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Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Curitiba Gerência de Ensino e Pesquisa Departamento Acadêmico de Matemática EQUAÇÕES DIFERENCIAIS NOTAS DE AULA Profa Paula Francis Benevides Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 1 AULA 01 EQUAÇÕES DIFERENCIAIS 1 – INTRODUÇÃO: Antes de mais nada, vamos recordar a diferença entre a derivada e a diferencial, pois, embora a derivada e a diferencial possuam as mesmas regras operacionais, esses dois operadores têm significados bastante diferentes. As diferenças mais marcantes são: a) a derivada tem significado físico e pode gerar novas grandezas físicas, como por exemplo a velocidade e a aceleração; a diferencial é um operador com propriedades puramente matemáticas; b) a derivada transforma uma função em outra, mantendo uma correspondência entre os pontos das duas funções (por exemplo, transforma uma função do segundo grau em uma função do primeiro grau); a diferencial é uma variação infinitesimal de uma grandeza; c) a derivada é uma operação entre duas grandezas; a diferencial é uma operação que envolve uma grandeza; d) o resultado de uma derivada não contém o infinitésimo em sua estrutura; conseqüentemente, não existe a integral de uma derivada; a integral só pode ser aplicada a um termo que contenha um diferencial (infinitésimo); e) Se for feito o quociente entre os dois diferenciais, tem-se: em total semelhança com a definição de derivada. A conseqüência direta desse fato é que a derivada não é o quociente entre duas diferenciais, mas comporta-se como se fosse esse quociente. Isto significa que a partir da relação: é possível escrever: dy = f(x).dx que se denomina equação diferencial. f) uma das aplicações mais importantes envolvendo derivadas e diferenciais é a obtenção da equação diferencial, etapa fundamental para a introdução do Cálculo Integral. 1.1 - Definição: Equação diferencial é uma equação que relaciona uma função e suas derivadas ou diferenciais. Quando a equação possui derivadas, estas devem ser passadas para a forma diferencial. As equações diferenciais da forma ( )yfy =′ são chamadas de autônomas. Exemplos: 1) 13 −= x dx dy 2) 0=− ydxxdy 3) 2 2 3 2 0 d y dy y dxdx + + = 4) 2"' 2( ") ' cosy y y x+ + = Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 2 5) 2 3 2( ") ( ') 3y y y x+ + = 6) 2 2 2 2 2 z z x y x y ∂ ∂+ = +∂ ∂ 7) z zz x x y ∂ ∂= +∂ ∂ 1.2 - Classificação: Havendo uma só variável independente, como em (1) a (5), as derivadas são ordinárias e a equação é denominada equação diferencial ordinária. Havendo duas ou mais variáveis independentes, como em (6) e (7), as derivadas são parciais e a equação é denominada equação diferencial parcial. 1.2.1 - Ordem: A ordem de uma equação diferencial é a ordem de mais alta derivada que nela aparece. As equações (1), (2) e (7) são de primeira ordem; (3), (5) e (6) são de segunda ordem e (4) é de terceira ordem. 1.2.2 - Grau: O grau de uma equação diferencial, que pode ser escrita, considerando a derivadas, como um polinômio, é o grau da derivada de mais alta ordem que nela aparece. Todas as equações dos exemplos acima são do primeiro grau, exceto (5) que é do segundo grau. As equações diferenciais parciais serão vista mais adiante. Exemplos: 1 3 33 3 =− dx yd y dx ydx ⇒ 3 32 3 3 dx ydy dx ydx =−⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ⇒ 3a ordem e 2o grau yxLg dx dyLg =− 2 ⇒ y x dx dy Lg =2 ⇒ yedx dy x =.12 ⇒ yexdx dy 2= ⇒ 1a ordem e 1o grau Observe que nem sempre à primeira vista, pode-se classificar a equação de imediato quanto a ordem e grau. 1.3 – Origem das Equações Diferenciais: Uma relação entre as variáveis, encerrando n constantes arbitrárias essenciais, como 4y x Cx= + 4y x Cx= + ou 2y Ax Bx= + , é chamada uma primitiva. As n constantes, representadas sempre aqui, por letras maiúsculas, serão denominadas essenciais se não puderem ser substituídas por um número menos de constantes. Em geral uma primitiva, encerrando n constantes arbitrárias essenciais, dará origem a uma equação diferencial, de ordem n, livre de constantes arbitrárias. Esta equação aparece eliminando-se as n constantes entre as (n + 1) equações obtidas juntando-se à primitiva as n equações provenientes de n derivadas sucessivas, em relação a variável independente, da primitiva. Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 3 Exemplos: Obter a equação diferencial associada às primitivas abaixo: a) 6 2 3 2 +−= xxy b) y = C1 sen x + C2 cos x c) y = Cx2 d) y = C1 x2 + C2 Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 4 e) y = a cos(x + b) onde a e b são constantes f) y = C1 e3x + C2 e- 2x AULA 01 – EXERCÍCIOS 1) x2 + y2 = C2 2) y = C ex 3) x3 = C (x2 – y2) 4) y = C1 cos 2x + C2 sen 2x 5) y = (C1 + C2x) ex + C3 6) y = C1 e2x + C2 e- x 7) ay y xLg += 1 8) x2y3 + x3y5 = C 9) y = Ax2 + Bx + C 10) y = Ae2x + Bex + C 11) y = C1e3x + C2e2x + C3 ex 12) ln y = Ax2 + B Respostas: 1) 0=+ ydyxdx 2) 0=− y dx dy 3) dx dyxyxy 23 22 =− 4) 042 2 =+ y dx yd 5) 02 2 2 3 3 =+− dx dy dx yd dx yd 6) 022 2 =−− y dx dy dx yd 7) 0ln =−⋅ y dx dy y xx 8) 22 3 3 5 0dy dyy x xy y x dx dx ⎛ ⎞+ + + =⎜ ⎟⎝ ⎠ 9) 3 3 0 d y dx = 10) 3 2 3 26 11 6 0 d y d y dy y dxdx dx − + − = 11) 2 3 22 4 0dy dyx x y dx dx ⎛ ⎞ + − =⎜ ⎟⎝ ⎠ 12) 2" ' ( ') 0xyy yy x y− − = Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 5 AULA 02 1.3 - Resolução: Resolver uma ED é determinar todas as funções que, sob a forma finita, verificam a equação, ou seja, é obter uma função de variáveis que, substituída na equação, transforme-a numa identidade. A resolução de uma equação diferencial envolve basicamente duas etapas: a primeira, que é a preparação da equação, que consiste em fazer com que cada termo da equação tenha, além de constantes, um único tipo de variável. A segunda etapa é a resolução da equação diferencial e consiste na aplicação dos métodos de integração. ¾ Solução geral: (a primitiva de uma equação diferencial) solução que contem tantas constantes arbitrárias quantas forem as unidades de ordem da equação. ¾ Solução particular: solução da equação deduzida da solução geral, atribuindo-se valores particulares as constantes arbitrárias. ¾ Solução singular: solução que não pode ser deduzida da equação geral. 1.4 - Curvas Integrais: Geometricamente, a primitiva é a equação de uma família de curvas e uma solução particular é a equação de uma dessas curvas. Estas curvas são denominadas curvas integrais da equação diferencial. Exemplo: x dx dy 2= 2 - EQUAÇÕES DE PRIMEIRA ORDEM E PRIMEIRO GRAU São equações de 1a ordem e 1o grau: ),( yxF dx dy = ou 0=+ NdyMdx em que M = M(x,y) e N = N(x,y). Estas funções tem que ser contínuas no intervalo considerado (- ∞, ∞) Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 6 2.1 – TIPOS DE EQUAÇÃO: 2.1.1 - EQUAÇÕES DE VARIÁVEIS SEPARÁVEIS. Uma equação do tipo Mdx + Ndy = 0 em que M e N pode ser: a) Funções de apenas uma variável: b) Produtos com fatores de uma só variável ou c) Constantes. é denominada equação de variáveis separáveis. Exemplos: Resolver as seguintes equações: 1) 13 −= x dx dy 2) y dx – x dy = 0 Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 7 3) 04 =−− dy y xxdx 4) 0secsec. =− xdytgyydxtgx 5) 01)1( 222 =−−− dyxdxyx Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 8 6) (x – 1) dy – y dx = 0 7) xyx y dx dy )1( 1 2 2 + += Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 9 8) (1 + x2)dy – xydx = 0 9) 2 2 1 1 x y dx dy + += Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 10 10) 0cos =+ xy dx dy AULA 02 – EXERCÍCIOS 1) 0.1 =− dx dytgy x 2) 4xy2 dx + (x2 + 1) dy = 0 3) (2+ y) dx - (3 – x) dy = 0 4) xy dx – (1 + x2) dy = 0 5) 42 2 += − x e dx dy y 6) (1 + x2) y3 dx + (1 – y2) x3 dy = 0 7) dx dyxyy dx dyxa =⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ + 2 8) sec2 x tg y dx + sec2 y tg x dy = 0 9) (x2 + a2)(y2 + b2)dx + (x2 – a2)(y2 – b2)dy = 0 Respostas: 1) x cos y = C 2) C y x =−+ 1)1ln(2 2 3) (2 + y)(3 – x) = C 4) C y2 = 1 + x2 5) Cxarctge y =− 2 2 6) C yxy x =⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ +− 22 112 1ln 7) y y k a aex += ln2 8) tg x . tg y = C 9) C b ybarctgy ax axax =−++ −+ 2ln Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 11 AULA 03 2.1.2 - EQUAÇÕES HOMOGÊNEAS Uma função f = f(x, y) é denominada homogênea de grau k se, para todo t ∈ R, vale a relação f(tx, ty) = tk f(x, y). Uma função f = f(x, y) é homogênea de grau 0 se, para todo t ∈ R, vale a relação f(tx, ty) = f(x, y) Exemplos: 1) A função f(x, y) = x2 + y2 é homogênea de grau 2. 2) 2 2 ),( y xyxg = e ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛= x yarctgyxh ),( são funções homogêneas de grau 0 Uma forma simples de observar a homogeneidade de uma função polinomial é constatar que todos os monômios da função possuem o mesmo grau. No caso de uma função racional (quociente de polinômios), os membros do numerador devem ter um mesmo grau m e os membros do denominador devem também ter um mesmo grau n, sendo que o grau da expressão do denominador pode ser menor ou igual que o grau da expressão do numerador. Uma equação diferencial de primeira ordem na forma normal y’ = f(x, y) é dita homogênea se ),( yxff = é uma função homogênea de grau zero. Exemplos: 1) xy yx dx dy 22 += 2) 2 2 ' y xy = 3) ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛= x yarctgy' Resumindo, As equações homogêneas são as da forma Mdx + Ndy = 0, onde M e N são funções homogêneas em x e y e do mesmo grau. 2.1.2.1 – Resolução: Pode-se resolver uma Equação Diferencial Homogênea, transformando-a em uma equação de variáveis separáveis com a substituição y(x)=x.u(x) ou de uma forma mais simples y = x.u, onde u = u(x) é uma nova função incógnita. Assim, dy = xdu + udx e uma equação da forma y’ = f(x,y) pode ser transformada em uma equação separável da forma ),( xuxfu dx dux =+ e após simplificações obtemos uma equação com variáveis separáveis. Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 12 Exemplos: 1) (x2 – y2) dx – 2xy dy = 0 Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 13 2) (2x – y) dx – (x + 4y) dy = 0 AULA 03 – EXERCÍCIOS 1) (x – y) dx – (x + y) dy = 0 2) (x2 + y2) dx + (2x + y)y dy = 0 3) (x + y) dx + (y – x) dy = 0 4) (x2 + y2) dx – xy dy = 0 5) 044 2 2 2 2 =⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ +−+⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ dx dyyxy dx dyy 6) Determinar a solução particular da equação (x2 – 3y2)dx + 2xydy = 0 para y = 1 e x = 2. Respostas: 1) y2 + 2xy – x2 = K 2) y3 + 3xy2 + x3 = k 3) x yarctgyxC =+ 221ln 4) 2 2 2 x y kex = 5) Cxyx =±− 23 22 6) xxy 8 31−= Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 14 AULA 04 2.1.3 – EQUAÇÕES REDUTÍVEIS ÀS HOMOGÊNEAS E EQUAÇÕES REDUTÍVEIS ÀS DE VARIÁVEIS SEPARADAS; São as equações que mediante determinada troca de variáveis se transformam em equações homogêneas ou em equações de variáveis separáveis. São equações da forma: ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ ++ ++= 222 111 cybxa cybxaF dx dy onde a1, a2, b1, b2, c1 e c2 são constantes. Observemos que a equação acima não é de variáveis separáveis porque temos uma soma das variáveis x e y e também não é homogênea pela existência de termos independentes, portanto deveremos eliminar ou a soma ou o termo independente. O que equivale a efetuar uma translação de eixos. Para esse tipo de equação tem dois casos a considerar: 2.1.3.1 – O determinante 22 11 ba ba é diferente de zero Resolução: Seja o sistema (1) ⎩⎨ ⎧ =++ =++ 0 0 222 111 cybxa cybxa cuja solução é dada pelas raízes x = α e y = β . A substituição a ser feita será: ⎩⎨ ⎧ =∴+= =∴+= dvdyvy dudxux β α Observa-se que, geometricamente, equivaleu a uma translação dos eixos coordenados para o ponto ( βα , ) que é a interseção das retas componentes do sistema (1), o que é verdadeiro, uma vez eu o determinante considerado é diferente de zero. Assim sendo, a equação transformada será: ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ ++++ ++++= 22222 11111 cbavbua cbavbuaF du dv βα βα x y u v P Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 15 Como α e β são as raízes do sistema: ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ + += vbua vbuaF du dv 22 11 que é uma equação homogênea do tipo visto anteriormente. Exemplos: Resolver a equação 23 132 −+ −−= yx yx dx dy Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 16 2.1.3.2 – O determinante 22 11 ba ba é igual a zero. Assim, observe-se que o método aplicado no 1o caso não fará sentido, de vez que as retas no sistema seriam paralelas e sua interseção seria verificada no infinito (ponto impróprio). A equação se reduzirá a uma de variáveis separáveis. Como 22 11 ba ba = 0, os coeficientes de x e y são proporcionais, de