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10 - Elaboracao de parafrase

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Enviado por Elisa Swartele em

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Metodologia da pesquisa e redação acadêmica 
Abril de 2013 
Profª. Drª. Ana Maria Ribeiro de Jesus 
 
 
 
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EEEELABORAÇÃO DE PARÁFRASELABORAÇÃO DE PARÁFRASELABORAÇÃO DE PARÁFRASELABORAÇÃO DE PARÁFRASE 
 
 
1.1.1.1. DefiniçõesDefiniçõesDefiniçõesDefinições 
 
• Bernardino (2009) reune alguns dos proncipais autores que estudam a paráfrase, 
relatando que ela é concebida, principalmente, como uma reformulaçãoreformulaçãoreformulaçãoreformulação textualtextualtextualtextual: 
 
o A paráfrase é um enunciado que reformula um anterior e com o qual mantém 
uma relação de equivalência semântica” (FÁVERO et al., p. 51). 
o A paráfrase é uma atividade de reformulação pela qual se restaura bem ou mal, 
na totalidade ou em partes, fielmente ou não, o conteúdo do texto-fonte, num 
texto derivado (FUCHS, 1982 apud FÁVERO et al., 2007, p. 59). 
o A paráfrase (P) é um enunciado lingüístico que, na seqüência do texto, reformula 
um enunciado anterior, chamado de enunciado-origem ou matriz (M), com o qual 
mantém, em grau maior ou menor, uma relação de equivalência semântica 
(HILGERT, 2002, p. 144). 
 
 
• A própria escolha feita pelo enunciador dentre diferentes paráfrases possíveis – que 
seriam equivalentes do ponto de vista da referência e da significação denotativa – 
manifesta o domínio que o sujeito tem das sutilezas da língua, ao utilizar uma 
formulação ou outra, conforme a situação. E, neste sentido, cada enunciado de uma 
família parafrástica é sempre um entre outros, e único” (ATHAYDE JUNIOR, 2001, p. 
39). 
 
 
• Fávero et al (2007) registram dois tipos de paráfrase: 
 
o explicativaexplicativaexplicativaexplicativa: explica o que um termo significa ou especifica o sentido de um termo 
considerado mais abrangente; 
o resumidoraresumidoraresumidoraresumidora: realiza uma generalização. 
 
 
2.2.2.2. Funções da paráfraseFunções da paráfraseFunções da paráfraseFunções da paráfrase 
 
o garantir a intercompreensãointercompreensãointercompreensãointercompreensão; 
o contribuir para a coesãocoesãocoesãocoesão do texto enquanto articuladora de informações novas e 
antigas; 
o possibilidade de crcrcrcriaçãoiaçãoiaçãoiação (diferentemente do resumo, por exemplo); 
o possibilidade de ultrapassar os limites do texto original, dando margem para 
novos significados. (FÁVERO et al., 2007, p. 60) 
 
 
 
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3.3.3.3. Em sínteseEm sínteseEm sínteseEm síntese:::: 
 
• Deve-se repetir o texto com outras palavras, sem alterar-lhe o sentido; 
• A paráfrase imita o original geralmente também em extensão (diferença do resumo); 
• É importante compreender o texto, entendendo o significado de todas as palavras e 
orações; 
• A partir daí, reafirmar e/ou esclarecer o tema central do texto, acrescentando aspectos 
relevantes de uma opinião pessoal ou críticas bem fundamentadas; 
• Se perceber mudança de sentido, a reescritura não pode ser considerada uma paráfrase. 
 
Assim, a paráfrase pode ser construída de várias formas: 
a) substituição de locuções por palavras; 
b) uso de sinônimos; 
c) mudança de discurso direto por indireto e vice-versa; 
d) converter a voz ativa para a passiva; 
e) emprego de antonomásias ou perífrases (cidade maravilhosa = Rio de Janeiro; o povo 
tupiniquim = os brasileiros). 
 
