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23/05/2011 1 Estrutura externa e interna dos órgãos vegetais em crescimento primário: SEMENTES Fonte: Conceitos de Biologia - Amabis & Martho, 2001 Origem dos gametas Formação do zigoto Meiose Fecundação Fonte: Conceitos de Biologia - Amabis & Martho, 2001 Saco embrionário Grão de pólen Dupla fecundação Origem do zigoto Origem do endosperma triplóide “A semente é o resultado do desenvolvimento de um óvulo fertilizado” O desenvolvimento se processa por: - sucessivas mitoses do zigoto - diferenciação das células embrionárias - diferenciação dos integumentos do óvulo Desenvolvimento da semente 23/05/2011 2 Histodiferenciação ou Embriogênese Maturação Dessecação Etapas de desenvolvimento da semente Fonte: Fisiologia Vegetal - Kerbauy,G. B., 2001 Fases do desenvolvimento da semente e eventos metabólicos relacionados Conteúdo de água Proteínas de reserva Massa fresca Massa seca • Processos • Divisões celulares intensas • Diferenciação celular • Formação dos tecidos � origem do embrião e do endosperma Fonte: Conceitos de Biologia - Amabis & Martho, 2002 Histodiferenciação ou Embriogênese- visão geral Mitoses Primeira divisão celular do zigoto: • é assimétrica e transversal ao eixo maior do zigoto • a célula basal fica com maior conteúdo citoplasmático e dá origem ao suspensor • a célula apical dá origem ao embrião propriamente dito Histodiferenciação ou Embriogênese embrião Embrião com 8 células: • o suspensor está completamente desenvolvido • o endosperma fornece alimento para o embrião em desenvolvimento • as mitoses prosseguem em diferentes planos Histodiferenciação ou Embriogênese Embrião no estágio globular: • o suspensor continua funcional • distingue-se uma camada superficial de células, que dará origem ao tecido de revestimento (protoderme) • as mitoses prosseguem em diferentes planos Histodiferenciação ou Embriogênese Célula basal do suspensor protoderme 23/05/2011 3 Embrião no estágio coração: • o suspensor continua funcional • inicia-se a diferenciação dos cotilédones com 2 pequenas protuberâncias • início da diferenciação das células que darão origem ao tecido vascular (procâmbio) � alongadas e pouco vacuolizadas Histodiferenciação ou Embriogênese Célula basal do suspensor procâmbio Embrião no estágio coração em detalhe: • Início da diferenciação das células que darão origem aos meristemas apicais Histodiferenciação ou Embriogênese Suspensor procâmbio Embrião no estágio torpedo menos desenvolvido: • o suspensor inicia o processo de morte celular programada • cotilédones alongam-se com novas mitoses • diferenciação do meristema fundamental entre a protoderme e o procâmbio Histodiferenciação ou Embriogênese Célula basal do suspensor procâmbio protoderme Embrião no estágio torpedo mais avançado: • o suspensor completa processo de morte celular programada • cotilédones alongam-se e curvam-se devido a limitação de espaço pela testa • as substâncias nutritivas do endosperma estão sendo transferidas para os cotilédones Histodiferenciação ou Embriogênese procâmbio protoderme • Embrião completamente formado • Interrompe-se a duplicação de DNA • Cessam as mitoses � início da etapa de maturação Histodiferenciação ou Embriogênese – fase final procâmbio protoderme Meristema apical da raiz Meristema apical do caule Cotilédones Embriogênese (revisão) Estágio globular Estágio cordiforme Estágio torpedo Estágio maduro 23/05/2011 4 Histodiferenciação ou Embriogênese - exemplo Embrião cordiforme Embrião na fase torpedo Embrião maduro • Aumento de tamanho do embrião • causada pela expansão celular: • Processo envolvidos: • captação de água e • acúmulo de reservas nos cotilédones ou no endosperma • Tipos de reservas • proteínas, lipídios e carboidratos • Aumento da massa da semente. É a fase de “enchimento”. Maturação Maturação • Maior acúmulo de matéria seca nos tecidos da semente representa o ponto de maturidade fisiológica • A maturidade fisiológica é um conceito