Logo Passei Direto
Buscar

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Relação Entre Direito e Contabilidade
ATÉ ONDE CAMINHAM JUNTOS CONTABILIDADE E DIREITO
E inquestionável a influência do Direito na formação científica cio Bacharel em Ciências Contábeis - profissional que atua tanto nas áreas técnicas controladas pela Contabilidade, como também nas de Auditoria, Consultoria Empresarial e Perícia Contábil - porquanto precisa o mesmo, na prática, saber aplicar devidamente os dispositivos que compõem as normas jurídicas, especialmente os comandos descritos nas legislações tributária, trabalhista, previdenciária, financeira e empresarial, entre outras, para bem desincumbir-se de sua nobre missão.
            Em síntese e preliminar de conclusão, tem-se que desde os tempos das expansões comerciais até hoje, o ato de registrar numericamente os dados buscou o conhecimento da real grandeza patrimonial,sempre o mais próximo possível da realidade.
A inclusão de normas internacionais de contabilidade no ordenamento brasileiro se baseia, essencialmente, na prevalência da essência econômica dos fatos   sobre   a forma jurídica   dos mesmos. Adotar esse princípio, de entender a essência econômica em sobreposição à forma jurídica, vai diretamente ao encontro do que pretendem também as autoridades fiscais. Aliás, de longa data esse posicionamento já encontra suporte na doutrina e na jurisprudência   relativa   à   matéria tributária.
Assim o é, por exemplo, na área do Direito Empresarial (Comercial), que regula desde a elaboração dos atos constitutivos de criação da sociedade empresária, sua inscrição e matrículas nos órgãos públicos , desde o Registro Público de Empresa s Mercantis (Junta Comercial ) ou Registro Civil das Pessoas Jurídicas, arquivamento e registros de seus livros, títulos e documentos ; como os critérios adequados de escrituração regular e levantamento de suas demonstrações financeiras periódicas; até o tratamento a ser adotado em casos de falência e concordata, entre outras regras específicas .
http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Rela%C3%A7%C3%A3o-Entre-Direito-e-Contabilidade/38989.html
Disciplina de contabilidade introdutória: características das instituições, cursos, docentes e perfil do discente não contador - doi: 10.4025/enfoque.v29i2.10950
Márcia Bianchi, Simone Leticia Raimundini, Nálbia de Araújo Santos, Luiz Paulo Lopes Fávero, Paulo Schmidt
Resumo
O ensino da contabilidade para os cursos de Administração e Economia tem a finalidade deproporcionar conhecimento e compreensão das informações contábeis. Neste contexto, essa pesquisatem como objeto analisar a disciplina de Contabilidade Introdutória (CI) associando as categoriasinstituições, cursos, docentes e perfil discente, utilizando a Análise de Correspondência. A pesquisade campo, do tipo survey, classificada como quantitativa-qualitativa, descritiva e exploratória foirealizada entre os discentes matriculados, no primeiro semestre de 2008, na disciplina de CI doscursos de graduação em Administração e Economia das Universidades Federais, do Estado do RioGrande do Sul. Os resultados indicam que há indícios da existência de uma relação entre ascategorias e algumas variáveis estudadas; há instituições com homogeneidade e heterogeneidade dediscentes nas turmas; a maioria dos discentes da UFRGS e UFSM cursaram todo o ensino médio emescola particular; os discentes da UFPEL e FURG cursaram em escola pública e a maioria dosdiscentes está cumprindo a grade curricular.
http://eduem.uem.br/ojs/index.php/Enfoque/article/view/10950
RELAÇÃO JURÍDICA & RELAÇÃO CONTÁBIL
Na relação jurídica, o direito subjetivo se contrapõe com o dever jurídico.
2.
Na relação contábil, todo crédito se contrapõe a um débito e vice-versa, de acordo com o método das partidas dobradas.
3.
A relação jurídica e a relação contábil têm os mesmos elementos em comum: 1º) o sujeito ativo (titular do direito subjetivo, o credor); 2º) o sujeito passivo (titular do dever jurídico, o devedor); 3º) o vínculo de atributividade (originário da lei ou do contrato); e 4º) o objeto. Recaem sobre esse objeto o direito do sujeito ativo e o dever do sujeito passivo. Esse objeto é sempre um bem e pode ser patrimonial ou não-patrimonial.
4.
