Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Prof. Luis Eduardo Formigheri Geologia de Engenharia Engenharia Civil � As rochas sedimentares são aquelas formadas a partir da consolidação dos diversos minerais, originados pela desintegração intempérica de qualquer tipo de rocha. � Após o intemperismo, os minerais são transportados e depositados (ou precipitados) em um dos ambientes de sedimentação existentes na crosta terrestre. � O ciclo completo para a geração de uma rocha sedimentar envolve: intemperismo, transporte, deposição, compactação e cimentação; 2 � Uma das características destacáveis das rochas sedimentares é que elas ocorrem em camadas distintas reveladas pela mudança de cor, textura e na forma diferente de erosão dos estratos. � Os planos que separam cada unidade ou estrato são definidos como planos de estratificação; � A estratificação ocorre em escalas variadas e refletem as mudanças que ocorrem durante a formação de uma rocha sedimentar; � As mudanças podem estar relacionadas ao clima, movimentos tectônicos, etc... 3 4 5 � Diagênese � Processos Físicos da Formação ◦ Cimentação – material nos vazios do solo; ◦ Compactação – compressão do material; ◦ Autigênese – formação de minerais in situ – exemplo matéria orgânica em petróleo. 6 � Devem ser considerados os seguintes aspectos no caso das rochas sedimentares: ◦ Origem dos sedimentos e constituição mineralógica; ◦ Granulometria dos minerais e/ou partículas, ◦ Proporção de matriz, arredondamento; ◦ Estruturas; ◦ Componentes das rochas sedimentares; ◦ Ambiente de sedimentação; ◦ Tipo de sedimentação e diagênese. 7 � A granulometria é o indicativo sobre a distribuição de tamanho das partículas dos sedimentos. 8 � Para fins específicos da Engenharia, a textura das rochas pode ser assim classificada: ◦ granulargranulargranulargranular � graúda: diâmetro do grão > 5 mm � média: 1 mm a 5 mm � fina: 0,1 mm a 1 mm ◦ microgranularmicrogranularmicrogranularmicrogranular ouououou criptogranularcriptogranularcriptogranularcriptogranular 9 � ArcabouçoArcabouçoArcabouçoArcabouço ouououou clastosclastosclastosclastos:::: fração clástica principal que dá nome a rocha (quartzo e feldspato principalmente); � MatrizMatrizMatrizMatriz:::: material clástico mais fino (silto- argilosas); � CimentoCimentoCimentoCimento:::: material fino precipitado a partir de soluções percolantes por ocasião dos processos diagenéticos (quase sempre silicoso) – resistência das rochas. 10 11 � DetríticasDetríticasDetríticasDetríticas ouououou ClásticasClásticasClásticasClásticas:::: formadas de partículas minerais derivadas de intemperismo/erosão de rochas pré- existentes, ex. arenitos. � NãoNãoNãoNão ClásticasClásticasClásticasClásticas:::: são geradas pela litificação de partículas precipitadas de origem química inorgânica ou orgânica. São divididas em: ◦ QuímicasQuímicasQuímicasQuímicas:::: formadas pela precipitação de substâncias que se encontram dissolvidas em soluções, ex. calcários químicos. ◦ OrganogênicasOrganogênicasOrganogênicasOrganogênicas:::: formadas pela acumulação de restos derivados de animais ou vegetais, ex. carvão mineral. ◦ ResiduaisResiduaisResiduaisResiduais:::: resultantes de solos endurecidos por precipitação de hidróxidos de Fe e Al e outros compostos, devido a evaporação em climas tropicais, ex. lateritas. 12 13 14 � Principais Tipos: � Classificação baseada na granulometria dos sedimentos: ◦ Psefitos (ruditos): Rochas nas quais predominam grãos com diâmetro > 4,8mm; ◦ Psamitos (arenitos): Rochas nas quais predominam grãos com diâmetro entre 4.8 e 0.05mm; ◦ Pelitos (lamitos): Rochas nas quais predominam grãos menores que 0.05mm, formadas por silte e argila. 15 � Conglomerado: ◦ Rocha formada por fragmentos arredondados (seixos/cascalhos – quando soltos e não cimentados) com diâmetro acima de 4.8 mm ligados por um cimento qualquer (sílica, óxidos, argila, carbonato); � Brecha Sedimentar: ◦ Rocha formada por fragmentos angulares com tamanho acima de 4.8 mm ligados por um cimento qualquer. 16 17 18 � Tilito: ◦ Espécie de conglomerado de alta importância pela sua origem glacial; ◦ Ocorre no sul do Brasil, a partir de São Paulo; ◦ Fragmentos mal selecionados de rochas diversas e de vários tamanhos, arredondados e/ou angulosos cimentados por material argiloso ou arenoso; ◦ Existe predominância do cimento sobre os seixos; ◦ Coloração cinzenta, amarela quando decomposto, ou azulada quando fresco. 19 � Arenito: ◦ Apresenta diversas cores, sendo as mais comuns: cinza, amarela ou vermelha, apresenta mais de 80% de quartzo; ◦ Sedimento consolidado de areia, ligado por um cimento qualquer; ◦ As estratificações dos arenitos são causada por: mudança de cor, granulometria, etc.; 20 21 � Arcósio: ◦ Arenito com mais de 20% de feldspato, proveniente da desagregação de granitos. � Grauvaca: ◦ Arenito pobremente classificado, com mais de 20% de matriz fina (lama) constituída de clorita e/ou minerais argilosos, com elevado teor de feldspatos e fragmentos de rocha. 