Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Vivian Rocha Evolução 2012/2 Vivian Rocha 2 26/10/12 AULA I - SISTEMÁTICA Perguntas da prova: Porque a Sistema Filogenética é importante? O que é deriva gênica, espécie, população, vida e seleção natural? As forças evolutivas são agentes que modificam características das populações ao longo do tempo. As forças evolutivas são a mutação, seleção natural, deriva gênica e a migração. Migração é a reorganização geográfica de uma população. A evolução é a mudança nas frequências gênicas ao longo do tempo. Uma mudança que gera uma vantagem para um indivíduo mutante pode gerar uma adaptação. A força preponderante nesse caso é a seleção natural, que ira dar a este indivíduo chances de sobrevivência e de reprodução. A seleção ira depender do momento (estagio) em que a população se encontra. Se no momento houver bastante recurso à força de seleção é pequena, se a vantagem adaptativa é pequena a força de seleção é pequena. Com isso a seleção natural é probabilidade diferencial de sobrevivência e reprodução de variantes. Ex.: 2 indivíduos mutantes iguais (clones), onde o primeiro tem um gene A em um locus e o segundo possui um gene B nesse mesmo lócus e a probabilidade do mutante com gene A sobreviver é maior do que a do mutante B, com isso podemos chegar a conclusão que A é um alelo adaptativo, é um gene vantajoso em relação a B. Isso significa que o indivíduo que possui o alelo A possui uma probabilidade maior de sobrevivência do que o indivíduo que tem o alelo B. O que não significa necessariamente que o indivíduo A vai sobreviver e se reproduzir, porque o acaso sempre atua, principalmente quando a força seletiva é baixa. A deriva gênica é uma flutuação aleatória nas frequências gênicas (é o acaso atuando, seria aquilo que nós não prevemos). Quando a força de seleção é baixa a deriva gênica vai atuar muito, mas se a força de seleção for forte a deriva gênica ira atuar menos, mas irá atuar. Ela sempre atua porque não há como prever as coisas que podem ocorrer. Ex.: Uma caverna sofre um colapso em cima do indivíduo que possuía um alelo vantajoso. Esse seria um exemplo da deriva gênica diminuindo a frequência de um alelo vantajoso. A deriva gênica também pode diminuir a frequência de um gene desvantajoso. Ex.: Um raio cai em um indivíduo possui um gene que é responsável por ele não enxergar direito. Não é seleção natural, pois não tem nada haver com o gene, este individuo morreu por acaso, mas foi a deriva diminuindo a frequência de um gene deletério. Ou seja, a deriva é ao acaso é tudo que acontece não por causa do gene. Ela pode aumentar tanto um gene vantajoso como um desvantajoso. O efeito da deriva gênica é melhor percebido em populações pequenas. Isso porque populações grandes são previsíveis. Ex.: Em população de um bilhão de indivíduos, onde há uma frequência de 0,5 nessa população, essa frequência não ira se alterar muito na próxima geração. Em uma população de 10 em indivíduos onde 5 são A e 5 são B, onde morrem 2 indivíduos de A sem reproduzir, a frequência de A já caiu 30% e a de B já subiu, ou seja a flutuação foi de 50 para 30 em uma geração. Se a frequência de um alelo chega a 100% ou a 0 acabou a evolução. Chamamos a frequência quando chega a 100% ou 1 de fixação do alelo. Mutação é a alteração herdável do material genético. A diferença do material genético para o código genético, é que este último é a transformação dos códons em aminoácidos, e o material genético e o material herdável que passa ancestral para descendente. Em uma população diploide (cada indivíduo tem 2 gens) um novo mutante nasce com a frequência de , onde N é o número de indivíduos da população. A probabilidade desse mutante se fixar, ou seja, chegar a frequência de 1, vai depender se ele é vantajoso ou não. Se ele é vantajoso, mas recessivo provavelmente ele irá se perder o mesmo não ocorre se ele for dominante. A frequência de um alelo neutro é a probabilidade daquele alelo se fixar. Em uma população com 2 alelos neutros, ou seja, um não dá mais vantagem que o outro, a vantagem é a mesma, A têm a frequência 90% e B de 10%, a