agronômico importante, pois a semente está apta a germinar e sobreviver • Pode ser observada por mudança de coloração • Em muitas espécies, as sementes apresentam elevado conteúdo de água (60-65%) nessa fase Maturação e dessecação • Conteúdo de água e de reservas nutritivas DormênciaDesenvolvimento da semente Reservas nutritivas O embrião Maturidade fisiológica Maturação DessecaçãoEmbriogênese Maturação e dessecação - resumo • Aumento insignificante da massa da semente na fase de embriogênese. • O conteúdo de água permanece alto até a maturidade fisiológica. • A massa seca da semente aumenta significativamente durante a maturação devido ao depósito de reservas e permanece aproximadamente constante na fase seguinte. • A massa do embrião permanece constante na fase de maturação se o depósito de reservas for endospérmico. Fonte: Fisiologia Vegetal - Kerbauy,G. B., 2001 Fases do desenvolvimento da semente e eventos metabólicos relacionados LEA proteínas 23/05/2011 5 • Ao final da dessecação, a semente atinge o estágio ótimo para colheita e o beneficiamento, bem como para dispersão. • Essa etapa não ocorre nas sementes recalcitrantes • Acentuado aumento na taxa de desidratação e ruptura de suas conexões tróficas com a planta • O metabolismo cai acentuadamente, podendo entretanto persistir no embrião. Dessecação � Semente quiescente: possui aptidão para germinar sob condições favoráveis do meio ambiente; � Semente com dormência primária: necessita de estímulos ambientais específicos para iniciar o processo de germinação; � Semente com Viviparidade ou Germinação precoce: Não há restrição da germinação, permitindo o crescimento do embrião com a semente ainda ligada à planta-mãe. Pode ser um mecanismo adaptativo se o sucesso da plântula for maior do que da semente não germinada. Estados fisiológicos ao final do desenvolvimento : Desidratação e Tolerância à Dessecação • 90% da água encontrada nos tecidos foi reduzida • A troca energética é quase imperceptível Via Anabólica Desenvolvimento Via Catabólica Germinação Desenvolvimento da semente e Germinação • A dessecação para a semente é importante, pois adquire capacidade para suportar níveis baixos de água favorecendo a germinação; • As sementes retiradas da planta-mãe que não atingiram seu ciclo de desenvolvimento germinam ao atingir a condição de tolerância à dessecação. Proteínas LEA (Abundantes na embriogênese tardia) • São hidrofílicas, termoestáveis podendo atuar como seqüestradores de íons. • Atuam como protetores de membranas e outros componentes celulares • A expressão dos genes que codificam para as LEA proteínas ocorre no início do período de dessecação da semente. • Essa expressão é paralela à indução de tolerância à dessecação nas sementes • Outras proteínas participantes são as deidrinas (DHN) e as proteínas responsivas ao ABA (RAB) Sementes ortodoxas • Expressam genes LEA e hormônio ABA, tolerantes ao dessecamento. • Ocorre redução do metabolismo durante a dessecação • Para algumas sementes a secagem é indispensável para concluir o desenvolvimento • Tem grande longevidade, podem ser congeladas • Predominam entre as plantas cultivadas • Exemplos: milho, trigo, arroz, feijão, etc Sementes recalcitrantes • O metabolismo não se reduz ao final da maturação. • Não apresentam fase de dessecação, pois são sensíveis à perda de água • Possuem ABA; • Apresentam um aumento contínuo da matéria seca • Não toleram congelamento, longevidade curta • Representam cerca de 10% das angiospermas • São mais abundantes em florestas equatoriais e outras áreas úmidas – Exemplos: ingá, jaca, manga, cagaita, mangaba, cacau, etc – Muitas sementes de árvores da floresta amazônica são sensíveis à dessecação (Ferraz et al. Acta Amazonica v. 34, n.4, p.621-633, 2004). 