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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 
 PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO 
 
 
NÚCLEO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM PRODUÇÃO ANIMAL 
www.neppa.uneb.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE 
OVINOS E CAPRINOS DE CORTE 
 
 
 
Danilo Gusmão de Quadros 
NEPPA-UNEB 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila técnica do Curso sobre 
“Sistemas de produção de ovinos e 
caprinos de corte”, realizado na Pró-
Reitoria de Extensão da UNEB 
 
 
 
Salvador – Bahia 
Novembro de 2005 
 
 1 
1.0 Introdução 
 
No Brasil, a carne de cordeiros e cabritos, apesar de ainda possuírem preços 
considerados elevados, vem cada vez mais conquistando novos consumidores, 
principalmente nos grandes centros urbanos. A forma que atualmente se apresentam 
esses produtos (cortes selecionados, resfriados ou congelados) e a sua alta qualidade 
intrínseca, tornam-os quase irresistíveis ao consumidor. 
Na região Nordeste do Brasil, a ovino-caprinocultura é uma importante atividade 
sócio-econômica, com destaque para a agricultura familiar. Atualmente, a atividade se 
expande com investimentos de empresários e incentivos governamentais, dotando o 
criatório com soluções alternativas baseadas em tecnologias regionais. 
O Estado da Bahia conta com a maior população caprina e a segunda maior ovina do 
Brasil, com 4,8 e 3,0 milhões de cabeças, respectivamente. Entretanto, os sistemas de 
criação predominantes são caracterizados por baixos índices zootécnicos, em 
conseqüência da precária nutrição, dos problemas sanitários, do manejo ineficiente e do 
baixo potencial genético dos animais. 
Apesar da rápida expansão da ovino-caprinocultura de corte no Brasil, urge o 
fortalecimento de vários setores da cadeia produtiva. Os fatores mais limitantes são: 
 
- falta de fornecedores de insumos para ovinos; 
- presença de pastagens inadequadas; 
- incipiente experiência do proprietário na atividade; 
- dificuldade de aquisição dos animais com qualidade de bom preço para iniciar o 
plantel; 
- mão-de-obra despreparada; 
- inexistência de associativismo e cooperativismo dos produtores. 
 
A maioria dos produtores interessados é iniciante e muitos outros desejam entrar 
na atividade. Assim, o primeiro passo é o planejamento das etapas da criação, 
utilizando a tecnologia adequada ao nível de investimento. Para tanto, é imprescindível 
o apoio técnico qualificado, resultando em alta relação benefício:custo, otimização dos 
recursos existentes, alocação correta do capital e definição do sistema produtivo. 
 
 
Os aspectos mais importantes da criação de ovinos e caprinos são: 
- alimentação, 
- sanidade, 
- manejo, 
- genética, 
- reprodução 
- mercado. 
 
O proprietário deve estar atento a todos os segmentos da cadeia produtiva. A 
tomada de decisão no “fora-da-porteira” é tão importante quanto “dentro-da-porteira”. 
 
 
2.0 Principais raças ovinas e caprinas – seleção e cruzamento para produção de 
carne 
Existem cerca de 351 raças caprinas e 920 ovinas no mundo. No Nordeste 
brasileiro as mais encontradas são: caprinos - Moxotó, Mambrina, Jamnapari, Bhuj, 
Anglo-nubiana, Saanen, Toggenburg, Parda Alpina, Alpina Britânica, Alpina Americana, 
Angorá, Boer, e os grupos étnicos Canindé, Marota, Repartida e Gurgéia; ovinos - 
 2 
Morada Nova, Santa Inês, Bergamácia, Somalis e Rabo Largo. Raças ovinas lanadas 
de corte também foram introduzidas (Texel, Suffolk, Hampshire Down, Ilê-de-France, 
Dorset) e, mais recentemente, as raças sulafricanas ovinas deslanadas Dorper e 
Damara, além da Savanna e Kalarari de caprinos de corte. 
 
2.1 Raças ovinas 
 
 2.1.1 Deslanadas – rebanho base 
No nordeste, as raças deslanadas são comumente criadas puras, sendo 
selecionadas pelas características desejáveis, ou formarem rebanho base, materno, no 
qual novas raças exóticas, tipo carne, são introduzidas como parentais. 
 
2.1.1.1 Santa Inês 
A demanda de ovinos da raça Santa Inês no Brasil tem aumentado 
significativamente nos últimos anos, devido ao crescimento do número de criadores que 
aderem à criação de ovinos dessa raça. 
 A raça Santa Inês é nativa do nordeste brasileiro, oriunda, provavelmente, do 
cruzamento de Morada Nova e Bergamácia. Alguns sugerem a participação de uma 
terceira raça, que pode ser a Somalis, na sua formação. 
 O Santa Inês é um ovino deslanado, de grande porte, com machos adultos 
pesando de 80-100 kg e fêmeas adultas com 60-70 kg. Cabeça com perfil semi-convexo, 
mocha, mucosas pigmentadas, exceto nas variedades brancas, orelhas de tamanho 
médio em forma de lança. Pescoço bem inserido com, ou sem, brincos, dorso reto, 
podendo apresentar pequena depressão atrás da cernelha. Garupa levemente inclinada, 
cauda de comprimento médio, não passando dos jarretes, ossatura vigorosa, cascos 
escuros, ou brancos, de acordo com a cor das mucosas nasais e órbitas oculares. 
Pelagem preta, vermelha, branca e combinações. Aptidões para carne e pele, fêmeas 
prolíferas com boa habilidade materna e produção de leite, sendo exigente quanto à 
alimentação. 
 Em 2001, animais da raça Santa Inês ocupavam em relação ao número de 
registros de animais puros de origem (PO), a nona posição. No entanto, quando se trata 
de animais puros por cruza de origem conhecida e desconhecida (PCOC e PCOD), a raça 
possui a maior população de ovinos controlados, cerca de 90 mil animais, correspondente 
a 60 % do total dessas categorias. Levando em consideração o pouco tempo de controle 
genealógico e o impulso na criação de animais dessa raça, em breve, o Santa Inês 
deverá também apresentar a maior população de ovinos PO do Brasil. 
 
2.1.1.2 Morada Nova 
Raça de porte pequeno. Boa adaptação aos trópicos, alta prolificidade. 
 
2.1.1.3 SRD - Sem Raça Definina 
Tipo comum, de raça não identificada. Geralmente apresenta boa rusticidade e adaptação 
ao meio ambiente. 
 
Como exemplo de outras raças deslanadas temos a Rabo Largo, Somalis Brasileira. De 
lanadas rústicas temos a Bergamácia. 
 
 
 
 
 
 
 3 
2.1.2 Raças exóticas tipo carne para cruzamento 
2.1.2.1 - Lanadas 
Sullfolk - Raça de origem inglesa, de porte grande, denominada “cara negra” com orelhas 
bem desenvolvidas, face e patas pretas. Não apresenta lã nas extremidades (cabeça, 
patas e barriga), suporta melhor solos úmidos. 
 
 
Hampshire Down – Raça de origem inglesa, de porte médio a grande, denominada “cara 
negra” com orelhas não muito desenvolvidas, face e patas pretas. Apresenta lã nas 
extremidades (cabeça, patas e barriga), mesmo possuindo cascos escuros, não suportam 
solos úmidos, mal drenados e alagados. 
 
