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Seção 3 Elaborado por Seção 3VERSÃO 2013-1 Administração Financeira II Prof. Antonio Freitas Prof. Filipe Sobral Seção 3 Conteúdo da Seção � Decisões de Investimentos em Condições de Risco: – O risco em projetos de investimento; – Enfoques comportamentais para lidar com o risco; – O risco em projetos de investimento internacionais; – Taxas de desconto ajustadas por risco; – Comparação de projetos com diferentes durações; – Racionamento de capital na avaliação de projetos de investimento. 2 Seção 3 Objetivos da Seção � Compreender a importância do reconhecimento explícito do risco na análise de projetos de investimento. � Discutir a análise de sensibilidade e a simulação como enfoques comportamentais ao tratamento do risco. � Descrever a determinação e o uso de taxas de desconto ajustadas por risco (TDARs). � Reconhecer o problema causado por projetos mutuamente exclusivos com diferentes durações. � Explicar os enfoques básicos da seleção de projetos em condições de racionamento de capital. 3 Seção 3 O Risco na Decisão de Investimento � Na realidade, situações em que o risco de cada projeto é igual são raras. � Os fluxos de caixa de projetos em geral possuem níveis distintos de risco e a aceitação de um projeto afeta o risco geral da empresa. 4 Seção 3 Enfoques Comportamentais para Lidar com o Risco � No contexto dos projetos de investimento discutidos nesta seção, o risco resulta quase inteiramente da incerteza a respeito das entradas futuras de caixa, porque a saída inicial de caixa geralmente é conhecida. � Esses riscos resultam de diversos fatores, entre eles, a incerteza a respeito de receitas, despesas e impostos futuros. � Portanto, para aferir o risco de um projeto, o analista precisa medir o risco das entradas de caixa. 5 Seção 3 Risco em Investimentos Análise de Sensibilidade � A Treadwell Tire Company, empresa varejista de pneus, tem custo de capital de 10% e está analisando a possibilidade de investir em um de dois projetos mutuamente exclusivos, A ou B. Cada um deles exige investimento inicial de $ 10.000 e ambos devem gerar entradas de caixa anuais iguais durante 15 anos. � Como administrador financeiro, você recebeu a estimativa pessimista, a mais provável e a otimista das entradas anuais de caixa de cada projeto, de acordo com a tabela a seguir. 6 Exemplo pág. 365 Seção 3 Risco em Investimentos Análise de Sensibilidade 7 Projeto A Projeto B Investimento Inicial R$ 10.000 R$ 10.000 Entradas de Caixa Pessimista R$ 1.500 R$ 0 Mais provável R$ 2.000 R$ 2.000 Otimista R$ 2.500 R$ 4.000 Amplitude R$ 1.000 R$ 4.000 Cenários Pessimista R$ 1.409 (R$ 10.000) Mais provável R$ 5.212 R$ 5.212 Otimista R$ 9.015 R$ 20.424 Amplitude R$ 7.606 R$ 30.424 Valores Presentes Líquidos Seção 3 Risco em Investimentos Simulação � Simulação é um enfoque comportamental com base estatística que aplica distribuições de probabilidades predeterminadas, juntamente com a geração de números ao acaso, para estimar resultados com risco. � O uso de computadores tornou economicamente viável o emprego da simulação, e o resultado obtido é uma excelente base de tomada de decisões. 8 Seção 3 Risco em Investimentos Projetos Internacionais � O risco cambial é o risco de que uma variação inesperada da taxa de câmbio reduza o VPL dos fluxos de caixa de um projeto. � No curto prazo, boa parte desse risco pode ser coberta com o uso de instrumentos financeiros tais como contratos futuros e opções de câmbio. � O risco cambial de longo prazo pode ser minimizado financiando-se o projeto no todo ou em parte em moeda local. 9 Seção 3 Risco em Investimentos Projetos Internacionais � É muito mais difícil obter proteção contra o risco político, uma vez implementado um projeto. � Um governo estrangeiro, especialmente de países subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento, pode bloquear a repatriação de lucros e até mesmo se apossar dos ativos da empresa. � Uma das maneiras de levar em conta esses riscos é ajustar a taxa utilizada para descontar os fluxos de caixa – ou, melhor ainda, ajustando os fluxos de caixa do projeto. 