modo que se pode escrever: a1b2 = a2b1 ∴ 1 2 1 2 b b a a = (1) Chamando a relação constante (1) de m, pode-se escrever: 1 2 1 2 1 2 c cm b b a a ≠== a2 = ma1 b2 = mb1 Assim: ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ ++ ++= 211 111 )( cybxam cybxaF dx dy Fazendo a1x +b1y = t, e sendo t = f(x), tem-se: )(1 1 1 xat b y −= Derivando em relação a x: ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ −= 1 1 1 a dx dt bdx dy Equação transformada: ⎥⎥⎦ ⎤ ⎢⎢⎣ ⎡ + +=⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ − 2 1 1 1 1 cmt ctFa dx dt b )(11 tGbadx dt =− que é uma equação de variáveis separáveis. Exemplo: Resolver a equação 136 12 −− +−= yx yx dx dy Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 17 Aula 04 – Exercícios 1) (2x – 3y)dx – (3x – y -1)dy = 0 2) (x + 2y – 4)dx – (2x + y -5)dy = 0 3) (3y + x)dx + (x + 5y – 8)dy = 0 4) (2x + 3y -1)dx + (2x + 3y + 2)dy = 0 5) yx yx dx dy ++ −−= 1 331 Respostas: 1) 2x2 – 6xy + y2 + 2y = K 2) (y – x + 1)3 = K(x + y – 3) 3) ln[5(y – 4)2 + 4(x + 12)(y – 4) + (x + 12)2] – 2 arctg ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ ++ − 2 12 )4(5 x y = K 4) 3x + 3y = - 9ln(2x + 3y – 7) + C 5) 3x + y + 2ln(-3x – 3y + 3) = K Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 18 AULA 05 2.1.4 – EQUAÇÕES DIFERENCIAIS EXATAS: Uma equação do tipo M(x,y)dx + N(x,y)dy = 0 (1) é denominada diferencial exata, se existe uma função U(x,y) tal que dU(x,y) = M(x,y)dx + N(x,y)dy. A condição necessária e suficiente para que a equação (1) seja uma diferencial exata é que: x N y M ∂ ∂=∂ ∂ Dada a equação diferencial exata Mdx+Ndy=0 (1) e seja u=f(x,y)=C sua solução, cuja diferencial dada por: dy y udx x udu ∂ ∂+∂ ∂= (2). Então, comparando (1) e (2) teremos: ),( yxM x u =∂ ∂ (3) e ),( yxN y u =∂ ∂ (4). Para obtermos a sua solução u=f(x,y) deveremos integrar, por exemplo,a expressão (3), em relação à variável x, da qual teremos ∫ += )(),(),( ygdxyxMyxf (5). Derivando parcialmente (5) em relação à y teremos: )(' ),( yg y dxyxM y f +∂ ∂=∂ ∂ ∫ (6). Igualando (6) e (4) resulta: ),()(' ),( yxNyg y dxyxM =+∂ ∂∫ . Isolando g’(y) e integrando em relação a y acharemos: 1 ),( ),()( Cdy y dxyxM yxNyg +⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ∂ ∂−= ∫ ∫ (7). Substituindo (7) em (5) teremos a solução geral da equação exata, que é: Cdy y dxyxM yxNdxyxMyxf =⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ∂ ∂−+= ∫ ∫∫ ),(),(),(),( . Logo, a solução é da forma ∫ ∫ =⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ∂ ∂−+= Cdy y PNMdxyxU ),( onde costuma-se denotar ∫= MdxP Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 19 Exemplos: 1) (x2 – y2)dx – 2xy dy = 0 2) (2x – y + 1) dx – (x + 3y – 2) dy = 0 Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 20 3) ey dx + ( xey – 2y) dy = 0 AULA 05 – EXERCÍCIOS 1) (x3 + y2) dx + ( 2xy + cos y) dy = 0 2) 2xy dx + x2 dy = 0 3) senh x.cosy dx = coshx.seny dy 4) 0)( 22 =−− θθ drrdre 5) 2222 yxy xdy y dy yx dx +=++ Respostas: 1) Ksenyxyx =++ 2 4 4 2) x2y = K 3) coshxcosy = K 4) Kre =− 22θ 5) Kyxx =++ 22 Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 21 AULA 06 2.1.4.1 – FATOR INTEGRANTE: Nem sempre a ED é exata, ou seja, Mdx + Ndy = 0 não satisfaz, isso é: x N y M ∂ ∂≠∂ ∂ . Quando isso ocorre vamos supor a existência de uma função F(x, y) que ao multiplicar toda a ED pela mesma resulta em uma ED exata, ou seja, F(x,y)[Mdx +Ndy] = 0, e esta é uma ED exata. Se ela é exata, existe u(x, y) = cte e MF dx u .=∂ e NF dy u .=∂ e FN x FM yx N y M yx u ∂ ∂=∂ ∂=∂ ∂=∂ ∂=∂∂ ∂ 2 Tomando a condição de exatidão FN dx FM y ∂=∂ ∂ F x NN x FF y MM y F ∂ ∂+∂ ∂=∂ ∂+∂ ∂ e achar F por aqui é loucura!!!!!!! Vamos supor então que F(x,y) = F(x) x NFN x F y MF ∂ ∂+∂ ∂=∂ ∂ dividindo tudo por FN≠ 0 e organizando, temos: x N Nx F Fy M N ∂ ∂⋅+∂ ∂⋅=∂ ∂⋅ 111 x N Ny M Nx F F ∂ ∂⋅−∂ ∂⋅=∂ ∂⋅ 111 ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ∂ ∂−∂ ∂⋅=∂ ∂⋅ x N y M Nx F F 11 reescrevendo: dx x N y M N dF F ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ∂ ∂−∂ ∂⋅= 11 integrando: ∫ += CdxxRF )(ln ∫= dxxRecxF )(.)( onde: ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ∂ ∂−∂ ∂= x N y M N xR 1)( analogamente, supondo F(x,y) = F(y) que torne exata FMdx + FNdy = 0 teremos: ∫= dyyRecyF )(.)( onde: ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ∂ ∂−∂ ∂−= x N y M M xR 1)( Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 22 Em resumo: Quando a expressão Mdx + Ndy não é diferencial exata, isto é, x N y M ∂ ∂≠∂ ∂ , mostra-se que há uma infinidade de funções ),( yxF , tais que )( NdyMdxF + é uma diferencial exata. A esta função ),( yxF , dá-se o nome de fator integrante. F(x): F(y): ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ∂ ∂−∂ ∂= x N y M N xR 1)( ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ∂ ∂−∂ ∂−= x N y M M yR 1)( ∫= dxxRecxF )(.)( ∫= dyyRecyF )(.)( Exemplos: Resolver as seguintes equações diferenciais transformando em exatas através do fator integrante. 1) y2 dx + (xy + 1) dy = 0 Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 23 2) (x2 – y2) dx + 2xy dy = 0 AULA 06– EXERCÍCIOS 1) (2cos y + 4x2) dx = x sen y dy 2) 2x tg y dx + sec2 y dy = 0 3) seny dx + cos y dy = 0 Encontre a solução particular em: 4) 2xy dy = (x2 + y2) dx para y(1) = 2 5) 3y2 dx + x dy = 0 para y(1) = 1/2 Respostas: 1) x2 cos y + x4 = C 2) Ctgyex =2 3) Ceseny x =. 4) xxy 32 += 5) 2ln3 1 += xy Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 24 AULA 07 2.1.5 – EQUAÇÕES LINEARES: Uma equação diferencial linear de 1a ordem e 1o grau tem a forma: )()( xQyxP dx dy =+ (1) Se Q(x) = 0, a equação é dita homogênea ou incompleta; enquanto, se Q(x)≠ 0, a equação é dita não-homogênea ou completa. Analisaremos dois métodos de solução de equações diferenciais desse tipo a saber: 1o Método: Substituição ou de Lagrange: Esse método foi desenvolvido por Joseph Louis Lagrange (matemático francês: 1736- 1813) criador da Mecânica Analítica e dos processos de Integração das Equações de Derivadas Parciais. O método consiste na substituição de “y” por “Z.t” na equação (1), onde t = φ (x) e Z= )(xψ , sendo Z a nova função incógnita e t a função a determinar, assim y = Z.t. Derivando em relação a x, tem-se: dx dZt dx dtZ dz dy += (2) Substituindo (2) em (1) vamos obter: QPZt dx dZt dx dtZ =++ Q dx dZtPt dx dtZ =+⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ + (3) Para integral a equação (3), examina-se dois casos particulares da equação (1) a saber: i) P = 0, então dy = Qx, logo, CQdxy += ∫ (4) ii) Q = 0, então 0=+ Py dx dy (equação homogênea) que resulta em dy + Pydx = 0 que é de variáveis separáveis. Daí, 0=+ Pdx y dy . Integrando essa última, resulta em ∫−= PdxCyln . Aplicando a definição de logaritmo, passamos a escrever a solução ∫=∫= −− PdxCPdxC eeey . Fazendo Cek = , temos ∫= − Pdxkey (5) que representa a solução da equação homogênea ou incompleta. Agora, vamos pesquisar na equação (3) valores para “t” e “Z”, uma vez que y=Z.t, teremos a solução da equação (1) que uma equação linear completa (não-homogênea). Se igualarmos os coeficientes de Z a um certo fator, o valor daí obtido poderá ser levado ao resto da equação, possibilitando a determinação de Z uma vez que “t” pode ser determinado a partir desta condição. Assim, vamos impor em (3), que o coeficiente de Z seja nulo. Feito isto, 0=+ Pt dx dt (6), que é da mesma forma já estudada no caso ii. Assim, ∫= − Pdxket . Substituindo este resultado em Q dx dZt = obtemos Q dx dZke Pdx =∫− . Daí, Qe kdx dZ Pdx∫= 1 e Qdxe k dZ Pdx∫= 1 . Integrando este último resultado, temos CQdxe k Z Pdx +∫= ∫1 (7). Lembrando que y = Z.t, Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 25 vamos obter, substituindo “t” e “Z”: ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ +∫∫= ∫− CQdxekkey PdxPdx 1 , onde resulta, finalmente em: ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ +∫∫= ∫− CdxQeey PdxPdx .. (8) que é a solução geral da equação (1) 2o Método: Fator Integrante: Este método consiste na transformação de uma equação linear em outro do tipo diferencial exata, cuja solução já estudamos anteriormente. Posto isto, vamos retornando à equação original de nosso problema: QPy dx dy =+ Vamos reescrever esta última sob a forma (Py – Q) dx + dy = 0 Multiplicando ambos os membros por ∫ Pdxe (fator integrante) obtemos a expressão ( ) 0=∫+−∫ dyedxQPye PdxPdx . Aqui, identificamos as funções “M” e “N”: ( )QPyeM Pdx −∫= e ∫= PdxeN Derivando M com relação a y e N com relação a x, obtemos: ∫=∂ ∂ PdxPe y M e ∫=∂ ∂ PdxPe x N confirmando assim, que a equação transformada é uma equação diferencial exata. Exemplos: 1) Resolver a equação 2−=− x x y dx dy por: a. Lagrange Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 26 b. Fator integrante: Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 27 2) senxytgx dx dy =− AULA 7 – EXERCÍCIOS 1) 0cot =−+ x gx x y dx dy 2) arctgxy dx dyx =++ )1( 2 3) xytgx dx dy cos. += 4) x x y dx dy =− 5) 3 2 x x y dx dy =+ 6) (x + seny – 1)dy – cosy.dx = 0 7) Achar a solução particular para y = 0 e x=0 em x ytgx dx dy cos 1=− Respotas: 1) [ ]Csenx x y += )ln(1 2) arctgxeCarctgxy −+−= .1 3) xCxsenxy sec2 4 1 2 1 1 ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ ++= 4) 2xCxy += 5) 2 4 6 1 x Cxy += 6) x=(-2tgy+2secy+y+c)(secy+tgy) 7) x xy cos = Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 28 AULA 08 2.1.5 – EQUAÇÕES DE BERNOULLI: Equação da forma: nQyPy dx dy =+ (1) para 1≠n e 0≠n Pois, se: n = 0 ⇒ y’ + P(x)y = g(x) ⇒ caso anterior n = 1 ⇒ y’ + [P(x) – g(x)] y = 0 ⇒ caso anterior e homogênea Transformação de variável: Substitui por ty n =−1 Deriva-se em relação a x: dx dt dx dyyn n =− −)1( (2) Substituindo (1), que é: nQyPy dx dy =+ ⇒ PyQy dx dy n −= em (2) temos: ( ) dx dtPyQyyn nn =−− −)1( ( )( ) dx dtPyQn n =−− −11 como ty n =−1 , temos: dx dtPtQn =−− ))(1( QntPndx dt )1(])1[( −=−+ Tornando-se assim uma equação linear a ser resolvida pelo método anterior. Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 29 Exemplos: 1) 232 xy x y dx dy =− Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 30 2) 32 xyxy dx dy =− Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 31 AULA 08 – EXERCÍCIOS 1) 33 yxxy dx dy =+ 2) xyy dx dyx ln2=+ 3) 33 yxy dx dyx =+ 4) yxy xdx dy += 4 5) 02 2 =+− xy dx dyxy Respostas: 1) 2 .1 1 2 xeCx y ++ = 2) Cxex y += ).ln( 1 3) 1.2 2223 =+− yxCyx 4) 2 4 ln 2 1 ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ += Cxxy 5) x Cxy ln.2 = Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 32 AULA 09 2.1.6 – EQUAÇÃO DE RICCATI: A equação de Jacopo Francesco Riccati (matemático italiano 1676 – 1754) é da forma )()()( 2 xRyxQyxP dx dy ++= (1) onde P, Q e R designam funções de x. Observamos que, quando P(x)=0 temos a equação linear e, quando R(x) = 0 temos a equação de Bernoulli. Liouville (matemático francês) mostrou que a solução da equação de Riccati só é possível quando se conhece uma solução particular y0. Caso contrário, ela só é integrável através de uma função transcendente. Resolução: Admitindo-se uma solução particular y0 da equação (1) e fazendo y = y0 + z (2), onde “z” é uma função a ser determinada. Como y0 é solução, temos RQyPy dx dy ++= 0200 (3) Por outro lado, derivando (2) tem-se: dx dz dx dy dx dy += 0 (4) Substituindo (2) e (4) na equação (1) : RzyQzyP dx dz dx dy ++++=+ )()( 0200 Desenvolvendo e agrupando os termos: RQyPyzQPyPz dx dz dx dy +++++=+ 020020 )2( (5) Substituindo (3) em (5) e reagrupando, resulta em: 20 )2( PzzQPydx dz =+− (6) que é uma equação de Bernoulli na variável z, cuja solução já foi desenvolvida. Em resumo: Para sua resolução algébrica deveremos conhecer uma solução particular y = y0 qualquer de (1), na qual a mudança de variáveis y = z + y0, irá eliminar o termo independente R(x) transformando a equação de Riccatti numa equação de Bernoulli. Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 33 Exemplos: 1) Verificar se y = x é solução particular da equação 32 2 =++ x y x y dx dy . Em caso afirmativo, calcular a solução geral. Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 34 2) Mostrar que y = - x é solução particular da equação ( ) 0121 223 =++++ yxxy dx dyx e procurar a solução geral. Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 35 AULA 09 – EXERCÍCIOS 1) Mostrar que x y 1= é solução particular da equação 2 2 2 x y dx dy −= e calcular a sua solução geral. 2) Sabendo que y = 1 é solução particular da equação 1)12( 2 −=−−+ xxyyx dx dy calcular a sua solução geral. 3) Calcular a solução da equação 11121 2 −+⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ −−= xy x y xdx dy sabendo que y = x é solução particular. 