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Seção 1 Elaborado por Seção 8VERSÃO 2013-1 Administração de Recursos Humanos II Prof. Clovis Bueno de Azevedo Prof. Leopoldo Antonio de Oliveira Neto Seção 8 Conteúdo da Seção � Direito do Trabalho e Legislação Trabalhista – Características e exemplos de formas de trabalho autônomo e subordinado ao longo da história – O trabalho escravo, o trabalho servil e o trabalho assalariado – A constituição e a evolução da forma de trabalho assalariado, mediante relação de emprego – O trabalho assalariado ao tempo da primeira Revolução Industrial – A liberdade formal do trabalhador empregado 2 Seção 8 Conteúdo da Seção � Direito do Trabalho e Legislação Trabalhista (cont.) – A natureza contraditória da legislação do trabalho empregado: instituição de direitos, proteção da parte fraca e a preservação de uma relação subordinada – Exemplos internacionais de Legislação do Trabalho – Evolução da Legislação do Trabalho no Brasil: primeiras normas, a Consolidação das Leis do Trabalho, legislação ao longo do século, a Constituição de 1988 – O Primeiro de Maio 3 Seção 8 Conteúdo da Seção � Direito do Trabalho e Legislação Trabalhista (cont.) – Normas referentes ao Direito de Trabalho instituídas pela Constituição de 1988 – O conceito e a definição de vínculo empregatício no Brasil – O vínculo empregatício e outros vínculos de trabalho não-empregatício – Tópicos especiais para debate: limites e novas possibilidades para a regulamentação do trabalho no Brasil 4 Seção 8 Objetivos � Conhecer e refletir acerca: – Da natureza solidária ou contraditória (conflituosa) nas relações de trabalho ao longo da história – Da evolução das formas de trabalho, até a instituição do trabalho assalariado (com vínculo de emprego) – Da instituição da Legislação e do Direito do Trabalho no mundo e, particularmente, no Brasil – Das diretrizes e de conteúdos normativos sobre o Direito do Trabalho trazidos pela Constituição Federal de 1988 5 Seção 8 Objetivos � Conhecer e refletir acerca (cont.): – Das características distintivas da relação de emprego, comparativamente a outras formas de vínculo de trabalho conforme a legislação brasileira – Conhecer e debater a respeito de tópicos e questões atuais relativas aos dilemas da legislação do trabalho no Brasil, procurando identificar possibilidades e alternativas 6 Seção 8 Formas de Trabalho � Formas de trabalho autônomo (para si mesmo) – São típicas de sociedades (e/ou de organizações) livres, em que não há relação estrutural de dominação e de “exploração” entre grupos ou classes; o controle da produção assim como seus frutos pertencem aos próprios produtores � Formas de trabalho subordinado (para outros) – São típicas de sociedade (e/ou de organizações) em que grupos ou classes são dominadas e “exploradas” por outro grupo ou classe; o controle da produção, assim como seus frutos não pertencem ao produtor 7 Seção 8 O trabalho subordinado e o processo civilizatório � As diversas formas de trabalho subordinado, as relações de dependência, subordinação e “exploração” são as formas predominantes e recorrentes ao longo da história � Um dos desafios, ou condições, do processo civilizatório consiste justamente na construção de sociedades (e de organizações) não baseadas na expropriação do excedente (do trabalho alheio) 8 Seção 8 O trabalho não-subordinado � São exemplos de trabalho não-subordinado: – O trabalho em sociedades indígenas primitivas, comunitárias (“comunismo primitivo”), em que o processo produtivo se realiza coletivamente; nelas inexiste a propriedade privada – O trabalho em Corporações de Ofício, onde houvesse artesãos, mestres e aprendizes, em relação de trabalho colaborativo e de aprendizagem (a missão dos mestres consistia em transmitir a seus aprendizes os ensinamentos e os segredos da profissão) � Obs: houve igualmente Corporações de Ofício em que a relação entre mestres e aprendizes era não somente de subordinação hierárquica, mas também autoritária e fundada na expropriação do trabalho 9 Seção 8 O trabalho subordinado � As formas clássicas de trabalho subordinado: – O trabalho escravo: o trabalhador (o escravo) é – juridicamente – propriedade de seu senhor; é uma coisa, um objeto passível de compra e venda, destituído de direitos – O trabalho