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Série Bibliográfica Unit
DIDÁTICA
D
ID
Á
TI
CA
37
Didática
Suzi Silva Resende
Jouberto Uchôa de Mendonça
Reitor
Amélia Maria Cerqueira Uchôa
Vice-Reitora
Jouberto Uchôa de Mendonça Junior
Pró-Reitoria Administrativa - PROAD
Ihanmarck Damasceno dos Santos
Pró-Reitoria Acadêmica - PROAC
Domingos Sávio Alcântara Machado
Pró-Reitoria Adjunta de Graduação - PAGR
Temisson José dos Santos
Pró-Reitoria Adjunta de Pós-Graduação
e Pesquisa - PAPGP
Gilton Kennedy Sousa Fraga
Pró-Reitoria Adjunta de Assuntos 
Comunitários e Extensão - PAACE
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Gerente do Núcleo de Educação a Distância - Nead
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Coordenadora Pedagógica de Projetos - Nead
Lucas Cerqueira do Vale
Coordenador de Tecnologias Educacionais - Nead
Equipe de Elaboração e 
Produção de Conteúdos Midiáticos: 
Alexandre Meneses Chagas - Supervisor 
Ancéjo Santana Resende - Corretor
Andira Maltas dos Santos – Diagramadora
Bruno Costa Pinheiro - Webdesigner
Claudivan da Silva Santana - Diagramador
Edilberto Marcelino da Gama Neto – Diagramador
Edivan Santos Guimarães - Diagramador
Fábio de Rezende Cardoso - Webdesigner
Geová da Silva Borges Junior - Ilustrador
Márcia Maria da Silva Santos - Corretora
Matheus Oliveira dos Santos - Ilustrador
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Pedro Antonio Dantas P. Nou - Webdesigner
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Rodrigo Otávio Sales Pereira Guedes - Webdesigner
Rodrigo Sangiovanni Lima - Assessor
Walmir Oliveira Santos Júnior - Ilustrador
Redação:
Núcleo de Educação a Distância - Nead
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Banco de Imagens:
Shutterstock
Copyright © Sociedade de educação Tiradentes.
R467d Rezende, Suzi Silva 
Didática / Suzi Silva Rezende. – 
Aracaju : UNIT, 2010. 
160 p.: il.
Inclui bibliografia
1. Didática I. Universidade Tiradentes 
– Educação à Distância II. Titulo 
 
 CDU : 37.02 
Prezado(a) estudante,
 
A modernidade anda cada vez mais atrelada ao tempo, 
e a educação não pode ficar para trás. Prova disso são as 
nossas disciplinas on-line, que possibilitam a você estudar 
com o maior conforto e comodidade possível, sem perder a 
qualidade do conteúdo.
 
Por meio do nosso programa de disciplinas on-line 
você pode ter acesso ao conhecimento de forma rápida, 
prática e eficiente, como deve ser a sua forma de comunicação 
e interação com o mundo na modernidade. Fóruns on-line, 
chats, podcasts, livespace, vídeos, MSN, tudo é válido para 
o seu aprendizado.
 
Mesmo com tantas opções, a Universidade Tiradentes 
optou por criar a coleção de livros Série Bibliográfica Unit como 
mais uma opção de acesso ao conhecimento. Escrita por nossos 
professores, a obra contém todo o conteúdo da disciplina que 
você está cursando na modalidade EAD e representa, 
sobretudo, a nossa preocupação em garantir o seu acesso 
ao conhecimento, onde quer que você esteja.
 
Desejo a você bom 
aprendizado e muito sucesso!
Professor Jouberto Uchôa de Mendonça
Reitor da Universidade Tiradentes
Apresentação
Sumário
Parte 1: A Didática na Educação, Instrução e 
Ensino e sua Evolução Histórica . . . . . . . . . . . . . . .11
Tema 1: Educação, História e Evolução Didática . . . . . . . . . . . . . . . . 13
1.1 Educação, instrução e ensino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2 As concepções de ensino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
1.3 A ação didática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.4 Evolução histórica da Didática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Tema 2: Planejamentos e Projetos Educacionais . . . . . . . . . . . . . . .47
2.1 Definição de planejamento e planos. . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
2.2 Os tipos de planejamentos didáticos . . . . . . . . . . . . . . . . 55
2.3 Elaboração e procedimentos de projetos . . . . . . . . . . . . . 64
2.4 Projeto escolar e curricular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Parte 2: Processo Ensino 
Aprendizagem: Os sujeitos do processo . . . . . . . . 81
Tema 3: Plano de Ensino e suas Especificidades . . . . . . . . . . . . . . .83
3.1 Planejamento de ensino: plano de curso, plano de 
unidade e plano de aula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
3.2 Objetivos de ensino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
3.3 A organização dos conteúdos curriculares na 
estrutura escolar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
3.4 Metodologia e recursos no processo de 
ensino/aprendizagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
Tema 4: Formação Docente, Avaliação e Práticas de Docentes . . . 119
4.1 A Formação do profissional docente . . . . . . . . . . . . . . . . 120
4.2 O valor pedagógico da relação professor-aluno . . . . . . . .127
4.3 Avaliação no processo de ensino e aprendizagem . . . . .135
4.4 A prática da regência de classe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
Ementa
Educação, história evolução: Educação, Instrução 
e Ensino; As concepções de ensino; A ação da Didática; 
A evolução histórica da Didática. Planejamento e Projetos 
Educacionais: Definição de Planejamento e Planos; Os 
tipos de planejamento didático; Elaboração e procedimentos 
de Projetos. Projeto Escolar e curricular. Plano de Ensino 
e suas especificidades: planejamento de ensino: plano de 
curso, plano de unidade e de aula. Objetivos de ensino; 
Organização dos conteúdos curriculares na estrutura esco-
lar; Metodologia e recursos no processo de ensino aprendi-
zagem. Formação docente, avaliação e práticas do docente: 
A formação do profissional docente; O valor pedagógico 
da relação professor-aluno; Avaliação do Processo Ensino 
Aprendizagem; A prática da regência de classe.
Objetivos
Geral 
Proporcionar conhecimentos teóricos e práticos que 
possibilitem aos professores a compreensão reflexiva e crítica 
das situações didáticas, no seu contexto histórico.
Específicos
 Reconhecer o processo de ensino na sua função de 
assegurar, com eficácia, o encontro ativo do aluno 
com as matérias escolares.
 Compreender a importância da Didática para o de-
senvolvimento da prática pedagógica. 
 Entender a Didática no contexto histórico.
Concepção da Disciplina
 Analisar os processos teórico-metodológicos da 
Didática.
 Compreender o valor da interação professor-aluno.
 Analisar o processo de avaliação para a formação 
do professor reflexivo.
Orientação para Estudo
A disciplina propõe orientá-lo em seus procedimentos 
de estudo e na produção de trabalhos científicos, possibi-
litando que você desenvolva em seus trabalhos pesquisas, 
o rigor metodológico e o espírito crítico necessários ao 
estudo.
Tendo em vista que a experiência de estudar a 
distância é algo novo, é importante que você observe 
algumas orientações:
 Cuide do seu tempo de estudo! Defina um horário 
regular para acessar todo o conteúdo da sua disciplina
disponível neste material impresso e no Ambiente 
Virtual de Aprendizagem (AVA). Organize-se de tal 
forma para que você possa dedicar tempo suficiente 
para leitura e reflexão;
 Esforce-se para alcançar os objetivos propostos na 
disciplina;
 Utilize-se dos recursos técnicos e humanos que 
estão ao seu dispor para buscar esclarecimentos e 
para aprofundar as suas reflexões. Estamos nos 
referindo ao contato permanente com o professor 
e com os colegas a partir dos fóruns, chats e 
encontros presenciais. Além dos recursos disponíveis 
no Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA.
Para que sua trajetória no curso ocorra de forma tranquila, 
você deve realizar as atividades propostas e estar sempre 
em contato com o professor, além de acessar o AVA.
Para se estudar num curso a distância deve-se ter 
a clareza que a área da Educação a Distância pauta-se 
na autonomia, responsabilidade, cooperação e colaboração 
por parte dos envolvidos, o que requer uma nova postura 
do aluno e uma nova forma de concepção de educação.
Por isso, você contará com o apoio das equipes 
pedagógica e técnica envolvidas na operacionalização do 
curso, além dos recursos tecnológicos que contribuirão na 
mediação entre você e o professor.
Parte 1
A DIDÁTICA NA EDUCAÇÃO, 
INSTRUÇÃO E ENSINO E SUA 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
1 Educação, História e Evolução Didática
Caro aluno, espero que esse momento seja de suma importância para 
sua vida acadêmica, pois, neste tema I, trataremos de assuntos envolvendo 
conceitos básicos sobre educação e como esta tem grande importância na 
agregação de valores da espécie humana. Continuando com o estudo, fala-
remos dos diversos tipos de educação inserida no contexto social a partir 
da evolução histórica da humanidade e de como essa educação cresceu 
consideravelmente mediante o aperfeiçoamento histórico da Didática. Diante 
disso, faremos reflexões sobre a ação da didática, os objetivos da educação, 
para, a partir desse contexto, ajudar o docente a escolher as alternativas 
mais adequadas para cada situação.
Didática14
1.1 Educação, instrução e ensino
Nesse momento vamos falar sobre educação e 
como essa palavra tem sido utilizada ao longo do tempo 
com dois sentidos distintos: formal e informal. 
O termo educação tem sua origem no verbo latino 
educare1, que tem o significado de alimentar, criar. Nesse 
sentido, educação é algo externo, concedido por alguém. 
Segundo Durkheim (1981. p, 25), a educação é ação 
exercida por gerações adultas sobre as gerações não 
amadurecidas. Se colocarmos esse conceito no ponto 
de vista social, as gerações adultas acabam norteando 
a conduta dos mais jovens, através da transmissão do 
conjunto de conhecimentos, normas, valores, crenças, 
usos e costumes aceitos pelo grupo social.
Dessa forma, a educação é fundamental na 
manutenção da vida de um grupo ou mesmo da sociedade. 
À medida que vai aumentando a complexidade da vida 
de um grupo, a educação vai tornando-se cada vez mais 
relevante, a tal ponto que, na sociedade contemporânea, 
a educação está sempre presente em lugar de destaque. 
Você sabe a diferença entre educação e 
escolarização?
É imprescindível que o aluno tenha discernimento de 
que educação não se confunde com escolarização, pois 
a escola não é o único lugar onde a educação acontece, 
uma vez que esta também é transmitida em ambientes 
onde não há escolas. Em todo lugar existem redes 
e estruturas sociais de transferência do saber de uma 
geração para outra. Assim, mesmo nos lugares onde não 
há sequer a sombra de algum modelo de ensino formal, 
existe educação.
Se a educação, do ponto de vista social, é a trans-
missão, pelas gerações adultas, de valores, normas, 
usos, costumes, conhecimento às gerações mais jovens, 
como surge a escola? 
1 EDUCARE:
verbo composto 
do prefi xo ex (fora) 
+ ducere ‘conduzir 
para fora’, ou seja, 
preparar o indivíduo 
para o mundo.
15Tema 1 | Educação, História e Evolução Didática
Numa sociedade onde a educação 
é rudimentar, essa se realiza de 
forma assistemática. Dessa forma, 
as crianças e os jovens que partici-
pam das atividades dos adultos, e 
pela experiência direta, aprendem 
as lendas, os mitos, as normas que 
regulam a conduta, as técnicas de 
trabalho, as formas de convívio 
e de recreação. Nas sociedades 
mais complexas, em que o acervo 
é muito vasto, torna-se necessário 
sistematizar uma parte significativa 
desse patrimônio cultural, para 
garantir sua transmissão às no-
vas gerações, em um certo espaço 
de tempo e dentro de uma deter-
minada sistemática, achada mais 
conveniente naquele momento 
histórico dentro daquele quadro 
cultural. (MELLO, 2006, p.11). 
Diante do que é posto pelo autor, podemos 
responder a pergunta feita anteriormente. Assim, dentro 
desse contexto, surge, então, a escola instituição social 
criada, especificamente para educar e ensinar. A escola 
sendo instituída e regulamentada pelo grupo reflete seus 
valores e seu nível cultural. (WALTER e GARCIA, 1981).
Convém lembrar, também, que além dos lugares 
onde a educação se processa de forma sistemática, existem 
lugares onde ela se processa de forma assistemática. Entre 
esses lugares podemos citar: a família, a igreja, os sindica-
tos, as empresas, os meios de comunicação de massa, etc. 
Didática16
Educação sistemática ou formal – é um modo de trans-
missão de conhecimentos organizados dentro de um contexto 
histórico-social, político e cultural, que são repassados por 
profissionais preparados e dentro de um planejamento.
Educação informal, assistemática ou difusa – são 
os conhecimentos adquiridos pela prática diária e 
observância do modo de agir de pessoas mais velhas e 
convivência nos diferentes grupos sociais.
O que você entende por educação do ponto 
de vista individual? 
Partindo do pressuposto do termo educare, que, 
como visto, significa fazer sair, conduzir para fora, o verbo 
latino expressa, nesse caso, algo que parte da liberação 
de tornar externo algo que se manifesta interiormen-
te. Neste sentido, a educação, do ponto de vista individu-
al, refere-se ao desencadeamento das capacidades e 
potencialidades de cada indivíduo, tendo como princípio 
o aprimoramento de sua personalidade. A aplicação da 
educação individual busca métodos para permitir a mani-
festação e individualidade de cada um. Nessa modalidade 
o educador deverá encontrar caminhos que o levarão a 
compreender seus alunos, tendo sensibilidade o suficiente 
para descobrir dons especiais de cada um e também suas 
dificuldades em relação a certas matérias.
17Tema 1 | Educação, História e Evolução Didática
Podemos observar, no entanto, que nos dois sen-
tidos, individual e coletivo, a palavra educação está ligada 
ao aspecto formativo. 
Uma questão muito relevante quando se trata de 
educação individual é a grande necessidade de conci-
liar os interesses de uma educação centrada no indivíduo 
com a importância da educação social. Diante disso, faz-se 
necessário implantar metodologias pedagógicas de um sis-
tema de ensino coletivo, para dar maior ênfase à manifes-
tação da individualidade. Uma delas seria a aproximação 
do professor do ambiente social onde vivem seus alunos, 
facilitando assim a sua forma de linguagem, fazendo com 
que o educando sinta-se mais familiarizado na escola, e 
uma vez inteirado, ele irá desenvolver suas aptidões e po-
tencialidades. Daí a importância dos educadores estarem 
atentos às tendências dos aspectos sociais. 
Assim sendo, podemos afirmar que ensino de modo 
coletivo deve prevalecer, no entanto, o professor deverá 
ficar sempre atento às inteligências múltiplas de seus alu-
nos, ou seja, cada indivíduo tem um tipo de habilidade, 
e essa deverá ser explorada pelo educador. Por exemplo, 
um aluno
que não demonstra muita aptidão por matemática 
deverá ser estimulado pelo professor através de atividades 
que o faça ter vontade de aprender. 
Existe uma forte relação de subordinação da ins-
trução no que se refere à formação intelectual, à edu-
cação, já que o resultado da instrução é orientado para 
o desenvolvimento de características peculiares da perso-
nalidade do indivíduo, já que cada um tem um tipo de 
competência diferente. 
Segundo Libâneo2 (1994, p.23), a instrução me-
diante o ensino tem resultados formativos quando con-
verge para o objetivo educativo, isto é, quando os co-
nhecimentos, habilidades e capacidades propiciados pelo 
ensino se tornam princípios reguladores da ação huma-
na. Existe, pois, uma ligação entre instrução e educação, 
muito embora sejam processos diferentes: pode-se instruir 
sem educar e educar sem instruir.
2 José Carlos 
Libâneo é professor 
da Universidade 
Católica de Goiás. 
É formado em 
Filosofi a pela Pon-
tifi ca Universidade 
Católica de São 
Paulo, concluída em 
1996, Mestre em 
Filosofi a da Edu-
cação e Doutor em 
Filosofi a e História 
da Educação.
Uma das suas 
principais obra é: 
Didática, que hoje 
se encontra na 20ª 
edição.
Didática18
Assim, o fato de um indivíduo ter conhecimento sobre 
tal matéria não implica dizer que ele irá praticá-lo. Essa ciência 
sobre determinado assunto, se não empregada às dificuldades 
da realidade não se tornarão experiências. Desta forma, o indi-
víduo educado não se torna instruído porque não pratica seu 
conhecimento. Sendo assim, o objetivo educativo não é um 
resultado espontâneo do ensino. Deve-se propor ao edu-
cador que crie um objetivo intencional e claro para mediar 
à instrução aos fins educacionais.
É importante salientar que, dentro da educação, o 
ensino é o principal elemento, embora não o único e, por 
isso, ele se destaca como fundamental fator da instrução e 
educação.
Como vocês podem perceber, existe uma rela-
ção entre instruir e educar. Em grupo, discu-
tam outras formas práticas ligadas a esse campo.
 
Contudo, antes de começarmos a falar propriamente 
sobre ensino, é viável ressaltar que a educação pode ser 
pautada de forma sistemática e assistemática. O ensino, 
por sua vez, é uma ação composta de organização. Ensi-
nar é a atividade na qual o professor, com sua metodologia 
adequada à realidade do seu aluno, conduz a aprendizagem. 
De acordo com o conceito etimológico3, ensinar 
(do latim signare) é colocar para dentro, gravar no 
espírito. Dessa etimologia originou-se o conceito tradi-
cional de ensino, onde ensinar resume-se a transmitir 
conhecimentos e a função do professor é apenas de 
transmissor, e a do aluno, um receptor passivo, que 
simplesmente absorve esse conhecimento sem maiores 
indagações.
Em função de ter como base essa visão do ensino, 
o método tradicional de ensino foi se mostrando, ao longo 
do tempo, cada vez mais ineficiente, passando a receber 
diversas críticas que, a partir do final do século XX, foram 
tomando maior dimensão e deram origem a uma nova 
teoria da educação, fazendo com que o movimento da 
3 Etimologia (do 
grego antigo µ , 
composto de µ e 
-“-logia”[1]) é a parte 
da gramática que 
trata da história ou 
origem das palavras 
e da explicação 
do significado de 
palavras através 
da análise dos 
elementos que as 
constituem. Por 
outras palavras, é o 
estudo da composi-
ção dos vocábulos 
e das regras de sua 
evolução histórica
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Etimologia
19Tema 1 | Educação, História e Evolução Didática
Escola Nova4 gradativamente ganhasse espaço. Essas 
mudanças permitiram que hoje a arte de ensinar seja 
vista como algo bem mais amplo, não mais se limitando 
somente aos elementos constituintes da prática pedagógica: 
docentes, discentes, os procedimentos, os recursos e as 
tecnologias utilizadas
Do ponto de vista pedagógico essa nova modalidade 
ultrapassa conceitos obsoletos, auxiliando professores a 
se constituirem de elementos básicos, tais como sen-
sibilidade e técnicas de atividades interpessoais, como 
referências à transformação da prática escolar.
Assim, segundo Sacristán e Gomez (1998, p. 10), 
o profissional de ensino, antes de ser um técnico eficaz, 
e mais do que ser um fiel servidor de diretrizes das mais 
variadas tendências, num sistema submetido a controles 
técnicos que mascaram seu caráter ideológico, deve ser 
alguém responsável que fundamenta sua prática numa 
opção de valores e em ideias que lhe ajudam a esclarecer 
as situações, os projetos e os planos, bem como as 
previsíveis consequências de sua prática.
Diante disto, levando em consideração que o tra-
balho do docente fundamenta-se em elementos organi-
zados, buscando a aprendizagem de um saber do alu-
no de modo sistematizado, por intermédio de técnicas 
e recursos pedagógicos, compreende-se que ele também 
se apoia em outras informações, como por exemplo, o 
ambiente social no qual o aluno está inserido. Neste con-
texto, a Instituição escolar tem um papel fundamental em 
unificar os princípios que se situam entre a educação for-
mal e as finalidades sociais para a formação humana. 
Assim, o ensino corresponde à transferência de 
informações passadas aos alunos, mas do ponto de vis-
ta pedagógico a arte de ensinar é disposta, também, 
em diversas áreas de conhecimentos que relatam 
relações entre finalidades da educação e a prática social 
mais extensa.
4 Como foi 
explanado no 
livro Fundamentos 
Históricos da Edu-
cação, p. 95. Escola 
Nova parte de uma 
teoria pedagógica 
que considera 
que o importante 
não é aprender, 
mas aprender a 
aprender.
Didática20
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
 
LIBÂNEO, J. C. Educação: pedagogia e didática – Cortez: 
São Paulo, 1997.
O autor inicia abordando a problemática da identidade 
no campo do conhecimento pedagógico, defendendo 
que a Pedagogia seja uma das “ciências da educação” 
que busca integrar e dar coerência a todas elas, sendo 
o seu objeto o fenômeno educativo em seu conjunto. 
A seguir, Libâneo faz uma retrospectiva histórica dos 
estudos teóricos da Pedagogia no Brasil, dos jesuítas 
à década de noventa do século passado. Aponta a 
necessidade de se buscar uma identidade epistemológica 
para esse campo e procura diferenciar o “pedagógico” do 
“didático”, caracterizando-os.
SOUZA, Rosa Fátima; VALDEMARIN, Vera Tereza. A cultura 
escolar em debate. Campinas-SP: Autores Associados, 
2005.
A obra retrata o uso do conceito de cultura escolar 
evidenciando sua fertilidade para explicar a complexidade 
da educação moderna e contemporânea, de modo que 
enfatiza fatores determinantes para abordar pontos 
específicos para integração a um quadro mais amplo 
que lhes dê significação. 
PARA REFLETIR 
Agora, após a leitura do texto, faça uma analogia entre 
ensino e educação. Compartilhe em sala de aula com 
colegas e tutores a sua conclusão.
21Tema 1 | Educação, História e Evolução Didática
1.2 As concepções de ensino
Foi conceituado no conteúdo anterior que ensino é 
uma ação composta de organização. Faremos dessa defini-
ção um apoio para concepções de ensino na projeção evolu-
tiva da educação.
 O ensino e a aprendizagem são tão antigos quanto a 
própria natureza humana. Os costumes e hábitos fazem 
parte de uma transmissão de conhecimentos. Os povos 
primitivos aprendiam com os seus pais a arte da caça e da 
pesca por uma necessidade existencial. 
Ao logo do tempo essas necessidades tomaram uma 
proporção bem maior, condicionando o homem a buscar mé-
todos, caminhos para que tais necessidades fossem sanadas. 
Neste sentido, em frente a esses acontecimentos evolutivos 
da humanização, destacam-se fatores cruciais que ajudaram e 
ajudam nesse processo: o ato de ensinar e aprender.
Sendo assim, o ensino pode ser entendido
como 
uma atividade da qual a maior finalidade é a realização da 
aprendizagem, sendo organizado de maneira a respei-
tar as características cognitivas do indivíduo e as 
competências em formar os seus próprios conceitos. Assim 
também deve ocorrer no ambiente escolar, principalmente 
na relação professor-aluno.
 Há uma reciprocidade5 existente entre a ação do 
professor (considerada como ensino) e a ação dos alunos 
(aprendizagem). Assim, torna-se inseparável a afinidade exis-
tente na transmissão/assimilação das informações e capa-
5 (latim reciprocitas, 
-atis)s. f.
1. Caráter do que é 
recíproco.
2. Mutualidade.
Fonte: http://www.pribe-
ram.pt/dlpo/default.x?pal=c
aracter%u00edsticas
Didática22
cidades, a partir das especificidades existentes nas situações 
didáticas, que ocorrem quando existe o propósito da aprendi-
zagem. 
Vamos compreender melhor essa questão?
São quatro os tipos de situações didáticas: de ação, 
formulação, validação e institucionalização. Na situação de 
ação, o aluno se predispõe a realizar suas próprias pesquisas, 
enquanto na situação de formulação é utilizada uma fonte 
de pesquisa já estudada. Na situação de validação, o 
aluno precisará utilizar técnicas que comprovem suas afirma-
ções. Já na situação de institucionalização são abordados pelo 
professor assuntos relacionados às questões culturais de um 
modo geral.
 Essas especificidades de cada situação didática defi-
nem que o professor (aquele que ensina) deve ser capaz de 
se colocar no lugar do aluno (o que aprende) e entender suas 
condições mentais, realizando a chamada Teoria da Mente, 
que afirma que o ser humano conta com a capacidade de se 
inferir na mente das outras pessoas.
Mas em que se fundamenta basicamente o 
ensino?
Assim, conforme já vimos no conteúdo 1.1, do tema 
1, o conceito etimológico de ensino baseia-se em instruir 
alguém sobre aquilo que não sabe ou que sabe de forma 
inadequada. Se aplicarmos essa definição à sala de aula, 
teremos basicamente um professor que transmite o que 
sabe, e espera que o aluno descreva o que lhe foi passado. 
Foi a partir desta premissa que o método tradicional de 
ensino construiu suas bases, que mais tarde foram questio-
nadas e deram lugar a novos métodos de ensino.
Contudo, para entendermos como esse movimento 
de mudança se deu é importante primeiro conhecermos 
os princípios do método tradicional de ensino. Assim, este 
método evidencia a memorização de conceitos, fórmulas 
matemáticas, atividades repetitivas. Ele é sustenta-
do pela ideia de que o professor é o detentor do co-
23Tema 1 | Educação, História e Evolução Didática
nhecimento a ser transmitido aos alunos. Na maioria 
das escolas públicas e particulares ainda encontramos 
profissionais que usam métodos tradicionais em sala de 
aula e nas suas práticas docentes.
Sobre o ensino tradicional destacam-se ainda as
seguintes características:
 Os alunos reproduzem mecanicamente o 
que aprenderam;
 Repetir as informações transmitidas, dando 
ênfase ao professor;
 Subestima a capacidade intelectual do aluno, 
tirando dele a possibilidade de desenvolvi-
mento de suas ideias;
 Os conteúdos passados não têm ligação com 
a realidade dos alunos;
 O ensino é somente transmissivo, não haven-
do na verificação o cuidado de se identificar 
se os alunos estão aptos a enfrentar nova 
matéria;
 O professor fica preso somente na sala de 
aula, sem se preocupar com a prática de vida 
dos alunos;
 O professor age como dono do saber, e o 
aluno agente passivo das informações trans-
mitidas a eles.
Assim, podemos perceber que os aspectos que funda-
mentam o ensino tradicionalista baseiam-se em conteúdos de 
ensino que fazem imposições, dissociados da experiência do alu-
no e fora do contexto da realidade social. 
Didática24
Em função do que foi posto, o método de ensino tra-
dicional passou a ser criticado, pois passou-se a acreditar que 
era ineficiente, já que o mesmo não atendia as expectativas 
e necessidades da sociedade. Contudo, apesar das críticas e 
do surgimento de novos métodos, em escolas públicas e par-
ticulares, ainda encontramos profissionais que usam métodos 
tradicionais em sala de aula e nas suas práticas docentes. 
[Muitos professores ainda acreditam que ensinar é depositar conhecimentos 
na cabeça do aluno]
Sobre esta mudança de paradigma com relação ao 
método de ensino, os Parâmetros Curriculares Nacionais6 (PCN) 
colocam que por muito tempo a pedagogia focou o proces-
so de ensino no professor, supondo que, como decorrência, 
estaria valorizando o conhecimento. O ensino, assim, ganhou 
autonomia em relação à aprendizagem, criou seus próprios 
métodos e o processo de aprendizagem ficou relegado a 
segundo plano. Hoje sabe-se que é necessário ressignificar a 
unidade entre aprendizagem e ensino, uma vez que, em ultima 
instância, sem aprendizagem o ensino não alcança seu objetivo.
Neste sentido, conforme os conceitos estudados por 
você no Tema II, conteúdo 2.4, do livro de Fundamentos His-
tóricos da Educação, a partir do final do século passado, hou-
ve uma grande ascensão na educação promovendo mudan-
6 Os Parâmetros 
Curriculares Nacio-
nais são referências 
para o trabalho dos 
professores das 
diversas disciplinas 
e áreas do ensino 
fundamental e 
médio, tendo, 
como objetivo, 
garantir que todas 
as crianças e 
jovens brasileiros 
possam usufruir 
dos conhecimentos 
básicos necessários 
para o exercício da 
cidadania.
Os PCN têm como 
função subsidiar 
a elaboração ou a 
revisão curricular 
dos Estados e Mu-
nicípios, dialogando 
com as propostas 
e experiências já 
existentes, incenti-
vando a discussão 
pedagógica interna 
das escolas e a ela-
boração de projetos 
educativos, assim 
como servir de 
material de refl exão 
para a prática de 
professores.
http://www.klickeducacao.
com.br/conteudo/
pagina/0,6313,POR-187-,00.
html
25Tema 1 | Educação, História e Evolução Didática
ças na ação pedagógica passando do tradicionalismo para o 
sentimento, dos fundamentos lógicos para os psicológicos, do 
docente para o discente; da quantidade para qualidade. De for-
ma sucinta, procede-se de uma teoria educativa que promove 
a importância de aprender a aprender.
É justamente diante dessa percepção, de que era ne-
cessário mudar a forma como o conhecimento era passado 
nas escolas, que nasceu uma nova teoria de ensino, denomi-
nada de Escola Nova7.
 
