz ou "gap") “g” entre os cilindros, e conveniente proceder a deter- minação experimental mais precisa dessa abertura inicial. A abertura “g” seria a espessura final hf correspondente à laminação de um material em condições ideais de carga nula, onde não haveria deformações elásticas do laminador. Esta situação pode ser simulada utilizando um material com resistência à deformação praticamente nula (comparada com a resistência de metais), exemplo, Comportamento elástico de um laminador 51 utilizando plasticina. Portanto, laminando uma "chapa" de plasticina e medindo-se sua espessura final obtém-se o valor experimental da abertura inicial “g” dos cilin- dros. Utilizando um conjunto “relógio comparador” e “base de medição”, realize uma Série de Medições para determinar a abertura inicial dos cilindros. Registre os valores medidos na TABELA 1 e determine o resultado da Série (abertura dos cilindros) e seu erro. 3.3 - Procedimentos e medições durante o ensaio Cada corpo de prova será laminado em um único passe ou em vários passes, cada um deles em condição de lubrificação qualquer (sem lubrificante - a seco -, com óleo ou com molykote/óleo), porém mantendo sempre a abertura inicial “g” fixa durante todas as operações de laminação.. Para cada operação de laminação proceda como segue: • Segundo seja o caso, lubrifique o conjunto “corpo de prova/cilindro”. • Utilizando o “Sistema de Operação e Controle” escolha a mínima velocidade de laminação do equipamento e coloque o mesmo em funcionamento. • Inicialize o “Sistema de Aquisição e Registro de Dados” (carga de lamina- ção).e digite os campos solicitados pelo “software”. • Inicie o passe de laminação. • Acompanhe visualmente no monitor do sistema o gráfico da “Carga de lamina- ção” em função do “Tempo”. Finalizado o passe de laminação: • Retire a chapa recentemente laminada e meça sua espessura final hf. • Utilizando o “software” específico do sistema computadorizado, grave os dados adquiridos (através da interfase A/D) da carga de laminação em um arquivo eletrônico com extensão “.frl” (próprio do sistema) e também em um arquivo com extensão “.txt” para eventual “exportação”. • Na determinação da “Carga experimental (media) P de laminação do passe” deve-se considerar que no início do processo (na mordida) e no fim (na expul- são da cauda) ocorrem grandes variações da carga de laminação (regiões não estáveis), como indicado no exemplo da FIG 30. Figura 30 “Carga de laminação” em função do “Tempo”. Comportamento elástico de um laminador 52 Como é de interesse avaliar a carga de laminação como sendo um valor único, representativo do processo, deve-se considerar a região de laminação em condições razoavelmente estacionárias (onde os valores da carga sejam apro- ximadamente constantes). Os valores de cargas fora desta região devem ser ignorados. Assim, para a determinação experimental da carga de laminação, tem-se as seguintes opções: a) Observando o gráfico "Carga P de Laminação - vs.- Tempo" mostrado no monitor do sistema, pode-se identificar a região onde os valores se apre- sentam razoavelmente estacionários. Excluídos os valores fora desta região, a carga (média) P de laminação, correspondente ao passe, pode ser determinada pela medição direta no eixo vertical do gráfico. b) Solicitar a impressão do gráfico anterior e repetir as orientações detalhadas acima. c) Utilizar o arquivo com extensão “.txt” em uma planilha eletrônica, selecionar os valores de carga correspondentes à região estacionária (por inspeção visual dos valores) e determinar a carga (media) P de laminação como sendo a media dos valores selecionados. Após estes procedimentos: • Registre no corpo da TABELA 2 a identificação do corpo de prova utilizado, o passe correspondente, os valores da carga P de laminação do passe e a espessura final hf. • Calcule o valor do cedimento elástico s∆ segundo a equação (32) e registre seu valor na própria TABELA 2 • Represente os valores obtidos em um gráfico “Carga P de Laminação - vs. - Cedimento Elástico s∆ ”. Este gráfico lhe ajudará a decidir quais devem ser as próximas operações de laminação a serem executadas. 