servil: embora já não seja propriedade de seu senhor, o trabalhador (o servo da gleba) não é livre, está preso à terra; é obrigado a prestar serviços e a fornecer ao senhor feudal parte substancial do que produz, em troca de “proteção” – O trabalho “assalariado”: baseia-se na forma de emprego; o trabalhador (o empregado) é formalmente (juridicamente) livre; vende (aluga) sua força (capacidade) de trabalho a seu patrão em troca de remuneração pecuniária, geralmente sob a forma de salário 10 Seção 8 A instituição do trabalho empregado � O avesso – e ao mesmo tempo a contrapartida – da liberdade formal do trabalhador (que se torna) empregado é que ele está também “livre” (afastado, destituído) da posse e da propriedade dos meios e recursos necessários para a produção � A perda da propriedade e do livre acesso à terra é uma das condições históricas fundamentais para a instituição do vínculo de emprego, em substituição às formas antecedentes, seja a forma servil, seja a forma escravocrata 11 Seção 8 A instituição do trabalho empregado � Assim, historicamente, o vínculo de emprego se institui pela impossibilidade de outra forma de sobrevivência do trabalhador tornado “livre” � A forma de trabalho assalariado (o vínculo de emprego) se institui juntamente com e Revolução Industrial e com o moderno capitalismo, tornando-se predominante ao longo do Século XX 12 Seção 8 As primeiras formas de trabalho empregatício � As primeiras relações de trabalho empregado se dão sob regime de semi-escravidão e são caracterizadas por: – Trabalho compulsório, forçado – Jornadas de trabalho de até 18h, 20h... – Exploração do trabalho de crianças, velhos e mulheres – Condições desumanas e insalubres 13 Seção 8 As primeiras formas de trabalho empregatício � As primeiras relações de trabalho empregado se dão sob regime de semi-escravidão e são caracterizadas por: – Formas de gestão e direção autoritárias ou mesmo totalitárias – Remuneração miserável ou até inexistente – Estão descritas em textos como o do historiador inglês, Eric Hobsbawm, no clássico livro “A Era das Revoluções”, no qual analisa o trabalho em cidades inglesas como Manchester 14 Seção 8 A regulamentação do trabalho sob a forma de emprego � Inicialmente, a relação de trabalho empregado foi considerada e tratada como uma “questão de polícia” ou de força; regida tão somente pelas circunstâncias sócio- econômicas, sem qualquer regulamentação legal ou jurídica que incidisse sobre a relação de trabalho propriamente dita � A regulamentação jurídica do trabalho empregado é um fenômeno que se institui a partir do final do século XIX e ao longo do século XX � A regulamentação do trabalho assalariado institui, progressivamente, direitos aos trabalhadores 15 Seção 8 A regulamentação do trabalho sob a forma de emprego � “O Direito do Trabalho é o conjunto de princípios, regras e instituições atinentes à relação de trabalho subordinado e situações análogas, visando assegurar melhores condições de trabalho e sociais ao trabalhador, de acordo com as medidas de proteção que lhe são destinadas” (Cf. Sérgio Pinto Martins) � Mas é também - ao mesmo tempo - uma forma de disciplinar e garantir a reprodução da relação de trabalho empregado (uma forma subordinada) 16 Seção 8 Exemplos de Legislação do Trabalho � A Constituição do México de 1917, a primeira a dispor sobre direito do trabalho, regulando limites de jornada diária, proibição de trabalho de menores, instituindo a igualdade salarial e a proteção à maternidade: uma legislação moderna, portanto � A Constituição da Alemanha em 1919 (Constituição de Weimar), considerada precursora das relações social- democráticas, e que previa a obrigação de adequadas condições de trabalho, sistemas de seguridade, ou mesmo formas de representação e participação de trabalhadores na gestão das organizações 17 Seção 8 Exemplos de Legislação do Trabalho � A Carta Del Lavoro, promulgada na Itália, em 1927, instituindo um sistema corporativista fundado no controle e na intervenção estatal (sistemas corporativos vigeram também na Espanha, em Portugal e mesmo no Brasil) � Leis trabalhistas são também instituídas nos Estados Unidos a partir da década de 1930... 