No balanço patrimonial, o ativo corresponde aos créditos da empresa (a empresa na condição de sujeito ativo), e o passivo corresponde às obrigações da empresa (a empresa na condição de sujeito passivo). Alocado no passivo, o patrimônio líquido ou os recursos próprios são um dever jurídico da empresa em relação aos acionistas.
5.
O fato contábil nasce, de forma simultânea, com o fato jurídico. Os fatos são em princípio os mesmos, mas o Direito e a Ciência Contábil enfocam os fatos de óptica diferente. O tratamento dos fatos é distinto, porque cada ciência têm a sua ordem de conhecimentos, com sistematização própria, embora com fins convergentes e complementares. Vê melhor os fatos, com visão mais universal, o profissional com conhecimentos jurídicos e contábeis.
6.
A Ciência Contábil reúne os fatos para evidenciar a estática e a dinâmica patrimonial e, para tal mister, aplica aos fatos o método das partidas dobradas de escrituração, proposto em 1494 por Luca Paccioli, italiano, em seu livro “Summa de arithmetic, geometria et proportionalità”, uma inovação cujas consequências econômicas foram tão importantes quanto à descoberta da máquina a vapor trezentos anos depois. O capitalismo não poderia ter florescido sem a Contabilidade. Ela encorajou a disseminação das técnicas de numeração e contagem.
7.
O Direito, nas empresas, observa os fatos à luz do ordenamento jurídico (normas). A empresa cuida para proteger seus direitos subjetivos de qualquer lesão ou ameaça e, da mesma forma, zela para cumprir seus deveres jurídicos, observa César Asfor Rocha, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
8.
“Todas as empresas estão obrigadas a manter contabilidade, levantar anualmente seus balanços patrimonial e o de resultados”, prescreve o artigo 1.179 do Código Civil.
9.
Há, no momento, um esforço mundial em busca da padronização das práticas contábeis e de auditoria, a ser viabilizada pela adoção plena das Normas Internacionais de Relatórios Contábeis (“International Financial Reporting Standards – IFRS”), aprovadas pela “The International Accounting Standards Board - IASB”, com sede em Londres, assim como das Normas Internacionais de Auditoria (“International Standards on Auditing - ISA”), aprovadas pela “International Federation of Accountants - IFAC”, com sede em Nova Iorque (NY).
10.
Conhecidas internacionalmente, as IFRS propiciarão mais confiabilidade às informações prestadas pelas empresas e, ao quebrarem barreiras da falta de transparência e credibilidade, aumentarão para as empresas as chances de negócios e de exposição mundial. Os principais países do comércio mundial, identificados numa lista de 39 integrantes, dentre eles o Brasil, reconheceram por consenso a necessidade da urgente padronização, até mesmo os EUA, antes sempre resistentes em aderirem às normas internacionais.
11.
As ISA, conjunto de práticas de auditoria conhecido dos investidores internacionais, assegurarão igualmente mais confiabilidade às empresas e facilitarão os investidores em sua decisão de investimento.
12.
A contabilidade é a principal linguagem de comunicação dos agentes econômicos para a avaliação de investimentos ou do risco de suas transações. O uso de práticas contábeis distintas tem trazido, porém, dificuldades para a compreensão e para a comparabilidade das informações de natureza econômico-financeira no ambiente internacional. Essas dificuldades têm reforçado a busca da harmonização de normas contábeis, máxime pelas entidades com interesse na adequada avaliação de suas demonstrações contábeis também no exterior.
13.
O IASB é um órgão privado independente, com sede em Londres. Constituído por representantes de mais de 140 entidades de classe de todo o mundo, incluindo o Brasil, conduzido por um Conselho de Membros, o IASB tem como principais objetivos
formular e definir procedimentos internacionais para os demonstrativos contábeis, assim como publicar e promover as normas técnicas internacionais. Trabalha, assim, para o aprimoramento e ajuste dessas normas. O IASB conta com o apoio de importantes órgãos como o “International Forum on Accountancy Development” (IFAD), a International Organization of Securities Comission (IOSCO), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o “Bank for International Settlements” (BIS).
14.
O Projeto de Lei nº PL-3741/2000,originário do Poder Executivo, ora em fase de apreciação na Câmara de Deputados, propõe o estabelecimento de normas de elaboração e publicação de demonstrações contábeis, assim como regula a criação de entidades de estudo e divulgação de princípios, normas e padrões de contabilidade e auditoria. Grupos sugerem a criação de um comitê para a emissão de pronunciamentos sobre contabilidade e auditoria inspirado no “Federal Accounting Standards Board (FASB)”, dos EUA (Valor, São Paulo, 27 jan. 2005, p. B3).