10 Seção 3 Risco em Investimentos Projetos Internacionais � Como boa parte do comércio entre fronteiras envolvendo empresas multinacionais se dá entre subsidiárias, também é importante determinar o impacto incremental líquido dos fluxos de caixa de um projeto sobre a empresa como um todo. � Em conseqüência, é importante enfocar os projetos de investimento internacional de um ponto de vista estratégico, mais do que de um ponto de vista estritamente financeiro. 11 Seção 3 Taxas de Desconto Ajustadas por Risco � Taxas de desconto ajustadas por risco (TADR) são taxas de retorno que devem ser obtidas em certos projetos para remunerar os proprietários da empresa adequadamente, ou seja, para manter ou elevar o preço da ação. � Quanto mais alto o risco de um projeto, mais alta a TDAR e menor o VPL de um projeto. 12 ( ) 01 1VPL FCTADR FCn t t t − + =∑ = Seção 3 Exemplo � A Bennett Company deseja usar o enfoque da taxa de desconto ajustada por risco para determinar, de acordo com o VPL, se deve implantar o projeto A ou o projeto B. A administração da empresa, depois de muita análise, atribuiu um ‘índice de risco’ – beta – de 1,6 ao projeto A (taxa de desconto 14%) e de 1 ao projeto B (taxa de desconto de 11%). 13 Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Projeto A (42.000) 14.000 14.000 14.000 14.000 14.000 Projeto B (45.000) 28.000 12.000 10.000 10.000 10.000 Fluxos de Caixa Relevantes Exemplo pág. 372 Seção 3 Exemplo 14 Ano Projeto A Projeto B 0 (R$ 42.000) (R$ 45.000) 1 R$ 14.000 R$ 28.000 2 R$ 14.000 R$ 12.000 3 R$ 14.000 R$ 10.000 4 R$ 14.000 R$ 10.000 5 R$ 14.000 R$ 10.000 VPL R$ 6.063 R$ 9.798 Fluxos de Caixa A equação de cálculo do Valor Presente Líquido: = VPL(taxa; FC1:FCn)-FC0 Seção 3 Diversificação de Investimentos � Como observado em Administração Financeira I, os investidores devem aplicar em carteiras diversificadas, porque não são remunerados por assumirem risco diversificável. � Como as empresas podem ser vistas como carteiras de ativos, também poderia parecer importante que aplicassem em carteiras diversificadas de ativos. � Surpreendentemente, porém, as evidências empíricas indicam que o valor da empresa não é afetado por essa diversificação. 15 Seção 3 Comparação de Projetos com Durações Diferentes � Se os projetos forem independentes, a comparação de projetos com durações diferentes não é importante. � Mas, quando projetos de durações diferentes são mutuamente exclusivos, o impacto de durações diferentes deve ser levado em conta, porque não produzem benefícios por períodos comparáveis. � Isso é particularmente importante quando se exige a continuação dos serviços dos projetos considerados. 16 Seção 3 Exemplo � A AT Company, uma emissora regional de TV a cabo, está avaliando dois projetos, X e Y. Os fluxos de caixa e os VPLs dos projetos, ao custo de capital de 10%, são: 17 Exemplo pág. 377 Ano Projeto X Projeto Y 0 (R$ 70.000) (R$ 85.000) 1 R$ 28.000 R$ 35.000 2 R$ 33.000 R$ 30.000 3 R$ 38.000 R$ 25.000 4 - R$ 20.000 5 - R$ 15.000 6 - R$ 10.000 VPL R$ 11.277 R$ 19.013 Fluxos de Caixa Seção 3 Comparação de Projetos com Durações Diferentes � Ignorando as diferenças de duração dos projetos, podemos verificar que os dois são aceitáveis (têm VPLs positivos). Além disso, se os projetos fossem mutuamente exclusivos, Y seria preferível a X. � Entretanto, é importante reconhecer que, ao final de sua duração de três anos, Y deverá ser substituído ou renovado. � Embora diversos enfoques existam para lidar com a situação de durações diferentes, apresentaremos uma técnica mais eficiente: o VPL anualizado. 