TEXTO COMPLEMENTAR
O ENSINO
Então, um professor disse: “Fala-nos do ensino”
E ele disse:
“Nenhum homem poderá revelar-vos nada senão o que já está 
meio adormecido na aurora do vosso entendimento.
O mestre que caminha à sombra do templo, rodeado de discípu-
los, não dá de sua sabedoria, mas sim de sua fé e sua ternura.
Se ele for verdadeiramente sábio, não vos convidará a entrar 
na mansão do seu saber, mas antes vos conduzirá ao limiar de 
vossa própria mente.
O astrônomo poderá falar-vos de sua compreensão do es-
paço, mas não vos poderá dar sua compreensão.
O músico poderá contar para vós o ritmo que existe em 
todo o universo, mas não vos poderá levar até lá.
Porque a visão de um homem não empresta suas asas a 
outro homem.
“E assim como cada um de vós se mantém só no co-
nhecimento de Deus, assim cada um de vós deve ter a sua 
própria compreensão de Deus e sua própria compreensão 
das coisas da terra.”
Fonte: GIBRAN, K. G. O profeta. Rio de Janeiro: Mansour Challita, 
1978, p. 53.
7 Denominado de 
Escola Nova, o 
movimento ganhou 
impulso na década 
de 1930, após 
a divulgação do 
Manifesto da Escola 
Nova (1932). 
Esse movimento 
tinha como obje-
tivo a Renovação 
Pedagógico-didática, 
fazendo com que a 
prática educacional 
fosse voltada para 
o comportamento 
humano. Além 
disso, trazia es-
sencialmente, uma 
visão
de homem e 
de mundo. ).
Fonte: http://pt.wikipedia.
org/wiki/Escola_Nova
Didática26
PARA REFLETIR
De acordo com o texto, qual a visão predominante de 
ensino nas colocações do autor?
Apesar da ideia escolanovista de renovar a prática 
educacional unificando as escolas públicas e particulares, 
por ser um projeto de alto custo, o sucesso só foi obtido 
nas redes de ensino destinadas às elites, o que provocou 
um sentimento de desilusão no meio educacional, 
fazendo surgir, então, uma nova concepção de ensino: 
o tecnicista. 
Originada no norte da América, a Concepção 
Tecnicista surgiu na segunda metade do século XX e 
se efetivou no Brasil entre 1960-1970. Esse modelo 
pedagógico inspira nos princípios da racionalidade e 
capacidade para produzir. As diretrizes que fundamentam 
essa tendência devem ser úteis e necessárias para que o 
sujeito se adapte ao sistema global. 
Para Libâneo (1989, p. 290) a educação tecnicista 
discute diretamente com o sistema produtivo, vigente 
na ciência da mudança comportamental. Sua função a 
priori é de construir indivíduos aptos para o mercado de 
trabalho, transportando de forma eficaz conhecimentos 
precisos, objetivos e rápidos.
Vejamos logo a seguir o que caracteriza o 
método tecnicista:
 O professor e o aluno são vistos como agentes se-
cundários nesse processo, pois o sistema técnico 
é elemento fundamental na estrutura da aula. 
 Professor e aluno são banidos às condições de 
realizadores de processos cujos conceitos, 
objetivos, coordenação e execução ficam sob 
responsabilidade de especialistas preparados, 
neutros e imparciais.
27Tema 1 | Educação, História e Evolução Didática
 Utilização excessiva de recursos tecnológicos, 
fazendo uso de sistemas audiovisuais dando 
ênfase ao ensino moderno8.
 A escola organiza-se como precursora da proce-
dência do ser humano, direcionada a técnicas 
que apontam para a produção de indivíduos 
aptos e qualificados para o mundo do trabalho;
 
 
Muito embora o modelo tecnicista tenha 
sido bastante utilizado pelas entidades burocráticas do 
ministério da educação, as demonstrações da pedagogia 
tecnicista ainda se fazem presentes nas entidades de 
ensino, dimensionalizando as proporções educacionais e 
os recursos tecnológicos de âmbito educacional.
O processo de ensino é uma junção de atividades 
sistemáticas fundamentadas pelo professor e alunos, 
buscando alcançar finalidades na aquisição de conheci-
mentos e progressos das aptidões cognitivas, visando à 
capacidade de aprendizagem de cada indivíduo. Vamos 
analisar alguns aspectos envolvidos nesse processo de 
ensino definidos por Libâneo (1994, p. 79-80):
1. O ensino é um processo, ou seja, caracteri-
za-se pelo desenvolvimento e transformação 
progressiva das capacidades intelectuias dos 
alunos em direção ao domínio dos conheci-
mentos e habilidades, e sua aplicação. 
8 DISCUSSÃO DO 
ENSINO ANTIGO 
COM O ENSINO 
MODERNO
ANTIGO - Eu venho 
dos opressores;
Nasci de um regime 
austero!
Com cediços 
professores
Venho ensinar o que 
eu quero.
Tiro do livro a lição
E imponho uma 
educação
Puramente radical.
Sou mestre e não 
sou amigo;
Eu sou o ENSINO 
ANTIGO;
Me chamo TRADI-
CIONAL!
MODERNO - Eu sou 
um ensino novo,
Nasci da necessi-
dade
Da integração do 
povo
À sua sociedade.
Debato, ensino e 
aprendo,
Pesquiso em vídeos 
ou lendo
Em jornal, livro ou 
revista.
Serei seu amigo 
eterno,
Me chamo ENSINO 
MODERNO,
Sou INTERACIO-
NISTA!
Para saber mais 
sobre essa discussão 
sobre os ensinos. 
Visite o site: http://
sitedepoesias.com.br/
poesias/48599
ONDE O ALUNO É PREPARADO DIRETA-
MENTE PARA O MERCADO DE TRABALHO
Didática28
2. O progresso de ensino visa alcançar determi-
nados resultados em termos de dominio de 
conhecimentos, habilidades, hábitos, atitu-
des, convicções e de desenvolvimento cogni-
tivo dos alunos;
3. O ensino tem caráter bilateral, onde na trans-
missão, o professor organiza e os torna di-
daticamente assimiláveis, estabelecendo as 
condições e os meios de aprendizagem, con-
trolando e avaliando.
Assim, diferente da Escola Nova, que se funda-
menta na importância de aprender a aprender, o método 
tecnicista tem como base aprender a fazer.
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
Para se aprofundar mais sobre concepções de ensino, ler 
o livro - Ensino: as abordagens do processo.
NICOLETTI, Maria da G. Mizukami. Ensino: as abordagens 
do processo. Livros em Inglês, São Paulo:-E.P.U, 1986. 
O livro trata de conceitos em todos os processos de abor-
dagens tradicional; Abordagem cognitivita, Abordagem 
sócio-cultural; Abordagem comportamentalista; Aborda-
gem humanista; Abordagem sociocultural. As abordagens 
do processo ensino-aprendizagem e o professor.
SILVEIRA, Renê José Tretin. A filosofia vai a escola? 
Campinas-SP: Autores Associados, 2001.
O autor escreve o livro problematizando pressupostos filosó-
ficos, pedagógicos e envolvimentos político-ideológicos do 
Programa de Filosofia para crianças, de Matthew Lipman.
29Tema I | Introdução à Economia
PARA REFLETIR
Após a leitura sobre os diversos tipos de abordagens 
de ensino, faça um paralelo entre as mesmas. Quais 
as que mais predominam nas escolas da comuni-
dade de cada um de vocês?
1.3 A ação didática
Começaremos este conteúdo fazendo diversas 
indagações sobre alguns problemas enfrentados por 
muitos professores, tais como: o que fazer para ajudar 
o aluno a resolver problemas matemáticos envolvendo 
as quatro operações? Quais os critérios que devem ser 
usados para que os estudantes leiam e interpretem textos 
de forma correta? O que propor aos alunos que têm 
dificuldades em entender uma fórmula de Física? 
Perguntas como essas são feitas rotineiramente 
por professores do mundo inteiro. Trata-se, então, da 
Didática específica que veremos com mais precisão no 
decorrer desse capítulo.
Didática30
Assim, segundo Candau (1984, p.23), a didática é con-
ceituada como um conjunto de regras que visam assegurar 
aos futuros professores as orientações necessárias ao 
trabalho docente. Trata-se de uma disciplina técnica que 
tem como objeto específico a direção da aprendizagem.
Desta forma, quando falamos em Didática nos re-
ferimos aos aspectos através dos quais essa é com-
preendida e analisada na concepção do ato de ensinar, na 
forma de comportamento e na atuação do docente, por 
meio das diversas maneiras como este passa o conhe-
cimento para o seu aluno, das metodologias e recursos 
usados para melhor assimilação dos conteúdos por parte 
dos mesmos.
Neste sentido, de acordo com o que foi colocado sobre 
Didática, podemos analisar que ela trata do estudo das técni-
cas de ensino em todos os âmbitos práticos, buscando forma 
de estimular, direcionar e guiar o conhecimento do homem no 
convívio social e educacional. 
Essas técnicas evidenciam a instrução9 e o ensino10 
como recursos principais na ação escolar, transformando ca-
racterísticas sociais e políticas em propriedades de en-
sino, sistematizando ligações entre os fins específicos de 
educação formal e as determinações sociais necessárias à 
formação humana. 
Muito embora as definições sobre o real papel da 
Didática sejam vastas e pertinentes, vale ressaltar que esse 
campo na educação é de suma importância para orientações 
de situações problema, como vimos no início desse capítulo, 
pois é através dela que se buscam respostas plausíveis para 
a solução dos mesmos, uma vez que ela desenvolve os pro-
cessos de ensino-aprendizagem para favorecer principalmente 
a função cognitiva.
Portanto, a Didática não trata somente do âmbito 
do ensino envolvendo exclusivamente o professor. Há uma 
ligação lógica com a aprendizagem contendo como agente 
principal o aluno. Constata-se, no entanto, que o estudo da 
dinâmica da aprendizagem
é fundamental para uma Didáti-
ca ativa na construção do conhecimento.
9 Pela defi nição do 
primeiro capítulo 
desse livro, a ins-
trução reúne fatos, 
conhecimentos 
sistemáticos.
10 No mesmo capí-
tulo - 1 o ensino é 
uma ação composta 
de organização
31Tema 1 | Educação, História e Evolução Didática
Enquanto instrumentalização téc-
nica, a didática não pode, por 
conseguinte, ser tratada como 
um componente isolado, como 
algo em si mesmo, sem levar em 
conta considerações da ordem 
dos valores e dos fins, pois ela 
não se justifica a si mesma, ape-
sar da pretensão da neutralidade 
que toda técnica advoga para si 
enquanto decorrente de teorias 
científicas às quais serve inclusive 
de critérios de validação pela veri-
ficação de sua eficácia constatada 
nas observações dos resultados 
obtidos. (CANDAU, 2009, p.42)
 Candau,(1990, p.25), também afirma que o êxito 
dos procedimentos didáticos não lhe confere um valor 
absoluto a não ser que nos deixemos levar por uma con-
cepção instrumentalista11 e pragmática12 de educação. 
Em outras palavras, ela nos mostra nessa colocação, o 
verdadeiro valor da aplicabilidade dos processos didáti-
cos enquanto ciência que auxilia a ação do professor na 
eficiência da sua prática em sala de aula.
Neste sentido, engana-se o professor que acha 
que dominar o assunto a ser abordado nas suas aulas é 
o bastante para a transmissão eficaz do conhecimento. 
Esses acabam se tornando “escravos” da sua própria 
sabedoria. Por isso, enfatizamos aqui que, além desse 
domínio, o docente deve fazer uso dos procedimentos 
didáticos para garantir maior eficácia na transmissão do 
conteúdo abordado no ambiente educacional.
 A didática não pode tratar do ensino relacionado 
ao professor sem salientar de modo simultâneo a apren-
dizagem por parte de aluno. O estudo da dinâmica da 
aprendizagem reporta a didática à atividade do aluno. 
Dessa forma, podemos afirmar que a Didática é a análise 
11 Que auxilia a 
ação (servindo de 
instrumento).
12 
a) Que tem motiva-
ções relacionadas 
com a ação ou 
com a efi ciência. = 
prático.
b) Que ou quem 
revela um sentido 
prático e sabe 
ou quer agir com 
efi cácia.
Didática32
da situação instrucional, ou seja, dos procedimentos de 
ensino e aprendizagem, e aí se pode enfatizar a relação 
professor-aluno.
 Nesse momento abordaremos alguns conceitos 
sobre Didática e o ponto de vista de diversos autores a 
respeito do assunto.
Quadro demonstrativo sobre acepções de didática
AUTOR CONCEITOS DE DIDÁTICA
Villar 
(1990, p.30)
Refere-se à didática como “ciência da educação, que ex-
plica a estrutura do processo de instrução metodicamen-
te, dando lugar a diferentes modelos de currículos”
Libâneo 
(1992, p. 52)
Diz que a didática investiga as condições e formas que 
vigoram no ensino e, ao mesmo tempo, os fatores reais 
(sociais, políticos, culturais, psicossocial) condicionantes 
entre a docência e a aprendizagem.
Escudero
(1981, p. 117)
Didática é a ciência que tem por objetivo a organização 
e a orientação de situações de ensino-aprendizagem que 
servem à formação do indivíduo em estreita dependência 
da educação integral. 
Comênio
(1976, p. 44)
Afirma que o papel da Didática será investigar e descobrir 
o método segundo o qual os professores ensinem menos 
e os estudantes aprendam mais.
Laeng 
(1973, p. 128)
Diz que a pesquisa Didática deve adaptar os métodos e 
as técnicas de maneira a obter um máximo de resultado 
com o mínimo de esforço (princípio comeniano da Didáti-
ca Magna), “tendo em conta quer os requisitos objetivos 
da matéria de ensino e da sua lógica interna quer as ca-
pacidades subjetivas do aluno e da sua psicologia”.
Assim, podemos fazer comparações entre os 
diversos conceitos de Didática e os pontos de vista de 
cada autor citado no quadro acima.
33Tema 1 | Educação, História e Evolução Didática
O que vem ser a Didática e qual a sua 
importância?
Tratando-se da dimensão técnica, essa está direciona-
da aos conteúdos do ensino, referente à forma de organização, 
desenvolvimento e a avaliação das maneiras de transmissão 
desses conteúdos. Para Comênio, a Didática é considerada 
como ponte fundamental para ensinar tudo a todos.
 Para Candau (2009, p. 46) tornou-se frequente no 
ensino de didática o estudo dessa ou daquela teoria instru-
cional e sua respectiva decorrência metodológica, sem uma 
análise questionadora de seus fins pedagógicos e sociais. 
Esquece-se, assim, o educacional e o social em detrimento 
exclusivo da dimensão técnica do ensino.
 Ao tratar deste assunto, Candau (1990, p.72) retra-
ta ainda a realidade do ensino brasileiro, enfatizando que 
ainda são inacessíveis livros no ensino da Didática que 
façam um apanhado sobre funções da ação do professor 
desenvolvidas em nossas escolas. Contudo, essa deficiên-
cia de materiais motiva os docentes a buscarem, em outras 
fontes, métodos e técnicas provenientes de países mais de-
senvolvidos educacionalmente do que o nosso. Entretanto, 
as técnicas usadas pelos docentes na maioria das vezes 
fogem totalmente do contexto social em que as nossas 
escolas estão inseridas.
Mas você dever estar se perguntando: o que 
fazer para sanar e superar os problemas cau-
sados que estão figurados em muitas técnicas 
didáticas que sucedem os modelos de ensino?
Deve existir uma relação mútua entre os interes-
ses educativos e sociais. Por isso, para um bom êxito 
educacional, o professor deve levar em consideração 
não só o conhecimento que ele leva para sala de aula, 
mas deve ter também consciência de que o seu aluno 
Didática34
leva uma bagagem de conhecimentos adquiridos na família, 
com os amigos e com o ambiente em que ele vive. Isso le-
vará o discente a ter mais interesse pelo meio em que está 
inserido e, consequentemente, adequando os conteúdos 
a esse meio o professor de certa forma superará alguns 
problemas que limitam o desenvolvimento do educador.
 Como já sabemos, a Didática é uma disciplina 
técnica, que estuda procedimentos práticos e operacio-
nais do ensino e pode ser determinada como: 
Didática Geral – essa trata diretamente da instrução 
do ensino e da prática em sala de aula, de modo geral, 
trabalham-se técnicas que são aplicadas em qualquer 
matéria ou disciplina. Determina princípios e normas em 
torno do trabalho docente, ajudando no bom desempenho 
da aprendizagem. 
Didática Especial – essa estuda aspectos mais 
limitados no campo educacional. Faz uso das normas da 
Didática Geral em determinadas disciplinas de maneira 
específica. A Didática Especial tem como base a análise 
de problemas ligados ao ensino de cada disciplina, 
expondo soluções e organizando métodos e sugestões 
para solucioná-los. Examina os programas voltados ao 
ensino, relatando se estão ou não condizentes ao meio 
do aluno, assim como analisa os objetivos dos métodos 
de ensino de cada escola e de cada disciplina.
Convém ressaltar que os métodos de ensino va-
riam de docente para docente, de como esse profissio-
nal adequará os conteúdos de ensino aos seus alunos e 
o meio em que está inserido.
As escolas do seu município adequam os 
conteúdos à realidade do aluno que a com-
põe? Acesse o ambiente virtual de aprendiza-
gem (AVA) e discuta sobre o assunto.
35Tema 1 | Educação, História e Evolução Didática
Assim, podemos levar em consideração que a 
Didática oferece subsídios fundamentais para a construção 
do ensino, considerando os objetivos da educação e 
instrução, os conteúdos, a assimilação do conhecimento, 
as técnicas, métodos e a forma de organização da ação 
didática13. 
 Nesse momento, após uma análise sobre as 
concepções da Didática e suas principais funções e ca-
racterísticas, façamos uma leitura do texto complementar 
sobre
o papel da educação. Assim poderemos compre-
ender melhor o quanto a Didática ajuda na orientação 
ao docente adotando uma atitude crítica e reflexiva no 
sentido de aperfeiçoar sua prática docente.
 
