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Resumo de Álgera Linear II unidade 1 Thiago Carreiro I. Transformações Lineares: Transformações lineares são simplesmente funções onde “pegamos” um vetor e transformamos em outro vetor. O modo mais comum de representar uma transformação é: Sejam „V‟ e „W‟ espaços vetoriais: 𝑇: 𝑉 → 𝑊 ; que significa que a transformação linear T “pega” um vetor de V e “transforma” em um vetor de W. O espaço anterior à seta (no caso V) é chamado de domínio ou conjunto de partida. O posterior (no caso W) é chamado contra-domínio ou conjunto de chegada. Particularmente para o caso em que W = V, chamamos T de Operador Linear. Obs.: Em 𝑇 𝑣 = 𝑤 , „𝑣‟ é sempre um vetor do conjunto de partida. Já os vetores 𝑤 e 𝑇 𝑣 (que são apenas diferentes modos de escrever o mesmo vetor, já que são iguais) são vetores do conjunto de chegada. Obs².: Durante todo o resumo, usaremos V para designar o conjunto de partida e W para o de chegada. Nem toda transformação é dita linear. Para isso, ela deve obedecer algumas condições: Condições: 1) O transformado de um vetor nulo de V é sempre o vetor nulo de W: 𝑇 0𝑉 = 0𝑊. 2) A soma dos transformados é o transformado da soma: Sejam 𝑣1, 𝑣2 , … , 𝑣𝑛 ∈ 𝑉 então: 𝑇 𝑣1 + 𝑣2 + ⋯ + 𝑣𝑛 = 𝑇 𝑣1 + 𝑇 𝑣2 + ⋯ + 𝑇 𝑣𝑛 . 3) O transformado de um produto entre um vetor e um escalar é o produto do escalar com o transformado do vetor (é como se o escalar „saísse‟ da transformação): Seja 𝛼 ∈ e 𝑣 ∈ 𝑉: 𝑇 𝛼. 𝑣 = 𝛼. 𝑇(𝑣). II. Núcleo de uma Transformação Linear: É o subconjunto formado por vetores do conjunto de partida tais que seus transformados são iguais ao vetor nulo do conjunto de chegada. Ou seja: 𝑲𝒆𝒓 𝑻 = {𝒗 ∈ 𝑽/ 𝑻(𝒗) = 𝟎𝒘} (isso se lê: “O núcleo da transformação T é o conjunto de vetores de V tais que os transformados destes vetores são iguais ao vetor nulo de W”). Obs.: O núcleo de uma transformação é um subespaço do conjunto de partida. Portanto podemos achar uma base do núcleo e sua dimensão. Obs².: O núcleo sempre contém pelo menos um vetor, já que o transformado do vetor nulo de V é sempre o vetor nulo de W (condição 1). Resumo de Álgera Linear II unidade 2 Thiago Carreiro Obs³.: Quando o núcleo contém APENAS o vetor nulo de V, não podemos achar uma base e, consequentemente, a dimensão é zero. Dizemos que a