probabilidade do A se fixar é 90% e a probabilidade do B se fixar é 10%. Vivian Rocha 3 Espécie é um grupo de indivíduos capazes de reproduzir e gerar descendentes férteis. A fronteira de uma espécie delimita o potencial de espalhamento da nova característica que surge. Duas espécies evoluem isoladamente, porque não há fluxo gênico entre elas. Obs.: Não temos como falar do conceito de espécie temporalmente, então o conceito de espécie não se aplica a populações que vivem em tempos diferentes porque estas estão isoladas. Especiação é o processo biológico que origina duas espécies descendentes a partir de uma espécie ancestral. O processo de especiação é um processo lento e gradual e de preferência em alopatria. Para o novo mutante gerar especiação este não pode ser incompatível com a população onde ele nasceu. A especiação alopátrica é a especiação com barreira geográfica, que é uma barreira que impede o cruzamento. A especiação simpátrica se inicia com uma mudança no ambiente que interfere na reprodução. Com a mudança do ambiente esses indivíduos param de ser compatíveis entre si gerando duas populações incompatíveis entre si. Ex.: Existia um grupo de moscas que se alimentavam de uma planta X, mas dentro desse grupo existiam moscas que tinham preferência por se alimentar de uma planta Y que não habitava esse lugar, motivo pelo qual elas se alimentavam da planta X, ao introduzirmos a planta Y (mudança no ambiente) no local aquela parcela população que se alimentava da planta X, mas tinha preferência pela planta Y, para de se alimentar da primeira e começa a se alimentar da segunda. Com isso 96% dos cruzamentos ocorrem entre em indivíduos que possuem a mesma preferência alimentar. Sistemática Filogenética A evolução da à biologia poder previsão, porque a distribuição das características obedece a um padrão filogenético, que é o padrão das historias de especiação e homogeneização das espécies. Ex.: Ao acharmos uma nova espécie que possui pêlos que é uma característica exclusiva de mamíferos, podemos prever que este organismo vai possuir também glândulas mamárias e dentes diferenciados que são características que apenas mamíferos apresentam. Isso é poder de previsão, porque a distribuição das características não é aleatória ela segue o curso do tempo e o padrão de ancestralidade e descendência. A origem da característica é aleatória através da mutação, mas a distribuição não, ela segue o fluxo do tempo e um padrão de ancestralidade e descendência (uma arvore filogenética). Ex.: Temos uma característica que é a suscetibilidade a uma droga, que as espécies A e C possuem, com isso provavelmente a espécie B também será. Isso é poder de previsibilidade. O conhecimento biológico associa duas coisas, uma parcela da diversidade com o padrão. Por isso a sistemática é a estrutura na qual vamos pendurar o conhecimento biológico. Sem uma sistemática bem feita e que faça sentido a filogenia não faz sentido. E através da filogenia é que as espécies recebem as características, recebem seu genoma. A distribuição filogenética ou os padrões filogenéticos determinam os padrões de distribuição das características, o ideal é que a sistemática dê nome aos ramos de uma filogenia. Importância da filogenia - As espécies de um gênero atual foram uma única espécie no passado. Essas espécies, que antes eram uma só e que se diferenciaram, apresentam características compartilhadas que são as mesmas que o seu ancestral comum exclusivo apresentava. Membros naturais de grupos monofiléticos tem uma chance maior de compartilhar características novas do que outros organismos. Duas partes são homologas se as regiões similares são similares devido a uma origem comum, ou seja, se o ancestral comum já era daquele jeito. O que define relação de ancestralidade é um ancestral comum exclusivo. Importância da Sistemática Filogenética - Uma sistemática baseada em cor (apenas uma característica) seria uma sistemática fácil, onde teríamos o grupo Viridata que contém todos os organismos verdes, mais isso não é possível, pois nenhuma característica vai conseguir ser conectada a Viridata ao não ser o fato