15.
O Brasil precisar dar mais velocidade à aprovação das mudanças legais destinadas à harmonização global das regras contábeis, observou Jan Engstrom, presidente do Conselho de Normas Contábeis Internacionais (IASB, na sigla em inglês), durante o seminário “A convergência das normas contábeis no Brasil e no mundo”, realizado em São Paulo (SP), promovido pela APIMEC-SP e pelo Banco Mundial. A aprovação do Projeto de Lei ora em apreciação na Câmara dos Deputado, sob o PL nº 3.741/2000, será um avanço, opinou Henri Fortin, especialista do Banco do Mundial. O PL nº 3.741/2000 prevê a alteração da Lei das Sociedades Anônimas para dar nova redação às regras sobre as demonstrações contábeis (capítulo XV). A obrigatoriedade de toda sociedade de grande porte passar a observar as normas sobre elaboração e publicação de demonstrações contábeis, previstas no novo capítulo XV da Lei das Sociedades Anônimas, é a proposta mais polêmica do referido PL. Há um desnível de acesso à informação entre empresas fechadas e abertas, e a divulgação de informações das empresas fechadas é uma forma de melhorar o ambiente concorrencial, analisou Bernardo Appy, secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (Valor, São Paulo, 06 set. 2005, p. B2).
16.
O IASB e seu homólogo nos EUA, o Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (FASB), concordaram em reduzir as diferenças entre seus sistemas, a fim de facilitar a aceitação da contabilidade de empresas estrangeiras pelos órgãos reguladores locais. O principal objetivo é estreitar as diferenças entre os padrões existentes e não tornar a contabilidade ainda mais indigesta com um inteiro conjunto novo de regras. Os padrões contábeis precisam tentar refletir a realidade das empresas para garantir aos investidores informações úteis (Valor, São Paulo, 21 out. 2005, p. B3).
17.
As profundas transformações verificadas nos últimos anos no cenário econômico mundial, representadas principalmente pelo acelerado processo de globalização da economia, impõem a necessidade da convergência de normas de contabilidade e de auditoria em nível internacional. As instituições financeiras devem disponibilizar informações contábeis de alta qualidade, transparentes e comparáveis, bem como possíveis de serem compreendidas por reguladores, analistas financeiros, investidores, auditores, contabilistas e demais usuários, independentemente de sua origem e localização. A adoção de práticas contábeis e de auditoria compatíveis fortalece a credibilidade da informação; facilita o acompanhamento e a comparação da situação econômico-financeira e do desempenho das instituições; possibilita a otimização na alocação de capitais; e contribui para a redução de custos de captação e operacionais, nesse último caso eliminando a necessidade de elaboração, por parte das instituições com atuação internacional, de múltiplos conjuntos de demonstrações contábeis. O BCB, por meio do Comunicado nº 14.259, de 10 mar. 2006, comunicou o início de ação específica, a ser concluída até 31 dez. 2006, com o objetivo de identificar as necessidades de convergência às normas internacionais de contabilidade e às normas internacionais de auditoria, promulgadas, respectivamente pelo ‘International Accounting Standards Board (IASB)’ e pela ‘International Federation of Accountants (IFAC)’, aplicáveis às instituições financeiras. A partir de referido diagnóstico, o BCB editará normativos objetivando a adoção de procedimentos para a elaboração e publicação de demonstrações contábeis consolidadas em consonância com os pronunciamentos do IASB a partir de 31 dez. 2010, bem como a observância das normas editadas pela IFAC para a prestação de serviços de auditoria independente no âmbito do Sistema Financeiro Nacional.
18.
O FASB e o IASB assinaram em 27 fev. 2006 memorando de entendimentos para a definição de um mapa de convergência das normas contábeis a ser utilizado pelos emissores de valores mobiliários na Bolsa de Valores de Nova Iorque a partir de 2009 (Valor, São Paulo, 28 mar. 2006, p. A22).
19.
A CVM, por meio da Instrução CVM nº 457, de 13 jul. 2007, obrigou as companhias abertas a apresentarem as suas demonstrações financeiras mediante a adoção do padrão contábil internacional, de acordo com os pronunciamentos emitidos pelo ´International Accounting Standards Board (IASB)´, a partir do exercício findo em 2010. Considerou a CVM a importância e a necessidade de as práticas contábeis brasileiras serem convergentes com as práticas contábeis internacionais, seja para permitir o aumento da transparência e da confiabilidade nas nossas informações financeiras, seja para possibilitar, a um custo mais baixo, o acesso das empresas nacionais às fontes de financiamento externas.