TEXTO COMPLEMENTAR
O PAPEL DA EDUCAÇÃO
Segundo Paulo Freire, estudar não é ato de consumir 
ideias, mas de criá-las e recriá-las. Esta afirmação 
espelha bem o seu pensamento sobre educação, que o 
tornou mundialmente famoso.
A Revista da Faculdade de Educação do Estado da Bahia 
publicou, em 1997, uma edição de homenagem a Paulo 
Freire, onde se pode ler no artigo Papel da Educação na 
Humanização:
“Analisemos, ainda que brevemente, essas duas 
posições educativas; uma, que respeita o homem como 
pessoa; outra, que o transforma em “coisa”. Iniciemos 
pela apresentação e crítica da segunda concepção, em 
alguns dos seus pressupostos.
Daqui por diante, essa visão chamaremos de concepção 
“bancária” da educação, pois ela faz do processo 
educativo um ato permanente de depositar conteúdos. 
Ato no qual o depositante é o “educador” e o depositário 
é o “educando”. A concepção bancária – ao não superar 
a contradição educador-educando, mas pelo contrário, 
ao enfatizá-la, não pode servir senão à “domesticação” 
do homem.
13 A palavra didática 
(português brasi-
leiro) ou didática 
(português europeu) 
vem da expressão 
grega 
(techné didaktiké), 
que se pode tra-
duzir como arte ou 
técnica de ensinar. 
A didática é a parte 
da pedagogia que 
se ocupa dos mé-
todos e técnicas de 
ensino destinados a 
colocar em prática 
as diretrizes da 
teoria pedagógica. 
A didática estuda os 
processos de ensino 
e aprendizagem. 
O educador Jan 
Amos Komensk , 
mais conhecido 
por Comenius, é 
reconhecido como 
o pai da didática 
moderna, e um dos 
maiores educadores 
do século XVII.
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Did%C3%A1tica
Didática36
Da não superação dessa contradição decorre:
a) que o educador é sempre quem educa; o educando, 
o que é educado;
b) que o educador é quem disciplina; o educando, o 
disciplinado;
c) que o educador é quem fala; o educando, o que escuta;
d) que o educador prescreve; o educando segue a prescrição;
e) que o educador escolhe o conteúdo dos programas; o 
educando o recebe na forma de “depósito”;
f ) que o educador é sempre quem sabe; o educando, o 
que não sabe;
g) que o educador é o sujeito do processo; o educando 
seu objeto.
Segundo essa concepção, o educando é como se fosse 
uma “caixa” na qual o “educador” vai fazendo seus 
“depósitos”. Uma “caixa” que se vai enchendo de 
“conhecimentos”, como se o conhecer fosse o resultado 
de um ato passivo de receber doações ou imposições 
de outros.
Essa falsa concepção de educação, que torna o edu-
cando passivo e o adapta, repousa numa igualmente fal-
sa concepção do homem. Uma distorcida concepção de 
sua consciência. “Para a concepção “bancária”, a cons-
ciência do homem é algo espacializado, vazio, que vai 
sendo preenchido com pedaços de mundo que se vão 
transformando em conteúdos de consciência.
Fonte: http://blogdaformacao.wordpress.com/2006/11/06/o-papel-da-
educacao/
37Tema 1 | Educação, História e Evolução Didática
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Repensando a didática. 
21. ed. Ver. atual. – Campinas, SP: Papirus, 2006.
O livro trata de contribuir para a ampliação e o aprofun-
damento das reflexões já realizadas e estimular a busca 
de uma proposta didática voltada para a efetivação da 
prática pedagógica crítica;
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola – 
teoria e prática. 5. ed. São Paulo-SP: Cortez, 2004.
O livro estuda as práticas de organização e de gestão 
da escola e se torna indispensável para a construção de 
uma instituição democrática e participativa, que prepare 
os alunos para a cidadania plena.
PARA REFLETIR
 Faça uma reflexão sobre a ação didática no papel edu-
cativo, e como essa didática exercerá o seu papel espe-
cífico na junção entre teoria e prática.
Didática38
1.4 Evolução histórica da Didática
Vivemos atualmente em constante avanço tec-
nológico e científico. Estamos em meio a um processo 
muito dinâmico de mudanças em todos os sentidos, 
seja no âmbito econômico, social ou cultural da nossa 
civilização. Nesse aspecto a educação tem um papel 
fundamental para o acompanhamento de tais modifi-
cações, comprometendo-se em atender e subsidiar as 
reais necessidades que induzem as transformações 
desejadas.
Assim, considerando a importância da educação 
no progresso humano e o papel de destaque que a 
didática tem no processo de ensino, tomando como 
base a retrospectiva histórica da didática, faremos um 
apanhado geral sobre a evolução da mesma, apontando 
como essa desenvolve critérios indispensáveis para o 
processo educacional, utilizando-se também de aspectos 
socioeconômicos, políticos e culturais que servem de 
alicerce para uma visão geral da atividade docente. 
Neste sentido, a história da didática está vinculada 
ao surgimento do ensino simultaneamente com o desen-
volvimento da sociedade. Desde os primeiros tempos 
existem sinais de formas rudimentares de instrução e 
aprendizagem. Em algumas comunidades mais primitivas, 
os jovens passam por um “ritual de iniciação” para, só 
assim, entrarem no mundo adulto. Esse pode ser 
considerado um método de educação, muito embora 
não esteja ligado à Didática como processo de ensino.
Desta forma, para que tenhamos uma visão geral 
da Didática ao longo do tempo, a partir de agora, veremos 
alguns educadores e filósofos que foram de suma 
importância para a pedagogia, através da elaboração 
de teorias que repercutiram nos métodos de ensino.
Nossa retrospectiva começa então na idade antiga 
com Sócrates (469 – 399 a.c). Este filósofo considerava 
que o saber não é algo que alguém (o mestre) transmite 
39Tema 1 | Educação, História e Evolução Didática
à pessoa que aprende (discípulo). Neste sentido, ele 
colocava que o saber, o conhecimento, é uma desco-
berta que a própria pessoa realiza. Assim, conhecer é 
um ato que se dá no interior do indivíduo. A função do 
mestre, segundo Sócrates, é apenas ajudar o discípulo a 
descobrir, por si mesmo, a verdade.
[Sócrates (469 – 399 a.c). Apesar de nunca ter 
escrito uma obra, a atividade filosófica de 
Sócrates está documentada nos livros 
do também filósofo grego Platão. Os 
célebres diálogos de Platão incluem 
o “Êutifron”, o “Critão”, o “Fédon” 
e “Um Banquete”. Em todos eles, 
Sócrates aparece como personagem.]
Partindo desse pressuposto o método socrático, 
também conhecido como método dialógico de Sócrates, 
é embasado em duas vertentes: a ironia e a maiêutica. 
No método da ironia, Sócrates enfatiza a objeção 
às concepções que os discípulos tinham sobre algumas 
verdades. Com essas refutações14 levantadas por Sócrates, 
os discípulos acabavam por admitir que estavam errados 
em suas colocações e que não tinham total conhecimento 
do assunto. De acordo com Sócrates, essa consciência 
que o discípulo adquiria com o reconhecimento da sua 
própria ignorância era o caminho para a verdade.
Já o método da maiêutica, parte do preceito da 
ciência conhecida para o desconhecido, do fácil para 
o difícil, assim fazendo o seu discípulo a conhecer, 
pensar, criticar e a formular suas próprias perguntas e 
desta forma chegar a respostas plausíveis. Nessa técnica, 
Sócrates faz uma comparação com o trabalho de sua 
mãe, que era parteira, a arte de ajudar a dar à luz. Foi 
daí que o filósofo grego nomeou a arte de dar luz as 
ideias (maiêutica).
ca de
ros 
Os
em 
on” 
es, 
m.]
14 Ato ou 
efeito de refutar, de 
rebater com êxito 
os argumentos do 
adversário, apre-
sentando provas 
convincentes.
Didática40
Avançando na história, chegamos ao século XVI. 
Entre 1549 e 1759, época
do Brasil colonial, os jesuítas 
eram os principais educadores do país. A educação dada 
por eles era marcada por preceitos religiosos e contrária 
ao pensamento crítico. A mesma dava ênfase à memori-
zação e ao desenvolvimento do raciocínio e dedicava-se 
à formação de padres-mestres, focando principalmente 
a formação do caráter e psicológica para conhecimento 
de si e do aluno. 
As ideias definidas no código de ensino dos 
jesuítas, conhecido como Ratio Studiorum15, centravam-se 
basicamente em instrumentos e regras metodológicas, 
onde predominava o espírito “escolástico” compreendido 
em livros que focavam a Suma Teológica de São Tomás 
e a obra filosófica de Aristóteles.
15 Uma espécie de 
coletânea privada, 
fundamentada 
em experiências 
acontecidas no 
Colégio Romano e 
adicionada a obser-
vações pedagógicas 
de diversos outros 
colégios, que busca 
instruir rapidamente 
todo jesuíta docente 
sobre a natureza, 
a extensão e as 
obrigações do 
seu cargo. A Ratio 
(pronuncia-se rácio, 
palavra feminina 
latina da terceira 
declinação) surgiu 
com a necessidade 
de unifi car o proce-
dimento pedagógico 
dos jesuítas diante 
da explosão do 
número de colégios 
confi ados à Compa-
nhia de Jesus como 
base de uma ex-
pansão missionária. 
Constituiu-se numa 
sistematização da 
pedagogia jesuítica 
contendo 467 regras 
cobrindo todas 
as atividades dos 
agentes diretamente 
ligados ao ensino 
e recomendava que 
o professor nunca 
se afastasse em 
matéria fi losófi ca 
de Aristóteles, e 
teológica de Santo 
Tomás de Aquino.
Em 1584, o 
Pe. Aquaviva, 
novo superior 
geral da Ordem 
jesuíta, nomeia uma 
comissão encarre-
gada de codifi car 
as observações 
que foram reunidas 
[Imagem da obra original do código do ensino dos jesuítas. 
“Ratio Studiorum”].
Assim, a prática pedagógica dos jesuítas diferenciou-se 
com facilidade das outras Instituições existentes na mesma 
época, por ter traços singulares, se posicionando no lado 
psicológico. Mas, mesmo assim os jesuítas não pretende-
ram infringir as tradições escolares existentes, muito menos 
dar contribuições inovadoras.
41Tema 1 | Educação, História e Evolução Didática
O próximo passo importante e que não podemos 
deixar de destacar na evolução histórica da Didática está 
relacionado a João Amos Comenius16 (1592 – 1670). Para 
ele, de todas as obras concebidas por Deus, o ser hu-
mano é a mais perfeita. Comenius crê também que tudo 
o que nos seja dado nesta vida não será o suficiente. 
Considerado um dos maiores educadores e 
pedagogos do século XVII, em sua principal obra (Didática 
Magna), Comenius afirma que vivemos três 
espécies de vida: a primeira é a vegetati-
va- que nunca deixa o corpo, a segunda 
a animal – entende as coisas por meios 
materiais e sensoriais e a terceira é a inte-
lectual – essa pode existir separadamente, 
mas ressalta que esse supremo grau da 
vida é ignorado pelos precedentes.
Mas você deve estar se perguntando: Qual o 
papel de Comenius na evolução da Didática?
O papel de Comenius neste contexto é de funda-
mental importância, uma vez que, ao escrever sua primeira 
obra clássica sobre Didática: a Didática Magna, formulou 
a Teoria Didática com o intuito de analisar a relação entre 
aprendizagem e ensino.
Assim, este pensador promoveu uma ruptura 
radical com os costumes e modelos pregados nas 
escolas pela igreja católica. Ele foi um idealizador 
que racionalizou todas as práticas educativas, par-
tindo da teoria didática até as questões em sala de 
aula. Desta forma, Comenius coloca que o professor 
seria um profissional e não mais um missionário, que 
utiliza a educação como forma de condução à felicidade 
eterna com Deus. 
Vale destacar ainda que João Amos Comenius 
foi o primeiro educador que estabeleceu o conceito da 
transmissão dos conhecimentos e a criação dos princípios 
das regras do ensino.
em Roma. O ante-
projeto motivado, 
redigido em 1586, 
depois de haver 
sido submetido às 
críticas dos execu-
tores e de haver 
sido remanejado 
por nova comissão, 
torna-se o texto de 
1591 e toma forma 
defi nitiva na famosa 
Ratio studiorum, 
promulgada em 8 
de janeiro de 1599.
http://pt.wikipedia.
org/wiki/Ratio_Stu-
diorum
M
16 Jan Amos 
Komensk (28 de 
março de 1592 - 15 
de novembro 
de 1670) foi um 
professor, cientista 
e escritor checo, 
considerado o fun-
dador da Didática 
Moderna. A obra 
pedagógica essen-
cial de Comenius 
é Didactica Magna 
(1667). Marca a 
sistemática da 
pedagogia e da 
didática.
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Comenius
Didática42
No século seguinte, outro educador se destacará no 
contexto da história da Didática. Defendendo os princí-
pios naturalistas, em particular o de Rousseau17, o peda-
gogo alemão João Heinrich Pestalozzi18 (1746 – 1827) 
acreditava na tese de que o caráter do ser humano era 
constituído pelo ambiente do qual fazia parte. Ele acreditava 
que a transformação da sociedade era dada através da 
educação, dando muita importância ao ensino como via 
de educação transformadora de capacidades humanas. 
Foi um dos precursores da democratização da escola. 
Na compreensão de Pestalozzi, o principal propósito 
da educação é o desenvolvimento físico, cognitivo e 
moral da criança e do jovem por meio da vivência e 
de experiências ordenadas, de forma necessária ao 
desempenho dessas capacidades.
Os conceitos de Comenius, Rosseau e Pestalozzi 
foram responsáveis pela formação de ideias para muitos 
outros pedagogos. Dentre estes se destaca John Frede-
rick Herbart (1776 – 1841), um pedagogo alemão com 
grande influência e participação no mundo da didática. 
Inicialmente Herbart seguiu alguns trabalhos de Pesta-
lozzi, logo depois formulou seus próprios princípios 
educacionais, embasado na ideia da unidade de desen-
volvimento e da vida mental. Assegurava que o maior 
propósito da educação é a reflexão moral, e essa era 
decorrente da educação intelectual, defendia que a boa 
instrução era aquela que introduzia conceitos corretos 
na mente do homem.
Por fim, já chegando ao final do século XVIII e 
início do século XX, é importante destacarmos a contri-
buição de John Dewey (1859–1952). Professor e filósofo, 
para ele o conceito de Herbart da educação através da 
instrução não era o mais correto, Dewey defendia a ação 
antecedendo o conhecimento e o pensamento. Defendia 
que antes de pensar e conhecer o homem age. Dentro 
da Didática a sua maior contribuição está no trabalho 
laboral e a ligação do ensino com a vida. Dewey destacou 
17 Jean-Jacques 
Rousseau (1712-
1778). Estudou 
fi losofi a, história, 
literatura e música. 
Uma das suas 
principais obras foi: 
Discurso sobre as 
ciências e as artes.
18 João Henrique 
Pestalozzi, nascido 
em Zurique-Suiça 
no séc. XVIII (1746). 
Considerado um 
grande humanista 
e pedagogo, cuja 
Filosofi a contribuiu 
para a educação 
moderna, que se 
prolongou até aos 
nossos dias. Em 
1782, ele escreveu 
seu livro mais 
erudito.
http://www.fae.ufmg.
br/teoriaspedagogicas/
Pestalozzi.htm
43Tema 1 | Educação, História e Evolução Didática
que os alunos aprendem melhor realizando tarefas liga-
das aos conteúdos ensinados. Ele defendia a democra-
cia no campo institucional e no interior da escola. 
É relevante salientar ainda que, além dos destacados 
aqui, existiram muitos outros educadores e filósofos que 
levantaram teses sobre a necessidade de se rever as téc-
nicas do processo de ensino. Contudo, enfatizamos que 
os acima citados foram aqueles que fizeram maior dife-
rença no âmbito da Didática, pois a maior característica 
comum a todos eles, foi a tentativa de expandir a reforma 
do ensino para todas as classes, e não apenas à elite. 
Dessa forma, eles pregavam, em tempos diferentes, que 
a qualidade e a quantidade podiam
andar juntas.
Muitos educadores questionavam se a Didática 
era uma disciplina técnica de outras ciências ou se era 
de fato uma ciência. Só em 1934 aconteceu a inclusão 
da Didática como disciplina em curso de formação de 
professores para o ensino médio. O princípio da Didática 
como disciplina na formação de professores em nível 
superior está ligado à criação da faculdade também nes-
se mesmo período.
O decreto lei 1.190/39 diz que a Didática foi ins-
tituída como curso e disciplina, com duração de um ano. 
Logo depois, em 1941, a legislação educacional formulou 
alterações, e o curso deixa de ser uma disciplina técnica 
e passa a ser considerado um curso independente. 
 Hoje, a Didática assume novas margens que direcio-
nam para o avanço teórico e metodológico, mediante 
compreensão e sistematização de conhecimentos do seu 
objetivo de estudo, que é o ensino. Os novos parâmetros 
da Didática buscam, a partir de observações e investi-
gações qualitativas, modificar o quadro da ação peda-
gógica, fazendo com que o professor ensine, o aluno 
aprenda e o conhecimento seja produzido e repassado. 
Assim, é evidente que a Didática hoje assume novas 
configurações direcionadas para o progresso teórico 
Didática44
na problematização, na concepção e na regulação dos 
conhecimentos de seu elemento de estudo: o ensino 
como prática social concreta.
 Faremos a seguir a leitura de um texto que trata 
das mudanças educacionais no contexto social. E como 
essas mudanças tiveram parceria na reforma educacional 
de forma sistemática.
TEXTO COMPLEMENTAR
As estratégias de mudança educacional têm um caráter 
sistêmico.
Uma mudança educacional nas inovações implica, além 
disso, que se passe de um enfoque de mudança centra-
do na oferta para um enfoque baseado no papel ativo 
da demanda. As reformas tradicionais caracterizam-se, 
assim, pela tentativa de mudar sempre algum aspecto 
específico da oferta educacional: os conteúdos, a es-
trutura do sistema, o equipamento, o pessoal docente.
Por fim, é preciso mencionar que outro traço importan-
te das estratégias de reforma aplicadas no passado foi 
sua concentração na mudança de determinado elemento 
considerado fator-chave da reforma educacional: aumen-
to dos salários dos docentes, reforma dos conteúdos, 
reforma institucional, equipamentos, infraestrutura, etc. 
A avaliação dessas mudanças permite observar que um 
dos principais fatores que explicam seus modestos resul-
tados é o enfoque unidimensional com que foram aplica-
das. As mudanças educacionais dependem da interação 
de múltiplos fatores, que atuam de forma sistêmica.
Mas reconhecer o caráter sistêmico não significa que 
seja necessário ou possível modificar tudo ao mesmo 
tempo. Significa, sim, que em determinado momento é 
preciso levar em conta as consequências da modificação 
de um elemento específico sobre os demais fatores. 
45Tema 1 | Educação, História e Evolução Didática
O problema central das reformas é, portanto, estabelecer 
a sequência e a medida que deve cada um dos componentes 
do sistema. A experiência indica que esses aspectos 
(sequência e medida) podem ser definidos mais facil-
mente no âmbito local do que no nível central. É prati-
camente impossível determinar uma sequência similar 
para contextos sociais, geográficos e culturais muito 
diferentes. Essa é mais uma razão pela qual se defende 
atualmente a necessidade de dar prioridade às mudanças 
institucionais, destinadas a oferecer às instituições maior 
grau de autonomia para definir sua própria estratégia de 
melhoramento.
Fonte: TEDESCO, Juan Carlos. O novo pacto educativo. São Paulo – SP: 
Ática, 2004, p.137.
Indicação de Leitura Complementar
OLIVEIRA, M. R. S. A reconstrução da didática: elementos 
teóricos- metodológicos. Campinas- SP: Papirus, 1992.
Partindo de uma concepção dialético-materialista do 
ensino, Maria Rita Oliveira de Oliveira defende que 
a Didática rompa com o tecnicismo e volte-se a uma 
prática educativa transformadora da realidade social. A 
autora pensa o ensino na perspectiva da prática social, 
como uma “totalidade concreta”. As diversas dimen-
sões do fenômeno ensino (histórica, ideológica, antro-
pológica e epistemológica) delineariam os elementos 
teórico- metodológicos do campo da Didática.
PIMENTA, S.G. (org.). Saberes pedagógicos e atividades 
docentes. São Paulo: Cortez, 1999.
Esse livro inclui a contribuição de vários autores sobre a 
articulação entre os saberes pedagógicos e a prática do-
Didática46
cente. Os temas abordados são identidades do profes-
sor na sociedade contemporânea e autonomia na escola. 
Textos relacionados à compreensão de contextos histó-
ricos, sociais e organizacionais no âmbito da Didática.
PARA REFLETIR
Após o estudo sobre a Evolução histórica da Didática, 
quais as contribuições que esse desenvolvimento trouxe 
para a Didática contemporânea? 
RESUMO
Nesse tema vimos os conceitos sobre: educação, ensino 
e instrução, relatando minuciosamente elos existentes 
entre essas três esferas e como a sociedade pode ser 
instruída sem ser educada e vice-versa. 
Vimos ainda que a forma de ensino baseava-se na con-
cepção de que o ser humano era semelhante a um pe-
daço de cerca ou argila úmida, que pode ser modelado 
a todo instante. 
Além disso, estudamos as passagens sobre a evolução 
da Didática e seus precursores e como essa revolução 
tem ajudado a moldar os aspectos sociopolíticos da nos-
sa sociedade. 
Na mesma linha de raciocínio, discutimos os preceitos 
da ação didática em face de conceitos de vários autores 
e estudiosos.
Planejamentos e Projetos 
Educacionais2
Nesse momento trataremos da grande importância do planejamento, 
esse se faz necessário e constante em todas as áreas da vida do ser huma-
no. É importante ressaltar que planejar também é característica inerente ao 
trabalho do educador, pois sistematiza e organiza a ação docente, eviden-
ciando as formas e princípios para elaboração do Planejamento educacional, 
escolar, curricular e de ensino.
Abordaremos neste tema análises sobre os tipos de planejamentos e 
projetos, conceituando-os e caracterizando-os de modo que todos tenham 
uma relação entre si.
Didática48
2.1 Definição de planejamento e planos.
A maioria dos profissionais da educação, quando 
pensa na sala de aula, visa logo algumas sugestões bem 
interessantes para dinamizar sua aula, gerando no aluno 
interesse e perspectiva de uma aprendizagem satisfatória. 
Na grade curricular existem conteúdos definidos 
a cada série, o que acaba muitas vezes dificultando o 
fazer dos docentes na seleção e organização de alguns 
temas que possam ter ligações entre si, ou objetivando 
o interesse dos alunos, usando a interdisciplinaridade. 
Talvez essa relação ainda seja um tanto difícil, 
mas o professor pode e deve planejá-la e organizá-la 
visando uma junção entre esses conteúdos. 
É de suma importância que o professor promova 
em sua aula um ambiente de pesquisa, de descobertas, 
e discussão em grupo, tornando a sala de aula um espaço 
de trocas de informações e interesse dos discentes. 
 
O professor, por exemplo, numa aula de português 
poderá usar uma receita de bolo, e pedir aos alunos que 
façam uma análise sobre as classes gramaticais existentes 
naquela receita, ou até mesmo estudar assuntos 
relacionados à ciência, pedindo que destaquem as 
vitaminas existentes nos produtos que serão usados 
para fazer o bolo.
49Tema 2 | Planejamentos e Projetos Educacionais
Mas, para que esse espaço em sala de aula torne-se 
de fato um ambiente atrativo para descobertas educativas, 
se faz necessário que o professor trabalhe um processo de 
operações
mentais envolvendo: análise, reflexão, definição, 
seleção, estruturação e distribuição de conteúdos, em 
busca de retornos significativos para aprendizagem dos 
alunos.
Gandin (1983) afirma que o processo educativo 
deveria ocupar um status obrigatório em todas as 
atividades humanas: é a compreensão do processo de 
planejamento como um processo educativo. É evidente 
que esta finalidade só é alcançada quando o processo 
de planejamento é concebido como prática que subli-
nhe a participação, a democracia19, a libertação. Então 
o planejamento é uma tarefa vital, união entre a vida 
e técnica para o bem estar do homem e da sociedade.
Quando falamos em planejamento, a primeira coisa 
que pensamos sobre o seu principal objetivo é a eficiência. 
E quando pensamos em eficiência, logo chegamos a um 
conceito que é a capacidade para produzir.
Podemos citar alguns exemplos práticos 
sobre eficiência:
 O médico é eficiente quando, ao descobrir a 
doença, busca meios para curá-la;
 O motorista é eficiente quando é prudente 
no trânsito.
Os planejamentos e planos tornam-se peças 
fundamentais na busca de eficiência, portanto, ao elaborar 
planos são estabelecidos procedimentos ligados a 
planejamento, visando eficácia na execução do que foi 
pretendido.
Na verdade, que eficiência é a principal finalidade 
do planejamento. O intuito central do ato de planejar é 
19 (“demo+kratos”) é 
um regime de governo 
onde o poder de 
tomar importantes 
decisões políticas 
está com os cidadãos 
(povo), direta ou indi-
retamente, por meio 
de representantes 
eleitos — forma mais 
usual. Uma democracia 
pode existir num sis-
tema presidencialista 
ou parlamentarista, 
republicano ou monár-
quico.
As Democracias podem 
ser divididas em dife-
rentes tipos baseados 
em um número de 
distinções. A distinção 
mais importante acon-
tece entre democracia 
direta (algumas vezes 
chamada “democracia 
pura”), na qual o povo 
expressa a sua von-
tade por voto direto 
em cada assunto par-
ticular, e a democracia 
representativa (algu-
mas vezes chamada 
“democracia indireta”), 
na qual o povo 
expressa sua vontade 
através da eleição de 
representantes que 
tomam decisões em 
nome daqueles que os 
elegeram.
Outros itens impor-
tantes na democracia 
incluem exatamente 
quem é “o Povo”, 
isto é, quem terá 
direito ao voto; como 
proteger os direitos 
de minorias contra a 
“tirania da maioria” e 
qual sistema deve ser 
usado para a eleição 
de representantes ou 
outros executivos.
http://pt.wikipedia.org/
wiki/Democracia
Didática50
a constante busca da melhoria do funcionamento do sis-
tema educacional, tornando o professor mais bem pre-
parado para as adversidades, uma vez que a realidade 
educacional é bastante dinâmica e nunca será possível 
presumir quando o problema irá acontecer. O planeja-
mento nesse caso dá ao educador capacidade de racio-
nalização, organização e coordenação das suas ações. 
 
Você deve estar se perguntando: o que são 
planejamento e plano?
O planejamento parte da análise de uma condição 
da realidade, busca-se através dele, possíveis resoluções 
e alternativas para vencer as dificuldades e almejar os 
objetivos propostos. É importante saber que a principal 
função do planejamento não é se preocupar somente 
com o “fazer bem” no processo educacional, mas que 
se façam as coisas que realmente importa fazer, o que a 
sociedade precisa e deseja.
Já o plano é a conclusão, o ponto mais alto do 
processo mental e organizacional do planejamento. 
Contudo, esse é muito importante no processo de 
planejamento, mas vale lembrar que mais importante 
do que os planos é todo o processo de desmembrá-lo. 
 Em consequência das definições em torno de 
planejamento, podemos chegar a uma conclusão de que 
esse transforma a realidade em um encaminhamento 
pretendido, e organiza a própria ação, introduzindo 
procedimentos de intervenção da realidade e aproxi-
mando-a de um ideal.
51Tema 2 | Planejamentos e Projetos Educacionais
O processo de planejamento deve ser destacado 
através de indagações que direcionam o ato de planejar. 
Essas indagações podem ser:
 O que queremos alcançar?
 A que distância estamos daquilo que queremos 
alcançar?
 O que faremos concretamente (no tempo 
previsto) para sanar essa distância?
Existem diversas formas e meios de alcançar es-
sas premissas20, no entanto, se não forem seguidas de 
forma lógica e que uma tenha relação com a outra, po-
demos dizer, enfim, que não houve planejamento. 
O que queremos alcançar?
 
Essa pergunta baseia-se em prospecção de fatos, 
os quais fazem parte de uma tomada de decisão quando 
queremos alcançar algo, ou seja, constitui-se em cap-
tação de maneira correta do que se procura praticar, 
estabelece parâmetros para a consecução das metas que 
foram traçadas.
A que distância estamos daquilo que 
queremos alcançar?
20 Ideia ou fato 
inicial de que se 
parte para formar 
um raciocínio ou um 
estudo.
Lóg. Cada uma das 
duas proposições, a 
maior e a menor, de 
um silogismo.
(Do lat. praemissa)
http://www.dicionarioweb.
com.br/premissa.html
Didática52
Tendo ciência de onde queremos chegar e o que 
falta para tal, devemos agora fazer um levantamento 
de informações relacionando com a realidade do 
que estamos fazendo, transformando essa relação com 
aquilo que queríamos que fosse. Então, a verdadeira 
essência dessa pergunta está basicamente na comparação 
entre as coisas que fazemos e as que esperávamos que 
fossem feitas. Essa ação é chamada de diagnóstico.
O que faremos concretamente 
(no tempo previsto) para sanar essa distância?
Uma vez respondidas as questões anteriores, 
estabelece uma fundamentação no planejamento: o que 
é imprescindível21 e possível concretamente para estrei-
tar caminhos entre a distância existente no que se faz 
e o que deveria estar fazendo. A isso chamaremos de 
programação, onde são incluídos objetivos que visam ações 
que estabelecemos realizar em certo período para alcançar re-
sultados desejados, e as políticas de ação responsáveis pelos 
princípios que guiarão nossa ação no período determinado 
pelo plano.
No mesmo contexto sobre as diretrizes do plane-
jamento ainda temos a execução (ação de acordo com 
o que foi previsto) e avaliação (análise contínua sobre 
aspecto e característica do projeto). 
Em suma, planejar é: 
Elaborar – tomar decisões em torno da concepção 
de sociedade que queremos e pretendemos formar, 
quais as ações educacionais que devem ser tomadas 
para chegar a resultados satisfatórios;
Executar – agir sempre em semelhança com o que 
foi proposto;
Avaliar – examinar todo o processo de planeja-
mento e cada uma das ações, assim como os docu-
mentos que regem cada um desses procedimentos.
21 adj. 2 gén.
1. De que se não 
pode prescindir.
2. Indispensável.
http://www.priberam.pt/
dlpo/default.x?pal=consecu
%u00e7%u00e3o
53Tema 2 | Planejamentos e Projetos Educacionais
PARA REFLETIR
Como vocês perceberam, o planejamento é um processo 
de previsão de necessidades, visando alcançar objetivos 
concretos em um determinado tempo. O ato de planejar 
é fundamental também para evitar alguns problemas no 
campo da educação. Façam um levantamento dos tipos 
de planejamentos existentes nas escolas das cidades de 
vocês. Discutam em grupo sobre esse tema.
Nesse momento vamos analisar um panorama sobre a 
representação básica dos processos de planejamento 
feito por Gandin (1983, p. 26).
A presença da mesma letra (A, B, C), indica uma correspondência entre 
os tópicos.
PARTES SIGNIFICADO QUESTÕES FUNDAMENTAIS
MARCO REFERENCIAL
a)Marco Situacional
b)Marco Doutrinal
c)Marco Operativo 
 
É o ideal Como é a realidade global? 
O que pretendemos alcançar 
nesse texto?
Como deve ser 
nossa ação para atingir o que 
pretendemos?
DIAGNÓSTICO É a comparação entre o 
ideal e o real
b) Até que ponto estamos con-
tribuindo para que o mundo 
seja como pretendemos que 
fosse?
c) A que distância está nossa 
instituição do ideal que dela 
fizemos?
PROGRAMAÇÃO
Inclui: objetivos, políti-
cas e estratégias, res-
ponsáveis, e demais ins-
trumentos de execução
É a proposta de ação O que faremos no decorrer do 
plano (orientações da ação e 
ações concretas) para contri-
buir mais na direção do que 
pretendemos alcançar e para 
diminuir a distância entre o 
ideal e o real de nossa ins-
tituição?
Didática54
Desse modo, fizemos uma análise sobre os processos de 
elaboração de Planejamento. 
O panorama acima permite a sua utilização para diversos 
tipos de planejamento, seu alcance é denso e abrangente, 
e admite uma captura de maneira coesa e correta do que 
se procura fazer.
É necessário salientar que existem vários níveis de 
planejamento, e é possível encontrar dentro do âmbito 
da literatura especializada em educação e educação 
escolar, vários livros especificando esse assunto.
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
Para se aprofundar mais sobre o assunto, ler:
GANDIN, Danilo. Planejamento como prática educativa. 
11. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2000.
Faz relatos sobre os diversos tipos de planejamentos 
e planos educacionais, enfatizando os procedimentos e 
diretrizes que devem ser tomadas como base para de-
senvolvimento educacional.
MELO, Osvaldo Ferreira. Teoria e prática do planejamento 
educacional. 3. ed. Rio Grande do Sul: Globo, 1979.
O autor faz ressalvas sobre a Pedagogia e a Educação. 
Salienta também planejamento educacional com ênfase 
em teoria e prática. Nesta obra, o autor destaca doutrinas 
educacionais e Metodologia na educação.
55Tema 2 | Planejamentos e Projetos Educacionais
PARA REFLETIR
Os planejamentos são importantes no contexto educa-
cional. Façam uma reflexão em torno dessa afirmação e 
discutam em grupo.
2.2 Os tipos de planejamentos didáticos
Agora que já sabemos as definições de planeja-
mento, vamos destacar os tipos de planejamento didáti-
cos, destacando características de cada um deles.
 
Planejamento Educacional
Qualquer atividade que desenvolvemos exige 
planejamento. Em se tratando da educação não é dife-
rente, uma vez que a elaboração desse tipo de plane-
jamento necessita da posição de objetivos em longo 
prazo que definam uma política da educação.
Em consequência da importância adquirida pela 
educação no nosso dia a dia como fator de desenvolvi-
mento, e levando-se em consideração diversas variáveis 
que o atinge, é necessário que haja planejamento.
O planejamento educacional consiste num proces-
so sistêmico, ou seja, a nível nacional, estadual e muni-
cipal. E resume-se no processo de avaliação e reflexão 
das várias fases do sistema educacional, para denomi-
nar as suas objeções e antecipar os meios de solução. 
Para tanto, alguns objetivos precisam ser estabelecidos.
Didática56
Para Coaracy (1972, p.79) os objetivos estabelecidos
do planejamento educacional são:
 Relacionar o desenvolvimento do sistema 
educacional com o desenvolvimento econômico, 
social, político e cultural do país, em geral e 
de cada comunidade, em particular;
 Estabelecer as condições necessárias para 
o aperfeiçoamento dos fatores que influem 
diretamente sobre a eficiência do sistema 
educacional (estrutura, administração, finan-
ciamento, pessoal, conteúdo, procedimentos 
e instrumentos);
 Alcançar maior coerência interna na deter-
minação de objetivos e nos meios mais 
adequados para atingi-los;
 Conciliar e aperfeiçoar a eficiência interna e 
externa do sistema.
A educação como fator de mudanças está em fre-
quente transformação de acordo com a sociedade, obten-
do desta uma série de influências. O processo educacional 
é sistematizado de tal forma que, à medida que atenda 
a algumas solicitações da sociedade, contribui também 
para aprimoramento da mesma. Por isso, a grande 
importância de um planejamento voltado para o sistema 
social, visando oferecer instrumentos para melhorias na 
sociedade.
Para cumprir com o que lhe é designado, o sistema 
educacional deve ter alguns requisitos indispensáveis, 
segundo a conclusão do Seminário Interamericano realizado 
pela UNESCO21, 1958:
 Aplicação do método científico na investigação 
da realidade educativa, cultural, social e eco-
nômica do país;
21 A UNESCO foi 
criada em 16 de 
novembro de 1945, 
para promover a 
paz e os direitos 
humanos com base 
na “solidariedade 
intelectual e moral 
da humanidade”. É 
uma das agências 
das Nações Unidas 
para incentivar a 
cooperação técnica 
entre os Estados 
membros.
Ao tempo de 
sua criação, o 
mundo acabara 
de experimentar 
a maior catástrofe 
de sua história - a 
Segunda Grande 
Guerra Mundial. 
Os representantes 
dos países aliados, 
percebendo a 
importância e 
o alcance da 
cooperação intelec-
tual entre os povos, 
decidiram criar uma 
Organização para 
ser um sistema de 
vigilância e alerta, 
em defesa da paz, 
da solidariedade e 
da justiça.
http://www.direitoshumanos.
usp.br
57Tema 2 | Planejamentos e Projetos Educacionais
 Apreciação objetiva das necessidades, para 
satisfazê-las a curto, médio e longo prazo; 
 Apreciação realista das possibilidades de re-
cursos humanos e financeiros a fim de asse-
gurar a eficácia das soluções propostas;
 Previsão dos fatores mais significativos que 
intervêm no desenvolvimento;
 Coordenação dos serviços da educação e des-
tes com os demais serviços do Estado, em 
todos os níveis da administração pública;
 Avaliação periódica dos planos e adaptação 
constante destes mesmos às novas necessi-
dades e circunstâncias; 
 Flexibilidade que permita a adaptação do 
plano às situações imprevistas ou imprevisí-
veis;
 Formulação e apresentação do plano como 
iniciativa e esforços nacionais, e não como 
esforço de determinadas pessoas, grupos ou 
setores.
Planejamento Escolar
Quando se trata de planejamento geral de 
atividades de uma escola, estamos nos referindo a 
Planejamento Escolar. As ações pedagógicas que o 
envolve devem ser realizadas por todos os membros 
pertencentes à escola.
Sabemos que o planejamento não é somente 
uma atividade sistematizada exigida pela entidade 
administrativa escolar, mas o ponto de partida para o 
Didática58
desenvolvimento da prática pedagógica. Ele não é algo 
provisório e sim um processo que se estende durante o 
decorrer de todo ano letivo.
O planejamento escolar deve ser elaborado com 
a participação de todos os envolvidos no âmbito escolar 
(alunos, professores, funcionários e pais de alunos), como 
também a conclusão desse planejamento, que é o que 
chamamos de plano escolar.
 Segundo Haidt (2006, pp.96-97), ao realizar o 
processo de planejamento geral de suas atividades cada 
escola segue um esquema de ação. 
 