dos organismos serem verdes. Nenhum padrão comportamental, nenhuma característica fisiológica ou genômica, nada morfológico poderá ser associado ao grupo Viridata a não ser a cor, a taxonomia Viridata é uma taxonomia baseada em uma característica, e não uma taxonomia baseada na historia evolutiva. Além disso, o ancestral comum a todos eles não apresenta cor verde. Com esse tipo de taxonomia não é possível com isso acumular conhecimento biológico. Diferente disso nos temos os mamíferos que possuem glândulas mamárias, dentes diferenciados e pêlos e essas características aparecem somente nas 5 mil espécies presentes nesse grupo, o tornando um grupo monofilético, que é um grupo que já foi uma espécie única, motivo pelo qual eles compartilham essas características e entre outras sinapomorfias. Obs.: Em Viridata a cor verde não é homologa, pois a cor verde não estava no ancestral comum exclusivo desse grupo. Vivian Rocha 4 Vantagem x Desvantagem da S. Filogenética (Prova) - Desvantagem: Taxonomia ser polifônica, todos os gêneros tem o mesmo nível hierárquico, enquanto que na taxonomia filogenética, eles não apresentam mesmo nível hierárquico; não sabemos a filogenia e por isso, é muito difícil de ser estabilizada. Outro problema é que a taxonomia não pode ser mudada o tempo todo. Vantagem: Sabendo sobre a filogenia, podemos prever o compartilhamento de caracteres que não foram usados para fazer a filogenia. 29/10/12 1) Toda a característica mutante nasce em heterozigoze na frequência igual a , onde N é o número de indivíduos e 2 é o organismo diploide e um é o erro dado pela replicação em um indivíduo. Essa razão aumenta de acordo com o crescimento populacional até ela se tornar 1, ou seja, até toda a população ser homozigota para aquele alelo. Portanto, a população com genes vantajosos irão aumentar de frequência até se ter a fixação, através da seleção natural pela pressão do meio. No entanto, essa população não tinha só esse gen e sim milhares, e onde a maior parte deles não evolui por seleção natural e sim por deriva gênica, pois esta ira gerar mais variação, porque seleção natural pega variante adaptativo e fixa, em um cenário de deriva é que temos a variação. Nova mutação Aa Aa aa 2) ( ) Se o mutante for neutro a probabilidade dele se fixar é igual à frequência dele na população. Então se há 70 indivíduos vermelhos e 30 indivíduos amarelos a probabilidade do vermelho se fixar é 70% e a do amarelo é 30%. ( ) O indivíduo que possui vantagem tem uma probabilidade maior que a própria frequência, mas a probabilidade do desvantajoso fixar não é 0 (só se fosse letal). Mesmo com uma seleção a favor do mutante às vezes, este perde, mas isso não quer dizer que a seleção natural não estava atuando, só quer dizer que a seleção natural perdeu para deriva gênica. A seleção natural é uma força evolutiva que atua sempre em conjunto com a deriva. Então é possível que o desvantajoso se fixe principalmente se o vantajoso estiver em uma baixa frequência. Nas gerações iniciais é mais frequente termos a perda do vantajoso, pois este possui baixa frequência, em função da deriva gênica. 3) Mutante compatível com Selvagem O mutante sempre será compatível com o selvagem, se não ele irá morrer sem deixar descendentes. Mas dois mutantes podem ser incompatíveis entre si, se isso ocorre o mutante que realizar migração para o lado do outro não conseguira sobreviver se o mutante que vive ali já houver se fixado. Gráfico - Tempo x Frequência do alelo. Nele temos 3 alelos vantajosos A, B, C em 3 lócus diferentes e com graus de dominância diferentes. O alelo A é recessivo, pois a seleção natural não enxerga ele. O alelo vantajoso recessivo só vai aumentar de frequência por deriva gênica, mesmo sendo vantajoso, porque ele esta mascarado no heterozigoto. Todo novo mutante aparece em um heterozigoto, pois a DNA polimerase só vai errar um gene. Uma vez que ele suba de frequência por deriva e ele entre em dupla dose, a seleção natural ira atuar aumentando a frequência dele para 1, onde ele fixa. O alelo C é dominante, a seleção ira atuar desde o primeiro indivíduo, pois ele já possui vantagem já que é dominante, só que ele nunca ira se fixar, porque vai sempre haver um recessivo deletério escondido na população. É o caso das doenças Vivian Rocha 5 genéticas, a maior parte delas são recessivas. O alelo B é codominante a seleção natural enxerga ele no inicio e ele se fixa porque o fenótipo é diferente. 