4) Dar a solução geral da equação 0232 =+++ yy dx dy sabendo que y = - 1 é solução particular. Respostas: 1) kx x x y +−= 3 231 2) Cxe Cxey x x +− +−= )1( )2( 3) 2 322 xk xxkxy − −+= 4) 1 2 − −= x x Ce Cey Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 36 AULA 10 3 – EQUAÇÕES DE 1a ORDEM E GRAU DIFERENTE DE UM 3.1 – Envoltórias e Soluções Singulares: 3.1.1 – Envoltória de uma Família de Curvas: Seja f(x,y,α )=0 uma família de curvas dependentes do parâmetro “α ”. Define-se como envoltória a curva que é tangente a toda a linha que constituem a família de curvas. Pode-se existir uma ou mais envoltórias para uma mesma família de curvas, como também poderá não haver nenhuma. As curvas que forma a família são chamadas envolvidas. Geralmente, a envoltória é definida pelo sistema ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ =∂ ∂ = 0),,( 0),,( α α α yxf yxf ...(1), cuja equação pode ser obtida pela eliminação do parâmetro α em (1). Também podemos obter a equação da envoltória sob a forma paramétrica, resolvendo o sistema para x e y. e → envolvidas de equação f(x, y, α ) = 0 E → envoltória Não há envoltória e e e E F(x,y,C(x,y))=0 Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 37 Exemplo: Obter a envoltória de uma família de circunferência com centro sobre o eixo x e raio igual a 5. 3.1.2 – Soluções Singulares: Uma equação diferencial não linear de 1a ordem pode se escrita na forma alternativa 0,, =⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ dx dyyxF ...(2) , cuja solução geral é do tipo F(x,y,C)=0, que representa uma família de curvas (curvas integrais), a cada uma das quais está associada uma solução particular da equação dada. A envoltória dessa família de curvas (caso exista) representa a solução singular da equação original. De fato, o coeficiente angular da reta tangente em um ponto de coordenadas (xo,yo) da envoltória e da curva integral corresponde a dyo/dxo. Além disso, tem- se que os elementos xo, yo e dyo/dxo de cada ponto da envoltória satisfazem à equação (2), pois são elementos de uma curva integral. Portanto, a envoltória é uma solução da equação (2) que não resulta da fixação da constante C, e por esta razão, é uma solução singular. Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 38 Exemplo: Determinar a solução geral e a solução singular da equação 2 22 x dx dyx dx dyy +−⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛= Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 39 Em resumo: ¾ Curvas integrais: Família de curvas que representa a solução geral de uma equação diferencial. ¾ Envoltória: Tomando-se como exemplo a família de curvas dependentes de um parâmetro f(x,y,α )=0, define-se como envoltória a curva que é tangente a todas as linhas que constituem a família. ¾ Envolvida: É cada uma das curvas integrais. Representa geometricamente uma solução particular da equação. Assim sendo, pode-se afirmar que existe uma ou mais envoltórias para uma mesma família, como também poderá não haver nenhuma. Por exemplo, uma família de circunferências concêntricas não apresenta envoltória. AULA 10 – EXERCÍCIOS 1) Dar a envoltória das seguinte famílias de curvas: a) αα 14 2 += xy b) 0)2(2 222 =++++ αα yyx 2) Determinar a envoltória de um segmento de reta cujas extremidades descrevem 2 retas perpendiculares. 3) Obter a solução singular da equação 12 2 2 =+⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ y dx dyy 4) Achar a solução geral e a solução singular da equação: 2 ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛=− dx dy dx dyxy Respostas: 1) a ) y3 = 27x b) x2 + 4y = 0 2) 3 2 3 2 3 2 l=+ yx (astróide) 3) y = ± 1 4) y = Cx + c2 (solução geral) 4 2xy −= (solução singular) Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 40 AULA 11 3.2 – EQUAÇÃO DE CLAIRAUT: A Equação de Clairaut (Aléxis Claude Clairaut – matemático francês: 1713 – 1765) tem a forma ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛+= dx dy dx dyxy φ . Resolução: Chamando p dx dy = a equação de Clairaut fica ( )pxpy φ+= . (1) Derivando a equação anterior em relação a x, teremos: dx dppp dx dpx dx dy )('1. φ++= ( ) 0)(' =+ px dx dp φ (2) 0= dx dp ∴ Cp = A solução geral é dada substituindo-se em (1) p pelo seu valor C Assim, )(CCxy φ+= é a solução geral da equação de Clairaut (família de retas) De (2), tem-se: 0)(' =+ px φ (3) xp −=∴ )('φ Eliminando-se p entre (1) e (3) tem-se uma relação F(x,y)=0 que representa a solução singular. Exemplos: Determinar a solução geral e a solução singular das seguintes equações de Clairaut: 1) dx dy dx dyxy ln−= Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 41 2) 0 2 =+−⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ y dx dyx dx dy Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 42 AULA 11 – EXERCÍCIOS Determinar a solução geral e a solução singular das seguintes equações de Clairaut: 1) 2 3 ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛=− dx dy dx dyxy 2) 01 23 =+⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛−⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ dx dyy dx dyx 3) 045 =+⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ +− y dx dyx dx dy 4) 2 4 ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛++= dx dy dx dyxy Respostas: 1) y = Cx + 3C2 (geral) x2 = -12y (singular 2) 2 1 C Cxy += (geral) 4y3 = 27x2 (singular) 3) C(5 – y + xC) + 4 = 0 (geral) (y – 5)2 = 16x (singular) 4) 24 CCxy ++= (geral) 2 22 2 1 )1(4 x xy − ±= Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 43 AULA 12 3.3 – EQUAÇÃO DE LAGRANGE: A equações da Lagrange tem a forma ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛+⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛= dx dy dx dyxFy φ ...(1). Observamos que a equação de Clairaut é um caso particular da equação de Lagrange, se dx dy dx dyF =⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ . Resolução: A solução da equação de Lagrange, geralmente é dada sob a forma paramétrica. Chamando p dx dy = a equação de Lagrange fica ( )ppxFy φ+= )( . Derivando a equação anterior em relação a x, teremos: dx dpp dx dppxFpFp )(')(')( φ++= dx dpp dx dppxFpFp )(')(')( φ=−− Multiplicando por dp dx e dividindo por [p – F(p)], tem-se: )( )(' )( )(' pFp px pFp pF dp dx −=−− φ De onde se pode escrever QPx dp dx =+ Como em geral não será possível isolar p na solução da equação linear anterior, a solução geral da equação de Lagrange será dada na forma paramétrica: ⎩⎨ ⎧ = = )( )( pyy pxx Exemplo: Resolver a equação 2 2 ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛−= dx dyx dx dyxy Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 44 AULA 12 - EXERCÍCIOS 1) dx dy dy dxxy −= 2) dx dydx dyxy 12 += 3) 2 1 ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛+⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ += dx dyx dx dyy Respostas: 1) [ ] ( )[ ]⎪⎪⎩ ⎪⎪⎨ ⎧ −−−+ − −= −−+ − −= pCpp p y Cpp p px 1ln 1 1 )1ln( 1 2 2 2 2 2) ⎪⎪⎩ ⎪⎪⎨ ⎧ += += 2 ln ln2 p Cpx p Kpy 3) ⎩⎨ ⎧ +−+= +−= − − 2)1( 22 2pepCy pCex p p Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 45 AULA 13 4 - EXERCÍCIOS GERAIS Calcule as Equações Diferenciais abaixo: 1) 0)2(3 =−− dyyxydy 2) 0 2 =+ − dyyexdx x 3) 0)1( 2 =−− dxydyx 4) 0coscos2 =⋅+⋅ xdysenysenxdxy 5) )cos( yx dx dy += 6) 0)()(2 22 =+++ dyyxdxyxx 7) dxyxydxxdy 22 +=− 8) 0)( 22 =−+− xydydxyxyx 9) 0)2( =−+ dyxxyydx 10) 0)52()42( =+−++− dxyxdyyx 11) 342 12 ++ ++= yx yx dx dy 12) 0)139()23( =+−++− dyyxdxyx 13) 012)cos()cos( =⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ +++⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ + dy y xxyxdx x yxyy 14) 032 4 22 3 =−+ dyy xydx y x 15) 0)46()63( 3222 =+++ dyyyxdxxyx 16) yxy xyx dx dy 2 2 + +−= 17) 0)cos1()1( =−++ dyxdxysenx 18) 0)2.(sec).(sec =+−+− dyxtgyydxytgxx 19) 0)cos2( 2 =−− senydyxdxeyx x , determinar a solução particular para x = 0. 20) dxexydxxdy x2=− 21) 02 =−+ xdyydxdyy 22) 0)ln( 3 =−+ dyxydx x y 23) Achar a solução particular para y = b e x = a em 0=−+ xey dx dyx 24) 0)32(2 =+− dyxydxy 25) 222 y x y dx dy =+ 26) dxyyxdy )1( 2 += 27) 22 )1( xyxy dx dyx +=− 28) Conhecendo-se a solução particular y = ex da equação xx eyye dx dy 22)21( −=++− calcular sua solução geral. Calcular a solução geral e a singular das seguintes equações: 29) 2 ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛−= dy dx dx dyxy 30) 2 1 ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛++= dx dy dx dyxy 31) dx dy dx dyxy += 32) dx dysen dx dyxy += Resolver as seguintes equações de Lagrange: 33) ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ +−= dx dyx dx dyy 2 2 1 34) 2 2 ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛+= dx dy dx dyxy Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 46 Respostas: 1) )ln(126 2 Cyxy =− 2) 22 2 Cey x =+ 3) 1)1(ln =− xCy 4) Cyx =+ secsecln 5) Cxyxgyx +=+−+ )(cot)sec(cos 6) Cyyxx =++ 323 32 7) 222 yxCxy +−= 8) C X yxy =+− )ln( 9) Cx y x =+ ln 10) )3()1( 3 +−=−+ yxCyx 11) Cxyyx =−+++ 48)584ln( 12) )126ln(62 +−=++ yxCyx 13) Cyxyxysen =++ ln2)( 14) C yy x =− 13 2 15) Cyyxx =++ 4223 3 16) Cyyx =++ 222 )1( 17) Cxyyx =−+ cos 18) Cx)-y(2secysecx =++ 19) 1cos2 −=− xeyx 20) xxeCxy += 21) Cyxy =+2 22) Cyyx =+ 3ln2 23) x eabey ax −+= 24) y Cyx 12 −= 25) 0122 =−+ xyyCx 26) 2 2 2 xC xy −= 27) 11 1 2 −−= xCy 28) 1 2 − −+= x xxx Ce eCeCey 29) 23 2 4 27 1 xy C Cxy −= −= 30) 2 2 1 1 xy CCxy −= ++= 31) CCxy += Não há solução singular 32) 21arccos xxxy senCCxy −+= ++ 33) ⎪⎪⎩ ⎪⎪⎨ ⎧ −= −= − 22 1 2 1 2( 6 1 )( 3 1 pCpy pCpx 34) ⎪⎪⎩ ⎪⎪⎨ ⎧ −= −= p pCy p p Cx 3 2 3 2 3 3 2 Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 47 AULA 14 5 - EQUAÇÕES DIFERENCIAIS COM MODELOS MATEMÁTICOS 5.1 - MODELO MATEMÁTICO: É freqüentemente desejável descrever o comportamento de algum sistema ou fenômeno da vida real em termos matemáticos, quer sejam eles físicos, sociológicos ou mesmo econômicos. A descrição matemática de um sistema ou fenômeno, chamada de modelos matemáticos é construída levando-se em consideração determinadas metas. Por exemplo, talvez queiramos compreender os mecanismos de um determinado ecossistema por meio do estudo do crescimento de populações animais nesse sistema ou datar fósseis por meio da análise do decaimento radioativo de uma substância que esteja no fóssil ou no extrato no qual foi descoberta. A construção de um modelo matemático de um sistema começa com: i. a identificação das variáveis responsáveis pela variação do sistema. Podemos a principio optar por não incorporar todas essas variáveis no modelo. Nesta etapa, estamos especificando o nível de resolução do modelo. A seguir, ii. elaboramos um conjunto de hipóteses razoáveis ou pressuposições sobre o sistema que estamos tentando descrever. Essas hipóteses deverão incluir também quaisquer leis empíricas aplicáveis ao sistema. Para alguns propósitos, pode ser perfeitamente razoável nos contentarmos com um modelo de baixa resolução. Por exemplo, você provavelmente já sabe que, nos cursos básicos de Física, a força retardadora do atrito com o ar é às vezes ignorada, na modelagem do movimento de um corpo em queda nas proximidades da superfície da Terra, mas e você for um cientista cujo trabalho é predizer precisamente o percurso de um projétil de longo alcance, terá de levar em conta a resistência do ar e outros fatores como a curvatura da Terra. Como as hipóteses sobre um sistema envolvem freqüentemente uma taxa de variação de uma ou mais variáveis, a descrição matemática de todas essas hipóteses pode ser uma ou mais equações envolvendo derivadas. Em outras palavras, o modelo matemático pode ser uma equação diferencial ou um sistema de equações diferenciais. Depois de formular um modelo matemático, que é uma equação diferencial ou um sistema de equações diferenciais, estaremos de frente para o problema nada insignificante de tentar resolvê-lo. Se pudermos resolvê-lo, julgaremos o modelo razoável se suas soluções forem consistentes com dados experimentais ou fatos conhecidos sobre o comportamento do sistema. Porém, se as predições obtidas pela solução forem pobres, poderemos elevar o nível de resolução do modelo ou levantar hipóteses alternativas sobre o mecanismo de mudança no sistema. As etapas do processo de modelagem são então repetidas, conforme disposto no seguinte diagrama: Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 48 Naturalmente, aumentando a resolução aumentaremos a complexidade do modelo matemático e, assim, a probabilidade de não conseguirmos obter uma solução explícita. Um modelo matemático de um sistema físico freqüentemente envolve a variável tempo t. Uma solução do modelo oferece então o estado do sistema; em outras palavras, os valores da variável (ou variáveis) para valores apropriados de t descrevem o sistema no passado, presente e futuro. 