Vejamos as etapas a serem seguidas:
 Sondagem e diagnóstico da realidade da escola:
 - Característica da comunidade;
 - Característica da clientela escolar;
- Levantamentos dos recursos humanos e materiais 
disponíveis;
- Avaliação da escola como um todo no ano 
anterior (evasão, repetência, porcentagem, 
qualidade do ensino ministrado, etc.).
59Tema 2 | Planejamentos e Projetos Educacionais
 Definição dos objetivos e qualidades da escola.
 Proporção da organização geral da escola no 
que se refere a:
- Quadro curricular e carga horária dos diversos 
componentes do currículo;
- Calendário escolar;
- Critérios de agrupamentos dos grupos;
- Definição do sistema de avaliação, contendo 
normas para a adaptação, recuperação, reposição 
de aulas,
compensação de ausência e promoção 
dos alunos.
 Elaboração do plano de curso contendo as 
programações das atividades curriculares.
 Elaboração do sistema curricular da escola, com 
a participação de todos os membros da escola, 
inclusive do corpo discente.
 Atribuições de funções a todos os participantes 
da equipe escolar: direção, corpo docente, cor-
po discente, equipe pedagógica, equipe admi-
nistrativa, equipe de limpeza e outros.
Planejamento Curricular
Habitualmente costuma-se conceituar currículo como 
conjunto de disciplinas cada uma organizada numa 
sequência lógica em relação aos conteúdos.
A primeira medida a ser tomada ao elaborar o 
planejamento curricular é a transparência da concepção 
filosófica acerca dos objetivos da ação pedagógica. 
Didática60
Segundo Taba, mencionado por Traldi (1984, p. 37), o 
planejamento do currículo deve partir de uma pesquisa 
das necessidades socioculturais dos educandos, de onde 
serão determinados os objetivos, os conteúdos, as 
atividades de aprendizagem e os meios de avaliação.
Para Taba o planejamento do currículo segue uma
linha de etapas, tais como:
- Seleção de conteúdos;
- Seleção de experiências ou atividades de 
aprendizagem; 
- Avaliação.
É importante lembrar que no ato da elaboração do 
planejamento curricular, os vários componentes curriculares, 
ou seja, todas as disciplinas devem tendenciar para uma 
reorganização no aluno, essencialmente para o conheci-
mento humano. Dessa forma, as escolas não devem sim-
plesmente realizar o que é determinado pelos órgãos 
oficiais. É papel dela interpretar e concretizar esses 
currículos, adequando-os a situações reais, escolhendo 
experiências e costumes que poderão cooperar para 
atingir os objetivos dos alunos.
Em síntese, o currículo pode então ser conceituado 
como a totalidade de experiência. Sendo organizado e 
produzido pela escola.
Mediante os conceitos de planejamento curricular, 
nota-se que esse merece minuciosos cuidados sobre a 
elaboração do mesmo pela escola.
Segundo Sarubbi (1971, p. 34), o planejamento 
curricular consiste na atividade que envolve as disciplinas 
com o objetivo de organizar um sistema de relações lógicas 
dentro de um ou vários campos de conhecimento, visando 
favorecer ao máximo o processo ensino-aprendizagem.
61Tema 2 | Planejamentos e Projetos Educacionais
O autor destaca os seguintes objetivos do
planejamento curricular:
 Selecionar experiências que atendam simulta-
neamente aos interesses, às necessidades e 
aspirações do educando e da sociedade.
 Organizar as experiências numa sequência 
lógica e psicológica que favoreça o desenvol-
vimento integral do educando.
 Facilitar o estabelecimento de objetivos pelos 
docentes da escola.
 Incentivar, mediante ambiente próprio criado 
entre os componentes da escola, o desenvol-
vimento das atividades educativas.
Ainda seguindo essa lógica em função dos objetivos,
estabelece dos planejadores:
a) Atualização em relação aos processos alcança-
dos nos campos das ciências, das artes e da 
tecnologia.
b) Capacidade para aproveitar os novos meios e 
as novas técnicas a serviço da escola.
c) Percepção e a sensibilidade para com os pro-
blemas constatados numa realidade escolar e 
habilidade para a escolha das melhores solu-
ções para os mesmos.
d) Visão prospectiva das mudanças que rapida-
mente ocorrem na sociedade.
e) Capacidade de aperfeiçoar recursos humanos 
e materiais
Didática62
Planejamento de ensino
Uma vez organizado o planejamento curricular, 
cabe agora ao professor planejar as tarefas que serão 
desenvolvidas com seus alunos, para alcançar tudo que 
foi traçado no planejamento curricular.
Mattos (1968, p.140) assim conceitua planejamento 
de ensino:
“Previsão inteligente e bem calculada de todas 
as etapas do trabalho que envolvem as atividades 
docentes e discentes, de modo a tornar o ensino 
seguro, econômico e eficiente.”
Podemos dizer, então, que planejamento de ensino 
é na verdade uma descrição do planejamento curricular, 
e fundamenta-se em explanar de forma mais detalhada 
e sólida o que o educador realizará em sala de aula para 
que os discentes possam atingir os objetivos educacionais 
almejados.
Uma forte característica do planejamento de ensino é 
o bom relacionamento que deve existir entre o professor 
e o aluno. E em linhas gerais, segue três objetivos, que são:
- Orientar racionalmente;
- Orientar os alunos a buscarem os objetivos do 
ensino;
- Averiguar o desenvolvimento do processo 
educacional.
Importante ressaltar que para planejar, o professor 
precisa conhecer minuciosamente a realidade em que 
irá operar, considerando as necessidades dos alunos, as 
especialidades da comunidade e as diretrizes da escola.
No terceiro tema desse livro, estudaremos os tipos 
de planejamento de ensino, de acordo com o seu nível 
de especificidade crescente.
63Tema 2 | Planejamentos e Projetos Educacionais
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
NEIRA, Marcos Garcia. Por dentro da sala de aula: con-
versando sobre a prática. São Paulo: Phorte, 2004.
O livro traz um novo olhar sobre a prática pedagógica. 
Distribuídos em diversos textos que afligem a todos os 
atores da nova escola.
SANT’ANNA, F. M.; ENRICONE, D.; ANDRÉ, L.; TURRA, C. 
M. Planejamento de ensino e avaliação. 11. ed. Porto 
Alegre: Sagra / DC Luzzatto, 1997.
Surgido de uma pergunta comum a professores de di-
dática - como ensinar a planejar e a avaliar? - este livro 
apresenta os conceitos básicos, as etapas e a estrutura 
do planejamento. Propõe um estudo sobre objetivos, 
conteúdos, procedimentos, recursos de ensino e avalia-
ção do ensino-aprendizagem. Indica sugestões concretas 
para a elaboração de planos de ensino, além de trazer 
outras opções existentes que podem interessar educa-
dores e planejadores da educação
PARA REFLETIR
Você concorda que para o método do planejamento é útil 
e, sobretudo, muito importante o conhecimento que se 
tenha do aspecto da realidade? Faça uma reflexão e discu-
ta no fórum do AVA sobre o assunto com os seus colegas.
Para Martins (1988, p. 84), o planejamento educacional é 
feito em nível de sistema educacional, por exemplo, para 
rede de escolas oficiais de uma cidade, estabelecendo a 
política educacional, as estratégias de ação, os recursos, 
o cronograma das atividades.
Didática64
2.3 Elaboração e procedimentos de projetos
Projeto é uma palavra que ouvimos com muita 
frequência em todos os aspectos da nossa vida, seja nos 
jornais, revistas, televisão, sempre nos deparamos com 
a expressão ligada a projetos.
Segundo Machado (1997), projeto vem do latim 
projectu, particípio passado de projicere, cujo significado é 
“Lançar para diante”. Vamos verificar ainda que pode 
também significar plano, intento, empreendedorismo.
De acordo com as palavras do autor, Projeto é 
algo relacionado à antecipação de ideias que poste-
riormente poderão ser concretizadas. 
 Dessa forma, projetos desenvolvidos no âmbito 
escolar são na verdade procedimentos que buscam uma 
melhor dinâmica e desafia os alunos a encontrar 
melhores soluções para velhos e novos problemas. 
Assim como faz o bom professor ao lançar um projeto 
para a classe, todo educador compartilha com o educan-
do a importância de agir coletivamente.
O desejo de todo professor envolvido no processo 
educacional é trabalhar em função do mesmo, visando 
o conhecimento de sua história, para que, consequente-
mente, possa fazer intervenções futuras. Essa ação pode 
ser classificada Projetos educacionais. 
Os projetos ligados à educação têm função trans-
formadora e subsidiam a ação pedagógica, fazendo 
com que o professor
realize uma reflexão sobre o cotidiano 
escolar e como direcionar a prática docente e discente de 
forma conjunta, fortalecendo assim o sucesso de ambos 
no sistema de desenvolvimento do conhecimento.
A proposta de trabalhar com projetos é essen-
cialmente para proporcionar aos professores e alunos 
ambientes favoráveis ao ensino e aprendizagem. Por 
isso a grande importância da elaboração das temáticas 
em conjunto com os alunos. Ela estimulará os mesmos 
e fará com que eles sintam-se valorizados, uma vez que 
65Tema 2 | Planejamentos e Projetos Educacionais
as suas opiniões foram levadas em consideração, e que 
servirá de produto fundamental para aprendizagem.
De forma célere22, somos tomados a cada momento 
pela evolução e transformação de processo por parte 
educacional, essa constante mudança deve também ser 
adotada pelos professores. 
As inovações feitas embasadas em Projetos, sem 
sombra de dúvidas, foram um salto para o acompanha-
mento da globalização. Parte das instituições preocupa-
rem-se com a forma de planejamento, mediante a reali-
dade de cada escola. Hoje os projetos são utilizados 
para dar forma e conteúdo ao processo de ensino em 
sala de aula.
De acordo com a demonstração a seguir, podemos 
analisar o ciclo do contexto de introdução de projetos.
 
 
 
O termo Projeto tem sido comumente usado no 
cotidiano escolar. Esse tópico, assim como outros refe-
rentes aos conhecimentos da humanidade, estará em 
permutação constante. 
Diversas são as atividades humanas desenvolvidas 
através de projetos, assim busca-se uma nova forma de 
organizar e realizar as atividades desenvolvidas. 
22 Ligeiro, rápido.
http://www.
priberam.pt/dlpo/default.
aspx?pal=célere
Didática66
Tipologia de Projetos na área educacional, e suas
definições.
Projetos de Intervenção – esses são desenvolvidos 
no sistema educacional, promovendo intervenções, no 
contexto estudado. Fazendo modificações positivas na 
organização e na operação do sistema.
Projetos de Pesquisa – têm como objetivo obter 
conhecimentos em torno de algum problema, funda-
mentados em realização experimental.
 
Projetos de Desenvolvimento – responsáveis pela 
elaboração de novos sistemas e atividades. Como por 
exemplo, a implantação de disciplinas na grade curricular.
 
Projetos de ensino – são elaborados dentro de 
uma (ou mais) disciplina(s), regido a melhoria do processo 
ensino-aprendizagem.
Projetos de Trabalho – são projetos desenvolvidos 
por alunos, no contexto escolar, onde o professor orienta, 
e tem como finalidade a aprendizagem de definições 
e desenvolvimento das competências e habilidades. 
Especialmente por serem desenvolvidos pelos próprios 
discentes, é um projeto mais comumente empregado, 
pois tem uma aplicabilidade onde o conhecimento se 
torna parte integrante do projeto, que o aluno aprende 
enquanto desenvolve.
Dessa forma, convém ressaltar que Hernandez23 & 
Ventura (1998, p.28) dizem que a introdução dos Projetos 
de Trabalho nas instituições de ensino pode ser elaborada 
como meio de atrelar a teoria com a prática e com a 
finalidade de alcançar os seguintes objetivos:
23 Fernando Her-
nandez é Doutor em 
Psicologia e Profes-
sor de História da 
Educação Artística 
e Psicologia da Arte 
na Universidade de 
Barcelona.
Segundo a Revista 
Nova Escola, o 
autor baseia suas 
ideias em John 
Dewey (1859-1952), 
fi lósofo e pedagogo 
norte-americano 
que defendia a 
relação da escola 
com a vida e com 
a sociedade, dos 
meios com os fi ns 
e da teoria com a 
prática. 
http://educarparacrescer.
abril.com.br/aprendizagem/
materias_296380.shtml
67Tema 2 | Planejamentos e Projetos Educacionais
I. Abordar um sentido da globalização24 em que 
as relações entre as fontes de informação e os 
procedimentos para compreendê-la e utilizá-la 
fossem levados adiante pelos alunos e não 
pelo professor, como acontece nos enfoques 
interdisciplinares;
II. Introduzir a nova maneira do fazer do professor, 
na qual o processo de reflexão e interpretação 
sobre a prática fosse a pauta que permitisse ir 
tornando significativa a relação entre ensinar e 
aprender.
III. Gerar uma série de mudanças na organização 
dos conhecimentos escolares, tomando como 
ponto de partida as seguintes hipóteses:
a) Na sala de aula é possível trabalhar qualquer 
tema, o desafio está em abordá-lo com cada 
grupo de alunos e em especificar o que se 
pode aprender dele.
b) Cada tema se estabelece como um problema 
que deve ser resolvido, a partir de uma estru-
tura que deve ser desenvolvida e que pode 
encontrar-se em outros temas ou problemas.
c) A ênfase na relação entre ensino e aprendizagem 
é, sobretudo, de caráter procedimental e gira 
em torno do tratamento da informação.
d) O docente ou equipe de professores não são os 
únicos responsáveis pela atividade que se realiza 
em sala de aula, mas também o grupo-classe 
tem um alto nível de implicação, na medida em 
que todos estão aprendendo e compartilhando 
o que aprende.
24 A globalização é 
um dos processos de 
aprofundamento da 
integração econômica, 
social, cultural, 
política, que teria sido 
impulsionado pelo 
barateamento dos 
meios de transporte e 
comunicação dos paí-
ses do mundo no fi nal 
do século XX e início 
do século XXI. É um 
fenômeno gerado pela 
necessidade da dinâ-
mica do capitalismo 
de formar uma aldeia 
global que permita 
maiores mercados para 
os países centrais 
(ditos desenvolvidos) 
cujos mercados 
internos já estão 
saturados. O processo 
de Globalização diz 
respeito à forma como 
os países interagem e 
aproximam pessoas, 
ou seja, interliga o 
mundo, levando em 
consideração aspectos 
econômicos, sociais, 
culturais e políticos. 
Com isso, gerando 
a fase da expansão 
capitalista, onde 
é possível realizar 
transações fi nanceiras, 
expandir seu negócio 
até então restrito 
ao seu mercado de 
atuação para mercados 
distantes e emergentes, 
sem necessariamente 
um investimento alto 
de capital fi nanceiro, 
pois a comunicação 
no mundo globalizado 
permite tal expansão, 
porém, obtém-se 
como consequência o 
aumento acirrado da 
concorrência.
Didática68
e) Podem ser trabalhados as diferentes possibilida-
des e interesses dos alunos em sala de aula, 
de forma que ninguém fique desconectado e 
cada um encontre um lugar para sua implicação 
e participação na aprendizagem.
 Percebemos, então, que nessa relação entre a 
teoria e prática os projetos são fundamentados mais em 
algo concreto do que em desenvolvimento.
 A asserção de Projetos de Trabalho está ligada 
à previsão do conhecimento globalizado. Quando se 
articula esses conhecimentos aos escolares, estabele-
cem-se formas de organização as atividades no processo 
de ensino e aprendizagem.
Devemos levar em consideração os benefícios 
proporcionados pelos projetos, e como os mesmos 
contribuem para a criação de estratégias no tocante à 
organização dos conhecimentos escolares em relação à 
forma que a informação é tratada; à ligação entre os 
diferentes conteúdos em volta dos problemas e às su-
posições que ajudem aos alunos na construção de seus 
conhecimentos.
Um projeto pode ser constituído pelos
seguintes critérios:
 A exposição de conceitos;
 Uma problemática geral ou particular;
 Uma série de perguntas inter-relacionadas;
 Uma temática que busque interesse por parte 
do aluno, onde se possa trabalhar de forma 
prazerosa.
69Tema 2 | Planejamentos e Projetos Educacionais
PARA REFLETIR
Pesquisem nas escolas de sua comunidade quais os 
projetos aplicados durante o ano letivo. 
Será que as escolas aplicam de fato esses projetos? 
Discutam em grupo as respostas obtidas.
 
Muito embora tenham sido destacados
os critérios acima, 
ao desenvolver um projeto devemos saber que esses 
são processos contínuos que não devem ser reduzidos a 
um esquema com objetivos e etapas. Deve-se desenvol-
ver uma concepção de conhecimentos como produção 
em conjunto. 
O elemento principal para se trabalhar com projetos 
não é a origem do tema e sim o tratamento que 
é dado a ele, uma vez que é preciso estimular o 
trabalho com a intenção de que se torne convidati-
vo e interessante para o grupo e não apenas para 
alguns alunos ou professor. Para tanto, o projeto deve 
ser considerado como subsídio, como uma ajuda, uma me-
todologia de trabalho direcionada a dar vida ao conteúdo, 
transformando a escola em um ambiente atraente.
Contudo, ao desenvolver um projeto de trabalho, 
os docentes devem saber que algumas etapas de-
vem ser seguidas:
A intenção é a primeira delas, a partir da qual o docente 
estabelece e organiza seus objetivos, visando às neces-
sidades do seu alunado para posteriormente problematizar 
o assunto que será abordado, instigando a curiosidade 
do aluno para elaboração do projeto.
Preparação e planejamento – nesse processo desenvolve-se 
o planejamento com as atividades principais, as estra-
tégias, o tempo de duração, levantamento do material 
?
Didática70
de pesquisa, e como será a conclusão do estudo do 
mesmo. Ainda nessa fase, o professor deve elaborar junto 
aos alunos o diagnóstico do projeto, cuja função é 
registrar os conhecimentos prévios sobre o tema (o que 
já sabemos), as curiosidades a respeito do tema (o que 
queremos saber), e onde pesquisar (como descobrir).
Realização ou desenvolvimento – é nessa etapa que su-
cede a realização das atividades planejadas, com a par-
ticipação ativa do alunado.
A última etapa é a Análise final – aqui acontece a 
avaliação dos trabalhos que foram elaborados e desen-
volvidos, dando oportunidade ao aluno de expressar os 
seus conceitos sobre a elaboração do projeto. Construindo, 
assim, saberes que provocam crescimento, no campo da 
ação cognitiva e social.
Ao formular um projeto, é fundamental que se tenha 
propostas de mudança da realidade. Quando os agentes 
que compõem a escola se propõem à mudança dentro 
de si, isso significa que esses influenciarão na transfor-
mação da realidade global.
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
HERNÁNDEZ Fernando; VENTURA, Montserrat. trad. Jussara 
Haubert Rodrigues. A organização do currículo por projetos 
de trabalho. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
O livro trata de Planejamento de Trabalhos realizados 
por professores, relatando os procedimentos relacionados 
aos tipos de projetos e planos.
71Tema 2 | Planejamentos e Projetos Educacionais
DIEGO, Fernando. Por um projeto educativo de rede. 
Portugal: Porto Codex, 1994.
 
O livro aborda os diversos tipos de projetos educacionais, 
ressaltando também sobre o sucesso educativo e cultura 
escolar. Fala das unidades de ensino básico e exigência 
de articulação interescolar.
PARA REFLETIR
Levando-se em consideração a importância da elabora-
ção de projetos educacionais no desenvolvimento cog-
nitivo e social, façam uma reflexão sobre elaboração e 
desenvolvimento de Projetos educacionais. E como os 
mesmos consistem numa mudança de postura na prática 
docente.
Didática72
2.4 Projeto escolar e curricular
O propósito de se trabalhar com projetos é inten-
cionalmente de proporcionar aos discentes uma atmos-
fera educacional mais propícia ao saber. Projeto escolar 
e projeto curricular andam juntos numa parceria que tem 
como finalidade criar recursos atraentes e possíveis, 
que propiciem aos alunos o interesse de participar 
ativamente das aulas.
O trabalho com projetos escolares viabilizam um 
grande envolvimento na prática do dia a dia, tornando 
possível a frequente meditação sobre a prática pedagógica, 
unindo as experiências realizadas com o contexto em 
que os alunos estão inseridos. 
Os temas escolhidos partem das necessidades 
existentes na realidade dos alunos, tais necessidades, 
devem ser percebidas pelo professor. Esse tem o papel 
de intercessor na sala de aula, tornando viável o 
trabalho por meio de frequentes observações da turma, 
verificando, assim, o que está provocando o interesse 
dos mesmos.
“O planejamento desenvolvido 
através de projetos pedagógi-
cos, tem por fundamento uma 
aprendizagem significativa. Eles 
podem se originar de brincadei-
ras, de leitura de livros, de even-
tos culturais, de áreas temáticas 
trabalhadas, de necessidades ob-
servadas quanto ao desenvolvi-
mento cognitivo do aluno. Vários 
projetos podem se desenvolver ao 
mesmo tempo, de tal forma que se 
dê a articulação entre o conheci-
mento científico e a realidade es-
pontânea do aluno, promovendo a 
cooperação e a interdisciplinaridade 
num contexto de jogo, trabalho e 
lazer.” (HOFFMANN, 1999, p. 43)
73Tema 2 | Planejamentos e Projetos Educacionais
Outro fato muito importante que deve ser levado 
em consideração é a realização do trabalho coletivo, 
resultando na execução de vários projetos: sociopolítico, 
educacional escolar e os planos de ensino de cada com-
ponente dos currículos. 
Fusari (1993, p. 72) sintetiza a necessidade desse 
encontro de projetos quando se refere à escola como 
lugar do entrecruzamento do projeto coletivo e político 
da sociedade com os planos educadores. São eles que 
viabilizam a possibilidade de as ações pedagógicas tor-
narem-se educacionais, na medida em que as impregna 
das finalidades políticas da cidadania que interessa ao 
educando. 
 O projeto escolar é composto de ferramentas 
educacionais baseadas na relação entre ensino e apren-
dizagem. O alicerce desse projeto é favorecer o apren-
dizado se utilizando da diversidade e não se baseando 
nas deficiências do alunado. São atividades de incentivo 
agregadas à grade curricular que, por sua vez, se compõe 
dos conteúdos moldados a cada série. A partir do projeto 
escolar originou-se o projeto curricular. 
Projeto curricular são as atividades desenvolvidas 
de forma interdisciplinar, para incentivar e reviver o 
conteúdo explanado, ou seja, a teoria virando prática. 
Essas atividades, também chamadas de atividades 
extracurriculares, são capazes de mobilizar os alunos 
de forma intensa, fazendo-os ter mais interesse pela ma-
téria. Exemplos desse tipo de projeto são as práticas de 
incentivo à leitura e os vários tipos de recursos didáticos 
utilizados em sala de aula. 
O projeto curricular designa principalmente a função 
de preencher os conteúdos relacionando a teoria e a 
prática educativa na escola.
Partindo de alguns aspectos metodológicos que 
podem ser acentuados nos currículos gerando ações de 
totalidade, conservando as características sobre o espírito 
humano das áreas de conhecimento e das disciplinas, 
Didática74
é interessante propor ideias através do planejamento 
curricular, no qual o processo pedagógico tenha como 
princípio:
 Selecionar assuntos e desenvolver objetos de 
estudos adequados à integração de conhe-
cimentos trabalhados nos referentes campos 
de conhecimento interdisciplinar, fazendo 
uso de livros didáticos e leituras de publicações 
de diversos tipos;
 Gerar trabalhos de acordo com a identidade 
escolar, dos discentes e da região, superando 
os aspectos sistemáticos e homogêneos 
contidos nos livros didáticos;
 Considerar a cultura global, fazendo ligação 
com os procedimentos da cultura local, 
respeitando os costumes, crenças, hábitos, 
interesses dos alunos;
 Fazer uso de diversos recursos pedagógicos 
oferecidos pelas escolas, servindo como ponte 
de ligação para aprendizagem, possibilitan-
do aos alunos conhecer infinitas ferramentas 
de ensino, bem como os aspectos históricos 
socioculturais que viabilizam o conhecimento 
científico;
 Explorar
materiais fora do contexto escolar, 
elaborando projetos operacionais, constituídos 
de ideias práticas, como: visitas a bibliotecas, 
cinemas, museus, parques da cidade, expo-
sição, como opção de estimular o interesse 
cultural dos alunos;
 Fazer análises das problemáticas existentes 
no contexto histórico, econômico, social e 
político;
75Tema 2 | Planejamentos e Projetos Educacionais
Quando é desenvolvido um bom projeto curricular 
nas entidades de ensino, estimula-se o interesse do 
alunado. Fazendo, no entanto, abordagens a partir de 
posições de qualidade significativa é preciso esclarecer 
dúvidas em definições e também na elaboração de 
situações de aprendizagem.
Como percebemos, o projeto curricular vai além 
da sala de aula, a essencialidade para a elaboração 
desse está basicamente no trabalho em conjunto.
 