 
4.4.4.4. ExExExExemplemplemplemploooossss: : : : 
 
“Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim” 
(Millôr Fernandes) 
 
 Paráfrase:Paráfrase:Paráfrase:Paráfrase: 
 
Como afirma Fernandes (2010, p. 76), ‘democracia’ apresenta um conceito relativo, 
dependendo da posição que o indivíduo ocupa. Se estiver no comando, há a 
democracia; se for comandado, ocorre a ditadura. 
 
Reina um clima geral em que se exige de todos e em todas as partes mudanças 
contínuas, transformando cada vez mais o conjunto da realidade operacional da empresa 
de modo exagerado, em tribunal. As discussões encontram-se sob o signo do excesso de 
exigências. As pessoas sentem-se encostadas à parede: “Justifiquem-se!”. Imaginem que 
não houvesse gestores. Os processos decorreriam de modo natural, autorregulado. Seria 
melhor? Ou pior? Segundo quais critérios? A gestão parece ser muitas vezes ela própria 
a crise que pretende superar. 
(Reinhard K. Sprenger. “Sem passado não há futuro”) 
 
 
 
 
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Paráfrase:Paráfrase:Paráfrase:Paráfrase: 
 
O movimento generalizado de mudanças permanentes transformam 
exageradamente o dia a dia de trabalho nas empresas num tribunal em que todos 
estão sempre sob julgamento, estão sempre pressionados a explicar-se, a justificar 
suas atitudes. Ora, e se não houvesse gestores? O trabalho aconteceria 
naturalmente, cada um decidindo sobre a própria conduta. As coisas melhorariam 
ou piorariam? De que ponto de vista? A gestão empresarial parece muitas vezes 
ser o problema, não a solução. 
(AlLECRIM et al, 2012). 
 
 
5.5.5.5. Observações:Observações:Observações:Observações: 
 
a. Cuidado com a mudança de posição dos termos dentro da frase. Palavras ou expressões 
podem alterar profundamente o sentido de um texto: 
 
 Encontrei determinadas pessoas naquela cidade. 
 Encontrei pessoas determinadas naquela cidade. 
 
b. Cuidado também com a pontuação, que costuma passar despercebida: 
 
 A criança agitada corria pelo quintal. 
 A criança, agitada, corria pelo quintal. 
 
 
 
EXERCÍCIOSEXERCÍCIOSEXERCÍCIOSEXERCÍCIOS 
 
 
1.1.1.1. Leia com atenção o trecho abaixo e anote a alternativa em que nãoLeia com atenção o trecho abaixo e anote a alternativa em que nãoLeia com atenção o trecho abaixo e anote a alternativa em que nãoLeia com atenção o trecho abaixo e anote a alternativa em que não ocorre uma ocorre uma ocorre uma ocorre uma paráfraparáfraparáfraparáfrasesesese.... 
 
O homem caminha pela vida muitas vezes desnorteado, por não reconhecer no seu íntimo a 
importância de todos os instantes, de todas as coisas, simples ou grandiosas. 
 
a.a.a.a. Freqüentemente sem rumo, segue o homem pela vida, por não reconhecer no seu íntimo 
o valor de todos os instantes, de todas as coisas, sejam simples ou grandiosas. 
b.b.b.b. Não reconhecendo em seu âmago a importância de todos os momentos, de todas as 
coisas, simples ou grandiosas, o homem caminha pela vida muitas vezes desnorteado. 
c.c.c.c. Como não reconhece no seu íntimo o valor de todos os momentos, de todas as coisas, 
sejam elas simples ou não, o homem vai pela vida freqüentemente desnorteado. 
d.d.d.d. O ser humano segue, com freqüência, vida afora, sem rumo, porquanto não reconhece, 
em seu interior, a importância de todos os instantes, de todas as coisas, simples ou 
grandiosas. 
e.e.e.e. O homem caminha pela vida sempre desnorteado, por não reconhecer, em seu mundo 
íntimo, o valor de cada momento, de cada coisa, seja ela simples ou grandiosa. 
 