transformação é então INJETORA (ou injetiva) e 𝐾𝑒𝑟 𝑇 = {0𝑉} e 𝑑𝑖𝑚(𝐾𝑒𝑟 𝑇 ) = 0. Para achar o núcleo de uma transformação basta: Passo-a-passo: 1) Igualar a transformação ao vetor nulo do conjunto de chegada; 2) Resolver o sistema que irá surgir; 3) Caso seja pedido base e/ou dimensão, usar o mesmo passo-a-passo da I unidade. III. Imagem de uma Transformação Linear: É um subconjunto formado por vetores do conjunto de chegada que contém todos os vetores (do conjunto de chegada) que estão associados a pelo menos um vetor do conjunto de partida. Ou seja: 𝑰𝒎 𝑻 = {𝒘 ∈ 𝑾/ 𝑻(𝒗) = 𝒘 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒗 ∈ 𝑽} (isso se lê: “A imagem da transformação T é o conjunto de vetores de W tais que são o „resultado‟ da transformação de algum vetor de V”). Obs.: A imagem de uma transformação é um subespaço do conjunto de chegada. Portanto podemos achar uma base e a dimensão. Obs².: A imagem contém pelo menos um vetor (o vetor nulo de W), que está sempre associado a um vetor (o vetor nulo de V) (condição 1). Obs³.: Se 𝐼𝑚 𝑇 = 𝑊, então dizemos que a transformação é SOBREJETORA (ou sobrejetiva). Neste caso, dim(𝐼𝑚 𝑇 ) = dim(𝑊). Para achar a imagem de uma transformação basta: Passo-a-passo: 1) Achar uma base do conjunto de partida; 2) Dizer que a imagem vai ser gerada pelos transformados dos vetores da base encontrada; 3) Caso seja pedido base e/ou dimensão, achar o conjunto LI dos geradores e calcular a dimensão. IV. Teorema do núcleo-imagem: Analisando o conjunto de partida, o núcleo e a imagem, suas dimensões se relacionam por: dim 𝑉 = dim 𝐾𝑒𝑟 𝑇 + dim(Im T ). Para o caso de T ser injetora: 1) Se pegamos vetores LI, seus transformados serão LI também. 2) Vetores de uma base de V são transformados em vetores de uma base de W. Resumo de Álgera Linear II unidade 3 Thiago Carreiro Obs.: Quando T for injetora e sobrejetora, chamamos de BIJETORA (ou bijetiva) e dizemos que T é um caso de ISOMORFISMO. Ex.: Dados 𝑉 = { 𝑎 𝑏 0 𝑐 / 𝑎, 𝑏, 𝑐 ∈ } e W= {𝑎0 + 𝑎1. 𝑥 + 𝑎2. 𝑥 2 + 𝑎3. 