5.2 - CIRCUITOS EM SÉRIE: Considere o circuito em série de malha simples mostrado na Figura 13.1(a), contendo um indutor, resistor e capacitor. A corrente no circuito depois que a chave é fechada é denotada por i(t); a carga em um capacitor no instante t é denotada por q(t). As letras L, C e R são conhecidas como indutância, capacitância e resistência, respectivamente, e em geral são constantes. Agora, de acordo com a segunda Lei de Kirchhoff, a voltagem aplicada E(t) em uma malha fechada deve ser igual à soma das quedas de voltagem na malha. A Figura 13.1(b) mostra os símbolos e as fórmulas para a respectiva queda de voltagem em um indutor, um capacitor e um resistor. Uma vez que a corrente i(t) está relacionada com a carga q(t) no capacitor por i = dq/dt, adicionando-se as três quedas de voltagem. ,2 2 dt qdL dt diL indutor = dt dqRiR resistor = q c capacitor 1 Figura 13.1 (a) Figura 13.1 (b) e equacionando-se a soma das voltagens aplicadas, obtém-se uma equação diferencial de segunda ordem )(12 2 tEq cdt dqR dt qdL =++ Para um circuito em série contendo apenas um resistor e um indutor, a segunda lei de Dirchhoff estabelece que a soma das quedas de voltagem no indutor (L(di/dt)) e no resistor (iR) é igual a voltagem aplicada no circuito (E(t)). Veja a figura 13.2 Figura 13.2 Obtemos, assim, a equação diferencial linear para a corrente i(t). )(tERi dt diL =+ onde L e R são constantes conhecidas como a indutância e a resistência, respectivamente. A corrente i(t) é também chamada de resposta do sistema. Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 49 A queda de voltagem em um capacitor com capacitância C é dada por q(t)/Ci, onde q é a carga no capacitor. Assim sendo, para o circuito em série mostrado na figura 13.3, a segunda lei de Kirchhoff nos dá )(1 tEq C Ri =+ Figura 13.3 mas a corrente i e a carga q estão relacionadas por i = dq/dt, dessa forma, a equação acima transforma-se na equação diferencial linear )(1 tEq Cdt dqR =+ Exemplo: Uma bateria de 12 volts é conectada a um circuito em série no qual a indutância é ½ Henry e a resistência é 10 ohms. Determine a corrente i se a corrente inicial for 0. Resolução: L= indutância = ½ ERi dt diL =+ R = resistência = 10 1210 2 1 =+⋅ i dt di i = corrente 2420 =+ i dt di E = voltagem aplicada = 12 P = 20 Q = 24 ∫ ∫ == tdtPdt 2020 [ ]∫ +⋅= − cdxeei tt 242020 ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ += − ceei tt 2020 20 24 cei t ⋅+= −20 5 6 Para i(0) = 0 ce0 5 60 += 5 6−=c Logo: tei 20 5 6 5 6 −−= Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 50 5.3 - CRESCIMENTO E DESCRESCIMENTO DE POPULAÇÃO: O problema de valor inicial: kx dt dx = N(t0) = N0 N = N0.ekt onde k é uma constante de proporcionalidade, ocorre em muitas teorias físicas envolvendo crescimento e decrescimento. Exemplo: Em uma cultura, há inicialmente N0 bactérias. Uma hora depois, t = 1, o número de bactérias passa a ser 3/2 N0. Se a taxa de crescimento é proporcional ao número de bactérias presentes, determine o tempo necessário para que o número de bactérias triplique. Resolução: N(to) = N0 N(t1) = 2 3 No kx dt dx = ∫ ∫= kdtxdx lnx = kt + c lnx – ln c = kt ln c x = kt ekt = c x x = c.ekt para t = 0 N(0) = N0 N0 = ce0 N0 = c X = N0.ekt Para t = 1 N(1) = 2 3 N0 1. 00 .2 3 keNN = 2 3=ke ek = 1,5 ln1,5 = k k = 0,4055 N = N0.e0,4055.t 3N0 = N0.e0,4055.t ln3 = ln e0,4055.t 0,4055t = 1,0986 t = 2,71 horas Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 51 5.4 - MEIA VIDA: Em física, meia-vida é uma medida de estabilidade de uma substância radioativa. A meia- vida é simplesmente o tempo gasto para metade dos átomos de uma quantidade A0 se desintegrar ou se transmutar em átomos de outro elemento. Quanto maior a meia-vida de uma substância, mais estável ela é. Por exemplo, a meia do ultra-radioativo rádio, Ra-226, é cerca de 1700 anos. Em 1700 anos, metade de uma dada quantidade de Ra-226 é transmutada em Radônio, Rn-222. O isótopo de urânio mais comum, U-238, tem uma meia-vida de aproximadamente 4.500.000.000 de anos. Nesse tempo, metade de uma quantidade de U-238 é transmutada em chumbo, Pb-206. A.K dt dA = A(0) = A0 2)( 0AtA = kteAA .0= Exemplo: Um reator converte urânio 238 em isótopo de plutônio 239. Após 15 anos foi detectado que 0,043% da quantidade inicial A0 de plutônio se desintegrou. Encontre a meia vida desse isótopo se a taxa de desintegração é proporcional à quantidade remanescente. Resolução: t = 0 → A0 t = 15 → A0 – 0,043%A0 99,957%A0 0,99957A0 kA dt dA = ∫ ∫= kdtAdA ln A = kt + c kt c A =ln kte c A = A = c.ekt se t = 0 A(0) = A0 A0 = c.e0 C = A0 A(t) = A0.ekt A(15) = A0.e15k A(t) = 2 0A 0,99957 A0 = A0.e15k teAtA 410.8867,2 0 .)( −−= Ln0,99957 = ln e15t teA A 000287,0 0 0 . 2 −= -0,0043 = 15 k te 000287,0ln 2 1ln −= K = - 2,8667.10- 4 -0,6931 = - 0,000287t t = 2415,147 t ≅ 2415 anos Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 52 5.5 - CRONOLOGIA DO CARBONO: Por volta de 1950, o químico Willard Libby inventou um método para determinar a idade de fósseis usando o carbono radioativo. A teoria da cronologia do carbono se baseia no fato de que o isótopo do carbono 14 é produzido na atmosfera pela ação de radiações cósmicas no nitrogênio. A razão entre a quantidade de C-14 para carbono ordinário na atmosfera para ser uma constante e, como conseqüência, a proporção da quantidade de isótopo presente em todos os organismos é a mesma proporção da quantidade na atmosfera. Quando um organismo morre, a absorção de C-14, através da respiração ou alimentação, cessa. Logo, comparando a quantidade proporcional de C-14 presente, digamos, em um fóssil com a razão constante na atmosfera, é possível obter uma razoável estimativa da idade do fóssil. O método se baseia no conhecimento da meia-vida do carbono radioativo C-14, cerca de 5.600 anos. Exemplo: Um osso fossilizado contém 1000 1 da quantidade original do C-14. Determine a idade do fóssil. Resolução: A(t) = A0.ekt 5600. 0 0 . 2 keA A = ke5600ln 2 1ln = 5600k = - 0,6931 K = - 0,000123776 A(t) = A0.e- 0,000123776t teAA 000123776,000 .100 1 −= te 000123776,0ln 100 1ln −= - 0,000123776 t = - 6,9077 t = 55.808 anos Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 53 5.6 - RESFRIAMENTO: A lei de resfriamento de Newton, diz que a taxa de variação de temperatura T(t) de um corpo em resfriamento é proporcional à diferença entre a temperatura do corpo (T) e a temperatura constante do meio ambiente, Tm, isto é: )( mTTKdt dT −= , onde k é uma constante de proporcionalidade. T = C.ekt + Tm Exemplo: Um bolo é retirado do forno, sua temperatura é de 300ºF. Três minutos depois, sua temperatura passa para 200ºF. Quanto tempo levará para sua temperatura chegar a 75 graus, se a temperatura do meio ambiente em que ele foi colocado for de exatamente 70ºF? Resolução: T(0) = 3000F )( mTTkdt dT −= T(3) = 2000F )70( −= Tk dt dT T(?) = 750 ∫ ∫=− kdtT dT )70( Tm = 700 cktT +=− )70ln( kt c T =− 70(ln c Tekt 70−= 70. += ktecT T(0) = 3000 300 = C.ek.0 + 70 C = 2300 T = 230.ekt + 70 T(3) = 200 200 = 230.e3k + 70 230 e3k = 130 230 1303 =ke 230 130lnln 3 =ke 70.230 19018,0 += − teT 230 130ln3 =k 70.23075 19018,0 += − te K = - 0,19018 230 707519018,0 −=− te - 0,19018t = ln 230 5 T = 20,13 minutos Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 54 AULA 14– EXERCÍCIOS 1) Encontre uma expressão para a corrente em um circuito onde a resistência é 12Ω , a indutância é 4 H, a pilha fornece uma voltagem constante de 60 V e o interruptor é ligado quanto t = 0. Qual o valor da corrente? 2) Uma força eletromotriz é aplicada a um circuito em série LR no qual a indutância é de 0,1 henry e a resistência é de 50 ohms. Ache a curva i(t) se i(0) = 0. Determine a corrente quanto t ∞→ . Use E = 30 V. 3) Uma força eletromotriz de 100 V é aplicada a um circuito em série RC no qual a resistência é de 200Ω e a capacitância é de 10- 4 farads. Ache a carga q(t) no capacitor se q(0) = 0. Ache a corrente i(t). 4) Uma força eletromotriz de 200 V é aplicada a um circuito em série RC no qual a resistência é de 1000Ω e a capacitância é 5 x 10- 6 farads. Ache a carga q(t) no capacitor se i(0) = 0,4. Determine a carga da corrente em t = 0,005s. Determine a carga quando t ∞→ . 5) Sabe-se que a população de uma certa comunidade cresce a uma taxa proporcional ao número de pessoas presentes em qualquer instante. Se a população duplicou em 5 anos, quando ela triplicará? 6) Suponha que a população da comunidade do problema anterior seja 10000 após 3 anos. Qual era a população inicial? Qual será a população em 10 anos? 7) A população de uma cidade cresce a uma taxa proporcional à população em qualquer tempo. Sua população inicial de 500 habitantes aumenta 15% em 10 anos. Qual será a população em 30 anos? 8) O isótopo radioativo de chumbo, Ph 209, decresce a uma taxa proporcional à quantidade presente em qualquer tempo. Sua meia vida é de 3,3 horas. Se 1 grama de chumbo está presente inicialmente, quanto tempo levará para 90% de chumbo desaparecer? 9) Inicialmente havia 100 miligramas de uma substância radioativa presente. Após 6 horas a massa diminui 3%. Se a taxa de decrescimento é proporcional à quantidade de substância presente em qualquer tempo, determinar a meia vida desta substância. 10) Com relação ao problema anterior, encontre a quantidade remanescente após 24 horas. 11) Em um pedaço de madeira queimada, ou carvão, verificou-se que 85,5% do C-14 tinha se desintegrado. Qual a idade da madeira? 12) Um termômetro é retirado de uma sala, em que a temperatura é 70ºF, e colocado no lado fora onde a temperatura é 10ºF. Após 0,5 minuto o termômetro marcava 50ºF. Qual será a temperatura marcada pelo termômetro no instante t=1 minuto? Quanto levará para marcar 15ºF? 13) Segundo a Lei de Newton, a velocidade de resfriamento de um corpo no ar é proporcional à diferença entre a temperatura do corpo e a temperatura do ar. Se a temperatura do ar é 20oC e o corpo se resfria em 20 minutos de 100oC para 60oC, dentro de quanto tempo sua temperatura descerá para 30oC? 14) Um indivíduo é encontrado morto em seu escritório pela secretária que liga imediatamente para a polícia. Quando a polícia chega, 2 horas depois da chamada, examina o cadáver e o ambiente, tirando os seguintes dados: A temperatura do escritório era de 20oC, o cadáver inicialmente tinha uma temperatura de 35oC. Uma hora depois medindo novamente a temperatura do corpo obteve 34.2oC. O investigador, supondo que a temperatura de uma pessoa viva é de 36.5oC, prende a secretária. Por que? No dia seguinte o advogado da secretária a liberta, alegando o que? Respostas: 1) tetI 355)( −−= 2) tcei 500 5 3 −+= e 5 3)(lim =∞→ tit 3) tceq 50 100 1 −+= onde C = -1/100 e tei 50 2 1 −= 4) tceq 200 1000 1 −+= tcei 200200 −−= 500 1−=C coulombsq 0003,0)005,0( = ampi 1472,0)005,0( = 1000 1→q 5) 7,92 anos. 6) x0 = 6600,66 e N(10) = 26.396,04 7) N(30) = 760 8) t = 11 horas 9) t = 136,72 horas 10) 88,5 gramas. 11) 15600 anos 12) T(1) = 36,66ºF e t = 3,06 min 13) t = 60 min Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 55 AULA 15 6 - EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES DE 2a ORDEM E ORDEM SUPERIOR Padrão E.D.O-2 linear: y” +p(x)y’ +q(x)y = r(x) onde: ¾ p(x) e q(x) são os coeficientes e representam parâmetros do sistema ¾ r(x) termos de excitação (input) ¾ y(x) resposta do sistema Se r(x) = 0, ∀ x∈I → Eq. Dif. Homogênea r(x) ≠ 0 → Eq. Dif. não homogênea A EDO-2 acima possui 2 soluções, y1(x) e y2(x) e são linearmente independentes (L.I), isto é y1 / y2 = h(x) ≠ cte. Logo y1(x) e y2(x) constituem uma base para a solução da EDO-2 homogênea, logo y(x) = C1y1(x) + C2y2(x) é solução. Se temos uma solução y1(x) pode-se obter y2(x) mais facilmente. Exemplo: Obter y2(x), sabendo que y1(x) = x (1 – x2)y” – 2xy’ + 2y = 0 Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 56 Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 57 6.1 - EDO-2 COM COEFICIENTES CONSTANTES Homogênea: y” +ay’ +by = 0 Solução proposta xexy λ=)( ⎪⎭ ⎪⎬ ⎫ = = = x x x ey ey ey λ λ λ λ λ 2" ' substituindo na EDO-2: 0)( 0 2 2 =++ =++ x xxx eba beeae λ λλλ λλ λλ , com xe x ∀≠ 0λ temos assim, 0)( 2 =++= baP λλλ , que é a equação característica da EDO-2 dada. Achados 1λ e 2λ que satisfazem a )(λP , temos a base da solução. Então encontramos as “raízes” 1λ e 2λ por Báskara. Caso 1: 1λ e 2λ são reais e diferentes xx eCeCy 21 21 λλ += Caso 2: 1λ e 2λ são reais e iguais xexCCy λ)( 21 += Caso 3: 1λ e 2λ são complexos conjugados ( )( bia ± )cos( 21 senbxCbxCey ax += Exemplos: 1) y” + 2,2y’ +1,17y = 0 , com y(0) = 2 e y’(0) = - 2,6 Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 58 2) y” - 2√2 y’+2y = 0 3) y”+4y = 0, com y(0) = 3 e y(π /2) = -3 AULA 15 – EXERCÍCIOS 1) x2y” – 5xy’ +9y = 0 , com y1(x) = x3 2) x2y” + xy’ + (x2 – ¼)y = 0, com y1(x) = x-1/2 cosx 3) y” + 2y’ + 2y = 0, com y(0) = 1 e y(π /2) = 0 4) y” – 25y = 0 com y(0) = 0 e y’(0) = 20 5) y” – y’ – 2y = 0 com y(0) = -4 e y’(0) = -17 6) y”-9π 2y=0 7) 9y” + 6y’ + y = 0 com y(0) = 4 e y’(0) = 3 13− 8) y” + 2ky’ +k2y = 0 9) 8y” – 2y’ – y = 0 com y(0) = 0,2 e y’(0) = 0,325 10) 4y” – 4y’ - 3y = 0 com y(-2) = e y’(-2) = 2 e− Respostas: 1) y2(x) = x3 lnx 2) y2(x) = x-1/2senx 3) y = e-xcosx 4) y = - 2e- 5x + 2e5x 5) y = 3e- x – 7e2x 6) xx eCeCy ππ 32 3 1 −+= 7) 3)34( x exy −−= 8) y = (C1 + xC2) e- kx 9) 24 5,03,0 xx eey +−= − 10) y = e – 0,5x Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 59 AULA 16 6.2 - EULER – CAUCHY A equação de Euler-Cauchy tem a seguinte forma: ByA dx dybaxA dx ydbaxA dx ydbaxA n n n n =+++++++ 012 2 2 2 )()()( L onde A0, A1, ..., An, a e b são constantes. Para resolver tal equação faremos teabax .