Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Denise Monnerat Nogueira Professor Adjunto – Genética Animal Departamento de Genética – UFRRJ O comportamento dos cromossomos durante a divisão celular Mitose – gera células diplóides mantendo a continuidade da informação genética Meiose – gera células haplóides para a reprodução sexuada O comportamento dos cromossomos durante a meiose gera variabilidade e prediz como as características são passadas dos genitores para os descendentes. Surpreendentemente essa descoberta foi feita muito antes do conhecimento dos cromossomos. Gregor Mendel um monge austríaco que estudou a hereditariedade cultivando ervilhas (Pisum sativum). Hipótese científica predominante na época: um certo material dos pais era misturado quando um descendente era gerado. Como explicar a variação que permanecia após sucessivos acasalamentos aleatórios e as características dos descendentes que não estavam presentes nos pais? Mendel trabalhou com ervilhas de jardim. Vantagens do modelo: ▪ Porte pequeno ▪ Ciclo curto e de fácil cultivo ▪ Produz muitas sementes por planta ▪ Controle da reprodução ▪ Características contrastantes (cor das flores, cor da semente, porte da planta, superfície da semente, cor da vagem imatura) P (geração parental) Flor roxa x Flor branca F1 (1a geração filial) Todos com flores roxas F1 x F1 F2 3 plantas com flores roxas e 1 com flor branca 3:1 Deve haver uma partícula hereditária (fator ou determinante) responsável pela cor roxa e outra pela cor branca – genes Segmentos de DNA responsáveis pela determinação das características hereditárias dos seres vivos. Cada indivíduo possuía duas formas para cada característica. Cada indivíduo possui dois alelos para cada gene Uma das formas deve ser dominante sobre a outra. Ação gênica entre alelos onde um (dominante) impede a expressão do outro (recessivo) Na gametogênese os fatores determinantes de um mesmo par se separam aleatoriamente Cada gameta recebe apenas um dos alelos Homozigoto – indivíduo que possui dois alelos iguais para um dado gene. Todos os gametas terão o mesmo alelo para esse locus gênico. Heterozigoto – dois diferentes alelos para uma mesma característica. Produz 50% dos gametas com um dos alelos e 50% com o outro, para esse locus gênico. P (geração parental) fenótipo Flor roxa x Flor branca genótipo BB bb F1 (1a geração filial) fenótipo Todos com flores roxas genótipo Bb F1 x F1 F2 3 plantas com flores roxas e 1 com flor branca 3:1 BB Bb Bb bb B B b b ♂ ♀ F2 – razão genotípica de 1:2:1 (1 homozigoto dominante: 2 heterozigotos:1 homozigoto recessivo) razão fenotípica de 3:1 (3 plantas de flores roxas: 1 de flores brancas) Os alelos de um mesmo gene segregam aleatoriamente. O que acontece ao cruzarmos indivíduos com duas características? Cor da semente e textura ▪ Aa e AA (semente amarela) aa (semente verde) ▪ Ll e LL (semente lisa) ll (semente rugosa) Como estão sendo cruzadas duas características diferentes - dihibridismo P AALL x aall Sementes amarelas e lisas x verdes e rugosas F1 AaLl (Amarelas e lisas) AaLl x AaLl F2 AALL AALl AaLL AaLl AALl AAll AaLl Aall AaLL AaLl aaLL aaLl AaLl Aall aaLl aall AL Al aL al AL Al aL al ♂ ♀ P AALL x aall (planta com semente amarela e lisa x semente verde e rugosa) F1 AaLlx AaLl (plantas com sementes amarelas e lisas) F2 9 plantas com sementes amarelas e lisas 3 plantas com sementes amarelas e rugosas 3 plantas com sementes verdes e lisa 1 planta verde e rugosa F2 Amarelas lisas AALL Verdes rugosas aall Amarelas lisas AaLl Autopolinização Os alelos responsáveis por duas características independentes, segregam independentemente. Na gametogênese os determinantes dos diferentes pares se combinam independentemente. As plantas de flores roxas podem ter genótipo BB ou Bb. Como distinguir os genótipos? Através do cruzamento teste O organismo de fenótipo dominante é cruzado com indivíduos homozigotos recessivos. Se um