09/11/12 AULA II - EVOLUÇÃO HUMANA “Big Bang”: O Big Bang é uma teoria que explica a origem do universo, a evidencia que de que ele realmente ocorreu é que atualmente ao olharmos para o universo é possível perceber que este esta em expansão, isso porque as galáxias mais distantes estão se afastando de nós a uma velocidade cada vez mais rápida então é possível imaginar que, em algum ponto no passado, ele deve ter começado como um ponto que agregou toda a matéria e toda energia, que hoje chamamos de universo. Evidencias da expansão do universo: A 1ª evidencia é a Red Shift que é a mudança para o vermelho. Quando temos uma fonte luminosa com luz branca e o observador esta a uma distância fixa dessa emissão de luz, o observador irá perceber a luz emitida como branca. Se o observador esta se aproximando da emissão de luz branca, esta é percebida de forma distorcida, o observador irá perceber a luz branca como uma luz azul. E se a emissão de luz branca esta se afastando do observador, esta luz branca será percebida pelo observador como vermelha. Isso é o que ocorre quando nós olhamos para do céu, quanto mais distante conseguimos observar uma estrela, mas vermelha é a luz emitida por ela. A 2ª evidencia é que existe uma radiação de fundo. Se o universo tivesse sido congelado exatamente da mesma forma que é hoje, a temperatura no espaço iria ser 0 absoluto, só que a temperatura de fundo esta 3º graus acima do 0 absoluto, o que nos indica uma radiação de fundo que é compatível também com explosão do universo primordial. Transições fundamentais em Evolução humana: Terrestrialidade; Bipedalismo; Encefalização - aumento do tamanho do cérebro; Linguagem; Organização social. Autapomorfias* da linhagem Humana: presença de mandíbula parabólica, queixo protuberante. *Autapomorfia é um caractere derivado que está presente, exclusivamente, em um único táxon terminal de um determinado cladograma Nós, primatas africanos… Primatas: Os primatas são habitantes arbóreos de florestas tropicais que possuem mãos e pés com dedão opositor. A locomoção se da principalmente com os membros inferiores. Nossa herança dos ancestrais arborícolas: A 10 milhões de anos atrás habitávamos as arvores e durante esse período ganhamos e perdemos algumas adaptações dessa ancestralidade. + Visão estereoscópica - Os nossos campos de visão do olho esquerdo e direito se sobrepõem e com isso ganhamos profundidade. - Olfato - Perdemos o olfato por estarmos longe do chão, e não estávamos usando muito. + Coordenação de membros; + Memória; + Cérebro; + Longevidade; Fecundidade (K estrategista) - poucos filhos bem cuidados. - Fósseis (florestas). Pedomorfose, Neotenia, Progênese: Existem dois tipos de pedomorfose, que é uma mudança evolutiva na qual as características juvenis são retidas pelos adultos. A pedomorfose por neotenia ou por progênese. Se o ancestral comum passa por 4 fases desenvolvimento antes da maturação sexual. Temos que o ancestral nasce A, vira B, vira C e D para ai sim se reproduzir, ou seja, nasce ovo, depois larva, jovem e então adulto que ira se reproduzir e dar origem a dois descendentes pedomorficos. Um por neotenia e um por progênese. O neotenico vai ficar com cara de larva ate a maturação sexual, na progênese o individuo reproduz mais cedo. O neotenico se reproduzir na mesma idade que do desenvolvimento que o ancestral, ele só tem cara de neném, mas ele não é neném. Por progênese há uma aceleração da maturação sexual. Os humanos são neotenicos. A neotenia é uma mudança do estilo de pedomorfose, que é uma mudança evolutiva na qual as características juvenis são retidas pelos adultos. É o adulto com cara de neném. Aegyptopithecus zeuxis: Era um ancestral dos macacos do novo mundo e do velho mundo. Viveu a 33 milhões de anos no Egito. Eles possuem uma similaridade com o lêmure