=+ que irá eliminar os coeficientes variáveis. No caso da equação ter a forma: 0'"2 =++ byaxyyx Faremos: y = xm y’ = mxm-1 y” = m(m-1)xm-2 Substituindo y, y’ e y” na EDO-2, temos que: (m2 + (a – 1) m + b)xm = 0 como y(x) = xm tem que ser diferente de zero, temos m2 + (a – 1) m + b = 0, que é uma equação do segundo grau com duas raízes. Caso 1: m1 e m2 são reais e diferentes. 21 21)( mm xCxCxy += Caso 2: m1 e m2 são reais e iguais )ln()( 21 xxCxCxy mm += mxxCCxy ))ln(()( 21 += Caso 3: m1 e m2 são complexas conjugadas )( bia ± )]ln()lncos([)( 21 xbsenCxbCxxy a += Exemplos: Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 60 1) 012)12(2)12( 2 2 2 =−+−+ y dx dyx dx ydx 2) x2y” + 2xy’ + 2y = 0 AULA 16 – EXERCÍCIOS 1) x2y”- 20y = 0 2) (1+x)3y”’+9(1+x)2y”+18(1+x)y’+6y = 0 3) 10x2y” + 46xy’+32,4y = 0 4) x2y”+ xy’+y = 0 5) 4x2y”+24xy’+25y = 0 com y(1) = 2 e y’(1) = - 6 6) x2y”- 3xy’+ 4y = 0 com y(1) = 0 e y’(1) = 3 Respostas: 1) C1x-4 + C2x5 2) 3 3 2 21 )1()1(1 x C x C x Cy +++++= (C1 + C2 lnx) x-1,8 3) C1.cos(lnx) + C2.sen(lnx) 4) (2 – lnx) 2 5−x 5) 3x2lnx Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 61 AULA 17 6. 3 - EQUAÇÕES LINEARES NÃO HOMOGÊNEAS ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ = = =++ 10 00 )(' )( )()(')(" .. Kxy Kxy xryxqyxpy IVP y1(x).y2(x) → base para a solução da EDO-2 homogênea yh(x) → solução da EDO-2 homogênea yh(x) = C1y1(x) + C2y2(x) yp(x) → solução particular, função qualquer que satisfaz a EDO-2 não-homogênea A solução geral de uma equação linear não homogênea tem a forma: )()()( xyxyxy ph += Teorema da existência da Unicidade: Se p(x) e q(x) são funções contínuas sobre o intervalo aberto I e x0 ∈I, então o P.V.I. possuiu uma única solução y(x) sobre I. Para determinarmos yp, denominada solução particular, dispomos dos seguintes métodos: i. Método dos coeficientes a determinar ou método de Descartes ii. Método da variação de parâmetros ou método de Lagrange iii. Método do operador derivada D. 6.3.1 - Solução por coeficientes a determinar (Descartes): Vale somente para EDO-2 com coeficientes constantes Padrão para solução particular: Termo em r(x) Proposta para yp(x) xkeα xCeα ,...)1,0( =nkxn 0111 ... CxCxCxC nnnn ++++ −− ⎭⎬ ⎫ xKsen xK α αcos xsenCxC αα 21 cos + ⎪⎭ ⎪⎬⎫ xsenke xke x x β β α α cos )cos( 21 xsenCxCe x ββα + obs: 1. se r(x) é composição de funções da 1o coluna, yp(x) é composição das respectivas funções na 2o coluna. 2. se r(x) coincide com uma função que compões yh(x), multiplique por x (ou por x2) para considerar raiz dupla da equação característica. Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 62 Exemplo: ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ = = +=+− 0)0(' 1)0( '2" 2 y y xeyyy x Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 63 AULA 17 – EXERCÍCIOS 1) y” + 4y = sen 3x 2) y” + 2y’ +10y = 25x2 + 3 3) y” + 2y’ – 35y = 12e5x + 37 sen 5x Problema de valor inicial: 4) y” + 1,5y’ – y = 12x2 + 6x3 – x4 y(0) = 4 e y’(0) = - 8 5) y” – 4y = e-2x – 2x y(0) = 0 e y’(0) = 0 Respostas: 1) xsenxBsenxA 3 5 122cos −+ 2) xxxsenCxCe x −++− 221 2 5)33cos( 3) xsenxxeeCeC xxx 56,05cos1,0552 7 1 −−++− 4) 424 xe x +− 5) xxx xexee 222 4 1 2 1 8 1 8 1 −− −++− Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 64 AULA 18 6.3.2 - SOLUÇÃO POR VARIAÇÃO DE PARÂMETROS: ¾ Qualquer tipo de excitação r(x) ¾ Qualquer coeficiente p(x) e q(x) desde que contínuos. EDO – y” + p(x)y’ + q(x)y = r(x) Sendo: y1(x) e y2(x) a base para a EDO-2 homogênea. A idéia é constituir a solução particular com uma combinação destas utilizando parâmetros variáveis. yp(x) = u(x)y1(x) + v(x)y2(x) onde, ∫−= dxxw xrxyxu )( )()()( 2 e ∫= dxxw xrxyxv )( )()()( 1 Sendo que W = W(y1,y2), que é o Determinante de Wronski (Wronskiano) )( '' ),( 2 2 1 1 21 xWy y y y yyW == 6.3.2.1 - Teorema de (in)dependência Linear de soluções: Seja um p(x) e q(x) funções contínuas sobre um intervalo I, então duas soluções y1(x) e y2(x), definidas sobre I, são linearmente dependentes (LD), se, e somente se, W(y1, y2) = 0 para algum ponto x0 que pertence a I. Assim, se existe um ponto x1 que pertence a I onde W(y1, y2) ≠ 0, então y1 e y2 são linearmente independentes (LI) Exemplo: x2y” – 2xy’ +2y = x3cosx Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 65 AULA 18 – EXERCÍCIOS 1) y” + 4y’ + 3y = 65x 2) x2y” – 4xy’ + 6y = 21x-4 3) 4x2y” + 8xy’ – 3y = 7x2 – 15x3 Respostas: 1) 9 260 3 65)( 2 3 1 −++= −− xeCeCxy xx 2) 432 2 1 2 1 −++ xxcxc 3) 3 )( 3223 2 2 1 1 xxxCxC −++ − Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 66 AULA 19 6.4 - MÉTODO DO OPERADOR DERIVADA 6.4.1 – Operador “D” (operador derivada): Os operadores são símbolos sem nenhum significado isolado que indicam, de modo abreviado, as operações que devem ser efetuadas Dada uma função definida por y=f(x), chama-se operador derivada, denotado por D, a dx dD = , 2 2 2 dx dD = , 3 3 3 dx dD = , ... 6.4.2 - Propriedades: Sejam u=u(x) e v =v(x): P1. D(u+v)=Du+Dv (propriedade distributiva) P2. D(m.u)=m.Du, (propriedade comutativa, sendo m uma constante) P3. Dm(Dnu)=Dm+nu, (sendo m e n constantes positivas) P4. O operador inverso ∫ −=− dxueeuaD axax ..1 , a ∈ℜ. P5. O operador direto uaDuuaD .)( −=− au dx du −= , a ∈ℜ. 6.4.3 – Resolução de Equações Lineares 1) Resolver a equação ( ) xeyDD 32 65 =+− , utilizando o operador inverso. Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 67 2) Resolver, empregando operadores: 01272 2 =+− y dx dy dx yd 3) 0442 2 =+− y dx dy dx yd 4) xey dx yd −=−2 2 Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 68 Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 69 6.5 – SIMPLIFICAÇÃO DO MÉTODO DO OPERADOR DERIVADA Casos particulares 1°. Na equação diferencial axeyDP =)( a solução particular será dada por axp eaPy )( 1= , se P(a)≠0 2°. Na equação diferencial )()( 2 axsenyDP = a solução particular será dada por )( )( 1 2 axsenaP y p −= , desde que P(-a 2) ≠ 0. 3°. Na equação diferencial )cos()( 2 axyDP = a solução particular será dada por )cos( )( 1 2 axaP y p −= . 4°. Na equação diferencial mxyDP =)( a solução particular será dada por mp xDPy )( 1= , onde )( 1 DP deverá ser desenvolvido em série de potências crescentes em D. Isto é; ao + a1D + a2D2 + ... + amDm, desprezados os termos seguintes ao Dm e sendo ao diferente de zero. 5°. Na equação diferencial )(.)( xfeyDP ax= a solução particular será dada por )( )( 1 xf aDP ey axp += , desde que P(D + a) seja diferente de zero. AULA 19 – EXERCÍCIOS 1) (D2 – D – 12)y = 0 2) senxy dx dy dx yd =+− 652 2 3) senxey dx dy dx yd x=+− 232 2 4) (D3-16D)y=e4x + 1 5) (D2 – 7D+12)y = 5e3x 6) (D3 – 3D + 2)y = xe-2x 7) ( ) ( ) xx eeyDD −+=−− 2321 2 8) ( ) 142 −=− xyD Respostas: 1) y = C1e4x + C2e-3x 2) xsenxeCeCy xx cos 10 1 10 13 2 2 1 +++= 3) ( )senxxeeCeCy xxx −++= cos 2 2 21 4) 1632 44 3 4 21 xexeCeCCy xxx −+++= − 5) xxx xeeCeCy 342 3 1 5−+= 6) xxxxx exexeCxeCeCy 2 2 22 321 1827 2 −−− ++++= 7) xxxxx eexCeBxeAey −−−++= 6 1 2 3 22 8) 4 1 4 22 +−+= − xBeAey xx Equações Diferencias Profa Paula Francis Benevides 70 AULA 20 7 - EXERCÍCIOS GERAIS Calcule as Equações Diferenciais abaixo: 1) 1284 22 2 +−=− xxy dx yd 2) 222 2 3 3 −=−− x dx dy dx yd dx yd 3) 1234 32 2 4 4 +−=− xx dx yd dx yd 4) xey dx dy dx yd −=+− 3232 2 5) xey dx yd 2 2 2 44 =− 6) xey dx dy dx yd 2 2 2 344 =+− 7) xey dx dy dx yd 222 2 =+− 8) senxy dx dy dx yd 2232 2 =+− 9) x dx dy dx yd cos342 2 =+ 10) xseny dx yd 23164 4 =− 11) xy dx yd 2cos542 2 =− 12) 52 22 2 +=− xe dx dy dx yd 13) xxey dx dy dx yd 2 2 2 44 =+− 14) xey dx dy dx yd x cos8822 2 −=−− 15) 2 244 22 2 xey dx dy dx yd x +=+− 16) x ey dx dy dx yd x=+− 22 2 17) x y dx yd cos 1 2 2 =+ 18) senx y dx yd 1 2 2 =+ 19) xyxyyx 32'2"2 =+− 20) 02'2"3'" 23 =+−+ yxyyxyx 21) 02'2'"3 =−+ yxyyx 22) )1ln(6)1(18)1(9)1( 2 2 2 3 3 3 xy dx dyx dx ydx dx ydx +=++++++ RESPOSTAS: 1) 4 4 2 222 2 1 −+−+= − xxeCeCy xx 2) 2 5 4 2 2 321 xxeCeCCy xx +−++= − 3) 824 5 80 3 2352 4 2 321 xxxeCeCxCCy xx −−−+++= − 4) 2 2 21 x xx eeCeCy − ++= 5) xxx xeeCeCy 222 2 1 ++= − 6) xxx exxeCeCy 2222 2 1 2 3++= 7) )( 221 xxCCey x ++= 8) senxxeCeCy xx 5 1cos 5 32 21 +++= 9) )4(cos 17 34 21 senxxeCCy x +++= − 10) 32 2cos322cos 43 2 2 2 1 xxxsenCxCeCeCy xx ++++= − 11) 8 2cos52 2 2 1 xeCeCy xx −+= − 12) 22 5 22 21 x x xexeCCy +−+= 13) xexxCCy 2 3 21 6 ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ++= 14) )22cos3( 5 1 9 14 2 2 1 xsenxeeCeCy exxx ++−+= − 15) 8 1)( 2221 ++++= xexxCCy x 16) xxexeexCCy xxx ln)( 21 +−+= 17) xsenxxxsenxCxCy +++= coslncoscos 21 18) senxsenxxxsenxCxCy lncoscos 21 +−+= 19) xxxCxCy ln3221 −+= 20) 2 321 ln −++= xCxxCxCy 21) [ ])(ln)cos(ln 321 xsenCxCxxCy ++= 22) )1ln( 6 1 )1()1(1 3 3 2 21 +++++++= xx C x C x Cy Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 71 AULA 21 8 – MODELAGEM COM EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE ORDEM SUPERIOR Vimos que uma única equação pode servir como modelo matemático para fenômenos diversos. Por essa razão, examinamos uma aplicação, o movimento de uma massa conectada a uma mola, detalhadamente na seção 6.1 abaixo. Veremos que, exceto pela terminologia e pelas interpretações físicas dos quatro termos na equação linear ay” + by’ + cy = g(t), a matemática de um circuito elétrico em série é idêntica à de um sistema vibratório massa-mola. Formas dessa equação diferencial linear de segunda ordem aparecem na análise de problemas em várias áreas da ciência e da engenharia. Na seção 6.1, consideramos exclusivamente problemas de valor inicial, enquanto na seção 6.2 examinamos aplicações descritas por problemas de contorno conduzem-nos aos conceitos de autovalor e autofunção. A seção 6.3 começa com uma discussão sobre as diferenças entre mola linear e mola não-linear; em seguida, mostraremos como um pêndulo simples e um fio suspenso levam a modelos não- lineares. 8.1 – EQUAÇÕES LINEARES - PROBLEMAS DE VALOR INICIAL: 8.1.1 - Sistema Massa-Mola: Movimento Livre não amortecido Lei de Hooke: Suponha que uma mola flexível esteja suspensa verticalmente em um suporte rígido e que então uma massa m seja conectada à sua extremidade livre. A distensão ou elongação da mola naturalmente dependerá da massa; massas com pesos diferentes distenderão a mola diferentemente. Pela lei de Hooke, a mola exerce uma força restauradora F oposta à direção do alongamento e proporcional à distensão s. Enunciado de forma simples, F = ks, onde k é a constante de proporcionalidade chamado constante da mola. A mola é essencialmente caracterizada pelo número k. Por exemplo, se uma massa de 10 libras alonga em ½ pé uma mola, então 10 = k(½) implica que k = 20 lb/pés. Então uma massa de, digamos, 8 lb necessariamente estica a mesma mola somente 2/5 pé. Segunda Lei de Newton: Depois que uma massa m é conectada a uma mola, provoca uma distensão s na mola e atinge sua posição de equilíbrio no qual seu peso W é igual à força restauradora ks. Lembre-se de que o peso é definido por W = mg, onde g= 32 pés/s2, 9,8m/s2 ou 980 cm/s2. s l x equilíbrio Posição inicial mg K(s+x) Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 72 Conforme indicado na figura acima, a condição de equilíbrio é mg = ks ou mg – ks = 0. Se a massa for deslocada por uma quantidade x de sua posição de equilíbrio, a força restauradora da mola será então k(x + s). Supondo que não haja forças de retardamento sobre o sistema e supondo que a massa vibre sem a ação de outras forças externas – movimento livre – podemos igualar F com a força resultante do peso e da força restauradora: kxksmgkxmgxsk dt xdm zero −=−+−=++−= 43421)(2 2 (1) O sinal negativo indica que a força restauradora da mola age no sentido oposto ao do movimento. Além disso, podemos adotar a convenção de que os deslocamentos medidos abaixo da posição de equilíbrio são positivos. 