indivíduo de flores roxas BB é cruzado com um de flores brancas bb toda a descendência terá flores roxas e o genótipo será Bb. Se a planta é Bb ao ser cruzada com uma bb resultará em ½ roxas e ½ brancas, ou seja, 1:1. Em bovinos o caráter presença de chifres é controlado por um par de alelos M (ausência) m (presença). MM x MM – 100% MM (100% mocho). Não há segregação genotípica nem fenotípica. MM x Mm – 50% MM (1/2), 50% (Mm) e 100% mocho. Há segregação genotípica mas não há fenotípica. MM x mm – 100% Mm e 100% mocho. Sem segregação. Mm x Mm – 25% MM (1/4), 50% Mm (1/2), 25% mm (1/4). Segregação genotípica e fenotípica. 75% mochos, 25% chifres. 3:1. Mm x mm – 50% Mm (1/2) e 50% mm ou 50% mochos e 50% com chifres. 1:1. Segregação genotípica e fenotípica. mm x mm – 100% mm e 100% com chifres. Sem segregação. Segregação genotípica – ocorrência de indivíduos com genótipos diferentes dentro da descendência. Segregação fenotípica – ocorrência de indivíduos com fenótipos diferentes dentro da descendência. Pode ser aplicado para indivíduos que expressam duas características dominantes, mas o genótipo é desconhecido. Por exemplo, na F2 o fenótipo semente amarela e lisa pode resultar dos genótipos AALL, AALl, AaLL, AaLl. Se uma planta da F2 com semente amarela e lisa é cruzada com uma planta homozigota recessiva a análise da descendência irá indicar o genótipo correto da planta, se homozigoto ou heterozigoto. A?L? x aall Qual o genótipo da planta de F2 quando ocorrer todas com sementes amarelas e 50% com sementes rugosas? Para calcularmos os tipos de gametas produzidos por um indivíduo de genótipo AaBbcc e as respectivas frequências devemos: 1/2B c ABc 1/4 A1/2 ½ b c Abc 1/4 ½ B c aBc 1/4 a ½ ½ b c abc 1/4 Em um indivíduo de constituição AaBbCcDdEe (autofecundação) – qual a proporção de indivíduos com genótipo AABBCCDDEE que serão formados na F2? Para o gene A na F2 é esperado ¼ AA, (2/4) ou 1/2Aa e ¼ aa. Logo a proporção esperada para o genótipo acima será: ¼ AA x ¼ BB x ¼ CC x ¼ DD x ¼ EE, isto é: 1/1024 Se a pergunta fosse para o genótipo AaBBCcddEE? Qual a frequência do genótipo AaBbccDDeeFf a partir do cruzamento AaBBCcDdEeff x AabbccDdEeFF? Primeiro identificar os locos heterozigotos em ambos os indivíduos cruzados: A, D e E. Para esses, o procedimento é idêntico ao caso anterior. Identificar os locos homozigotos (independente se dominante ou recessivo) em ambos: B e F. Para esses a descendência só terá uma possibilidade (1). Identificar os locos onde há heterozigose em um dos genitores e homozigose no outro: C. A descendência será Cc ou cc. AaBbccDDeeFf 2/4 ou ½ Aa x 1 Bb x ½ cc x ¼ DD x ¼ ee x 1 Ff = 2/128 ou 1/64 ou 1,6%. Se quisermos calcular a frequência esperada de descendentes com o mesmo fenótipo da F1 (AaBbCcDdEe) na F2 após a autofecundação? Indivíduos com mesmo fenótipo poderão ter A_B_C_D_E_ onde A_ (3/4) x B_ (3/4) x C_(3/4) x D_ (3/4) x E_ (3/4) = 243/1024 ou 24%. Em cruzamentos envolvendo dois ou mais pares de genes, o resultado dos diferentes gametas, fenótipos e genótipos produzidos pode ser calculado: Determinando o número de pares de genes heterozigotos (n) envolvidos no cruzamento: dois pares de genes n=2 (AaBb), para AaBbCc, n=3, para AaBBCcDd , n=3. Uma vez n sendo determinado: 2n (é o número de diferentes gametas formados pelos genitores), 3n (é o número de diferentes genótipos resultantes da fecundação) e 2n (é o número de fenótipos diferentes produzidos desses genótipos). Número de pares de genes heterozigotos Número de gametas diferentes formados Número de diferentes genótipos produzidos Número de diferentes fenótipos produzidos n 2n 3n 2n 1 2 3 2 2 4 9 4 3 8 27 8 4 16 81 16 Armada , J.L.; Silva, H.D. ; Azevedo, P.C. Conceitos Básicos de Genética. 2009. Ramalho, M.A.P.; Santos, J.B.; Pinto, C.A.B. Genética na Agropecuária. 5ª. Edição. Editora UFLA. 2008. Klug, W.S. & Cummings, M.R. Concepts of Genetics. Prentice Hall. 1997.