 
O trabalho de melhoria do nosso sistema educa-
cional exige atuação em diversas dimensões e deter-
minações fundamentadas, concretas e criativas. Numa 
face, há melhorias nas instituições, no aspecto físico e 
recursos materiais e humanos, deixando as escolas e 
organizações educacionais aptas para o desenvolvimento 
das funções que lhes cabem. Na outra face, existem me-
lhorias nas condições de atendimento às novas práticas 
escolares.
Os projetos escolares e curriculares baseiam-se na 
busca de novos caminhos reais e concretos, onde todos 
(sujeitos envolvidos na educação) desempenhem suas 
tarefas e responsabilidades. Executar um projeto é como 
se fôssemos fazer uma viagem:
Didática76
Exemplo prático: 
Estamos em Aracaju (o que sabemos) e que-
remos ir a Maceió (o percurso significa o que 
vamos aprender). Assim, no ato da viagem 
teremos que tomar novas decisões. A apren-
dizagem se dá durante todo o processo e 
não envolve somente conteúdos. Desenvol-
vemos a capacidade de conviver, discutir, nos 
posicionar, buscar e avaliar todo o processo.
Os projetos ligados às escolas desenvolvem 
perspectivas políticas, afetivas e tecnológicas, para que 
o saber tenha significado de valores humanos. São essas 
as perspectivas que moldam a realidade, esclarecendo as 
cores e sabores no âmbito escolar.
A sociedade necessita da ação docente para 
realização dos seus fins, em contrapartida, os docentes 
precisam de extensão do seu trabalho para que sua 
manifestação promova uma mediação mais humanista 
nos educandos.
Percebemos, enfim, que as temáticas que envolvem 
tanto os projetos escolares quanto os curriculares não 
impõem limites para instruírem-se. Esse tipo de trabalho 
enaltece a construção de conhecimentos.
 Faz-se necessário um conhecimento prévio da 
escola que temos, fazendo uma reflexão coletiva a 
respeito da escola que queremos e viabilizar meios para 
vencer a discrepância entre o real comprovado e o real 
almejado. O registro e a documentação que concretiza 
esses propósitos sobre a escola é chamado de “Projeto 
Pedagógico”, que fundamenta a elaboração do “Plano 
da escola”, pois nesses deverão ser explanados os objetivos 
gerais e específicos e métodos para o alcance da eficiência. 
 Percebe-se então que trabalhar embasado nos 
conhecimentos prévios e experiência dos alunos motiva-os 
a entender com mais intimidade as complexas relações 
que existem no mundo. Um projeto nesse aspecto envolve 
diversos processos cognitivos, desde que relacione fun-
damentos da vida em sociedade.
77Tema 2 | Planejamentos e Projetos Educacionais
TEXTO COMPLEMENTAR
Elaboração do Projeto Curricular
De um modo geral, consideram-se duas posturas 
extremas em relação aos currículos: uma postura 
centralizadora e uma descentralizadora. No primeiro 
caso, temos o currículo completo e acabado, como 
minúcias de objetivo, contendo matérias didáticas e 
métodos de ensino; os professores apenas executam 
o currículo. É o que alguns autores chamam de “mo-
delo fechado”. No segundo caso, a responsabilidade 
na formulação do currículo recai sobre o professor 
ou equipe de professores, com inteira liberdade. É o 
“modelo aberto”. 
No primeiro caso o ensino é idêntico para todos os alunos, 
enquanto que no “modelo aberto” concede-se grande 
importância às diferenças individuais e os objetivos são 
definidos em termos gerais para permitir sucessivas 
modificações.
Optando pelo “modelo aberto”, Cesar Coll propõe 
concretizar as intenções educativas tendo como fonte 
(via de acesso) os resultados esperados e os conteúdos 
(matérias).
O Projeto Curricular. Nesse contexto, leva-se em consi-
deração a questão da ajuda pedagógica que o professor 
pode dar ao aluno, o que leva a formular uma série 
de princípios relativos à maneira de ministrar o ensino. 
Tais princípios, incluindo no Projeto Curricular, devem 
considerar: 
- as características individuais dos alunos.
- as características individuais estão sujeitas à evolução.
- o que o aluno é capaz de aprender depende, sobretudo, 
da ajuda pedagógica.
Didática78
- a verdadeira individualização consiste em ajustar o tipo 
de ajuda pedagógica às características e necessidades 
dos alunos.
- O Projeto Curricular deve incluir critérios gerais e exem-
plificá-los, mas não deve recomendar um método de 
ensino determinado.
Fonte: http://www.maxpagesplus.com/elias/Uma_nova_proposta_curricular
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
BARBIER, Jean-Marie. Trad. Isabel Mota. Elaboração de 
projetos de ação e planificação. Porto Codex – Portugal: 
Porto editora, 1993.
O livro desenvolve ideias em torno da elaboração de 
projetos educacionais, bem como etapas para elaboração 
do mesmo. Conceitua Projetos, elucidando objetivos 
que devem ser explanados, na hipótese de que esse é 
o meio mais direto de chegar aos resultados previstos 
e desejados.
GANDIN, Danilo; GANDIN, Luiz Armando. Temas para um 
projeto político-pedagógico. 4. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 
1999.
Esse livro situa duas vertentes que englobam as tomadas 
de decisões importantes, que afetam a vida de todos, 
sendo que essas são tomadas pela minoria. Traz ideias 
que ajudam a compreender a pluralidade existente em 
nossa sociedade e propõe teoria e doutrina pra enfrentar 
as diferenças e conviver com elas. Esclarece processos 
que se constituem em ferramentas para que grupos 
possam realizar seus projetos políticos pedagógicos
79Tema 2 | Planejamentos e Projetos Educacionais
PARA REFLETIR
 
Nesse momento, reflitam sobre a importância de se tra-
balhar projetos nas escolas e salas de aula. O ponto de 
partida para tal é a proposta: Em vez de abrir o caminho 
para os alunos, explorar a trilha junto com eles. Comente 
no fórum do AVA com os seus colegas sobre essa 
passagem.
RESUMO
 
Após estudarmos esse tema podemos perceber quão im-
portantes são os planejamentos na vida do ser humano, 
e que esses são processos mentais que supõem análises, 
reflexões e previsões. Destacando a importância do traba-
lho planejado que: evita a improvisação, ajuda a prever 
e superar dificuldades. O plano é o resultado do planeja-
mento. Destacamos também as características que envol-
vem os projetos educacionais, constituídos de coerência, 
continuidade e sequência, flexibilidade, objetividade e 
funcionalidade. Didaticamente falando, planejar é prever 
os conhecimentos a serem trabalhados e organizados 
nas atividades e experiências de ensino/aprendizagem. 
PROCESSO ENSINO 
APRENDIZAGEM: OS SUJEITOS 
DO PROCESSO
Parte 2
Plano Ensino e suas 
Especificidades3
Começaremos aqui mais um tema e espero que os temas anteriores 
tenham ajudado a esclarecer dúvidas sobre as diferenças existentes entre 
educação, instrução e ensino, a importância da didática no contexto 
educativo evidenciando contribuições para o desenvolvimento significativo 
no âmbito educacional e sua evolução histórica até os dias atuais. Aprendemos 
também que é preciso
que o professor se fundamente em planejamento e 
que este seja uma linha de direcionamento na sua conduta em sala de aula.
Nesse momento destacaremos a importância do planejamento de ensino 
no processo de ensino-aprendizagem e, também, os objetivos educacionais, 
proporcionando ao professor diretrizes fundamentais para atingir os resultados 
previstos. Juntamente a esses objetivos, colocaremos em foco os conteúdos 
curriculares e as metodologias de ensino como ponte para direcionar métodos 
de ensino viabilizando uma assimilação da realidade.
Didática84
3.1 Planejamento de ensino: plano de curso, 
plano de unidade e plano de aula
No cotidiano enfrentamos diversas situações que 
exigem planejamento, muito embora esses nem sempre 
sejam formalizados. Neste contexto, considerando que 
vivemos constantes descobertas e que a realidade se 
torna mais complexa a cada dia, deparamo-nos cada vez 
mais com a necessidade crescente de sistematização do 
pensamento e de manifestação, para poder alcançar ou 
alterar os objetivos quando for preciso.
Assim, como pudemos ver na ilustração, planejar 
é prever as alternativas de ação para ultrapassar as difi-
culdades ou conseguir os objetivos almejados. Assim, o 
planejamento é um segmento intelectual que envolve 
discernimento25, compreensão e julgamento da realidade.
25 s. m.
1. Faculdade de 
discernir.
2. Critério.
3. Juízo.
4. Escolha.
5. Distinção.
6. Apreciação.
http://www.priberam.pt/
dlpo/Default.aspx
85Tema 3 | Planejamento de Ensino e suas Especificidades
É em função do conceito apresentado acima que 
no contexto educacional o ato de planejar é importante. 
Neste sentido, o planejamento escolar é uma tarefa 
docente que inclui tanto a previsão das atividades 
didáticas em termos da sua organização e coorde-
nação em face dos objetivos propostos, quanto a 
sua revisão e adequação no decorrer do processo de 
ensino. Assim, o planejamento é um meio para se pro-
gramar as ações docentes, mas também um momento 
de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação 
(LIBÂNEO, 1994, p. 221).
Assim, sabendo que o ato de planejar é constituí-
do de procedimentos que envolvem critérios intelectuais 
como analisar, refletir, organizar e praticar, é interessante 
ressaltar que o plano é um instrumento para ser tomado 
como base para a realização de atividades em sala de 
aula, uma vez que através dele o professor busca caminhos 
para a realização de sua prática26 docente. 
Com o conceito e a importância do planejamento 
reavivados em nossa memória, antes de seguirmos em 
frente nos nossos estudos, é importante ainda reforçarmos 
o conceito sobre planejamento de ensino que foi explanado 
no Tema II, conteúdo 2.2. Assim sendo, destacamos que 
esse tipo de planejamento é o que mais diretamente 
está unido ao ensino, buscando concretizá-lo de forma 
objetiva. Representa um trabalho de reflexão sobre o 
modo como direcionar o ensino para que o educando de 
fato alcance os objetivos da educação.
Desta forma, o planejamento de ensino serve 
como direcionamento das ações e métodos que o 
professor realizará em conjunto com seus alunos. Ele é, 
na verdade, a especificação do planejamento do currículo. 
Resume-se, então, de forma mais concreta e funcional 
no que o docente utilizará na sala de aula para levar 
os alunos a atingirem os objetivos educacionais pre-
viamente estabelecidos.
26 Para saber 
mais sobre Prática 
Docente, você 
pode ler o livro 
de FREIRE, Paulo. 
Saberes necessários 
à prática educativa. 
São Paulo: Paz e 
Terra.
Didática86
Analisemos as etapas relacionadas ao planejamento
de ensino: 
 Conhecer a realidade do seu aluno, dando ên-
fase aos seus anseios e necessidades educa-
cionais;
 Determinar os objetivos para direcionar o tra-
balho do professor, tendo em vista a aprendi-
zagem do aluno;
 Organização dos procedimentos do professor. 
Essa metodologia dará vida aos objetivos tra-
çados de uma aula ou de um conjunto de aulas;
 Execução do plano de ensino. Essa é a fase de 
assimilação, consiste no desenvolvimento das ati-
vidades que antes já foram estabelecidas, buscan-
do o máximo de compreensão do alunado;
 Desenvolver as etapas de avaliação mais ade-
quadas aos objetivos lançados pelo professor.
Visualizaremos de forma esquematizada todo pro-
cedimento do plano de ensino.
 
A partir disso podemos perceber o quanto é im-
portante o planejamento de ensino na vida profissional 
do professor, pois é através dele que o docente pla-
87Tema 3 | Planejamento de Ensino e suas Especificidades
neja as etapas de suas aulas e consegue evitar alguns 
contratempos que poderiam eventualmente prejudicar o 
aprendizado do aluno.
Agora que você já conhece os procedimentos 
do planejamento de ensino, quais as vanta-
gens que ele proporciona para o professor e 
para o aluno?
Podemos concluir, então, que o planejamento de 
ensino engloba uma série de procedimentos elaborados 
para aperfeiçoar o trabalho do professor em sala de 
aula, possibilitando a ele uma ação docente repensada, 
onde será possível, para ambas as partes: docentes e 
discentes, um melhor aproveitamento da matéria, além 
de um melhor desempenho do aluno e do uso de técnicas 
mais direcionadas pelo professor.
No planejamento de ensino existem três tipos de 
planos, que mudam de acordo com o âmbito e a exigência. 
Estudaremos nesse momento essas três modalidades:
 Plano de curso;
 Plano de unidade;
 Plano de aula.
 
Plano de curso 
O plano de curso é um pré-estabelecimento das 
atividades que serão desenvolvidas em classe, que serve 
como referência nas realizações do ensino-aprendizagem. 
Ele define-se também como um instrumento de trabalho a 
ser executado enquanto durar o curso, seja este bimestral, 
semestral ou anual. Assim, o planejamento de curso é 
uma previsão de todo o trabalho a ser realizado em um 
determinado período de tempo. 
Didática88
O plano de curso caracteriza-se de modo geral
pela seguinte sistemática: 
 Possibilitar ao professor o conhecimento 
prévio da realidade de sua clientela (aluno), 
gerando oportunidades de adequação dos 
conteúdos previamente estabelecidos;
 Definir objetivos que permitam uma melhor 
interação da aprendizagem;
 Tomar como base a execução de cada objetivo 
e, nas metodologias detalhadas para o seu 
fim, adequar as capacidades e potencialidades 
dos alunos;
 Oferecer objetivos gerais e determinar os 
específicos a serem alcançados no período 
letivo estabelecido;
 Manter uma ligação intima com o plano 
curricular, assegurando conexão nas ações 
das escolas;
 Permitir uma ação conjunta dos agentes in-
teressados na sua organização, facilitando o 
alcance dos objetivos traçados pelo professor;
 Eleger e definir os métodos de avaliação mais 
lógicos com os objetivos definidos e os 
conteúdos que serão desenvolvidos.
Não existe uma forma padronizada a ser seguida 
na formulação dos planos. Entretanto, no plano de 
curso os processos devem ser organizados em uma 
ordem que garanta uma sucessão coerente no processo 
de ensino-aprendizagem. 
89Tema 3 | Planejamento de Ensino e suas Especificidades
Plano de Unidade
Como vimos anteriormente, o pla-
nejamento tende a precaver27 eventuais 
erros do professor, dando maior segurança 
na execução dos objetivos previstos. Este 
contexto plano de unidade consiste basi-
camente em especificar o planejamento de 
curso, ordenando-o em partes. 
Segundo Claudino Piletti (2007, 
p.71) o plano de ensino divide-se em três 
etapas:
Apresentação – Busca-se nessa fase reconhecer 
e estimular o desejo de aprender dos alunos, valorizando 
o conhecimento prévio de cada um, e adequá-los aos 
conteúdos da unidade. Contudo, é necessário que o 
professor desenvolva os seguintes
procedimentos: 
pré-teste para sondar as experiências e conhecimentos 
dos alunos; conversação com a classe; exposição de 
material alusivo para introdução dos assuntos.
Desenvolvimento – Nessa etapa o docente sistematiza 
e explana situações de ensino-aprendizagem, buscando 
a participação ativa do aluno, de forma a alcançar os 
objetivos específicos propostos. O professor nessa 
etapa poderá proceder da seguinte forma: resolução 
de problemas, projetos, estudo dirigido, trabalhos em 
grupo.
Integração – Através dessa etapa os alunos 
poderão chegar a uma análise dos conteúdos estudados 
na unidade. Para a realização da integração, desenvolve-se 
a seguinte atividade: organização de resumos, possi-
bilitando a síntese das situações mais importantes da 
unidade.
27 1. Acautelar; 
prevenir.
v. pron.
2. Acautelar-se.
http://www.
priberam.pt/dlpo/default.
aspx?pal=precaver
Didática90
Plano de aula
O plano de aula28 é uma extensão detalhada do 
plano de ensino. Nesse momento colocam-se em prática 
os procedimentos diários que foram previstos anterior-
mente. A preparação da aula é algo inerente ao trabalho 
do professor, bem como o plano de curso e de unidade. 
Esse deve resultar num trabalho escrito e sistematizado, 
não somente para facilitar as orientações do professor, 
mas também para aperfeiçoamento e melhoramento das 
atividades do docente de ano para ano. 
Ao planejar uma aula o professor deverá levar em
consideração os seguintes aspectos:
 Saber que a aula é um período de tempo 
variável; 
 Identificar o assunto que será abordado, 
tendo consciência que raramente comple-
tamos em apenas uma aula o progresso de 
uma unidade. Isso porque o procedimento 
de ensino é qualificado por uma continuidade 
de fases tais como: estabilidade, exercícios, 
recapitulação, sistematização, aplicabilidade 
e avaliação;
 Concretizar os objetivos propostos, não esque-
cendo que, ao iniciar cada tópico, deve-se 
seguir a sequência após o que foi finalizado. 
É fundamental assim, levar em consideração 
o nível intelectual de cada aluno;
 Seguir uma sequência lógica, demonstrando 
organização e clareza das ideias em torno 
do conteúdo abordado, possibilitando uma 
melhor compreensão do assunto;
28 Para saber mais 
sobre o assunto, 
você poderá 
consultar o livro 
de CAPPELLETI, 
Isabel Franchi. 
Planejamento de 
ensino. Escola, (5), 
abril. 1972.
91Tema 3 | Planejamento de Ensino e suas Especificidades
 Esboçar recursos (cartazes, mapas, jornais, 
revistas e recursos áudio-visuais). Fazendo 
uso desses materiais o professor desperta no 
aluno mais interesse pelo assunto, estimulando-o 
para a participação ativa nas aulas; 
 Indicar os processos metodológicos, destacando 
aulas com fins específicos: aula expositiva, 
aula de discussão ou trabalho em grupo, aula 
de estudo dirigido, aula de exercício e aula de 
verificação para avaliação.
No entanto, apesar da comprovada necessidade 
do planejamento de cada etapa do processo de ensino, 
não devemos encarar a educação como um processo 
inalterável ou acabado, muito menos o ensino. Com 
base nesta afirmação reforçamos que, para manter uma 
qualidade na aula e êxito no processo de ensino-apren-
dizagem, o plano em ação deverá ser alterado e revisto 
quando os resultados não forem tão satisfatórios. A 
flexibilidade do plano de aula faz parte do roteiro de 
adaptações, indispensáveis ao professor. 
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
MARTINEZ, Maria Josefina; LAHORE, Carlos E. Oliveira. 
Planejamento escolar. MEC/ Saraiva. 1977. 
Retrata os tipos de Planejamento da Educação em Ge-
ral, frisando a escola como instituição social. O livro 
ressalta também o processo de planejamento ao nível 
das escolas.
ANTUNES, M. E. D.A et. al. Alternativas do Ensino de 
Didática. Campinas, SP: Papirus, 1997.
A obra traz relatos sobre como educadores têm lutado 
para entender por que alguns alunos não se desenvol-
Didática92
vem na sala de aula, onde predomina o ensino tradicional, 
enfatizando problemas no ambiente escolar e no ensino, 
oferecendo recursos metodológicos de como resolver 
esses problemas.
PARA REFLETIR
Após o estudo do tema, verificamos o quanto é importante 
para o educador um planejamento de ensino para 
explanação e realização de suas práticas pedagógicas. 
Embasado nisso, descreva a importância político-
pedagógica do Planejamento de ensino.
Discuta com os seus colegas, no fórum do AVA, sobre 
a importância do planejamento em nosso dia a dia, e 
como esse processo forma instrumentos que possibilitam 
a superação das práticas constantes no nosso convívio 
em sociedade.
3.2 Objetivos de ensino
Vimos nos conteúdos anteriores métodos e técnicas 
que organizam o sistema de ensino, onde fizemos uma 
análise através dos conceitos explícitos sobre os tipos 
de planejamentos e os aspectos formadores da didática 
como fundamento da orientação docente. Neste conteúdo 
estudaremos minuciosamente componentes ligados ao 
processo de ensino e os componentes relacionados aos 
objetivos-conteúdos. 
O ser humano vive em constantes buscas, e são 
impulsionados a descobrir caminhos e praticar ações 
para que essas possam sanar nossas necessidades, 
anseios e desejos. Mas, em paralelo à ação humana, é 
93Tema 3 | Planejamento de Ensino e suas Especificidades
fundamental a importância dos objetivos traçados para 
alcançar determinados fins.
Essas ações e objetivos que cercam o ser humano, 
também estão introduzidos no contexto escolar. Os 
objetivos proporcionam estimativas do desenvolvi-
mento esperado por parte do educador e educando, 
fazendo com que, a partir dessas estimativas, o professor 
busque fundamentos essenciais para a assimilação da 
aprendizagem.
O professor precisa ter consciência ao definir o 
aluno que ele quer formar, tomar uma posição ideológica29 
para que suas ações possam ser fundamentadas em 
uma personalidade, que deve ser compreendida e inclinada 
para os objetivos que são construídos com fins no 
desenvolvimento do alunado.
Assim, como educadores, é fundamental termos 
clareza dos objetivos almejados. Contudo, isso não quer 
dizer que a princípio esse seja o único caminho a ser 
percorrido para atingir o aperfeiçoamento do ensino, pois 
esse percurso vai sendo reformulado com as utopias30 
educacionais, desenvolvendo assim caminhos valiosos 
no procedimento de ensino. Neste sentido, havendo 
necessidades de reformulação e reconstrução das técnicas, 
o professor deverá se adequar e acompanhar essas 
mudanças, sem perder o foco principal, que é a melhoria 
contínua do processo ensino-aprendizagem. 
29 Ideologia é 
um termo que 
possui diferentes 
signifi cados e duas 
concepções: a 
neutra e a crítica. 
No senso comum o 
termo ideologia é 
sinônimo ao termo 
ideário (em portu-
guês), contendo o 
sentido neutro de 
conjunto de ideias, 
de pensamentos, 
de doutrinas ou de 
visões de mundo 
de um indivíduo 
ou de um grupo, 
orientado para 
suas ações sociais 
e, principalmente, 
políticas. Para 
autores que utilizam 
o termo sob uma 
concepção crítica, 
ideologia pode 
ser considerado 
um instrumento 
de dominação que 
age por meio de 
convencimento 
(persuasão ou 
dissuasão, mas não 
por meio da força 
física) de forma 
prescritiva, alienan-
do a consciência 
humana.
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Ideologia
30 O termo utopia 
signifi ca algo que 
está somente em 
pensamento, que 
ainda não foi posto 
em prática. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Utopia
Didática94
Esse processo de reestruturação do ensino está ro-
deado de muitos outros elementos que envolvem as-
pectos políticos, sociais, econômicos e até culturais, não 
partindo somente do âmbito escolar. Existem grandes pro-
blemas que permeiam esse processo, além de uma grande 
parcela de
falta de contribuição estrutural em volta da edu-
cação, no entanto, isso não significa que devemos cruzar os 
braços e deixar que esses problemas se dimensionem sem 
fazermos nada para que sejam resolvidos.
Como vamos mudar esse quadro de proble-
mas, uma vez que estes são grandes e estru-
turais? O que é preciso mudar, afinal? 
Partindo dos pressupostos que os problemas em 
torno da educação também são um problema social, 
que a sociedade tomou consciência que ela tem o 
poder de mudar tais questões, bem como que os professores 
têm participação ativa nesse processo, não apenas 
como executor, mas principalmente, como observador 
das necessidades, fica claro que quando todos estão 
envolvidos, a probabilidade de o objetivo ser alcançado 
é maior. Isso faz com que haja um melhoramento na 
finalidade do processo educacional.
O professor, partindo da análise de que o conhe-
cimento do sistema social conduz ao sistema educacional 
e fazendo um elo entre esses dois sistemas, está 
contribuindo bastante para o alcance dos objetivos do 
sistema educacional, levando em conta as propostas 
que devem ser mantidas e as que serão reformuladas 
em sua prática em sala de aula.
Mediante essas afirmações podemos concluir que, 
assim como a estrutura educacional direciona seus 
fundamentos de acordo com as necessidades que a 
sociedade demanda, é importante falar que os objetivos 
educacionais direcionam propósitos com a finalidade de 
capacitar as pessoas para a transformação social. 
95Tema 3 | Planejamento de Ensino e suas Especificidades
A educação como processo vivo e 
dinâmico, cresce na qualidade do 
serviço que presta e à medida em 
que vive no dia-a-dia o íntimo e 
indissolúvel31 relação entre téc-
nica e prática. (VEIGA, 2006, p. 67)
À medida que o professor traça seus objetivos, 
reformulando-os de acordo com as eventuais necessidades, 
e fazendo uma autoavaliação sobre seus resultados, ele 
mantém conexão entre a técnica e a prática, expondo 
com precisão os objetivos educacionais e adquirindo 
mais segurança para a sua prática docente. Isso direciona 
as atividades escolares e a utilização dos meios necessários 
para a obtenção de resultados satisfatórios. 
Assim, podemos perceber que é fundamental que 
o educador saiba que os objetivos educacionais são de 
suma importância para o trabalho em sala de aula, 
determinando com precisão definições claras e diretas 
no plano escolar ou na produção e execução das aulas.
Vamos estudar agora os dois níveis de objetivos
educacionais:
• Objetivo geral – proporciona uma visão mais 
ampla do âmbito escolar e de ensino, atendendo 
as imposições do meio social e as potencialidades 
desenvolvidas pelo alunado.
Para que possamos entender de forma mais clara 
sobre objetivos gerais, é imprescindível que o professor 
tenha conhecimento dos planejamentos da escola e 
conheça os objetivos correlacionados do sistema da 
mesma, tanto no âmbito educativo, relacionados aos 
valores e ideias, como na organização curricular, que 
rege os programas essenciais das matérias.
31 adj. 2 gén.
Que não se pode 
dissolver ou 
desfazer.
http://www.
priberam.pt/dlpo/default.
spx?pal=indissolúvel
Didática96
[...] esse caminho é necessário não 
apenas porque o trabalho escolar 
está vinculado a diretrizes nacionais, 
estaduais e municipais de ensino, 
mas também porque precisamos 
saber que concepções de homem 
e sociedade caracterizam os docu-
mentos oficiais, uma vez que ex-
pressam os interesses dominantes 
dos que controlam os órgãos 
públicos. (LIBÂNEO, 2004, p. 123)
Assim, para Libâneo (1994, p. 120), os objetivos 
gerais devem seguir uma linha de conceitos e experiên-
cias embasados nos programas oficiais. Contudo, o pro-
fessor deverá reformulá-lo de acordo com os aspectos 
socioculturais e políticos, criando uma relação com as 
condições locais onde a escola está inserida.
PARA REFLETIR
Os objetivos selecionados e desenvolvidos nas escolas 
da sua comunidade são transmitidos e transformados 
em função de alguns interesses e poderes existentes 
na sociedade nas quais estão inseridos? 
Dito isto, vejamos a seguir alguns objetivos 
educacionais gerais que posteriormente ajudarão o 
professor a elaborar objetivos específicos e conteúdos 
de ensino.
97Tema 3 | Planejamento de Ensino e suas Especificidades
OBJETIVOS GERAIS
1º OBJETIVO Colocar a educação escolar no conjunto das lutas pela 
democratização da sociedade que consiste na conquista 
cultural dos alunos, fazendo com que eles se percebam 
como sujeitos ativos nas lutas presentes
2º OBJETIVO Funda-se em assegurar educação a todas as crianças, 
sem distinção de cor, raça, religião ou sexo. 
3º OBJETIVO Consiste em dar a todas as crianças acompanha-
mento no desenvolvimento das suas potencialidades, 
ajudando a vencer as barreiras impostas pelas condições 
socioeconômicas.
4º OBJETIVO Desenvolver nos alunos habilidades, senso crítico e 
criatividades através das matérias, para que esses 
possam utilizar esses conhecimentos nos processos 
teóricos e práticos. 
5º OBJETIVO Procura viabilizar as funções educativas do ensino, enfa-
tizando o trabalho coletivo.
6º OBJETIVO Trata da relação dos agentes envolvidos na instituição 
escolar, do comprometimento profissional de todos que 
fazem parte da escola: diretor, coordenador pedagógico, 
professores, funcionários, alunos e pais de alunos. 
Fonte: Libâneo (2004, p. 124)
 Outro aspecto importante sobre o Objetivo Geral 
é que, quando nos referimos a ele, esperamos alcançar 
resultados em longo prazo, por meio da articulação das 
ideias gerais que temos (nosso conceito de educação), 
com o desenvolvimento de atividades planejadas.
Nesse sentido, tendo como base a visão dos 
aspectos correlacionados ao trabalho escolar, condizentes 
ao programa nacional de ensino, o professor está apto a 
desenvolver os objetivos educacionais especíificos que 
serão aplicados em sala de aula.
Didática98
• Objetivo Específico – se caracteriza pelo desmem-
bramento do objetivo geral, especificando com 
detalhes os objetivos educacionais. Singulariza 
as especificidades em torno das relações existes 
entre escola e sociedade. 
Tal objetivo expressa as expectativas que são cria-
das por parte do professor em relação à aprendizagem 
do aluno e conduz o trabalho docente subsidiando a 
seleção de conteúdos, a metodologia a ser utilizada e os 
procedimento avaliativos. 
Ao formular os objetivos específicos, o professor 
não deverá perder a essência do objetivo geral, levando 
em consideração os aspectos da escola, da turma e dos 
conteúdos. Como já foi ressaltado, o objetivo geral 
segue diretrizes de forma mais extensa, já os objetivos 
específicos são mais diretos obtendo resultados gradativos 
no ensino-aprendizagem.
A elaboração dos objetivos específicos ajuda o
professor a:
 Organizar os conteúdos a serem explanados, 
executando os conhecimentos e definições 
a serem assimilados pelos alunos, de modo 
que esses possam ser aplicados de forma 
prática em suas vidas;
 Estabelecer uma relação lógica entre os conceitos 
e habilidades, para que o aluno construa um 
conhecimento embasado numa compreensão 
de forma organizada;
 Manifestar os objetivos de forma clara e 
sucinta, para que os alunos nos agreguem ao 
ensino, tornando-os objetivos também seus;
 Equilibrar o grau de dificuldades, passando 
99Tema 3 | Planejamento de Ensino e suas Especificidades
questões desafiadoras e situações-problemas 
de forma que os discentes sejam incentivados 
a desenvolver o raciocínio com precisão;
 Estruturar estratégias de avaliação, de modo 
a fazer uma autoavaliação do seu trabalho 
docente, bem como da aprendizagem dos 
alunos.
 
Para uma melhor compreensão,
analisaremos o 
panorama que dinamiza as características dos objetivos 
educacionais vistos neste conteúdo.
Didática100
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
Para saber mais sobre Objetivos educacionais, leia o 
texto: “Outros objetivos para o dia-a-dia”. No capítulo 
4 (p. 70-73) do livro de HAYDT, Regina C. Cazaux. Curso 
de Didática Geral. 17. ed. São Paulo-SP: Ática, 2006.
O livro trata das concepções sobre a Didática, a 
educação e o ensino de modo que esses fazem parte 
de um contexto social, e como esse contexto é dinâmico. 
Relata preparações para o magistério e também para 
professores que já se encontram em exercício
CANDAU, Vera Maria. Reinventar a Escola. Petrópolis, Rio 
de Janeiro: Vozes, 2007.
Candau expõe na sua obra o descontentamento com o 
papel social e a inadequação dos resultados obtidos 
pela escola, fragmentando o atual paradigma da es-
colarização. Na obra destaca alguns eixos - a relação 
entre escola e cultura, a formação e a construção da 
cidadania ativa.
PARA REFLETIR
Diante do assunto exposto e da notoriedade da im-
portância da sociedade na evolução do processo edu-
cacional faça uma relação sobre como você, enquanto 
cidadão e enquanto professor, poderá contribuir para 
este processo.
 
