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03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 1/29 Introdução à sociologia da violência (PGN1937) Forum de Contribuições das aulas 1 a 3 quinta-feira, 27 de setembro de 2012 COORDENAÇÃO - POLÍTICAS E GESTÃO EM SEGURANÇA PÚBL Fórum das Aulas 1 a 3: Caros Alunos, Esse é o espaço destinado para discussão dos conteúdos e conceitos abordados nas aulas 1 a 3. Contribua com suas anotações, dúvidas e pontos de vista, visto que sua nota de participação será apurada por meio da colaboração nas discussões desse tópico. Além disso, o (a) tutor (a) a distância irá lançar questionamentos para interação de todos. Fórum Biblioteca Fórum Trabalhos INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA DA VIOLÊNCIA (PGN1937/1346132) 9002 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 2/29 terça-feira, 16 de abril de 2013 00:56 PROFESSOR(A) RALPH RIBEIRO MESQUITA Prezado Aluno: Quero propor neste espaço, duas questões: 1) Para Pierre Bourdieu, a violência simbólica ocorre no sistema de ensino. Porém ela difere da violência na escola descrita no artigo “Violência nas escolas públicas do Rio de Janeiro: notas exploratórias sobre a autoridade docente e as percepções da violência.” Como você entende a questão da violência simbólica? Podemos estabelecer paralelos entre os diversos tipos de violência? 2) Como você avalia o crescente recurso à segurança privada (formal e informal) e valorização de espaços privados? Por favor, expresse suas ideias e discuta as postagens dos colegas. Bom trabalho. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 3/29 segunda-feira, 22 de abril de 2013 20:19 ALUNO(A) RONALDO REZENDE DE JESUS JUNIOR Boa noite a todos!!! Entendo como violência simbólica o ensino que é aplicado nas escolas brasileiras proposto pelas classes dominantes e doutrinado as classes dominadas, ensina-se o que é conveniente a classe dominante, ou seja, algo que não atrapalhe seu domínio, por exemplo, por que não é ensino nas escolas públicas noções de direito constitucional, direitos humanos ou direito do consumidor? Acredito que paralelos podem ser traçados entre os diversos tipos de violência, as crianças e adolescentes que não recebem a educação devida pelos seus pais, procuram a mesma nas escolas, que não conseguem suprir a falta dos pais, e sem orientação adequada essas crianças e adolescentes são facilmente dominadas pelo mundo do crime. Infelizmente quando não se encontra segurança eficiente por parte do Estado, aqueles que podem "comprar" sua própria segurança não pensam duas vezes, adquirem segurança privada e se sentem mais protegidos em seus condomínios ou residências amplamente vigiadas e protegidas. O problema é que a maior parcela da sociedade não pode pagar essa segurança privada, e sofre as consequências dos crimes. Abraço. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 4/29 quarta-feira, 24 de abril de 2013 00:32 PROFESSOR(A) RALPH RIBEIRO MESQUITA Prezado Ronaldo. Também entendo que a violência simbólica está presente, de forma mais ou menos declarada, em todos os espaços da soiedade. Forjada como mecanismo de dominação, esta forma de violência, que não raro se transmuta em outras, como a violência física, por exemplo, submete grupos diversos, ignorando processos de socio-históricos específicos, como se apenas uma lógica fosse legítima. Penso que uma (boa) leitura da questão do aprofundamento da lógica da segurança privada possa ter como base mecanismos ideológicos que reafirmam as relações de dominação e lucro. sábado, 27 de abril de 2013 21:02 ALUNO(A) MARCO ANTONIO DOS SANTOS Colega Ronaldo, achei muito oportuno sua colocação sobre ensinamentos de noções de direitos nas escolas, na verdade na época que era estudante secundarista ja fazia esses questionamentos aos colegas e professores pois sempre pensei ser dever da escola preparar o aluno não só na vida academica e profissional mais também para a vida social como cidadão conhecedor de seus Direitos e deveres e com isso proporcionando ao aluno aquisição de conhecimentos básicos sobre as principais leis que regem nosso Páis e nossa relação social. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 5/29 sábado, 27 de abril de 2013 21:48 PROFESSOR(A) RALPH RIBEIRO MESQUITA Prezado Marco. De fato, é uma boa iniciativa, principalmente porque, mais do que ensinar deveres, permite que se conheça os direitos, portanto, colaborando para o desenvolvimento de uma consciência crítica e emancipatória. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 6/29 terça-feira, 23 de abril de 2013 13:02 ALUNO(A) RICARDO SANTOS DE CARVALHO 1.a) A violência simbólica no meu entendiemnto, é a usurpação da liberdade formadora de opinião. É uma forma de socialização impositiva e opressora, que manipula os sentimentos e pensamentos de um grupo, como na psicologia das massas. Impõe-se o que se quer como se fosse uma "tradição-obrigação", pois à classe dominante não interessaria o crescimento cultural dos atingidos. Um povo ignorante é mais facilmente "violentado'. Em outro ponto de vista, a escola, como mencionado por Pierre, é uma das principais fontes formadoras do indivíduo, podendo exercer sobre ele influência na sua forma de aceitação ou não dos paradigmas sociais modernos. Sendo assim pode ser produtora de violência simbólica sim, mas não é uma regra. 1.b) O paralelismo presente nos diversos tipos de violência está dentre outros aspectos, na origem, na formação do indivíduo. O indivíduo se forma no seio da família(hoje demasiada bombardeada de novos conceitos), na escola(muitas vezes assumindo o papel da família) e nas suas experiências diárias. Suas transformações são contínuas e constantes, no entanto o aumento do desrespeito ao ser humano fez com que ele se tornasse um objeto, mera coisa de usufruto e deleite dos interesses individuais de terceiros.O surgimento de novas tecnologias e novos comportamentos acelerou e desestabilizou psicologicamnete algumas pessoas, gerando uma nova concepção de vida, de que é a vida é baseada no ter e não no ser, aumentando a ganância, a inveja, a violência, a indisciplina e o desrespeito ao próximo. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 7/29 quarta-feira, 24 de abril de 2013 00:34 PROFESSOR(A) RALPH RIBEIRO MESQUITA Caro Ricardo. Boa discussão. Como vimos, a violência simbólica e a violência são duas formas diferentes de violência: uma expressada através de estratégias francamente ideológicas, outra que se materializa em ações explícitas, verbais ou físicas. Ambas têm por objetivo estabelecer e assegurar processos de dominação. Devemos entender a dominação como componente das sociedades, presente em todas as relações sociais; sociologicamente, deve ser considerada dispositivo para manter a própria organização social. Entretanto temos uma linha divisória que, ao ser ultrapassada, transforma um princípio (necessário) organizativo em um dispositivo de expropriação e subjugo. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 8/29 terça-feira, 23 de abril de 2013 13:20 ALUNO(A) RICARDO SANTOS DE CARVALHO 2) Durante muito tempo o Estado através dos sues órgãos de segurança pública se omitiu ao seu "dever-poder" de garantir a segurança da população. A tal "proteção" que deveria ser prestada por ele passou a ser oferecida pelo setor privado, que se aproveitou da inércia pública e se estabilizou de forma irremediável. A questão é que se paga duas vezes pelo mesmo serviço(já que o mesmo está incluso nos impostos), isso para quem pode, pois a maioria da sociedadenão têm condições. Não vejo a segurança privada como algo ruim, pelo contrário, é certamente algo de grande valia, no entanto