23/05/2011 6 Óvulo � Semente madura • Funículo ���� Hilo • Integumentos ���� Tegumentos • Ooosfera ���� Zigoto ���� Embrião • Núcleos polares ���� Endosperma • Micrópila ���� micrópila O funículo é uma região do óvulo que atua como via de chegada de nutrientes para o saco embrionário. Geralmente sofre morte celular programada ao final do desenvolvimento, deixando na semente uma cicatriz, o hilo. A fecundação da oosfera resulta na formação do zigoto (2n), o qual se desenvolve no embrião por sucessivasmitoses e diferenciação celular. Os núcleos polares ao se fundirem ao segundo núcleo gamético masculino dão origem a uma célula triplóide (3n), a qual, por sucessivas mitoses dá origem ao endosperma, que pode ser temporário ou persistente na semente madura. Os integumentos geralmente são duas camadas de célula do óvulo ao redor do saco embrionário. Tem bagagem genética diplóide (2n) da planta mãe. Pode apresentar mitoses e diferenciação celular para originar o tegumento da semente A micrópila é um pequeno poro no óvulo, por onde chega o tubo polínico. Na semente, é o ponto de aparecimento da radícula na germinação. Óvulo � Semente Funículo Óvulo maduro Integumentos Exemplo de uma semente em que o endosperma foi reabsorvido durante o desenvolvimento Myrtaceae Componentes da semente madura Componentes da semente madura � Embrião: � originado a partir do zigoto diplóide pela fusão de um núcleo gamético com a oosfera. � Partes do Embrião � Eixo embrionário � contém os meristemas primários para o desenvolvimento da plântula após a germinação e apresenta polaridade: �Pólo apical �Pólo radicular � Cotilédone(s) pode(m) ter as seguintes funções: � Estrutura de transferência � nas sementes endospérmicas � Estrutura de reserva � nas sementes não-endospérmicas � Estrutura fotossintetizante � quando persistem na plântula e se tornam verdes Eixo embrionário e cotilédone(s) Cotilédone(s) armazenadores em sibipiruna (Caesalpinea pluviosa) Radícula Plúmula Cotilédone(s) fotossintetizantes em Lithospermum arvense Cotilédone de transferência em milho Cotilédone Componentes da semente madura � Endosperma: �Triplóide nas angiospermas �originado pela fusão dos núcleos polares com o segundo núcleo gamético; �pode persistir na semente madura �Ex: milho, trigo, arroz etc �Haplóide nas gimnospermas �Exemplo: Araucaria angustifolia � Outros tecidos de reserva podem estar presentes � Perisperma derivado da Nucela do óvulo � Em Caryophyllales e Cannaceae substitui totalmente o endosperma, enquanto em Zingiberaceae, Piperaceae e Nympheaceae substitui parcialmente. 23/05/2011 7 Embrião e endosperma do coqueiro. A= eixo embrionário, B= endosperma sólido, C= endocarpo Componentes da semente madura � Endosperma: Semente endospérmica de Dinizia excelsa (angelim pedra) uma leguminosa. co= cotilédone, ed= endosperma, tg= tégmen Endosperma e perisperma Endosperma haplóide em sementes de Araucária Perisperma em semente de beterraba As células do endosperma são preenchidas por grãos de amido e tem morte celular programada em sementes de Poaceae. A camada de aleurona é formada por células vivas, que produzem enzimas durante a germinação. Componentes da semente madura � Tegumento ou testa: originado dos integumentos que envolvem o óvulo. (origem materna). As sementes são classificadas de acordo com a localização do tecido mecânico ou de resistência: � Camada mecânica ausente � geralmente quando o fruto é indeiscente. Ex. Anacardiaceae � Camada mecânica presente = camada(s) de células com as paredes espessadas: �Sementes testais � camada mecânica localiza-se na testa �Exotestais � Ex. Fabaceae �Mesotestais � Ex. Psidium cinerium �Endotestais � Ex. Lithraea molleoides �Sementes tégmicas � camada mecânica localiza-se no tégmen �Exotégmicas � Ex. Guarea macrophylla � Mesotégmicas � Ex. algumas Capparidaceae � Endotégmicas � Ex. Piper amalago var.medium � Um caso especial � sementes com tegumento mucilaginoso (sarcotesta) � Ex. Jacaratia spinosa, Inga fagifolia, Carica papaya Tegumento da semente O tegumento da semente pode ter diferentes cores devido ao acúmulo de determinados pigmentos Em cucurbitáceas e leguminosas, o tegumento apresenta uma área de fraqueza