101Tema 3 | Planejamento de Ensino e suas Especificidades
3.3 A organização dos conteúdos curriculares na 
estrutura escolar
Nesse tópico, vamos evidenciar a organização 
dos conteúdos curriculares e a importância que esses 
desempenham no âmbito educacional. 
A escolha dos conteúdos feita pelo professor prevê 
algumas capacidades que devem ser desenvolvidas 
pelos alunos ao término de cada etapa escolar. Além 
disso, o docente deve selecionar conteúdos específicos 
nas mais diferentes áreas do conhecimento, que se 
moldem às peculiaridades do aluno, e sejam adquiridos 
com maior facilidade.
Mesmo tendo uma ligação direta com o desen-
volvimento das capacidades, os conteúdos devem ser 
escolhidos no currículo em função da sua importância 
cultural.
É através dos conteúdos e das experiências de 
aprendizagens que são vividas na escola e na sala de 
aula de forma sistemática que os alunos adquirem 
conhecimentos e costumes, que são colocados em 
prática no ambiente fora da escola, à exemplo da própria 
casa do aluno, formando assim valores julgados como 
fundamentais na formação do indivíduo. 
É preciso destacar ainda que a realização da 
seleção e organização dos processos ligados às atividades 
escolares são promovidas pelo docente, visando uma 
aprendizagem satisfatória do seu aluno. Com isso, 
assinalamos que o ensino específico na escola, cuja 
aprendizagem é o objetivo principal, é fundamentado na 
relação didática existente entre objetivos e conteúdos, 
visando uma assimilação de conhecimentos e, conse-
quentemente, a obtenção do aprendizado do aluno.
Mediante essas afirmações sobre aprendizagem
escolar, você já sabe o que é conteúdo?
 
Didática102
Certamente alguns de vocês responderão que 
conteúdo é algo sistematizado, com esquemas relacio-
nados a matérias específicas, ou seja, que são informações 
passadas pelo livro, são os conhecimentos de cada 
matéria do currículo que se transmite ao aluno. Confesso 
que essa resposta de fato não está totalmente errada. 
Mas na verdade, existem no ensino três componentes: a 
matéria, o professor e o aluno. O conteúdo é visto pela 
maioria dos professores como um sistema sequencial 
e acabado, mas não analisam o quão importante é o 
movimento de “vai e volta” entre os conteúdos, ou seja, 
não trocam informações de forma mútua.
Por isso Libâneo (2004) afirma que, por causa 
dessa falta de ligação entre um conteúdo e outro, o 
ensino é visto de forma mecânica: o professor passa o 
assunto, em seguida o aluno descreve e repete o que 
foi passado, de forma automática resolve os exercícios 
e, por conseguinte faz as provas, depois o ciclo volta a 
acontecer.
 
 
Para compreendermos melhor esse entendimento, 
em função do ensino mecanizado, vejamos os pontos 
que devem ser levados em consideração.
O primeiro ponto para entendermos essa visão é 
que os conteúdos são vistos como estáticos, sem vida, 
prontos e acabados, não oferecendo ao aluno chances 
de conhecer seu verdadeiro significado. O segundo é 
103Tema 3 | Planejamento de Ensino e suas Especificidades
que não oferecem ferramentas suficientes para o desen-
volvimento mental dos alunos, tirando as chances destes 
desenvolverem os seus conhecimentos. O terceiro e último 
ponto é que os conteúdos são vistos como dissociados 
das condições sociais e culturais, não respeitando a 
individualidade do aluno.
Como foi enfatizado anteriormente, a função da 
escolaridade é de contribuir com a socialização dos 
alunos, no entanto, a importância de alguns conteúdos 
para o entendimento da realidade em que os mesmos 
se desenvolvem é, sem sombra de dúvida, um pon-
to fundamental para que o indivíduo possa chegar a 
entender aquelas aprendizagens essenciais para o seu 
autodesenvolvimento com plenos direitos e deveres.
Diante disto, podemos entender que conteúdo é:
[...] tudo aquilo que é passível 
de integrar um programa edu-
cativo com vistas à formação 
das novas gerações. Um con-
teúdo pode referir-se a conheci-
mentos, atitudes, habilidades e 
hábitos. (GARCIA, 1976, p.161). 
Assim, os conteúdos podem revelar fatos sociais, 
conhecimentos e modos de ação, convertendo-se em 
ferramentas essenciais para assimilar, compreender e 
defrontar as exigências teóricas e práticas da vida em 
sociedade. 
A essência dos conteúdos e a estrutura e a forma 
de organização através das quais eles são passados 
podem facilitar ou não a efetivação da aprendizagem 
por parte dos alunos.
 Isto posto, passamos para outra questão funda-
mental acerca do conteúdo: que tipo de conhecimento 
os alunos devem aprender?
Didática104
 Quando nós fazemos essa pergunta estamos 
abrindo um vasto leque de habilidades a serem desen-
volvidas pelo professor, pois a escolha de conceitos a 
serem transmitidos aos alunos pode ajudá-los a desen-
volver ou não as suas capacidades cognitivas. 
[...] quando refletimos o que o alu-
no deve entender de fato, somos 
levados a entender que na geração 
do conhecimento científico, assim 
como nos encontramos, embasados 
culturalmente, há diferentes aspec-
tos que o aluno tem que descobrir 
nos processos de aprendizagem 
(MARCHESI; MARTIN, 2003, p. 219)
 Entretanto, além de trabalhar conteúdos formaliza-
dos, o docente deve levar em consideração os conhecimentos 
prévios que os alunos trazem dos seus costumes e habilida-
des, para que se concretizem futuras aprendizagens.
 Assim, não basta a escolha e organização dos 
conteúdos para transmiti-los, o professor deve ainda 
ter conhecimento e sensibilidade de que os conteúdos 
devem introduzir práticas do dia a dia do alunado, para 
deixá-los mais convidativos, cheios de vida, fazendo com 
que possam ser assimilados de forma eficaz e consciente.
Entretanto, ainda dentro do contexto das definições 
105Tema 3 | Planejamento de Ensino e suas Especificidades
dos conteúdos há mais um aspecto a ser considerado. No 
tema II, falamos sobre objetivos da educação e a impor-
tância de traçá-los para se ter um direcionamento no 
ensino e êxito nos resultados da aprendizagem. Mas o 
papel dos objetivos não se encerra aí. Além disso, eles 
devem dar também uma direção aos conteúdos. Com 
isso, conteúdos deixam de ter finalidade em si mesmos 
para se tornarem ferramentas para alcançar a materialização 
dos resultados visados pelo processo de aprendizagem.
Fazendo uma análise prévia sobre as diretrizes 
dos conteúdos, conclui-se que estes se tratam de infor-
mações em forma de conjunto de princípios e organizados
de forma dinâmica, de forma a manter uma relação en-
tre as experiências escolares. Assim, torna-se imprescindível 
ter consciência de que os conteúdos de ensino funda-
mentam-se na transmissão de conhecimentos formais, 
conceitos e informações necessárias para a vida aca-
dêmica, bem como para o desenvolvimento de valores, 
habilidades e costumes.
Vejamos agora algumas sugestões apontadas por 
Delval (2001, p.115) sobre o que os conteúdos de ensino 
devem abranger.
 O universo, seja no aspecto físico ou no social;
 As relações sobre os seres humanos. Aprender a 
conviver com os demais, a cooperar, a compar-
tilhar com eles suas satisfações e problemas, a 
respeitar regras de convivência, as regras mo-
rais. Deve-se prestar atenção aos valores, aos 
costumes, às regras e à cultura da comunidade;
 Em relação à vida social, deve-se aprender 
sobre as instituições, sobre organização 
social.32 O próprio homem pode transformar-se 
em um objeto de estudo apaixonante, visto 
da perspectiva antropológica, considerando 
as diferentes culturas e os costumes;
32 é o conjunto 
de relações entre 
membros de um 
grupo, entre grupos 
ou entre pessoas e 
grupos.
Uma sociedade não 
tem condições de 
sobreviver se não 
apresentar uma 
certa organização 
e relacionamento 
entre seus membros. 
Para que exista 
sociedade são ne-
cessárias interações 
conscientes entre 
os indivíduos que 
a formam. Sem 
organização, o 
homem não conse-
guirá, de maneira 
ideal, alimentação, 
vestimenta, moradia, 
enfi m, realizar com 
plenitude todas as 
suas potencialidades.
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Organização_Social
Didática106
 A tecnologia pode ser um objeto de estudo 
de grande valor educativo. As máquinas, seus 
princípios, seu funcionamento, sua história, 
sua relação com a sociedade. Os processos 
industriais de fabricação, as propriedades das 
coisas, etc.
 A história do homem apresenta um grande 
interesse quando pode ser vista de uma 
perspectiva suficientemente ampla capaz 
de fazer uma integração de diferentes fatos. 
Deve ser naturalmente uma história das culturas, 
da satisfação das necessidades, dos movi-
mentos sociais, das mentalidades.
Esses preceitos são funcionais e devem ser vistos 
como fundamentais ao bom funcionamento do ensino e 
da aprendizagem.
Existem, na verdade, três vertentes as quais a 
abrangência dos conteúdos deve atingir para concretizar 
o ensino: conhecimento, habilidade e capacidades. 
Conhecimento é o alicerce do conteúdo, habilidade é 
uma qualidade necessária para o desenvolvimento das 
intelectualidades e capacidades faz referência ao modo 
do aluno agir perante os trabalhos na vida social.
Podemos então afirmar que os objetos dos con-
teúdos de ensino estão ligados intimamente. Assim, de-
senvolver habilidades e capacidade se torna impossível 
sem o conhecimento por outro lado, uma boa base de 
conhecimentos, torna o indivíduo mais hábil e capaz.
Contudo, o futuro educador não deve se assustar 
ao elaborar os conteúdos de ensino, esses objetos 
andam sempre juntos, o que facilita a sequencialidade 
dos mesmos, tornando a formação do conteúdo um 
sistema automático. O mais importante a ressalvar, 
porém, é que o bom professor terá que ter um conheci-
mento sólido da matéria e das técnicas de ensino. Dessa 
107Tema 3 | Planejamento de Ensino e suas Especificidades
forma, com certeza irá atingir um bom desempenho na 
aprendizagem do aluno.
Neste sentido fica claro que é indispensável, por 
parte do professor, o conhecimento das esferas do mundo 
no contexto científico, pois é a partir desta perspectiva 
que ele será capaz de fazer com que os conteúdos de 
ensino sejam ampliados para os conhecimentos das no-
vas gerações. Dessa forma, os alunos poderão assimilá-los 
de forma a condensar suas compreensões da realidade, 
e a se preparar culturalmente para o exercício pleno da 
sua cidadania. 
Além disso, destacamos que é necessário que o 
docente desenvolva também uma elaboração de conteúdos 
buscando uma visão futurista, de forma a contribuir para 
a construção e transformação de uma sociedade 
pluralizada.
Acompanharemos agora alguns critérios de seleção 
dos conteúdos no ponto de vista de Libâneo (1994, p. 142 ):
Forma ordenada de critérios de seleção de conteúdos
Correspondência entre objetivos 
gerais e conteúdos
Os conteúdos devem expressar ob-
jetivos sociais e pedagógicos da 
escola pública sistematizados na 
formação cultural e científica para 
todos.
Caráter científico
Os conhecimentos que fazem par-
te dos conteúdos refletem os fatos, 
conceitos, ideias, métodos decor-
rentes da ciência moderna. Trata-se 
de selecionar as bases das ciências, 
transformadas em objetos de ensino 
necessários à educação geral.
Caráter sistemático
O programa de ensino deve ser de-
lineado em conhecimentos sistemati-
zados e não em temas genéricos e 
esparsos, sem ligação entre si.
Didática108
Relevância social
Esse critério corresponde à ligação 
entre saber sistematizado e a ex-
periência prática, devendo os con-
teúdos refletir objetivos esperados 
em relação à sua participação na vida 
social.
Acessibilidade e solidez
Acessibilidade significa compatibi-
lizar os conteúdos com o nível de 
preparo e desenvolvimento mental 
dos alunos. Organizado sem perder 
o caráter científico e sistematizado, 
assim torna a assimilação mais sóli-
da e duradoura.
Para tanto é bom salientar que ao escolher os con-
teúdos, a forma de organizar e definir seus conceitos de-
pende muito da visão de mundo do docente de como essa 
escolha influenciará nas projeções de ensino para o futuro.
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
Para aprofundar-se mais sobre o assunto, leia o livro: 
Qualidade do ensino em tempos de mudança.
 MARCHESI, Álvaro; MARTIN, Elena; Trad. Fátima Murad. 
– Qualidade do ensino em tempos de mudança. Porto 
Alegre: Artmed, 2003. 
O livro relata a qualidade de ensino fazendo um apanha-
do geral sobre as mudanças econômicas e sociais nas 
ultimas décadas. Faz paralelos entre os indicadores da 
qualidade de educação, chegando até os conceitos de 
equidades em educação. Além de traduzir, em palavras 
carregadas de sapiência, sobre os professores, autonomia, 
direção e publicação.
109Tema 3 | Planejamento de Ensino e suas Especificidades
NÉRICI, Giuseppe Imídeo. Atividade Extraclasse na Escola 
Média. Rio de Janeiro-RJ: Fundo de cultura, 1967.
O autor destaca a pedagogia extraclasse na escola média. 
conceituando objetivos de ensino, organização de plano 
e planejamento geral nas disciplinas curriculares.
PARA REFLETIR
Ao escolher os conteúdos, o professor deve considerar 
não somente as manifestações de conhecimentos culturais 
e sociais, mas também as experiências vividas pelos 
alunos, os principais anseios e problemas enfrentados 
pelos mesmos. Diante da afirmação e posto o que estu-
damos acima, faça uma relação de quais experiências e 
anseios vividos pelos alunos influenciariam o educador 
na escolha dos conteúdos.
3.4 Metodologia e recursos no processo de 
ensino/aprendizagem
Em se tratando de Metodologia podemos enfatizar 
certa semelhança entre esta e a Didática, já que ambas 
estão ligadas aos métodos de ensino. Contudo, é de 
fundamental importância destacar que cada uma possui 
um ponto de vista distinto. Assim, enquanto a Metodo-
logia estuda os métodos de ensino, a Didática, por sua 
vez, cria técnicas que vão auxiliar e dar valor ao bom de-
sempenho do processo de ensino. Podemos dizer, então, 
que a Metodologia nos dá juízos descritivos e constata-
tivos, enquanto a Didática nos oferece juízos de valores. 
Neste sentido, o contexto educacional que vivemos 
hoje visa uma metodologia de ensino que atenda aos 
interesses dos discentes, com agilidade e determinação 
Didática110
do educador, sendo que esta opção só pode ser originada 
da análise crítica do contexto social e das características 
individuais e grupais daqueles que frequentam ou que 
virão a frequentar nossas escolas, pois o produto final 
da educação e as especificações são de interesses do 
educando e da sociedade de um modo geral. 
A eficiência e a qualidade educacional são as razões 
do crescimento do educando, seguidas da elevação de sua 
potencialidade e do aumento dos seus interesses. O 
aprimoramento e a qualidade dos métodos33 de ensino 
deverão estar diretamente ligados à formação completa 
do aluno e não às necessidades imediatistas da dimensão 
alienante da globalização. 
Neste sentido, a realidade em que o processo de 
aprendizado está sendo concretizado são fatores fun-
damentais e que determinam a busca do caminho, por 
meio do qual se materializam situações didáticas 
contextualizadas. Assim, podemos citar o método de 
ensino como condicionado e condicionador dos ambientes 
de aprendizagem. 
Buscando entender melhor o sentido do método 
de ensino, convêm ressaltar que este pode ser entendido 
como promoção de ações pedagógicas conscientes, orga-
nizadas e críticas, a fim de tornar o trabalho do educador 
e do educando mais fácil e com maior produtividade para 
o alcance das metas desejadas e necessárias para o 
desenvolvimento integral do discente. 
O profissional docente, ao direcionar o processo 
em relação à aprendizagem dos alunos, dispõe da 
utilidade de um conjunto de ações e procedimentos que 
chamamos de métodos de ensino. Temos alguns exem-
plos como: a exposição de conteúdos com o uso da 
oralidade e o desenvolvimento de discussões e debates 
que corresponde ao método trabalhado coletivamente. 
Os alunos têm função de mentor principal desse processo, 
pois são sujeitos da própria aprendizagem, estes se utili-
zam de métodos de assimilação de conhecimentos
33 Método: palavra 
originária do grego 
méthodos, de metá 
(pelo, através) e 
hodós (caminho). 
111Tema 3 | Planejamento de Ensino e suas Especificidades
Assim sendo, as metodologias do ensino são re-
presentadas pelas ações, processos ou comportamentos 
planejados pelo professor para colocar o aluno em contato 
imediato com acontecimentos que lhe possibilite uma 
aprendizagem em função dos objetivos previstos. 
Neste sentido, considerando que a aprendizagem 
é um processo dinâmico que acontece através do desen-
volvimento de alguma atividade, é importante observar 
que os métodos de ensino devem incluir ações que 
materializem tal perspectiva. 
Os métodos de ensino devem, portanto, contribuir 
para a organização do pensamento e participação ativa 
das experiências de aprendizagem, observando, lendo, 
escrevendo, experimentando, propondo hipótese, 
solucionando problemas, comparando, classificando, 
ordenando, analisando, sintetizando, entre outros.
Cientes do que significa o método de ensino e 
de sua importância, é relevante sabermos ainda que exis-
tam alguns aspectos que podem ser analisados pelos 
professores na escolha dos métodos a serem utilizados. 
Para tanto é primordial fazer uma análise do objetivo 
e a partir do mesmo estabelecer o método adequado, 
considerando a natureza do conteúdo a ser ensinado e 
o tipo de aprendizagem, como também as características 
gerais do aluno, além das condições físicas e do tempo 
disponível para a realização das atividades. Portanto, 
será a partir de critérios como os citados que o profes-
sor decidirá os procedimentos coerentes para a evolução 
de sua aula. 
Em função de sua variedade de forma e aplica-
bilidade, o método de ensino foi classificado por Jean 
Piaget34 (1896-1980) a partir de uma análise psicológica 
e pedagógica. Assim, Piaget afirma que os métodos de 
ensino são classificados como: métodos verbais tradicio-
nais, que tiveram seus fundamentos confirmados pelo 
conjunto de estudos sobre a origem associacionista; 
métodos ativos, que se desenvolveram a partir das pes-
34 Jean Piaget 
(1896-1980) foi um 
renomado psicólogo 
e fi lósofo suíço, 
conhecido por seu 
trabalho pioneiro 
no campo da 
inteligência infantil. 
Piaget passou 
grande parte de sua 
carreira profi ssional 
interagindo com 
crianças e estudan-
do seu processo 
de raciocínio. Seus 
estudos tiveram 
um grande impacto 
sobre os campos 
da Psicologia e 
Pedagogia.
Piaget desenvolveu 
diversos campos de 
estudos científi cos: 
a psicologia do 
desenvolvimento, 
a teoria cognitiva 
e o que veio a ser 
chamado de episte-
mologia genética.
Didática112
quisas e conclusões da psicologia do desenvolvimento 
e, mais especificamente, do construtivismo operacional 
e cognitivo; e métodos intuitivos e audiovisuais: ensino 
programado, que tem por alicerce a psicologia do com-
portamento ou behaviorista35. 
Assim, podemos perceber que para que consiga-
mos êxito na concretização do processo de aprendiza-
gem, devemos estabelecer a escolha sobre o método 
de ensino a ser utilizado e praticar esses métodos com 
eficiência. Para tanto, é importante sabermos que a 
aprendizagem, apesar de ser um processo individual, se 
realiza mediante a combinação de atividades individuais 
e que exigem um envolvimento social. 
A partir deste entendimento, vejamos a classificação 
que Irene Carvalho (1973) faz dos métodos de ensino:
a) Métodos individualizados de ensino são aqueles 
que valorizam o atendimento às diferenças indi-
viduais e fazem a adequação do conteúdo ao 
nível de maturidade, à capacidade intelectual e 
ao ritmo de aprendizagem de cada aluno. Entre 
estes estão o trabalho com fichas, o estudo 
dirigido e o ensino programado.
b) Métodos socializados de ensino são os métodos 
que valorizam a interação social, fazendo a 
aprendizagem efetivar-se em grupo. Incluem as 
técnicas de trabalho em grupo, a dramatização 
e o estudo de casos.
c) Métodos socioindividualizados são os que com-
binam as duas atividades, a individualizada e a 
socializada, alternando em suas fases os as-
pectos individuais e sociais. Abrangem, entre 
outros, o método de problemas, as unidades 
de trabalho, as unidades didáticas e as unidades 
de experiência. 
35 BEHAVIORISMO, 
como vocês já devem 
saber, é uma palavra 
de origem inglesa, que 
se refere ao estudo do 
comportamento:”Behavior”, 
em inglês. O Behaviorismo 
surgiu no começo deste 
século como uma proposta 
para a Psicologia, para 
tomar como seu objeto de 
estudo o comportamento, 
ele próprio, e não como 
indicador de alguma outra 
coisa, como indício da 
existência de alguma outra 
coisa que se expressasse 
pelo ou através do compor-
tamento.
http://www.cfh.ufsc.br/~wfi l/matos.
htm
113Tema 3 | Planejamento de Ensino e suas Especificidades
 Como você pode observar, não existe um só mé-
todo para o ensino. No decorrer das décadas já foram 
experimentadas algumas metodologias que buscam um 
caminho concreto na realização do processo de apren-
dizagem. No final do século passado e começo deste, 
pôde se analisar um declínio em relação ao método 
tradicional de ensino. Isto aconteceu por se revelarem 
métodos inadequados às características da sociedade 
em transformação e obsoletos36 em relação aos estudos. 
Com isso surgiram então os novos métodos buscando 
apoiar-se na estrutura psicológica do aluno. 
Para que sejam aplicados os métodos de ensino 
é necessário que existam recursos adequados para o de-
senvolvimento dos mesmos. Podemos conceituar recur-
sos, como os componentes do ambiente da aprendiza-
gem concebidos por serem de fundamental importância 
para a realização de uma atividade. 
Os recursos de ensino podem ser classificados por:
Recursos visuais, como projeções, cartazes, gravuras;
Recursos auditivos, como rádio, gravações;
Recursos audiovisuais, como cinema, televisão.
 Você pode analisar
que essa classificação é bas-
tante arbitrária, pois é perceptível o quanto as expres-
sões verbais, sonoras e visuais se preenchem entre si. 
Além dessa classificação podemos citar:
36 adj.
1. Que não se usa.
2. Extraordinário.
3. Anormal.
http://www.pribe-
ram.pt/dlpo/default.
aspx?pal=desusado
Didática114
Recursos humanos: professor, alunos, pessoas 
em geral que formam a comunidade escolar ou até mesmo 
da população como um todo.
Recursos materiais: 
– Do ambiente escolar: quadro, giz, cartazes, livro 
didático, etc;
– Do ambiente natural: água, folha, pedra, etc;
– Da comunidade: bibliotecas, indústrias, lojas, 
repartições públicas, etc.
Esta classificação é bastante ampla e traz consigo 
a junção de recursos no âmbito escolar, com recursos 
buscados no meio social, contribuindo assim na aproxi-
mação entre a escola e a vida.
Além da classificação, é importante sabermos ainda 
que existem alguns critérios para a utilização dos recursos 
de ensino, pois há uma necessidade de interação entre 
o recurso, a metodologia e a aprendizagem, por isso se 
um desses critérios não forem seguidos não obteremos 
sucesso no processo. 
115Tema 3 | Planejamento de Ensino e suas Especificidades
Neste contexto, a seleção de um recurso de 
ensino, que permita uma visão dos objetivos os quais 
almejam alcançar com a utilização do mesmo é um desses 
critérios; nunca se deve utilizar de um recurso se não 
existe o conhecimento adequado para manuseá-lo, ou 
se esse recurso não se adéqua ao assunto abordado.
Usar um recurso audiovisual é estimular a 
audição e a visão. Assim, esses recursos apro-
ximam a aprendizagem com fatos da realidade.
É importante enfatizar que não são todas as 
pessoas que tem acesso a certas tecnologias, principal-
mente aquelas que vivem em regiões menos desenvolvidas. 
Portanto, se faz necessário uma observação sobre o 
nível em que o discente está integrado com o meio de 
comunicação para que o uso do recurso de ensino seja 
bem escolhido. Além disso, ressaltamos que deve haver 
uma atração entre o aluno e o recurso para que haja 
interação e sucesso no desempenho da atividade.
Lembramos ainda que, ao selecionar os recursos 
a serem usados, o docente deverá levar em consideração 
a natureza da disciplina em questão e a adaptação do 
recurso de acordo com as demandas da mesma; avaliar 
se o ambiente é propício à utilização do recurso; planejar 
para a melhor distribuição do tempo, etc.
Diante do exposto fica claro que 
a busca pelo caminho da aprendizagem 
tem uma relação fundamental com os 
recursos e com o método de ensino a 
serem utilizados na perspectiva de atingir 
os objetivos planejados pelo docente. 
O processo de aprendizagem 
se finaliza quando o educando partici-
pa de modo ativo na reconstrução do 
conhecimento. Dessa forma, a aprendi-
zagem presume a atividade mental. Aprender é agir e 
refletir.
Didática116
O procedimento didático mais eficiente e adequado 
à aprendizagem é aquele que fará o aluno assimilar o 
conhecimento de forma eficaz e construtivista, estimu-
lando o seu pensamento.
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
MARTINS, J. P. Didática Geral: fundamentos, planejamento, 
metodologia, avaliação. São Paulo: Atlas, 1985.
Oferece ao leitor textos desenvolvidos através de um 
referencial teórico que visa oferecer condições ao leitor 
para analisar as posições de alguns autores sobre a 
Didática. Dessa maneira, procurou seguir uma linha de 
trabalho que, automaticamente, levasse o leitor a uma 
reflexão.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: 
Cortez, 1994.
É um livro de reflexão sobre a realidade educacional, 
relatando sob o prisma da filosofia os aspectos técnicos 
e metodológicos da prática escolar.
PARA REFLETIR
 O a categoria mais dinâmica do processo 
 O método de ensino é a categoria mais dinâmica do 
processo de ensino-aprendizagem. Baseado na afirmação 
acima faça uma analogia entre o construtivismo e os 
métodos de ensino.
117Tema 3 | Planejamento de Ensino e suas Especificidades
RESUMO
No terceiro tema, conhecemos as definições e caracte-
rísticas dos planos de curso, de unidade e de aula, para 
em seguida estudarmos os objetivos educacionais, fri-
sando a necessidade de traçar metas, de acordo com as 
necessidades reais da sociedade. 
Vimos ainda que para que os objetivos dos docentes 
sejam significativos para um bom desenvolvimento dos 
discentes é preciso levarmos em consideração o con-
texto social, bem como a relação daqueles com os con-
teúdos curriculares, que devem ser selecionados pelos 
docentes a partir de alguns critérios estabelecidos, a 
exemplo da ligação entre eles e a realidade dos seus 
discentes. 
Finalizamos esse tema abordando funções sobre a meto-
dologia de ensino, focando aspectos na relação objetivo, 
conteúdo e metodologia, uma vez que os métodos de 
ensino dependem dos objetivos formulados pelo docente; 
bem como destacamos os diversos recursos educacionais 
que podem e devem ser usados em sala de aula. 
Formação Docente, Avaliação 
e Práticas de Docentes4
Começaremos esse tema fazendo diversas indagações sobre alguns 
problemas enfrentados por muitos professores, tais como: o que fazer para 
ajudar o aluno a resolver problemas matemáticos envolvendo as quatro 
operações? Quais os critérios que devem ser usados para que os estudantes 
a leiam e interpretem de forma correta? O que propor aos alunos que têm 
dificuldades em entender uma fórmula de Física? Perguntas como essas são 
feitas rotineiramente por professores do mundo inteiro. Trata-se de uma 
série de processos que envolvem as práticas pedagógicas e vão até a relação 
que o professor tem com o aluno. Abordaremos vários aspectos da relação 
professor/aluno e como essa relação está envolvida no processo de ensino-
aprendizagem no ambiente escolar. Além disso, estudaremos elementos 
básicos no processo da avaliação desde as estratégias até o produto final 
que é a aprendizagem do aluno.
Didática120
4.1 A Formação do profissional docente
Pode-se constatar que no decorrer dos anos 
percebemos mudanças nos aspectos educacionais em 
prol da produção acadêmica e do debate no campo da 
formação profissional do docente. 
De acordo com o tempo, existe uma diferença clara 
na concepção e no modo de formar profissionais. Pode-
se, então, afirmar que houve décadas em que a formação 
docente estava objetivamente ligada à relação entre o 
processo de ensino e as formas de aprendizagem. 
Passando-se alguns anos, a modernização e a 
concorrência foram crescendo e, com isso, o surgimento 
de currículos, como instrumentos apropriados, tornou-se 
uma forma eficaz de comprovar a competência de grande 
parte do docente, fazendo da formação peça funda-
mental na ação profissional. Portanto, para responder 
as expectativas e os desafios do sistema educacional, 
o profissional docente deve necessariamente evoluir e 
aperfeiçoar-se através de sua formação, uma vez que o 
aprimoramento do currículo é de suma importância para 
o seu desenvolvimento profissional. 
O que um professor profissional é capaz de fazer?
A diversificação deve ser o ponto culminante em 
um profissional docente. Esse deve ser capaz de analisar 
fatos vivenciados pelo educando e agir de acordo com 
situações complexas, utilizando estratégias adaptadas 
aos objetivos e às exigências e escolhendo técnicas e 
recursos adequados para a promoção de experiências 
significativas. E essa ação deve ter resultados eficientes 
não só na aprendizagem dos educandos, mas também 
na atuação do professor. 
Ao contrário, há uma corrente de desprestígio da 
profissão docente, que o considera como simples 
reprodutor de conhecimentos e manipulador de programas 
já elaborados. 
121Tema 4 | Formação Docente, Avaliação
e Práticas de Docentes
É comum encontrar no cotidiano escolar reclamações 
a respeito dos baixos salários dos professores, das más 
instalações de trabalho, das grandes jornadas em sala 
de aula e da falta de interesse dos alunos, e muitos 
pais, por sua vez, demonstram falta de compromisso em 
relação aos filhos na escola. Contudo, sabemos o quão 
necessária é a formação para a construção de análises 
que derrubem as barreiras, tornando o professor um 
profissional mediador nos processos constitutivos da 
cidadania dos discentes, tendo então como resultado 
a superação do fracasso e das desigualdades escolares.
De maneira progressiva, a função do professor foi 
se modificando. As variações que aconteceram na so-
ciedade e na mente dos jovens, coligadas ao aumento 
da população escolar e globalização do ensino, agiram 
de forma atuante nas tarefas principais que o professor 
deve exercer.
Em virtude de tais considerações podemos 
afirmar a importância de enfrentar os acontecimentos 
do ambiente educacional, dando importância ao aperfei-
çoamento docente, uma vez que este está diretamente 
relacionado à melhoria das condições de trabalho como 
também está baseado no desenvolvimento das aptidões 
necessárias ao desenvolvimento da atividade do 
educador.
Dando ênfase a essa percepção, fica comprovado, 
de fato, que todas as melhorias introduzidas no processo 
de formação dos educadores a fim de favorecer o bom 
desempenho profissional são causadoras de impactos 
significativos no reconhecimento da condição profissional 
dos docentes. 
A profissionalização do docente é ou não necessária?
A profissionalização segue diversos caminhos que 
não são garantidos somente pelo processo de formação, 
pois esta não se resume somente a isso. 
Didática122
É de suma importância que haja uma formação 
inicial e continuada que desencadeie a construção dos 
saberes necessários à atividade profissional. É 
fundamental considerar os saberes das experiências já 
existentes para que facilite na construção e na recepção 
de outros vindouros.
A formação do educador deve objetivamente 
resultar da vivência do licenciado, da pesquisa como 
processo. Isso faz com que no futuro o professor tenha 
uma maior perspectiva de investigação e viva sempre 
numa busca constante do saber.
Existem traços que apontam na direção inversa, 
Entre esses se destacam a banalização das competên-
cias diretamente ligada à tarefa de ensinar e a falta de 
compromisso pessoal mais do que de domínio técnico 
no exercício da atividade. Com base nessa afirmação 
compreende-se como mais interessante identificar 
características principais do trabalho do professor no 
quadro das novas metodologias educacionais do que 
discutir se uma maior profissionalização é ou não 
necessária.
Outro ponto importante no processo de formação 
do professor é a investigação37, pois ela é considerada 
a estratégia principal da formação. Contudo, podemos 
afirmar que a formação de professores pela investigação 
procura instituir um movimento de ideias que podem 
ser dialogadas entre a teoria e a prática, viabilizando 
a construção de conhecimentos baseada na análise da 
experiência.
37 s. f.
1. Indagação ou 
pesquisa que se 
faz buscando, 
examinando e 
interrogando.
2. Inquirição de 
testemunhas.
http://www.
priberam.pt/dlpo/default.
px?pal=investigação
123Tema 4 | Formação Docente, Avaliação e Práticas de Docentes
O curso de formação para professor tem uma 
finalidade de formar a identidade do mesmo ao exercício 
profissional da docência e colaborar para que desenvol-
vam de forma coerente suas atividades de educador, uma 
vez que desenvolver a docência não é uma ativi-
dade burocrática38 para a qual se adquire conhecimen-
tos e habilidades técnico-mecânicas e sim desenvolver 
habilidades, atitudes e valores que os possibilitem na 
construção do saber docente a partir das necessidades 
e desafios lançados no cotidiano. 
Espera-se, pois, que mobilize os 
conhecimentos da teoria da edu-
cação e da didática necessários à 
compreensão do ensino como re-
alidade social, e que desenvolva 
neles a capacidade de investigar 
a própria atividade para, a partir 
dela, construírem e transformarem 
os seus saberes-fazeres docentes, 
num processo contínuo de construção 
de suas identidades como pro-
fessores. (PIMENTA, 1994, p.94). 
 
