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15. O Direito Inglês

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O Direito Inglês. 
Prof. Fabrício Ferreira. 
2 
Contextualização 
!  Período marcado pelo nascimento de Estados 
Centralizados nas mãos de monarcas; 
!  A Europa vivia o renascimento comercial de suas 
cidades; 
!  Ascensão do comércio permitiu o estabelecimento 
de um estilo de vida urbano na Baixa Idade Média. 
–  Nascimento de um novo grupo social: Burguesia (os 
comerciantes) 
•  A partir do séc. XII os comerciantes se unem formando 
associações denominadas de hansas ou ligas 
•  A mais importante foi a Liga Hanseática manteve um 
monopólio comercial sobre quase todo Norte da Europa 
3 
4 
As Rotas Comerciais 
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A Burguesia 
!  Burgos: eram cidades comercias fortificadas, 
protegidas por altas muralhas. 
!  Situavam-se em áreas pertencentes a feudos, por isso 
os comerciantes pagavam pesados impostos. 
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A formação da monarquia inglesa 
!   A Inglaterra fez parte do Império Romano, até, 
aproximadamente, o Século V, quando este pedaço 
da Europa é tomado pelos Germânicos. 
–  É interessante notar que, diferentemente de quase todo o 
Império Romano, a sua influência não se fez notar de 
forma marcante na Bretanha, pois, a sua população 
rejeitou tanto o poder de Roma quanto dos povos 
bárbaros. 
7 
A formação da monarquia inglesa 
!   Guilherme I, “O Conquistador”, 
duque da Normandia (atual 
França) invade e conquista a 
I n g l a t e r r a e m 1 . 0 6 6 , 
permanecendo como vassalo do 
Rei da França; 
–  Dividiu a Inglaterra em condados, 
os shires, que eram governados 
pelos sheriffs, os quais tinham a 
au to r idade sobre senhores , 
burgueses e camponeses; 
–  Iniciou uma centralização do 
direito, ao invés de deixá-lo nas 
mãos dos grandes proprietários de 
terras. 
8 
A formação da monarquia inglesa 
!   Os reis que sucederam Guilherme só fortaleceram o poder do 
monarca, e, em 1154, um nobre francês, Henrique 
Plantageneta herda o coroa da Inglaterra iniciando a Dinastia 
dos Plantagenetas; 
–  “Henrique II (1154-1189), primeiro rei da dinastia dos Plantagenetas, 
conseguir impor leis válidas em todo o reino e não somente em seus 
domínios particulares” (CASTRO, 2008). 
–  Neste período, além da unificação legislativa do reino, fato que levou 
à ampliação de seus poderes e a submissão da nobreza à common 
law (lei comum), houve também a retirada do poder judicial da 
igreja, colocando-o nas mãos de pessoas indicadas pelo Rei; 
–  O julgamento dos clérigos era realizado nos Tribunais Comuns, e não 
mais pelos Tribunais Eclesiásticos; 
9 
A formação da monarquia inglesa 
!   O filho de Henrique II, Ricardo I, também conhecido por Ricardo Coração 
de Leão (1189-1199), não conseguiu dar continuidade a política de 
concentração de poder iniciada por seu pai, visto ser um homem mais 
voltado às armas. 
–  Deixou o trono para combater 
na terceira cruzada (a cruzada 
dos reis em 1189) juntamente 
com Frederico Barba Rocha, da 
Prússia e Felipe Augusto, da 
França; 
–  Dev ido sua ausênc i a o s 
s e n h o r e s f e u d a i s s e 
f o r t a l e c e r a m d e v i d o à s 
i n c o n f o r m i d a d e s c o m o 
aumento de impostos para 
patrocínio de sua Cruzada; 
10 
A formação da monarquia inglesa 
!   Seu irmão, João “Sem-Terra” (1199-1216), 
assume o poder após sua morte, e tenta dar 
continuidade a política de seu pai; 
–  Era o filho mais moço de Henrique II e recebeu 
esse cognome porque não foi contemplado, 
quando seu pai doou províncias continentais a 
seus irmãos mais velhos. 
!   Opôs-se fortemente aos nobres; 
–  Empreendeu uma política externa desastrosa, fato 
que lhe rendeu a perda de diversos feudos para os 
franceses; 
–  Ao não acatar a nomeação do Arcebispo da 
Cantuária, indicação direta do Papa Inocêncio III, 
terminou excomungado em 1211. 
–  A tal afronta, respondeu com o confisco dos bens 
eclesiásticos. 
11 
–  Os nobres viram esta repreensão como um 
incentivo à revolta. Por fim, o país se 
encontrava em estado de quase guerra 
civil. 
–  Para não perder o valioso apoio de Roma, 
no entanto, o monarca, em 1213, 
submeteu-se ao papa e enfeudou seus 
reinos à Santa Sé; 
–  É o rei retratado nas histórias de “Hobin 
Hood”. 
–  Em razão destes problemas, e, devido ao 
temor da usurpação do poder que 
possuíam, os nobres e o clero pressionam 
o monarca a assinar um documento 
intitulado: Magna Charta Libertatum. 
