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Contextualização na escrita Contextualizar é... contextualizar |eis| (contextual + -izar) v. tr. 1. Inserir ou integrar num contexto. 2. Estabelecer ou apresentar o contexto de. 3. Interpretar ou analisar tendo em conta o contexto em que está inserido. AntónimoAntônimo Geral: DESCONTEXTUALIZAR Sentido O sentido dedo de um texto, em quaisquer situações comunicativas, não depende unicamente da estrutura textual em si, muito do que é apresentado no discurso está incompleto, permanecendo assim, muita coisa implícita. Exemplos Implícito A compreensão de implícitos é essencial para se garantir um bom nível de leitura. Em várias ocasiões, aquilo que não é dito, mas apenas sugerido, importa muito mais que aquilo que é dito abertamente. A incapacidade de compreensão de implícitos faz com que o leitor fique preso ao nível literal do enunciado, aquele em que as palavras valem apenas pelo que são, não pelo que sugerem ou podem dar a entender. Por que saber mais? Pressupostos e Implícitos são recursos frequentemente utilizados por autores no momento de elaboração de seus textos. Para assegurar uma boa leitura, é preciso estar atento a situações em que apenas a apreensão do sentido literal não é o bastante para compreensão do texto. Exemplo Explicando... O anúncio foi feito para divulgar uma exposição de quadros de dois importantes pintores modernistas brasileiros: Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti. O texto, além de tratar dos dois pintores, faz uma referência curiosa ao leitor, quando afirma: " Com eles a arte brasileira deu um salto enorme (muito maior que a distância da sua casa até o Ibirapuera, por exemplo)". Por que os idealizadores dessa peça publicitária fizeram essa referência ao leitor da revista? Intecional! Pense um pouco. Dizer que o salto dado pela arte brasileira, graças a esses pintores, foi maior que o "da sua casa até o Ibirapuera" sugere que o leitor tem preguiça de sair de sua casa para ver uma exposição de arte. Responsabilidade O implícito funciona porque algo não está no texto, porém está significado nele. Ele funciona também como maneira de dizer, sem que, necessariamente, o enunciador tenha que assumir a responsabilidade pela interpretação do texto feita pelo destinatário. Assim, podemos dizer que o leitor, ou ouvinte, que interpreta, pode ser questionado quanto à orientação argumentativa que sua interpretação deu aos textos. Olhos abertos... Para que se tenha um leitor mais eficiente, na interpretação dos diversos gêneros e tipos de texto, é preciso sensibilizá-lo para o fato de que todo sentido mesmo o literal, inclui informações implícitas em diferentes graus. Lembre-se O autor do texto pressupõe da parte do leitor conhecimentos enciclopédicos, textuais e situacionais, orientando-se pelo Princípio da economia, não explica as informações consideradas redundantes ou desnecessárias. Exemplo A secretária da escola atende o telefone. -Alô -Meu filho está muito gripado e não vai poder ir à escola hoje. -Quem tá falando é o meu pai. *Leitor/ ouvinte O leitor/ ouvinte espera sempre um texto dotado de sentido e procura , a partir da informação contextualmente dada, construir uma representação coerente, por meio da ativação de seu conhecimento de mundo e/ou deduções que o levam a estabelecer relações de temporalidade, casualidade, oposição, etc. Da Coerência Quando dizem que um texto tem coerência, significa que ele possui uma boa conexão entre os conteúdos que estão no texto, ou seja, a coerência dá continuidade ou confronta ideias, pensamentos e reflexões em uma mensagem qualquer. Pode-se dizer, também, que esse princípio se exprime através das relações de tempo, causa etc., e é conhecido, com frequência, como o princípio da continuidade semântica ou continuidade de sentido textual. Coerência FATORES LINGUÍSTICOS FATORES EXTRALINGÜÍSTICOS Coesão Intencionalidade Coerência Aceitabilidade Intertextualidade Informatividade Situacionalidade Aceitabilidade O texto produzido também deverá ser compatível com a expectativa do receptor em colocar-se diante de um texto coerente, coeso, útil e relevante. O contrato de cooperação estabelecido pelo produtor e pelo receptor permite que a comunicação apresente falhas de quantidade e de qualidade, sem que haja vazios comunicativos. Isso se dá porque o receptor esforça-se em compreender os textos produzidos. Informatividade É a medida na qual as ocorrências de um texto são esperadas ou não, conhecidas ou não, pelo receptor. Um discurso menos previsível tem mais informatividade. Sua recepção é mais trabalhosa, porém mais interessante, envolvente. O excesso de informatividade pode ser rejeitado pelo receptor, que não poderá processá-lo. O ideal é que o texto se mantenha num nível mediano de informatividade, que fale de informações que tragam novidades, mas que venham ligadas a dados conhecidos. Situcionalidade É a adequação do texto a uma situação comunicativa, ao contexto. Note-se que a situação orienta o sentido do discurso, tanto na sua produção como na sua interpretação. Por isso, muitas vezes, menos coeso e, aparentemente, menos claro pode funcionar melhor em determinadas situações do que outro de configuração mais completa. Coesão textual A redação de um bom texto depende da articulação de ideias e palavras. Na elaboração de um texto coeso empregam-se, de forma adequada, elementos coesivos que formam uma estrutura clara e coerente nas frases. Alguns elementos de coesão são: a conjunção e; que indica adição, continuidade; por isso, pois (causa e consequência); mas, porém, embora, (contraste, oposição); além disso, também (adição, continuação); por exemplo, ou seja (esclarecimento); logo, portanto (conclusão). É preciso atenção na escolha do conectivo adequado para unir e organizar todas as partes de um texto. PARA REFLETIR: Observe o seguinte período: “Maria deixou a sala completamente suja”. Nesse caso, o problema de coesão resulta em uma ambiguidade: quem estava suja? Maria ou a sala? Para desfazer a ambiguidade, poderíamos agir da seguinte maneira: “Maria deixou a sala que estava completamente suja.” ou “Maria estava completamente suja quando deixou a sala.” Referências MOURA, Heronildes Maurílio de Melo (1998). Semântica e argumentação: diálogo com Oswald Ducrot. In: Delta. V. 14, n.1. São Paulo. PLATÃO SAVIOLLI, F. & FIORIN, J. L. (1997).Para entender o texto. São Paulo Ática. GRICE, P. (1978). Lógica e argumentação. In: DASCAl., M. Pragmática, v. IV. Campinas, Unicamp. KERBRAT-ORECCHIONNI., C. (1986). L´ implicite. Paris, Armand Colin. MAINGUENEAU, D. (2001). Análise de textos de comunicação. São Paulo, Cortez. PAULIUKONIS, M.