Todas as profissões, incluindo a do professor 
requerem reconhecimento, e esse é dado de acordo com 
as necessidades que estão sendo expostas pela sociedade, 
fazendo com que estas profissões adquiram estatutos, 
que valorizem a classe. Dessa forma, percebemos que as 
profissões devem seguir uma prática formalizada e com 
significado burocrático. Paralelo a isso, existe a neces-
sidade de variar de acordo com os acontecimentos históricos 
e sociais. Essas são considerações que apontam para 
o caráter dinâmico da profissão docente como prática 
social.
38 É um conceito 
administrativo 
amplamente usado, 
caracterizado prin-
cipalmente por um 
sistema hierárquico, 
com alta divisão de 
responsabilidade, 
onde seus membros 
executam invaria-
velmente regras 
e procedimentos 
padrões, como 
engrenagens de 
uma máquina. É 
também usado com 
sentido pejorativo, 
signifi cando uma 
administração com 
muitas divisões, 
regras e procedi-
mentos redundan-
tes, desnecessários 
ao funcionamento 
do sistema.
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Burocracia
Didática124
No processo de ensino, exige-se uma busca 
permanente de conhecimentos. Isso acontece por existir 
uma constante mudança de acontecimentos e fatos que 
obrigam um acompanhamento intelectual e formal por 
parte do docente. 
A formação permanente dos professores é a resposta 
necessária a essas devidas mudanças. Essa dinâmica tornará 
o professor habilitado e capaz de enfrentar com êxito essas 
ocorrências no processo de ensino, seguindo exigências do 
cotidiano e da sociedade como um todo.
O processo de formação profissional do docente é 
uma expressão que ganhou evidência no cotidiano edu-
cacional e vem se constituindo em um conceito comum 
no discurso de orientação das ações de sistemas formais 
do ensino ao docente.
Isto porque foi reconhecido como base fundamental 
para a organização significativa dos processos educacionais 
no campo da docência, destacando a mobilização das 
pessoas voltadas para o desenvolvimento e melhoria da 
qualidade profissional. 
Entende-se a partir dessa compreensão que a 
formação docente visa à questão do desenvolvimento 
da qualidade de ensino, em decorrência da sua com-
plexidade e, pela multiplicidade de fatores e processos 
nelas intercorrentes, demandam uma orientação global, 
abrangente e interativa, com visão de longo prazo, em 
superação às localizadas, descontextualizadas e imedia-
tista, identificada nas ações situacionais e de caráter 
ativista. 
Precisamos fazer com que nossa prática educacional, 
a partir do processo formativo, esteja preocupada com 
a formação social de modo consciente e reflexivo. Pois, 
necessitamos obter clareza sobre nossas ações e que as 
mesmas reflitam decisões cada vez mais coerentes sobre 
o nosso fazer pedagógico. 
125Tema 4 | Formação Docente, Avaliação e Práticas de Docentes
Uma proposta pedagógica, em especial a formação 
docente, deverá ter como objetivo desenvolver a 
autonomia do professor que é indissociavelmente 
social, moral e intelectual. Assim sendo, estaremos 
contribuindo para o pleno desenvolvimento do professor 
enquanto cidadão e profissional, favorecendo o cresci-
mento da sua capacidade de se organizar, de forma ativa.
É fundamental
entender que a experiência exerce o 
papel de filtrar, acionado no próprio processo de aquisição 
de diferentes tipos de conhecimentos. E esse é utilizado 
durante o exercício profissional, em virtude de uma não 
consideração aos aspectos singulares das ações dos 
docentes. É importante seguir uma busca constante das 
regularidades em seus comportamentos, concepções e 
representações.
Em meio a todo esse processo de formação 
docente mais sistemático, existe também a construção 
da personalidade de cada professor ao longo de sua 
carreira profissional, pois esse desenvolvimento está 
intimamente ligado com os objetivos pessoais e com 
suas experiências no caminho docente. Vários aspectos 
influem em como o professor se enxerga perante o 
ensino, um deles seria, como já foi dito, a valorização 
do seu trabalho. 
O processo de formação do professor é amplo e 
deve partir das próprias inquietações do educador, que 
precisa se situar no âmbito educacional como modelo de 
competência, baseado na reflexão e na criação de suas 
habilidades técnicas.
Didática126
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
Para saber mais sobre o assunto, leia o livro: 
Reflexões sobre a Formação de professores.
NETO, Alexandre Shigunov; MACIEL, Lizete Shizue B. 
Reflexões sobre a formação de professores. Campinas- 
SP: Papirus, 2002.
O livro retrata pensamento teórico e crítico sobre a 
formação do educador e sobre seu trabalho mediante 
tomada de decisões de um profissional mediador e 
sujeito de práticas, o que permite evidenciar a dimensão 
do fazer.
MARCHESI, Álvaro. O Bem-Estar dos Professores. Porto 
Alegre: Artmed, 2008.
O livro traz uma reflexão sobre o compromisso do 
professor com as novas gerações, o quanto ele tem 
papel ativo na felicidade dos alunos e o quanto precisa 
estar otimista enquanto mediador de conhecimentos.
PARA REFLETIR
Vimos que a formação continuada do profissional do-
cente é a resposta para grandes mudanças no aspecto 
educacional e social. Reflita sobre isso e compactue com 
os seus colegas em sala de aula e no fórum do AVA.
127Tema 4 | Formação Docente, Avaliação e Práticas de Docentes
4.2 O valor pedagógico da relação professor-aluno
Começaremos esse tópico com uma reflexão: 
Será que as escolas dão o devido suporte para 
desenvolver nos alunos as potencialidades individuais 
quem possuem no seu interior?
Além de as escolas darem o devido suporte aos 
alunos, os professores são peças fundamentais no 
desenvolvimento intelectual e social dos seus discentes. 
A interação professor-aluno é um aspecto fundamental 
do processo de ensino-aprendizagem.
Existem diversas formas que constituem um grupo 
social. Dentre esses grupos, que constituem a sala de 
aula, podemos destacar a interação professor-aluno e 
a relação aluno-aluno. É no âmbito escolar que o aluno 
interage com professores e com amigos. Gradativamente 
diversos valores vão se tornando hábitos, desenvolvendo 
atitudes, agregados de conhecimentos.
Destacaremos dois aspectos fundamentais na 
interação professor-aluno no trabalho docente: o aspecto 
cognitivo39,que se refere às formas de comunicação dos 
conteúdos e as diversas atividades escolares passadas 
pelos professores, e o aspecto socioemocional, que 
define as relações entre docente e discente e os critérios 
disciplinares que são indispensáveis ao trabalho do 
professor.
Trataremos nesse primeiro momento sobre o aspecto 
cognitivo. Esse é dado através do ato de ensinar e de 
aprender, relacionados à transmissão e assimilação dos 
conhecimentos.
O professor deve se colocar numa posição de que 
não é o conhecedor de tudo, passar segurança para os 
seus alunos e trazê-los para perto dele, só assim des-
pertará no seu discente interesse pelas suas aulas. Isso 
ocorre porque, durante este convívio, surge uma união 
entre as esferas cognitivas e emocionais, fazendo com 
que o aluno aja de forma integral. Com a junção dessas 
duas esferas em sala de aula, o trabalho do educador, 
tende a facilitar o aprendizado do aluno.
39 (latim medieval 
cognitivus)
adj.
Da cognição ou a 
ela relativo.
Cognição é o ato ou 
processo de conhe-
cer, que envolve 
atenção, percepção, 
memória, raciocínio, 
juízo, imaginação, 
pensamento e 
linguagem.
http://www.
priberam.pt/dlpo/default.
aspx?pal=cognitivo
http://pt.wikipedia.org/
wiki/i%C3%A7%C3%A3o
Didática128
De acordo com o que foi estudado até agora, 
a boa relação entre professor e aluno depende, 
fundamentalmente, do clima estabelecido 
pelo professor, da relação empática com seus 
alunos? 
De acordo com Garcia (1974, p.63):
a educação, seja ela escolar ou ‘ 
do mundo’, é fenômeno que só 
ocorre em função de um processo 
básico de interação entre pessoas. 
[...] Que a educação é processo 
eminentemente social julgamos 
desnecessário insistir, tal a evidên-
cia com que isto se manifesta. Aliás, 
poderíamos ir bem mais além, ao 
dizer que a educação existe exata-
mente porque o homem é um ser 
gregário e que só se realiza como 
tal a partir do momento em que en-
tra em relação com seu semelhante. 
O professor não deve se preocupar somente com 
o processo de conhecimento embasado nas informações, 
mas também com a construção da cidadania dos seus 
alunos. O trabalho docente não tem somente esse 
sentido, podendo assim argumentar, direcionar 
perguntas para os seus alunos, fazendo com que os 
mesmos aprendam a se expressar, a manifestar suas 
respostas. Quando o professor se propõe a ensinar e os 
alunos a aprender, uma corrente de elos de conhecimentos 
se formam e o cumprimento de atividades passa a fazer 
sentido para todos.
Segundo Libâneo (1994), para atingir satisfatoria-
mente uma boa interação no aspecto cognitivo, é preciso 
levar em conta: o manejo dos recursos da linguagem 
129Tema 4 | Formação Docente, Avaliação e Práticas de Docentes
(variar o tom de voz, falar com simplicidade sobre temas 
complexos); conhecer bem o nível de conhecimento de 
seus alunos; ter um bom plano de aula e objetivos claros 
e explicar aos alunos o que se espera deles em relação 
à assimilação da matéria.
 Dentro da relação professor-aluno existe a troca 
de transmissão de conhecimentos de ambas as partes. 
O educador, durante sua vivência e aproximação com 
alunado em sala de aula, busca transformar a curiosidade 
do discente em esforço cognitivo, passando de conheci-
mento confuso para um aprendizado preciso e valioso.
O professor em contato com o seu aluno desem-
penha fundamentalmente diversas funções, entre elas 
podemos destacar a função incentivadora, pois ele como 
educador deve aproveitar a curiosidade do educando e 
transformá-la em incentivo para o processo de aprendi-
zagem. Outra função trata-se do professor orientador, 
pois deve orientar o interesse do aluno em aprender, 
dando possibilidades e caminhos para que esse aluno 
construa seu próprio conhecimento.
De forma mais concreta, não devemos pensar que 
o desenvolvimento do conhecimento é dado de forma 
individual e restrita. Esse é resultado do conhecimento 
humano, social e cultural. E o papel fundamental do 
,
Didática130
professor, nesse contexto, é intermediar os conteúdos 
que serão passados e as formas dinâmicas e constru-
tivas de aprendizagem. 
Como já sabemos, essa construção de conheci-
mento é dada de forma interpessoal40, embasado nessas 
informações deduzimos que a relação docente-discente 
é construída basicamente por meio do processo interativo, 
mas não é somente o aluno que aprende. O educando, 
mediante o processo interativo, assimila os conheci-
mentos, adquire valores, crenças, costumes e passa a 
se manifestar de forma mais aprimorada e desenvolve 
sua capacidade intelectual.
O professor por sua vez aprende muito com o seu
aluno. Uma vez que essa interação se manifesta em sala 
de aula, o educador absorve dos seus alunos conheci-
mentos que os mesmos trazem da vida familiar, e do 
convívio com amigos, e essa troca de valores, costumes 
e hábitos estreita laços entre professor e aluno, tornando 
o ambiente educativo mais atrativo para o alunado e 
mais favorável ao professor.
Para Haidt (2006) esse encontro do professor com 
o aluno poderá representar uma situação de intercâmbio 
bastante proveitosa para ambos, em que o conhecimento 
será construído em conjunto ou, ao contrário, poderá se 
transformar num verdadeiro duelo, num defrontar 
de posições pouco ou nada proveitosas para ambos. 
Para haver um processo de intercâmbio que propicia 
a construção coletiva do conhecimento, é preciso que 
a relação professor-aluno tenha como base o diálogo. 
Partindo desse diálogo o professor poderá 
manifestar o seu conhecimento, de modo que tome 
como base informações sobre experiências vividas pelos 
seus alunos, tornando um diálogo muito próximo da 
realidade de cada um deles. Assim, chegará ao objetivo 
tão almejado, que é o saber.
40 adj. 2 gén.
Que implica uma 
relação entre duas 
ou mais pessoas.
http://www.
priberam.pt/dlpo/default.
px?pal=interpessoal
131Tema 4 | Formação Docente, Avaliação e Práticas de Docentes
41 Paulo Reglus 
Neves Freire (Recife, 
19 de setembro de 
1921 — São Paulo, 
2 de maio de 1997) 
foi um educador e 
fi lósofo brasileiro. 
Destacou-se por seu 
trabalho na área da 
educação popular, 
voltada tanto para a 
escolarização como 
para a formação 
da consciência. É 
considerado um dos 
pensadores mais 
notáveis na história 
da pedagogia 
mundial tendo 
infl uenciado o mo-
vimento chamado 
pedagogia crítica.
O educador 
procurou fazer uma 
síntese de algumas 
correntes do pen-
samento fi losófi co 
de sua época, como 
o existencialismo 
cristão, a 
fenomenologia, a 
dialética hegeliana 
e o materialismo 
histórico. Essa visão 
foi aliada ao talento 
como escritor que o 
ajudou a conquistar 
um amplo público 
de pedagogos, 
cientistas sociais, 
teólogos e 
militantes políticos, 
quase sempre 
ligados a partidos 
de esquerda.
http://pt.wikipedia.org/wiki/
Paulo_Freire
Paulo Freire41 (1976, p. 66) salienta que o diálogo 
é uma relação horizontal, nutre-se de amor, humildade, 
esperança, fé e confiança.
Percebe-se nessa passagem de Paulo Freire que o 
diálogo entre professor e aluno é peça fundamental para 
resolver problemas ligados à prática educativa, os aspec-
tos emocionais que os alunos desenvolvem com colegas e 
professor são de suma importância na base educacional, 
fazendo com que os laços afetivos cresçam, constituindo a 
base das relações entre as pessoas por toda a vida. 
Como os aspectos socioemocionais podem ajudar 
no bom relacionamento entre professor e aluno?
Quando falamos dos aspectos sócioemocionais 
na interação professor-aluno estamos nos referindo aos 
laços afetivos que são construídos entre educador e 
educando e a construção de personalidade dos alunos 
em sala de aula (disciplina). É bom frisar que não esta-
mos nos referindo a um vínculo de amizade criada por 
um determinado aluno, ou um sentimento de amor por 
criança. Deve-se evitar acima de tudo que o aluno tenha 
no professor a imagem fraternal e paternal. O que precisa 
de fato existir é uma relação de confiança entre o professor 
e o aluno para que, dessa forma, o aluno se sinta mais 
a vontade com a figura do educador e exprima suas 
dificuldades e capacidades mais espontaneamente. 
Por mais que o docente tenha que atender alguns 
casos de modo individual, deve-se ter consciência que 
o trabalho de interação deve ser feito de forma coletiva, 
abrangendo todos os alunos em torno dos objetivos por 
ele traçado e dos conteúdos.
No âmbito educacional o pressuposto valor so-
cial dá possibilidade de mudança, estabelecendo um novo 
olhar para as práticas educacionais, havendo um “divisor 
de mares” entre “o que ensinar” (conteúdos) e “como 
ensinar” (metodologia). 
Didática132
Muitos estudiosos da educação afirmam que a 
relação ensino aprendizagem é mediada pela paixão, 
assim torna-se favorável a boa aprendizagem do alunado. 
Exemplo disso é o ponto de vista de Jean Piaget a respeito 
da “educação” da afetividade, que consiste em garantir 
o interesse pelas pessoas ou pelas atividades (o objeto 
amado é aquele que mais satisfaz aos desejos ou às 
carências do indivíduo, representando o objeto máximo 
de interesse). Sendo assim, a afetividade manifesta-se 
pelos interesses, pela motivação, pelo grau de dinamis-
mo e pelo dispêndio42 de energia. 
Algo muito importante que merece ser colocado 
diante dessa questão é que essa afetividade não deve 
ser confundida com liberdade. O professor deve conciliar 
rigorosidade com respeito. De acordo com o que estuda-
mos, o processo de aprendizagem é composto por duas 
vertentes do processo pedagógico: autoridade e auto-
nomia. O professor se apresenta como mediador entre 
a sociedade e o aluno. Este, por sua vez, traz dentro de 
si a sua individualidade e liberdade. O professor deve 
ter discernimento para examinar esse processo, fixando 
critérios e esclarecendo o que espera do seu aluno.
No entanto, se faz necessário um equilíbrio na 
relação professor-aluno no tocante à autoridade e à 
autonomia, pois essa relação não está isenta de desar-
monia e desfiguração. Fazendo uso da autoridade o pro-
fessor não deve se impor para os seus alunos como 
ser superior, fazendo imposições e humilhando-os. O 
educador autoritário não usa essa autoridade para o de-
senvolvimento intelectual e autonomia dos seus alunos. 
Trabalhar a afetividade significa transformar os impulsos 
de base intelectual em estratégias cada vez mais perso-
nalistas, fazendo com que a “emocionalização” possa 
contribuir para a construção de conhecimento.
42 s. m.
1. Despesa; gasto.
2. Fig. Prejuízo.
http://www.
priberam.pt/dlpo/default.
aspx?pal=interpessoal
133Tema 4 | Formação Docente, Avaliação e Práticas de Docentes
TEXTO COMPLEMENTAR
Elos de afetividade
Sem abandonar a responsabilidade de ensinar, ela 
consegue recobrir de “maravilhamento” os momentos 
de aprendizagem, provando que conhecimento e afeto 
não se excluem. Ao contrário, se completam. Quando 
o professor se propõe a ensinar e o aluno a aprender 
uma corrente de elos de afetividade vai se formando e o 
comprimento das atividades passa a fazer sentido para 
todos. Sem vínculos afetivos, a aprendizagem significativa 
não ocorre.
Além dos conteúdos pragmáticos, é de fundamental impor-
tância uma conversa franca sobre situações-problemas. O 
importante não é buscar respostas únicas, definitivas, mas 
fazer circular ideias a respeito do ofício de ensinar e das 
razões pelas quais alguns professores, em determinados 
momentos da carreira, se transformam em modelo para 
jovens e crianças – e serão lembrados por eles o resto da 
vida. 
 
Fonte: Nova Escola: A revista do professor. Ano XVI, outubro de 2001, 
ed. abril, p.34.
Indicação de Leitura Complementar
CUNHA, Maria Isabel. O bom professor e sua prática. 
Campinas, SP: Papirus, 1989. 
O livro fundamenta-se em educação de professores, con-
siderando a sala de aula como lugar privilegiado onde 
se realiza o ato pedagógico escolar. 
Didática134
GANDIN, Luiz Armando; HYPOLITO, Álvaro Luiz Moreira. 
Educação em tempos de incertezas. 2. ed. São Paulo, 
SP: Autentica, 2003.
Alguns tempos são mais incertos do que outros 
- tempos em que os modos estabelecidos de ver as ques-
tões sociais e educacionais começam a se desgastar, e 
não são capazes de prover respostas ou de fazer frente 
às forças da crise e do desmantelamento
social. Estes 
são tempos desse tipo, caracterizados pelo colapso das 
comunidades, pela fragmentação da cultura e pela mais 
completa instrumentalização do eu dentro de uma lógica 
de mercado. Os autores que integram esta coletânea 
apresentam ao leitor ensaios fundamentais para se 
discutir a “educação em tempos de incertezas”.
PARA REFLETIR
Diante do texto, vamos parar para refletir sobre a seguinte 
pergunta: Será que um professor pode ser competente no 
ofício de ensinar e, ao mesmo tempo, se tornar admirado 
e querido por seus alunos?
135Tema 4 | Formação Docente, Avaliação e Práticas de Docentes
4.3 Avaliação no processo de ensino e 
aprendizagem
A avaliação poderá ser definida como um componente 
do processo de ensino, que analisa a qualificação dos 
resultados obtidos no decorrer de uma determinada 
atividade didática.
É um processo contínuo de pesquisas que nos 
permite a verificação de até que ponto os objetivos estão 
sendo alcançados. Como dizemos ser algo que tem uma 
continuação constante, estabelecemos aí uma concepção 
de que não é algo que termine em um determinado dia 
ou período, embora possa ser estabelecido um tempo 
para a realização da mesma.
O aluno deve enxergar a avaliação como um meio 
de pesquisa junto ao processo de aprendizagem, deixando 
de lado o medo de ser avaliado e fazendo com que o 
processo flua naturalmente. 
Considera-se a avaliação como um processo diag-
nóstico. Este processo permite identificar dificuldades 
dos alunos e, a partir do resultado deste, o professor possa 
agir determinando modificações no processo de ensino 
para melhor cumprir as exigências dos objetivos. Ela nos 
permite verificar se os objetivos estão ou não sendo 
alcançados, identificando o aluno que necessita de uma 
orientação especial de forma individualizada e com isso 
modificando o método utilizado para uma tentativa de 
êxito no processo. Para que esse procedimento seja realizado 
com sucesso é necessário que o aluno fique ciente da 
importância da avaliação e qual o objetivo da mesma.
As funções da avaliação variam de acordo com os 
diferentes momentos do processo de ensino-aprendizagem, 
e com a distinção dos objetivos. São elas:
A avaliação diagnóstica: esta busca diagnosticar, 
ou seja, verificar o conhecimento que o aluno já possui e 
particularidades dele. Este tipo de avaliação é aplicado 
no início das atividades, sejam elas anuais, semestrais, 
bimestrais ou mensais. 
Didática136
A avaliação formativa: esta tem a função controladora 
e informa ao professor e ao aluno sobre o rendimento 
da aprendizagem. Ela localiza as deficiências na organiza-
ção do ensino.
A avaliação somativa: tem a função classificatória, 
isto é, qualifica os alunos no fim de um semestre, ano, 
curso ou unidade, de acordo com níveis de aproveitamento.
De acordo com os princípios básicos estudados 
em relação às funções da avaliação, decorrem as etapas 
da mesma da seguinte forma:
 Determinar o que vai ser avaliado, pois saber 
o que será avaliado é essencial para que haja 
um desencadeamento das etapas posteriores, 
sendo que a natureza desse determina em 
grande parte a seleção de condições, critérios, 
técnicas e de instrumentos avaliativos;
 Estabelecer os critérios e as condições para 
a avaliação, sabendo que os critérios são 
estabelecidos como os indicadores que nos 
mostram o êxito alcançado na operação, e as 
condições são as situações em que o processo 
de avaliação é realizado; 
 Selecionar as técnicas e instrumentos de 
avaliação, para que não ocorra o uso de técnicas 
ou instrumentos inadequados para cada tipo 
de avaliação; 
 Realizar a aferição dos resultados, tratando 
esses como uma hipótese e não como uma 
conclusão estabelecida. 
137Tema 4 | Formação Docente, Avaliação e Práticas de Docentes
 Todavia, há uma associação frequente entre o 
termo avaliar, tido por sentido de fazer prova, fazer 
exames, atribuir nota, repetir ou passar de ano, com 
o termo compreender, que se caracteriza em saber de 
fato as necessidades de cada aluno. Esta associação é 
consequência de uma concepção pedagógica arcaica43, 
porém tradicionalmente dominante.
 A educação nesse sentido é baseada na transmissão 
e memorização de informações pinceladas e o aluno é 
considerado um ser passivo e receptivo. Tomando por 
base no que foi exposto, pode-se dizer que a avaliação 
assume um caráter seletivo e competitivo.
Os termos avaliar, medir e testar são frequentemente 
mencionados como sinônimos, para tanto ocorre uma 
distinção entre estes comprovando algumas diferenças 
existentes entre eles. Vejamos:
Testar significa verificar um desempenho de acordo 
com situações previamente organizadas, chamadas testes.
Medir significa determinar a quantidade, a 
extensão, as dimensões e o grau ou capacidade de 
alguma coisa, tendo como referência um sistema de 
unidades convencionais.
43 adj.
1. Antiquado; velho, 
antigo.
2. Geol. Diz-se dos 
tempos geológicos 
anteriores à Era 
Primária.
http://www.
priberam.pt/dlpo/default.
aspx?pal=arcaico
Didática138
 Avaliar é interpretar dados quantitativos e 
qualitativos a fim de obter um parecer ou julgamento 
de valor, tendo por base padrões ou conceitos. 
Com base nessas definições concluímos que testar 
e medir fazem parte do processo de mensuração, que é 
descritivo. No entanto, avaliar é um processo interpre-
tativo que exige um julgamento embasado em padrões 
de critérios.
Com a modernização do processo pedagógico 
ficou claro que a educação é concebida com a vivência 
de experiências múltiplas e variadas, tendo em vista o 
desenvolvimento do aluno. 
Com o decorrer das experiências vivenciais podemos 
considerar os conteúdos como instrumentos utilizados 
para ativar e mobilizar os processos mentais de assimilação. 
Analisando este aspecto, pode-se afirmar que essa asso-
ciação faz com que o aluno seja um ser ativo e dinâmico, 
participativo na construção do seu próprio conhecimento 
e facilitador de sua aprendizagem. 
A educação renovada, que veio com o advento do 
Movimento Escola Nova, surgiu não apenas mudando os 
métodos de ensino, mas também o processo avaliativo, 
tornando-os ativos. Para tanto, afirma-se que antes ela 
tinha um caráter seletivo, uma vez que se submetia 
apenas a classificar ou promover um aluno para uma 
etapa seguinte. Hoje o processo avaliativo possui novas 
características e busca analisar se os objetivos propostos 
para o processo de ensino-aprendizagem estão tendo o 
êxito esperado. 
Enfatizando o que foi dito, observa-se que a 
avaliação permite que o aluno tenha noção de seus 
avanços e de suas dificuldades, podendo partir deste 
ponto a procura da solução da dificuldade diagnosticada. 
 