20.
As companhias abertas são obrigadas a efetuar provisão em seus balanços para enfrentar o risco de condenações judiciais. Mas as previsões não se confirmam, de acordo com o estudo ´A previsão de valores de ações judiciais nas empresas e o uso de técnicas estatísticas e econométricas´ realizado por Ivan Ribeiro, a ser apresentado em 17 ago. 2007 durante o seminário ´Risco judicial: a visão dos praticantes´ na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Mesmo na fase de execução, o grau de previsão atinge somente 12,5% (Valor, São Paulo, 06 ago. 2007, p. E1).
21.
O Pronunciamento NPC nº 22 do Ibracon, aprovado pela CVM por meio da Deliberação nº 489, de 2005, tratou sobre provisões, passivos, contingências passivas e contingências ativas pelas companhias abertas. Mas a falta de critério jurídico para a análise de contingências tem levado à realização de classificações equivocadas acerca dos riscos judiciais. O impasse poderia ser dirimido ou atenuado por meio da elaboração conjunta de normativos por parte do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Instituto dos Auditores
Independentes do Brasil (Ibracon), CVM e OAB. Na Inglaterra e País de Gales, o ´Institute of Chartered Accountants´ (órgão equivalente ao CFC) trabalhou em conjunto com a ´Law Society´ (equivalente à OAB) na elaboração do ´Statement 903` do ´Auditing Standards and Guidance for Members´ sobre apuração e confirmação de contingências decorrentes de questões legais (´Classificação contábil x classificação jurídica´. Valor, São Paulo, 16 ago. 2007, p. E4).
http://www.newton.freitas.nom.br/artigos.asp?cod=116
Contabilidade e Direito 
A contabilidade não é uma área do conhecimento que se desenvolve de forma isolada, autossuficiente, exata... Mas pelo contrário, é multidisciplinar e influenciada por outras áreas, com destaque para economia, finanças, administração e direito!
O texto a seguir aborda como as demonstrações contábeis, inicialmente concebidas com base nos conceitos da Teoria da Contabilidade, foram e são alteradas por regras jurícias, principalmente no Brasil.
O direito nas demonstrações financeiras
Texto de Edison C. Fernandes -Valor Econômico - 05/05/2011
As alterações promovidas no capítulo das demonstrações financeiras da Lei das
Sociedades por Ações, com a edição da Lei nº 11.638, de 2007, e da Lei nº 11.941, de 2009, fortaleceu a atenção às questões pertinentes à contabilidade. Dentre essas questões, houve o resgate da relação entre contabilidade e direito, solidificando o ambiente para o desenvolvimento do direito contábil no Brasil. Dada à (ainda) novidade do assunto, muitas dessas questões continuam sem uma solução definitiva.
Desde logo, pode-se citar a obrigatoriedade de observância das novas normas contábeis, fundadas no padrão internacional de demonstrações financeiras (International Financial Reporting Standards - IFRS), especialmente no sentido de se as sociedades limitadas devem respeitar os Pronunciamentos Técnicos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC. Essa definição é importante, dentre outras coisas, para garantir a avaliação de uma empresa (valuation) em eventual conflito de sócios, direito de retirada e apuração de haveres. Deve-se ter em mente que as demonstrações financeiras são, hoje, um valioso instrumento nas relações disciplinadas pelo direito societário.
Acontece que a utilidade da contabilidade não se limita aos negócios realizados entre os sócios - talvez, atualmente, o mais destacado bem jurídico protegido pelo direito contábil (e, de certa forma, tampouco se limita à apuração de tributos). O padrão internacional das demonstrações financeiras (IFRS) baseia-se em dois princípios que têm estreita relação com o direito: o julgamento e a prevalência da substância sobre a forma.
A legislação contábil não está preparada para atender os diversos públicos
No primeiro caso, a prática e a forma de tomada de decisão do direito (julgamento) são adotadas para a tomada de decisões sobre os registros contábeis (reconhecimento, mensuração e divulgação); no segundo, as demonstrações financeiras buscam apresentar os eventos e as operações econômicas efetivamente ocorridas no mundo concreto, independentemente da relação jurídica formalizada, se adequada (substância econômica retratada na forma jurídica) ou não.