um primata atual. Vivian Rocha 6 A teoria de que as linhagens descendentes dele viveram na America (Platyrrhini) e na África (Catarrhini). Onde na Gondwana tínhamos o Aegyptopithecus e quando este continente se partiu há 100 milhões de anos tivemos a separação dessas duas linhagens havendo assim a interrupção da homogeneização entre elas, e estas passaram a acumular mutações independentes e se diferenciar, esta errada, pois o Aegyptopithecus viveu a 33 milhões de anos atrás, mas a quebra ocorreu a 80 milhões, ou seja, antes deles existirem. Com isso foram criadas outras teorias como a das ilhas flutuantes, onde uma fêmea grávida estava e esta ilha foi ate o novo continente e deu origem aos Platyrrhini. Outra teoria seria que os Aegyptopithecus teriam vindo para o novo mundo pela Antártica. Começo do bipedalismo Sahelanthropus tchadensis: Mais antigo hominídeo, de 6 a 7 milhões de anos, eles apresentam algumas autapomorfias exclusivamente humanas, então ele entra na linhagem depois da especiação com o chimpanzé. Ele possuía um cérebro do tamanho do chimpanzé, existe uma controvérsia se ele era bipedal, mas certamente ele já apresentava traços de bipedalismo. Ardipithecus ramidus: Descoberto em 1994 na Etiópia. Esse gênero possivelmente andava na terra durante o dia e a noite escalava. O holótipo dessa espécie é chamada de Ardi, é uma fêmea. Uma espécie onívora, mas dedicada ao habito de comer frutas, com um cérebro comparável ao do chimpanzé e do Sahelanthropus. Ardi possuía mãos delicadas sugere que ela não “knuckle walk”, dedão do pé opositor que é uma adaptação ao habito arbóreo. Australopithecus afarensis - Lucy: É um dos fosseis mais importantes, encontrado em 1974 é um fóssil de 3,18 milhões de anos. O esqueleto apresenta 40% dos ossos, foi encontrado pelo Donald Johanson em Hadar na Etiópia. Comparação afarensis x sapiens: Sobrancelha com ossos protuberantes, baixa estatura (1,1 metro, 30kg), 400 cm 3 de cérebro, sem queixo e dieta vegetariana. Existem algumas características que caracterizam a Lucy como uma espécie intermediaria, pois ela algumas características típicas de habito bipedal e outras típicas de habito arborícola, indicando que ela possuía algum tipo de arborismo ocasional provavelmente à noite para dormir. Características: Falanges longas e curvas de pés e mãos; Pernas curtas; Tórax em forma de funil, não travava os joelhos, o que leva a um gasto energético. Apresentava centro de gravidade não deslocável. A paleo trilha nos da alguns indícios de que a Lucy colocava primeiro o calcanhar no chão e não usava o dedão como alavanca. A Lucy apresenta uma adaptação típica de habito bipedal, na angulação do fêmur, onde esta é semelhante à angulação humana, que é mais eficiente energeticamente, não tanto quanto os humanos que conseguem andar 20km/dia, mais melhor do que os chimpanzés que caminham 2km/dia. A Lucy anda 6km/dia Importância da Lucy: A evolução do bipedalismo ocorreu antes do aumento no tamanho do cérebro. Vantagens do bipedalismo: Mãos livres: Transporte de comida/água; Transporte de criança (+ dependente); Uso de ferramentas e manipulação precisa com mãos delicadas; Altura: Proteção visual contra predadores; Melhor termorregulação: H20: Bíp 1,5L/dia x Quad 2,5L/dia; Menos energia; Intimidação (olho a olho). Começo da dieta diferenciada (Carnivoro) e da inteligência. Há 3 milhões de anos, a África ficou seca com poucas frutas e sementes, então os dois grupos de hominídeos que habitavam o continente tiveram estratégias diferenciadas. O grupo dos Paranthropus passou a se alimentar de raízes e desenvolveram maiores mandíbulas e dentes. O grupo dos Homo passou a se alimentar de carne, roubando carcaças. Mudança de dieta radical: Esse mudança de deita provavelmente ocasionou transformações no corpo. A transformação de um corpo de Australopithecus que era um corpo pequeno, atarracado, com estomago grande em forma de funil para um corpo tipo humanoide, essa mudança provavelmente aconteceu em paralelo com a mudança na dieta (carne). Mais energia disponível. Homo habilis: O gênero Homo começa com o Homo habilis: Uso de ferramentas