𝑥 3 / 𝑎𝑖 ∈ } e seja 𝑇: 𝑉 → 𝑊 definida por: 𝑇 𝑎 𝑏 0 𝑐 = 𝑎 − 2𝑏 + 𝑏 + 𝑐 𝑥 + 𝑎 + 2𝑐 𝑥² + 𝑏 − 2𝑎 − 3𝑐 𝑥³ a) Prove que T é transformação linear. b) Determine base de 𝐾𝑒𝑟(𝑇) e diga se T é injetiva. c) Calcule dim(𝐼𝑚 𝑇 ). d) Determine base de 𝐼𝑚(𝑇) e diga se T é sobrejetiva. A) Para provar que T é uma transformação linear temos que testar as três condições necessárias: i) 0𝑉 = 0 0 0 0 ; 0𝑊 = 0 + 0𝑥 + 0𝑥² + 0𝑥³ 𝑇 0 0 0 0 = 0 − 2.0 + 0 + 0 𝑥 + 0 + 2.0 𝑥² + 0 − 2.0 − 3.0 𝑥³ = 0 + 0𝑥 + 0𝑥² + 0𝑥³ Primeira condição OK. ii) Escolhendo dois vetores de V: 𝑣1 = 𝑎1 𝑏1 0 𝑐1 e 𝑣2 = 𝑎2 𝑏2 0 𝑐2 𝑣1 + 𝑣2 = 𝑎1 + 𝑎2 𝑏1 + 𝑏2 0 𝑐1 + 𝑐2 Chamando 𝑎3 = 𝑎1 + 𝑎2, 𝑏3 = 𝑏1 + 𝑏2 e 𝑐3 = 𝑐1 + 𝑐2: 𝑣1 + 𝑣2 = 𝑎3 𝑏3 0 𝑐3 𝑇 𝑣1 + 𝑣2 = 𝑎3 − 2. 𝑏3 + 𝑏3 + 𝑐3 𝑥 + 𝑎3 + 2. 𝑐3 𝑥² + 𝑏3 − 2. 𝑎3 − 3. 𝑐3 𝑥³ Separadamente: 𝑇 𝑣1 = 𝑎1 − 2. 𝑏1 + 𝑏1 + 𝑐1 𝑥 + 𝑎1 + 2. 𝑐1 𝑥² + 𝑏1 − 2. 𝑎1 − 3. 𝑐1 𝑥³ 𝑇 𝑣2 = 𝑎2 − 2. 𝑏2 + 𝑏2 + 𝑐2 𝑥 + 𝑎2 + 2. 𝑐2 𝑥² + 𝑏2 − 2. 𝑎2 − 3. 𝑐2 𝑥³ 𝑇 𝑣1 + 𝑣2 = 𝑎1 − 2. 𝑏1 + 𝑎2 − 2. 𝑏2 + 𝑏1 + 𝑐1 + 𝑏2 + 𝑐2 𝑥 + 𝑎1 + 2. 𝑐1 + 𝑎2 + 2. 𝑐2 𝑥 2 + ( 𝑏1 − 2. 𝑎1 − 3. 𝑐1 + 𝑏2 − 2. 𝑎2 − 3. 𝑐2 )𝑥³ 𝑇 𝑣1 + 𝑣2 = 𝑎3 − 2. 𝑏3 + 𝑏3 + 𝑐3 𝑥 + 𝑎3 + 2. 𝑐3 𝑥² + 𝑏3 − 2. 𝑎3 − 3. 𝑐3 𝑥³ Segunda condição OK. iii) Sendo 𝛼 ∈ e 𝑣 = 𝑎 𝑏 0 𝑐 ∈ 𝑉: 𝛼. 𝑣 = 𝛼. 𝑎 𝛼. 𝑏 0 𝛼. 𝑐 Resumo de Álgera Linear II unidade 4 Thiago Carreiro 𝑇 𝛼. 𝑣 = 𝛼. 𝑎 − 2. 𝛼. 𝑏 + 𝛼. 𝑏 + 𝛼. 𝑐 𝑥 + 𝛼. 𝑎 + 2. 𝛼. 𝑐 𝑥2 + 𝛼. 𝑏 − 2. 𝛼. 𝑎 − 3. 𝛼. 𝑐 𝑥3 𝑇 𝛼. 𝑣 = 𝛼. 𝑎 − 2. 𝑏 + 𝑏 + 𝑐 𝑥 + 𝑎 + 2. 𝑐 𝑥2 + 𝑏 − 2. 𝑎 − 3. 𝑐 𝑥3 = 𝛼. 𝑇(𝑣) Terceira condição OK. Como as três condições são satisfeitas, T é uma transformação linear. B) Seguindo o passo-a-passo para achar o núcleo: i) Igualar a transformação ao vetor nulo do conjunto de chegada: 𝑇 𝑣 = 𝑎 − 2. 𝑏 + 𝑏 + 𝑐 𝑥 + 𝑎 + 2. 𝑐 𝑥2 + 𝑏 − 2. 𝑎 − 3. 𝑐 𝑥3 = 0 + 0𝑥 + 0𝑥² + 0𝑥³ ii) Resolver o sistema: 𝑎 − 2𝑏 = 0 𝑏 + 𝑐 = 0 𝑎 + 2𝑐 = 0 𝑏 − 2𝑎 − 3𝑐 = 0 𝑎 = 2𝑏 𝑏 = 𝑏 𝑐 = −𝑏 iii) Achar a base: Forma geral: 𝑣 = 2𝑏 𝑏 0 −𝑏 Colocando „b‟ em evidência: 𝑣 = 𝑏. 2 1 0 −1 , como 2 1 0 −1 é não nulo, 𝛽 = 2 1 0 −1 é uma base de Ker(T). Como dim 𝐾𝑒𝑟 𝑇 = 1 ≠ 0, T não é injetiva. C) Pelo teorema do núcleo-imagem: dim 𝑉 = dim 𝐾𝑒𝑟 𝑇 + dim(Im T ) O conjunto 𝛼 = 1 0 0 0 , 0 1 0 0 , 0 0 0 1 é a base canônica de V, então dim 𝑉 = 3. 3 = 1 + dim(Im T ) dim(Im T ) = 2 D) Os transformados da base de V são geradores da Im(T), usando a base 𝛼 do item anterior: 𝑇 1 0 0 0 = 1 + 𝑥² − 𝑥³, 𝑇 0 1 0 0 = −2 + 𝑥 + 𝑥³ e 𝑇 0 0 0 1 = 𝑥 + 2𝑥² − 3𝑥³ Como dim(Im T ) = 2, dois desses vetores formam uma base de Im(T): 𝛾 = { 1 + 𝑥2 − 𝑥3 , 𝑥 + 2𝑥2 − 3𝑥3 } é uma base de Im(T) (os dois vetores são LI). Como 𝑊 = 𝑃3, dim(W) = 4. Codim(Im T ) ≠ dim(W), T não é sobrejetiva.