não deveria esta ser o recurso adotado para suprir o mal funcionamento da segurança pública, e sim um recurso complementar, para os que realmente necessitam. Em relação aos espaços privados, estes transmitem a sensação de segurança desejada por todos, assim fica difícil inibir certos comportamentos( como contratação de vigias,etc.) e mecanismos(instalção de barreiras e portões internos aos condomínios,etc.) formadores desses ambientes. Por outro lado o Poder Público também tende a não se interessar em minimizar estes efeitos, pois "alguém" está fazendo a sua parte e sem os seus recursos, o que é muito cômodo aos gestores, que na maioria das vezes ainda se veêm com muitas limitações financeiras e administrativas. Mas ainda assim, eu, de forma particular, sou contra este fenômeno. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 9/29 quarta-feira, 24 de abril de 2013 00:35 PROFESSOR(A) RALPH RIBEIRO MESQUITA Prezado Ricardo. Também penso assim. A segurança privada, por si só, não é ruim. Ela pode ser elemento complementar - e não meramente substitutivo - da segurança pública. Esta (segurança pública) deve prevalecer como serviço garantido pelo Estado a seus cidadãos. Nesse sentido, a indústria da segurança privada deve ser problematizada e as instituições públicas fortalecidas. terça-feira, 23 de abril de 2013 18:40 ALUNO(A) PAULO HONÉSIMO CARDOSO DA SILVA Em primeiro lugar é importante dizer que nenhuma forma de violência é aceitável e pode ser tolerada, devendo por isso ser sempre combatida. E sobre a violência simbólica ela é tão nociva, se não mais devastadora do que as outras formas de violência, pois através dela as idéias das classes dominantes é imposta e as classes populares a aceitam como verdades absolutas. O ensino tem de ser ministrado dando oportunidades para todos, independente de classes sociais. todos têm que ter as mesmas oportunidades para expressarem suas idéias. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 10/29 terça-feira, 23 de abril de 2013 18:48 ALUNO(A) PAULO HONÉSIMO CARDOSO DA SILVA Com relação ao recurso à segurança privada é aceitável, porém, quando isso acontece é porque a segurança pública está falhando em algum ponto, pois se temos uma segurança pública eficaz a segurança privada será menos exigida. quarta-feira, 24 de abril de 2013 00:40 PROFESSOR(A) RALPH RIBEIRO MESQUITA Prezado Paulo. Parece que o desenvolvimento da indústria da segurança privada é "justificado" pelo "fracasso" do Estado em prover segurança pública. Ao ocupar espaços antes de domínio coletivo, estabelece hierarquização e segregação, remarcando e aprofundando diferenças e desigualdades. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 11/29 quarta-feira, 24 de abril de 2013 00:38 PROFESSOR(A) RALPH RIBEIRO MESQUITA Caro Paulo. De fato, a violência simbólica é formalmente diferente de outras formas de violência, mas, como podemos ver, não raro, temos um deslizamento de uma para a outra, isto é, com frequência a violência simbólica se transmuta em violência física. Nesse sentido, como afirma, é tão (ou mais) nociva e devastadora do que sua modalidade concreta, à medida que promove alienação e expropriação de poder. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 12/29 quarta-feira, 24 de abril de 2013 14:43 ALUNO(A) CINTIA ALVES MIGUEL DOS SANTOS Olá colegas e professor! 1) Concordo com Pierre Bordieu a respeito da visão de que a escola é um instrumento que utiliza a violência simbólica a fim de repassar os valores da classe dominante, tornando-os internalizados a tal ponto que contrói uma classe que "naturaliza" o processo de dominação, sem questionamentos ou quaisquer força contrária ao seu estabelecimento. Entendo também que esta violência não está localizada somente nas escolas, mas também nas instituições sociais e redes midiáticas, as quais produzem desejos e ações, e, muitas vezes o consumo desenfreado que domina as classes mais populares a partir do desejo que não pode ser realizado. Acredito que nenhum "tipo" de violência pode ser pensado de forma individual, mas sim que partem de valores construídos histórico-socialmente, e, sendo assim, percebemos que um "tipo" de violência produz um "outro" tipo de violência, e assim por diante... 