22 23 � Areias (sedimento não consolidado): ◦ As vezes, no caso das areias, ocorrem grandes concentrações de minerais pesados – monazita / ilmenita / zirconita = terras raras. ◦ Depósitos de minerais pesados possuem valor econômico, sendo seus constituintes aplicados nas indústrias de pigmentos, tintas e aeroespacial; ◦ Em São José do Norte – RS encontramos uma jazida destes minerais, sendo desenvolvido nesta região o Projeto Bojuru da Mineração Paranapanema. 24 � Siltito: ◦ Formado pela consolidação de siltes; ◦ Cor cinza, amarela ou vermelha; ◦ Granulometria fina, as vezes se pode perceber grãos individualizados com auxílio de lupa; ◦ Áspera ao tato e entre os dentes; ◦ Na análise da mineralogia, costumam predominar os grãos de quartzo. 25 26 � Argilito: ◦ Cor cinza até preta, amarela, verde ou avermelhada; ◦ Granulometria finíssima (argila), de poucos mícrons; ◦ Untuosa ao tato; ◦ Caulim = argila branca - usada na fabricação de papel; � Folhelho: ◦ argila consolidada formando estratos finos e paralelos esfolheáveis, apresenta cor preta. 27 28 29 � Além dos produtos clásticos, o intemperismo produz compostos solúveis – disolve; � Esses compostos, em soluções coloidais ou iônicas podem precipitar de diversas maneiras: ◦ Como cimento de rochas clásticas; ◦ Como rochas sedimentares não clásticas (químicas, organogênicas, residuais). 30 � Estas rochas possuem origem química sendo representadas por produtos solúveis do intemperismo; � Processos físico-químicos: evaporação ou precipitação; � Classificação: ◦ Depósitos ou Rochas silicosas - silicas; ◦ Depósitos ou Rochas carbonatadas - calcário; ◦ Depósitos ou Rochas ferruginosas - ferro; ◦ Depósitos ou Rochas evaporíticas - lagunas. 31 � Depósitos silicosos: ◦ Os depósitos mais abundantes são de sílex que constituem um depósito de sílica finamente cristalizada ou criptocristalina; ◦ Ocorre freqüentemente em nódulos ou concreções em rochas calcárias ou dentro de outras formações; ◦ A origem está na substituição de carbonato de cálcio por sílica. ◦ Pode substituir a madeira conservando sua estrutura e gerando depósitos de madeira petrificada. 32 � Depósitos carbonatados: ◦ São gerados pela precipitação de carbonatos em função da variação das condições físico- químicas; ◦ Essas precipitações inorgânicas podem se processar independente ou junto à precipitações de origem orgânica; ◦ Rochas mais importantes: calcários calcíticos e dolomíticos. 33 � Depósitos ferruginosos: ◦ Os Band Iron Formation (BIF) formam alguns dos maiores depósitos de Fe do mundo; ◦ São formados por precipitação de carbonatos, óxidos e silicatos com Fe. ◦ Foram gerados em épocas pretéritas (pré- cambrianas) quando existiam menores quantidades de O2 na atmosfera e nas águas, o que propiciou o transporte e a deposição de grandes quantidades de Fe2. 34 � Depósitos evaporíticos: ◦ Concentrações econômicas de minerais sedimentares podem se formar em ambiente lagunar ou estuarino restrito por processos de evaporação; ◦ Os primeiros depósitos a se formarem são de gipso (sulfato de cálcio), após se formam depósitos de halita (sal gema). 35 � Estes depósitos possuem origem direta ou indiretamente ligada com as atividades dos organismos animais e/ou vegetais; � As ocorrências mais comuns são em ambientes marinhos e bacias terrestres de água doce. � A deposição pode ser: ◦ bioquímica: quando atividades vitais de organismos (bactérias) propiciam condições químicas de precipitação; ◦ biomecânica: quando a rocha se forma por acumulação de restos animais, conchas e vegetais; 36 � As rochas bioquímicas tem granulação fina devido a precipitação, e as rochas biomecânicas são de granulação variável, de acordo com os tamanhos dos fragmentos componentes. � Classificação dos depósitos de origem orgânica: ◦ Rochas carbonatadas – calcários calcíticos (carbonato de cálcio) e dolomíticos (carbonato de magnésio); ◦ Rochas fosfatadas – fosforito (fosfato de cálcio ou apatita), guano; ◦ Rochas silicosas – vasas de radiolários e diatomáceos; ◦ Rochas carbonosas – turfa, linhito, carvão, antracito. 37 � Rochas Carbonatadas: Calcários ◦ São rochas que contém teor de CaCO3 > 50%; ◦ As impurezas incluem quartzo, argila, óxido de ferro e fragmentos de rochas; ◦ A coloração é variável: branca, cinzenta, creme, amarelada, avermelhada, castanha, até preta; ◦ A granulação variável, em geral fina; Frequentemente existe estratificação, bem como a presença de numerosos fósseis; ◦ O mineral principal é a calcita - CaCO3; a sílica - SiO2 está presente na forma do sílex finamente cristalizado, formando estratos ou nódulos. ◦ Seus tipos são classificados tendo como base a composição química: � Calcário: >90% calcita � Calcário calcítico: entre 50 e 90% calcita � Calcário dolomítico: entre 50 e 90% de dolomita � Dolomito: >90% dolomita 38 � Em determinadas condições climáticas, o intemperismo causa o empobrecimento relativo por lixiviação e o enriquecimento de substâncias originando a formação de concreções e crostas, também chamadas de ganga e que constituem as rochas sedimentárias residuais: ◦ Climas Tropicais úmidos: lateritas ◦ Climas frios e úmidos: crostas silicosas (podzolização) ◦ Climas desérticos: crostas carbonáticas 39 40 41 42