 
Texel – Raça de origem holandesa, de porte médio, apresenta orelhas pequenas e eretas, 
mucosas pigmentada, sem lã nas extremidades e com cascos escuros. Produz bem em 
solos mais úmidos. 
 
Ilê-de-France – Raça de origem francesa, de porte grande, possui orelhas não muito 
desenvolvidas, mucosa despigmentada rosada. Apresenta uma certa quantidade de lã 
nas extremidades e com cascos claros despigmentados. Não pode ser criada em solos 
úmidos. 
2.1.2.2 Deslanadas 
 
Dorper – Raça de origem sul-africana, de porte médio, introduzida no Brasil 
aproximadamente em 2000. Apresenta boa conformação de carcaça e bons rendimentos 
de cortes. 
 
2.1.3 Cruzamentos para produção de carne ovina 
 
Nas Tabelas 1, 2, 3 e 4 são apresentados os resultados de pesquisa sobre alguns 
aspectos da produção de carne e qualidade da pele obtidos com ovelhas sem raça 
definida cruzados com carneiros de raças exóticas tipo corte e Santa Inês e outro trabalho 
cruzando matrizes Santa Inês com reprodutores de raças exóticas tipo carne. 
 
 
TABELA 1 – Peso ao nascer, ao desmame, ganho de peso diário (GPD) e taxa de 
sobrevivência de cordeiros na fase de produção. 
Genótipo* Peso ao 
nascer (kg) 
Peso ao 
desmame 
(kg)
GPD 
(g/dia) 
Taxa de 
sobrevivência 
(%) 
Fonte 
½ SI-SRD 3,2 11,4 98 89 
½ SU-SRD 3,9 12,7 105 84 
½ HD-SRD 3,7 12,5 105 71 
½ TX-SRD 3,8 14,1 124 90 
½ IF-SRD 3,8 13,1 113 80 
 
Machado et 
al. (1999) 
SI 3,6 13,5 175 - 
½ SI-SU 4,4 17,0 210 - 
½ SI-IF 3,8 14,1 171 - 
Santos et al. 
(2001) 
*SRD – Sem raça definida; SI – Santa Inês; SU – Sullfolk, HD – Hampshire Down; TX – Texel; IF – Ilê-de-
France 
 4 
TABELA 2 – Ganho de peso diário (GPD), peso de abate, idade de abate e conversão 
alimentar de cordeiros na fase de acabamento. 
Genótipo* GPD 
(g/dia) 
Peso de abate 
(kg) 
Idade de abate 
(dias) 
Conversão 
alimentar 
(kg ração:kg 
ganho) 
Fonte 
½ SI-SRD 165 29 187 6,1 
½ SU-SRD 190 32 176 5,5 
½ HD-SRD 174 30 188 6,0 
½ TX-SRD 168 30 177 6,3 
½ IF-SRD 197 32 186 5,4 
Fernandes 
et al. 
(1996) 
SI 175 30 162 - 
½ SI-SU 258 32 105 - 
½ SI-IF 215 31 129 - 
Santos et 
al. (2001) 
*SRD – Sem raça definida; SI – Santa Inês; SU – Sullfolk, HD – Hampshire Down; TX – Texel; IF – Ilê-de-
France 
 
TABELA 3 – Rendimento de carcaça de cordeiros. 
Genótipo* Rendimento de carcaça 
(%) 
Fonte 
½ SI-SRD 44,8 
½ SU-SRD 44,9 
½ HD-SRD 47,6 
½ TX-SRD 46,2 
½ IF-SRD 47,0 
 
Fernandes et al. 
(1996) 
SI 47,6 
½ SI-SU 46,5 
Santos et al. (2001) 
*SRD – Sem raça definida; SI – Santa Inês; SU – Sullfolk, HD – Hampshire Down; TX – Texel; IF – Ilê-de-
France 
 
TABELA 4 – Qualidade da pele de cordeiros cruzados. 
Genótipo* Qualidade da pele 
½ SI-SRD Melhor 
½ TX-SRD Boa 
½ IF-SRD Razoável 
½ HD-SRD Razoável 
½ SU-SRD Ruim 
Fonte: EMBRAPA (1993) 
*SRD – Sem raça definida; SI – Santa Inês; SU – Sullfolk, HD – Hampshire Down; TX – Texel; IF – Ilê-de-
France 
 
 
2.2 Raças caprinas para produção de carne 
 
2.2.1 SRD – Sem raça definina 
Compõe quase 90% dos animais do rebanho do nordeste, com muita rusticidade, 
pela seleção natural que vieram sofrendo ao longo do tempo, mas baixo potencial de 
produção e inadequada conformação de carcaça. 
 
2.2.2 Anglonubiana 
Anglonubiana é uma raça de caprinos com temperamento manso, bem adaptada a 
climas quentes e secos, originária da Núbia, no centro-oeste africano. Boa produtora de 
 5 
leite e carne. Peso corporal e altura variando, respectivamente, de 40-50 kg e 70 cm, para 
as fêmeas e 50-95 kg e 90 cm, para os machos adultos. 
 Os padrões da raça Anglonubiana descrevem os animais apresentando a cabeça 
com perfil convexo, permitindo subconvexo, com orelhas de tamanho médio, formato 
longo, espalmadas, pendentes, dirigidas para fora e com as extremidades voltadas para 
frente, ultrapassando a ponta do focinho em até 3 cm. São animais de grande porte, com 
pêlos curtos e pelagem variada, sendo aceita qualquer cor para efeito de registro 
genealógico. 
 A pelagem de caprinos da raça Anglonubiana é negra, castanho escuro, baia ou 
cinza, podendo apresentar manchas pretas, ou castanhas, para formar o padrão 
tartaruga1. 
 Aspado, com pescoço bem levantado com, ou sem, barbela nos machos e nas 
fêmeas, corpo longo e profundo, com linha dorso-lombar retilínea e larga. Garupa longa, 
suavemente inclinada, com membros e cascos fortes, apresentando coloração de acordo 
com a pelagem. 
Os caprinos da raça Anglo-Nubiana tem bom potencial para a produção de carne, 
pois tem elevado desenvolvimento ponderal, em ambos os sexos, mesmo evidenciando a 
superioridade do macho. Em programas de cruzamento de caprinos é comum a indicação 
da raça Anglo-Nubiana para a produção de carne, pois são facilmente encontrados no 
nordeste brasileiro. 
 