trabalhadas, para um uso determinado. A cerca de 2,5 milhões de anos já é possível encontrar espécimes de Homo habilis. Apresentam cérebro de 700 cm3; Eram mais altos que a Lucy, possuía 1.3 m (37kg); Braços longos; Dentes grandes; Arborismo ocasional (para dormir) Vantagens da inteligência: Competição entre grupos sociais; Capacidade de explorar o território ao redor. Vivian Rocha 7 Como a inteligência evoluiu? Como o volume desse órgão que é o cérebro aumentou? Não só no desenvolvimento, mas principalmente durante a evolução. Esse aumento do cérebro teve que ser financiado por uma dieta que só um cérebro maior iria conseguir e também só em algumas linhagens. Se a inteligência é tão vantajosa ela deveria ter aparecido e muito mais linhagens. O cérebro é um tecido caro para se manter , uma dieta de alta qualidade aumenta a energia para financiar um cérebro maior. Uma dieta de alta qualidade requer um intestino menor, porque como é uma dieta altamente calórica, aquele intestino vegetariano imenso e longo é inviável. Essa dieta de alta qualidade requer um comportamento de forrageamento mais complexo que vai acontecer por causa do cérebro. Cérebro humano: Cérebro como um órgão caro de manter; Principalmente, de aumentar seu tamanho; Ganhos em sobrevivência são demorados; Custo x eficiência imediata (seleção natural) questionável. Começo da distribuição pelo mundo Homo erectus: 2 milhões de anos; Ferramentas mais trabalhadas; Altos, magros (1.8 m, 60kg), corredores e caçadores; Cérebro expandido (1000 cm 3 ); Dieta carnívora; Porte semelhante ao de sapiens, mandíbula pequena com dentes pequenos. O Homo erectus foi a primeira espécie de Homo que expandiu para fora da África. Com o domínio do fogo houve uma expansão na dieta, além de ter luz, aquecimento, água potável, proteção contra animais, roupas secas, comida quente. Homo florensiensis: 8 indivíduos; Menos de 1 metro de altura; 95.000 anos a 12.000 anos; Cérebro menor que Lucy 380 cm3; Manufatura de ferramentas e caça; Sem queixo. Homo neanderthalensis: Parte do Homo erectus se espalhou pelo mundo, outra parte continuou na África, esta parte provavelmente foi adquirindo mutações que deram origem ao Homo sapiens, mas antes disso tivemos os neanderthalensis. O tamanho do cérebro parecido com o nosso é isso certamente é uma apomorfia de Homo sapiens, que na verdade é uma sinapomorfia de sapiens com neanderthalensis. Indicando que sapiens e neanderthalensis tem um ancestral comum exclusivo mais recente do que com Homo erectus. Apomorfia é o termo designado para definir uma característica mais recente derivada de uma característica primitiva de uma espécie ancestral Sinapomorfia são caracteres homólogos apomórficos compartilhados por dois ou mais táxons. Ele apresentava um cérebro parecido com o nosso (um pouco maior), vivia na Europa, fez ferramentas bem trabalhadas. Encontramos sítios de neanderthalensis ate 22 mil anos atrás. Possuía algumas características diferentes de Homo sapiens. Eles habitavam em cavernas, mas não as pintava, já o Homo sapiens dessa época pintava em cavernas. A carne era à base da dieta. Foram caçadores em grupo com sucesso por 100.000 anos na África. Eles possuíam uma religiosidade, pois os mortos eram enterrados com seus objetos. Homo sapiens chegou à Europa há 40 mil anos e os neanderthalensis viveram na Europa ate 27 mil anos, ou seja, houve um período se sobre posição entre essas duas espécies. Cruzamento de neanderthalensis com sapiens Analisando o DNA mitocondrial foi demonstrado que não houve cruzamento entre essas espécies e que ele divergiu de homo sapiens a 800 milhões de anos. Ao analisaram o genoma dos neanderthalensis também é possível concluir que Homo sapiens estava separado dos neanderthalensis, mas ao analisarmos as homoplasias, as convergências é possível visualizar que arvore filogenética também realmente se separa, entretanto se repararmos nas homoplasias das arvores, nas mutações compartilhadas por neanderthalensis e alguns dos humanos notamos que o compartilhamento é enviesado, ou seja, mostra que neanderthalensis apresentam muitas mutações compartilhadas só com os