8.1.1.1 - ED do Movimento Livre não amortecido: Dividindo a equação (1) pela massa m obtemos a equação diferencial de segunda ordem 022 2 =+ x dx xd ω (2) onde mk /2 =ω A equação (2) descreve um movimento harmônico simples ou movimento livre não amortecido. Duas condições iniciais óbvias associadas com (2) são x(0) = x0 e x’(0) = x1, representando, respectivamente, o deslocamento e a velocidade iniciais da massa. Por exemplo, se x0 > 0, x1 < 0, a massa começa de um ponto abaixo da posição de equilíbrio com uma velocidade inicial dirigida para cima. Quando x1 = 0, dizemos que ela partiu do repouso. Por exemplo, se x0 < 0, x1 = 0, a massa partiu do repouso de um ponto |x0| unidades acima da posição de equilíbrio. 8.1.1.2 - Solução e Equação do Movimento: Para resolver a Equação (2), observamos que as soluções da equação auxiliar m2 + ϖ 2 =0 são números complexos m1 = ϖ i, m2 = - ϖ i. Assim, determinamos a solução geral de (2) como: tsenCtCtx ωω 21 cos)( += (3) O período das vibrações livres descritas por (3) é T = 2 ωπ / e a freqüência é πω 2//1 == Tf . Por exemplo, para x(t) = 2 cos 3t – 4 sen 3t, o período é 2π /3 e a freqüência é 3/2π unidades; o segundo número significa que há três ciclos do gráfico a cada 2π unidades ou, equivalentemente, que a massa está sujeita a 3/2π vibrações completas por unidade de tempo. Além disso, é possível mostrar que o período 2π /ϖ é o intervalo de tempo entre dois máximos sucessivos de x(t). Lembre-se de que o máximo de x(t) é um deslocamento positivo correspondente à distância máxima de x(t) é um deslocamento positivo correspondente à distância máxima atingida pela massa abaixo da posição de equilíbrio, enquanto o mínimo de x(t) é um deslocamento negativo correspondente à altura máxima atingida pela massa acima da posição de equilíbrio. Vamos nos referir a cada caso como deslocamento extremo da massa. Finalmente, quando as condições iniciais forem usadas para determinar as constantes C1 e C2 em (3), diremos que a solução particular resultante ou a resposta é a equação do movimento. Exemplo: Uma massa de 2 libras distende uma mola em 6 polegadas. Em t = 0, a massa é solta de um ponto 8 polegadas abaixo da posição de equilíbrio, a uma velocidade de 3 4 pés/s para cima. Determine a equação do movimento livre. Solução: Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 73 Convertendo as unidades: 6 polegadas = ½ pé 8 polegadas = 2/3 pé Devemos converter a unidade de peso em unidade de massa M = W/g = 2/32 = 1/14 slug Além disso, da lei de Hooke , 2 = k(½) implica que a constante de mola é k = 4 lb/pé, Logo, (1) resulta em: x dt xd 4 16 1 2 2 −= 0642 2 =+ x dt xd ϖ 2 = - 64 ϖ = 8i x(t) = C1 cos 8t + C2 sem 8t O deslocamento e a velocidade iniciais são x(0) = 2/3 e x’(0) = - 4/3, onde o sinal negativo na última condição é uma conseqüência do fato de que é dada à massa uma velocidade inicial na direção negativa ou para cima. Aplicando as condições iniciais a x(t) e a x’(t), obtemos C1 = 2/3 e C2 = - 1/6, assim, a equação do movimento será: tsenttx 8 16 18cos 3 2)( −= 8.1.2 – Sistema Massa-Mola: Movimento Livre Amortecido O conceito de movimento harmônico livre é um tanto quanto irreal, uma vez que é descrito pela Equação (1) sob a hipótese de que nenhuma força de retardamento age sobre a massa em movimento. A não ser que a massa seja suspensa em um vácuo perfeito, haverá pelo menos uma força contrária ao movimento em decorrência do meio ambiente. 8.1.2.1 - ED do Movimento Livre Amortecido: No estudo de mecânica, as forças de amortecimento que atuam sobre um corpo são consideradas proporcionais a uma potência da velocidade instantânea. Em particular, vamos supor durante toda a discussão subseqüente que essa força é dada por um múltiplo constante de dx/dt. Quando não houver outras forças externas agindo sobre o sistema, segue na segunda lei de Newton que dt dxkx dt xdm β−−=2 2 (4) ondeβ é positivo e chamado de constante de amortecimento e o sinal negativo é uma conseqüência do fato de que a força amortecedora age no sentido oposto ao do movimento. Dividindo-se (4) pela massa me, obtemos a equação diferencial do movimento livre amortecido 02 2 =⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛+⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛+ x m k dt dx mdt xd β (5) ou 02 22 2 =++ x dt dx dt xd ωλ (6) onde m βλ =2 e m k=2ω O símbolo 2λ foi usado somente por conveniência algébrica, pois a equação auxiliar é: Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 74 m2 + 2λ m + 2ω = 0 e as raízes correspondentes são, portanto, 221 ωλλ −+−=m e 222 ωλλ −−−=m Podemos agora distinguir três casos possíveis, dependendo do sinal algébrico de 22 ωλ − . Como cada solução contém o fator de amortecimento te λ− , λ >0, o deslocamento da massa fica desprezível após um longo período. CASO I: Superamortecido 022 >−ωλ tmtm eCeCtx 21 21)( += (7) Essa equação representa um movimento suave e não oscilatório. CASO II: Amortecimento Crítico 022 =−ωλ ( )tCCetx t 21)( += −λ (8) Observe que o movimento é bem semelhante ao sistema superamortecido. É também evidente de (8) que a massa pode passar pela posição de equilíbrio no máximo uma vez. Qualquer decréscimo na força de amortecimento resulta em um movimento oscilatório. CASO III: Subamortecido 022 <−ωλ Como as raízes m1 e m2 agora são complexas, a solução geral da Equação (6) é: ( )tsenCtCetx t 222221 cos)( λωλωλ −+−= − (9) O movimento descrito em (9) é oscilatório; mas, por causa do fator te λ− , as amplitudes de vibração → 0 quando t ∞→ . Exemplos: 1) Um peso de 8 libras alonga uma mola em 2 pés. Supondo que uma força amortecedora igual a duas vezes a velocidade instantânea aja sobre o sistema, determine a equação de movimento se o peso for solto de uma posição de equilíbrio a uma velocidade de 3 pés/s para cima. Solução: Com base na lei de Hooke, vemos que 8 = k(2) nos dá k = 4 lb/pés e que W = mg nos dá m = 8/32=1/4 slug. A equação diferencial do movimento é então: dt dxx dt xd 24 4 1 2 2 −−= 01682 2 =++ x dt dx dt xd Resolvendo a equação temos: X(t)= C1 e – 4t + C2te - 4t (amortecimento crítico) Aplicando as condições iniciais x(0) = 0 e x’(0) = - 3, obtemos c1 = 0 e c2 = -3, logo, a equação do movimento é: X(t) = - 3te -4t Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 75 2) Um peso de 16 lb é atado a uma mola de 5 pés de comprimento. Na posição de equilíbrio, o comprimento da mola é de 8,2 pés. Se o peso for puxado para cima e solto do repouso, de um ponto 2 pés acima da posição de equilíbrio, qual será o deslocamento x(t) se for sabido ainda que o meio ambiente oferece uma resistência numericamente igual à velocidade instantânea. Solução: O alongamento da mola depois de preso o peso será de 8,2 – 5 = 3,2 pés; logo, segue da lei de Hooke que 16 = k(3,2) ou k = 5 lb/pés. Alem disso, m = 16/32 = ½ slug. Portanto, a equação diferencial é dada por: dt dxx dt xd −−= 5 2 1 2 2 01022 2 =++ x dt dx dt xd Resolvendo a equação temos: ( )tsenCtCetx t 33cos)( 21 += − (subamortecido) Aplicando as condições iniciais x(0) = - 2 e x’(0) = 0, obtemos c1 = - 2 e c2 = - 2/3, logo a equação do movimento é: ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ −−= − tsentetx t 3 3 23cos2)( 8.1.3 – Sistema Massa Mola: Movimento Forçado 8.1.3.1 - ED do Movimento Forçado com Amortecimento: Considerando agora uma força externa f(t) agindo sobre uma massa vibrante em uma mola. Por exemplo, f(t) pode representar uma força que gera um movimento oscilatório vertical do suporte da mola. A inclusão de f(t) na formulação da segunda lei de Newton resulta na equação diferencial do movimento forçado ou induzido )(2 2 tf dt dxkx dt xdm +−−= β (10) Dividindo (10) por m, obtemos: )(2 22 2 tFx dt dx dt xd =++ ωλ (11) Onde F(t) = f(t)/m. Como no item anterior, 2 m/βλ = , mk /2 =ω . Para resolver essa última equação não homogênea, podemos usar tanto o método dos coeficientes a determinar quanto o de variações de parâmetro. Exemplo: Interprete e resolva o problema de valor inicial tx dt dx dt xd 4cos522,1 5 1 2 2 =++ , com x(0) = ½ e x’(0) = 0 Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 76 Solução: O problema representa um sistema vibrante que consiste em uma massa ( m= 1/5 slug ou quilograma) presa a uma mola (k = 2 lb/pés ou N/m). A massa é solta do repouso ½ unidade (pé ou metro) abaixo da posição de equilíbrio. O movimento é amortecido ( 2,1=β ) e esta sendo forçado por uma força externa periódica (T = 2π ) que começa em t=0. Intuitivamente, poderíamos esperar que, mesmo com o amortecimento, o sistema continuasse em movimento até o instante em que a força externa fosse “desligada”, caso em que a amplitude diminuiria. Porém, da forma como o problema foi dado, f(t)=5cos4t permanecerá “ligada” sempre. Em primeiro lugar, multiplicaremos a equação dada por 5 e resolvemos a equação 01062 2 =++ x dt dx dt xd empregando os métodos usuais e usando o método dos coeficientes a determinar, procuramos uma solução particular, achando como solução: tsentsentCtCetx t 4 51 504cos 102 25)cos()( 21 3 +−+= − Aplicando as condições iniciais, temos que a equação do movimento é: tsentsenttetx t 4 51 504cos 102 25) 51 86cos 51 38()( 3 +−−= − 8.1.3.2 – ED de um Movimento Forçado Não Amortecido: Se houver a ação de uma força externa periódica, e nenhum amortecimento, não haverá termo transiente na solução de um problema. Veremos também que uma força externa periódica com uma freqüência próxima ou igual às das vibrações livres não amortecidas pode causar danos severos a um sistema mecânico oscilatório. Exemplo: Resolva o problema de valor inicial: tsenFx dt xd γω 022 2 =+ , x(0) = 0 e x’(0) = 0,, onde F0 é uma constante e ωγ ≠ . Solução: A função complementar é xc(t) = c1cos ω t + c2 sen ω t. Para obter uma solução particular, vamos experimentar xp(t) = A cos γ t + B senγ t de tal forma que: tsenFtsenBtAxx pp γγγωγγωω 022222" )(cos)( =−+−=+ Igualando os coeficientes, obtemos imediatamente A = 0 e )( 22 0 γω −= FB . Logo: tsen F tx p γγω )()( 22 0 −= Aplicando as condições iniciais dadas à solução geral, obtemos a solução final que será: )( )( )( 22 0 tsentsen F tx γωωγγω +−−= , com ωγ ≠ Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 77 8.1.4 – Circuito em Série Análogo Circuitos elétricos RLC em série Aplicando a segunda Lei de Kirchoff, chegamos a: )(2 2 tE C q dt dqR dt qdL =++ (12) Se E(t) = 0, as vibrações elétricas do circuito são consideradas livres. Como a equação auxiliar da equação (11) é Lm2 + Rm + 1/C = 0, haverá três formas de solução com R ≠ 0, dependendo do valor do discriminante R2 -4L/C. Dizemos que o circuito é: ¾ Superamortecido: 042 >− C LR ¾ Criticamente amortecido: 042 =− C LR ¾ Subamortecido: 042 <− C LR Em cada um desses três casos, a solução geral de (12) contém o fator e-Rt/2L e, portanto, q(t)→0 quando t ∞→ . No caso subamortecido, se q(0) = q0, a carga sobre o capacitor oscilará à medida que decair, em outras palavras, o capacitor é carregado e descarregado quanto t ∞→ . Quando E(t) = 0 e R = 0, dizemos que o circuito é não amortecido e as vibrações elétricas não tendem a zero quando t cresce sem limitação; a resposta do circuito é harmônica simples. Exemplos: 1) Encontre a carga q(t) sobre o capacitor em um circuito em série LRC quando L=0,25 henry(h), R = 10 ohms(Ω ), C = 0,001 farad(f), E(t) = 0, q(0) = q0 coulombs(C) e i(0)=0. Solução: Como 1/C = 1000, a equação (12) fica: 04000'40" 01000'10" 4 1 =++ =++ qqq qqq Resolvendo a equação homogênea de maneira usual, verificamos que o circuito é subamortecido e q(t) = e-20t(C1 cos60t +C2 sen60t). Aplicando as condições iniciais, obtemos: )60 3 1 60(cos)( 200 tsenteqtq t += − Quando há uma voltagem impressa E(t) no circuito as vibrações elétricas são chamadas forçadas. No caso em que R≠ 0, a função complementar qc(t) de (12) é chamada de solução transiente. Se E(t) for periódica ou constante, então a solução particular qp(t) de (12) será uma solução estacionária. R L C E Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 78 8.2 – EQUAÇÕES LINEARES - PROBLEMAS DE CONTORNO 8.2.1 – Deflexão de uma viga: Muitas estruturas são construídas usando grandes suportes de aço ou vigas, as quais defletem ou distorcem sob seu próprio peso ou em decorrência de alguma força externa. A deflexão y(x) é governada por uma equação diferencial linear de quarta ordem relativamente simples. Vamos supor uma viga de comprimento L seja homogênea e tenha seção transversal uniforme ao longo de seu comprimento. Na ausência de qualquer carga sobre a viga (incluindo o próprio peso), a curva que liga os centróides de todas as suas seções transversais é uma reta chamada eixo de simetria. Se for aplicada uma carga à viga em um plano contendo o eixo de simetria, ela sofrerá uma distorção e a curva que liga os centróides de todas as seções transversais será chamada então de curva de deflexão ou curva elástica. A curva de deflexão aproxima o formato da viga. Suponha agora que o eixo x coincida com o eixo de