18 Seção 8 O surgimento da Legislação Trabalhista no Brasil � As primeira leis surgem a partir do fim do século XIX e no início do século XX, regulando trabalho de menores (1891); sindicalização rural (1903) e urbana (1907); férias (1925); trabalho feminino (1932); convenções coletivas (1932); salário mínimo (1936)... � Marco fundamental da história da regulamentação das leis do trabalho no Brasil é a CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei 5.452, de 1º de Maio de 1943 19 Seção 8 O surgimento da Legislação Trabalhista no Brasil � A CLT não é propriamente um Código pois, mais do que instituir direito novo, reuniu leis esparsas já existentes � Embora tida como obsoleta, e a despeito das muitas mudanças havidas desde então, a CLT continua vigente até hoje, já passados 65 (sessenta e cinco) anos 20 Seção 8 A Legislação Trabalhista no Brasil � Algumas leis importantes promulgadas após a instituição da CLT: – A Lei 605/49, que regulou o repouso semanal remunerado – A Lei 3.207/57, que tratou das atividades de vendedores e viajantes – A Lei 4.090/62, que criou o 13º salário – A Lei 4.266/63, que criou o salário família 21 Seção 8 A Legislação Trabalhista no Brasil � Algumas leis importantes promulgadas após a instituição da CLT: – A Lei 5.107/66 que instituiu o FGTS – A Lei 5.859/72, que tratou do trabalho dos empregados domésticos – A Lei 5.889/73, que versou sobre o trabalho rural – A Lei 6.019/74, que cuida do trabalho temporário – O Decreto-Lei 1.535/77 que alterou a regulamentação relativa às férias 22 Seção 8 Um parêntese: O Primeiro de Maio � O dia 1º de maio – dia do trabalho em grande número de países – foi instituído em 1889 por um Congresso Socialista ocorrido em Paris. Comemora um massacre havido em 1887, em Chicago, quando a Polícia reprimiu e agrediu trabalhadores em greve, prendendo, ferindo e até matando oito deles por meio de enforcamento após julgamento sumário (a manifestação havia se iniciado em 1º de maio) � No Brasil a data é comemorada desde 1895, tendo se tornado um feriado nacional em 1925, mediante decreto do então presidente Arthur Bernardes � Nos EUA o dia do trabalho se comemora na primeira segunda-feira de setembro 23 Seção 8 A Constituição de 1988 � Na Constituição de 1988 (batizada por Ulisses Guimarães de “A Constituição Cidadã”), as disposições concernentes ao trabalho não estão – pela primeira vez – inseridas no Capítulo relativo à Ordem Econômica, reconhecendo-se assim a importância e concedendo se um status maior aos direitos dos trabalhadores 24 Seção 8 A Constituição de 1988 � São diretrizes da CF/88 no que toca ao direito do trabalho (cf. Amauri Mascaro do Nascimento): – Um modelo prescritivo, não omisso, de acordo com o constitucionalismo social, fazendo incluir direitos sociais na Constituição – Um texto não-sintético, quase extenso, que enumera uma série de direitos inovadores, em dimensão e amplitude muito maior do que nas Constituições anteriores – A previsão de diversos direitos trabalhistas na própria Constituição, seja direitos já existentes na legislação ordinária, seja ainda direitos novos 25 Seção 8 Algumas normas referentes ao Direito do Trabalho previstas na Constituição Federal de 1988 � Relação de trabalho protegida contra despedida arbitrária � Seguro-desemprego � Fundo de garantia de tempo de serviço � Salário mínimo nacionalmente unificado capaz de atender às necessidades vitais básicas do trabalhador e de sua família � Participação nos lucros ou resultados � Duração do trabalho não-superior a 8h/dia e a 44h/semanais em caso de turnos ininterruptos 26 Seção 8 Algumas normas referentes ao Direito do Trabalho previstas na Constituição Federal de 1988 � Férias remuneradas em pelo menos 1/3 a mais do que o salário mensal � Licença gestante (maternidade ) de 120 dias � Licença paternidade � Adicional de remuneração em face de insalubridade, periculosidade e penosidade � Assistência gratuita para filhos e dependentes até 6 anos de idade 27 Seção 8 Algumas normas referentes ao Direito do Trabalho previstas na Constituição Federal de 1988 � Reconhecimento de convenções e acordos coletivos de trabalho � Proteção contra a automação � Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário � Proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os respectivos profissionais � Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos � Proibição de qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz 28 Seção 8 Algumas normas referentes ao Direito do Trabalho previstas na Constituição Federal de 1988 � Igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso � Asseguramento aos trabalhadores domésticos de: salário mínimo; irredutibilidade salarial; 13º salário; repouso salarial remunerado; licença-gestante; licença- paternidade; aviso prévio; aposentadoria; inclusão na previdência social � Liberdade de associação profissional ou sindical 29 Seção 8 Algumas normas referentes ao Direito do Trabalho previstas na Constituição Federal de 1988 � Inexigibilidade de autorização estatal para fundação de sindicato, bem como proibição de intervenção estatal na organização sindical � Unicidade sindical (proibição de mais de um sindicato de mesma categoria profissional ou econômica na mesma base territorial ) � Estabilidade de candidato sindicalizado a partir de registro de candidatura e, depois, se eleito, ao longo e até um ano depois do mandato 30 Seção 8 Algumas normas referentes ao Direito do Trabalho previstas na Constituição Federal de 1988 � Direito de greve, resguardada a necessidade de prestação de serviços essenciais � Asseguramento da participação dos trabalhadores e empregados nos colegiados de órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação � Direito à eleição de representante dos trabalhadores em empresas com mais de 200 empregados a fim de promoção do entendimento como os empregadores 31 Seção 8 A definição de vínculo empregatício � No Direito do Trabalho brasileiro, o vínculo empregatício (a condição de empregado) se define pela existência de: – Prestação de serviços (realização de trabalhos) remunerados, por pessoa física (pessoalmente, portanto) – Em caráter de continuidade (não-eventual) – Em condição de dependência e subordinação – Prestação a pessoa física ou jurídica � A existência de trabalho realizado nessas condições (caracterizando-se, desse modo, o vínculo empregatício) obriga a que se firme contrato de trabalho regido pela Consolidação das Leis do Trabalho 32 Seção 8 Outras condições ou vínculos de trabalho não regido pela CLT � O trabalho prestado por pessoa jurídica, ainda que individual: esta última se constitui numa nova figura jurídica, instituída pela Lei 11.196/2005, permitindo que trabalhadores “autônomos” prestem serviços de natureza intelectual na condição de pessoa jurídica � O trabalho sob a forma de empreitada: não corresponde à contratação de mão-de-obra, mas sim de um determinado serviço ou obra; importa tão somente o resultado; pode ocorrer desde na construção civil até em serviços no campo do mundo virtual, como a confecção de home pages ou de sítios na internet 33 Seção 8 Outras condições ou vínculos de trabalho não regido pela CLT � O trabalhador eventual: é a pessoa física que presta serviços esporádicos, de modo descontinuado, a diversos tomadores de serviços (ao contrário do autônomo que pode fazê-lo habitualmente e ao mesmo tomador) � O trabalhador avulso: é a pessoa física que presta serviços mediante intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou do órgão gestor da mão-de-obra (exemplo: trabalhadores portuários que realizam serviço de caga e descarga); seus direitos foram equiparados aos dos empregados pela CF/88 � O estagiário: inicialmente regulado pela Lei 6.494/77 e pelo Decreto 84.497/82, o vínculo de estágio – estabelecido por meio de Termo de Compromisso – só é admissível se concedido por pessoa jurídica a estudante, propiciando-lhe atividades de aprendizagem social, profissional e cultural em condições reais de vida e trabalho 34 Seção 8 Outras condições ou vínculos de trabalho não regido pela CLT � O aprendiz: situação intermediária entre a condição de empregado e estagiário, consiste no vínculo estabelecido entre um estudante menor de idade (de 14 a 18 anos) que curse escola regular e, simultaneamente, uma instituição de ensino profissionalizante; pressupõe convênio da empresa com a instituição de ensino; o prazo máximo é de 2 anos � O esportista profissional: vínculo regido por legislação específica – Lei 9.615 /98 (Lei Pelé) e alterações posteriores, cujo aspecto fundamental foi a extinção da chama Lei do Passe, pela qual o esportista prendia-se a seu clube � O trabalhador autônomo: embora preste serviço com habitualidade (e não de modo eventual) o trabalhador autônomo (necessariamente uma pessoa física) não tem vínculo de subordinação a quem o tenha contratado, trabalhando com liberdade e por conta própria 35 Seção 8 Outras condições ou vínculos de trabalho não regido pela CLT � O trabalho cooperado: o trabalho é prestado por trabalhadores associados de pessoas jurídicas denominadas cooperativas; não há subordinação ou dependência hierárquica com relação à organização tomadora do serviço; a cooperativa tem de se registrar na Junta Comercial; tem de contribuir para a Previdência Social embora tampouco haja vínculo empregatício com os cooperados � O diretor sob mandato: em contraste ao diretor-empregado, que goza dos mesmo direitos e deveres dos demais empregados, o diretor mandatário é um representante da organização sendo que sua situação é regida pela Lei das Sociedades Anônimas; se o empregado é alçado a essa condição de diretor, seu contrato de trabalho fica suspenso 36 Seção 8 Outras condições ou vínculos de trabalho não regido pela CLT � O trabalhador voluntário: embora antigo, o vínculo só foi regulado por meio da Lei 9.608/98; corresponde à prestação de serviços por cidadão que o faz de modo espontâneo, motivado por valores de participação e solidariedade; não é remunerado e pressupõe, obrigatoriamente, a formalização por intermédio de um “Termo de Adesão”; só pode ser prestado a organizações sem fins lucrativos � O funcionário público: o vínculo se estabelece por via estatutária, com pessoas jurídicas estatais, de direito público: administração direta ou autárquica (será tratado em seção específica) 37 Seção 8 O trabalho no terceiro setor � No Terceiro Setor (organizações não-estatais sem finalidade lucrativa) vigem – para a relação de trabalho – as mesmas regras aplicáveis ao setor privado mercantil, quais sejam: – vínculo de emprego definido e caracterizado pela prestação de trabalho por pessoa física, com continuidade, dependência e subordinação – obrigação, caracterizando-se vínculo de emprego, de contratação pelo regime da Consolidação das Leis do Trabalho, com o devido registro em carteira 38 Seção 8 O trabalho no terceiro setor � Apesar da obrigatoriedade de adoção da CLT, o 3ª Setor distingue-se do Setor Mercantil: – Pela vedação de Participação nos Lucros ou Resultados - PLR com dispensa de recolhimento de encargos trabalhistas incidentes sobre os valores pagos a esse título (a PLR só é possível em empresas, sejam privadas ou estatais) – Pela possibilidade de prestação de trabalho voluntário nos termos da Lei 9.608/98 39 Seção 8 Tópicos especiais e para debate � Vigente ainda – a despeito de já passados 65 (sessenta e cinco) anos – a Consolidação das Leis do Trabalho suscita intensos e calorosos debates a respeito de diversas questões, tais como: – O tratamento uniforme do vínculo empregatício, independentemente do tamanho e do porte da organização – O peso dos encargos sociais sobre a folha de salários – A obrigatoriedade da contratação, se houver vínculo empregatício, por meio da CLT e de suas regras 40 Seção 8 Tópicos especiais e para debate – A regulamentação rígida e demasiada de praticamente todos os aspectos da relação de trabalho – O pouco espaço, o desestímulo à busca de soluções pactuadas e negociadas entre empresas e seus empregados seja por meio de negociações coletivas, seja por meio de negociações individuais – A necessidade de flexibilização das relações de trabalho e os vários significados dessa flexibilização – A uniformização ou ao menos aproximação da legislação sobre o mercado de trabalho privado, do trabalho no terceiro setor e na área pública 41 Seção 8 Bibliografia � Básica – FRANÇA, Ana Cristina Limongi. Práticas de Recursos Humanos: conceitos, ferramentas e procedimentos. São Paulo, Atlas, 2007. – LACOMBE, Francisco, Recursos Humanos: princípios e tendências, São Paulo, Saraiva, 2005. � Complementar – MARTINS, Sergio Pinto. Direito do Trabalho, 23 ed. São Paulo, ATLAS, 2008 – MARTINS, Sergio Pinto. Comentários à CLT, 13 ed. São Paulo, ATLAS, 2009 – NASCIMENTO, Amauri Mascaro do. Iniciação ao Direito do Trabalho, 33 ed.São Paulo, LTr, 2007 – CARRION, Valentim. Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho, 31 ed. São Paulo, Saraiva, 2006 42