2.2.3 Boer 
A raça Boer foi introduzida no Brasil, introduzida na década de 90, e é a única raça 
caprina especializada para a produção de carne disponível em maior escala no Brasil. 
Animais dessa raça apresentaram pesos aos oito meses de 64 Kg e aos 12 meses de 
92,2 kg. Com relação a caprinos nascidos e criados no Brasil, apresentaram perímetros 
de coxa de 36,8 cm, comparados a 34,6 e 22,4 cm de caprinos Anglo-Nubiana e Canindé, 
respectivamente, demonstrando um tipo adequado para o abate. 
Os aspectos como prolificidade e adaptação de raças de menor porte devem ser 
consideradas, quando comparadas em peso ou tamanho metabólico, ser mais eficiente ou 
mais rentáveis que caprinos Boer, que têm exigências de manutenção altas devido ao 
maior peso. 
Dados da EMEPA-PB, demonstraram que caprinos da raça Boer tiveram maiores 
ganhos de peso médio diários do nascimento ao desmame e do desmame aos 196 dias 
de idade e maiores rendimentos de carcaças (141,7 g, 62 g e 47-52%, respectivamente) 
quando comparados a caprinos SRD, Anglo-Nubiana, Alpina e Canidé (73 g, 23,8 g e 42-
44%; 89,2 g, 47,6 g e 44-47%; 98,2 g, 41,6 g e 41-44% e 64,7 g, 22,6 g e 41-44%, 
respectivamente). Ao desmame, cabritos da raça Boer atingiram 18 kg, em relação a 12,8 
kg dos Anglo-Nubiana e 10,2 kg dos SRD. Cabritos Boer altamente melhorados podem 
atingir ganhos de peso diário da ordem de 250 g até os 270 dias, sendo que até os 100 
somente, chegaram a quase 300 g. 
 
2.3 Cruzamentos de raças caprinas para produção de carne 
 
Visando o cruzamento terminal, há uma necessidade do sistema possuir raças 
maternas com boas características de habilidade e adaptabilidade, enquanto a raça 
paterna uma superioridade comprovada e as características apresentarem boa 
herdabilidade. Na literatura, a herdabilidade de média a alta para os atributos de peso ao 
nascer e ao desmame (32% e 27% respectivamente) para animais da raça Boer. 
 
1 manchas que lembram o casco de tartaruga, com várias combinações de cores, normalmente em tons castanho ou 
cinza, mas com presença de outras cores também 
 6 
O desempenho e características de carcaças de cabritos Saanen, Boer x Saanen e 
Anglo-Nubiana castrados, encontrados em trabalhos de pesquisa indicaram maiores 
teores de gordura intramuscular, quando abatidos com 28 ou 33 kg, e subcutânea, 
quando abatidos com 38 kg, nas carcaças dos cruzados em relação às de animais da 
raça Saanen. 
Há diferenças de composição dos ácidos graxos da gordura subcutânea de 
carcaças de machos e fêmeas. Em geral, atribui-se ao macho uma maior proporção de 
gordura saturada que as fêmeas, enquanto a proporção de polinsaturadas é semelhante 
em ambos os sexos. 
 
 
3.0 Escolha da planta forrageira para ovinos e caprinos 
No sistema de produção ovina e caprina baseada em pastagens, a tomada de 
decisão na escolha do genótipo (espécie e cultivar) que mais se adequa às condições de 
clima e solo locais, além do manejo que lhe será imposto, deve ser criteriosa, pois a área 
implantada deve ter uma longa vida útil. 
 Os pesquisadores da área de forragicultura e melhoramento genético vegetal vêm 
trabalhando incessantemente na seleção de genótipos tolerantes as adversidades 
ambientais e com características agronômicas favoráveis para a produção animal. Não 
existe uma planta "milagrosa", mas sim uma planta selecionada para o ecossistema 
desejado, com certas qualidade e limitações, as quais devem ser comparadas. 
Na Tabela 5 são apresentadas as características de algumas gramíneas 
forrageiras tropicais utilizadas para ovinos e caprinos. 
 
 
TABELA 5 - Características de adaptação de diversos capins utilizados para ovinos. 
 Resistência a 
Nome comum Seca Sombrea-
mento 
Alaga-
mento 
Acidez Escesso 
de Al+++ 
Salini-
dade 
Desfo-
lha 
capim-braquiária 2 2 3 3 5 - 5 
capim-buffel 5 - 2 1 1 3 4 
capim-coast-cross 3 2 3 5 5 5 5 
grama-estrela 2 - - 4 - - 4 
capim-colonião 3 3 3 3 4 - 3 
grama-batatais 3 - 4 4 - - 4 
Fonte: Adaptado HUMPHREYS (1986) 
Valor 1 = menos resistente 
Valor 5 = mais resistente 
 
 
3.2 Gramíneas 
 
Brachiaria spp. 
Os capins dessa espécie possuem diversos
hábitos de crescimento e 
características. É um gênero importante que alicerçou o crescimento da pecuária bovina 
nacional. Hoje, ocupam cerca de 75% dos 100 milhões de hectares de pastagens 
cultivadas, principalmente as espécies B. decumbens cv. Basilisk (capim-braquiária) e B. 
brizantha cv. Marandu (capim-marandu). As outras espécies, de representatividade 
menor, são: B. humidicola (quicuio da amazônia ou humidícola), B. mutica (capim angola 
ou capim fino), B. ruziziensis e B. dictioneura. 
Casos de fotossensibilização têm sido associado a presença do fungo Pithomyces 
chartarum na macega dos capins desse gênero (exceto B. humidicola). Geralmente, a 
 7 
formação de material morto em excesso na base das plantas ocorre devido ao manejo 
inadequado que permite por um longo tempo o sombreamento das partes basais. 
Entretanto, pela representatividade dos capins desse gênero, pode ser utilizado 
para a criação ovina/caprina com restrição. Progressivamente, na renovação de 
pastagens há a necessidade da introdução de espécies mais adequadas. 
Deve-se atentar para as fêmeas em terço final de gestação e início de lactação, 
pois nesses estádios fisiológicos, os animais estão mais sensíveis. Havendo casos de 
fotossensibilização, os animais devem ser deixados em piquete com sombra abundante e 
espécie forrageira de outro gênero à disposição, com tratamento tópico e aplicação de 
anti-tóxico. 
 Ademais, as braquiárias apresentam de médio a baixo valor nutritivo e 
aceitabilidade variada. Deve-se lembrar que os ovinos e caprinos são exigentes em 
nutrientes de alto valor agregado. Assim, recomenda-se ofertar forragem de bom valor 
nutritivo. 
 
Panicum maximum 
O capim mais conhecido dessa espécie é o capim colonião, introduzido no período 
colonial. Hoje, existem vários ecótipos e cultivares. 
Apresentam boa difusão no Brasil. Apresentam hábito de crescimento ereto, 
perfilhando em forma de touceira. Atualmente, os cultivares Tanzânia e aruana vêm se 
destacando na criação de ovinos e caprinos. 
As folhas decumbentes e a boa produção de massa seca, quando bem adubado, 
do capim-Tanzânia são fatores favoráveis a manutenção de alta taxa de lotação na época 
chuvosa do ano. Há ocorrência de alguns problemas da dificuldade de manejo devido a 
presença de colmos rijos, causando até cegueira nos animais, além do baixo valor 
nutritivo da forragem. 
Deve-se ressaltar que a ingestão de forragem por pequenos ruminantes é 
favorecida pela por estrutura com folhas mais curtas e estreitas, em grande densidade. 
Grande densidade de perfilhos, folhas mais finas e tenras, melhor distribuição 
anual de forragem e médio porte são algumas características que fazem do capim-aruana 
uma planta forrageira muito promissora para ovino-caprinocultura. 
No estado de São Paulo, o cv. Tanzânia produziu 25,6 toneladas de folhas/ha, 
enquanto o cv. Aruana apresentou produções variando entre 18 a 21 toneladas de 
MS/ha/ano. 
Outras variedades e cultivares dessa espécie, como gatton panic, green panic, 
vencedor e massai também podem ser utilizados, pois apresentam porte médio e boas 
produções e qualidade de forragem, se bem manejados. A propagação é feita por 
sementes, facilitando sua adoção. 
Pelo hábito de pastejo de ovinos e caprinos mantidos em áreas exclusivas de 
gramíneas, não recomenda-se a escolha de plantas de porte muito alto, como alguns 
cultivares dessa espécie. 
 