simetia da viga e que a deflexão y(x), medida a partir desse eixo, seja positiva se dirigida para baixo. Na teoria da elasticidade, mostra-se que o momento fletor M(x) em um ponto x ao longo da viga está relacionado com a carga por unidade de comprimento w(x) pela equação )(2 2 xw dx Md = (1) Além disso, momento fletor M(x) é proporcional à curvatura k da curva elástica EIkxM =)( (2), onde E e I são constantes; E é o módulo de elasticidade de Yang do material de que é feita a viga e I é o momento de inércia de uma seção transversal da viga (em torno de um eixo conhecido como o eixo neutro). O produto EI é chamado de rigidez defletora da viga. Agora, do cálculo, a curvatura é dada por [ ] 232)'(1 " y yk + = . Quando a deflexão y(x) for pequena, a inclinação y’ ≈0 e, portanto, [ ] 232)'(1 y+ ≈ 1, Se fizermos k = y”, a Equação (2) vai se tornar M = Ely”. A derivada segunda dessa última expressão é: 4 4 2 2 2 2 " dx ydELy dx dEL dx Md == (3) Usando o resultado dado em (1) para substituir d2M/dx2 em (3), vemos que a deflexão y(x) satisfaz a equação diferencial de quarta ordem )(4 4 xw dx ydEL = (4) As condições de contorno associadas à Equação (4) dependem de como as extremidades da viga estão apoiadas. Uma viga em balanço é engastada ou presa em uma extremidade e livre de outra. Trampolim, braço estendido, asa de avião e sacada são exemplos comuns de vigas, mas até mesmo árvores, mastros, edifícios e o monumento de George Washington podem funcionar como vigas em balanço, pois estão presos em uma extremidade e sujeitos à força fletora do vento. Para uma viga em balanço, a deflexão y(x) deve satisfazer às seguintes condições na extremidade engastada x = 0: ¾ y(0) = 0, uma vez que não há deflexão e ¾ y’(0) = 0, uma vez que a curva de delexão é tangente ao eixo x (em outras palavras, a inclinação da curva de deflexão é zero nesse ponto). Em x = L, as condições da extremidade livre são: ¾ y”(L) = 0, uma vez que o momento fletor é zero e ¾ y”’(L) = 0, uma vez que a força de cisalhamento é zero. L Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 79 A Tabela abaixo resume as condições de contorno que estão associadas com a equação (4) 8.2.1.1 – Soluções Não Triviais do Problema de Valores de Contorno: Resolva o problema de valores de contorno y” + λ y = 0, y(0) = 0 e y(L) = 0 Consideremos três casos: λ = 0, λ < 0 e λ > 0. Caso I: Para λ = 0, a solução de y” = 0 é y = C1x + C2. As condições y(0) = 0 e y(l) = 0 implicam, sucessivamente que c2 = 0 e c1= 0. Logo, para λ = 0, a única solução do problema de contorno é a solução trivial y = 0. Caso II: Para λ <0, temos que y = c1cosh λ− x + c2senh λ− x. Novamente y(0) = 0 nos dá c1 = 0 e, portanto, y = c2senh λ− x. A segunda condição y(l) = 0 nos diz que c2senh λ− L = 0. Como λ− L≠ 0, precisamos ter c2 = 0. Assim y = 0 Obs.: λ− parece um pouco estranho, mas tenha em mente que λ < 0 é equivalente a - λ >0. Caso III: Para λ >0, a solução geral de y”+ λ y = 0 é dada por y = c1cos λ x + c2sen λ x. Como antes, y(0) = 0 nos dá que c1 = 0, mas y(L) = 0 implica c2sen λ L = 0. Se c2 = 0, então, necessariamente, y = 0. Porém, se c2 ≠ 0, então sen λ L = 0. A última condição implica que o argumento da função seno deve ser um múltiplo inteiro de π . πλ nL = ou 2 22 L n πλ = , n = 1, 2, 3... Portanto, para todo real não nulo c2, y = c2sen(nπ x/L) é uma solução do problema para cada n. Como a equação diferencial é homogênea, podemos, se desejarmos, não escrever c2. Em outras palavras, para um dado número na seqüência, ,..., 9,4, 2 2 2 2 2 2 LLL πππ a função correspondente na seqüência ,...3,2, x L senx L senx L sen πππ é uma solução não trivial do problema original. 8.2.1.2 – Deformação de uma Coluna Fixa: No século XVIII, Leonhard Euler dói um dos primeiros matemáticos a estudar um problema de autovalor quando analisava como uma coluna elástica fina se deforma sob uma força axial compressiva. Considere uma longa coluna vertical fina de seção transversal uniforme de comprimento L. Seja y(x) a deflexão da coluna quando uma força compressiva vertical constante ou carga P for aplicada em seu topo. Comparando os momentos fletores em qualquer ponto ao longo da coluna, obtemos Py dx ydEL −= 2 ou 02 2 =+ Py dx ydEL (5) Onde E é o módulo de elasticidade de Yang e I é o momento de inércia de uma seção transversal em torno de uma reta vertical pelo seu centróide. Extremos da viga Condições de contorno engastada y = 0, y’ = 0 Livre y” = 0 m y”’ = 0 Simplesmente apoiada y = 0, y” = 0 Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 80 AULA 21 – EXERCÍCIOS Movimento Livre não amortecido 1) Um peso de 4 lb é preso a uma mola cuja constante é 16 lb/pés. Qual é o período do movimento harmônico simples? 2) Um peso de 24 libras, preso a uma das extremidades de uma mola, distende-a em 4 polegadas. Ache a equação de movimento, considerando que o peso será solto do repouso, de um ponto 3 polegadas acima da posição de equilíbrio. 3) Um peso de 20 libras distende uma mola em 6 polegadas. O peso é solto do repouso 6 polegadas abaixo da posição de equilíbrio. a) Determine a posição do peso em t = 32 9, 4 , 6 , 8 , 12 πππππ b) Qual será a velocidade do peso quanto t = 16 3π s? Qual será o sentido do movimento do peso nesse instante? c) Em que instante o peso passa pela posição de equilíbrio Movimento Livre Amortecido 4) Uma massa de 1 quilograma é presa a uma mola cuja constante é 16 N/m e todo o sistema é então submerso em um líquido que oferece uma força de amortecimento numericamente igual a 10 vezes a velocidade instantânea. Determine as equações do movimento, considerando que: a) o peso é solto do repouso 1 metro abaixo da posição de equilíbrio. b) O peso é solto 1 metro abaixo da posição de equilíbrio a uma velocidade de 12 m/s para cima. 5) Um peso de 10 libras é preso a uma mola, distendendo-a em 2 pés. O peso está preso a uma dispositivo de amortecimento que oferece uma resistência igual a )0( >ββ vezes a velocidade instantânea. Determine os valores da constante de amortecimento β de tal forma que o movimento subseqüente seja: a) superamortecido b) criticamente amortecido c) subamortecido Movimento Forçado 6) Um peso de 16 libras distende uma mola em 8/3 pé. Inicialmente, o peso parte do repouso 2 pés abaixo da posição de equilíbrio. O movimento subseqüente em lugar em um meio que oferece uma força amortecedora numericamente igual a ½ da velocidade instantânea. Qual é a equação do movimento se o peso sofre a ação de uma força externa igual a f(t) = 10 cos 3t? 7) Quando uma massa de 2 quilogramas é presa a uma mola cuja constante de elasticidade é 32 N/m, ela chega ao repouso na posição de equilíbrio. A partir de t=0 uma força igual a f(t)=68e-2t cos 4t é aplicada ao sistema. Qual é a equação de movimento na ausência de amortecimento? Circuito em Série Análogo 8) Ache a carga no capacitor em um circuito em série LRC em t=0,01s quando L=0,05h, R=2Ω , C=0,01f, E(t)=0V, q0=5C e i(0)=0A. Determine a primeira vez em que a carga sobre o capacitor é igual a zero. 9) Ache a carga no capacitor, a corrente no circuito em série LRC e a carga máxima no capacitor quando:L= 5/3h R=10Ω , C=1/30f, E(t)=300V, q(0)=0C, i(0)=0A. Respostas: 1) 8 2π 2) ttx 64cos 4 1)( −= 3) a) 4 1 12 −=⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ πx , 2 1 8 −=⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛πx 4 1 6 −=⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛πx , 2 1 4 =⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛πx , 4 2 32 9 =⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ πx b) 4 pés/s para baixo c) 16 )12( π+= nt , n= 0, 1, 2, ... 4) a) tt eetx 82 3 1 3 4)( −− −= b) tt eetx 82 3 5 3 2)( −− +−= 5) a) β > 5/2 b) β = 5/2 c) 0 < β < 5/2 6) ( )tsent tsentetx t 33cos 3 10 2 47 473 64 2 47cos 3 4)( 2 ++ +⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ −−= − 7) tsene tetsenttx t t 42 4cos 2 14 4 94cos 2 1)( 2 2 − − − −++−= 8) 4,568C; 0,0509s 9) q(t)=10-10e-3t(cos3t+sen3t) i(t) = 60e-3tsen3t; 10,432 C Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 81 AULA 22 9 – SISTEMA DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS 9.1 – SISTEMA CANÔNICO E SISTEMA NORMAL: Define-se como sistema de equações diferenciais o conjunto de equações diferenciais com as mesmas funções incógnitas e que se verificam para as mesmas soluções. Neste item iremos estudar os sistemas de equações em que o número de funções incógnitas de uma mesma variável é igual ou número de equações. Neste caso o sistema é dito canônico, desde que possa ser posto, na forma explicita, em relação às derivadas de maior ordem. O sistema é denominado normal quando pode ser resolvido em relação as derivadas primeira e pode ser escrito sob a forma abaixo: ⎪⎪ ⎪ ⎩ ⎪⎪ ⎪ ⎨ ⎧ = = = ),...,,,( ........................................ ),...,,,( ),...,,,( 21 212 2 211 1 nn n n n yyyxF dx dy yyyxF dx dy yyyxF dx dy Ou seja, é o sistema canônico de equações de 1a ordem. A solução geral deste sistema é um conjunto de n funções, y1(x), y2(x),...,yn(x), que contém p constantes arbitrárias (p≤ n) e que verificam as equações. A solução particular é o conjunto de funções obtidas atribuindo-se valores particulares às constantes na solução geral. Todo sistema canônico de equações de ordem superior pode ser transformado num sistema normal quando lhe são acrescentadas equações diferenciais com novas funções incógnitas, que são as derivadas nele contidas, excluídas as de ordem mais elevada para cada função incógnita. Por razões de ordem prática, serão estudados apenas os sistemas que contem no máximo derivadas de segunda ordem, sem a demonstração do processo de redução de um sistema canônico de n equações a um sistema normal. Os sistemas de equações diferenciais podem ser resolvidos tal como os sistemas de equações algébricas, por processos de eliminação. Por isso é sempre conveniente escrever o sistema em função do operador derivado D. Exemplos: 1) ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ −=+ +=+ senxxz dx dy senxx dx dzy cos cos Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 82 2) ⎪⎪⎩ ⎪⎪⎨ ⎧ =+−− =− xzy dx dz dx yd x dx dz dx yd 22 3 2 2 2 2 2 Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 83 3) ⎪⎪ ⎪ ⎩ ⎪⎪ ⎪ ⎨ ⎧ =−++ =+−− =−++ senuzyx du dz yyx du dy zyx du dx 52 0834 01436 (este sistema deverá ser entregue, resolvido passo a passo para ser entregue na próxima aula!!!) AULA 22 – EXERCÍCOS 1) ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ =−+ =+−− 02 02 z dx dz dx dy zy dx dz dx dy 2) ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ =−−+ =−−+ x x ezy dx dz dx dy ezy dx dz dx dy 2 5 32 4 3) ⎪⎪⎩ ⎪⎪⎨ ⎧ =−− =−− 2 2 2 2 2 2 2 xz dx zd dx dy ey dx dz dx yd x 4) ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ =++ =−−+ 03 42 zy dx dy ezy dx dz dx dy x 5) ⎩⎨ ⎧ =−++ =++− xzDyD senxzDyD cos)1()1(2 2)2(2)3( Respostas 1) x x eCeCy eCeCz 3 33 2 3 33 1 3 33 2 3 33 1 )32()32( −+ −+ ++−= += Ou x x eCeCz eCeCy 3 33 2 3 33 1 3 33 2 3 33 1 )32()32( −+ −+ −++= += 2) xxx xxx eeeCy eeeCz 252 5 1 252 5 1 2 5 2 5 3 −+= −−= 3) xexCsenxCeCeCy xesenxCxCeCeCz xxx xxx 2 2 3cos2222 2 3 2 1 2 1cos 43 2 2 2 1 2 43 2 2 2 1 +−−+−= +−−++= − − 4) x x esenxCCxCCz esenxCxCy 2)3(cos)3( 2 cos 2121 21 +−++−= −+= 5) senxxeCeCz xsenxeCeCy x x x x 130 61cos 130 33 3 4 )cos8( 65 1 5 2 3 1 5 2 3 1 +−−= +++= − − − − Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 84 AULA 23 9.2 – SISTEMAS DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS NA FORMA SIMÉTRICA Dado o sistema: ⎪⎪ ⎪ ⎩ ⎪⎪ ⎪ ⎨ ⎧ = = = ),...,,,( ........................................ ),...,,,( ),...,,,( 21 212 2 211 1 nn n n n yyyxF dx dy yyyxF dx dy yyyxF dx dy este pode ser escrito na seguinte forma: n n F dy F dy F dydx ==== ... 