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CAP 2 - PARTE 2 (Introdução à Administração - Antônio Cézar Amaru Maximiano)

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Enviado por Dariany Diniz em

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2.5 O enfoque comportamental
	É uma denominação que se refere ao conjunto das contribuições teóricas e empíricas que buscam analisar o comportamento humano nas organizações e começou a ser abordado nos anos 30.
	É possível identificar várias escolas e correntes de pensamento, assim como pesquisas empíricas, abrangendo desde a escola de relações humanas (anos 30), a dinâmica de grupos e relações industriais (anos 40 e 50), o humanismo organizacional (anos 60 e 70) até as preocupações como empreendedorismo (anos 90).
	A escola de relações humanas reconhece que os seres humanos não são apenas influenciados por estímulos econômicos, mas respondem a outros fatores de ordem social e psicológica. As abordagens posteriores vão além desse conceito de homem social, para compreender o indivíduo como um ser complexo que tem outras necessidades ligadas ao seu ego, desenvolvimento pessoal, auto-realização e autonomia de pensamento (homem complexo).
2.5.1 Contextualização
	A abordagem clássica negligenciava o fator humano ou considerava-o totalmente controlável. A prática da administração estava mostrando que há sempre um considerável grau de incerteza associado à gestão de pessoas.
	Mesmo que os cientistas inicialmente envolvidos no movimento de relações humanas privilegiassem o grupo primário (e não o indivíduo) como unidade básica da sociedade, a preocupação com o indivíduo aguça-se com a consolidação e crescente aceitação das contribuições da área da psicologia.
	O resultado direto das crises de 1930 foi o questionamento das bases sobre as quais se consolidaram as ideias da escola clássica e uma clara dimensão dos limites do aumento de produtividade a partir dos principais advogados por essa última. Os conflitos contínuos capital-trabalho, bem como a penetração das ideias socialistas contrapostas ao utilitarismo e darwinismo social no campo das ciências sociais, influenciam o surgimento da escola de relações humanas. Os precursores dos movimentos das relações humanas foram Mary Parker Follet e Chester Barnad.
2.5.2 Escola de relações humanas
	Essa escola encontra sua fundamentação nas pesquisas de campo desenvolvidas no decorrer dos experimentos de Hawthorne, onde foram analisados os efeitos da iluminação no local de trabalho. Elton Mayo reorientou a pesquisa de forma a seguir uma abordagem mais cooperativa: os supervisores deveriam mostrar uma atitude aberta e amigável perante os trabalhadores, e os pesquisadores deveriam ser não diretivos em suas entrevistas. A moral dos trabalhadores aumentou e a produtividade também.
	A autoridade do gerente deveria ser baseada em qualificações sociais, capazes de propiciar a cooperação, em vez de na expertise técnica.
	As principais conclusões de Mayo foram:
A integração social do indivíduo é fator determinante de seu nível de produtividade;
O comportamento do indivíduo é determinado pelas normas de funcionamento do grupo a que pertence;
As organizações são compostas por diferentes grupos formais que não coincidem exatamente com sua estrutura formal;
Uma supervisão mais cooperativa e preocupada com os trabalhadores influencia positivamente a eficiência organizacional.
	A escola de relações humanas é criticada por basear-se em uma filosofia simplista - um trabalho feliz é um trabalho produtivo – nem sempre observável na prática.
2.5.3 A abordagem comportamental
	Os principais representantes dessa escola continuavam a considerar o ser humano como um ser passivo que reage de forma padronizada aos estímulos, mesmo sendo esses últimos de natureza social.
	Essa corrente propôs um conjunto de medidas de mudanças no trabalho e nas estruturas organizacionais de forma alinhar a necessidade de autodesenvolvimento e realização do ser humano com os objetivos organizacionais. Focou-se no desenvolvimento de teorias de motivação e liderança.
	Abraham Maslow sugere que os seres humanos têm cinco níveis de necessidades: fisiológicas, de segurança, de pertencimento ao grupo social, de auto-estima e de auto-realização. Caberia aos administradores facilitar esse processo, encorajando ações que satisfaçam, simultaneamente, os objetivos organizacionais e as necessidades das pessoas.
	Douglas McGregor construiu um modelo chamado teoria X e teoria Y. A primeira assume que as pessoas são preguiçosas e que necessitam de motivação, pois encaram o trabalho como um mal necessário para ganhar dinheiro. A segunda baseia-se no pressuposto de que as pessoas querem e necessitam trabalhar.
	Frederick Herzberg classifica a motivação humana em duas categorias: as necessidades básicas - necessários, mas não suficientes para o homem trabalhar – e as necessidades de auto-realização – com os quais é possível obter mais dedicação e comprometimento.
	O enfoque comportamental contribui também para a compreensão da liderança, vista como processo de influência no decorrer do qual alguns indivíduos estimulam o movimento de um grupo em direção a um objetivo comum.
2.6 A abordagem quantitativa
2.6.1 Contextualização
	Com o fim da Segunda Guerra Mundial, inovações tecnológicas tornaram-se possíveis graças à experiência de matemáticos, físicos e outros cientistas. Desenvolveram-se equipes de pesquisa operacional para solucionar problemas com base em modelagens matemáticas e por meio do uso de computadores.
	Novas organizações foram criadas com objetivo de disseminar informações sobre as técnicas quantitativas desenvolvidas no campo de administração. Exemplos: Sociedade Americana de Pesquisa Operacional ( The Operation Research Society of America) e Instituto de Ciências de Administração (Institute of Management Science).
2.6.2 Aabordagem quantitativa
	Refere-se ao uso das técnicas matemáticas e quantitativas para a criaçnao e análise de modelos complexos, que possam facilitar a solução de problemas da administração.