Em decorrência da adoção desses princípios, o bem jurídico protegido pelo direito contábil se amplia, extrapolando as relações societárias, sendo instrumento de defesa e de prova, praticamente, de todas as relações jurídicas da empresa, qualquer que seja a outra parte - stakeholder ou usuário da contabilidade. Nesse sentido, podem ser citados os seguintes casos: 
(i) garantia contratual: para o registro de bens no ativo imobilizado (fixo) não é mais necessário que exista o direito de propriedade (veja-se a situação do leasing); 
(ii) registro de dívida: a ausência do reconhecimento contábil de uma dívida, ainda que sub judice, pode propiciar maior distribuição de dividendos aos sócios, prejudicando o direito do credor, uma vez que a empresa desfaz-se, com essa distribuição, de recursos financeiros que poderiam assegurar o pagamento da mencionada dívida; 
(iii) cumprimento de covenants: contratos de empréstimo, normalmente, contêm cláusulas de desempenho ou de cumprimento de índices financeiros, cuja definição é influenciada de maneira decisiva pelos critérios contábeis adotados pela administração da empresa; 
(iv) concorrências públicas: o julgamento torna a contabilidade subjetiva (o que, em princípio, não é prejudicial, muito ao contrário), dificultando a comparabilidade entre os participantes de um processo licitatório.
Por essas e outras razões, é preciso que haja uma reformulação da legislação contábil brasileira, já que ela não está preparada para atender os diversos públicos, como é exemplo o artigo 1.190 do Código Civil, ao dispor: nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se a sociedade empresária observa, em seus livros, as formalidades prescritas em lei.
Em conclusão, quero engrossar o coro composto pelos professores Armando Luiz Rovai e Fabio Ulhoa Coelho, que se manifestaram neste mesmo espaço. É imperioso que se proceda a uma reformulação da legislação mercantil brasileira, de modo a consolidar as suas normas em um único e completo documento legal, evitando-se, assim, por um lado, as lacunas e as dúvidas sobre aplicação de determinada norma, e, por outro, as incoerências e os conflitos evidentes entre normas jurídicas comerciais. Com essa iniciativa, também será possível solidificar o direito contábil brasileiro.
http://ideiascontabeis.blogspot.com/2011/05/contabilidade-e-direito.html
Relator Forense – Ensaios: Direito e Contabilidade
Em um primeiro momento pode parecer estranho trazermos a lume a relação entre Direito e Contabilidade, mas como demonstrarei dando continuidade a novela sobre o Comerciante Judeu e o Contabilista; não é!
INICIALMENTE CUMPRE INFORMAR QUE O CONTABILISTA ESTÁ PARA A ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA COMO O ADVOGADO ESTÁ PARA A JUSTIÇA. O seu papel é “auxiliar o Fisco” na arrecadação e combate a Sonegação (“é um fiscal da lei”), o mesmo é obrigado a seguir o disposto em Lei sob pena de responder em conjunto Civil e Penalmente com o aquele que está obrigado ao pagamento de tributo.
Na novela em comento, o Senhor Fulano Contratou Beltrano para responder pelos assuntos contábeis e fiscais de seu comércio, uma vez que a Lei obriga que esta atividade seja exercida por profissional habilitado (com registro no Conselho Regional de Contabilidade), ocorre que não é uma tarefa tão simples. Muitos contabilistas são apenas técnicos em contabilidade o que aumenta ainda mais o risco de multas e erros técnicos.
No caso do Senhor Fulano o que ocorreu foi que o contabilista ao fazer os lançamentos contábeis considerou despesas não dedutíveis para a redução do tributo a pagar. O problema maior é que tal procedimento somente pode ser validado no momento de fiscalização ou questionamento por parte do Fisco.
O COMERCIANTE JUDEU NÃO TINHA COMO SABER SE HAVIA ERRO TÉCNICO!
Apenas para esclarecermos a questão técnica, toda empresa deve registrar os atos e fatos que tenham repercussão contábil, quero dizer, se há alteração no patrimônio, deve estar registrado. E mais, tem uma forma a ser seguida, inclusive por essa razão é que não tem como enganar o Fisco, e sim apenas e tão somente tentar corromper o Fiscal (“conduta tipificada no Código Penal”). É CRIME DE CORRUPÇÃO, SEJA ATIVA OU PASSIVA E, SE ENVOLVER TERCEIROS PODE CONFIGURAR ATÉ FORMAÇÃO DE QUADRILHA!
