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Professor; William Cesar Aparecido Matéria; Direito Civil II Interpretação e Integração da Norma Jurídica Conceito; trata-se de extrair da norma o seu real alcance e significado. Métodos de Interpretação Gramatical; se funda em regras de linguística pois o interprete busca o sentido do texto isolada ou sintaticamente, atendendo a pontuação, colocação dos vocábulos, origem etimológica. Sistemática; é aquela que considera o sistema em que se infere a norma, relacionando-a com outras normas sobre o mesmo objeto. Histórica; oriunda de Savigny e outros, busca averiguar os antecedentes da norma, o contexto histórico de sua elaboração. Sociológica ou Teleológica; objetiva, com que Jhering, adaptou o sentido ou finalidade da norma, ou seja, o fim buscado pelo legislador. Extensiva; para completar uma norma, utiliza-se desta ao admitir que ela abrange certos fatos jurídicos, tipos/típicos implicitamente (Analógica Extensiva). Restritiva; se restringe o sentido normativo com o objetivo de atribuir à norma aplicação razoável e justa. Declarativa; aquela onde houver plena correspondência entre o significado linguístico e a vontade da lei. Integração das Lacunas Conceito; trata-se de preenchimento de espaços na lei. Ou seja, trata-se do preenchimento de situações ou circunstâncias que deveriam ter sido reguladas pelo legislador e este não o fez. Tecnicamente é denominada colmatação de lacunas. Elementos de Integração da Norma Jurídica Analogia; Fonte formal mediata do direito, onde há aplicação de dispositivos legais acasos análogos, semelhantes, por ausência se norma. Costumes; É considerado uma norma aceta como obrigatória pela consciência do povo, sem que o poder público a tenha estabelecido. Decorre de práticas reiteradas. Princípios Gerais do Direito; São postulados que se encontram implícita e/ou explicitamente no sistema jurídico, contento um conjunto de regras. Equidade; Corresponde à aplicação daquilo que é justo, que busca o equilíbrio entre as partes. Conflito Aparente de Normas (Antinomia Jurídica) Critérios de Solução 1º Hierarquia; ou seja lei superior derroga lei inferior. 2º Cronológico; por este critério lei posterior derroga lei anterior. 3º Especialidade; Lei especial derroga lei geral. Antinomia Aparente; Ou uma ou outra situação. Antinomia Real; Quando ou ver risco de morte o profissional escolhe. Exemplo; Liberdade Religiosa x Direito a Vida Razoabilidade + Proporcionalidade = Ponderação Conceito de Direito Civil; Direito civil é o direito comum, que rege as relações entre particulares. Nele estudam-se as relações puramente pessoais, bem como patrimoniais. Conteúdo do Direito Civil; Se ocupam em relações do homem, em relação à seus pares, no aspecto obrigacional, no aspecto das atividades empresariais, no aspecto como pai de família e cônjuge, enquanto com poderes de deixar herança e ser herdeiro, enquanto proprietário de bens/direitos etc. Princípios do Direito Civil; 1º Princípio da Personalidade; segue à ideia de que todos ser humano é sujeito de direitos e obrigações, pelo simples fato de ser homem. 2º Princípio da Autonomia da Vontade; indica à ideia da capacidade jurídica da pessoa humana, que lhe confere o poder de praticar ou abster-se de certos atos, conforme a sua vontade. Hoje este princípio é lido como princípio da autonomia privada porque nem todos os atos são livres ao ser humano, que não poderá violar preceitos de ordem pública. 3º Princípio da Liberdade de Estipulação Negocial; indica à permissão de outorgar direitos e aceitar deveres, nos limites legais, originando negócios jurídicos. 4º Princípio da Propriedade Individual; por este homem pode pela força de seu trabalho, exteriorizar sua personalidade em bens móveis ou imóveis, constituindo patrimônio. 5º Princípio da Intangibilidade Familiar; reconhece a família como expressão imediata de seu ser pessoal. 6º Princípio da Legitimidade da Herança e do Direito de Testar; pela aceitação de que, entre os poderes que as pessoas tem sobre seus bens, incluindo-se o de poder transmiti-los total ou parcialmente a seus herdeiros. 