Cynodon spp. 
As gramíneas forrageiras desse gênero apresentam o hábito de crescimento 
prostrado e quando bem implantados e manejados, apresentam boa cobertura do solo e 
agressividade, devido aos vigorosos estolões. 
As espécies de Cynodon spp. são bastante utilizadas na criação ovina e caprina, 
por apresentarem boas características nutricionais e produtivas, apesar do custo de 
implantação ser relativamente alto, pois são plantados por estolões (mudas vegetativas). 
Neste grupo se encontram os capins tifton-85, coast-cross, estrela africana, tifton-68, 
florico, florona e florakirk, entre outros. Também possuem boas características para 
 8 
conservação de forragem para época seca do ano como feno, silagem pré-secada, 
silagem ou mesmo pasto reservado. 
 O plantio deve ser realizado por mudas sadias com gemas maduras. São utilizadas 
cerca de 3 toneladas de mudas para plantar 1 hectare. 
 
Cenchrus ciliaris 
O capim-buffel apresenta de crescimento ereto, com boa densidade de perfilhos. 
No sertão nordestino, a introdução de gramíneas perenes (principalmente o capim buffel) 
trás vantagens óbvias, não só pela manutenção de maior quantidade e qualidade de 
forragem no período seco, como também pelo rápido rebrote da pastagem no início das 
águas. Essa planta forrageira possui uma grande variabilidade genética, devido as suas 
variedades serem advindas de linhagens e hibridações utilizando-se materiais com 
diferentes características agronômicas, sendo portanto mais ou menos preferidas pelos 
ruminantes. A produção de matéria seca/ha, segundo a literatura, nas variedade 
Americano, Biloela, Malopo, Gaydah e CNPC-30 atingiram mais de 10, 5, 8, 3 e 8 
toneladas de MS/ha, respectivamente. 
 
3.3 Leguminosas forrageiras 
 As leguminosas (herbáceas e/ou arbustivas submetidas à podas) utilizadas na 
forma de consórcio com gramíneas ou como banco de proteína, representam fontes de 
alimentos interessantes dos pontos de vista: nutricional, pois possuem alto teor de 
proteína e digestibilidade; e estratégico, para reserva de alimento verde na época seca do 
ano, devido ao sistema radicular mais profundo. Outras vantagens do uso de leguminosas 
é a fixação de nitrogênio para a gramínea em sistemas consorciados. 
As bactérias dos gêneros Rhizobium e Bradrhizobium, em simbiose com as raízes 
das leguminosas, fixam quantidades de até 500 kg de nitrogênio no solo. No entanto, 
essas quantidades são bem inferiores nas regiões tropicais. O uso de leguminosas em 
consórcio com gramíneas, recomendado para criações menos intensivas, pode substituir 
adubações nitrogenadas, melhorar a qualidade da dieta e quantidade de forragem 
disponível. Deve-se atentar para que a proporção da leguminosa esteja em torno de 25-
30% da matéria seca total disponível na pastagem. A aceitatabilidade relativa de espécies 
prostradas ou porte arbustivo poderá ser vantajosa na manutenção desse percentual. 
A adição de leguminosas nas áreas de pastagem exclusivas de gramíneas, 
especialmente no tropical úmido e sub-úmido, freqüentemente aumentam a produtividade. 
São indicadas as seguintes leguminosas: estilosantes (Stylozanthes guianensis), 
centrosema (Centrosema pubecens) e siratro (Macroptilium atropurpureum cv. Siratro). 
Há outras espécies como: calopogônio (Calopogonium mucunoides), soja perene 
(Neotonia wihgtii), leucena (Leucaena leucocephala), guandu (Cajanus cajan) e 
amendoim forrageiro (Arachis pintoi), dentre outras, devendo ser escolhidas de acordo 
adaptação às condições de solo, clima e adequar-se a gramínea em consórcio. Algumas 
das leguminosas citadas são anuais, dependendo diretamente de ressementeio natural, e 
mesmo as perenes necessitam de recrutamento de novas plantas, então deve-se 
escolher espécies precoces que floresçam entre março e maio, época do ano que 
permitem a vedação, devendo-se evitar as de florescimento tardio, entre junho e julho, 
pois é uma época de necessidade de utilização desses pastos, sendo assim o produtor 
não irá vedar a pastagem, podendo levar ao insucesso do programa. 
A adubação nitrogenada permite produções de massa verde maiores do que 
aquelas advindas da fixação de nitrogênio pelas leguminosas, entretanto deve-se analisar 
cada situação para decidir de qual recurso devemos utilizar. 
Entende-se como banco de proteína como uma área mantida exclusivamente com 
leguminosas, nas quais os animais não têm acesso, ou o tem programadamente. É uma 
alternativa
interessante, pois pode-se estabelecer um manejo adequado da planta, 
 9 
permitindo uma boa persistência e produção do estande. A parte aérea da leguminosa 
também pode ser cortada (a altura de corte depende da principalmente espécie) e 
fornecida no cocho. Nesse caso, pode-se fazer uso de culturas intercalares visando a 
diminuição dos custos de implantação. A rotação de culturas é um ponto forte nessa 
técnica, pois a cultura subsequente se beneficiará dos resíduos da leguminosa. 
 
3.4 Manejo de pastagens com ovinos e caprinos 
A época de pastejo (águas e seca), o sistema (contínuo ou rotacionado), a intensidade 
(altura do resíduo) e a freqüência de pastejo (dias de ocupação e de descanso) são 
aspectos que devem ser considerados no manejo da pastagem. Na intensificação do uso 
das pastagens, há a forte tendência da adoção de pastejo rotacionado. Uma das 
principais dúvidas do criador sobre esse sistema está relacionada à necessidade de 
muitos piquetes pequenos com alto custo das cercas. Contudo, a rotação é possível 
mesmo com pastagens de dimensões maiores, com período de ocupação mais longos 
(máximo de sete dias), ajustando adequadamente a lotação para consumo da forragem 
ofertada durante o período planejado. A utilização de cercas eletrificadas possibilita a 
redução no custo de divisão de pastagens. 
O manejo de pastagens com ovinos e caprinos está relacionado com a espécie 
forrageira em questão, principalmente com relação ao porte e ao hábito de crescimento 
(Tabela 6). Pela característica de hábito gregário desses animais, não se deve deixar a 
altura da pastagem atingir mais de 1 m ou, na prática, a altura do focinho, para ocorrer à 
visualização uns dos outros enquanto pastejam. 
 