1 2 2 1 1 Esta é chamada forma simétrica, na qual quaisquer das variáveis pode ser tomada por variável independente. Considere-se por exemplo, o sistema ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ = = ),,( ),,( 2 1 zyxF dx dz zyxF dx dy (1) que pode ser escrito da seguinte maneira: 321 F dz F dydx == ou, generalizando, ),,(),,(),,( zyxR dz zyxP dy zyxM dx == (2) Genericamente, a solução de (2) representa uma família de curvas reversas dependente de dois parâmetros. Esse sistema pode ser resolvido por integrações simples, o que nem sempre ocorrerá. Assim pode-se usar as funções l(x, y, z), m(x, y, z) e n(x, y, z) como multiplicadores. Para tanto faz-se: nRmPlM ndzmdyldx R dz P dy M dx ++ ++=== Escolhe-se l, m e n tais que: lM + mP + nR = 0 o que faz com que ldx + mdy + ndz = 0 Para dois conjuntos de valores de l, m e n tirados da relação (1), obtém-se duas equações do tipo (2) que fornecem duas relações distintas entre as variáveis x, y, e z, as quais representam a solução do sistema. Exemplos: Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 85 1) x dz x dy y dx == 2) zx dz yx dy zy dx ==+ 2 Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 86 3) )()()( 222222 xyz dz zxy dy yzx dx −=−=− OBS.: Observe-se que há uma infinidade de soluções para lM + mP + nR = 0. Pelo critério adotado, chega-se aquelas convenientes. AULA 23 – EXERCÍCIOS 1) cybx dz axcz dy bzay dx −=−=− 2) )()2()2( 444444 yxz dz xzy dy zyx dx −=−=− 3) yx dz xz dy zy dx −=−=− 2323 4) z dz x dy y dx == 5) yx dz x dydx +== 221 Respostas: 1) x2 + y2 + z2 = C1 cx + by + az = C2 2) x4 + y4 +z4 = C1 xyz2 = C2 3) x2 + y2 + z2 = C1 x + 2y + 3z = C2 4) x2 – y2 = C1 zC2 = y + x 5) y = x2 + C1 z = 3 2 x3 + xy – x3 + C2 Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 87 AULA 24 10 - EQUAÇÕES DIFERENCIAIS PARCIAIS 10.1 –Introdução às Equações Diferenciais Parciais: Muitos fenômenos que ocorrem na Ótica, Eletricidade, Ondulatória, Magnetismo, Mecânica, Fluidos, Biologia,..., podem ser descritos através de uma equação diferencial parcial. Na maioria das vezes faz-se a tentativa de transformar a equação diferencial parcial em uma ou mais equações diferenciais ordinárias,com o objetivo de simplificar os trabalhos na obtenção da solução do problema. Uma equação diferencial ordinária possui derivadas de apenas uma variável enquanto que uma equação diferencial parcial possui derivadas parciais da função incógnita. Muitas leis físicas como: Leis de Newton para o resfriamento dos corpos, Equação de Maxwell, Equações de Navier-Stokes e Equação da Mecânica Quântica de Schrödinger são escritas por equações diferenciais parciais que relacionam o espaço e suas derivadas como tempo. Nem todas as equações podem ser construídas a partir de modelos matemáticos reais como é o caso das Equações de Maxwell, mas o estudo de Modelos é fundamental para explicar como e porque funcionam muitas equações diferencias parciais. O uso intenso de derivadas e integrais neste contexto é fundamental e depende da interpretação feita para cada objeto matemático como: velocidade, força, aceleração, fluxo, corrente elétrica, taxa de variação, temperatura, etc. 10.2 – Definição: São equações de derivadas parciais que contém as derivadas parciais de uma função de duas ou mais variáveis independentes. Nosso estudo se limitará às equações que contém duas variáveis independentes, como a do exemplo 6 no seguinte item. 10.2.1 – Exemplos de Equações Diferenciais Parciais: 1) Equação do calor: 2 2 2 x ua t u ∂ ∂=∂ ∂ ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ∂ ∂+∂ ∂=∂ ∂ 2 2 2 2 2 x u x ua t u Pode ser escrito também da seguinte forma: xxt uau 2= e )(2 yyxxt uuau += 2) Equação da onda: 2 2 2 2 2 x ua t u ∂ ∂=∂ ∂ ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ∂ ∂+∂ ∂=∂ ∂ 2 2 2 2 2 2 2 x u x ua t u 3) Equação de Laplace: 02 2 2 2 =∂ ∂+∂ ∂ x u x u 02 2 2 2 2 2 =∂ ∂+∂ ∂+∂ ∂ z u x u x u 4) yx x u +=∂ ∂ 5) )(2 2 2 2 3 3 xysen x u y u x ux x uy x u =⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ ∂ ∂+∂ ∂ ∂ ∂+∂ ∂+∂ ∂ 6) xe y z yx z x z =∂ ∂+∂∂ ∂−∂ ∂ 2 2 2 3 Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 88 10.2.2 – Ordem e Grau de uma Equação Diferencial Parcial: A ordem de uma equação diferencial parcial é a ordem de mais alta derivada que ocorre na equação e o grau é o expoente da deriva mais alta quando a equação esta escrita em forma semelhante a uma função polinomial em que as potências fazem o papel das derivadas da ordem respectiva. Tal como foi visto nas equações ordinárias, a ordem da equação é a ordem da derivada de maior ordem. 8.2.2.1 – Exemplos relacionados com ordem e grau de uma EDP No item 8.2.1, os exemplos 1, 2, 3, e 6 são de segunda ordem, o exemplo 4 é de primeira ordem e o exemplo 5 é de terceira ordem. 10.3 – Formação: É sempre possível deduzir de uma função de duas variáveis independentes uma equação de derivadas parciais que admite aquela função como solução. 10.3.1 – Eliminação de constantes arbitrárias: Consideremos z como uma função de duas variáveis independentes x e y definida por: g(x,y,z,a,b) = 0 (1) onde a e b são duas constantes arbitrárias. Derivando (1) em relação à x e y temos: 0=∂ ∂+∂ ∂ z gp x g (2) 0=∂ ∂+∂ ∂ z gq y g (3) onde: x zp ∂ ∂= e y zq ∂ ∂= - Em geral, as constantes arbitrárias podem ser eliminadas de (1), (2) e (3) dando uma equação diferencial parcial de primeira ordem. f(x,y,z,p,q) = 0 (4) - Se z for uma função de x e y, definida por uma relação envolvendo apenas uma constante arbitrária, normalmente é possível obter duas equações diferenciais parciais distintas de, primeira ordem como resultado da eliminação da constante. - Se o número de constantes arbitrárias a se eliminar exceder o número de variáveis indepen- dentes, a equação diferencial parcial (ou equações) é, geralmente, de ordem acima da primeira. Exemplos: 1) z = f(x2 + y2), onde f é uma função arbitrária do argumento u = x2 + y2, ou seja, z = f(u). Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 89 2) z = φ (y + ax) + ψ (y – ax), onde a é a constante e φ e ψ são funções arbitrárias dos respectivos argumentos u = y + ax e v = y – ax. 3) z = ax + by + ab, sendo a e b constantes. A resposta da equação acima é uma equação de derivadas parciais de 1a ordem e que foi obtida eliminando-se duas constantes arbitrárias na relação z = ax + by + ab, que é a sua solução. Observe que existem dois tipos de solução: um que contém funções arbitrárias e outro que contém constantes arbitrárias. Denomina-se solução geral aquela que contém funções arbitrárias e solução completa a que contém constantes arbitrárias. Tal como nas equações ordinárias, há certas equações que admitem as soluções singulares, que são as que não resultam da solução geral nem da solução completa. Observe-se que nem sempre o número de funções ou de constantes arbitrárias traduz a ordem da equação. O 3o exemplo mostrou uma equação de 1a ordem cuja solução completa encerra duas constantes arbitrárias. 4) Achar a equação de derivadas parciais de primeira ordem que resulta de ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛= x yfz , eliminando-se a função arbitrária f. Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 90 5) Achar a equação de derivadas parciais de primeira ordem que resulta de )(. yxfez y −= , eliminando-se a função arbitrária f. 6) z = axy + b, eliminando-se a e b 7) baxyxyz +−+= 22 , eliminando-se a e b. Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 91 8) xz = f(y + z), eliminando-se a função arbitrária f. 9) Achar uma equação de segunda ordem de z = f(x) + ey.g(x), eliminando f e g. AULA 24 – EXERCÍCIOS 1) az + b = a2x + y 2) z = ax+a2y + b 3) 3xy2z = (x + y – z) 4) z = (x2 – y2) φ (x2 – y2) 5) z = (x + a)3 + (y + b)3 6) z = φ (x.y) 7) z = φ (x + y) 8) z = (y + a)(x + b) Respostas: 1) p.q = 1 2) q = p2 3) q p xyqxz xypyz − −=+ + 1 1 2 4) py + qx = 0 5) 272 3 2 3 zqp =+ 6) xp – yq = 0 7) p – q = 0 8) z = p.q Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 92 AULA 25 10.4 – Equação Linear de Primeira Ordem: 10.4.1 – Método de Lagrange A equação linear de primeira ordem é da forma: P.p + Q.q = R (1) onde x zp ∂ ∂= ; y zq ∂ ∂= e P, Q e R são funções conhecidas de x, y e z. Se z é uma função de x e y , pode se escrever: dz = p.dx + q.dy (2) A condição de equivalência das equações (1) e (2) mostra que : R dz Q dy P dx == (3) As relações (3) constituem um sistema de equações diferenciais ordinárias na forma simétrica, cujas equações são chamadas de equações auxiliares. A solução geral de (1) proposta por Lagrange consiste na resolução de (3) desde que se saiba que φ (u,v) = 0. Suponha-se que u(x,y,z) = a e v(x,y,z) = b sejam a solução do sistema (3). Sendo a e b constantes arbitrárias pode-se considerar uma relação tal que b = φ (a) ou v = φ (u), que é a solução geral da equação (1). Pode ainda considerar F(u,v) = 0 como solução. Exemplos: Achar a SOLUÇÃO GERAL de cada equação diferencial abaixo: 1) yp – xq = 0 Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 93 2) x2p + y2q = z2 3) 1cos =∂ ∂+∂ ∂ x y zsenx x z AULA 25 – EXERCÍCIOS Achar a solução geral das equações seguintes 1) yp - xq = 2xyz 2) (x – y + z)p + (2y – z)q = z 3) zq y xp x y 2 3 2 3 =+ 4) x y z x zy =∂ ∂−∂ ∂2 5) ptgx + qtgy = tgz Respostas: 1) )(ln 222 yxzx +=− φ 2) ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ +=− z yx z zy φ2 3) ( )66333 yxzyx −=+ φ 4) φ (x + y2, 3z + 2y3 + 3xy) = 0 5) ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛= seny senxsenzsenx φ Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 94 AULA 26 10.5 – Obtenção da Solução completa: Método de Charpit Seja a equação diferencial parcial não linear: F(x,y,z,p,q) = 0 O método de Charpit consiste em obter uma relação da forma φ(x,y,z,p,q,c) = 0 onde c é uma constante arbitrária, e resolver em seguida o sistema formado por essas duas equações em relação a p e q, cujos valores substituídos em: dz = pdx + qdy devem transformar esta expressão numa diferencial total. Para tanto, deriva-se (1) e (2) em relação a x e a y: ⎪⎪ ⎪⎪ ⎪ ⎩ ⎪⎪ ⎪⎪ ⎪ ⎨ ⎧ =∂ ∂ ∂ φ∂+∂ ∂ ∂ φ∂+∂ φ∂+∂ φ∂ =∂ ∂ ∂ φ∂+∂ ∂ ∂ φ∂+∂ φ∂+∂ φ∂ =∂ ∂ ∂ ∂+∂ ∂ ∂ ∂+∂ ∂+∂ ∂ =∂ ∂ ∂ ∂+∂ ∂ ∂ ∂+∂ ∂+∂ ∂ 0 y q. qy p. pz q y 0 x q. qx p. pz p x 0 y q. q F y p. p F z Fq y F 0 x q. q F x p. p F z Fp x F Eliminamos x p ∂ ∂ ; y p ∂ ∂ ; x q ∂ ∂ e y q ∂ ∂ multiplicando a 1.ª equação por p∂ φ∂− , a 2.ª por q∂ φ∂− , a 3.ª por P∂ φ∂− e a 4.ª por q F ∂ ∂ , considerando que y p ∂ ∂ = x q ∂ ∂ e somando os resultados teremos: 0=∂ ∂⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ∂ ∂+∂ ∂−∂ ∂⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ ∂ ∂+∂ ∂−∂ ∂⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ∂ ∂+∂ ∂+∂ ∂⋅∂ ∂+∂ ∂⋅∂ ∂ q q z F y F p p z F x F z q q Fp p F yq F xp F φφφφφ Esta equação é linear de 1.ª ordem em φ, tomada como função das variáveis x,y,z,p,q. Aplicando o método de Lagrange teremos: 0 φd q z F y F dq p z F x F dp q Fq p Fp dz q F dy p F dx = ⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛ ∂ ∂+∂ ∂− = ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ ∂ ∂+∂ ∂− = ∂ ∂+∂ ∂= ∂ ∂= ∂ ∂ A solução deste sistema fornece a função φ procurada e as equações que formam o sistema acima são chamadas Equações de Charpit.. Exemplos: Dar uma solução completa das equações seguintes: Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 95 1) p2 = 2qx Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 96 2) q = p2 x Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 97 3) p.q = z Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 98 A aplicação do método de Charpit para determinadas formas de equações diferenciais parciais nos darão regras mais simplificadas para a obtenção da solução completa. Podemos citar os seguintes casos: i. 0),( =qpf Uma solução completa é { byagaxz q ++= )( , onde 0),( =qpf com pa = e g(a) = q. Exemplo: 01 =−∂ ∂+∂ ∂ y z x z ii. 0),,( =qpxf Fazendo aq = em 0),,( =qpxf determinaremos ),(1 xafp = , que substituído em dyqdxpdz .. += e integrado nos dará a solução completa baydxxafz p ++= ∫ 43421 ),(1 . Exemplo: p.q = x iii. 0),,( =qpyf Fazendo ap = em 0),,( =qpyf determinaremos ),(1 yafq = , que substituído em dyqdxpdz .. += e integrado nos dará a solução completa bdyyafaxz ++= ∫ ),(1 . Exemplo: q = 2yp2 Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 99 iv. 0),,( =qpzf A partir das equações auxiliares do método de Charpit teremos apq = , ou p = aq (1), assim a equação 0),,( =qpzf ficará 0),,( =appzf (2). A integração de dyqdxpdz .. += após a substituição de q e p, das equações (1) e (2) anteriores, nos dará a solução completa. Exemplo: 9(p2z + q2) = 4 v. ),( qpfqypxz ++= - Equação Generalizada de Clairaut Uma solução completa tem a forma cbyaxz ++= , com ),( qpfc = . Exemplo: (p2+ q2)(z – px – qy) = 1 AULA 26 – Exercícios 1) p.q = z 2) z = px + qy + pq 3) p = y2q2 4) p2 = 2q – 1 5) p.q = 2p – q 6) p + x = qy Respostas: 1) b a yxaz ++=2 2) z = ax + by + ab 3) byaaxz +±= ln 4) 2z = 2ax + (a2 + 1)y + 2b 5) b a ayaxz +++= 1 2 6) byaxaxz ++−= ln 2 2 Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 100 AULA 27 10.6 – Equações com derivadas parciais em relação apenas a uma das variáveis. Estas equações são tratadas como se fossem equações diferenciais ordinárias em relação a essa variável. A constante de integração é substituída por uma função arbitrária de outra variável, e sua solução é, praticamente, imediata. Exemplos: 1) 0=∂ ∂+ x zyx 2) zyx x zx 22 ++=∂ ∂ Equações Diferenciais Profa Paula Francis Benevides 101 3) xz x z x z 12652 2 =+∂ ∂−∂ ∂ 4) 22 2 yx yx z +=∂∂ ∂ AULA 27 – Exercícios 1) 0=∂ ∂− y zxy 2) xzy x zx −=−∂ ∂ 3) xez x z x z =−∂ ∂−∂ ∂ 542 2 4) 2 2 2xy yx z =∂∂ ∂ Respostas: 1) )( 2 2 x x yz φ+= 2) )(ln yxxxyz φ+−−= 3) xxx eeyeyz 8 1)()( 5 −+= − ψφ 4) )()( 3 32 xyfyxz ψ++=