homo sapiens não africanos, com os africanos eles não apresentam mutações compartilhadas. Isso significa que quando os humanos estavam saindo da áfrica (os neanderthalensis saíram primeiro) no oriente médio houve cruzamento, que o mitocondrial não estava mostrando, isso significa que a mulher neanderthalensi esta separada, mas homem cruzou com a mulher homo sapiens. Com isso o mitocondrial diz que não houve nenhum cruzamento em 800mil anos, mas o genoma nuclear diz que houve um cruzamento entre 40 a 80 mil anos atrás. Transição de Homo erectus para Homo sapiens Teoria do candelabro (c) - O homo erectus da África deu origem aos homo sapiens neutros, homo erectus na Ásia deu origem aos homo sapiens asiáticos + os índios, e o homo erectus na Europa deu origem aos homo sapiens da Europa (caucasianos). A teoria do candelabro diz que a partir de um momento o homo erectus Vivian Rocha 8 começou a originar o homo sapiens. Essa teoria não faz sentido, visto que uma espécie não pode originar outra três vezes. Teoria Multiregional (b) - Essa teoria diz que como o homo erectus andava muito ele leva as sinapomorfias de um lado para o outro. Ou seja, homo erectus evoluiu no mundo inteiro ao mesmo tempo para sapiens. Contudo, num determinado momento ocorre à separação das linhagens para que possa ser explicada a diversidade morfologias humanas, uma explicação para isso seria a agricultura que sedimentou as pessoas em seus devidos lugares, porem a mesma é muito recente, logo não há como evoluir essa diferença fisionômica toda nessas linhagens. Teoria Para fora da África (a) - Diz que o homo sapiens evoluiu na África e dispersou para fora dela. Houve uma primeira dispersão de homo erectus que se extinguiu e então houve uma segunda dispersão para fora da África que foi de homo sapiens. 12/11/12 AULA III - SISTEMAS BIOLÓGICOS Os sistemas são conjuntos de partes integradas e a integração destas prove ao sistema propriedades e funções maiores do que cada uma das partes somadas. Um sistema é maior do que o somatório de suas partes, ele ganha propriedade novas que nenhuma uma das partes apresenta. Os sistemas biológicos são considerados sistemas informativos, tal informação esta armazenada no material genético passado para os descendentes pela replicação. Os sistemas biológicos apresentam 3 propriedades básicas: Reprodutibilidade - Capacidade gerar descendentes. É a capacidade inerente na informação do sistema a partir do primeiro material genético auto-replicativo. A herança do material genético é uma herança em cópia, ou seja, se ancestral possui a capacidade de se copiar e se reproduzir os descendentes também vão herdar essa propriedade. Mutabilidade - Probabilidade de se ter um erro na passagem do DNA para os descendentes. Se não houvesse a mutabilidade seriamos primeira molécula que adquiriu tal capacidade Herdabilidade - são sistemas informativos, onde se tem um conjunto de partes integradas, DNA, a qual apresenta a informação sobre a estrutura, pareamento e auto-reaplicação do sistema. Passando o DNA para os descendentes, estes terão a habilidade de se ter a estrutura e a auto-reaplicação do sistema Qualquer sistema com essas três propriedades vai necessariamente evoluir por seleção natural. Com isso a seleção natural é uma propriedade emergente dos sistemas biológicos. A seleção natural em um nível microevolutivo é a sobrevivência e a reprodução diferencial de variantes, em um nível macroevolutivo (evolução em um longo período de tempo) é a sobrevivência e a reprodução de uma linhagem. A reprodução de uma linhagem é o processo de especiação. O processo de especiação esta relacionado à adaptação das populações. Além da herança, a produção da copias de si mesmo pode conter erros, estes geram desbalanço na manutenção do sistema. Ex.: Se um sistema adquire um erro que faz com que ele obtenha mais energia do que o necessário, este sistema vai tender a ser favorecido por seleção natural. Se um sistema adquiriu um erro em que ele obtém menos energia que o necessário a seleção natural vai tender a eliminar esse variante, por tanto não veremos descendentes desse variante. Vivian