TABELA 6 – Sugestão de manejo para o pastejo rotacionado com ovinos e 
caprinos, na época das “águas” em pastagens intensificadas. 
Gramínea Período de descanso 
(dias) 
Altura de entrada 
(cm) 
Altura de saída 
(cm) 
capim-Tanzânia 30-35 70 20-30 
capim-aruana 30-35 40-50 10-20 
capim-braquiária 28-32 25-30 10-15 
capim-coast-cross ou 
capim-Tifton 
20-25 25-30 10-15 
Fonte: NEPPA (2005). Adaptado de vários autores. 
 
3.5 Utilização de pastagens tropicais para a criação de caprinos e ovinos 
Dentre as pastagens naturais utilizadas para caprinos e ovinos na região tropical, 
destaca-se a caatinga, a qual apresenta baixa capacidade de suporte (0,2 UA/ha), em 
relação às pastagens formadas de gramíneas, cujo potencial de produção pode manter 
mais de 5,0 UA/ha, quando há escolha correta da espécie, adoção de pastejo 
rotacionado, correção do solo e adubação das plantas. A introdução de gramíneas 
melhora a capacidade de suporte da caatinga releada e rebaixada, pois apenas cerca de 
7-10% dos 4000 kg MS/ha/ano da fitomassa produzida da vegetação é considerada 
forragem consumível, sendo o restante impalatável e de baixo valor nutritivo. 
O sistema CBL-Caatinga-Buffel-Leucena (EMBRAPA SEMI-ÁRIDO) não conta só 
com a união dessas espécies forrageiras adaptadas a região, mas também com fontes 
diversas de alimento como a algaroba, a palma forrageira e alguns resíduos culturais, 
principalmente os de milho, mandioca e feijão. Na racionalização de recursos alimentares 
potencialmente disponíveis na região semi-árida, entra a caatinga raleada e rebaixada. O 
raleamento é o corte de espécies não consumidas, permitindo a penetração da luz solar 
nos estratos mais inferiores da vegetação, aumentando as espécies de porte herbácio. Já 
o rebaixamento, constitui em podas drásticas de espécies arbóreas e arbustivas, visando 
aumentar a massa de forragem no horizonte de pastejo. 
 10 
Apesar dos caprinos apresentarem a habilidade de assumir postura bipedal 
característica e até mesmo subir em algumas árvores, a manutenção de um maior 
número de folhas mais facilmente acessíveis acarretará em menor dispêndio de energia 
na busca de alimento e maiores ganhos. 
Para criação de caprinos e ovinos no semi-árido nordestino recomenda-se os 
capins: andropógon (Andropogon gayanus), buffel grass (Cenchrus ciliaris), gramão 
(Cynodon dactylon var Aridus cv. Calie) e corrente (Urochloa mosambicensis). 
 Comparando-se as espécies caprina e ovina, em relação ao hábito alimentar, 
quando mantidas em vegetação botânica heterogenia, os ovinos exercem maior 
seletividade pelas gramíneas, enquanto os caprinos apresentam preferência alimentar por 
espécies arbustivas. 
 Cordeiros em pastagens de capim-Florakirk (Cynodon), no Estado de São Paulo, 
não tiveram diferenças significativas no consumo de forragem (404 g MS/animal/dia), no 
ganho por animal (41 g/animal/dia) e por área (3,4 kg/ha/dia) ao comparar o manejo de 
desfolha a 5; 10; 15 e 20 cm de altura, sob lotação contínua e carga variável de ovinos. 
Todavia, a desfolha a 5 cm necessita de manejo cauteloso, pois podem expor as plantas 
a redução da persistência, levando a degradação da pastagem. Em outro trabalho no 
mesmo Estado, cordeiros apresentaram ganho de peso diário de 106 g em pastagens de 
capim coast-cross (Cynodon dactylon) com a lotação fixa de 20 animais/ha. 
A intensificação da produção e uso das pastagens leva ao aumento das lotações e 
da produtividade. Trabalhos mostraram que aumentou da produção por hectare de 
borregos desmamados, de 459, 504 e 582 kg, e de carne ovina, de 280, 312 e 346 kg, 
quando as lotações aumentaram de 16, 21 e 26 ovelhas/ha, respectivamente. Entretanto, 
houve acréscimo no déficit de forragem nas estações de baixo crescimento das plantas. 
 Por outro lado, ao considerar o desempenho de cabritos, da raça Cashmire, em 
pastagens australianas, notou-se variações de acordo com a estação do ano, podendo 
estacionar o crescimento ou perder peso na época de escassez de forragem, mas 
capazes de atingir ganhos de 70-80 g/dia quando a forragem está abundante, sendo que 
no início das chuvas, chega a 100-140 g/dia. 
 
 
4.0 Suplementação alimentar para ovinos e caprinos 
 
 As misturas minerais, ou sal mineral, devem permanecer continua e 
initerruptamente à disposição dos animais em cochos próprios. Se compararmos o 
consumo de forragem e o teor de elementos essenciais ingeridos, contataremos que 
alguns minerais não suprirão as exigências das diferentes categorias. Na forrageira 
existem variações nos teores minerais com a espécie, o estádio de maturação da planta, 
a época do ano, o tipo de solo e o nível de adubações. 
 Pastagens com alta disponibilidade de forragem de bom valor nutritivo podem ser 
capazes de suprir os nutrientes necessários a manutenção e gestação, em relação aos 
teores de proteína e energia. Como geralmente as condições de nossas pastagens não 
são as ideais, podem-se fornecer suplementos para ovelhas em pré e pós-parto, pois 
evita distúrbios metabólicos, principalmente em partos duplos. 
 Deve-se ressaltar a importância da reserva de alimentos volumosos na forma de 
feno, silagem, pastagem vedada, cana-de-açúcar corrigida, capineiras, resíduos 
agroindustriais, entre outros, que devem ser produzidos na fazenda, devido aos custos. 
Nesse planejamento, a área plantada será de acordo número de animais (expressos em 
UA2) e o período de arraçoamento, visando equilibrar o suprimento e a demanda de 
forragem o ano inteiro. 
 
2 UA = unidade animal. 5 cabras = 1 UA. 1 cabra = 0,2 UA 
 11 
5.0 - Criação de ovinos e caprinos 
 
5.1 - Cuidados com a gestante: 
– PIQUETE DE FÁCIL ACESSO, TRANQUILO, BOA TOPOGRAFIA, 
OFERTA DE FORRAGEM, SOMBRA 
– INSTALAÇÃO FECHADA 
 CUIDADOS COM VENTOS FRIOS E O PISO RIPADO 
ASSISTÊNCIA NO PARTO, SE NECESSÁRIO 
O PÓS-PARTO 
 Na Figura 1, estão resumidos os primeiros cuidados com a cria recém-nascida. 
 
 
FIGURA 1 – Resumo dos primeiros cuidados com a cria recém-nascida. 
 
 Fonte: Ribeiro (1998) 
 
Com duas semanas antes do parto, a matriz deve
ser vacinada contra clostridiose 
(enterotoxemia). Pode-se administrar também o vermífugo. 
Ao nascer, os umbigos das crias devem ser cortados a 2 cm da barriga e curados 
com solução de iodo 10%, duas vezes ao dia, durante três dias consecutivos. 
A ingestão do colostro (primeiro leite) deve ocorrer o mais rápido possível, nunca 
depois de 6 horas pós-parto. 
Os cordeiros e cabritos devem ser vacinados contra clostridioses aos dois meses 
de idade, com revacinação 15-20 dias após. 
 