 
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2.2.2.2. Faça a paráfrase das fraFaça a paráfrase das fraFaça a paráfrase das fraFaça a paráfrase das frases e ditos populares abaixoses e ditos populares abaixoses e ditos populares abaixoses e ditos populares abaixo:::: 
 
a. Antes tarde do que nunca. 
b. Quando um burro fala, o outro abaixa a orelha. 
c. Não cutuque a onça com vara curta. 
d. Jacaré que fica parado vira bolsa. 
 
 
3.3.3.3. Redija uma paráfrase do texto abaixo:Redija uma paráfrase do texto abaixo:Redija uma paráfrase do texto abaixo:Redija uma paráfrase do texto abaixo:
Lei da mordaça Lei da mordaça Lei da mordaça Lei da mordaça 
 
As transformações das pessoas que alcançam o poder deveriam fazer parte de estudos no 
sentido de desvendar e revelar o real e verdadeiro caráter de cada um. Um a ser analisado seria 
o nosso presidente, tamanha a mudança de comportamento revelada em tão pouco tempo. 
Querer amordaçar a imprensa é afrontar e desrespeitar o direito de todos os cidadãos. Pelo que 
se vê, o poder não modifica as pessoas, apenas as revelam. 
 
QUEIROZ, E. T. Folha de São PauloFolha de São PauloFolha de São PauloFolha de São Paulo, Painel do Leitor, São Paulo, 26 jan. 2006. 
 
 
4.4.4.4. Leia atentamente o texto abaixo e reLeia atentamente o texto abaixo e reLeia atentamente o texto abaixo e reLeia atentamente o texto abaixo e responda a questão à seguir:sponda a questão à seguir:sponda a questão à seguir:sponda a questão à seguir: 
 
 A produção cultural do corpoA produção cultural do corpoA produção cultural do corpoA produção cultural do corpo 
 
 Pensar o corpo como algo produzido na e pela cultura é, simultaneamente, um desafio e 
uma necessidade. Um desafio porque rompe, de certa forma, com o olhar naturalista sobre o 
qual muitas vezes o corpo é observado, explicado, classificado e tratado. Uma necessidade 
porque ao desnaturalizá-lo revela, sobretudo, que o corpo é histórico. Isto é, mais do que um 
dado natural cuja materialidade nos presentifica no mundo, o corpo é uma construção sobre a 
qual são conferidas diferentes marcas em diferentes tempos, espaços, conjunturas econômicas, 
grupos sociais, étnicos, etc. Não é, portanto, algo dado a priori nem mesmo é universal: o corpo 
é provisório, mutável e mutante, suscetível a inúmeras intervenções consoante o 
desenvolvimento científico e tecnológico de cada cultura bem como suas leis, seus códigos 
morais, as representações que cria sobre os corpos, os discursos que sobre ele produz e 
reproduz. 
 Um corpo não é apenas um corpo. É também o seu entorno. Mais do que um conjunto 
de músculos, ossos, vísceras, reflexos e sensações, o corpo é também a roupa e os acessórios que 
o adornam, as intervenções que nele se operam, a imagem que dele se produz, as máquinas que 
nele se acoplam, os sentidos que nele se incorporam, os silêncios que por ele falam, os vestígios 
que nele se exibem, a educação de seus gestos... enfim, é um sem-limite de possibilidades sempre 
reinventadas e a serem descobertas. Não são, portanto, as semelhanças biológicas que o definem 
mas, fundamentalmente, os significados culturais e sociais que a ele se atribuem. 
 