7º Princípio da Solidariedade Social; em razão da função social da propriedade e dos negócios jurídicos, conciliam-se as exigências da coletividade com os interesses particulares. Princípios Básicos do Código Civil Vigente 1º Socialidade; este princípio reflete a prevalência de valores coletivo sobre os individuais. Em consequência os principais sujeitos do Código Civil de 2002 são; o proprietário, o contratante, o empresário, o pai de família e o testador. Exemplo; Parte Geral do Código Civil 1) Pessoas 2) Bens 3) Fatos Jurídicos Exemplo; Parte Especial do Código Civil 1) Obrigações / Contratante 2) Empresa / Empresário 3) Coisas / Proprietário 4) Família / Pai de Família 5) Sucessões / Testador Deixamos de ter o pátrio poder para dar origem ao poder familiar que é o mesmo poder em relação à família e aos filhos, contudo, exercido também pela mulher, em conjunto com esta. No que tange à propriedade está deixa de ser objeto de um exercício de direito potestativo, mas passa-se a ser exigido de seu titular o cumprimento de uma função social, sob pena de sofrer efeitos de institutos como a usucapião ou desapropriação privada. 2º Eticidade; funda-se no valor pessoa humana, como fonte de todos os demais valores em sociedade. Prioriza; 1) Equidade 2) Boa-Fé 3) Justa Causa 4) Demais Valores Éticos. 3º Operabilidade; leva em consideração que o direito é feito para ser efetivado e executado. Como forma de facilitar o uso do Código Civil atual melhor organizou, sistematizou o texto legal de forma mais compreensível e localizável. Este princípio atende dois prismas o da simplicidade e o da efetividade / concretude. Relação Jurídica e Relação de Fato A relação regulada pelo direito recebe o nome de relação jurídica. Nem toda relação interessa para ordenamento jurídico regular. A essa categoria de relações dá-se o nome de relação de fato. Exemplo: o namoro. Relação jurídica é o vínculo entre sujeitos de direito estabelecido por lei ou pela vontade humana, para a consecução de seus interesses. A relação jurídica é sempre um vínculo entre pessoas. Portanto, pressupõe a existência de pelo menos duas pessoas. Tradicionalmente, as relações jurídicas eram classificadas de acordo com o objeto mediato, da seguinte forma: a) Relações de família, referentes ao casamento e ao parentesco b) Relações obrigacionais e contratuais c) Relações sobre as coisas, como a posse e propriedade d) Relações sucessórias Divisões do direito civil; o direito civil regula as relações jurídicas das pessoas; a parte geral trata das pessoas, dos bens e dos atos e fatos jurídicos; (3 livros) A parte especial versa sobre; (5 livros) a) O direito das obrigações; trata do vínculo pessoal entre credores e devedores, tendo por objeto uma prestação patrimonial. b) O direito de empresa; que trata atualmente dos requisitos para ser considerado empresário, elementos dos atos de constituição das pessoas jurídicas (sociedades empresárias e empresário individual – art. 966, do CC) regras de fusão, incorporação, cisão, dissolução da sociedade, deveres dos sócios, algumas sociedades em espécie, dentre outros aspectos (substitui a parte anteriormente prevista no Código Comercial que somente persistiu na parte de direito marítimo, ante à substituição da Teoria dos Atos do Comércio pela Teoria de Empresa. c) O direito das coisas; trata do vínculo que se estabelece entre as pessoas e os bens. d) O direito de família; disciplina as relações pessoais e patrimoniais da família. e) O direito das sucessões; regula a transmissão dos bens do falecido. Equidade; é a adaptação razoável da lei ao caso concreto (bom senso), ou a criação de uma solução própria para uma hipótese em que a lei é omissa. Das Pessoas; é o ente físico ou coletivo suscetível de direitos e obrigações, sendo sinônimo de sujeito de direito. Isso para a tradicional doutrina. (Washington de Barros Monteiro e Maria Helena Diniz) Em sua obra Curso de Direito Civil, Washington de Barros dispõe que o vocábulo “pessoa” é oriundo do latim persona, que adaptado à linguagem teatral, designava máscara. Mais tarde passou a ter três acepções; a) Vulgar; em que seria sinônimo de ser humano, porém não se pode tomar com precisão tal assertiva, ante à existência de instituições que têm direitos e deveres, sendo, por isso, consideradas como pessoas e devido ao fato de que já existiram seres humanos que não eram considerados pessoas, como os escravos. b) Filosófica; a pessoa é o ente dotado de razão, que realiza um fim moral e exerce seus atos de modo consciente. c) Jurídica; que considera como pessoa todo ente físico ou moral, suscetível de direitos e obrigações. É nesse sentido que pessoa é sinônimo de sujeito de direito ou sujeito de relação jurídica. Para Rosa Nery; a pessoa natural, na qualidade de sujeito de direito, deve individuar-se como sujeito de direito, apresentar: capacidade, status, fama, nome e domicílio. Para Kelsen; que trata o direito predominantemente como ciência, pessoa é uma unidade personificada das normas jurídicas que lhe impõem deveres e lhe conferem direitos. Logo, “pessoa” é uma construção da ciência do direito