5.2 - Índices Zootécnicos 
O acompanhamento zootécnico do rebanho é necessário para condução de 
criações caprina e ovina. A identificação dos animais permite a escrituração zootécnica 
dos animais, revelando todas as informações para orientar a seleção das matrizes, que 
está baseada no desempenho das mesmas e, principalmente, das crias. 
 
Seguem alguns índices zootécnicos padrão para ovinos deslanados: 
 
Peso ao Nascer = 3 kg 
Peso no desmame = 12 kg 
Peso em 224 dias = 22 kg 
Tempo para alcançar 16 kg = 120 dias 
 12 
5.3 “Creep feeding” e “creep grazing” na alimentação de cordeiros e cabritos 
 A alimentação exclusiva e diferenciada das crias, seja ela concentrada (“creep 
feeding”) ou em pastagens (“creep grazing”), podem ser realizada para melhorar o ganho 
de peso dos borregos/cabritos e diminuir o tempo de abate, aproveitando a fase de maior 
eficiência alimentar dos animais e resultar em carne de melhor qualidade. Nas fêmeas, 
pode reduzir a idade à primeira cria, melhorando o giro de capital e velocidade de 
melhoramento do rebanho, desde que economicamente viável. 
Na Figura 2, está esquematizado um modelo de “creep grazing” com uma 
pastagem na qual só as crias têm acesso e um cocho para colocação de suplementos 
concentrados. A espécie forrageira plantada no “creep grazing” pode ser outra em relação 
a das matrizes. Pode adaptar o “creep feeding” para o fornecimento de feno de boa 
qualidade. 
 
FIGURA 2 – Esquema de “creep grazing” e “creep feeding” para ovinos/caprinos 
 
 
P 
 
 
 
AS 
 
 
TO 
 
P 
 
AS 
 
TO 
 
 
cocho 
 
 
 
 
PA 
 
 
PARA 
 
CRI 
 
AS 
 
 
 
 RA 
 
 
 
AS 
 
 
 
 
MATRI 
 
 
 
ZES 
 
Para os cordeiros e cabritos, o “creep grazing” (área de pasto ou cocho com 
alimentos volumosos de alta qualidade exclusiva as crias) pode ser usado com baixo 
custo e grande eficiência, podendo ser acrescido do “creep feeding” (cocho com alimentos 
concentrados), principalmente quando se deseja a terminação dos animais em 
confinamento ou quando o produtor é especializado em venda de cordeiros a terceiros. 
A ração do “creep feeding” deve possuir alta digestibilidade que não leve ao 
acúmulo de material fibroso indigestível no rúmen. O farelo de soja e o milho são 
ingredientes importantes para dieta inicial. O farelo de soja apresenta aceitabilidade 
elevada e alta concentração de proteína e o milho moído fermenta rapidamente no rúmen. 
O consumo de alimento sólido precoce acelera o tempo necessário a desmama e 
aumenta o desempenho. Os cordeiros devem comer alimentos sólidos o mais rápido 
possível e precisam ter acesso a esse alimento a partir do 12º dia de vida. A formulação 
para “creep feeding” não precisa ser complexa. Entretanto, ela deve conter os 
ingredientes que os cordeiros preferem, incluindo farelo de soja, milho e melaço que age 
como palatabilizante favorecendo o aumento do consumo. 
 
 
6.0 - Manejo reprodutivo de ovinos e caprinos 
 O manejo reprodutivo dos ovinos e caprinos de corte pode ser facilitado com a 
adoção da estação de monta. Raças de ovinos deslanadas e caprinos nativos apresentam 
poliestria contínua, naturalmente apresentam a maior concentração de cios (ovulações) 
 13 
na época de maior disponibilidade de forragem. Contudo, as raças ovinas lanadas e 
caprinos de raças exóticas (européias) apresentam cios quando há redução no 
fotoperíodo (poliestria estacional). Assim é comum a utilização de 1 cobertura/ano. 
Por outro lado, pode-se conseguir 3 partos em 2 anos, como está demonstrado na 
Figura 3. 
 
 
FIGURA 3– Sugestão de estação de monta para obtenção de 3 partos em 2 anos. 
 
Fonte: CRUZ, J.F. (1998) - UESB 
 
6.1 Manejo Reprodutivo da fêmea 
 O manejo reprodutivo correto deve-se observar o planejamento da alimentação e 
controle sanitário (principalmente da verminose), fundamentais eficiência da reprodução. 
 Os períodos em que as matrizes devem receber a melhor alimentação possível, em 
quantidades e qualidade são: 
1) Pré-acasalamento (mínimo 30 dias antes do acasalamento); 
2) Durante o período de acasalamento (45 a 52 dias); 
3) Segunda fase da gestação: ultimo terço ou após aos 100 dias da gestação; 
4) Aleitamento (45 a 52 dias após o parto), ou seja, do parto até o desmame. 
As matrizes devem receber alimentação, praticamente somente para mantença: na 
primeira fase da gestação, que compreende aos dois primeiros terços, ou seja, até aos 
100 dias da gestação, exceto as de escore corporal baixo, as quais devem receber 
tratamento especial para recuperação do escore antes do parto. 
As matrizes devem sofrer restrição alimentar por 2 a 3 dias na época do desmame. 
As matrizes deverão ser desverminadas nos períodos pré (aos 30 dias antes) e no 
final do acasalamento; inicio da 2ª fase da gestação e após parto. Os cordeiros e cabritos 
a cada 30 dias. Os reprodutores 30 dias antes acasalamento e sucessivamente junto com 
as matrizes. 
As matrizes deverão ser vacinadas contra enterotoxêmia ou Clostridiose aos 30 
dias antes do parto. Os reprodutores 30 dias antes do período de acasalamento. 
Os cordeiros 20 dias de vida e uma dose reforço após 30 dias. 
Para a produção ser eficiente, as matrizes devem ser condicionadas para produzir 
um parto a cada 8 meses (de preferência gêmeos), ou seja, devem produzir, no mínimo, 5 
a 6 partos e média de 8 a 10 cordeiros/cabritos, durante os 6 anos da vida útil. 
Os critérios de seleção utilizados em ovinos de corte são: 
 Habilidade materna 
 Capacidade reprodutiva 
 Ganho de peso 
 Conformação de carcaça 
 
As ovelhas e cabras devem ser identificadas para facilitar a seleção. 
 
A puberdade ocorre simultaneamente à liberação do pênis (4 a 6 meses), ou com 
40-50% do peso adulto. Entretanto a primeira cobertura deve ocorrer com 60 a 70 % do 
peso adulto. Em raças ovinas lanadas de grande porte, que são tardias, geralmente isso 
 14 
ocorre com 18 meses (45 kg em raças de corte) e 9-10 meses em raças deslanadas 
(Santa Inês 35-38 kg). 
O ciclo estral dos ovinos é de 17 dias (14 a 19 dias), com duração do estro de 12 a 
48 horas. Já nos caprinos, a média é de 21 dias, variando de 17 a 24 dias, com duração 
de 36 a 48 horas. 
 