Rocha 9 Origem da vida A primeira característica biológica é o pareamento de bases, onde a base grande pareia com a base pequena. A pareando com T e C com G. Dessa regra surge à biologia. O processo fundamental de passagem da informação nos sistemas vivos não é perfeito. Erros acontecem! Errar é fundamental, pois toda diversidade biológica esta em uma balança, entre os sistemas que sempre erram e os sistemas que nunca erram. Entretanto sistemas que sempre erram perdem suas adaptações e sistemas que nunca erram nunca evoluem. A Hipótese da Rainha Vermelha As populações evoluem e continuam adaptadas. Quem não evolui perde sua condição de adaptado, pois o ambiente vai mudar e essa espécie provavelmente ira se extinguir. A seleção natural Darwiniana gera adaptação e ocorre pouco em um nível molecular, aquela que aumenta a frequência do novo mutante vantajoso. A seleção natural purificadora aquela que ocorre muito em evolução molecular, aquela que diminui a frequência do novo mutante desvantajoso. Durante o aparecimento de um novo mutante vantajoso, este tente a aumentar de frequência pela seleção Darwiniana clássica adaptativa. Se aparece um novo mutante desvantajoso esse tende a ser eliminado por seleção purificadora. Teoria do relógio molecular Zuckerkandl e Pauling propuseram uma teoria que é à base da filogenia molecular. Ela dizia que a taxa de evolução nas moléculas é mais ou menos constante por dentro. Isso foi visto analisando sequencias de proteínas, como a hemoglobina, em diferentes ordens de mamíferos. Linus Pauling e Emile Zuckerkandl fizeram a análise da sequência de hemoglobinas de diferentes ordens de mamíferos. Ao comparar essas ordens é possível perceber que à porcentagem de aminoácidos diferentes entre as ordens se mantinha em torno de 10%. Essa proteína acumula substituições, ou seja, mudanças de aminoácidos de uma maneira relativamente constante com o tempo, isso porque os mamíferos radiaram ao mesmo tempo (radiação adaptativa). Com isso a hemoglobina é um relógio no qual 5% (5% de uma ordem + 5% de outra ordem = 10%) é igual a 30 milhões de anos. Assim eles prepuseram a teoria do relógio molecular que diz que as sequencias de proteínas são relógios marcadores de tempo. Existem outros relógios. Cada um deles evolui entre as linhagens de maneira constante. Existem proteínas evoluem a taxas mais rápidas ou mais lentas, dependendo da função desta. As taxas diferem entre proteínas, porque proteínas possuem diferentes papéis nas células. Proteínas com papel importante são muito vistas pela seleção = baixa variabilidade; Proteínas sem papel importante são pouco vistas pela seleção = alta variabilidade; O citocromo C atua na oxidação de alimento para produção de energia para metabolismo é um papel importante, por isso esta uma molécula conservada, humanos e cavalos diferem em 12% dos seus aminoácidos. As histonas possuem um papel fundamental, são proteínas que atuam na compactação do DNA em cromossomos, por isso estas são extremante conservadas, comparando boi com ervilha, elas tem 1 substituição de aminoácido. Isso significa que ela é um relógio molecular que evolui em taxa mais lenta, já o citocromo c possui um relógio molecular que evolui em taxa mais rápida. Os fibrinopeptídeos são segmento do fibrinogênio, atua na coagulação do sangue como espaçadores. Humano e cavalo diferem em 86%! Os fibrinopeptídeos evoluem rapidamente sendo inversamente proporcional a importância da constituição de aminoácidos. O relógio Molecular dos fibrinopeptídeos 86% cada 90 milhões de anos, o relógio molecular da hemoglobina são 18% cada 90 milhões de anos, relógio molecular do citocromo C 12% a cada 90 milhões de anos. Da histona 0% a cada 90 milhões de anos. Podemos usar “relógios” diferentes para problemas diferentes , dependedo desse problema escolheremos um relogio molecular mais lento ou mais rapido. Então se quisermos fazer uma filogenia molecular de sequencias bem próximas, como espécies de um mesmo gênero vamos utilizar fibrinopeptídeos. Se quisermos fazer uma filogenia de filos de um determinado reino podemos utilizar hemoglobinas ou citocromos C.