para afastar o dualismo: direito objetivo e direito subjetivo. Personalidade Jurídica; é a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações. A personalidade é o conceito básico da ordem jurídica, que a estende a todos os homens, consagrando-a na legislação civil e nos direitos constitucionais de vida, liberdade e igualdade. Capacidade; é a medida jurídica da personalidade; é a manifestação do poder de ação implícito no conceito de personalidade. (Teixeira de Freitas) Entretanto, deve-se diferenciar a capacidade de fato ou capacidade de exercício (absoluta ou plena; exercício pessoalmente dos atos da vida civil), capacidade de direito ou capacidade de gozo (todas as pessoas tem) por si só; capacidade de fato. Legitimidade; é a aptidão para a prática de determinados atos jurídicos, uma espécie de capacidade para especialmente ser sujeito em determinadas situações, negócios jurídicos. Direitos da Personalidade; são direitos subjetivos da pessoa defender o que lhe é próprio, ou seja, a sua integridade física, a sua integridade intelectual e sua integridade moral. Para Roberto Senise Lisboa; são direitos intrínsecos ao ser humano em si mesmo e em suas projeções ou exteriorizações para o mundo exterior. Possuem certas denominações apontadas pela doutrina; direito essenciais, direitos fundamentais, direitos personalíssimos, direitos naturais da pessoa e assim por diante. Os direitos da personalidade são absolutos, intransmissíveis, indisponíveis, irrenunciáveis, ilimitados, imprescritíveis, impenhoráveis e inexpropriáveis. Os direitos da personalidade, personalíssimos só podem ser pelo seu titular exercido. Características dos Direitos da Personalidade Segundo Maria Helena Diniz; a) Absolutos; ou se exclusão por serem oponíveis erga omnes, por conterem, em si, um dever geral, de abstenção. b) Extrapatrimoniais; por serem insuscetíveis de aferição econômica, tanto que, se impossível for a reparação in natura ou a reposição do statu quo ante, a indenização pela sua lesão será pelo equivalente. c) Intransmissíveis; visto não poderem ser transferidos à esfera jurídica de outrem. Nascem e se extinguem ope legis com o seu titular, por serem dele inseparáveis. Deveras ninguém pode usufruir em nome de outra pessoa bens como a vida, a liberdade, a honra. d) Indisponíveis; porque insuscetíveis de disposição, mas há temperamentos quanto a isso. Exemplo; utilização da imagem para fins de interesse social, ninguém poderá se recusar a apor sua foto em documento de identidade. Pessoa famosa que explora sua imagem em venda de produtos. Ou seja, quanto a alguns dos direitos da personalidade pode ocorrer certa relativização. e) Irrenunciáveis e Imprescritíveis; eis que não extinguem pelo uso ou não uso, bem como pela inércia na pretensão de defendê-los e são insuscetíveis de penhora. Roberto Senise Lisboa complementa; a) Originalidade; pois são direitos inatos ao ser humano, desde sua concepção. Assim, os direitos da personalidade são assegurados desde a formação do nascituro. b) Extrapatrimonialidade; são direitos insuscetíveis de mensuração patrimonial e, por conseguinte, de comércio jurídico (res extra commercio). Contudo, é possível a autorização uso de alguns deles para que o titular possa obter algum proveito econômico. (Direito à imagem – propaganda). c) Indisponibilidade; pois são direitos irrenunciáveis, não podendo seu titular dispor ou mesmo limitar voluntariamente o seu exercício, por razões de ordem pública e de segurança jurídica individual e social. d) Perpetuidade; são vitalícios, subsistindo até a morte de seu titular. Há, entretanto, alguns direitos da personalidade post mortem que subsistem até a decomposição completa do cadáver (para o crime de ocultação de cadáver ou vilipêndio de cadáver); Há outros, por exemplo que são ad eternum, que subsistem para todo o sempre: direito moral do autor, direito à imagem, direito à honra. e) Oponibilidade; são direitos defendidos contra qualquer pessoa, devendo a coletividade respeitá-los e o Estado assegurá-los. f) Intransmissibilidade; pois são direitos que não podem ser transferidos por atos entre vivos ou causa mortis, a qualquer título e a qualquer pessoa. g) Incomunicabilidade; são direitos que não podem integrar a comunhão ou o condomínio. h) Impenhorabilidade; não são insuscetíveis de constrangimento judicial de qualquer espécie: arresto, penhora, apreensão, para pagamento de obrigações. Ato processual que separa um bem do patrimônio do devedor para venda e recebimento de um crétido. i) Imprescritibilidade; são direitos que podem ser defendidos em Juízo ou fora dele, a qualquer tempo.