6.2 Escolha do macho 
– Exame andrológico 
– Características raciais e potencial melhorador 
– Aprumos 
– 30-36 cm de perímetro escrotal (PE), nos ovinos e 28 a 32 nos caprinos 
6.3 Avaliação reprodutiva 
O reprodutor é muito importante quando se avalia o desempenho reprodutivo do 
rebanho, pois representa menor número e possui alto efeito multiplicador de suas 
características. 
 
No exame andrológico inclui-se: 
 - Exame clínico, 
- Exame do ejaculado, 
- Perímetro escrotal 
- Teste de libido. 
 
6.3.1 Exame clínico: 
 Deve-se realizar uma avaliação geral do animal e uma específica do aparato 
reprodutivo. 
Em geral, avalia-se o estado corporal, tentando observar sintomas de doenças, 
deficiências nutricionais, etc. 
 
6.3.2 Aparato locomotor 
Aprumos, cascos, articulações. Diagnóstico de defeitos e/ou lesões que 
prejudiquem ou empeçam a realização da cópula. A avaliação se realiza com o 
animal parado e em movimento. 
 
6.3.3 Aparato reprodutivo 
Escrotos, testículos e epidídimo, pênis, prepúcio. 
-Escroto:
observar a presença de miasses, abscessos, etc. 
-Testículos e epidídimo: aderências, consistência, simetria, cicatrizes. 
-Pênis: Conformação, deslizamento, presença de flexura peniana. 
-Prepucio: Conformação, presença de fimose ou parafimose. 
 
Um ajudante segura o animal sentado sobre os quartos traseiros, e o médico 
veterinário realiza a exploração do aparato genital pela frente do reprodutor. 
 
6.3.4 Exame do ejaculado 
 Pode-se obter o sêmen por coleta com vagina artificial ou com eletroejaculador 
avaliando-se: 
-Volume, 
 -Concentração, 
 -Anormalidades, 
 -pH, 
 -Cor, 
 15 
 -Vigor e 
 -Movimento massal. 
 
O exame de ejaculado é um excelente estimador da função testicular, só superado 
pelo índice reprodutivo determinado pelas percentagens de prenhêz. (Tabela 7). 
 
TABELA 7 - Parâmetros de qualidade do ejaculado 
Parâmetros Valores Médios Valores Mínimos 
Volume 1,0 ml 0,5 ml 
Motilidade 80 % 50 % 
Movimento Massal 4 2 
Concentração 3 * 109/mm3 1 * 106/mm3 
Defeitos Maiores 5 % 10 % 
Defeitos Menores 10 % 20% 
 Fonte: CRUZ, J.F. (1998) - UESB 
 
6.3.5 Perímetro escrotal (P.E.) 
 
 É aferido com fita métrica, na porção do maior diâmetro escrotal e é utilizado na 
estimativa do tamanho testicular. 
 O tamanho testicular, estimado pelo P.E., é um excelente indicativo da 
potencialidade reprodutiva de carneiros, considerando sua associação com a função 
testicular, sendo correlacionado como indicativo da precocidade sexual das filhas. 
 Os valores do P.E. mudam com a época do ano, idade, raças, nutrição, sanidade, 
etc; sendo recomendada a utilização deste parâmetro dentro de grupos contemporâneos. 
Alem disso, com os resultados de diferentes trabalhos de investigação, foi estabelecido 
um P.E. mínimo para algumas raças e idades (Tabelas 8 e 9). 
 
TABELA 8 - Perímetro escrotal mínimo previsto para carneiro Corriedale e seus 
respectivos pesos corporais. 
Peso Corporal (kg) Perímetro Escrotal (cm) 
20 
30 
40 
50 
60 
70 
80 
90 
100 
110 
19 
23 
26 
29 
30 
31 
32 
32 
33 
33 
Fonte: Moraes (1997). 
 
TABELA 9 -Valores médios de perímetro escrotal (P.E.) em carneiros de diferentes 
raças. 
RAÇA Nº ANIMAIS P.E. (cm) AMPLITUDE 
Corriedale 250 32,0 26 – 38 
Hampshire Down 92 33,0 21 – 40 
Ile-de-France 56 32,5 27 – 37 
Texel 31 30,0 23 – 35 
Suffolk 29 35,5 27 - 38 
Fonte: Moraes (1997). 
 16 
7.0 - Sanidade de ovinos e caprinos 
As principais doenças dos ovinos podem ser divididas em: 
- Doenças infecciosas (Tabela 10) 
- Doenças parasitárias 
- Distúrbios metabólicos 
 
TABELA 10 - Principais doenças infecciosas de ovinos e caprinos. 
Doença Espécie Prevenção 
Febre aftosa Caprina e Ovina Vacinação (não obrigatória) 
Clostridioses Caprina e Ovina Vacinação 
Lifadenite caseosa Caprina e Ovina Vacinação 
Brucelose ovina Ovina Teste-descarte dos positivos 
Pododermatite Caprina e Ovina Evitar locais úmidos 
Ectima contagioso Caprina e Ovina Vacinação 
Pneumonias Caprina e Ovina Evitar correntes de ar 
Fonte: Adaptado de Nunes et al. (1997) 
 
A artrite encefalite caprina a vírus (CAEV) é uma doença que clinicamente 
apresenta-se de várias formas: a articular, a nervosa e a mamária são as mais freqüentes. 
Em rebanhos com alta prevalência da doença, recomenda-se a utilização de programas 
de controle objetivando reduzir a incidência clínica e sorológica, bloqueando a 
transmissão da doença, considerando-se que ainda não existe vacina eficaz. Para tanto, 
deve-se separar os cabritos das mães imediatamente, tratando o leite ou colostro com 
aquecimento a 56º C por 60 minutos. 
Os procedimentos sanitários preventivos são as vacinações e desverminações, 
medidas de higiene e assepsia, uso de quarentena para animais novos que são 
introduzidos na propriedade, isolamento de animais doentes, proteção dos animais contra 
os vetores de doenças (insetos e roedores), testes sorológicos de diagnósticos 
(brucelose, leptosprose e outros), exame das fezes (OPG e coprocultura), etc. 
Casos de enterotoxemia (Clostridiose) são freqüentes nos animais confinados. 
Principalmente quando altas proporções de concentrado são usadas na dieta. A doença 
geralmente está relacionada com mudanças bruscas de alimentação. A letalidade pode 
atingir 100 % dos animais. Duas semanas antes do confinamento, os animais devem ser 
vacinados. Na ocorrência de surto, os animais devem ser re-vacinados e diminuição da 
quantidade de alimento por 15-20 dias, até que instale imunidade. Duas a três semanas 
após, o reforço da vacina é necessário. A vacina deve ser a polivalente. 
 