4 - PROCESSAMENTO DOS DADOS • Considerando os pontos locados, desenhe a curva continua (não linear) que represente a função (34): ( )sfP ∆= . • Admitindo que a função tenha um comportamento linear [ou seja, admitindo valida a equação (36)], determine a semi-reta, passante pela origem de coorde- nadas, que melhor se ajuste aos valores experimentais. A semi-reta que melhor aproxime os pontos poderá ser determinada visualmente ou através de técnicas numéricas (exemplo, utilizando o Método dos Mínimos Quadrados). Caso se utilize alguma planilha eletrônica para fazer a “regressão linear” (Método dos Mínimos Quadrados), deve-se ter a precaução de que é uma “regressão linear condicionada” (a semi-reta deve passar pela origem) Comportamento elástico de um laminador 53 • Determine o valor do “Módulo de Rigidez M ” característico do laminador, que é igual a inclinação (algébrica) da semi-reta: ( )s P M ∆∆ ∆ = como ilustrado na FIG 31. Figura 31: Determinação do Módulo de Rigidez M de um Laminador. • Fundamente e desenvolva um algoritmo de cálculo para o calculo do “Duplo Módulo de Elasticidade” e determine os valores de: a) Módulo Elástico 1 do Laminador (válido para cargas “baixas”, no intervalo ( )*PP0 ≤≤ . b) Módulo Elástico 2 do Laminador (válido para cargas “altas”, no intervalo ( )*PP ≥ . c) Força *P de transição entre cargas “baixas” e “altas”. d) Cedimento elástico *S∆ de transição (correspondente a força *P de transi- ção). • Escreva as equações de trabalho (a serem utilizadas posteriormente) correspon- dentes ao: e) segmento de reta (associado ao Módulo Elástico 1 do Laminador) é válido para cargas no intervalo ( )*0 PP ≤≤ , ou então, para cedimentos elásticos ( )*0 SS ∆≤∆≤ ; f) semi-reta (associada ao Módulo Elástico 2 do Laminador) é válida para cargas de laminação *PP ≥ , ou então, para cedimentos elásticos *SS ∆≥∆ 5 - PONTOS PARA DISCUSSÃO • Discuta a validade de se considerar linear o comportamento da função ( )sfP ∆= • Se a experiência fosse repetida nas mesmas condições (abertura inicial “g” dos cilindros, materiais, geometria das chapas, etc.), porém variando unicamente as condições de lubrificação, que resultados se esperariam? O comportamento da função ( )sfP ∆= seria alterado? Comportamento elástico de um laminador 54 • Se a experiência fosse repetida nas mesmas condições (materiais, geometria das chapas, condições de lubrificação, etc.), porém para um outro valor da abertura inicial “g” dos cilindros, que resultados se esperariam? O comportamento da função ( )sfP ∆= seria alterado? • Compare os valores dos módulos de rigidez, obtidos para o laminador do laboratório com os valores usuais que se encontram para laminadores industriais. • Considerando o gráfico similar ao da FIG 31, construído com os dados experimentais utilizados para determinar o modulo de rigidez M: g) que tipo de dispersão mostram os pontos experimentais e que se poderia comentar acerca a natureza ou origem desta dispersão? h) considerando a dispersão dos dados mencionada acima, poderia indicar o grau de incerteza ∆M na determinação do valor do modulo de rigidez M? Comportamento elástico de um laminador 55 TABELA 1– Abertura dos cilindros “g” Leitura de referência do relógio comparador: L0 = ( ± ) mm No Leitura L [mm] No Leitura L [mm] 1 11 2 12 3 13 4 14 5 15 6 16 7 17 8 18 9 19 10 20 Leitura (resultado da Série de Medições): L = ( ± ) mm Abertura dos cilindros: g = ( ± ) mm Comportamento elástico de um laminador 56 TABELA 2 – Cedimentos elásticos Abertura dos cilindros: g = ( ± ) mm Leitura de referência do relógio comparador: L0 = ( ± ) mm Opera- çãoº Corpo de Prova Passe NO Leitura (mm) Espessura Final hf (mm) Cedimentos elásticos ∆∆∆∆s (mm) Carga P de Laminação (kgf) 1 2 3 4 5 6 7 8 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25