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Magna Charta Libertatum 
!   Documento assinado em 1.215, que limitou o poder 
monárquico; 
!   Era um tratado de direitos, mas principalmente de 
deveres, do rei para com os seus súditos – respeito às 
liberdades fundamentais; 
!   É considerado como o início da monarquia 
constitucional em Inglaterra; 
!   Tal documento terminou por implementar uma defesa 
das liberdades ainda não vista pela sociedade medieval. 
–  A exemplo: o rei só podia aumentar os impostos com a 
aprovação do Grande Conselho, ou Conselho dos 
Nobres, que posteriormente veio a se transformar no 
Parlamento (1.265).; Criou Tribunais e os regulamentou; 
garantiu a liberdade de ir e vir (habeas corpus); 
!   Visava manter os poderes dos senhores feudais, mas 
terminou por unificar toda a Inglaterra; 
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Magna Charta Libertatum 
!  Preceitos 
–  Governo representativo; 
–  Organização das assembléias políticas; 
–  Imunidades parlamentares; 
–  Ilegitimidade das tributações sem participação dos 
representantes do povo; 
–  O habeas corpus; 
–  O tribunal do júri e numerosos princípios relacionados 
com os direitos e garantias individuais; 
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Magna Charta Libertatum 
!   Vejamos alguns dispositivos importantes: 
–  Art. 43 – haverá em todo o Reino uma mesma medida para o vinho e a 
cerveja, assim como para os cereais; 
–  Repressão à fraude e antecipação do sistema métrico; 
!   Garantias do cidadão: 
–  Art. 48 – Ninguém poderá ser detido, preso ou despojado de seus bens, 
costumes e liberdades, senão em virtude de julgamento de seus pares, 
segundo as leis do país. 
–  São disposições assecuratória das liberdades individuais, ir e vir, bem 
assemelhado ao direito hodierno. É a origem do habeas corpus. 
–  Criava-se um freio aos abusos das autoridades judiciárias. 
!   Corvéia 
–  Art. 29 – Nenhuma pessoa ou população poderá ser compelida, por meio 
de embargo de seus bens móveis, a construir pontes sobre rios, a não ser 
que haja contraído previamente esta obrigação” 
15 
A Guerra das Duas Rosas 
!  Porém, nem todos os reis, assim como o próprio 
João Sem-Terra, se submetiam a tal poder; 
!  Tal documento restou “esquecido” entre 1455 a 
1485, em razão da Guerra das Duas Rosas; 
–  lutas dinásticas pelo trono da Inglaterra, ocorridas ao 
longo de trinta anos de batalhas esporádicas; 
–  Os Lancaster versus os York 
X 
16 
A Guerra das Duas Rosas 
 Henrique VII pôs fim ao conflitos entre a 
nobreza, casando-se com Isabel de York , 
centralizou o poder e começou uma nova 
dinastia: TUDOR 
+ 
17 
Henrique VIII 
!  Seu filho, Henrique VIII, casou-se com Catarina 
de Aragão, filha dos reis católicos espanhóis. 
–  Em razão de seu desejo de se separar de sua esposa, e 
casar-se com Ana Bolena, rompe com a Igreja Católica 
e funda a Igreja Anglicana. 
–  Após a sua morte, assume sua filha, Elizabeth I, que faz 
o absolutismo inglês chegar ao auge, principalmente 
após implementar uma política mercantilista 
extremamente bem sucedida; 
18 
Elizabeth 
!  Após a morte de Elizabeth, seu filho Jaime I sobe 
ao poder e defende a implementação de um 
absolutismo nos moldes franceses, baseado na 
concepção do Direito Divino, fato que não 
permitiria qualquer questionamento às suas 
decisões; 
!  Não obstante o absolutismo inglês, uma 
particularidade
chama a atenção: o Parlamento 
continua a existir (ainda que como um mero 
formalismo); 
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A consolidação do Parlamento 
!   Posteriormente, Carlos I, tentando impor que a Escócia 
adotasse o culto anglicano, envolveu-se em uma guerra e, 
com isso, teve de submeter-se ao Parlamento para obter 
mais recursos; 
!   Entendendo que tal momento era propício, os 
parlamentares aproveitaram o momento para fazer com 
que o rei se submetesse ao texto da Petição de Direitos, 
documento feito para que tentar limitar seus poderes; 
!   Em razão disso, o rei tentou fechar o Parlamento, fato que 
culminou com a Revolução Puritana (população tentando 
proteger o Parlamento ao lado dos parlamentares) e o 
fortalecimento do parlamentarismo como sistema de 
governo e o enfraquecimento do poder real. 
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A Declaração de Direitos de 1689 – 
Bill of Rights 
!   Em 1.689 foi assinado um documento que laureou o poder 
do Parlamento, o Bill of Rights, que serviu, em grande parte, 
para limitar os poderes do rei, e submetê-lo aos comandos 
legais. 
–  “O Rei não está acima da lei, portanto, ninguém pode estar”. 
!   O documento consolidou os ideais políticos do povo inglês: 
–  Força ao parlamento: 
•  Art. 1 – Que o suposto poder da autoridade real de suspender as leis ou 
a execução das leis sem o consentimento do Parlamento é ilegal. 