(GOELLNER, S. V. A produção cultural do corpo. In: LOURO, G. L. (Org.). Corpo, gênero Corpo, gênero Corpo, gênero Corpo, gênero 
e sexualidadee sexualidadee sexualidadee sexualidade: um debate contemporâneo na educação. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 28-29) 
 
 
 
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ObseObseObseObserve duas das acepções registradas em no Dicionário rve duas das acepções registradas em no Dicionário rve duas das acepções registradas em no Dicionário rve duas das acepções registradas em no Dicionário Aurélio EletrônicoAurélio EletrônicoAurélio EletrônicoAurélio Eletrônico, no verbete , no verbete , no verbete , no verbete corpocorpocorpocorpo: : : : 
 
2.2.2.2. Anat. A substância física, ou a estrutura, de cada homem ou animal. [...] 6.6.6.6. A parte 
material, animal, ou a carne, do ser humano, por oposição à alma, ao espírito. 
 
Explique, com suas próprias palavras, por que essas acepções não expressam integralmente a Explique, com suas próprias palavras, por que essas acepções não expressam integralmente a Explique, com suas próprias palavras, por que essas acepções não expressam integralmente a Explique, com suas próprias palavras, por que essas acepções não expressam integralmente a 
visão de corpo apresentada no texto.visão de corpo apresentada no texto.visão de corpo apresentada no texto.visão de corpo apresentada no texto. 
 
 
5.5.5.5. No texto abaixo, o autor se utiliza de três argumentos para No texto abaixo, o autor se utiliza de três argumentos para No texto abaixo, o autor se utiliza de três argumentos para No texto abaixo, o autor se utiliza de três argumentos para defenderdefenderdefenderdefender a ideia de que a a ideia de que a a ideia de que a a ideia de que a 
velhice velhice velhice velhice devedevedevedeve ser valorizada. Escolha ser valorizada. Escolha ser valorizada. Escolha ser valorizada. Escolha dois desses argumentos e redijadois desses argumentos e redijadois desses argumentos e redijadois desses argumentos e redija----os com suas próprias os com suas próprias os com suas próprias os com suas próprias 
palavras.palavras.palavras.palavras. 
 
 O tema da velhice foi objeto de estudo de brilhantes filósofos ao longo dos tempos. Um 
dos melhores livros sobre o assunto foi escrito pelo pensador e orador romano Cícero: A Arte 
do Envelhecimento. 
 Cícero nota, primeiro, que todas as idades têm seus encantos e suas dificuldades. E 
depois aponta para um paradoxo da humanidade. Todos sonhamos ter uma vida longa, o que 
significa viver muitos anos. Quando realizamos a meta, em vez de celebrar o feito, nos atiramos 
a um estado de melancolia e amargura. 
 "Todos os homens desejam alcançar a velhice, mas ao ficarem velhos se lamentam", 
escreveu Cícero. "Eis aí a consequência da estupidez." Ler as palavras de Cícero sobre o 
envelhecimento pode ajudar a aceitar melhor a passagem do tempo. "Os velhos inteligentes, 
agradáveis e divertidos suportam facilmente a idade, ao passo que a acrimônia, o temperamento 
triste e a rabugice são deploráveis em qualquer idade." 
 Permanecer intelectualmente ativo é uma forte recomendação de Cícero. "A memória 
declina se não a cultivamos ou se carecemos de vivacidade de espírito", disse. "Os velhos sempre 
se lembram daquilo que lhes interessa: promessas, identidade de seus credores e devedores etc." 
Cícero lembra que Sófocles em idade avançada ainda escrevia suas tragédias. No fim da vida, 
Sócrates aprendeu a tocar lira. Catão, na velhice, descobriu a literatura grega. Machado de Assis, 
para citar um brasileiro, aprendeu alemão também na velhice, na qual, aliás, escreveu seus 
melhores romances. "Acaso os adolescentes deveriam lamentar a infância e depois, tendo 
amadurecido, chorar a adolescência? A vida segue um curso preciso e a natureza dota cada 
idade de suas qualidades próprias", escreveu Cícero. "Por isso, a fraqueza das crianças, o ímpeto 
dos jovens, a seriedade dos adultos, a maturidade da velhice são coisas naturais que devemos 
apreciar cada uma em seu tempo." 
 
(NOGUEIRA, P. ÉpocaÉpocaÉpocaÉpoca, São Paulo, 28 abr. 2008, p. 71)

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