	Em termos práticos, essa abordagem consiste na criação de equipes mistas, formadas por especialistas de diferentes disciplinas para analisar determinados problemas e propor estratégias de ação. Os modelos criados apresentam a vantagem de permitir simulações a partir da alteração dos valores das variáveis incluídas neles. Dessa forma, esses modelos podem facilitar o processos de tomada de decisão.
	A complexidade das técnicas matemáticas usadas, assim como a não-consideração do fator humano, é apresentada como a principal limitação dessa abordagem.
2.7 Teoria dos sistemas e enfoque contingencial
2.7.1 Contextualização
	A guerra torna mais visível a questão da interdependência entre os países , os quais constituíam partes diferenciadas de um sistema global, em que modificações de uma parte do sistema se refletiam nas outras partes.
	Percebeu-se que muitos dos avanços conseguidos em um ramo de conhecimento poderiam contribuir, em uma relação circular, para o avanço de outros ramos. 
	Ludwig von Bertalanffy lança o livro “Teoria Geral dos Sistemas”, no qual desenvovlve as ideias principais sobre o tema. 
2.7.2 A teoria dos sistemas
	Essa abordagem vê a organização como um sistema unificado e direcionado de partes inter-relacionadas. Assim, os administradores podem perceber a organização como um todo, composto por partes cuja atividade afeta a atividade de toda a organização.
	Um sistema fechado se refere à falta de interação da organização com o ambiente externo.
	A visão da organização como sistema aberto refere-se à dependência que ela tem com relação aos insumos do contexto onde se insere (matérias-primas, recursos humanos, capital, produtos, e serviços).
	Termos mais utilizados:
Subsistemas: são as partes que formam o sistema total. Cada sistema pode ser um subsistema de um outro ainda maior;
Fronteiras: separação do sistema do seu contexto envolvente. Estabelecem o domínio das atividades organizacionais;
Fluxos: componentes, tais como informação, energia e material, que entram e saem de um sistema;
Feedback: retroalimentação no qual o resultado das ações retornam ao indivíduo;
Sinergia: o todo é maior do que a soma
das partes;
Holismo: o sistema é um todo em que mudanças em qualquer de seus componentes têm impacto nos outros elementos do sistema.;
Homeostase: propriedade de um sistema aberto de regular seu ambiente interno de forma a manter uma condição estável, mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico.
	O trabalho do administrador é assegurar que todas as partes de uma organização sejam coordenadas internamente de forma a alcançar os objetivos.
	Outra importante implicação conceitual são as diversas formas possíveis de alcance do mesmo objetivo, contrariando, assim, a única melhor forma de administrar.
	Limitações: não oferece direcionamento sobre as funções e práticas gerenciais concretas; conceitos transpostos de ciências biológicas e naturais nem sempre levam em consideração a complexidade e a unicidade da vida social.
2.7.3 Enfoque contingencial
	Defendem que uma variedade de fatores, tanto internos quanto externos à empresa, podem influenciar seus resultados.
	De acordo com os representantes dessa linha, é tarefa do administrador analisar a situação e suas circunstâncias específicas, em dado momento, para identificar quais técnicas trariam os melhores resultados sob as condições daquela situação.
	Algumas das contingências mais analisadas na literatura são: incerteza e complexidade do ambiente externo (ambientes mais estáveis e previsíveis demandam estruturas mais burocratizadas); tamanho da organização (o aumento do tamanho pode trazer problemas); tecnologia (cada tecnologia necessária demandará diferentes estilos de liderança, sistemas de controle e estruturas); tarefa (tarefas complexas requerem estruturas que possam incentivar maior coordenação entre os membros); características do ambiente interno.
2.8 Tendências contemporâneas em administração
2.8.1 Contextualização
	Existe uma crescente consciência da interdependência existente em diferentes níveis e domínios, como: local-global, público-privado, interorganizacional, entre outros.
	O uso de tecnologias de informação e comunicação vai possibilitar que as empresas trabalhem de forma cada vez mais interligada e integrada.
	As novas perspectivas mostraram a importância dos processos de organizar em vez de focar em entidades fixas denominadas organizações, do processo de construção dos objetivos por parte dos membros, dos conflitos e lutas de poder, presentes no espaço organizacional e outras questões até então ignoradas no estudo da administração e das organizações.
2.8.2 Teorias administrativas e organizacionais contemporâneas
	Teoria dos custos das transações: vê as organizações como resposta aos ambientes incertos, como uma evolução natural das transações que ocorrem livremente no mercado para transações que se realizam sob a hierarquia das organizações. As organizações existiriam para superar os limites dos mercados imperfeitos. As pesquisas visam encontrar o tipo mais adequado de instituição que poderia ser utilizado para minimizar o custo de transação relativo à produção e distribuição de dado produto ou serviço.
	Teoria de ecologia populacional: o foco são as populações organizacionais. O modelo supõe que a direção das mudanças para uma organização mais complexa e melhor seja simplesmente orientada para a melhor adaptação ao ambiente. A teoria incentiva o conceito da eficiência de forma mais relativa, considerando, como um teste final de eficiência, a própria sobrevivência organizacional.
	Teoria institucional: principais fornecedores, consumidores, agências reguladoras e outras organizações que produzem bens ou prestam serviços similares fazem parte do mesmo campo organizacional. 
2.8.3 Movimento de estudos críticos em administração
	Reflete o pluralismo de ideias característico da pós-modernidade, bem como a crescente preocupação com a contribuição do campo para os atores tradicionalmente excluídos do pensamento administrativo e organizacional.

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