•  Art. 6 – Que o recrutamento e a manutenção de um exército no reino, 
em tempo de paz, sem o consentimento do Parlamento, é contrário à lei. 
21 
Bill of Rights 
– Direito de petição 
• Art. 5 – Que é direito dos súditos apresentar 
petições ao rei e que são ilegais todos os 
encarceramentos e perseguições por causa dessas 
apresentações de petições. 
– Imunidade parlamentar 
• Art. 8 – Que a liberdade de palavra e dos debates 
ou procedimentos no interior do Parlamento não 
podem ser obstadas ou postas em discussão em 
nenhum Tribunal ou lugar que não seja o próprio 
parlamento. 
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A divisão do Direito Inglês 
!  Divide-se em quatro períodos históricos bem 
característicos: 
1) período anglo-saxônico (séc. V - 1066); 
2) período de criação e desenvolvimento do 
Common Law (1066-1485); 
3) período de coexistência dualista entre Equity 
e Common Law (1485 – 1832); 
4) período de ascensão do statute (1832 – hoje); 
23 
O Common Law 
!  A expressão “commom law” é utilizada para 
designar o direito comum da Inglaterra, por 
ocasião dos costumes locais, próprios de cada 
região, portanto um direito jurisprudencial 
mantido graças à autoridade reconhecida aos 
precedentes judiciários; 
!  A aplicação da common law orienta-se pelo 
princípio da obrigatoriedade do precedente 
judicial e que não deve ser confundido aqui com 
costume firmado pelo meio da prática continuada 
ou jurisprudência. 
24 
O Common Law 
!   Menor importância do Direito legislado (lei) em face da 
jurisprudência; 
!   Força do precedente – decisão dos tribunais; 
!   Formada pelos Juízes; 
!   Visa a dar solução a um caso e não formular uma regra geral de 
conduta para o futuro; 
!   Nasce como a lei, comum a todos os ingleses, em oposição aos 
direitos feudais; 
–  Oriundo dos julgados dos Tribunais; 
–  “É, portanto, um direito forjado por precedentes e não por legislações 
estabelecidas por legisladores especificamente; 
!   Vigente no Reino Unido, nos EUA, Nova Zelândia, Austrália, 
Canadá... 
25 
Fraqueza do Common Law e 
surgimento da Equity 
!  O formalismo rigoroso e o conteúdo puramente 
processual do Direito inglês faz surgir a EQUITY, 
com o objetivo de corrigir eventuais falhas 
existentes nos julgamentos dos juízes dos 
Tribunais Reais (séc. XV); 
!  Razoabilidade; 
!  Veio para suprir a estagnação da Common Law; 
26 
Equity 
!  Equity – sistema jurídico paralelo que 
visava, através de Tribunal da Chancelaria, 
o julgamento do caso com base no processo 
de Direito Canônico e na capacidade 
supletiva do Direito Romano; 
27 
Common Law X Equity 
!  Vicente Ráo as diferencia como: 
(...) a common law, formalmente, se apresenta como um direito 
jurisprudencial, mas substancialmente e por sua origem 
corresponde a um direito costumeiro, consagrado e perpetuado 
pela jurisprudência; 
Dentro deste regime, a lei (statute law) constitui, em relação ao 
direito comum e em certo sentido, um direito especial, que só 
disciplina, restritamente, as matérias que contempla, e só em 
relação a estas matérias prevalece, afastando-se da common 
law, que é o direito geral. 
A equity caracterizou-se, de início, não só como um meio de 
atenuar as regras do direito comum e do direito estatutário, 
senão, também, como modo de evitar a sua imobilidade, tendo, 
pois, a facultar a evolução do direito. 
28 
Modernização da Common Law 
!  O papel da lei cresce gradativamente 
!  Judicature Acts do século XIX (fusão entre 
common law e equity) – jurisdição única = 
Suprema Corte de Justiça 
29 
COMMON LAW X CIVIL LAW 
CIVIL LAW 
!  Países que se formaram 
sobre a base do direito 
romano (regras abstratas 
e genéricas); 
!  Séc XII – universidades; 
!  Séc XIX – codificação; 
COMMON LAW 
!  Formada por juízes 
( r e g r a s m e n o s 
abstratas) 
!  Origem: 1066 (invasão 
normandos) 
ELEMENTO DIFERENCIADOR = IMPORTÂNCIA ATRIBUÍDA ÀS DECISÕES 
DO JUDICIÁRIO (JURISPRUDÊNCIA – PRECEDENTE) 
30 
A diferença 
!   Leis legisladas; 
!   Sentenças individuais 
(res inter alios); 
!   Doutrinário; 
!   Abstrato; 
!   Idealista/Rígido; 
!  Judge-made laws; 
!   Precedentes judiciais 
(stare decisis); 
!   Jurisprudencial; 
!   Concreto; 
!   Pragmático; 
31 
WORLD LEGAL SYSTEMS 
 
http://www.droitcivil.uottawa.ca/world-legal-systems/eng-monde-large.html

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