18 Seção 3 VPL Anualizado � O enfoque do VPLA converte o VPL de projetos com durações diferentes em uma quantia anual equivalente (em termos de VPL) que pode ser usada para escolher o melhor projeto. � O método de avaliação de investimento usando o VPLA consiste em: – Calcular o VPL de cada projeto ao longo de sua duração usando o custo de capital apropriado. – Dividir o VPL de cada projeto pelo FVPA ao custo de capital dado. – Escolher o projeto com o VPLA mais alto. 19 Seção 3 VPL Anualizado Exemplo � Calcular o VPL dos projetos X e Y a 10%. – VPLX = R$ 11.277; VPLY = R$ 19.013. � Calcular o VPLA dos projetos X e Y. – VPLAX = R$ 11.277/FVPA10%,3 anos = R$ 4.534 – VPLAY = R$ 19.013/FVPA10%,6 anos = R$ 4.366 � Escolher o projeto com o maior VPLA. – Escolher o Projeto X. 20 Seção 3 Opções Reais � Opções reais são oportunidades implícitas em projetos de investimento que permitem aos administradores alterar seus fluxos de caixa e seu risco de modo a afetar a viabilidade do projeto (VPL). � Opções reais também são conhecidas, em certos casos, como opções estratégicas. 21 Seção 3 Opções Reais � Alguns exemplos mais comuns de opções reais são: – Abandono – opção de abandono de um projeto antes do final da sua duração; – Flexibilidade – opção de adicionar flexibilidade às operações da empresa; – Crescimento – opção de desenvolver projetos de expansão ou continuação; – Oportunidade – opção de determinar quando diversas iniciativas em relação a um projeto devem ser tomadas. 22 Seção 3 Racionamento de Capital � Teoricamente, o racionamento de capital não deveria existir – as empresas deveriam aceitar todos os projetos que possuem VPLs positivos. � No entanto, pesquisas têm mostrado que a administração impõe restrições internas de gastos para evitar níveis ‘excessivos’ de financiamento. � Portanto, o objetivo do racionamento de capital é selecionar os projetos, dentro do orçamento da empresa, que apresente o VPL mais alto ou a TIR mais alta. 23 Seção 3 Racionamento de Capital Exemplo � A Tate Company, uma empresa do setor de plásticos em processo de rápido crescimento, tem diante de si seis projetos que competem por seu orçamento de $ 250.000. Os investimentos iniciais e as TIRs dos projetos são: 24 Exemplo pág. 382 Projeto Investimento inicial TIR VP dos FC VPL A R$ 80.000 12% R$ 100.000 R$ 20.000 B R$ 70.000 20% R$ 112.000 R$ 42.000 C R$ 100.000 16% R$ 145.000 R$ 45.000 D R$ 40.000 8% R$ 36.000 -R$ 4.000 E R$ 60.000 15% R$ 79.000 R$ 19.000 F R$ 110.000 11% R$ 126.500 R$ 16.500 Seção 3 Racionamento de Capital Enfoque na TIR � Supondo que o custo de capital da empresa é de 10% e que ela tem um máximo de R$ 250.000 disponíveis para investimentos, de acordo com a TIR, a empresa deve optar pelos projetos B, C e E. 25 Projeto TIR Investimento Inicial Investimento Acumulado B 20% R$ 70.000 R$ 70.000 C 16% R$ 100.000 R$ 170.000 E 15% R$ 60.000 R$ 230.000 A 12% R$ 80.000 F 11% R$ 110.000 D 8% R$ 40.000 Seção 3 Racionamento de Capital Enfoque VPL � Se racionarmos o capital usando o enfoque do VPL e adotarmos as classificações geradas pela TIR, o VPL dos projetos escolhidos é de R$ 106.000. 26 Projeto Investimento inicial TIR VPL B R$ 70.000 20% R$ 42.000 C R$ 100.000 16% R$ 45.000 E R$ 60.000 15% R$ 19.000 Total R$ 230.000 R$ 106.000 Seção 3 Racionamento de Capital Enfoque VPL � Entretanto, se os classificarmos de tal maneira que o VPL seja maximizado, então poderemos usar todo o orçamento e elevar o VPL para R$ 107.000. 27 Projeto Investimento inicial TIR VPL A R$ 80.000 12% R$ 20.000 B R$ 70.000 20% R$ 42.000 C R$ 100.000 16% R$ 45.000 Total R$ 250.000 R$ 107.000 Seção 3 Questão para Discussão � Em problemas de racionamento de capital, qual dos enfoques, TIR ou VPL, é melhor para avaliar e selecionar projetos de investimento? 28 Seção 3 Exercícios � Resolver os problemas 10-1, 10-2 e 10-3 do livro-texto referente ao impacto do risco nos investimentos. � Resolver os problemas 10-4 e 10-5 do livro-texto referente à análise de sensibilidade. � Resolver os problemas 10-8, 10-9 e 10-10 do livro-texto referente a taxas de desconto ajustadas por risco. � Resolver os problemas 10-11, 10-12 e 10-13 do livro-texto referente à análise de projetos com diferentes durações. � Resolver os problemas 10-15 e 10-16 do livro-texto referente ao racionamento de capital. 29 Seção 3 Bibliografia � Básica: – Gitman, L. J. Princípios de Administração Financeira. 10ª Ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004. (Cap. 10). – Assaf Neto, A. Finanças Corporativas e Valor. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 2005. (Cap. 17). 30