2) Penso que o recurso da segurança privada tem se mostrado uma alternativa à ausência do Estado na área da segurança, porém, esse sentimento de "falta de segurança" é profundamente alimentado por esferas sócio-políticas-culturais, que muitas vezes aprofundam por meio da exposição de notícias e divulgação excessiva de atitudes criminosas. A valorização do espaço privado é uma construção que vem suprir o atual desejo por segurança mas a um preço que uma grande parcela da população não pode pagar! E por outro lado, também reforça um pensamento de "periculosidade do espaço público", gerando um esvaziamento deste e uma conseqüente falta de investimento em melhorias ao espaço público. Abraços. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 13/29 quinta-feira, 25 de abril de 2013 12:15 PROFESSOR(A) RALPH RIBEIRO MESQUITA Prezada Cintia. Boa discussão. Também entendo que a violência simbólica, longe de ser um fenômeno exclusivo da escola, está disseminada por toda a sociedade. Seu objetivo fundamental é reafirmar a relação de dominação de um grupo sobre outros, no caso, da classe dominante sobre o restante da sociedade. Ora, a educação é uma via particularmente fértil para a disseminação de conteúdos ideológicos que pretendem manter a relação de desigualdade e controle. Sendo o crescimento da segurança privada uma substituição, quase sempre inadequada, do poder do Estado, por sua ausência ou ineficiência, penso os profissionais de segurança devem se tornar protagonistas de críticas e ações que tenham por objetivo aterar este estado de coisas. quinta-feira, 25 de abril de 2013 15:02 ALUNO(A) LUCIANO RISCAROLLI Acredito que a violência simbólica está presente, em nossa sociedade de forma mais ou menos declarada, com mecanismo de dominação, não só por parte do estado, mais sim também por parte da cultura de cada região. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 14/29 sexta-feira, 26 de abril de 2013 22:44 PROFESSOR(A) RALPH RIBEIRO MESQUITA Perfeito, Luciano. E como entende a relação entre as diversas formas de violência presentes na sociedade brasileira? Que importância tem o profissional de segurança pública neste campo? E a a relação entre segurança pública e privada? Como você vê a questão da crescente expansão da segurança privada em nossa sociedade? Aguardo. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 15/29 quinta-feira, 25 de abril de 2013 23:22 ALUNO(A) ELIENE ALVARENGA DE ALMEIDA COUTINHO Desde a antiguidade o ser humano têm procurado descobrir o que pode torná-lo mais resistentes ao meio onde vive e desfrutar o máximo dos recursos naturais oferecidos pela natureza. Nesta procura cada um busca meios de se criar um ambiente onde possa viver em paz. Porém neste momento surgem as desigualdades sociais onde todos querem usufruir do mesmo espaço disputando propriedades e demais bens dentro de um mesmo território. Neste momento as pessoas saem do estado de paz e entram em conflito. A falta de paz social faz com que o Estado venha intervir gerando assim uma forma de dominação através do mesmo e passa a manipular a sociedade como um todo monopolizando o poder por meiode uma violência legítima, pois as pessoas que fazem parte deste Estado devem cumprir o que foi imposto pelo Soberano. A instituição educacional bem como instituições religiosas, políticas e outras, induz as pessoas a se comportarem dentro de um contexto social obedecendo ao que seus suas leis impõem gerando assim uma violência simbólica. Não se trata de uma violência utilizando a força mas aquela referida por Pierre Bourdieu: um ato de domínio/submissão onde os dominados são levados a fazer o que o dominador determina. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 16/29 sexta-feira, 26 de abril de 2013 22:52 PROFESSOR(A) RALPH RIBEIRO MESQUITA Correto, Eliene. A violência simbólica, presente no sistema de ensino, para Bourdieu, concretiza-se em violência real nas escolas. Frequentemente assistimos a episódios característicos desta transmutação da violência. Embora sejam formas de diferentes de violência, existem pontos de contato e, não raro, um "deslizamento" de uma modalidade para outra. domingo, 28 de abril de 2013 20:24 ALUNO(A) MARCOS AURELIO MUGESKI Com Relação à valorização dos espaços privados, não vejo com bons olhos , pois, por uma omissão por parte do Estado, investe-se muito em segurança privada, e para isso já temos uma imensa carga de tributos que deveriam ser convertidos em segurança, saúde, educação e etc.,, que resultariam numa melhor qualidade de vida e segurança pública de qualidade. Agindo desta forma, os particulares estarão investindo na sua segurança, isso é bom para sí, mas o Estado, percebendo esta tendência deixará de aplicar mais em segurança e orientara a cada um a contratar a sua própria segurança, como ocorre hoje na saúde. Pois se quer ter saúde contrate um bom plano pois no estado ela é um caos. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 17/29 domingo, 28 de abril de 2013 22:53 PROFESSOR(A) RALPH RIBEIRO MESQUITA Prezado Marcos. Como temos sublinhado, a segurança privada muitas vezes funciona como substitutivo da segurança pública, que deveria prevalecer como serviço garantido pelo Estado a seus cidadãos. À medida que o espaço público não dispõe de serviços adequados de segurança, incrementa-se a indústria da segurança privada - shoppings, condomínios, câmeras, blindagem etc. - com vistas a "garantir" a sobrevivência de indivíduos e instituições. domingo, 28 de abril de 2013 22:45ALUNO(A) JOSUE DOS REIS Entendo a violência simbólica como abstrata, implícita, oculta e a violência propriamente dita como física, concreta, explícita, aparente. No caso em tela há os dois tipos de violência no mesmo ambiente (as escolas públicas), mas apenas uma é perceptível, a concreta, associada à indisciplina dos alunos, à perda de autoridade dos professores, a não participação dos pais no processo educativo. Para a percepção da violência simbólica é necessário que tenhamos um senso crítico mais apurado, uma “visão de fora do sistema”, uma visão dialética da realidade (na visão de Marx), então entenderemos que ela é ideológica e objetiva a imposição de crenças e valores da classe dominante. Estendendo o conceito de violência simbólica de Pierre Bourdieu para além do sistema de ensino, em uma abordagem totalizante, sirvo-me da análise dialético-histórica de Marx para entendê-la como intrínseca ao sistema capitalista de produção, tendo em mente os seus conceitos de subordinação formal e subordinação real. A subordinação formal ocorre quando o modo de produção capitalista está em seu estágio inicial de desenvolvimento e a subordinação real quando ele se torna o modo geral de produção, não restando outra opção ao trabalhador a não ser se tornar um assalariado. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 18/29 [...] um modo de produção especificamente capitalista, que, com seus métodos, meios e condições, surge e se desenvolve, de início, na base da subordinação formal do trabalho ao capital. No curso desse desenvolvimento, essa subordinação formal é substituída pela sujeição real do trabalho ao capital (MARX, 2005, pp. 578-579). Assim, entendo ser uma violência simbólica a “imposição” da ideologia burguesa (que é a classe dominante no sistema capitalista) de que a ordem de coisas existentes nesse sistema é a natural. [...] A “crítica” anunciada por Marx, no subtítulo de sua obra-prima, tem por objetivo dissolver dialeticamente a pretensa autonomia dos “fatos” econômicos na totalidade social onde ganham seu verdadeiro sentido. Para ele, o capital não é (ao contrário do modo como se apresenta imediatamente e é apresentado pelos seus ideólogos) uma “coisa”, um “fetiche”, um “fato natural”, mas é uma relação histórico-social entre os homens [...] (COUTINHO In: MARX, 2005, orelha). REFERÊNCIA MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. Livro I, volume 2. 20ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 19/29 domingo, 28 de abril de 2013 22:57 PROFESSOR(A) RALPH RIBEIRO MESQUITA Isso mesmo, Josué. Pierre Bourdieu é um sociológo francês que, dentre outros temas, abordou a questão da dominação nas sociedades contemporâneas. Dialogando com autors como Marx e Weber, por exemplo, irá pensar como as sociedade se organizam em classes e como, em geral, através de diversos dispositivos sociais, algumas formas de poder se perpetuam. De certa maneira, a partir de uma perspectiva sociológica crítica sobre as sociedades ocidentais modernas (ou pós-modernas), a maioria dos dispositivos sociais têm por finalidade última manter determinados privilégios. Esta discussão já estava posta, por exemplo, em Marx e Durkheim. Por outro lado, como temos visto, não raro, a violência simbólica transmuta- se em violência física. Isto vale para a escola, mas também para a violência de gênero, para a violência étnico-racial, violência cultural etc. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 20/29 domingo, 28 de abril de 2013 23:38ALUNO(A) JOSUE DOS REIS Com relação à questão do crescente recurso à segurança privada, primeiramente é importante distinguir segurança pública de proteção. A primeira é concebida na perspectiva de um Estado Democrático de Direito, que pressupõe ser a segurança pública um direito de todos, enquanto a segunda se refere às estratégias e recursos individuais não acessíveis a todos. Feita esta distinção avalio o fenômeno como efeito das seguintes causas: a) Baixo grau de informação sobre e de previsibilidade de acontecimentos que envolvam violência; b) Baixa credibilidade das agências de segurança pública; c) Ênfase de matérias produzidas pela mídia sobre circunstâncias aterrorizantes; d) Interesses econômicos do setor de segurança privada. Portanto, as variáveis acima geram medo, que por sua vez gera insegurança e a reação é o surgimento de formas privadas de segurança. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 21/29 domingo, 28 de abril de 2013 23:59 PROFESSOR(A) RALPH RIBEIRO MESQUITA Caro Josué. Boa análise da situação da segurança privada. A partir das discussões que apresenta, temos dois problemas fundamentais: 1) o medo como elemento imobilizador, em oposição ao medo como forma de cautela e, 2) a ampliação do oferecimento de segurança privada (e outros bens e serviços) à medida que o Estado e suas agências são incapazes de suprir, ou o fazem de maneira deficiente, as demandas da sociedade. Vemos também que na raiz dos problemas que envolvem violência e segurança temos a questão da desigualdade e inequivalência social, que forçam a busca de modos de sobrevivênciaque põem em risco a própria sociedade. domingo, 21 de abril de 2013 10:22ALUNO(A) MARCELO TEIXEIRA EM MINHA CARREIRA COMO POLICIAL MILITAR, SEMPRE VI O EMPREGO DOS MEIOS MODERADOS E NECESSÁRIOS PELOS POLICIAIS COMO UMA FORMA DO ESTADO GARANTIR O MONOPÓLIO VIOLENTO, POIS, DESTA FORMA O EMPREGO DA POLÍCIA, PRINCIPALMENTE A MILITAR, O USO DA FORÇA É PARA POBRES QUE NA MAIORIA DAS VEZES QUEREM UMA VIDA MAIS DIGNA QUE A PRÓPRIA CONSTITUIÇÃO OS GARANTE MAIS QUE INFELIZMENTE NÃO USUFLUEM DEVIDO A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SER DE PÉSSIMA QUALIDADE. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 22/29 domingo, 21 de abril de 2013 21:15 PROFESSOR(A) RALPH RIBEIRO MESQUITA Prezado Marcelo. Procure não escrever em caixa alta. A que questão exatamente está relacionada sua discussão? Lembro que a primeira proposição é sobre violência simbólica e a segunda, sobre segurança privada. domingo, 21 de abril de 2013 10:38ALUNO(A) MARCELO TEIXEIRA QUERO DEIXAR AGORA ALGUNS RELATOS QUE TENHO SOBRE OCORRÊNCIAS EM ESCOLAS E CONTRA MULHERES: AS ESCOLAS ESTÃO FAZENDO O PAPEL DE PAI ,DE MÃE, DE TERAPEUTA ETC... ENQUANTO QUE AS MULHERES ESTÃO SE ENCORAJANDO PARA DENUNCIAR OS COVARDES MARIDOS, EMBORA MUITAS VEZES AS DELEGACIAS ESPECIALIZADAS NO ASSUNTO NÃO CORRESPONDEM, ENQUANTO OUTRAS DELEGACIAS QUE NEM ESPECIALIZADAS SÃO FAZEM UM MELHOR PAPEL, ISSO É DE EXPERIÊNCIA PRÓPRIA EM OCORRÊNCIAS, PRA OS DOIS CASOS EXPOSTOS POR MIM. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 23/29 domingo, 21 de abril de 2013 21:16 PROFESSOR(A) RALPH RIBEIRO MESQUITA Prezado Marcelo. De novo, não fica claro para qual proposta suas ideias apontam. Por favor, procure estabelecer relações mais claras com as propostas do fórum. Aguardo. segunda-feira, 22 de abril de 2013 18:45 ALUNO(A) MARCIO LEANDRO FAGUNDES A violência simbólica pode ser considerada uma das mais danosas à formação do cidadão, na medida em que impõe como natural, algo abominável, a dominação da minoria mais abastada, sobre a maioria trabalhadora. Nas escolas, especialmente as públicas, não são fornecidos dados e informações para a formação da base necessária para a discursão das ideias apresentadas pelos docentes. São ensinados teoremas, fórmulas que dificilmente serão usados em nossas vidas, o que poderia ser ensinado somente na graduação específica, e por que não mudar a grade curricular e ensinarmos aos jovens noções de direito constitucional, justiça, cidadania, regras para uma boa convivência, higiene pessoal, regras de trânsito, etc. Tornando o ensino mais atrativo e prático, talvez diminuiria a evasão e a violência (física) nas escolas. A maioria dos jovens brasileiros nunca ouviu falar do art. 5º da CF, porquê? violência simbólica. O sistema de ensino vigente não habilita o jovem a pensar, brigar por seus direitos, tornando-o cidadão consciente de seus direitos, o que refletiria diretamente nas outras modalidades de violência, pois apesar do empenho polícia-judiciário, sabemos que sem educação, não há mudança. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 24/29 quarta-feira, 24 de abril de 2013 00:42 PROFESSOR(A) RALPH RIBEIRO MESQUITA Boa discussão, Marcio. Ao que parece, por ser um dispositivo francamente ideológico, a violência simbólica tem o poder de mascarar relações de dominação e forjar subjetividades assujeitadas e alienadas, à medida que aposta no esvaziamento da capacidade crítica e de mobilização para a transformação. Sem dúvida, a própria escola se incumbe de difundir a lógica de exclusão e hierarquização que está na base da violência simbólica. Não raro, vemos um deslizamento destas formas "suaves" de violência para exercícios de violência física. quarta-feira, 24 de abril de 2013 10:32 ALUNO(A) FELIPE CAETANO DE AGUIAR COM TODO O MAL QUE UMA VIOLÊNCIA PODE CAUSAR, A VIOLÊNCIA SIMBÓLICA, DITO TAMBÉM COMO UM MAL, EM TODOS OS COMENTÁRIOS QUE VI ATÉ AGORA QUE TAMBÉM CONCORDO SER UMA FORMA DE DOMINAÇÃO, PODE SER ENTENDIDA TAMBÉM COMO UM CONTROLE SOCIAL BENÉFICO AO SISTEMA EM QUE VIVEMOS MANTENDO A ORDEM E EVITANDO DISTÚRBIOS, EMBORA SEJA UTILIZADA EM FAVOR DA CLASSE DOMINANTE. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 25/29 sexta-feira, 26 de abril de 2013 22:47 PROFESSOR(A) RALPH RIBEIRO MESQUITA Prezado Felipe. Por favor, não escreva em caixa alta (letras maiúsculas). Não entendi como a violência simbólica pode ser benéfica. A partir de que pressuposto teórico você afirma isso? E a a relação entre segurança pública e privada? Como você vê a questão da crescente expansão da segurança privada em nossa sociedade? Aguardo. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 26/29 quinta-feira, 25 de abril de 2013 10:02 ALUNO(A) MARCOS AURELIO MUGESKI Entendo a violência simbolica como sendo, aquela que não é explicita e induz o aluno a ter um perfil comportamental de forma que determinadas atitudes deste devam ser evitadas para deixar a classe dominante no conforto de sua posição. Insere-se no pensamento do dominado que ele não deve ultrapassar os limites impostos pela classe dominante a fim de que continue sendo um dominado. Esta violência, que não é física mantem o dominado como um ser mediocre, que não consegue explorar as suas capacidades nem superar suas espectativas. A crescente onda de criminalidade, associada ao sensacionalismo destacado pela mídia e o descaso ou pouco caso dos governantes para com as instituições de segurança pública, fazem com que, hoje, as empresas de segurança privada sejam um excelente negócio capaz de movimentar muito dinheiro, infelizmente este negócio é bom apenas para as empresas e as classes mais abastadas. Enquanto que, quem pode pagar constroi sua segurança, os desfavorecidos financeiramente sofrem cada vez mais com o aumento da criminalidade. O Estado percebendo que já existem forças de segurança privada, encarregadas de segurança de "algumas pessoas" deixa de aplicar mais recursos na segurança pública para todos. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 27/29 sexta-feira, 26 de abril de 2013 22:55 PROFESSOR(A) RALPH RIBEIRO MESQUITA Caro Marcos. Embora a forma de apresentação da violência - física ou simbólica - seja diferente, observamos uma forte relação entre elas; uma relação de retroalimentação mesmo, à medida que é possível alternância e deslizamento de uma forma para a outra. Com relação à segurança privada, de fato, diversos fatores contribuem para sua expansão, organizando uma espécie de "industria da segurança privada", que também é retroalimentada pela desinformação e pelo medo. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 28/29 sexta-feira, 26 de abril de 2013 23:41 ALUNO(A) CLAUDETE PEREIRA DA SILVA Violência Simbólica é a violência que a escola exerce sobre o aluno quando o anula da capacidade de pensar e o torna um ser capaz somente de reproduzir. A violência simbólica é a mais difícil de ser percebida. A desigualdade social é um dos fatores que levam um jovem a cometer atos violentos. A situação de carência absoluta de condições básicas de sobrevivência tende a embrutecer os indivíduos. Se queremos provar que a escola é burocrática, amarrada e engessada, encontraremos mil exemplos de lentidão de gestão, de um verdadeiro cipoal de normas, leis, portarias, decretos federais, estaduais e municipais; de quebra de continuidade de projetos com a entrada de novos governantes. A escola é uma das instituições mais resistentes à mudança, junto com as grandes igrejas tradicionais. Se, pelo contrário, quisermos mostrar que avançamosmuito, que está havendo uma revolução silenciosa em escolas inovadoras, que há muitos grupos de profissionais competentes e de alunos realizando experiências fantásticas, que a escola está mudando com novos projetos e uso criativo de tecnologias, também encontramos bons exemplos para comprová-lo. Att: Claudete P. sábado, 27 de abril de 2013 21:55 PROFESSOR(A) RALPH RIBEIRO MESQUITA Prezada Claudete. Não entendi porque sua postagem é transcrição não referenciada de documentos online. Lembro que esta não é a proposta do fórum ou da disciplina, e portanto, não será considerada participação válida. 03/08/13 Fórum m.webaula.com.br/pos.estacio/forum-read-20246.aspx 29/29