denominada pleurograma. Tegumento da semente de Pterocarpus violaceus EE= epiderme externa, MS=mesofilo, EI= epiderme interna, NC= nucelo Tegumento da semente O tegumento vascularizado em semente de Eugenia pyriformis (Myrtaceae) Tegumento da semente Secção transversal do tegumento da semente de Himenaea intermedia pg= epiderme externa, sg = mesofilo, tg= epiderme interna?, ll = linha lúcida Secção transversal do tegumento da semente de Copaifera langsdorfii A linha lúcida geralmente é rica em substâncias hidrofóbicas. As fissuras no tegumento podem ser causadas por variações de temperatura e facilitam a embebição. 23/05/2011 8 Sarcotesta • A sarcotesta pode conter inibidores de germinação Punica granatum - romã Carica papaya - mamão Outros envoltórios da semente • A cariopse é um fruto de uma só semente • Os tegumentos da semente estão soldados com o pericarpo • Há outros casos de confusão entre semente e frutos. Ex. girassol • São unidades de dispersão ou diásporos. Cariopse do trigo • Apêndices carnosos � podem se formar a partir de diferentes partes do óvulo: – Arilo � origina-se no ponto de conexão entre o óvulo e a placenta. Ex. Swartzia simplex – Carúncula � Ex. Ricinus – Arilóide � Ex. Myristicaceae – Estrofíolo � Ex. Sapindaceae Componentes da semente madura Pitomba - arilo Lichia - estrofíolo Mamona - carúncula Embriogênese - anomalias • São resultantes de mutações que afetam o desenvolvimento embrionário • Tem permitido estabelecer a participação genética na diferenciação celular O gene Monopteros codifica para uma proteína envolvida na diferenciação do eixo embrionário e do tecido vascular. O mutante (mp) não apresenta raiz. Selvagem Mutante mp Cerca de 800 genes são indispensáveis para a embriogênese. Qualquer um deles pode apresentar mutação com efeitos deletérios, alguns são letais. Distribuição das funções dos genes (%) Embriogênese – anomalias - exemplos • Wt= tipo selvagem, gk= gurke, fk= fackel, mp= monopteros, gn= gnom, kn= knolle, keu= keule, fs= fass, knf= knopf, mic= Copyright ©2002 Rockefeller University Press Fonte: Gillmor, C. S. et al. J. Cell Biol. 2002;156:1003-1013 Figura A e B tipo selvagem Figuras C e D mutantes rsw1-1 Figuras E e F mutants rsw1-2 Figuras G e H mutantes knf Mutantes para genes RSW1 e KNOPF que codificam enzimas de síntese da celulose, ou seja, a produção de parede fica prejudicada. Plantulas obtidas após 5 dias de crescimento em meio de cultura MS com 1% de sacarose Escalas: (A, C, E, and G) 0,5 mm; (B, D, F, and H) 100 µm. Embriogênese anomalias exemplo 23/05/2011 9 Mutantes fass não tem a polaridade ápice base afetada, mas o alongamento celular é muito prejudicado. Os mutantes podem ter de 1 a 5 cotilédones. Embriogênese anomalias: exemplos Selvagem Mutante fs Selvagem Mutante Embriogênese somática • É realizada em meio de cultura • É induzida por balanços hormonais específicos, ex. 2,4-D (uma auxina sintética) • Segue o mesmo padrão da embriogênese zigótica Embriões somáticos de Alfafa 2,4-D = ácido 2,4-dichlorofenoxiacético Embriogênese somática • Tem sido usada para compreender os mecanismos envolvidos na embriogênese zigótica, ex – A maturação dos embriões somáticos é induzida pelo hormônio ABA (ácido abscísico) Os embriões somáticos tem capacidade plena de germinação, no entanto muitos se tornam plântulas anormais devido à falta de desenvolvimento da parte aérea. Embriogênese somática • Tem aplicação econômica na produção de “sementes artificiais” • Permite a propagação de plantas estéreis, • Permite a obtenção de plantas geneticamente uniformes Pode se tornar útil para a conservação de espécies ameaçadas de extinção Embriogênese somática – sementes artificiais • Embriões produzidos em meio de cultura são encapsulados em uma matriz gelatinosa. • Sais minerais, reguladores de crescimento, fungicidas e outras substâncias podem ser incorporadas à matriz. • Uma resina hidrossóluvel pode ser aplicada sobre a cápsula, simulando o tegumento da semente.