139Tema 4 | Formação Docente, Avaliação e Práticas de Docentes
A avaliação está direcionada não somente ao aluno, 
pois o profissional docente está sempre sendo avaliado 
a partir do desenvolvimento de suas atividades como 
educador, tornando aí um elo existente entre a aprendi-
zagem do aluno e o trabalho do professor. Sendo que se 
o aluno conseguiu aprender, automaticamente dizemos 
que o professor desempenhou seu papel com eficácia. 
Com isso podemos dizer que a avaliação contribui para 
a melhoria da qualidade da aprendizagem e do ensino. 
Considera-se avaliação como um ato pedagó-
gico, onde o professor desenvolve suas qualidades 
profissionais, na medida em que trabalha sempre com 
boas expectativas em relação ao desenvolvimento das 
capacidades intelectuais dos alunos seguindo as exigências 
do cotidiano social.
Didática140
O fato de que os objetivos de ensino são consi-
derados como referência no processo de avaliação, não 
implica dizer que os alunos deverão estar aptos a desen-
volver as mecânicas relacionadas
ao processo da escola, 
estes devem expressar também as reais possibilidades 
de modo que estejam em condições de cumprir as 
exigências da escola.
É inerente descrever objetivos, conteúdos e 
métodos como características da avaliação escolar. Há 
uma exigência de ligação entre todos os integrantes do 
grupo que resulta na aprendizagem, pois um está dire-
cionado ao outro buscando êxito na realização de suas 
etapas, sendo que todos almejam um só propósito. 
A escolarização e os processos nela distintos, 
assim como o processo de avaliação, têm a função de 
colaborar para o desenvolvimento pessoal e social dos 
alunos, promovendo e adquirindo capacidades que não 
estariam ao alcance sem a intervenção intencional que 
caracteriza o ensino. 
Assim, podemos citar que a função pedagógica da 
avaliação exige uma compreensão do processo ensino-
aprendizagem. Em se tratando de função social, notamos 
uma contradição, pois esta supõe valorizar o resultado 
da aprendizagem e expressar o resultado da avaliação. 
Ao contrário, a função social-certificadora da 
avaliação propõe valorizar o resultado da aprendizagem 
e não o seu processo. Seu critério é a comparação de 
todos os alunos em comum.
Esse tipo de avaliação deveria ser feito no final 
do processo formativo do aluno, para que este fosse 
concebido com uma experiência adequada ao iniciar sua 
carreira de trabalho. Para tanto, na maioria das vezes 
isso não ocorre, pois a organização do sistema educa-
cional em vias formativas e diferenciadas obriga a emitir 
certificações em momentos anteriores da escolaridade. 
Contudo, percebe-se que a relação entre os dois 
tipos de avaliação é predominantemente da social 
sobre a pedagógica, o que impede o desenvolvimento 
141Tema 4 | Formação Docente, Avaliação e Práticas de Docentes
de práticas de avaliação que contribuíam para a obtenção 
do êxito no processo de ensino e aprendizagem. Tendo 
a noção de que a avaliação deve servir para tomar 
decisões de caráter pedagógico, que permitam antes de 
tudo planejar o ensino de maneira adaptada às caracte-
rísticas especiais dos alunos, aos seus conhecimentos 
prévios e à sua forma de aprender. 
 Existem três técnicas básicas e uma grande 
variedade de instrumentos da avaliação que servem 
para analisar o rendimento do aluno. 
A primeira técnica é a observação que serve 
para verificar o desenvolvimento cognitivo, afetivo e 
psicossocial do educando, em decorrência das experiências 
vivenciadas.
A segunda é a auto-avaliação que tem a mesma 
função da técnica de observação.
A terceira é a aplicação de provas, estas poderão 
ser através de arguição, dissertação e testagem, e 
servem para determinar o aproveitamento cognitivo do 
aluno, em decorrência da aprendizagem.
O professor necessita considerar alguns aspectos 
ao selecionar as técnicas e os instrumentos de avaliação 
da aprendizagem. Aspectos como:
 Os objetivos visados para o ensino aprendi-
zagem;
 De onde vem o componente curricular ou 
área de estudo;
 A metodologia e os procedimentos usados no 
ensino e no processo de aprendizagem;
 As condições de tempo do professor;
 O número de alunos da classe.
Didática142
É importante que a seleção de técnicas e dos 
instrumentos de avaliação se realize durante o processo 
de planejamento, para que haja uma adequação nos 
recursos de avaliação. 
 As atividades avaliativas concorrem a um desen-
volvimento intelectual social e moral dos discentes, e 
visam analisar como a escola e os professores estão 
contribuindo para esse processo. O sistema educacional 
tem o propósito de que todos os alunos desenvolvam 
suas capacidades físicas e intelectuais, seu pensamento 
próprio e criativo, tendo em vistas as tarefas teóricas e 
práticas de modo que se preparem de forma positiva 
para a vida social. 
A avaliação é o processo que deverá ajudar a todos 
os alunos a crescerem, possibilitando então o conhecimento 
da sua posição em relação à classe, estabelecendo uma 
base para as atividades de ensino e aprendizagem. 
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
 LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professora, adeus 
professor?: novas exigências educacionais e profissionais 
docente. 4. ed. São Paulo, SP: Cortez, 2000.
Nas sociedades pós-industriais ocupam lugar central a 
informação e o conhecimento. Emergem no âmbito da 
produção e das instituições novas formas de trabalho, 
entre elas o trabalho intelectual, o trabalho interativo, 
o trabalho comunicacional. As transformações atingem 
em cheio as escolas e o trabalho dos pedagogos e pro-
fessores, suscitando rearranjos no seu papel. Este livro 
discute os dilemas emergentes dessas novas realidades, 
identifica novas exigências educacionais e, principalmente, 
procura pensar proposições assertivas sobre a escola e 
os professores dentro de um projeto emancipatório de 
educação.
143Tema 4 | Formação Docente, Avaliação e Práticas de Docentes
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos 
e proposições. São Paulo: Cortez, 2003. 
 
Nesse livro são encontrados estudos críticos sobre 
avaliação da aprendizagem escolar, assim como proposições 
no sentido de torná-la mais viável e construtiva. O tema 
da avaliação da aprendizagem escolar encontra, nestes 
textos, abordagens sociológicas, políticas e pedagógicas, 
numa tentativa interdisciplinar de compreender a sua 
fenomenologia e de propor caminhos.
PARA REFLETIR
Podemos citar a função social e a função pedagógica da 
avaliação como uma relação de aliados ou de inimigos? 
4.4 A prática da regência de classe
Atualmente o professor deixou de ser apenas 
aquela figura que se colocava à frente dos alunos e 
ministrava suas aulas de uma maneira tradicional. Há 
tempos, muitos valores que andavam arraigados44 na 
Prática Docente deixaram de ser paradigmas passando 
por um processo de renovação. E hoje, para ser Mestre, 
não é suficiente apenas ter domínio pelo assunto que 
será aplicado, é necessário ter total interação no processo.
Aquele método de ensino tecnicista, onde o professor 
era apenas um facilitador e divulgador de informações, foi 
deixado para trás e, em seu lugar, veio ocupar um 
método muito mais renovado e reflexivo, onde o professor 
deixa de apresentar dados e informações inquestionáveis, 
44 (latim *arradi-
care, de radico, 
-are, ganhar raízes, 
enraizar)
v. intr.
1. Lançar raízes.
v. tr.
2. Inveterar.
3. Tornar durável.
http://www.
priberam.pt/dlpo/default.
aspx?pal=arraigados
Didática144
preocupando-se em elaborar provas com respostas 
automáticas e passa a contextualizar suas aulas e interagir 
diretamente com os alunos.
Dentre algumas características do professor, a 
mais importante delas é gostar de ensinar e gostar do 
relacionamento professor-aluno. É importante que o aluno 
veja seu professor como alguém que está ali para lhe 
propiciar a aprendizagem, e isto não se dá simplesmente 
pela capacidade de repassar o conteúdo, e sim pela forma 
como o professor o domina, o interpreta e o trabalha.
Hoje o professor é visto como um profissional 
reflexivo, ou seja, a sua interação com o aluno não pode 
se distanciar do seu papel de instrutor. É fundamental um 
plano estratégico para as técnicas de ensino, de modo 
que o assunto explanado seja assimilado da melhor forma 
pelos alunos. Uma vez que é notório que o êxito dos 
alunos está intimamente ligado ao comportamento do 
professor, se torna necessário interagir, trazer o aluno 
para si, e é aí que começa a relação professor-aluno. 
Segundo Freire (1996, p.26), “ensinar não é transferir 
conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua 
produção ou a sua construção.” Ou seja, compete ao 
professor propiciar aos discentes, caminhos para que estes 
expandam seus conhecimentos. Outro ponto importante 
nesse processo seria a reciprocidade de aprendiza-
gem, “onde quem ensina aprende e quem aprende 
ensina”, ainda ressaltando Freire. Esse processo também 
chamado de ensino-aprendizagem torna-o cada vez 
mais prazeroso, pois ambas as partes fazem troca de 
experiências e conhecimentos, propiciando, ainda, um 
estreitamento de laços entre professor e aluno.
De acordo com Garrido (1999), o educador deve 
contextualizar seus métodos de ensino, exercitando 
diariamente técnicas inovadoras aliadas à ética profissional. 
Dessa forma, o professor vai criando a chamada Identi-
dade Profissional45, ou seja, a sua maneira de trabalho, 
de ensino. Existem ainda três enfoques dos saberes 
45 Identidade 
profi ssional, mas 
que está ligada 
ao vínculo e senti-
mento de pertença 
de um indivíduo a 
uma determinada 
categoria ou grupo 
social, a categoria 
docente, e tendo 
como possibilidade 
construir, descons-
truir e reconstruir 
algo que permita 
dar sentido a seu 
trabalho.
www.anped.org.br/
reunioes/28/textos/gt20/
gt201132int.rtf
145Tema 4 | Formação Docente, Avaliação e Práticas de Docentes
fundamentais à prática educativa, são eles: conhecimen-
tos específicos, pedagógicos e das experiências. Essa te-
oria foi criada por Brousseau46, conhecido como o pai da 
Didática da Matemática Francesa e essa tríade é chamada 
Triângulo do conhecimento.
Conhecimento seria o aprendizado que é repassado 
diariamente ao aluno através do professor, costumes, 
lições de vida, humanização e regras para formação de 
bons cidadãos. Saberes pedagógicos seria a matéria 
propriamente dita, seguindo um plano de ensino e as 
experiências seriam exatamente essa troca de conhecimen-
tos adquiridos pelo professor ao longo da vida. Pode-
mos resumir esse saber como o encontro da teoria com 
a prática.
PARA REFLETIR
“Os corpos docentes são chamados a definir sua prática 
em relação aos saberes que possuem e transmitem... o 
professor é antes de tudo alguém que sabe alguma coisa 
e cuja função consiste em transmitir esse saber aos outros”. 
(TARDIF, LESSARD e LAHAYE, 1991, p.215)
Discorra brevemente sobre o seu entendimento do texto 
acima.
46 Guy Brousseau 
nasceu em 04 
de fevereiro de 
1933, em Taza, no 
Marrocos, fi lho de 
um soldado francês. 
Em 1953, começou a 
dar aulas no Ensino 
Fundamental numa 
aldeia da região 
de Lot et Garonne. 
Na única classe 
da escola local, 
Brousseau lecionava 
para crianças de 5 a 
14 anos. No mesmo 
ano, casou-se com 
Nadine Labeque, que 
se tornou sua par-
ceira de trabalho. No 
fi m dos anos 1960, 
depois de se formar 
em Matemática, ele 
passou a lecionar 
na Universidade 
de Bordeaux, onde 
hoje é diretor do 
Laboratório de 
Didática das Ciências 
e das Tecnologias e 
professor emérito. 
Em 1991, tornou-se 
docente do Instituto 
Normal Superior 
local. Recebeu o 
título de doutor 
honoris causa das 
universidades de 
Montreal (Canadá), 
Genebra (Suíça) e 
Córdoba (Espanha). 
Seus estudos têm 
grande infl uência 
nos parâmetros 
do ensino público 
francês. Em 2003, foi 
o primeiro ganhador 
do prêmio Felix Klein 
do Comitê Interna-
cional do Ensino da 
Matemática.
Fonte: http://www.studiu-
mensinofundamental.com.
br/studium/palavra_educa-
dor.asp?id=32
Didática146
É sabido que cada ser humano nasce com determinadas ap-
tidões, a forma como ela será explorada é que de-
nomina se esta irá desenvolver-se ou não, daí a ideia 
de que aprendemos aquilo que praticamos, tese do filósofo 
Jean Piaget, criador da técnica do ensino construtivista47, onde 
o professor deve exercitar a mente do aluno fazendo-o 
vivenciar o conhecimento adquirido junto à sua realidade.
Existem alunos com diferentes formas de comportamen-
to e diferentes formas de assimilação e entendimento 
do conteúdo. A principal função do educador reflexivo 
é reconhecer e entender a maneira como cada aluno 
desenvolve o que lhe foi passado, ou seja, a maneira como 
cada um aprende. Dessa forma, o professor deverá agir de 
modo dinâmico, para isso, será necessária a formulação de 
um novo tipo de aula, onde escrever no quadro não é o mais 
importante, a aula precisa ter um novo espaço para ativida-
des que a deixe longe de ser cansativa. A famosa “boa” aula, 
onde o professor desempenha um papel desencadeador 
dos estímulos dos alunos. A linguagem precisa ser clara e 
as ideias organizadas, fazendo com que o aluno participe e 
tenha compromisso e torne a aula bem mais agradável.
PARA REFLETIR
Discuta com seus colegas no fórum do AVA quais as carac-
terísticas básicas de uma boa aula.
É necessário que o professor perceba não somente o que 
ele deverá ensinar, e sim, o que o aluno precisa aprender 
para se tornar mais do que um bom profissional, mas também 
um cidadão de bem na sociedade. O professor é o con-
dutor no processo educativo, cabendo a ele alicerçar essa 
relação pedagógica. Os alunos, por sua vez, são elementos 
concretos nesse processo, com direitos e deveres que per-
meiam esse contexto.
47 “Construtivismo 
signifi ca isto: a 
ideia de que nada, 
a rigor, está pronto, 
acabado, e de que, 
especifi camente, o 
conhecimento não é 
dado, em nenhuma 
instância, como 
algo terminado. Ele 
constitui-se pela 
interação do indi-
víduo com o meio 
físico e social, com 
o simbolismo huma-
no, com o mundo 
das relações sociais, 
e se constitui por 
força de sua ação 
e não por qualquer 
dotação prévia, na 
bagagem hereditária 
ou no meio, de 
tal modo que 
podemos afi rmar 
que antes da ação 
não há psiquismo 
nem consciência 
e, muito menos, 
pensamento”. 
“Entendemos que 
construtivismo na 
Educação poderá 
ser a forma teórica 
ampla que reúna as 
várias tendências 
atuais do pensa-
mento educacional. 
Tendências que 
têm em comum 
a insatisfação 
com um sistema 
educacional que 
teima (ideologia) 
em continuar essa 
forma particular de 
transmissão que é a 
Escola, que consiste 
em fazer repetir, 
recitar, aprender, 
ensinar o que já 
está pronto, em vez 
de fazer agir, operar, 
criar, construir a 
147Tema 4 | Formação Docente, Avaliação e Práticas de Docentes
Existem três regras primordiais para se preparar uma boa 
aula: preparação do professor para a aula, preparação da 
aula e observação sobre os reflexos da aula. O professor 
precisa se munir do maior número de informações possí-
vel, isso implica dizer que a busca do educador por novas 
ideias precisa ser constante. É necessário que haja conhe-
cimento e aceitação pelos alunos, ou seja, o educador pre-
cisa estar de fato envolvido no processo. 
Citando a forma mais direta da aula, o objetivo de ensi-
no precisa estar coerente com as necessidades da sua clas-
se, bem como a seleção dos conteúdos. Desenvolvimentos 
de atividades de aprendizagem inovadores e reinventados 
despertam as competências dos alunos tornando a rotina 
de aulas menos entediantes. 
Como já vimos no tema III, a utilização de recursos de ensi-
no provocam a curiosidade dos alunos e evita o desgaste 
do professor. É imprescindível que exista uma elaboração 
das avaliações de uma forma que permita ao professor 
analisar amplamente quais as maiores dificuldades ou faci-
lidades do aluno, e até a sua, enquanto educador. 
Após toda essa preparação de aula, o professor precisa 
mostrar compromisso em cumpri-las, acompanhando 
passo a passo as reações de cada apresentação e se 
os objetivos foram de fato alcançados. Deve estar agora 
preparado para ouvir questionamentos, tirar dúvidas e, 
mais ainda, incitar48 reflexões. 
partir da realidade 
vivida por alunos e 
professores, isto é, 
pela sociedade – a 
próxima e, aos pou-
cos, as distantes. 
A Educação deve 
ser um processo 
de construção de 
conhecimento ao 
qual ocorrem, em 
condição de com-
plementaridade, por 
um lado, os alunos 
e professores e,
por 
outro, os problemas 
sociais atuais e o 
conhecimento já 
construído (‘acervo 
cultural da Humani-
dade’).” 
“Construtivismo, 
segundo pensamos, 
é esta forma 
de conceber o 
conhecimento: sua 
gênese e seu desen-
volvimento – e, por 
consequência, um 
novo modo de ver o 
universo, a vida e o 
mundo das relações 
sociais.”
http://www.crmariocovas.
sp.gov.br/dea_a.php?t=011
48 v. tr.
1. Excitar (alguém) 
a (outrem) levar a 
efeito alguma coisa.
2. Despertar, 
aguilhoar.
3. Provocar.
4. Desafi ar.
5. Açular.
http://www.
priberam.pt/dlpo/default.
aspx?pal=arraigados
Didática148
É de suma importância ressaltar que o processo de auto-
avaliação do professor deverá ser constante e diário, para 
que determinadas falhas que por ventura sejam identifica-
das, possam ser corrigidas o quanto antes, minimizando 
o processo de execução das demais aulas.
O ato de ensinar requer dos professores um olhar crítico 
e constantemente atento às mudanças cotidianas. É 
necessária a total inserção do professor no processo 
de aprendizagem, pois ele precisa se aprimorar com no-
vos mecanismos e estratégias.
PARA REFLETIR
 
Qual a visão que você tem sobre os métodos de ensino de 
hoje? Você acha que professores que acabaram de se for-
mar realmente sabem o que é ser um professor reflexivo? Você 
acredita que de fato surge na educação um novo método 
de ensino? Debata sobre essas questões.
Não podemos nos esquecer de que a escola é um estabele-
cimento que educa, é um ambiente formador de opiniões. 
Dessa forma, precisamos ficar atentos para não exagerar no 
tocante à espontaneidade nas aulas e, ao invés de iniciar-
mos uma nova realidade do aluno, ficarmos presos a ela, e 
assim, ficarmos impedidos de exercer o dom da instrução.
É importante que os profissionais de hoje sejam compro-
metidos com o processo de formação dos discentes e quei-
ram construir uma escola bem estruturada, fazendo uso 
das novas técnicas de ensino e experiências.
Segundo Freire (1996), ensinar exige criticidade49 e ética, pes-
quisa, humildade, tolerância, segurança do que se fala, 
competência profissional, generosidade e compreensão que a 
educação é uma forma de intervenção no mundo, liberda-
de de autoridade, querer bem aos educando e disponi-
bilidade para o diálogo. Mas, antes de tudo, ensinar exige 
dos educadores saber escutar.
49 s. f.
Qualidade do que 
é crítico. Relativo 
à crítica; que se 
funda em critério, 
que estabelece juízo 
de valor para obras 
artísticas, científi cas 
etc.: estudo crítico.
http://www.dicionarioweb.
com.br/critico.html
http://www.
priberam.pt/dlpo/default.
aspx?pal=criticidade
149Tema 4 | Formação Docente, Avaliação e Práticas de Docentes
LEITURA COMPLEMENTAR
Liberdade intelectual para os alunos
A filosofia deweyana remete a uma prática docente 
baseada na liberdade do aluno para elaborar as próprias 
certezas, os próprios conhecimentos, as próprias regras 
morais. Isso não significa reduzir a importância do currículo 
ou dos saberes do educador. Para Dewey, o professor 
deve apresentar os conteúdos escolares na forma de 
questões ou problemas e jamais dar de antemão respostas 
ou soluções prontas. Em lugar de começar com defini-
ções ou conceitos já elaborados, deve usar procedimentos 
que façam o aluno raciocinar e elaborar os próprios 
conceitos para depois confrontar com o conhecimento 
sistematizado. Pode-se afirmar que as teorias mais 
modernas da Didática, como o construtivismo e as 
bases teóricas dos Parâmetros Curriculares Nacionais, 
têm inspiração nas ideias do educador.
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/
john-dewey-428136.shtml
INDICAÇÃO DE LEITURA COMPLEMENTAR
NEIRA, Marcos Garcia. Por dentro da Sala de aula: 
conversando sobre a prática. São Paulo: Phorte, 2004.
Neira faz uma análise do cotidiano pedagógico, traduzindo 
aspectos rudes do intrincado enredo escolar. Convidando o 
leitor ao sentido histórico e social de tudo o que acontece 
na sala de aula. Ele elucida no livro a relação numa “nova 
sala de aula” de professor e aluno.
 
150 Didática
FONSECA, Selva Guimarães. Didática e Prática de Ensino. 
4. ed. Campinas, SP: Papirus, 2003
Esse livro apresenta reflexões sobre Didática e Práticas 
de Ensino de História desenvolvidas, no ensino funda-
mental e médio, pela autora e por diversos professores, 
formadores, pesquisadores e alunos, em diferentes 
espaços e épocas. 
 
PARA REFLETIR
Após a leitura do texto complementar, e depois do que 
vimos nesse tema, reflita sobre a postura que você vai 
assumir daqui pra frente enquanto profissional da edu-
cação. Repense sobre os atos e mudanças que deverão 
ocorrer no seu comportamento e o que você poderá fazer 
para não se tornar um professor tecnicista ou inflexivo.
RESUMO
 
Nesse último tema, estudamos a formação do professor, 
citando vários pontos estratégicos para a falta de 
estímulo do mesmo para trabalhar em sala de aula, os 
baixos salários, precariedade no ambiente de trabalho, 
falta de compromisso dos pais em relação aos alunos na 
escola. Ao mesmo tempo foi explanado sobre a relação e 
interação entre professor e aluno, de como a afetividade 
se torna uma qualidade inerente à condição do profis-
sional professor dentro da sala de aula, como também, 
os tipos de avaliações e suas funções pedagógicas, a 
forma como é vista a avaliação pela sociedade e como 
essa contribui para o fracasso ou sucesso das entidades 
escolares. Finalizamos, pois, com a regência de classe, as 
formas como os professores trabalham em sala de aula e 
as características que um bom professor deverá ter.
151Didática
Referências
DIEGO, Fernando. Por um projeto educativo de rede. 
Portugal: Porto Codex, 1994
BARBIER, Jean-Marie. Trad. Isabel Mota. Elaboração de 
projetos de ação e planificação. Portugal: Porto Codex, 1993.
CANDAU, Vera Maria (org). A Didática em questão. 29. ed. 
Petrópolis: Vozes, 2009.
CARVALHO, Irene M. O processo didático. Rio de Janeiro: 
Getúlio Vargas, 1972.
DALMAS, Ângelo. Planejamento participativo na escola: 
elaboração, acompanhamento e avaliação. Petrópolis, 
RJ: Vozes, 1994.
DELVAL, Juan. Aprender na vida e aprender na escola. 
Porto Alegre: Artmed, 2001. 
DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 7. ed. Campinas, 
SP: Autores associados, 2005.
 FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 25. ed. São 
Paulo: Paz e Terra, 2006.
GANDIN, Danilo. Planejamento como prática educativa. 
11. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2000.
HANDT, Regina Célia Cazaux. Curso de didática. 7. Ed. 
São Paulo: Ática , 2006.
HERNANDEZ, Fernando; VENTURA, Montserrat. Trad. 
Jussara Haubert Rodrigues. A organização do currículo 
por projetos de trabalho. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.
Didática152
LIBÂNEO, J. C. Educação: pedagogia e didática. São Paulo: 
Cortez, 1997
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professora, adeus professor?: 
novas exigências educacionais e profissionais docente. 
4. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
LIMA, Louro de Oliveira. Piaget: Sugestões aos educadores. 
Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
MARTIN, Álvaro; MARCHESI, Elena. Trad. Fátima Murad. 
Qualidade do ensino em termos de mudança. Porto 
Alegre: Artmed, 2003. 
MARTINS, J. P. Didática geral: fundamentos, planejamento, 
metodologia, avaliação. São Paulo: Atlas, 1985.
MELLO, Guiomar. Normas de ensino de 1º grau: direção 
ou espontaneísmo? Cadernos de Pesquisa (36):81-91. 
São Paulo: Fundação Carlos Chagas, 2006.
NEIRA, Marcos Garcia. Por dentro da sala de aula: 
conversando sobre a prática. São Paulo: Phorte, 2004.
NETO, Alexandre Shigunov; MACIEL, Lizete Shizue B. 
Reflexões sobre a formação de professores. Campinas, 
SP: Papirus, 2002.
OLIVEIRA, M. R. S. A reconstrução da didática: elementos 
teóricos- metodológicos. Campinas, SP: Papirus, 1992.
PILETTI, Claudino. Didática geral. 23. ed. São Paulo, SP: 
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PIMENTA, Selma G. Relatório do GT didática: XXII Reunião 
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153Didática
SAVIANI, Dermeval. Educação brasileira: estrutura e sistema. 
Campinas, SP: Autores Associados, 2000.
SOARES, Suely Galli. Educação e comunicação: O ideal 
de inclusão pelas tecnologias de informação. Otimismo 
Exarcebado e lucidez pedagógica. São Paulo, SP: Cortez, 
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VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Repensando a didática. 
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Planejamento. Revista Nova Escola. Ano XXIV. Nº 228. 
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SILVEIRA, Renê José Tretin. A Filosofia vai à escola? 
Campinas,SP: Autores Associados, 2001.
HIPÓLITO, Luiz Armando; GANDIN, Álvaro Moreira. 
Educação em tempos de incertezas. 2. ed. São Paulo: 
Autentica, 2003
FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino. 
4.ed. Campinas, SP: Papirus, 2003. 
Didática154
Anotações
155Didática
Anotações
Didática156
Anotações
157Didática
Anotações
Didática158
Anotações
159Didática
Anotações
Didática160
Anotações
Série Bibliográfica Unit
DIDÁTICA
D
ID
Á
TI
CA
37
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