O que poucas pessoas sabem é que por um exemplo, em um comércio, temos obrigação para com a Fazenda Estadual e a Federal, e são agentes fiscais diferentes o que facilita a tentativa de fraude e corrupção (“muito utilizada por alguns empresários”), porém caso haja intervenção do Ministério público para apurar o crime de sonegação (“em uma eventual denuncia de funcionário”), ou em caso de falência não existe está separação. Por isso que a sonegação nunca compensou e muito menos vai compensar, é possível apurar facilmente através da escrituração contábil se houve ou não a prática criminosa.
BASTA CRUZAR AS CONTAS BANCÁRIAS, AS ENTRADAS E AS SAÍDAS!!!
O que realmente compensa é, de primeiro ter um contabilista responsável e comprometido, que esteja acompanhando o cotidiano da empresa, de segundo um contrato de prestação de serviços bem redigido e com um capítulo específico para a responsabilidade das partes, este deve versar sobre o protocolo de envio e recebimento de documentos, prazos, atividades desempenhadas pelo contabilista, os relatórios de acompanhamento e as reuniões de prestação de contas e orientação técnica. De terceiro, um detalhado plano de contas com o respectivo manual, de tal forma que sejam feitos os lançamentos de forma a possibilitar a contabilidade de custos e a geração de relatórios gerenciais, de quarto, jamais optar por qualquer regime de apuração de lucro para efeitos tributários que não seja o Lucro Real, qualquer outra opção somente beneficiará o contabilista. De quinto e finalmente, ter uma pessoa específica para acompanhar ou analisar os resultados financeiros e econômicos do negócio. Somente seguindo
os estes passos será possível evitar futuros sérios problemas contábeis. Se o nosso amigo comerciante Judeu tivesse seguido algo semelhante ao exposto, com certeza não estaria nesse momento tendo que buscar auxílio com advogados, muito menos deixar de vender e cuidar do seu negócios para buscar os seus direitos.
CONCLUSÃO: A CONTABILIDADE É OBRIGATÓRIA E DEVE SER REGISTRADA CONFORME DISPOSTO EM LEI, O CONTABILISTA É O RESPONSÁVEL LEGAL POR REPRESENTAR ÀQUELES QUE EXERCEM ATIVIDADE EMPRESARIAL E ESTÃO OBRIGADOS AO PAGAMENTO DE TRIBUTOS E, CONSIDERANDO AS IMPLICAÇÕES CIVIS E PENAIS, O ASSUNTO DEVE SER TRATADO COM O MÁXIMO DE ATENÇÃO A COMEÇAR PELO ESTABELECIMENTO DE CRITÉRIOS E REGRAS ENTRE A EMPRESA E O CONTABILISTA, SEM PREJUÍZO DAS ORIENTAÇÕES MÍNIMAS NECESSÁRIAS.
PROCURE SE INFORMAR QUAIS SÃO AS OBRIGAÇÕES DA EMPRESA, AS PESSOAS QUE ESTÃO ENVOLVIDAS COM A SUA CONTABILIDADE, QUEM FAZ O QUE, VISITE AS INSTALAÇÕES, PEÇA PARA CONHECER ÀQUELES QUE ESTÃO ENVOLVIDOS COM A SUA ESCRITURAÇÃO, SEM PREJUÍZO DE PROMOVER PELO MENOS UMA REUNIÃO FORMAL A CADA três (TRES) MESES.
DOCUMENTE TUDO, DEIXE TUDO REGISTRADO NOS TERMOS DA LEI!!!
E MAIS, PEÇA A RELAÇÃO DE TRIBUTOS, PERIÓDICAMENTE PERGUNTE SE NÃO HOUVE MUDANÇAS, COMO POR UM EXEMPLO O CASO AS BASES DE CÁLCULO DE ALGUNS TRIBUTOS FEDERAIS, INCLUSIVE QUE ESTÃO SOB JULGAMENTO NO TOCANTE A SUA CONSTITUCIONALIDADE.
POR ÚLTIMO FAÇA CONSTAR NO CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS CONTÁBEIS UMA CLÁUSULA DECLARANDO QUE O CONTRATANTE NÃO TEM QUALQUER CONHECIMENTO TÉCNICO EM CONTABILIDADE E É RESPONSABILIDADE E DEVER DO CONTRATADO INFORMAR E ORIENTAR EXPRESSAMENTE (“POR ESCRITO”) O CONTRATANTE!!!
http://www.recantodasletras.com.br/textosjuridicos/1849764

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?