As doenças parasitárias mais comuns são: 
- verminose, 
- sarna, 
- piolho e 
- carrapato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17 
FIGURA 4 – Ciclo de vida de nematódeos gastrintestinais 
 
 
A principal espécie endoparasito de ovinos e caprinos no Brasil é Haemonchus 
contortus, que parasita o abomaso e é hematófago, alimentando-se de sangue durante 
toda a sua vida parasitária. Os animais com um número grande de parasitas podem 
apresentar anemia e edema submandibular. Uma fêmea pode produzir até 5000 ovos por 
dia, contaminando rapidamente as pastagens. Os ovos eclodem e as larvas L3 são 
ingeridas pelos animais no ato do pastejo. A fase de vida livre (no pasto) dura de 7 a 10 
dias, enquanto a fase parasitária (no animal) de 20 a 30 dias (Figura 4). 
 Os prejuízos econômicos, em conseqüência das verminoses, são devidos à 
redução da produtividade, alta taxa de mortalidade e despesas com antiparasitários. 
Existem apenas três grupos de anti-helmínticos de amplo espectro – 
benzimidazóis, imidazotiazóis e avermectinas – e dois grupos de pequeno espectro 
utilizados no controle de Haemonchus spp. – salicilanilidas/fenóis substituídos e 
organofosforados. Essa classificação baseia-se no mecanismo de ação dos anti-
helminticos sobre os nematódeos. 
As desverminações devem ocorrer quando o OPG (ovos por grama de fezes) 
passar de 500, amostrado em 10% dos animais do rebanho. 
A podridão de casco deve ser controlada pelo uso do pedilúvio após a apara de 
cascos, usando formol 5%. Nos animais sadios, fornecer 0,5 g/dia de sulfato de zinco no 
cocho. 
A ceratoconjutivite pode ocorrer e se disseminar rapidamente, inflamando a 
conjutiva dos animais. Para o controle, pode-se utilizar colírios, pomadas, ou sprays 
oftálmicos contendo terramicina, tiosina, ou clorafenicol. Nas infecções leves e em poucos 
animais, lavar diariamente com solução de sulfato de zinco a 10%. Quando afeta um 
grande número de animais, controla-se o problema com vacina. Separam-se os animais 
afetados do resto do rebanho. 
Os principais distúrbios metabólicos que acometem os ovinos e caprinos são: a 
hipotermina de recém-nascidos, a toxemia da prenhêz e os cálculos renais. 
A hipotermina de recém-nascidos é reduzida mantendo-se a cria aquecida. 
Os cálculos renais ocorrem devido a relação inadequada de Ca:P. A relação 
adequada é de 2:1. 
A toxemia da prenhêz é uma importante doença metabólica que causa perdas 
econômicas significativas em pequenos ruminantes, principalmente em ovinos. De 
maneira geral, os animais acometidos encontram-se no terço final da gestação, 
apresentando gestações gemelares ou múltiplas, com os fetos bem desenvolvidos. Na 
maioria das vezes é determinada por um programa nutricional inadequado durante o 
período gestacional, provocando hipoglicemia, acetonemia e acidose sistêmica, 
 18 
manifestando-se clinicamente por anorexia, depressão nervosa, prostração, seguida de 
morte. 
Basicamente, a toxemia da prenhêz pode ser induzida por duas condições 
determinantes, relacionadas com o nível nutricional e às condições orgânicas da ovelha 
gestante. O tipo I é caracterizado pelo estado de subnutrição no período gestacional, 
associado à presença de fetos múltiplos,
dietas impróprias e doenças intercorrentes, 
entre outros fatores. O tipo II está relacionado à super alimentação, principalmente nos 
dois terços iniciais da gestação. 
Outro distúrbio metabólico importante em cordeiros e cabritos confinados é o 
timpanismo espumoso ou empanzinamento, principalmente quando há alto consumo de 
concentrados. Nesse caso, deve-se preventivamente adicionar bicarbonato de sódio 
(tamponante) nas rações. 
 
 
8.0 Produção de carne de cordeiros/cabritos 
A carne de cabritos possui quantidades de gordura e colesterol mais baixas quando 
comparadas a de cordeiro, sendo este um aspecto positivo para o "marketing" do produto. 
O animal, no processamento cárneo, apresenta vários componentes (Figura 5). 
 
 
Figura 5 – Divisão dos componentes corpóreos de ovinos após o abate 
 
Fonte: Silva Sobrinho (2001) 
 
 
9.0 Terminação de cordeiros e cabritos em confinamento 
 Geralmente, em confinamento a dieta de custo mínimo é aquela com alta 
proporção de concentrado. 
Uma das vantagens da terminação em confinamento é o rápido e mais eficiente 
crescimento dos animais do que aqueles terminados em pastagens, por um determinado 
período de tempo. 
 A terminação de cordeiros e cabritos em pastagens resulta em carcaças de menor 
teor de gordura e reduzidos custos de produção. Todavia, aumenta o número de dias 
necessários para atingir um determinado peso de abate. 
O desempenho dos ovinos criados em sistemas mais intensivos (pasto + confinamento) 
em comparação com pastagens extensivas é apresentado na Tabela 11. 
 19 
 
TABELA 11 – Desempenho de ovinos criados em sistema tradicional em pastagens e 
intensivo em pastagens para cria e terminação em confinamento no estado 
de São Paulo. 
 Sistema 
tradicional em 
pastagens 
Sistema intensivo de 
pastagens para cria e 
terminação em 
confinamento 
Taxa de lotação de matrizes 10-12 30-35 
Idade à primeira cobertura (dias) 540 300 
Prolificidade (%) 130 145 
Intervalo de partos (meses) 12 8 
Peso ao nascer (kg) 3,5 4,5 
Idade de desmame (dias) 90 45 
Peso ao desmame (kg) 18,8 17,1 
Ganho de peso pré-desmame (g/dia) 170 280 
Peso vivo de abate (kg) 28-30 28-30 
Idade de abate (dias) 169 95 
Ganho de peso pós-desmame (g/dia) 130 240 
Rendimento de carcaça fria (%) 42 45 
Custo estimado (R$/kg carcaça) 2,26 2,32 
Fonte: Adaptado de Macedo et al. (1998) 
 
As dietas oferecidas em confinamento são ricas em concentrados, com cerca de 80 
a 100 % de concentrado. Isso melhora a conversão alimenta e a economicidade. Nesse 
caso, o milho pode ser utilizado sem ser moído, forçando ao ato de ruminação e 
salivação, tamponando o pH ruminal. 
 
10.0 Mercado de carne ovina e caprina 
A demanda por carne de ovina/caprina tem crescido nos últimos anos, 
principalmente nas regiões Nordeste e Sudeste do Brasil. 
No Nordeste, cerca de 35 % de toda a carne caprina e ovina comercializada, 
através de supermercados, vêm da região Sul do Brasil, do Uruguai e da Argentina, de 
qualidade questionável. 
Além do mercado interno, como grandes redes de restaurantes de São Paulo, por 
exemplo, países como a Espanha e a Arábia Saudita vêm demonstrando interesse em 
importar carne ovina/caprina de qualidade, com freqüência e padronização do produto. 
A pele do ovino deslanado e dos caprinos, que é de excelente qualidade, é 
exportada para países da Europa e os Estados Unidos. No Brasil, o Rio Grande do Sul é 
o principal comprador de pele de ovino produzida no Nordeste. 
 
11.0 Bibliografia básica 
 
AMARANTE, A.F.T. Controle de endoparasitoses em ovinos. In: In: MATTOS, W.R.S. et al. (Eds.) A 
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